Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
Tag:

sustentabilidade

Notícias

Regulação da Mobilidade Elétrica: Quais os Avanços e Desafios

por jornalismo-analytica 24 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

A mobilidade elétrica avança a passos largos nas principais nações do mundo, como China, Estados Unidos e países da União Europeia. Com vistas às metas globais de descarbonização da economia, esses estados apostam na regulação do setor para criar incentivos não apenas para o consumo desses veículos, como também para a melhoria da infraestrutura e da tecnologia envolvidas.

Neste post, conheça o papel da regulação da mobilidade elétrica, as normas em vigência no Brasil, a importância da infraestrutura de recarga de veículos elétricos e da interoperabilidade, os principais padrões e protocolos de recarga e as perspectivas para o País. Acompanhe!

O papel da regulação da mobilidade elétrica

Mesmo com a crise provocada pela pandemia, o ano de 2020 trouxe avanços consideráveis para a mobilidade elétrica no Brasil. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), houve aumento de 66,5% nos emplacamentos em relação ao ano anterior.

No entanto, apesar dos bons números, é preciso mais incentivos para promover e facilitar a adoção de veículos elétricos no País. Na Europa, por exemplo, a UE espera alcançar 30 milhões de unidades elétricas até 2030. Para isso, os países estão apostando em incentivos não apenas econômicos e fiscais, mas também regulatórios e direcionados à infraestrutura de recarga.

Portugal e Noruega: os resultados da regulação e incentivos

Um exemplo de sucesso é Portugal. Ainda em 2010, o país estabeleceu a regulação da mobilidade elétrica e regulamentou inventivos para a utilização de veículos elétricos, criando uma política nacional.

Outro caso importante é a Noruega. O país nórdico foi o primeiro a superar 50% de carros elétricos vendidos, e isso só foi possível devido a uma série de estímulos, desde isenções a pedágios ao investimento em mais estações de recarga e a marcos regulatórios para impulsionar o setor.

Essas empreitadas bem-sucedidas mostram que o Estado tem papel fundamental para estimular a mobilidade elétrica, uma vez que, embora o setor privado possa contribuir grandemente para esses esforços, cabe aos governos estabelecerem suas políticas de transporte – e, no caso da mobilidade elétrica, ambientais.

A necessidade de impulsionar o mercado brasileiro

O Brasil pode se espelhar nos passos das nações europeias – e também da China e dos Estados Unidos – para ampliar o acesso a veículos elétricos no País. De fato, já contamos com medidas importantes, como a redução do IPI para esses veículos e diversas medidas no âmbito estadual, como a isenção do IPVA em unidades da federação como Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Ainda que escassas, essas medidas parecem já estar surtindo efeito. De acordo com o estudo Big Push para a Mobilidade Sustentável: Cenários para Acelerar a Penetração de Veículos Elétricos Leves no Brasil, feito pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), os veículos elétricos podem representar até 20% das vendas de automóveis até 2050.

Mesmo que isso represente saltos significativos em relação aos menos de 4% registrados atualmente, é preciso um esforço mais concentrado e coordenado. É necessário que o País defina seus objetivos e para onde pretende ir.

É a partir desse planejamento que poderemos aprofundar nossos marcos regulatórios para estimular a demanda e a inovação, incentivar a formação de novos mercados, impulsionar o transporte público elétrico e, como resultado principal, colaborar para o cumprimento de metas globais relacionadas à sustentabilidade.

Leia mais: Veículos elétricos no Brasil: quando a tecnologia deve ganhar força?

Normas para mobilidade elétrica no Brasil

Como comentamos, no Brasil, embora embrionárias, existem medidas importantes para a regulação da mobilidade elétrica. Destacamos:

  • Resolução n° 97/2015: instituída pela Câmera de Comércio Exterior (Camex), determina a redução de 35% para zero da alíquota do Imposto de Importação para carros elétricos ou movidos à célula de combustível. O corte também inclui veículos híbridos, com redução de 2% a 7%.
  • Lei n° 3.755/2018: cria o Programa Rota 2030, um conjunto de diretrizes do governo federal que inclui, entre outras coisas, metas de eficiência energética para veículos a combustão e estímulos para a produção de carros elétricos e híbridos.
  • Decreto n° 9.442/2018: reduz a alíquota do IPI sobre veículos elétricos de 25% para 7% e sobre veículos híbridos de 25% para 20%.
  • Resolução Normativa n° 819/2018: instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), dita sobre a regulamentação e a recarga de veículos elétricos para quaisquer empresas e pessoas interessadas na prestação desse serviço, com preços livremente negociados.
  • Portaria n° 2.519/2019: instituída pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC), define os seguintes programas prioritários: Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo, P&D para Mobilidade e Logística, Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, Desenvolvimento de Tecnologias em Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, FINEP 2030 e P&D e Engenharia para a Cadeia Produtiva do Setor Automotivo.

Infraestrutura de recarga de veículos elétricos

Um dos pontos centrais quando se trata da regulação da mobilidade elétrica é a infraestrutura de recarga. As medidas que visam aumentar a competitividade dos veículos elétricos e os tornarem mais acessíveis para o público devem vir acompanhadas de regulamentações que impulsionem a infraestrutura de carregamento por todo o País.

Nesse sentido, embora a recarga privada (residencial) destaque-se pela praticidade, o oferecimento de uma rede de abastecimento pública é fundamental para, assim como acontece com os postos de combustíveis hoje, garantir a circulação e a segurança dos veículos elétricos.

Como vimos, a Resolução Normativa n° 819/2018 da ANEEL é um importante marco, estabelecendo que empresas e pessoas podem exercer atividades relacionadas à recarga de veículos elétricos, criando um mercado não dependente do monopólio das distribuidoras de energia.

