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fungos

Notícias

Biotecnologia verde: o “biorreator em um grânulo”, uma solução inovadora contra fungos nas lavouras

por jornalismo-analytica 7 de abril de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma solução inovadora e sustentável usando farinha de arroz quebrado para produzir grânulos com Trichoderma asperelloides, capazes de controlar fungos nocivos em plantações e aumentar a durabilidade dos bioinsumos no solo.

No campo da agricultura moderna, a busca por soluções sustentáveis não é mais apenas uma tendência, é uma necessidade urgente. Em meio a esse desafio, um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu uma tecnologia inovadora que promete revolucionar o controle de pragas fúngicas nas plantações, o chamado “biorreator em um grânulo”.

Essa nova técnica, liderada por cientistas da Embrapa, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da USP, utiliza o fungo Trichoderma asperelloides, um microrganismo já conhecido por suas propriedades benéficas à agricultura, mas agora apresentado em uma formulação inédita e sustentável.

O estudo foi publicado recentemente na revista Applied Microbiology and Biotechnology e apresenta uma proposta ambiciosa, substituir métodos convencionais de produção do Trichoderma por um sistema mais barato, eficiente e ecologicamente correto. Em vez de utilizar grãos integrais de arroz ou outros cereais, que são insumos caros e de importância alimentar, os pesquisadores recorreram à farinha de arroz obtida a partir do arroz quebrado, um subproduto muitas vezes desperdiçado na indústria.

Como funciona o “biorreator em um grânulo”?

A ideia central da pesquisa foi criar pequenas cápsulas secas, parecidas com grânulos, que funcionam como minifábricas naturais. Cada grânulo contém tudo o que o fungo Trichoderma precisa para crescer e se multiplicar quando reidratado no solo. Isso permite que ele atue diretamente no ambiente agrícola, combatendo fungos patógenos como o Sclerotinia sclerotiorum, que causa o mofo branco em diversas culturas.

Essa inovação traz uma vantagem dupla, além de eliminar a necessidade de extrair os esporos do fungo, o que é um processo caro e que gera resíduos, o grânulo mantém os compostos bioativos produzidos durante a fermentação, potencializando a ação do Trichoderma. O resultado é um produto que age de forma eficaz, com alta durabilidade e pronto para aplicação direta no solo.

Um produto sustentável, com longa duração e fácil aplicação

A estabilidade do produto foi um dos pontos mais impressionantes do estudo. Algumas formulações mantiveram sua viabilidade por até 24 meses quando armazenadas em temperaturas refrigeradas, sem perda significativa da capacidade de controlar o fungo alvo. Entre os ingredientes testados para compor os grânulos, destacaram-se a bentonita, um tipo de argila, e compostos orgânicos ricos em nutrientes naturais.

As vantagens dessa formulação incluem:

  • Uso de resíduos agroindustriais como matéria-prima, como a farinha de arroz quebrado
  • Alta durabilidade dos grânulos, com eficácia mesmo após dois anos de armazenamento
  • Redução no uso de fungicidas químicos, contribuindo para uma agricultura mais limpa
  • Fácil manuseio e aplicação no solo, sem necessidade de equipamentos complexos
  • Potencial de liberação lenta do microrganismo, o que garante ação prolongada

Essa combinação de sustentabilidade, eficácia e praticidade é um passo importante rumo a uma agricultura regenerativa e menos dependente de insumos químicos.

Impacto para o Brasil, agricultura mais verde e acessível

Para um país como o Brasil, onde o agronegócio representa uma parte significativa da economia e da exportação, essa tecnologia tem um potencial transformador. O uso de microrganismos como o Trichoderma já é comum em práticas agroecológicas e produção orgânica, mas sua adoção ainda esbarra em custos e limitações logísticas. Com essa nova forma de produção e formulação, esses obstáculos podem ser superados.

Além disso, aproveitar subprodutos como o arroz quebrado, que representa até 15 por cento do total processado, traz uma solução inteligente para o reaproveitamento de resíduos da cadeia produtiva.

