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Nanopartículas

Notícias

Grupo investiga se nanopartículas de interesse industrial são seguras para as células

por jornalismo-analytica 24 de janeiro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) têm feito experimentos com células de mamíferos para avaliar a toxicidade de nanopartículas que ou já são usadas na indústria ou podem vir a ser em um futuro próximo.

Entre as variedades recentemente testadas estão nanopartículas feitas de carbono black modificado com etilenodiamina (CB-EDA), já usadas na indústria de petróleo e na área médica, por exemplo; de dióxido de titânio (TiO2), empregadas em cosméticos, alimentos e produtos de higiene pessoal; e nanotubos de carbono (OCNT-TEPA), que têm aplicações previstas em dispositivos para armazenamento e conversão de energia, sensores, semicondutores e na área de biotecnologia.

As nanopartículas foram testadas em uma linhagem celular de fibroblastos de camundongos para entender quais possíveis danos esses materiais podem causar no organismo. Os fibroblastos foram as células escolhidas para os testes pelo fato de estarem distribuídas por todo o organismo de mamíferos e apresentarem um papel importante nos processos inflamatórios.

Utilizando técnicas que analisaram a viabilidade celular, as vias de estresse oxidativo, vias inflamatórias e de morte celular, o grupo identificou que, em concentrações maiores, essas nanopartículas são tóxicas. O mecanismo elucidado demonstra que as nanopartículas podem interagir com os lipídeos da membrana celular por meio dos elétrons presentes na superfície da nanopartícula podendo, inclusive, penetrar a célula. Tal efeito pode gerar um sinal para a célula desencadear processos fisiológicos e genéticos de proteção.

As espécies reativas de oxigênio (EROs) são sintetizadas normalmente pela célula e são responsáveis por manter a homeostase (equilíbrio) celular. Quando a célula sofre um estresse, a interação ou entrada da nanopartícula, por exemplo, há aumento das EROs. O mesmo ocorre com as espécies reativas de nitrogênio (ERNs). O aumento dessas leva à inibição da função mitocondrial (respiração celular) e elevação ainda maior de EROs. Como consequência, ocorre ativação de genes repressores, danos no DNA e síntese de citocinas inflamatórias, como o TNF-α e a IL-6.

Os resultados apontaram que as três nanopartículas testadas apresentam potencial para causar um aumento significativo na síntese de EROs, ERNs, TNF-α e IL-6, levando à morte celular por apoptose (morte celular programada) em concentrações superiores a 250 microgramas por mililitro (µg/mL) de nanopartícula de carbono e superiores a 10 µg/mL de nanopartículas de titânio.

As nanopartículas foram testadas em uma linhagem de fibroblastos de camundongos para entender quais possíveis danos esses materiais podem causar no organismo (imagem: CDMF/divulgação)

As pesquisas foram divulgadas nos artigos “Analysis of cytotoxicity and genotoxicity in a short-term dependent manner induced by a new titanium dioxide nanoparticle in murine fibroblast cells” e “New Multi-Walled carbon nanotube of industrial interest induce cell death in murine fibroblast cells”, ambos publicados no periódico Toxicology Mechanisms and Methods, e, por fim, “Apoptosis and Oxidative Stress Triggered by Carbon Black Nanoparticle in the LA-9 Fibroblast”, publicado no periódico Cellular Physiology and Biochemistry.

* Com informações do CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na UFSCar.

Matéria – Agência FAPESP*

24 de janeiro de 2024 0 comentários
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Notícias

Estudo investiga a segurança do uso de nanopartículas industriais

por jornalismo-analytica 25 de abril de 2022
escrito por jornalismo-analytica

 

Material foi testado visando entender quais possíveis danos podem causar no organismo.

Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), em parceria com o Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas (LIDI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), coordenado pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP), têm desenvolvido diversas investigações sobre a segurança do uso de nanopartículas industriais.

 

Em trabalhos publicados recentemente, os pesquisadores relatam os resultados da avaliação de segurança das nanopartículas de carbono black modificado com etilenodiamina (CB-EDA), de Dióxido de titânio (TiO2) e os nanotubos de carbono (OCNT-TEPA), todas caracterizadas pela equipe do CDMF.