Assim, tanto essas empresas como estabelecimentos comerciais (postos de combustíveis, shoppings, entre outros) podem competir em um livre mercado para oferecer ao consumidor o serviço de carregamento de veículos elétricos, incentivando a expansão da infraestrutura pública.

O incentivo para a entrada de mais players no mercado de recarga de veículos elétricos não só abre as portas para a criação de novos modelos de negócios, como é importante para trazer segurança aos proprietários no que se refere à sua circulação.

Além disso, também é fundamental para distribuir melhor a demanda por energia ao longo do dia, evitando, por exemplo, picos exagerados de consumo durante a noite, o que pode sobrecarregar a rede e gerar novos problemas.

A importância da regulação para a interoperabilidade

Em um mercado com diversos atores, chegamos a outra questão-chave na regulação da mobilidade elétrica: a interoperabilidade.

Com mais locais oferecendo o serviço de recarga e adotando diferentes tipos de equipamentos e sistemas sem uma diretriz, isso pode trazer problemas aos proprietários, como a falta de compatibilidade entre o veículo e o eletroposto ou a simples falta dos meios de pagamento adequados.

Assim, é preciso criar soluções flexíveis que atendam todos os consumidores e garantir a interoperabilidade de tudo o que envolve a prestação desse serviço, desde a padronização de equipamentos até a definição de protocolos de comunicação.

Leia mais: Tecnologias para veículos elétricos: o que temos estudado sobre Mercado e Infraestrutura

Padrões e protocolos de recarga

As estações de recarga devem contar com um equipamento de suprimento que será conectado ao veículo elétrico por meio de um conector específico e se comunicar com com o carro para realizar o carregamento.

Existem dois tipos de recarga que podem acontecer no eletroposto: a recarga lenta, que pode levar até 8 horas para carregar o veículo completamente, e a recarga rápida, em que há modelos que já conseguem realizar o carregamento em cerca de 30 minutos. E isso pode se dar tanto por corrente alternada (CA) quanto por corrente contínua (CC).

A comunicação entre a estação de recarga e o veículo elétrico, em recargas CC, é feita por meio de protocolo PLC (Power Line Communication) ou CAN (Controller Area Network), relativos apenas ao processo de transferência de energia. Já em corrente alternada, esta comunicação ocorre apenas através de um sinal PWM (Pulse Width Modulation).

Estes protocolos, apesar de normatizados, geram desafios aos fabricantes de eletropostos que precisam adequar seus produtos para diferentes mercados, além da incerteza de qual é o mais adequado para locais em que não há um modelo predominante.

Para que a demanda por compatibilidade seja atendida, órgãos de padronização e as principais empresas do setor têm buscado criar protocolos específicos que garantam a interoperabilidade tanto de equipamentos quanto de sistemas.

E, nesse caso, destacam-se dois protocolo

ISO 15188

A ISO 15188 trata da comunicação entre a estação de recarga e o veículo, oferecendo suporte para diferentes mecanismos e trazendo a tecnologia Plug & Charge, em que o eletroposto reconhece automaticamente o veículo e já autoriza a recarga e a cobrança automática.

Esse padrão também permite a oferta de soluções de smart charging (recarga inteligente), em que o carregamento dos veículos se dá de modo planejado, com o objetivo de evitar a sobrecarga do sistema devido à alta demanda concomitante.

Além disso, a ISO prevê contemplar a tecnologia Vehicle to Grid (V2G), que permite que os veículos devolvam a energia não utilizada à rede em períodos de alta demanda. Este complemento pode ser valioso para os operadores da rede elétrica, tendo o veículo elétrico como uma fonte de energia despachável para atuar no balanço da rede elétrica e mesmo como fonte de energia em momentos de pico.

OCPP

O Open Charge Point Protocol (Protocolo de Ponto de Recarga Aberto) opera entre estações de recarga e centrais de gerenciamento, permitindo que os eletropostos sejam geridos remotamente, independentemente do tipo de conector ou fabricante.

Isso só é possível por meio dos CSMS (Charging Station Management System ou Sistemas de Gerenciamento de Estações de Recarga).

Atualmente, a versão mais recente do protocolo é a OCPP 2.0.1, que contempla o controle das transações de recarga, além de oferecer compatibilidade às tecnologias de smart charging e Plug & Charge previstas na ISO 15118.

Leia mais: Tecnologias e tendências em mobilidade elétrica

Como o Brasil pode avançar?

A venda de veículos elétricos teve o melhor quadrimestre da série histórica, e registrou o emplacamento de mais de sete mil unidades, segundo a ABVE. A entidade prevê que o mercado nacional deve superar a marca de 28 mil veículos somente em 2021 – número que, de acordo com outras projeções, pode ultrapassar 35 mil.

Já a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que o ritmo das vendas acelere para até 180 mil unidades comercializadas por ano até 2030, alcançando um total de 1 milhão de veículos elétricos. Para isso, no entanto, é preciso seguir apostando na regulação da mobilidade elétrica para gerar novos incentivos.

Além das medidas já citadas, está em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n° 3174/2020, que estabelece políticas federais de estímulos à utilização de veículos movidos à propulsão elétrica e híbridos.

No Senado, na esteira de medidas anunciadas por países como China, Reino Unido, França, Índia e Noruega, foi apresentado o Projeto de Lei n° 304/2017 que visa a proibir a venda de carros a combustíveis fósseis até 2030 e sua circulação até 2040.

Com incentivos regulatórios, o Brasil tem potencial para se tornar um dos principais mercados para a mobilidade elétrica, gerando oportunidades para as empresas que desejem investir em incentivos em pesquisas para explorar essa tecnologia de forma cada vez mais eficiente.