Essa pesquisa mostra como ciência, criatividade e compromisso ambiental podem se unir para criar soluções reais para os desafios do campo. O “biorreator em um grânulo” é mais do que uma inovação científica, é uma promessa de futuro mais sustentável para a agricultura brasileira.

Referência da notícia

Innovative sustainable bioreactor-in-a-granule formulation of Trichoderma asperelloides. 4 de setembro, 2024. Silva, L.G., Camargo, R.C., Mascarin, G.M. et al.

Matéria – Diego Portalanza

Imagem – Cultura de Trichoderma em placa de Petri, fungo amplamente usado no controle biológico de pragas agrícolas.

7 de abril de 2025 0 comentários
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Notícias

Startup utiliza fungos para substituir uso de plástico e isopor na indústria

por jornalismo-analytica 3 de janeiro de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Em meio ao alarmante cenário de 1,3 milhão de toneladas de plástico despejadas anualmente nos oceanos pelo Brasil, uma solução biotecnológica emerge como alternativa sustentável para substituir materiais como isopor e poliuretano.

Para enfrentar esse desafio, a startup Mush desenvolveu uma solução com base no micélio, a parte vegetativa dos fungos composta por filamentos finos chamados hifas. O material se apresenta como substituto biodegradável para plásticos sintéticos amplamente utilizados em embalagens e construção civil.

O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial de países que mais poluem com plástico, segundo relatório da ONG Oceana, impacto no meio ambiente e na vida animal.

“Os números não mentem a necessidade urgente de não só substituir os polímeros sintéticos, mas também transformar a forma como construímos e embalamos. É possível ser sustentável sem perder a eficiência”, afirma Ubiratan Sá, CEO da Mush.

Redução do impacto ambiental
Enquanto isopor e poliuretano são derivados do petróleo e podem permanecer no ambiente por séculos, o micélio oferece propriedades semelhantes — como leveza, isolamento térmico e resistência — com a vantagem de ser completamente biodegradável.

O processo produtivo também apresenta benefícios ambientais significativos: além de usar subprodutos da agricultura como matéria-prima, a fabricação não emite CO2 e consome menos água e energia em comparação com a produção de polímeros sintéticos tradicionais.

“O micélio não só oferece uma solução sustentável mas também apresenta características técnicas impressionantes, que tornam possível substituir materiais tradicionais sem comprometer a qualidade”, destaca Sá.

Matéria – Exame, por Letícia Ozório
Imagem – (Priscila Zambotto/Getty Images)

3 de janeiro de 2025 0 comentários
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Notícias

Fungos são os novos aliados dos cafeicultores. ENTENDA

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2023
escrito por jornalismo-analytica

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é uma praga encontrada em lavouras de café de todo o planeta. Ela pode comprometer até 20% do peso de um café beneficiado, segundo pesquisas da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG). Nesta mesma conta, ainda de acordo com a entidade, em uma saca de 60 quilos (kg), 12 kg são perdidos com a praga. Com o objetivo de sanar o problema, muito se tem pesquisado para seu controle não só por meio de defensivos químicos, mas também com soluções biológicas.

Segundo informações divulgadas pela Novozymes, a adoção do fungo Beauveria bassiana – predador de muitas espécies de pragas – incluindo a broca, tem estimulado a indústria de biológicos a investirem em produtos baseados no fungo. A Novozymes obteve a liberação do BoveMax, biodefensivo já utilizado para controle da broca da erva-mate, para as culturas de café e citrus.

Fernando Bonafé Sei, gerente de serviços técnicos da divisão agrícola da Novozymes, explica que os estudos na adoção do fungo Beauveria bassiana para o controle de pragas em culturas como o café, têm dado ótimos resultados nas lavouras cafeeiras. “Após a aplicação do BoveMax a broca entra em contato com o fungo, que coloniza o inseto provocando a morte e o controle da praga. Nos cafezais onde é realizado o uso do BoveMax, é comum encontrar brocas mortas pela ação do produto”, explica. O especialista completa que nessas lavouras recomenda-se não fazer aplicação de agroquímicos, a não ser que a infestação da broca ultrapasse 5% de frutos bloqueados sem infecção.

