Uma das questões mais proeminentes no mundo corporativo no momento diz respeito às cadeias de suprimentos. O que já era uma situação muito desafiadora em função da pandemia global da covid-19 foi drasticamente acentuada pelo conflito que ocorre na Ucrânia e pelas mudanças geopolíticas sísmicas, cujas ramificações poderão ser sentidas por décadas.
Em todas as indústrias e setores, as interrupções causadas pela pandemia criaram desafios quase sem precedentes na aquisição, fornecimento e distribuição de bens e materiais. Caminhos antigos e confiáveis repentinamente foram assolados pela incerteza e atrasos. Lockdowns e medidas de segurança adicionais bloquearam ou desaceleraram as rotas comerciais significativamente. A mão de obra necessária para manter as cadeias de suprimentos em funcionamento tornou-se uma mercadoria escassa.
A pandemia foi suficientemente terrível, mas um teste totalmente novo surgiu durante a guerra na Ucrânia. Ninguém sabe quanto tempo ela vai durar — mas os efeitos em cascata podem ser sentidos por um longo tempo, não importa quanto tempo a ação militar em si dure. As cadeias de suprimentos ainda são muito frágeis conforme emergimos na recuperação. Além disso, em algumas partes do mundo, a covid-19 ainda é um fator importante — principalmente na China.
A China é fundamental como impulsionadora da economia global, como produtora e exportadora importante de muitos produtos e commodities. Conforme o país segue a abordagem de zero covid, os lockdowns podem continuar sendo um recurso por algum tempo, obstruindo o fluxo de mercadorias nas cadeias de suprimentos globais e causando efeitos indiretos em outros locais – particularmente no setor de produtos químicos e de materiais que fornece uma infinidade de produtos em setores correlacionadas, muitas das quais viram fábricas fechadas recentemente devido aos bloqueios.
Em seguida, a invasão russa da Ucrânia. Isso teve vários impactos e exacerba enormemente a fragilidade existente, uma tempestade perfeita. Além dos impactos humanos, a guerra está provocando perturbações físicas na Ucrânia e, em certa medida, na Rússia. Os dois países são extremamente influentes no fornecimento de alimentos básicos, como cevada (30% da oferta global), trigo (28%) e milho (15%). Eles também são exportadores importantes de fertilizantes. Portanto, os impactos na segurança alimentar e na agricultura provavelmente serão sentidos globalmente. Além disso, a Rússia é um grande exportador de muitos metais e minerais essenciais, incluindo níquel (utilizado em baterias de automóveis, por exemplo), paládio (sistemas de exaustão), alumínio, titânio e ferro.
Também há uma interrupção significativa — e tensões políticas — em torno do fornecimento de petróleo e gás. A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e o segundo maior produtor de gás. Enquanto os preços do petróleo e do gás já disparavam conforme a demanda aumentava na recuperação pós-pandemia, a guerra apenas aumentou os preços, exacerbando tendências inflacionárias mais amplas. Os países ocidentais cortaram — ou planejam cortar quando possível — compras de petróleo e gás da Rússia. O aumento dos preços das commodities está elevando a pressão de custos em vários setores — incluindo produtos químicos, em que cerca de metade ou mais do custo de um produto pode ser proveniente do hidrocarboneto base utilizado e dos custos de energia na produção.
Há três desafios para as cadeias de suprimentos criados pelo conflito na Ucrânia. Primeiramente, há a interrupção física da produção nos dois países e das redes de distribuição na região circundante. Em segundo lugar, existem as sanções que estão sendo aplicadas à Rússia e à Bielorrússia. As organizações devem ser cautelosas para não violar as regras, que podem ser complexas quando as cadeias de valor são longas e envolvem diversas partes. Mas também há uma terceira camada — a autossanção. Muitas empresas não querem correr os riscos legais e de reputação que podem surgir de violações de sanções percebidas e voluntariamente ergueram a ponte levadiça.
De maneira geral, as organizações terão que se concentrar intensamente em aumentar a resiliência da cadeia de suprimentos no setor químico. As questões de transporte — que já eram um problema — estão sendo exacerbadas. A lentidão ou paralisação dos portos, a falta contínua de disponibilidade de trabalhadores portuários, tripulações de transporte, motoristas rodoviários e ferroviários, o aumento nos custos de contêineres e os prazos de entrega substanciais atualmente envolvem tornar a logística e a distribuição mais difíceis, mais lentas e mais caras.
Mas talvez a questão mais urgente seja o custo. Os produtos químicos a granel são suscetíveis aos preços das commodities de entrada — e é difícil compensar os saltos no custo do petróleo. Portanto, as empresas precisam se perguntar como repassar os aumentos de custos para seus clientes de maneira equitativa. Há menos pressão sobre as especialidades químicas e produtos especializados, mas a erosão das margens é uma realidade.
