O Desafio de Reduzir Emissão de Gases de Efeito Estufa nas Navegações Marítimas
Pesquisadores estudam limites para a emissão de poluentes e gases de efeito estufa no cenário da navegação marítima, responsável por 80% a 90% de todo o transporte mundial de produtos. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Claudio Mueller, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Poli, destaca que, se houver comparação com o nível de emissão de gases do efeito estufa por país, o comércio marítimo internacional fica em sexto lugar, ultrapassando o nível de emissão do Brasil.
As pesquisas desenvolvidas na Poli estão relacionadas ao melhoramento do escoamento do fluido ao longo do navio. Ou seja, formas de reduzir a potência que o navio precisa para se deslocar a uma certa velocidade. A partir de ferramentas numéricas, como explica o professor, é possível simular o deslocamento do navio (mudando o formato do casco e da hélice) para melhorar seu desempenho, reduzindo a força necessária para avançar na água.
“Essa técnica permite, em certo nível, reduzir em 10% o consumo do combustível”, afirma Mueller. “[Ela] minimiza o problema. Não é a solução final, porque temos grandes desafios para reduzir a produção de gases de efeito estufa até 2050. Mas é sempre um plus na redução do consumo de combustível.”
A questão ambiental vem assumindo cada vez mais importância na Organização Marítima Internacional (OMI), órgão da ONU que regula o comércio marítimo internacional. “Somente recentemente, com a necessidade de ser mais eficiente e de aproveitar todas condições ambientais, começou-se a estudar esses fenômenos com mais afinco”, comenta o professor.
Fonte: Jornal da USP