 

O Beauveria bassiana, salienta Fernando, é um fungo existente naturalmente nos solos de todo o mundo, o que facilita a produção de biodefensivos. Por isso, a Novozymes tem trabalhado para levar essa solução para os principais produtores de café do planeta por meio do BoveMax EC. “A cepa de Beauveria bassiana isolado CG716 é exclusiva e foi isolada pela Embrapa Florestas em um projeto de desenvolvimento com a Novozymes e é o único produto formulado com base em óleo vegetal emulsionado, o que proporciona uma facilidade de aplicação e alta compatibilidade de calda, assim como a proteção dos esporos. Além disso, essa solução possui uma eficiência de controle acima de 70% com dose de 0,5 litros por hectare (L/ha)”, observa.

Fernando completa que as colônias de espécies de Beauveria são tipicamente brancas ou incolores em meios de cultura artificiais. Espécies de fungo são comumente encontradas associadas com insetos ou em seus habitats, incluindo solos. A espécie do fungo tem sido amplamente estudada com o objetivo de desenvolver um pesticida biológico para vários insetos pragas.

Para os cafeicultores de todo o Brasil, a chegada de mais um aliado é um alívio, ainda mais quando os resultados de produção da cafeicultura têm sido animadores. Os cafeicultores de todo o Brasil estão esperando, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), 54,74 milhões de sacas beneficiadas contra 50,92 milhões de sacas em 2022. O bom resultado, segundo a entidade, é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa. Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra 2021, último ano de bienalidade negativa, o aumento chega a ser de 14,7%.

 

Matéria – Por: AGROLINK –Aline Merladete. 

27 de junho de 2023 0 comentários
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Destaques

Seção Biossegurança – Ed. 112 | SEGURANÇA ALIMENTAR: CONTAMINAÇÃO FÚNGICA NOS ALIMENTOS SEGUNDO O USDA – UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE

por jornalismo-analytica 26 de maio de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Muitos alimentos são frequentemente contaminados por fungos que podem causar desde reações leves até quadros que podem levar o indivíduo ao óbito.  As doenças transmitidas por alimentos (DTAs), que  em alguns países atingem 1 a cada 6 pessoas, causando milhares de mortes anualmente, podem ser causadas por agentes químicos, físicos ou biológicos, sendo o último o maior causador, penetrando no organismo por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados.

Neste contexto, os fungos, que são seres eucariotos, heterotróficos, essencialmente aeróbios e com capacidade anaeróbica, podendo ser unicelulares (leveduras) ou multicelulares (fungos filamentosos), são agentes que contaminam alimentos e provocam inúmeras doenças. Os que mais contaminam alimentos são os fungos filamentosos.

Eles causam deterioração dos alimentos bem como produção de diferentes tipos de micotoxinas que são danosas aos seres humanos. Os fungos filamentosos mais frequentes contaminando alimentos são Aspergillus spp; Penicillium spp, Absidia spp; alternaria spp; Cladosporium spp; Micelia sterilia; Mucor spp; Paecylomyces spp.

A grande importância quando se trata dos fungos contaminantes de alimentos é entender até que ponto é seguro consumir produtos acometidos por eles, e quais os cuidados que deveremos ter para evitar a sua proliferação. Bolores (mofo) alimentares são fungos que vivem em matéria vegetal ou animal.   Ao contrário da contaminação bacteriana, a fúngica muitas vezes podem ser vista ao olho nu. Entretanto, nem sempre podemos visualizar toda a extensão da contaminação, por essa razão, o USDA – United States Department of Agriculture, desenvolveu tabelas com regras dos alimentos contendo contaminantes fúngicos que devem ser consumidos ou descartados.