A Fundação CERTI tem incentivado a inserção dos veículos elétricos no Brasil. O Eletroposto Celesc, desenvolvido em parceria com a Celesc, visa à criação de uma infraestrutura para atender a demanda por postos de carregamento de veículos elétricos, bem como desenvolver estudos para compreender os impactos na rede e as novas oportunidades de mercado. Baixe gratuitamente o case para conferir os detalhes do projeto.

Fonte: Certi

24 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Saída da Petrobás da Área de Fertilizantes Coloca Soberania Alimentar do País em Risco, Avalia Diretor da FUP

por jornalismo-analytica 23 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

WhatsApp Image 2021-11-10 at 16.41.10 (1)A crise energética na Europa e na China e a disparada de insumos como o gás natural e o potássio estão criando um temor de uma possível crise no abastecimento de fertilizantes – produtos fundamentais para a produção de alimentos. O Brasil, como um grande player agrícola, já vê a questão com preocupação. Apesar de ser um grande produtor de alimentos, o Brasil é altamente dependente da importação de fertilizantes. Uma parcela de 85% desses produtos é comprada do exterior. Para o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o engenheiro petroquímico Gerson Castellano, um fator que contribuiu muito para aumentar ainda mais essa dependência foi a saída da Petrobrás do setor de fertilizantes. A estatal, como se sabe, hibernou algumas de suas fábricas de fertilizantes (Fafen) e já arrendou duas unidades do tipo (Sergipe e Bahia). A alegação, na época, era que as fábricas só davam prejuízos. “Eu entendo que aquela situação era momentânea. Além do mais, existe a questão estratégica. Para o Brasil, é muito importante deter a tecnologia e manter a produção interna para não ficar refém 100% da importação. Hoje, pagamos o preço disso por uma falta de planejamento”, avaliou Castellano. Segundo ele, o fertilizante nitrogenado teve um reajuste de 185% durante o ano. Só em outubro, o preço subiu 55%. Para Castellano, a decisão de hibernar ou vender as fábricas foi equivocada e contribui para aumentar a insegurança alimentar do país diante da crise no abastecimento de fertilizantes. “Importante lembrar que os fertilizantes nitrogenados são usados em muitas culturas importantes para nós, como a cana e o feijão – dois produtos muito fundamentais do ponto de vista de soberania alimentar”, lembrou. Para enfrentar esse cenário, o diretor da FUP afirma que uma medida no curto prazo seria retomar as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Mato Grosso do Sul, além de retomar as atividades da Fafen do Paraná. Ele também menciona que o Brasil deve estudar incentivos visando estimular a produção nacional de fertilizantes.

Poderia relembrar aos nossos leitores o processo de saída da Petrobrás do setor de fertilizantes e a atual situação desse mercado no país?

fafenA partir de 2018, a Petrobrás começou a concretizar um desejo de sair do setor de fertilizantes nitrogenados. O primeiro movimento da empresa nesse sentido foi hibernar as suas duas unidades no Nordeste – na Bahia e em Sergipe. Isto é, a empresa interrompeu a produção e manteve as condições para poder reativar os equipamentos a qualquer momento. Além disso, a companhia começou um processo de venda das fábricas de fertilizantes do Paraná e do Mato Grosso do Sul. A UFN III do Mato Grosso do Sul era a única que não estava operando ainda, pois ainda estava em construção, com 85% das obras concluídas. Essa unidade seria uma fábrica moderna, com alta produção – maior do que a das outras três Fafens. A ideia da Petrobrás era fazer uma venda casada da unidade do Paraná com a do Mato Grosso do Sul, mas a empresa não teve resultado positivo nesse desinvestimento.

No ano passado, a Petrobrás optou por hibernar a Fafen do Paraná. Nesse meio tempo, as Fafen de Sergipe e Bahia foram arrendadas para o grupo Proquigel/Unigel – e voltaram a produzir em 2021. O Brasil passou pelo ano de 2020 sem nenhuma oferta interna de fertilizantes nitrogenados. Quando o país tinha as três Fafen em funcionamento, importávamos em torno de 70% a 76% de fertilizantes nitrogenados. Mas no último ano os importados dominaram 100% do mercado. A produção das fábricas de fertilizantes de Sergipe e Bahia foram retomadas nesse ano, mas ainda estamos dependendo de quase 85% de importação de fertilizantes nitrogenados.

Uma das alegações da administração na época do arrendamento e hibernação das fábricas era que o setor de fertilizantes estava dando prejuízos. Como o senhor avalia essa postura?

photo-chemical-purification-and-catalysts-agricultureA Petrobrás estava olhando para um retrato momentâneo, no qual os fertilizantes estavam com preços baixos. No Brasil, os fertilizantes importados possuem um custo menor, por conta da isenção de impostos. É um lobby político de quem produz alimentos, já que há um entendimento de que é necessário facilitar a importação pelo fato de o Brasil não possuir uma produção interna suficiente para atender à demanda. Diante desse cenário, a Petrobrás realmente não estava alcançando lucros substanciais para manter as atividades dessa área de fertilizantes. Mas, repito: a empresa estava olhando um retrato daquele momento, no qual havia uma oferta grande de fertilizantes.

Eu entendo que aquela situação era momentânea. Além do mais, existe a questão estratégica. Para o Brasil, é muito importante deter a tecnologia e manter a produção interna para não ficar refém 100% da importação. Hoje, pagamos o preço disso por uma falta de planejamento.

Como resolver a discrepância entre o tratamento tributário dado aos fertilizantes importados e nacionais?

fafenO Brasil deveria pensar em algum modelo para que, no mínimo, essa relação de fertilizantes importados e locais fosse igualitária. O Brasil tem a tecnologia para produzir, mas vai pagar um preço alto pelo fato de ter produção local reduzida. A balança comercial brasileira depende muito das exportações de commodities agrícolas. Essas commodities, por sua vez, dependem dos fertilizantes.

