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Cresce resistência a antibióticos em animais usados pela indústria de alimentos e pode gerar consequências globais

Estudo analisou 18 anos de tendências e aponta que o problema é pior em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil

A crescente resistência a antibióticos vista em animais que servem de alimento, embora tenha sido deixada de lado há muito tempo, tornou-se uma ameaça não apenas a saúde dos bichos, mas também a disponibilidade de proteína animal. Em especial, nos países de renda baixa e média, onde se verifica um aumento na demanda por carne. É o que afirma um novo estudo liderado pelo Centro de Dinâmica de Doenças, Economia e Política (CDDEP), nos EUA, e publicado na revista Science.

O número de bactérias resistentes a antibióticos está aumentando no mundo todo, e, embora muita atenção tenha sido dada recentemente ao uso inadequado e excessivo de antibióticos em humanos, os animais ainda consomem três vezes mais antibióticos que nós — e o consumo de carne também está aumentando.

Para atender à crescente demanda por proteína animal em países de baixa e média renda, os sistemas de produção de carne em larga escala — que usam antibióticos para promoção do crescimento e prevenção de doenças — se tornaram mais acessíveis. Nos países em desenvolvimento, onde a venda de antibióticos veterinários permanece desregulada e a alimentação é menos nutritiva em comparação com a de países de alta renda, as taxas de resistência a antibióticos em animais têm o potencial de crescer exponencialmente. Embora traga benefícios para a produção em massa de carne a curto prazo, o consumo excessivo de antibióticos em animais tem sido associado a um aumento de infecções resistentes a antibióticos, não apenas em animais mas também em humanos. No entanto, atualmente não existem sistemas de vigilância que rastreiem as taxas de resistência em animais de países de baixa e média renda.

Para mapear o crescimento da resistência em animais que fornecem alimentos nesses países, os pesquisadores desenvolveram um modelo geoespacial usando dados de pesquisas de prevalência pontual que relatam taxas de resistência a antibióticos em animais e produtos alimentícios. A análise incluiu 901 pesquisas de prevalência pontual entre 2000 e 2018, e concentrou-se especificamente em patógenos de origem alimentar comuns, incluindo Escherichia coli, Campylobacter, Salmonella e Staphylococcus aureus.

“A produção de proteína animal está aumentando em todo o mundo, e as consequências do uso intensivo de antibióticos no aumento da resistência em animais são muito claras em nossa análise. Temos uma pequena janela de oportunidade para ajudar países de baixa e média renda a fazer a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis. Países de maior renda — onde os antibióticos são usados desde os anos 50 — devem apoiar essa transição”, diz Ramanan Laxminarayan, diretor do CDDEP, autor do estudo e pesquisador sênior da Universidade de Princeton.

O estudo constatou que a proporção de compostos antibióticos em animais que apresentaram resistência superior a 50% (p50) aumentou globalmente entre 2000 e 2018. Entre os países em desenvolvimento incluídos no estudo, o p50 aumentou de 0,15 para 0,41 em galinhas e de 0,13 para 0,34 em porcos, variando entre 0,12 e 0,23 em bovinos. As maiores taxas de resistência foram identificadas em antibióticos comumente usados na produção de alimentos, incluindo tetraciclinas, sulfonamidas e penicilinas. As taxas de resistência variaram entre antibióticos medicamente importantes, de 20 a 60% para ciprofloxacina e eritromicina e 10 a 40% para cefalosporinas de terceira e quarta geração.

Pontos importantes de resistência em animais foram identificados no nordeste da Índia, nordeste da China, norte do Paquistão, no Irã, no leste da Turquia, na costa sul do Brasil, no delta do rio Nilo, delta do rio Vermelho no Vietnã e em áreas ao redor da Cidade do México e de Joanesburgo, na África do Sul. No caso de regiões rurais e isoladas, onde faltam dados de prevalência pontual, a incerteza quanto às estimativas de resistência foi comum.

As tendências e os mapas desenvolvidos a partir desta análise fornecem uma linha de base para os formuladores de políticas públicas de países de baixa e média renda melhorarem a vigilância, continuarem monitorando as taxas de resistência entre animais que produzem alimentos e direcionarem intervenções em pontos críticos onde o problema está aumentando ou emergindo. É necessária uma ação urgente nas regiões mais afetadas, pois as altas taxas de resistência têm o potencial de impactar negativamente a saúde animal e a produtividade do agricultor, bem como a saúde humana. O crescente uso de antibióticos importantes em animais continuará a tornar esses antibióticos menos eficazes no futuro para animais e humanos doentes que precisam desses medicamentos para sobreviver.

“É particularmente preocupante que a resistência a antibióticos esteja aumentando em países de baixa e média renda, porque são neles que o consumo de carne cresce mais rapidamente, enquanto o acesso a antibióticos veterinários permanece amplamente desregulado. A resistência a antibióticos é um problema global e há pouco sentido em fazer esforços consideráveis para reduzir o problema em um lado do mundo enquanto ele aumenta drasticamente do outro lado “, diz o autor do estudo, Thomas Van Boeckel, da ETH Zurique.

Com informações de Scientific American.

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