Fungos filamentos (bolores) toleram o sal e o açúcar, portanto podem contaminar geleias refrigeradas e carnes salgadas curadas (presunto, bacon, salame e mortadela).

É importante ressaltar que alimentos com alto teor de umidade são vulneráveis a contaminação microbiana, sobretudo fúngica, podendo ser contaminados abaixo da superfície, por isso é recomendado o descarte de todo o produto. Citamos como exemplos: carnes cozidas (incluindo aves), bacon, salsichas, cereais e massas caseiras, pratos prontos, Queijo macio, como cottage, cream cheese, queijos fatiados, ralados. Essa regra também é válida para frutas e alimentos macios incluindo pepino, pêssego, tomates, morangos.

Alimentos considerados porosos também podem ser contaminados abaixo da superfície, portanto o consumo representa um perigo, podendo causar desde infecções gastrointestinais a reações alérgicas variando do grau de intensidade e da resposta imunológica de cada indivíduo. Nesse contexto, pães e bolos com presença de contaminação fúngica visível devem ser descartadas como um todo.

Existem outros alimentos que possuem baixo teor de umidade, dessa forma fica mais difícil a penetração fúngica em virtude da consistência dura. Segundo o USDA o consumo é recomendado, contudo é necessário cortar pelo menos 2,55 centímetros em torno e por baixo do local onde o fungo está presente/aparente (para evitar a contaminação cruzada, não tocar o fungo com a faca). Após a remoção do bolor proceder a higienização do local e cobrir com embalagem limpa. São exemplos cenoura, pimentão, repolho e queijos mais firmes, como Gorgonzola.

Para os alimentos processados e sem conservantes, eles são de alto risco para o consumo em virtude da maior probabilidade da contaminação fúngica, diante do exposto não são recomendados para o consumo. Exemplo: manteiga de amendoim e nozes.

Fungos preferem ambiente quentes e úmidos, embora eles possam crescer em temperaturas de geladeiras, por isso também é recomendado uma higienização constante e periódica da geladeira para evitar a proliferação fúngica bem como contaminação dos alimentos, uma dica para fazer essa higienização na geladeira é:

  1. Esvazie a sua geladeira e armazene os alimentos em um local protegido do calor enquanto você faz a higienização;
  2. Para limpar, utilize a parte macia de uma esponja, de preferência nova, umedecida com solução de água e detergente e em seguida seque a geladeira;
  3. Faça a desinfecção! Para isso você deve friccionar o espaço com um pano umedecido com álcool à 70º INPM. (Importante! Algumas peças de acrílico que podem ficar opacas com o álcool e para evitar o dano no material uma alternativa é usar um pano umedecido com vinagre de álcool puro).
  4. Dica para desodorizar é colocar um potinho com bicarbonato do sódio, e deixar no interior do eletrodoméstico.

ATENÇÃO: Não é recomendado usar água sanitária. Porque a solução é muito agressiva ao revestimento interno da geladeira!

Uma alimentação adequada e livre de microrganismos contaminantes contribui para manutenção da saúde e fortalece o sistema imunológico. Algumas medidas de segurança alimentar que evitam a proliferação dos microrganismos são: armazenamento seguro dos produtos, manter a temperatura e umidade adequada para o armazenamento de cada tipo de alimento; higiene durante a manipulação e descarte adequado do que não pode ser consumido são fundamentais nesse processo.

 

AUTORES:

 

 

Jorge Luiz Silva Araújo-Filho (@dr.biossegurança): Biólogo, mestre em patologia, doutor em biotecnologia; palestrante e consultor em biossegurança.

Contato: jorgearaujofilho@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gleiciere Maia Silva (@profa.gleicieremaia ): Biomédica, Especialista em

Micologia, Mestre em Biologia de Fungos e Doutoranda em Medicina Tropical.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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26 de maio de 2021 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores identificam fungos que estimulam o crescimento de tomate

por jornalismo-analytica 11 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Embrapa Meio Ambiente (SP) verificaram que três espécies de fungos podem atuar como promotores do crescimento de tomateiros-anões e ainda contribuir para melhorar a imunidade dessas plantas. A equipe da USP atua no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).