 

As nanopartículas foram testadas em uma linhagem celular de fibroblastos de camundongos, buscando entender quais possíveis danos esses materiais podem causar no organismo. Os fibroblastos foram as células escolhidas para os testes pelo fato de estarem distribuídas por todo o organismo e apresentarem um papel importante nos processos inflamatórios.

 

Utilizando técnicas que analisaram a viabilidade celular, as vias de estresse oxidativo, vias inflamatórias e morte celular, o grupo identificou que, em concentrações maiores, essas nanopartículas são tóxicas. O mecanismo elucidado demostra que as nanopartículas podem interagir com os lipídeos da membrana celular por meio dos elétrons presentes na superfície da nanopartícula, podendo, inclusive, penetrar a célula. Tal efeito pode gerar um sinal para a célula desencadear processos fisiológicos e genéticos de proteção.

 

As espécies reativas de oxigênio (EROs) são sintetizadas normalmente pela célula e são responsáveis por manter a homeostase (equilíbrio) celular. Quando a célula sofre um estresse, a interação ou entrada da nanopartícula por exemplo, há aumento das EROs. O mesmo ocorre com as espécies reativas de nitrogênio (ERNs). O aumento dessas leva à inibição da função mitocondrial e mais aumento de EROs. Como consequência, ocorre ativação de genes repressores, danos no DNA e síntese de citocinas inflamatórias, como o TNF-α e a IL-6.

 

Os resultados apontaram que as 3 nanopartículas testadas apresentam potencial para causar um aumento significativo na síntese de EROs, ERNs, TNF-α e IL-6, levando à morte celular por apoptose em concentrações superiores a 250 µg/mL de nanopartícula de carbono e superiores a 10 µg/mL de nanopartículas de titânio.

 

As pesquisas foram reportadas nos artigos “Analysis of cytotoxicity and genotoxicity in a short-term dependent manner induced by a new titanium dioxide nanoparticle in murine fibroblast cells” e “New Multi-Walled carbon nanotube of industrial interest induce cell death in murine fibroblast cells”, ambos publicados no períódico Toxicology Mechanisms and Methods, e, por fim, “Apoptosis and Oxidative Stress Triggered by Carbon Black Nanoparticle in the LA-9 Fibroblast”, publicado no periódico Cellular Physiology and Biochemistry. Mais informações no site do CDMF (www.cdmf.org.br).

 

CDMF

O CDMF, sediado na UFSCar, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

 

FONTE:

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Telefone: (16) 3351-8119

E-mail: ccs@ufscar.br

www.ufscar.br

25 de abril de 2022 0 comentários
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Notícias

Nanopartículas Aumentam a Validade de Frutos e Flores

por jornalismo-analytica 7 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Uma startup situada em Araraquara, no interior paulista, está desenvolvendo nanopartículas que prometem aumentar a validade de frutos e flores.

O produto está sendo elaborado por meio de um projeto apoiado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

“Já existem no mercado produtos que retardam o amadurecimento de frutos por meio de inibidores de etileno [responsável pela maturação das frutas] ou são fungicidas. A solução que estamos desenvolvendo combina a ação antifúngica com a do etileno, reduzindo custos e etapas no processo de beneficiamento de frutos. Além disso, trata-se de uma nanotecnologia sustentável e biodegradável”, diz Ana Carolina Nazaré, uma das fundadoras da N&P Smart e coordenadora do projeto.

“As nanopartículas são à base de um polímero natural biodegradável extraído da carapaça de crustáceos como camarão, lagosta e caranguejo, que confere maior proteção contra microrganismos como fungos – conjugada com produtos naturais.”

A solução começou a ser desenvolvida a partir de uma demanda de um exportador brasileiro de limão Tahiti (Citrus latifolia Tanaka), que relatou aos pesquisadores fundadores da empresa os prejuízos que tem com a deterioração de parte do carregamento do produto durante o transporte por navio para a Europa.

“A conversa com esse citricultor nos deu várias ideias. Com base nisso, elaboramos um primeiro modelo de negócio voltado a aplicar as nanopartículas para promover o aumento do shelf life [vida útil] de limões”, afirma Nazaré.

Ao participar da última edição do Treinamento PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, cujo encerramento da 17ª turma aconteceu entre os dias 13 e 14 de maio, os pesquisadores identificaram por meio de entrevistas com citricultores o potencial de aplicação do produto em outros citros, frutas e no segmento de flores ornamentais.