A questão econômica, de como equilibrar isso, penso que o pessoal da área de Economia deveria avaliar a desoneração desse setor para fortalecer a produção local, de forma que possamos competir com o mercado internacional. Assim, não ficaríamos dependentes única e exclusivamente das importações, uma vez que estamos falando de um insumo de primeira necessidade. 

Importante lembrar que os fertilizantes nitrogenados são usados em muitas culturas importantes para nós, como a cana e o feijão – dois produtos muito fundamentais do ponto de vista de soberania alimentar.

Olhando para o curto prazo, qual o caminho para o Brasil atravessar essa escassez no fornecimento de fertilizantes do exterior?

fertilizantesNo curto prazo, podemos adotar algumas ações. Uma delas é reativar a Fafen do Paraná, que está hibernada. Ela poderia produzir, com a liderança da própria Petrobrás. Ou seja, recontratar o pessoal necessário e retomar a produção. Só com isso, você diminui em 10% a dependência dos produtos importados. Além disso, outro caminho seria concluir a UFN III do Mato Grosso do Sul. Na pior das hipóteses, em 18 meses você consegue fazer a UFN III começar a trabalhar. Já a fábrica do Paraná precisaria de um prazo de seis meses para voltar a funcionar.

A falta de oferta de fertilizantes no mundo se dá por vários fatores: o aquecimento da economia após a pandemia; o aumento do preço do gás natural no mercado internacional; e a chegada do inverno no hemisfério Norte – que aumenta a demanda de gás para aquecimento. Esse problema de abastecimento que vivemos agora pode tornar-se cíclico. No último ano, só para se ter ideia, o fertilizante nitrogenado teve uma subida de 185%. Só em outubro, subiu 55%. Por isso, a questão de soberania e autonomia do Brasil dependerá muito de como os governos tratarão essa questão.

Esse é um assunto estratégico, sem levar em conta partidos ou ideologias. Comer é algo que independe de crenças. O ex-presidente dos EUA, George Bush, disse certa vez: “Vocês já imaginaram um país incapaz de cultivar alimentos suficientes para sua população? Seria uma nação exposta às pressões internacionais. Seria uma nação vulnerável. Por isso, quando falamos de agricultura, estamos falando de uma questão de segurança nacional”. Essa fala é de Bush, um liberal. A questão alimentar é estratégica e extrapola ideologias ou qualquer outra coisa. 

E no longo prazo? Como incentivar de uma forma perene a produção nacional de fertilizantes?

esplanadaO caminho acaba caindo na questão fiscal. Se algum investidor quiser produzir internamente, ele vai avaliar se haverá retorno financeiro. Do jeito que estamos hoje, é preciso dar incentivos para quem vai produzir no país. Esses estímulos precisam ver avaliados pelo governo. Sem isso, fica muito difícil pensar em produção interna, porque o mercado é muito predatório. Claro que a concessão desses incentivos seria atrelada à contrapartidas, de forma a garantir autonomia ao Brasil.

23 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Qualidade da Água na Indústria Farmacêutica

por jornalismo-analytica 22 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Na indústria farmacêutica, a qualidade da água adquire algumas funções importantes. Além de participar dos processos de limpeza de materiais e superfícies, é uma das principais matérias-primas que entram na formulação dos produtos, o que exige grande atenção e análise em sua composição. Por ser um solvente universal, a água pode carregar consigo substâncias que comprometem não somente a qualidade dos medicamentos, mas também a vida útil dos sistemas de tratamento.

Os processos farmacêuticos são altamente delicados, o que exige o uso de materiais e equipamentos especializados e substâncias tratadas, inclusive a água, para evitar a degradação da composição química dos medicamentos.

Mesmo sendo considerada própria para o consumo, a água potável ainda possui substâncias que podem comprometer as propriedades das fórmulas dos medicamentos. Para ser utilizada para tal finalidade, a água precisa passar por diversos processos para evitar que impurezas e microrganismos alterem o resultado dos procedimentos.

ÁGUA COMO MATÉRIA-PRIMA

A água é a matéria-prima mais utilizada na produção farmacêutica, de biotecnologia, correlatos e cosméticos. Pode ser utilizada direta ou indiretamente, podendo ter grande impacto na qualidade do produto. Os requisitos de qualidade da água dependerão de sua finalidade e emprego, e da escolha do sistema de purificação para atender ao grau de pureza estabelecido.

O processo de purificação da água para uso farmacêutico é baseado na eliminação de impurezas físico-químicas, biológicas e microbianas até se obter níveis preestabelecidos em compêndios oficiais aprovados pelas autoridades sanitárias como a ANVISA e a Farmacopéia Brasileira (FB).

TIPOS DE ÁGUA

Existem diferentes tipos de água dentro de uma indústria farmacêutica. Dentre elas, podemos destacar:

Água Potável

O ponto de partida para qualquer processo de purificação de água para fins farmacêuticos é a água potável.  É obtida por tratamento da água retirada de mananciais, por meio de processos adequados para atender às especificações da legislação brasileira e deve estar em conformidade com os limites físicos, químicos e microbiológicos. É empregada, normalmente, nas etapas iniciais de procedimentos de limpeza e como fonte de obtenção de água de mais alto grau de pureza. Pode ser utilizada também na climatização térmica de alguns aparatos e na síntese de ingredientes intermediários.