Começou a contagem regressiva para as Eleições 2022. O país está a pouco menos de três meses da realização do pleito, que escolherá o nome que comandará o governo federal pelos próximos quatro anos. A agenda dos candidatos à Presidência da República se intensifica, com um número maior de reuniões com os mais diferentes tipos de agentes econômicos. Nessa jornada, o setor nuclear está sendo representado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). Como já noticiamos, a entidade lançou recentemente um caderno com um conjunto de propostas para os programas de governo dos candidatos. O primeiro a receber o material foi o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, representando o presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, a ABDAN entregou o documento também para a campanha da candidata Simone Tebet (MDB).O material será apresentado ao comitê de campanha do ex-presidente Lula (PT). O presidente da ABDAN, Celso Cunha (foto), destacou que a receptividade até aqui tem sido muito positiva. “Os membros das campanhas dos candidatos ficaram impressionados com o potencial do setor nuclear em termos de geração de empregos e negócios”, afirmou. O dirigente da associação também frisou que as propostas apresentadas pela entidade têm o potencial de fazer com que o país passe a exportar combustível nuclear para outros países. “O Brasil pode ocupar um papel importante como fornecedor de combustível, não só para as grandes usinas, mas principalmente para os pequenos reatores modulares”, projetou Cunha.
Podemos ampliar a capacidade produtiva do Brasil em mineração e beneficiamento do urânio, tanto para o mercado interno quanto para o externo, com a flexibilização do marco regulatório, permitindo investimentos e atuação do setor empresarial privado. O resultado disso é que, entre 2023 e 2026, a exportação de concentrado de urânio (U308) deverá alcançar US$ 22 milhões por ano. O beneficiamento de urânio também possibilitará ao Brasil buscar sua auto suficiência em insumos críticos para a produção de fertilizantes.
Os problemas causados pelo profundo atraso que a Petrobrás está enfrentando na execução das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Comperj, que seria a pedra angular da distribuição da produção de gás do pré-sal, virou uma dor de cabeça que não tem remédio para contorná-la. Tecnicamente, a responsabilidade é do consórcio formado pela Chinesa Kerui com a brasileira Método Potencial, mas conceitualmente é da equipe do intocável departamento de licitação da companhia, que vem sucessivamente causando prejuízos incomensuráveis para a Petrobrás. Esta obra mostra a joia da coroa da administração de Roberto Castello Branco, cujo o maior legado foi a troca de nome do Comperj para Polo Gaslub. Desde da escolha do consórcio vencedor por um preço abaixo do que a própria Petrobrás tinha ajustado, já se sabia que a obra teria problemas. O próprio Petronotícias alertou para isso. O estrago agora não tem solução possível. Duas mil pessoas perderam o emprego, dezenas de fornecedores brasileiros e internacionais fazem fila na porta para receber seus fornecimentos e dão de cara numa empresa que parece quebrada. No estilo Devo não pago, nego enquanto puder. Os custos da obra, que foi orçada pela Kerui em R$ 1,94 bilhão, já passou dos R$ 3 bilhões e está longe de terminar.
Quando começou a pandemia com reflexos diretos no Brasil, no primeiro trimestre de 2020, a obra já estava atrasada e havia muitas dificuldades de pagamentos aos fornecedores, que entregavam seus produtos encomendados e não recebiam. A Petrobrás, neste caso, estava cumprindo o seu cronograma de pagamentos, conforme algumas reportagens que o Petronotícias publicou na época. O consórcio se agarrou na decisão da Petrobrás de mandar reduzir em 70% o efetivo de trabalhadores no Comperj.
crise gerada pela pandemia de coronavírus (COVID-19). Nesse sentido, vale ressaltar que o primeiro caso de coronavírus foi identificado no início de dezembro de 2019, na China, espalhando-se rapidamente pela Ásia e, em seguida, pelo mundo. Diante da sua alta capacidade de contágio, a China decretou “lockdown” em janeiro de 2020, suspendendo a produção de equipamentos que estavam na fase final de fabricação, ocasionando atraso significativo na entrega de itens que são essenciais para o Projeto UPGN.
Com reflexo dos problemas trazidos pela pandemia de coronavírus ao mundo, no dia 20 de março de 2020 houve o reconhecimento da ocorrência de calamidade pública pelo Senado Federal (Decreto Legislativo nº 06/2020), situação que vem trazendo fortes impactos negativos ao Brasil, especialmente no que tange aos aspectos social e econômico. Com o objetivo de conter a proliferação do coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí/RJ, por intermédio do Ofício SMS/SSVS/nº 021-2020, de 23 de março de 2020 determinou a interrupção de pelo menos 70% (setenta por cento) das atividades de campo da força de
trabalho das empresas que atuam no Município.”