“Identificamos por meio das entrevistas com os produtores de flores, por exemplo, que eles também enfrentam problemas com a infestação de fungos durante a conservação de flores já cortadas em câmaras frias”, relata Nazaré.

Os pesquisadores pretendem desenvolver um produto específico para esse segmento e fazer novos experimentos para avaliar o aumento da conservação de frutos proporcionado pela solução que estão elaborando em comparação com as existentes no mercado.

“Nessa primeira fase do projeto vamos manter o foco da aplicação do produto em limão, com o qual já obtivemos resultados promissores. Mas vamos olhar também para novas oportunidades de mercado, iniciando pelo segmento de flores, cuja legislação para aplicação de soluções para conservação é mais branda em relação à de frutos”, compara Nazaré.

Vitrine para investimento

O casamento do produto com o mercado – o chamado product market fit no jargão do empreendedorismo – é um dos principais objetivos do curso oferecido pelo PIPE-FAPESP desde 2016.

Foram treinados ao longo dos cinco anos de existência do curso representantes de mais de 350 startups apoiadas pelo PIPE-FAPESP, em diversas áreas de atuação e com alto potencial de crescimento.

A última edição reuniu pesquisadores fundadores de startups nos segmentos de agritech, novos materiais e processos, tecnologia da informação (TI), data science, edtech, healthtech, foodtech, biotech e beautytech.

“O programa é chamado de treinamento ou capacitação, mas é muito mais do que isso, porque permite que pesquisadores com projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP, nas fases 1 e 2, tenham contato e possam estabelecer um relacionamento muito forte com o mercado”, diz Marcelo Nakagawa, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Os participantes são estimulados durante o treinamento a entrevistar cem potenciais clientes, parceiros e usuários da tecnologia que estão desenvolvendo para evoluir seus modelos de negócios.

“O grande objetivo do PIPE Empreendedor é possibilitar que as tecnologias desenvolvidas por meio dos projetos apoiados pelo programa PIPE-FAPESP cheguem ao mercado e se desenvolvam de forma sustentável”, diz Marcelo Caldeira Pedroso, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Além de participantes do treinamento, a audiência da sessão de encerramento da última turma contou com a participação de interessados em empreender e submeter projetos ao PIPE-FAPESP, além de representantes de empresas em busca de parcerias e potenciais investidores.

“O Brasil está vivendo um momento muito bom do ponto de vista de investimento em startups. Em 2020 foi registrado o recorde de captação de recursos e este ano os investimentos continuam bastante acelerados. E há muitos investidores olhando essas oportunidades de negócios [derivados de projetos apoiados pelo PIPE]”, avalia Nakagawa.

Fonte: Elton Alisson  |  Pesquisa para Inovação

7 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

Reconstituição átomo por átomo é capaz de gerar imagens 3D de nanopartículas

por jornalismo-analytica 23 de junho de 2020
escrito por jornalismo-analytica
Os microscópios eletrônicos, inventados na década de 1930, permitem que cientistas vejam a estrutura atômica de materiais. No entanto, não conseguem mapear com precisão estruturas atômicas de materiais em solução líquida.

Agora, cientistas desenvolveram uma técnica chamada 3D SINGLE, sigla em inglês para identificação de estrutura de nanopartículas por microscopia eletrônica de célula líquida de grafeno. O trabalho foi possível com a melhoria de técnica relatada pela primeira vez em 2015.

Naquele momento foi adaptada uma técnica para determinar estrutura tridimensional de proteínas individuais, para determinar estruturas em três dimensões de nanopartículas individuais em solução. Assim, os pesquisadores adaptaram algoritmos criados para estudos biológicos para combinar milhares de imagens 2D em imagem 3D.

A nova pesquisa conta com um dos microscópios mais poderosos do mundo, que fica no Berkeley Lab’s Molecular Foundry. Os pesquisadores no laboratório trabalharam em colaboração com o Institute for Basic Science, da Coréia do Sul, da Monash University, na Austrália, e da UC Berkeley.

Construção da imagem
Foram capturadas milhares de imagens de oito nanopartículas de platina presas em líquido entre duas chapas de grafeno. Cada chapa com um átomo de espessura. Elas são suficientemente fortes para conter pequenos bolsões de líquido necessário para obter imagens de alta qualidade da disposição atômica de nanopartículas, de acordo com o coautor do estudo Peter Ericus.