Água Purificada (AP)

É produzida a partir da água potável e não contém qualquer substância adicionada, sendo obtida por combinação de sistemas de purificação em uma sequência lógica, tais como múltipla destilação, troca iônica, osmose reversa, eletrodeionização, ultrafiltração ou outro processo capaz de atender, com a eficiência desejada, aos limites especificados para os diversos contaminantes conforme a FB.

É empregada como excipiente na produção de formas farmacêuticas não parenterais e em formulações magistrais, desde que não haja nenhuma recomendação de pureza superior no seu uso ou que não necessite ser apirogênica. Também, pode ser utilizada na lavagem de material, preparo de soluções reagentes, meios de cultura, tampões, diluições diversas, microbiologia em geral, análises clínicas ou análises qualitativas ou quantitativas menos exigentes (determinações em porcentagem).

Água Ultrapurificada (AUP)

Possui baixa concentração iônica, baixa carga microbiana e baixo nível de carbono orgânico total (COT), sendo requerida em aplicações mais exigentes, principalmente em laboratórios de ensaios para diluição de substâncias de referência e na limpeza final de equipamentos e utensílios utilizados em processos que entrem em contato direto com a amostra. A utilização dessa água é essencial para a obtenção de resultados analíticos precisos. Deve ser utilizada no momento em que é produzida, ou no mesmo dia da coleta.

Água para Injetáveis (API)

Água para injetáveis é utilizada como excipiente na preparação de produtos farmacêuticos parenterais de pequeno e grande volume, na fabricação de princípios ativos de uso parenteral, de produtos estéreis, demais produtos que requeiram o controle de endotoxinas e não são submetidos à etapa posterior de remoção. É utilizada ainda na limpeza e preparação de processos, equipamentos e componentes que entram em contato com fármacos e medicamentos estéreis durante sua produção.

22 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Novos Laboratórios da USP Buscam Soluções Para Captura de CO2 no Pré-Sal e Estocagem de Energia Solar

por jornalismo-analytica 19 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) estão desenvolvendo soluções para o armazenamento de energia solar e também para a captura e injeção de dióxido de carbono (CO2) nas profundezas do pré-sal durante a extração de gás natural.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Essas inovações decorrem da criação de dois novos laboratórios – de Separação Supersônica e de Simulação Solar–, ambos instalados no Laboratório de Sistemas Energéticos Alternativos e Renováveis da Poli-USP. Eles receberam investimento de R$ 2 milhões da FAPESP e da Shell.

No Laboratório de Separação Supersônica, uma equipe de mais de dez pesquisadores desenvolveu um dispositivo para a separação do dióxido de carbono presente no gás natural. “No pré-sal, o CO2 fica misturado com o gás natural. É necessário separá-los antes de virem à superfície. O dióxido de carbono é um ‘peso morto’ nesse processo; não coopera em nada do ponto de vista energético”, conta José Roberto Simões Moreira, professor da Poli-USP.

Simões explica que já existem várias técnicas consagradas para a separação de CO2 do gás natural, mas apresentam um ponto desfavorável importante. “Elas geralmente precisam de altas taxas de compressão e, com isso, geram uma demanda energética muito alta nas máquinas compressoras. Além disso, as tecnologias de separação convencionais exigem investimentos elevados. A separação supersônica não chega a ser totalmente passiva do uso de energia, mas demanda muito menos energia e o custo é uma fração dos sistemas atuais”, diz o professor.

Além de cálculos, simulações e testes, os pesquisadores do RCGI desenvolveram um dispositivo, já patenteado, para que a separação supersônica seja realizada, e o CO2, reinjetado no subsolo marinho. “Nosso equipamento acelera a mistura de gases em velocidades de escala sônica ou supersônica. Com essa aceleração, a temperatura da mistura gasosa cai a ponto de ocorrer uma mudança de fase: o CO2 se torna líquido ou sólido e o gás natural continua em seu estado gasoso, o que permite separá-los com mais facilidade”, explica.

Armazenamento de energia solar

Outro projeto em andamento tem por objetivo o armazenamento químico da energia solar. “Um dos problemas da energia elétrica fotovoltaica é como armazená-la para o seu uso nos horários em que não há incidência solar. A solução mais comum é o uso de baterias elétricas, mas também é possível obter o armazenamento químico, por meio de reações químicas, como as que estamos estudando”, conta Moreira.

Nesse novo laboratório os pesquisadores estão desenvolvendo um simulador solar com o uso de lâmpadas de xenônio, cuja luminosidade incide sobre uma superfície em formato de parábola e é refletida em um ponto focal onde está instalado um reator termoquímico.

Segundo o docente da Poli, o “objetivo é fazer uma superfície paraboloide que concentre os raios solares em um determinado ponto. Com isso é possível alcançar temperaturas muito elevadas, a cerca de 1.000 °C, e promover reações termoquímicas que produzem combustíveis solares, sobretudo monóxido de carbono e gás hidrogênio, também chamado de gás de síntese”.

Após os testes com lâmpadas de xenônio, o projeto prevê a construção de um equipamento fora do laboratório, que atue com a incidência de luz solar.

De acordo com Moreira, a produção e o armazenamento dos gases combustíveis poderão ser bastante competitivos para fins industriais e comerciais. “Para residências, essa tecnologia não seria muito adequada por causa de tamanho e custos operacionais”, diz.

Fonte: Agência FAPESP

19 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

ABDAN Comemora Anúncia de Nova Usina e Pede Mais Reformas Para que o Setor Nuclear Continue em Ascensão

por jornalismo-analytica 18 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

celso-cunhaO setor nuclear brasileiro está concluindo a semana com um grande motivo para comemorar. O anúncio feito ontem (4) pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, de que o próximo Plano Decenal de Energia (PNE 2031) indicará a construção de uma nova usina nuclear no país soou como música para os ouvidos do mercado. Era um anúncio aguardado por muito tempo pelo segmento. Os motivos para festejar os avanços do setor estão postos à mesa, mas ainda assim não podem desviar o foco de outras medidas estruturantes necessárias para o mercado nuclear nacional. Essa é a opinião do presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha (foto).