Confira a matéria completa na Agência Embrapa de Notícias

Os ensaios foram feitos com isolados de Metarhizium robertsii, M. humberi e M. anisopliae, todos nativos do Brasil. Atualmente, os fungos do gênero Metarhizium têm sido empregados no País em mais de dois milhões de hectares de cana para controle de cigarrinhas das raízes e das folhas (veja artigo sobre).

Os pesquisadores observaram que os três isolados produziram compostos importantes para a planta ao atuar na aquisição de fósforo e ferro, além de contribuírem na defesa contra doenças, esses efeitos são promovidos pelos chamados microrganismos promotores de crescimento de plantas (MPCP), grupo do qual esses fungos também fazem parte.

A partir dos resultados encontrados, os cientistas planejam o uso integrado ou combinado do M. robertsii com o M. humberi. O primeiro é mais eficiente para colonizar o tomateiro e o segundo obteve desempenho superior na produção de importantes metabólitos nos ensaios in vitro. “Por isso, juntos, eles teriam bom potencial como promotores do crescimento do tomateiro e poderão ser explorados para outras espécies vegetais de importância econômica”, avalia a recém-doutora Ana Carolina Siqueira, principal autora do trabalho que foi desenvolvido durante seu doutorado pela Esalq-USP.

Os estudos revelaram que as mudas inoculadas tiveram incrementos substanciais em características vegetativas e reprodutivas. A inoculação com M. robertsii produziu plantas mais altas, raízes mais longas e acumulou mais massa seca de parte aérea e raiz. Já o número de flores e a quantidade de massa fresca dos frutos aumentaram significativamente com a inoculação M. robertsii e M. humberi, em relação às plantas não inoculadas.

“Plantas inoculadas com M. robertsii ou M. humberi aumentaram a expressão de GUS, que é um promotor sintético auxina-responsivo, confirmando que o Metarhizium induz e aumenta a expressão do gene que regula a síntese de auxina na planta,” relata Siqueira. A auxina é um hormônio vegetal responsável pelo movimento que faz a planta acompanhar os raios solares e aproveitá-los melhor. A substância é fundamental para o desenvolvimento do caule, raízes e frutos.

“As três espécies de Metarhizium foram capazes de produzir o hormônio vegetal auxina em diferentes concentrações in vitro”, relata. “Também estudamos a produção de compostos-chave, incluindo enzimas, hormônios e metabólitos envolvidos na promoção do crescimento das plantas,” relata a estudante. Parte dos resultados foram publicados na revista Frontiers in Sustainable Food Systems.

Os pesquisadores atestaram que todos os isolados de Metarhizium produziram compostos que atuam na aquisição de fósforo e ferro pelas plantas e contribuem para o sistema de defesa contra doenças.

Resultados podem valer para outras culturas

“Os resultados dessa pesquisa ampliam as funções benéficas desse agente de biocontrole que pode atuar também como inoculante biológico, promovendo o crescimento e vigor de plantas, não só do tomateiro, mas também de culturas agrícolas de grande importância econômica, tais como soja, algodão, milho, cana-de-açúcar, feijão, apenas para citar algumas,” relata o pesquisador da Embrapa Gabriel Mascarin, um dos coautores da pesquisa.

O cientista acredita que, diante de todos os benefícios promovidos pelo Metarhizium, é esperada a expansão de seu uso no mercado de bioinsumos. “Essa adoção deve ser acelerada e ampliada para diferentes culturas agrícolas, com a vantagem de ser um produto polivalente e que contribui para a sustentabilidade da agricultura,” analisa Mascarin.

 

Fonte: Embrapa

11 de março de 2021 0 comentários
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Notícias

Como estratégia no combate a espécies nocivas, grupo estuda hábitos sexuais de fungos

por jornalismo-analytica 5 de março de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) têm se dedicado a observar os hábitos sexuais de fungos com o objetivo de encontrar estratégias para combater espécies potencialmente nocivas a humanos e plantas. Eles já descobriram, por exemplo, um complexo de proteínas que sinaliza para o microrganismo quando o ambiente não é favorável à reprodução.

Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados na revista PLOS Genetics.

“A reprodução sexuada pode ser muito vantajosa para fungos patogênicos, pois favorece recombinações genéticas e ganho de resistência a fungicidas, por exemplo. Desse modo, é importante entender a dinâmica sexual desses organismos”, explicou Gustavo Henrique Goldman, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP) e coordenador da pesquisa.

Parte de uma colaboração entre a USP e a Universidade de Bath, no Reino Unido, o trabalho foi conduzido no âmbito do Programa São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT). Também participaram colaboradores dos Estados Unidos.

O grupo usou como modelo de estudo o Aspergillus nidulans, que não é nocivo a humanos ou plantas, mas é muito próximo geneticamente de espécies patogênicas, como o A. flavus (um dos principais contaminantes de grãos após a colheita) e o A. fumigatus (conhecido por causar infecções em ambiente hospitalar em pacientes com baixa imunidade).

Outro projeto coordenado por Goldman, também com apoio da FAPESP, investiga proteínas que protegem o A. fumigatus em condições de estresse.

Inibidor sexual

No artigo publicado em PLOS Genetics, os pesquisadores descreveram, pela primeira, vez um conjunto de proteínas que sinaliza para o fungo a presença ou a ausência de glicose no meio. Na falta do alimento, o A. nidulans reprime a reprodução.

Uma possível explicação para o fenômeno seria o alto gasto de energia demandado pela reprodução. A sinalização, portanto, preveniria o organismo de começar um processo que não poderia ser concluído na ausência de alimento.

O grupo também descobriu que, no A. nidulans, as chamadas “proteínas G” – grupo de moléculas responsável pela sinalização em vários organismos – indicam a presença ou a ausência de luz no ambiente.

Se estiver no escuro e com disponibilidade de alimento, o fungo se reproduz de forma sexuada, se aproximando de outro indivíduo e compartilhando material genético. Na presença de luz, ele realiza a reprodução assexuada, lançando esporos no ar a fim de se disseminar.

Na avaliação de Goldman, a descoberta feita na espécie-modelo pode indicar formas de combater fungos patogênicos.

“Se encontrarmos meios de controlar a troca de genes dentro da população, poderemos controlar a resistência a fungicidas. Ao aplicar um fungicida e, ao mesmo tempo, um composto inibidor do processo sexual, poderemos diminuir a dispersão de variedades resistentes dentro da população”, explicou.

Uma vantagem das proteínas G descritas é que o seu mecanismo de ação é específico do fungo. Por isso, caso seja criada uma forma de inibi-las em patógenos, o risco de prejudicar lavouras ou humanos é muito baixo.

Os pesquisadores mostraram ainda o sistema que regula a produção da esterigmatocistina, composto secundário que, em espécies como A. flavus serve como precursor da aflatoxina, bastante prejudicial à lavoura.

“Quando entendemos melhor como compostos secundários são produzidos, temos outra possibilidade de controlar a proliferação desse tipo de organismo em plantas ou mesmo em humanos”, disse o pesquisador.

O grupo pretende agora estudar as interações entre as proteínas que compõem o sistema, a fim de entender com mais detalhes a interação do fungo com a luz e como exatamente ele produz toxinas.

O artigo GPCR-mediated glucose sensing system regulates light-dependent fungal development and mycotoxin production (doi: 10.1371/journal.pgen.1008419), de Thaila Fernanda dos , Laura Mellado, Jessica M. Lohmar, Lilian Pereira Silva, Jing-Jiang Zhou, Ana M. Calvo, Gustavo H. Goldman e Neil A. Brown, pode ser lido em: https://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1008419.

 

Com informações de Agência Fapesp, texto de André Julião.

5 de março de 2020 0 comentários
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