Para os pesquisadores, os resultados obtidos representam um marco importante. De acordo com Ericus, a técnica permite determinar porque nanopartículas são catalisadores mais eficientes do que partículas maiores.

Determinar a estrutura atômica tridimensional de nanocristais individuais com precisão é essencial para compreender e predizer propriedades físicas. As pequenas diferenças entre nanocristais de um mesmo lote só podem ser compreendidas pela caracterização estrutural com alta resolução em três dimensões. Presume-se que essas diferenças sejam pequenas, mas importantes, porque podem afetar as propriedades físicas e químicas de cada partícula.

A descoberta tem implicações para a engenharia atômica de materiais para células de combustível, síntese química e veículos movidos a hidrogênio.

Fonte: HypeScience

23 de junho de 2020 0 comentários
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Notícias

Primeiro material de referência de nanopartículas de ouro brasileiro é disponibilizado pelo Inmetro

por jornalismo-analytica 15 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Atendendo a uma necessidade da indústria, principalmente de cosméticos , alimentos (empacotamento e diagnóstico de alimentos) e farmacêutica, e buscando inovação dos produtos nanotecnológicos, o Inmetro disponibiliza, pela primeira vez no Brasil, o Material de Referência (MR) de nanopartículas de ouro suspensas em água. Com tamanho de aproximadamente 15 nanometros (nm), o que equivale a um bilionésimo de metro, os MR têm sua utilização destinada principalmente à avaliação da precisão de medição, sendo suficientemente homogêneos e estáveis com respeito a uma ou mais propriedades especificadas.

“O ouro é um material muito versátil em relação a suas aplicações na forma de nanopartículas devido as propriedades únicas químicas (estabilidade), físicas (ópticas, eletrônicas) e biológicas (antifúngicos e antimicrobianos), além de possibilitar de forma relativamente fácil e precisa o controle do tamanho das nanopartículas durante a síntese, por isso a escolha desse metal. É o primeiro MR de nanopartículas nesta dimensão, produzido no Brasil. Anteriormente, era necessário importar o material de referência para nanopartículas. Com isso, laboratórios que prestam os serviços de análise dimensional de nanopartículas para as indústrias de cosméticos, alimentos e farmacêutica, entre várias outras, terão ainda mais confiança em suas medições”, comentou Oleksii Kuznetsov, chefe da Divisão de Metrologia de Materiais do Inmetro.

Os laboratórios de análise de nanomateriais utilizam esse tipo de material para avaliar e qualificar as metodologias empregadas para caracterização dimensional de nanopartículas, bem como para verificar o desempenho de seus microscópios eletrônicos de transmissão (MET) e instrumentos de espalhamento de luz dinâmico (DLS). Essas avaliações e verificações desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no controle de qualidade de produtos inovadores com nanotecnologia embarcada.

Como muitos outros MR, este foi analisado por diversos laboratórios do Inmetro, resultando em caracterizações que vão além do tamanho.

Com informações da Inmetro.

15 de janeiro de 2020 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores lançam sensor que usa molécula de ferrão de abelha para detectar bactéria em alimentos

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Reprodução: Elton Alisson, de São Carlos  |  Agência FAPESP

(Shutterstock)

Uma molécula obtida do ferrão de abelhas deu origem a um biossensor que promete detectar bactérias em alimentos e bebidas de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais.

O dispositivo foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

“O biossensor é capaz de detectar bactérias em uma amostra muito pequena de alimento ou bebida, com alta sensibilidade e tempo que varia entre 10 e 25 minutos”, disse Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coordenador do projeto.

Pelos métodos tradicionais é preciso analisar todo o volume ou massa, acompanhar o crescimento das bactérias e proceder à contagem das unidades que formam a colônia. “Esse processo pode levar entre 24 e 72 horas”, disse.

Resultado do projeto de pós-doutorado de Deivy Wilson Masso no IFSC-USP, com Bolsa da FAPESP, o aparelho foi descrito em um artigo publicado na revista Talanta.

O dispositivo consiste em um filme com eletrodos de prata – um material condutor de eletricidade – e partículas magnéticas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro), recobertas com melitina. Esse peptídeo, extraído do ferrão de abelhas, interage especificamente com bactérias.