Em discurso durante a cerimônia de entrega do Prêmio Honra ao Mérito Nuclear, realizada no Rio de Janeiro, Cunha celebrou o anúncio dos planos do governo para a construção do que seria a quarta planta nuclear brasileira. “A indicação de uma nova usina nuclear nele [no PDE] tirará as ações do campo das intenções e as colocará no foco da execução. Estamos ansiosos por este anúncio pelo Ministério de Minas e Energia”, afirmou. Contudo, o presidente da associação pede pressa em reformas nos setores de mineração de urânio e medicina nuclear. Ele também frisou que o país precisa de fato tirar o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) do papel, para dar autossuficiência ao Brasil na produção de radiofármacos usados no tratamento e diagnóstico do câncer.

WhatsApp Image 2021-11-04 at 12.03.35Por fim, Celso Cunha destacou ainda que o Brasil precisa começar a olhar com carinho para o tema de pequenos reatores modulares (SMRs). “A Marinha pode ajudar muito neste sentido com o seu reator que está sendo construído para uso na propulsão do submarino nuclear, que é um SMR”, completou. Além da cerimônia do Prêmio Honra ao Mérito Nuclear, o presidente da ABDAN participou virtualmente nesta semana da Expo Dubai, destacando os recentes avanços da indústria nuclear brasileira.

Leia abaixo o discurso completo do presidente da ABDAN durante a cerimônia do Prêmio Honra ao Mérito Nuclear:

Gostaria de primeiramente saudar o nosso embaixador na missão permanente da AIEA, Carlos Duarte, o saudando, cumprimento a todos os Membros do Governo Brasileiro. Gostaria de cumprimentar ao Almirante de Esquadra Marcos Olsen, Diretor-Geral da Diretoria de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha , o saudando, cumprimento a todos os amigos das Forças Armadas Brasileira. Gostaria de cumprimentar ao Contra-Almirante Antonio Barra, presidente da ANVISA, o saudando, cumprimento a todos os homenageados e aos nossos Associados do Setor de Medicina Nuclear. Gostaria de cumprimentar a todos os demais presidentes das nossas empresas associadas, conselheiros e colaboradores.

O setor nuclear vem dando um grande exemplo de cooperação e união em prol do Brasil, mesmo tendo algumas entidades do setor nuclear que pregam outras visões. Um grande exemplo disto está na criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, recém-criada após 11 anos de debates.

WhatsApp Image 2021-11-04 at 11.14.52A ABDAN, como entidade representativa do Setor Empresarial, com seus 34 anos completados no último dia 27 de outubro de 2021, reconhece aqui, publicamente os resultados obtidos nos últimos anos. Com tudo, vivemos momentos difíceis que a cada ano impõem novos desafios para que avancemos.

Precisamos avançar com as reformas de flexibilização da Medicina Nuclear e da Mineração. Temas estes de suma importância para o Brasil. Construirmos o RMB – Reator Multipropósito Brasileiro é fundamental. A pandemia demonstrou a urgência que temos por este projeto. A iniciativa privada está somente aguardando ser acionada a colaborar na viabilização de sua construção.

Trazer as novas tecnologias, como o uso de “Small Modular Reactor” na matriz elétrica brasileira, poderá acelerar o cumprimento do Plano Nacional de Energia 2050 no que tange a construção de 8 a 10 GW de novas Usinas Nucleares. A Marinha pode ajudar muito neste sentido com o seu reator que está sendo construído para uso na propulsão do submarino nuclear, que é um SMR.

Mais importante que o PNE 2050 é o PDE 2031 que está para ser anunciado. A indicação de uma nova usina nuclear nele tirará as ações do campo das intenções e as colocará no foco da execução. Estamos ansiosos por este anuncio pelo Ministério de Minas e Energia.

Gostaria de agradecer a todos os amigos aqui presentes, nesta data tão importante, quando reconhecemos o grande serviço prestado por nossos homenageados ao Setor Nuclear do Brasil.

Afinal nada surge do NADA. Nós Somos a ABDAN.

18 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Grupo propõe caminho alternativo e mais acessível para a produção de hidrogênio

por jornalismo-analytica 18 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Em artigo publicado na revista ChemSusChem, pesquisadores ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apresentam um caminho alternativo e mais acessível para a produção de hidrogênio.

A ideia é otimizar os fotocátodos – superfícies projetadas para converter luz em elétrons usando o efeito fotoelétrico – com elementos baratos, abundantes e não tóxicos, tornando-os livres de metais nobres, como a platina.

O estudo foi liderado por Lucia Mascaro, docente do Departamento de Química (DQ-UFSCar), e tem como primeiro autor Arthur Corrado Salomão, graduando em engenharia química na UFSCar e bolsista de iniciação científica da FAPESP sob a orientação de Marcos Antonio Santana Andrade Júnior, pós-doc no DQ-UFSCar.

Destacado na capa do periódico, o artigo de revisão trata dos principais cocatalisadores usados em fotocátodos de calcopiritas CIS e CIGS (cobre-índio-gálio-selênio), que são empregados na produção de hidrogênio a partir da reação fotoeletroquímica da quebra da molécula da água. Entre suas características notáveis, os fotocátodos de calcopirita apresentam alta absortividade, fotocorrente e uma alta eficiência para a reação fotoeletroquímica de quebra da molécula da água.

