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Pesquisadores desenvolvem bioplástico como alternativa para reduzir o uso do plástico convencional

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, no Brasil, são despejados no mar 11 milhões de toneladas de plástico por ano. Pesquisas indicam que o volume deve dobrar até 2030 e quase triplicar até 2040. Um acordo global que trata de medidas contra a poluição de plástico foi, inclusive, aprovado neste mês de março pela ONU e classificou o plástico, oficialmente, como ameaça ao meio ambiente. Por isso, existe um grande esforço de pesquisa para encontrar alternativas a esse material que, além de poluir, utiliza recursos fósseis para sua produção.

“Imagine você comprar uma peça de hambúrguer e o plástico no qual ela vem embalada ser biodegradável e ainda comestível”, enfatiza a química Márcia Regina de Moura Aouada, professora da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (Feis-Unesp) e coordenadora do estudo que desenvolveu o bioplástico, também chamado de “plástico verde”.

Os pesquisadores que compõe o Grupo de Compósitos e Nanocompósitos Híbridos (GCNH) do Departamento de Física e Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Ilha Solteira, coordenado por Márcia Regina e também pelo professor Fauze Aouada, tem como objetivo desenvolver embalagens biodegradáveis de alimentos que, além de não ter como fonte recursos fósseis, proteja e prolongue a vida útil dos alimentos.

“O material foi desenvolvido a partir da preocupação que temos no Grupo em relação ao descarte das embalagens alimentares, que é um dos grandes problemas ambientais atuais. A questão maior é realmente reduzir o uso de plásticos convencionais, que usam os recursos fosseis para sua produção”, afirma a pesquisadora e coordenadora do Grupo.

“Utilizamos como matéria-prima principal para esse bioplástico a gelatina incolor, argila e nanoemulsão de óleo essencial de pimenta preta”, ressalta a química.

Ela explica que a gelatina foi um dos primeiros materiais usados na produção de biopolímeros e continua sendo muito empregada devido à sua abundância, baixo custo e excelentes propriedades para a formação de filmes. “No entanto, faltava aos biopolímeros propriedades mecânicas necessárias para termos uma embalagem equiparável à obtida a partir do petróleo, por isso acrescentamos a argila”, explica a pesquisadora.

O resultado foi uma embalagem ainda mais resistente que o plástico convencional. “Nos plásticos convencionais, à base de polietileno, a resistência à tração costuma variar entre 20 MPa e 30 MPa – menos da metade da alcançada com o bioplástico”, comemora Márcia Regina.

Ela detalha, também, que a nanoemulsão do óleo de pimenta preta foi adicionada com o objetivo de conseguir uma embalagem comestível com melhor odor e sabor e, além disso, que pudesse estender a vida útil do alimento embalado por meio da adição de componentes antimicrobianos e antioxidantes que o óleo essencial de pimenta preta tem. Para tanto, ela reforça que o óleo essencial poderá ser alterado conforme se fizer necessário para embalar outros tipos de alimentos.

Marcia Regina conta que, apesar da pandemia ter atrasado muito a evolução das pesquisas em geral, o seu grupo conseguiu avançar bastante nos últimos anos. Além do bioplástico mencionado, o grupo pesquisa a produção de embalagens comestíveis contendo nanoestruturas derivadas de purê de couve, purê de cacau, purê de cupuaçu e extrato de camu-camu, com potencial de aplicação nas indústrias de alimentos, fármacos e cosméticos.

“Pretendemos dar às pessoas a opção de uma embalagem coerente com a questão da sustentabilidade e o consumo consciente. A inclusão desse tipo de embalagem no mercado vai certamente diminuir a utilização de embalagens à base de plástico convencional, reduzindo, assim, o acúmulo de resíduos sólidos, que é um grande problema mundial”, reforça a pesquisadora.

Sobre a viabilidade dessas embalagens estarem à disposição dos consumidores, a química acredita ser possível, pois já tem algumas indústrias interessadas. “Nós não patenteamos ainda, é uma pesquisa de bancada, mas temos sim o sonho de ver esse produto sendo comercializado”, finaliza Márcia Regina.

2022 foi eleito pela ONU como o ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, ideia que abarca estudo desenvolvido pela química que, inclusive, enfatiza: “nossas propostas se encaixam nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU e acredito que devemos e podemos desenvolver mais pesquisas com o foco em alcançar esses objetivos fundamentais à qualidade de vida e sustentabilidade do planeta”.

A pesquisa é apoiada pela Fapesp por meio de um Auxílio Regular à Pesquisa e também por meio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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