Ao ser introduzido em uma amostra de água, por exemplo, as nanopartículas magnéticas recobertas com a melitina atraem e capturam as bactérias. Ao empregar um ímã os microrganismos ficam concentrados nas nanopartículas, que são depois depositadas nos eletrodos de prata.

Desenvolvido por pesquisadores da USP em São Carlos, dispositivo identifica a presença de diferentes patógenos de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais (fotos: divulgação e Myriams-Fotos-Pixabay)

 

A interação entre as bactérias e as nanopartículas magnéticas recobertas com melitina depositadas nos eletrodos gera um sinal elétrico. A intensidade do sinal permite quantificar a colônia e identificar que tipos de microrganismos estão presentes na amostra analisada.

No caso de alimentos sólidos, basta uma pequena amostra triturada, homogeneizada e filtrada para realizar o procedimento, explicou Oliveira Junior. “O dispositivo é capaz de detectar uma quantidade muito pequena de bactérias na amostra, de uma unidade formadora de colônia por mililitro”, disse o pesquisador durante o Simpósio de Pesquisa e Inovação em Materiais Funcionais. O evento, promovido pelo Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), foi realizado nos dias 23 e 24 de maio na UFSCar.

Essa alta sensibilidade do biossensor permite detectar uma colônia de bactérias espalhada em um alimento ou bebida em um volume menor de amostra para análise.

Uso em hospitais

Os pesquisadores avaliaram o desempenho do biossensor para detectar as bactérias Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus (S. aureus) e Salmonella typhimurium (S. typhi) em amostras de água potável e de suco de maçã.

Os resultados dos testes indicaram que o dispositivo foi capaz de detectar a concentração de E. coli em 1 unidade formadora de colônia (UFC/ml) na água potável e em 3,5 UFC/ml no suco de maçã em apenas 25 minutos.

“O biossensor pode permitir fazer uma triagem rápida e de baixo custo para controlar a qualidade de alimentos e bebidas em supermercados, restaurantes ou nas indústrias”, disse Oliveira Junior.

De acordo com o pesquisador, a tecnologia do biossensor está em fase de patenteamento e os materiais são de baixo custo. “Não precisaremos importar nenhum dos itens do biossensor, cujo custo final será de apenas cerca de R$ 0,30”, disse.

A ideia dos pesquisadores é que, por meio de algumas adaptações, o dispositivo também possa ser usado para detectar contaminações em ambientes hospitalares, como enfermarias e salas de cirurgia, e em instrumentos e equipamentos usados nesses locais.

O artigo Electrical detection of pathogenic bacteria in food samples using information visualization methods with a sensor based on magnetic nanoparticles functionalized with antimicrobial peptides (DOI: 10.1016/j.talanta.2018.10.089), de Deivy Wilson, Elsa M. Materón, Gisela Ibáñez-Redín, Ronaldo C. Faria, Daniel S. Correa e Osvaldo N. Oliveira Jr., pode ser lido por assinantes da revista Talanta em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039914018311342?via%3Dihub.

27 de junho de 2019 0 comentários
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Notícias

Pesquisa inovadora aponta que propriedades das nanopartículas são influenciadas pelo formato

por jornalismo-analytica 13 de junho de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Reprodução de conteúdo integral: Elton Alisson, de São Carlos  |  Agência FAPESP

Partículas de prata em escala nanométrica (bilionésima parte do metro) com capacidade bactericida 32 vezes maior do que as obtidas até hoje são algumas das estruturas desenvolvidas nos laboratórios do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. instalado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Para criar materiais inovadores como esse, os pesquisadores desenvolveram técnica que permite identificar a forma ideal que uma nanopartícula deve ter para apresentar uma determinada característica, e ainda avaliar como métodos químicos –aplicação de solventes, aditivos ou controle de pH (acidez) – e físicos – térmicos,, por exemplo – podem modificar a morfologia desses nanomateriais.

Alguns dos resultados de estudos feitos com a nova técnica foram apresentados em palestra na primeira edição do Simpósio de Pesquisa e Inovação em Materiais Funcionais, promovido pelo CDMF nos dias 23 e 24 maio na UFSCar.
“Nosso método permite modelar as diferentes formas que um nanomaterial pode apresentar no desenvolvimento de nanopartículas ou de nanocristrais com propriedades de interesse tecnológico”, disse Juan Manuel Andrés Bort, professor da Universitat Jaume I, da Espanha, e um dos autores da técnica, à Agência FAPESP.