“O principal foco dessa pesquisa foi a busca por cocatalisadores de materiais baratos, como, por exemplo, as ligas metálicas de metais de transição abundantes, sulfetos metálicos e compostos de carbono, que apresentassem um potencial notável para a substituição de elementos extremamente caros e escassos que atualmente são usados como cocatalisadores nos dispositivos baseados em calcopiritas, como a platina e outros metais nobres”, explica Hugo Leandro Sousa Santos, aluno da UFSCar e coautor do artigo, que também é assinado por Mileny dos Santos e Marina Medina.

O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.

O artigo “Towards highly efficient chalcopyrite photocathodes for water splitting: the use of cocatalysts beyond Pt” está disponível em: https://chemistry-europe.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cssc.202101312.

Fonte: FAPESP

18 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Como a Mudança Climática Pode Afetar as Empresas em Todo o Mundo?

por jornalismo-analytica 16 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Mudança climática é um dos temas mais discutidos no planeta, e acredito que pouco compreendido com profundidade. Arrisco a dizer, que corremos o risco de perder ainda mais tempo com este que deve ser o principal desafio das próximas gerações. Já estamos em um estágio tão avançado de danos ao planeta que muitos nem falam mais de reversão, mas apenas de adaptação àquilo que virá. Este é um cenário assustador, mas que só pode ser combatido por meio do conhecimento, de ações pessoais e empresariais, e de cobrança aos nossos governantes.

Bill Gates, em seu livro ‘Como Evitar um Desastre Climático’, traz um pouco mais de compreensão sobre o assunto. Ele destaca que precisamos parar de emitir gases de efeito estufa para a atmosfera, ou seja, ter zero emissão – e não apenas reduções, como tanto se negociam hoje. Anualmente, 51 bilhões de toneladas desses gases são lançados, então o caminho até lá é duro e complexo, mas necessário. Gates detalha ainda o caminho para esta meta, empregando ferramentas de que já dispomos, e também buscando novas tecnologias para mudarmos o cenário atual.

Dentre as principais lições do livro, vemos como a indústria e a fabricação como cimento, aço e plástico geram 31% dos gases de efeito estufa. Geração de eletricidade dera 27%, enquanto a cultivação de plantas e animais 19%. Estes números em si são surpreendentes, mas as soluções existem, e vão desde decisões pessoais, como escolhas de consumo, até decisões de governo que vão desde investimentos em energia nuclear até pesquisas em enzimas para redução de geração de gás metano nos intestinos de animais bovinos. São problemas e soluções muito além do desmatamento e do uso de carros elétricos – estes, na verdade, são o básico do básico.

O que isso tem a ver com as empresas em todo o mundo? Todas as companhias do planeta devem se preocupar com a mudança climática, pois seus efeitos irão afetar cada vez mais o consumo, a saúde das pessoas, a renda, a logística internacional e tantos outros fatores. Hoje, vemos a China parando suas indústrias por falta de carvão, e por estarem fazendo uma transição forçada para uma geração mais limpa de energia. Isso já está gerando falta de material para muitos setores, incluindo a farmacêutica.

Aqui no Brasil, a falta de chuva gera risco de apagão elétrico devido ao nível baixo nas hidrelétricas, e nós temos que saber medir e avaliar esse risco como empresa, pois nossos processos não podem parar. Temos também, na Nortec Química, nossas ações para redução do consumo de água e nosso acompanhamento constante de tratamento de efluente e emissão de gases.

Enfim, tudo é muito conectado, e precisamos explorar mais o assunto. Espero que cada vez mais a gente consiga, como indivíduo, como empresa, como sociedade, tornar nossas ações relacionadas à mudança climática uma prioridade em nossas vidas.

* Marcelo Mansur é presidente da Nortec Química.

 

Sobre a Nortec Química 

A Nortec Química é a maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina, investindo em Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação em seus processos. A Companhia é a única produtora de Benznidazol no mundo, IFA utilizado no tratamento da Doença de Chagas e é a maior produtora de Antirretrovirais do Ocidente. A relevância da Nortec Química no cenário mundial permanece com o aumento da capacidade produtiva e na atuação em P&D com o projeto de instalação da Primeira Planta para Drogas de Alta Potência, contribuindo com soluções tecnológicas para a melhoria do bem-estar, da vida e da saúde das pessoas. Atualmente, uma planta inteira da Nortec Química é dedicada à produção de Midazolam, sedativo utilizado no Kit intubação da Covid-19. A empresa foi fundada em 1985, em Xerém, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

16 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Alimentos com Vitamina B9 Produzida por Bactérias Podem ser Alternativa a Suplemento Sintético

por jornalismo-analytica 11 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Com o objetivo de ampliar as opções de alimentos suplementados com folato – também conhecido como vitamina B9 ou ácido fólico –, duas integrantes do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram produtos que contêm até 20% da necessidade diária desse nutriente, mas utilizando a sua forma natural em vez da sintética.

O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP).

O consumo excessivo de ácido fólico está associado a alguns efeitos indesejados. Ele pode, por exemplo, mascarar a deficiência de vitamina B12, que pode levar a problemas neurológicos e anemia.

“O que está descrito na literatura é que, ao consumir as formas naturais da vitamina, não ocorre esse problema. Mas o suplemento sintético demora mais para ser metabolizado, pois precisa passar pelo fígado para se tornar bioativo”, explica Marcela Albuquerque, pós-doutoranda do Laboratório de Microbiologia de Alimentos da FCF-USP e bolsista da FAPESP.

Para produzir a vitamina B9, as pesquisadoras utilizam cepas de bactérias lácticas que são seguras para o consumo humano e que já são empregadas pela indústria de alimentos. “Após serem submetidas a determinadas condições, dependendo dos nutrientes disponíveis no meio, do pH e da temperatura, as bactérias que possuem os genes relacionados à biossíntese de folatos podem produzir a vitamina. Depois, selecionamos as cepas com maior produtividade e aplicamos para o desenvolvimento de um produto fermentado, como leite ou iogurte”, explica Ana Clara Cucick, doutoranda da FCF-USP.