Como explica Bort, o surgimento da nanotecnologia revelou que materiais em escala atômica e molecular apresentam propriedades físicas e químicas diferentes das observadas em tamanho macrométrico. Com isso, foi possível desenvolver estruturas e materiais com melhores propriedades, sejam ópticas, catalíticas, bactericidas ou outras.

Mais recentemente, descobriu-se que não só o tamanho, mas também a morfologia das nanopartículas tem importância primordial, uma vez que a maioria das propriedades físico-químicas é dependente da forma dos materiais.

“Passamos a perceber que a morfologia de um cristal ou de uma partícula em escala nanométrica influencia significativamente o seu uso final na reatividade de catalisadores, na atividade bactericida ou no desempenho de um sensor. Com isso, vimos que é preciso caracterizar e controlar não apenas o tamanho, mas também a forma das nanopartículas”, disse Bort.

Para calcular as possíveis morfologias de uma nanopartícula ou de um nanocristal e prever a forma ideal, de modo que apresentem as características desejadas, os pesquisadores têm se baseado em uma abordagem proposta para materiais em escala macrométrica pelo cristalógrafo russo George Wulff (1863-1925), em 1901.

Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais desenvolvem método para identificar a forma ideal de nanopartícula de modo que apresente uma determinada característica (Foto: Enio Longo / CDMF)

De acordo com a equação matemática que ficou conhecida como “construção de Wulff”, a morfologia de um cristal pode ser prevista pela energia das diferentes superfícies ou faces do material.

Ao aplicar essa abordagem à nanociência e combiná-la com ferramentas de modelagem e de simulação computacional, os pesquisadores ligados ao CDMF desenvolveram um método mais simples de prever a forma de nanopartículas com as propriedades desejadas em razão das energias superficiais do material.

“Conseguimos calcular quanticamente as morfologias de nanomateriais e, dessa forma, desenvolver um ‘mapa’ das formas que as nanopartículas devem ter para apresentar uma propriedade de interesse”, disse Bort.

Nanopartículas podem ser amplamente aplicadas. Pesquisa indicou que ampicilina recoberta com prata e sílica as tornam seguras para o corpo humano e fatal para micro-organismos. (Foto: Mateus Borba Cardoso)

Por meio desse “mapa” de possíveis formas de um nanomaterial e com o uso de microscopia eletrônica de transmissão de alta resolução – que permite estudar microestruturas em escala atômica –, foi desenvolvida uma série de novos materiais nos últimos anos. Entre eles estão nanocristais de tungstato de zinco (ZnWO4) e de tungstato de prata (α-Ag2WO4) com propriedades fotoluminescente e fotocatalítica mais elevadas.

“O método que desenvolvemos permite entender a evolução das propriedades estruturais, eletrônicas e magnéticas ao longo de mudanças contínuas na superfície de nanopartículas com precisão, átomo por átomo”, disse Bort.

Trabalho premiado

A pós-doutoranda Amanda Fernandes Gouveia, que fez doutorado na UFSCar com Bolsa da FAPESP, usou o novo método para avaliar a influência da adição de reagentes e da utilização de diferentes temperaturas sobre as propriedades fotocatalíticas de tungstatos de prata e de zinco.

As análises indicaram que, no caso do tungstato de zinco, por exemplo, as amostras obtidas em diferentes temperaturas apresentavam atividades fotocatalíticas variadas, apesar de terem as mesmas características.
“Experimentalmente, não era possível descrever essas superfícies, dizer quais átomos, quais clusters estavam presentes. A modelagem tornou possível essa descrição, relacionando assim as diferentes temperaturas e as superfícies resultantes à atividade catalítica encontrada”, disse Gouveia.

O estudo foi apresentado na Nano-Micro Conference Innovation Award 2018, em dezembro na Coreia do Sul, tendo recebido o prêmio de trabalho mais inovador.

A conferência reuniu pesquisadores, executivos e outros líderes de projetos na área em todo o mundo, para discutir novos desenvolvimentos e pesquisas de fronteira no campo multidisciplinar da Nano-Micro Ciência e Engenharia.

13 de junho de 2019 0 comentários
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