Segundo a pesquisadora, muitos países aderiram a programas de fortificação obrigatória de alimentos para combater a deficiência de folato, como o Brasil, por exemplo, onde as farinhas de trigo e milho são fortificadas com ferro e ácido fólico para prevenir a anemia em crianças e malformações nos fetos.

Tal estratégia trouxe benefícios, como a redução de aproximadamente 30% na ocorrência de doenças do tubo neural em bebês, segundo relatório divulgado em janeiro de 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Porém, tem sido alvo de preocupação devido aos possíveis efeitos colaterais advindos da ingestão excessiva do ácido fólico.

Em seu estudo, Cucick conseguiu um leite fermentado que fornecia 20% da recomendação diária de ingestão de vitamina B9 em uma porção de 250 mililitros. O produto também foi testado em animais para avaliar a biodisponibilidade do nutriente, ou seja, o quanto da vitamina contida no leite fermentado poderia ser aproveitado pelo organismo. Os animais que consumiram o alimento tiveram um aumento de glóbulos vermelhos e hemoglobinas, mostrando que ele pode ser uma alternativa promissora para aumentar a ingestão de folato.

Já Albuquerque desenvolveu um produto de soja fermentado que alcançou 14% da indicação diária de consumo da vitamina, além de conter microrganismos probióticos. Os dados mostram que a combinação do subproduto do maracujá, descartado pela indústria, e de frutooligossacarídeos foi capaz de estimular a cultura de microrganismos probióticos a produzir folato. O produto também foi submetido a estresse gastrointestinal in vitro e mostrou maior bioacessibilidade de folato em relação aos controles.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do FoRC.

11 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Aché é Eleito a Empresa Mais Inovadora do Setor Farmacêutico

por jornalismo-analytica 10 de novembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Pela sétima vez consecutiva, o laboratório vence o Prêmio Valor Inovação, um dos principais reconhecimentos de inovação do país

A inovação é parte fundamental do Aché Laboratórios Farmacêuticos e um dos pilares estratégicos da companhia. Como resultado dos investimentos e esforços dedicados a essa frente, a empresa acaba de ser anunciada como a vencedora do Prêmio Valor Inovação na categoria “Farmacêuticas e Ciências da Vida”. No ranking geral, o Aché ocupou o 13º lugar de 150 posições.

“É com muita alegria e orgulho que recebo esse prêmio, o qual dedico a toda Geração Aché, formada por nossos colaboradores que se empenham todos dias na busca por soluções inovadoras, que impactam positivamente na saúde de milhares de brasileiros e nos permitem cumprir nosso propósito de levar mais vida às pessoas onde quer que elas estejam”, afirma Vânia Nogueira Alcantara Machado, presidente do Aché Laboratórios Farmacêuticos.

Como exemplo de sua atuação inovadora, o Aché lançou 26 novos produtos este ano e prevê o lançamento de mais dez até o final de 2021. Os investimentos em inovação também seguem em ritmo acelerado e a expectativa é de que a companhia esteja investindo cerca de 60% mais em pesquisa, desenvolvimento e inovação este ano, em comparação ao ano anterior.

O Prêmio Valor Inovação é realizado pelo jornal Valor Econômico em parceria com Strategy& — consultoria estratégica da PwC. Este ano, 226 empresas de inscreveram na premiação, que avaliou cinco pilares: intenção de inovar, esforço para realizar a inovação, resultados obtidos, avaliação do mercado e geração de conhecimento.

Sobre o Aché Laboratórios

Companhia 100% brasileira, fundada há 55 anos, o Aché está entre as maiores empresas farmacêuticas do Brasil e oferece um portfólio de 363 marcas em 917 apresentações de medicamentos prescritos, genéricos e isentos de prescrição, cobrindo 145 classes terapêuticas e 18 especialidades médicas. Os produtos Aché, desenvolvidos para registro em mercados altamente regulamentados, estão presentes em 29 países da América Latina, África, Ásia e Europa.

O Aché emprega mais de 5.000 colaboradores e possui uma das maiores forças de vendas do setor farmacêutico do Brasil. É líder em medicamentos de prescrição e tem participação relevante nos demais segmentos em que atua.

Possui cinco unidades industriais: em São Paulo, capital; em Guarulhos, estado de São Paulo; em Londrina, estado do Paraná; em Anápolis, estado de Goiás; e em Cabo de Santo Agostinho, estado de Pernambuco. Além disso, a empresa detém 25% da Bionovis, resultado de uma joint venture com outras três empresas farmacêuticas brasileiras. Ao executar com excelência sua estratégia, o Aché vem alcançando resultados de crescimento acima do mercado farmacêutico.

10 de novembro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Novos Posts
Posts Antigos

Leia a última edição

permution
Ohaus

Últimas notícias

  • Revista Analytica Ed. 138
  • Revista Analytica Ed. 125
  • Revista Analytica Ed. 124
  • Revista Analytica Ed. 123
  • Revista Analytica Ed. 122
  • Revista Analytica Ed. 121

Inscreva-se na Newsletter

Assine nossa newsletter para receber novas publicações, dicas e muito mais.

Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário.
Carregando
Revista Analytica

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Categorias em destaque

  • Notícias
  • Em foco
  • Eventos
  • Artigo científico
  • Informe de mercado

Redes Sociais

Facebook Twitter Instagram Linkedin
  • Politica de privacidade
    • LGPD
    • COOKIES
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign