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sustentabilidade

Notícias

Pandora prevê crescimento dos diamantes cultivados em laboratório

por jornalismo-analytica 19 de agosto de 2024
escrito por jornalismo-analytica

OCEO da Pandora, Alexander Lacik, projeta que, em menos de dez anos, os consumidores passarão a comprar mais diamantes cultivados em laboratório do que pedras extraídas. Este movimento reflete uma crescente conscientização sobre os custos e o impacto ambiental associado à extração. Atualmente, os diamantes cultivados representam cerca de 20% do mercado total, segundo estimativas de Lacik.

Em entrevista recente à Bloomberg TV, o executivo destacou que a rápida mudança na percepção dos consumidores tem causado uma “grande ruptura” no mercado de joias. Durante o segundo trimestre, a Pandora vendeu peças com diamantes cultivados em laboratório no valor de 61 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de US$ 8,9 milhões), um aumento de 88% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar desse crescimento, as vendas de diamantes sintéticos ainda representam menos de 1% das vendas totais da empresa.

A meta da Pandora é alcançar vendas anuais de 1 bilhão de coroas dinamarquesas (aproximadamente US$ 147 milhões) em diamantes cultivados até 2026, o que representaria cerca de 3% da receita total. Lacik acredita que esse segmento continuará a crescer em ritmo acelerado.

Como parte de sua estratégia para ampliar a presença no mercado de joias e se distanciar da imagem focada apenas em pulseiras de pingentes, a Pandora está levando diamantes mais acessíveis ao público de classe média. Os custos de produção em laboratório são cerca de um quarto a um terço dos extraídos, tornando-os uma opção atraente para consumidores preocupados com o preço e a sustentabilidade.

A Pandora lançou sua primeira coleção de diamantes sintéticos na União Europeia em junho de 2023, começando pelo seu mercado doméstico, a Dinamarca, e a recepção tem sido positiva. Além da Europa, o produto já está disponível no Reino Unido, América do Norte, Austrália, México e Brasil, com planos de expansão para outros mercados globais.

Matéria – Portal IN, Por Eduardo Buchholz
Imagem – Alexander Lacik, CEO da Pandora.

 

19 de agosto de 2024 0 comentários
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Notícias

Caixas de medicamentos coletadas em farmácias da RD Saúde viram embalagens de linha ‘natureba’

por jornalismo-analytica 9 de agosto de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Em casa, remédios vencidos e embalagens vazias costumam se acumular em nécessaires, gavetas e farmacinhas. Sem informação, muitas pessoas, de tempos em tempos, acabam fazendo o descarte no lixo doméstico, no ralo ou no vaso sanitário. Os resíduos podem levar à contaminação da água e o solo, da fauna e dos humanos

A RD Saúde, dona das redes de farmácias Drogasil e Raia, identificou no problema uma oportunidade de investir em soluções baseadas na economia circular. Para isso, adaptou as lojas para que se tornassem pontos de coletas desses materiais, transformou as caixas e bulas em embalagens para a linha da Natz e agora se prepara para aumentar o uso do que teria como destino os aterros sanitários.

Como explica Renata Mascarenhas, diretora de Marcas Próprias, o desenvolvimento da marca Natz, que usa componentes naturais em sua composição, com um apelo saudável e sustentável, foi identificado como uma oportunidade de adotar embalagens ecoeficientes.

O lançamento aconteceu em 2022. A marca foi escolhida na época para o projeto de economia circular por ser nova, o que permitiu que fosse desenhada sob os critérios da circularidade. Apesar dos avanços, a diretora da RD considera que o projeto ainda está em fase de aprendizado. “Não bastava ter o design do produto. Precisávamos contar com uma embalagem resistente, que substituísse o papel e mantivesse uma boa experiência de consumo”, completa a executiva. A Natz tem sido um dos destaques no portfólio da RD Saúde, com crescimento acima de 20% ao ano em faturamento e em unidades vendidas.

Parceiros especializados
Para a iniciativa, a RD Saúde contratou empresas parceiras especializadas no transporte, na coleta e seleção do material e na produção das embalagens ecoeficientes feitas com papel e papelão reciclados.

Em 2023, foram coletadas cerca de 280 toneladas de medicamentos vencidos e 1,2 tonelada de papel e papelão nas 3.050 farmácias. No entanto, apenas os resíduos captados no estado de São Paulo são usados nas caixas de itens da linha Natz. O que é descartado pelos clientes nos demais estados também passa por triagem para ter o manuseio e o destino ambientalmente correto.

Ter os pontos de coleta de medicamentos vencimentos e embalagens espalhados pelos pontos de venda, segundo a executiva, também tem um papel educativo junto aos clientes. “Quanto mais pudermos disseminar o serviço, mais pessoas vão conhecer e se engajar”, diz a diretora.

O objetivo, segundo a diretora da RD Saúde, é expandir o projeto da Natz para todas as marcas próprias da companhia, como a Needs e a Caretech. A empresa tem o compromisso de, até 2030, ter 40% das embalagens mais sustentáveis, ecoeficientes, com uso de material reciclado. “Esperamos por mais avanços nos próximos anos. Estamos trabalhando para ainda neste ano ampliarmos o uso das embalagens recicladas”, adianta Renata. No radar da executiva, embalagens para itens de primeiros socorros e cosméticos.

Matéria – Exame, Por Paula Pacheco
Imagem – Expansão: depois da linha Natz, a Needs e a Caretech devem ser as próximas a passar pelo processo de embalagens ecoeficientes (Ricardo Teles/Mirante Imagens/RD Saúde/Divulgação)

9 de agosto de 2024 0 comentários
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EventosNotícias

Sistema CFQ/CRQs participa pela primeira vez da 28ª Higiexpo

por jornalismo-analytica 6 de agosto de 2024
escrito por jornalismo-analytica

O Sistema CFQ/CRQs participará pela primeira vez da 28ª Higiexpo, que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15 de agosto de 2024, em São Paulo (SP). Realizada pela Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), a feira é a maior da América Latina no setor de higiene, limpeza e conservação ambiental, reunindo expositores, palestrantes e visitantes para promover negócios, transmitir conhecimento e facilitar networking entre os Profissionais da Química.

Mistura Explosiva
O Conselho Federal de Química (CFQ) levará ao evento o jogo Mistura Explosiva, em a parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), um produto da campanha “Limpando conceito, clareando ideias”, que tem por objetivo fornecer informações e dicas sobre os riscos de misturas caseiras de produtos de limpeza, popularizadas durante a pandemia da Covid-19.

O espaço lúdico da instituição terá a versão do jogo em tabuleiro, para que os participantes possam experienciar a brincadeira educativa da melhor forma possível. Na ocasião, os jogadores recebem orientações essenciais sobre a importância de evitar misturas perigosas, como água sanitária com outros produtos químicos, bem como a não utilização de produtos de limpeza clandestinos.

A campanha já percorreu as cidades de Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Campina Grande (PB), Florianópolis (SC), Natal (RN), Salvador (BA) e desembarca novamente na capital paulista (SP).

A Feira
Durante a feira, serão apresentadas diversas inovações e soluções em produtos saneantes para limpeza e desinfecção, sabonetes antissépticos, máquinas de limpeza e polimento de pisos, mops codificados por cores, carros funcionais para transporte de equipamentos hospitalares, entre outros.

Os destaques que o evento oferecerá este ano incluem equipamentos automatizados de limpeza, robôs de higienização e sistemas sustentáveis, como secadores de mãos com purificação por ultravioleta e lavadoras de roupas a frio com ozônio.

Sustentabilidade
Nesta edição, a Higiexpo também destaca a sustentabilidade com iniciativas marcantes, como a jornada para preservar biomas, que consiste na compensação de cada metro quadrado de estande com um metro quadrado de floresta em pé.

A iniciativa será desenvolvida por meio de biocréditos, um instrumento econômico que permite que empresas privadas financiem atividades que promovam ganhos para a biodiversidade, como conservação ou restauração florestal.

Atrações
Entre as atrações do evento estão o Campeonato Nacional de Limpadores de Vidro, bem como orientações sobre práticas de limpeza em instituições de ensino e discussões sobre a importância da higienização em espaços públicos para evitar a propagação de doenças infecciosas.

Além disso, serão abordados cuidados essenciais para a limpeza de escritórios, garantindo ambientes saudáveis e produtivos.

O CFQ, a Abipla e o Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV – SP) estarão juntos apoiando o encontro, que será uma excelente oportunidade para conhecer as mais recentes tecnologias e práticas sustentáveis do setor, promovendo a troca de experiências entre profissionais, especialistas e líderes de grandes empresas.

Serviço
28ª Feira de Produtos e Serviços para Higiene, Limpeza e Conservação Ambiental
Data: De 13 a 15 de agosto
Hora: 13h às 20h
Local: Pavilhões 4 e 5 do São Paulo Expo (Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Vila Água Entrada: Gratuita
Mais informações e inscrições em Link

6 de agosto de 2024 0 comentários
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Notícias

Novo documento aponta propostas para uso sustentável dos recursos naturais na agropecuária brasileira

por jornalismo-analytica 19 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Os desafios associados ao modelo de uso da terra predominante no Brasil, em que prevalece a monocultura em larga escala e as soluções para tornar a agropecuária uma prática mais sustentável e inclusiva, são abordados pelo Sumário para Tomadores de Decisão (STD) do Relatório Temático sobre Agricultura, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, lançado nesta terça-feira (16) no Rio de Janeiro. Publicado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), o documento foi elaborado por 35 pesquisadores, incluindo cientistas da USP, que sintetizaram o conteúdo principal com linguagem simplificada e em formato didático. O relatório compila informações científicas e casos exitosos sobre as interações entre os usos do solo e a biodiversidade no Brasil, sob a ótica do bem-estar humano e levando em conta os saberes tradicionais.

O sumário pode ser lido na íntegra neste link. Além da síntese de conhecimento sobre a temática, o texto traz propostas para um melhor manejo do capital natural no meio rural nacional. O documento visa influenciar gestores e lideranças das esferas pública e privada na tomada de decisões com foco na sustentabilidade e no equilíbrio da tríade agricultura, biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Na USP, participaram da elaboração do documento o pesquisador Silvio Crestana, do Instituto de Estudos Avançados (IEA), Raquel Aparecida Moreira, professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) em Pirassununga, como coordenadores, e Gabriela Di Giulio, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP), uma das autoras do capítulo sobre “Trajetória histórica e panorama atual das relações entre agricultura, biodiversidade e serviços ecossistêmicos”.

O estudo que originou o relatório mobilizou ao longo de três anos 100 profissionais de inúmeras áreas, pertencentes a mais de 40 instituições distribuídas por todos os biomas do País. Benefícios gerados pela natureza que sustentam a vida no planeta, os serviços ecossistêmicos são essenciais para garantir a capacidade da produção agrícola. Água limpa, regulação do clima, manutenção da fertilidade e da estrutura do solo, polinização de culturas e controle biológico de pragas e doenças são alguns exemplos. Tão conhecidos quanto as denominações ‘potência agrícola’ e ‘País megadiverso’ são os conflitos e as dificuldades de diálogo que tendem a manter apartadas as agendas da conservação ambiental e da produção rural no Brasil.

Dimensões do impacto
Topo do ranking das nações megadiversas e detentor de um vasto e rico território que abriga 20% das espécies do planeta, o Brasil também tem solo fértil, água abundante e clima favorável para a produção de alimentos. Segmento crucial para a economia nacional, o agronegócio é responsável por cerca de 20% dos empregos formais e por mais de um quarto (27%) do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (R$ 403,3 bilhões em 2020). Em grande parte, é caracterizado por monoculturas em larga escala, com sistemas de irrigação intensivos e uso excessivo de insumos, fertilizantes e agrotóxicos. “O modus operandi do setor tem se mostrado insustentável, aumentando a pressão sobre o capital natural e originando grandes impactos ambientais”, pontua Gerhard Ernst Overbeck, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do relatório. “Isso compromete a saúde humana e afeta inclusive os serviços ecossistêmicos dos quais a atividade depende.”

Rachel Bardy Prado, pesquisadora da Embrapa Solos e também coordenadora da publicação, reforça que a escassez de recursos naturais em algumas partes do País e os efeitos sobre o clima colocam em xeque a própria abundância da agricultura brasileira. “As principais cadeias de valor de alimentos estão suscetíveis às mudanças climáticas e certas regiões poderão sofrer quedas de produtividade e alterações na aptidão para determinadas culturas”, diz o texto. Modelos projetados estimam, por exemplo, que na fronteira Amazônia-Cerrado as variações no clima regional vão comprometer a viabilidade de 74% das atuais terras agrícolas até 2060.

Dados do MapBiomas, projeto que faz o mapeamento anual da cobertura e uso da terra, além da superfície da água e das cicatrizes de fogo existentes no Brasil, revelam que, entre 1985 e 2022, a área da agricultura no Brasil cresceu 95,1 milhões de hectares (Mha). Overbeck destaca que, na maioria dos casos, isso se deu às custas da destruição da vegetação nativa, o equivalente a 10,6% do território nacional. Em 2022, a agropecuária já ocupava 33% da área do País (282,5 Mha) e suas emissões respondiam por cerca de 27% do total de 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) lançados pelo Brasil na atmosfera. Segundo o relatório, a tendência é a ampliação de cultivos de soja, milho e cana-de-açúcar no Cerrado e na Mata Atlântica e de áreas de pastagens na Amazônia e no Pantanal. “Essa expansão agrícola intensificará a pressão sobre unidades de conservação e terras indígenas, com impactos negativos para o meio ambiente e as comunidades locais”, diz o estudo.

Imagem: reprodução do sumário (p.11)

 

Imagem: reprodução do sumário (p.13)

Agricultura familiar
O potencial produtivo do País não se restringe às grandes propriedades rurais, pois a agricultura familiar é uma peça-chave no contexto agrícola nacional. “Ela responde por aproximadamente 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa e contribui para a segurança alimentar da população”, aponta Rachel Bardy Prado. Conhecida pelo manejo conservacionista dos recursos ambientais, pelo menor uso de insumos e pela diversidade de cultivos, a agricultura familiar – que congrega pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais (PCTs), assentados de reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores – emprega dois terços da mão de obra rural brasileira e assegura parcela significativa da renda no campo. Em 2017, seu valor de produção foi de R$ 106,5 bilhões, enquanto a cifra da agricultura comercial convencional atingiu R$ 355,9 bilhões.

O fomento a essa modalidade de agricultura é um dos caminhos apontados para conciliar a produção agrícola com baixas emissões de carbono e com a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. No entanto, o setor ainda enfrenta dificuldades para conseguir crédito rural e assistência técnica. Segundo os pesquisadores, o simples cumprimento da Lei de Proteção da Vegetação (norma federal, instituída em 2012) evitaria, entre 2020 e 2050, a perda de 32 Mha de vegetação nativa no País. Além disso, “o aumento na produtividade das pastagens brasileiras permite atender a demanda futura por carne, culturas agrícolas, produtos madeireiros e biocombustíveis, sem a necessidade de converter mais hectare algum de vegetação nativa e ainda liberando terra para restauração em larga escala, por exemplo, na Mata Atlântica”, diz o texto.

Outras alternativas incluem o estímulo à restauração de áreas de reserva legal (RL) e de preservação permanente (APP); os incentivos econômicos e mecanismos financeiros para atividades agrícolas sustentáveis – como Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), linhas de crédito verdes, créditos de biodiversidade, REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) e mercado de Cotas de Reserva Ambiental; os programas de extensão rural com foco na agroecologia; a valorização e a disseminação de práticas e tecnologias sociais de PCTs; os sistemas de rastreabilidade de cadeias produtivas; o Sistema Plantio Direto; as florestas plantadas; o turismo rural; e o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. “Contudo, para atingir a transformação desejada nos sistemas de produção agrícola, esses mecanismos precisam ser incentivados e disseminados para ganhar escala, ampliar sua abrangência nos biomas e, sobretudo, alcançar os agricultores mais vulneráveis”, ressalta Overback.

A transição para um modelo produtivo sustentável no Brasil requer esforços de diferentes setores da sociedade e o engajamento de múltiplas áreas do governo, como planejamento, agricultura, meio ambiente e desenvolvimento regional. “A verdadeira sustentabilidade da agricultura passa pela melhoria da qualidade de vida no campo e nas cidades, pela agregação de renda aos marginalizados, pelo aumento da soberania alimentar e pela manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos”, avalia Rachel Bardy Prado. Outro passo fundamental para uma boa governança agroambiental é romper a dicotomia entre produção e conservação e dissipar a falsa ideia de que a biodiversidade atrapalha o crescimento. “Em longo prazo, só teremos desenvolvimento econômico no País, e principalmente no setor da agropecuária, se conseguirmos fortalecer a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Esses campos são aliados e não opositores!”, finaliza Overbeck.

A Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (na sigla em inglês, BPBES), lançada em 2017, reúne um grupo independente de cerca de 120 especialistas, professores universitários, pesquisadores, gestores ambientais, detentores de conhecimentos tradicionais e tomadores de decisão. Seu objetivo é produzir sínteses do melhor conhecimento disponível pela ciência acadêmica e pelos saberes tradicionais sobre as temáticas da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos e suas relações com o bem-estar humano, com foco nos biomas continentais do Brasil e na área marinha-costeira.

Em sua criação, a BPBES teve suporte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). Atualmente conta com apoio financeiro do Instituto Serrapilheira e com recursos advindos de emendas parlamentares. Conheça mais sobre a plataforma em www.bpbes.net.br.

Matéria – Jornal USP, Texto: Da Redação*
Arte: Beatriz Haddad**
Imagem – Exemplo de paisagem multifuncional na região serrana do Rio de Janeiro – Foto: Rachel Bardy

19 de julho de 2024 0 comentários
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Notícias

ESG: o que é a sigla que virou sinônimo de sustentabilidade

por jornalismo-analytica 5 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Meio ambiente, social e governança. É assim que se traduz do inglês a sigla ESG (Environmental, social and Governance). Essas três letras praticamente substituíram a palavra sustentabilidade no universo corporativo. Mas, afinal, do que se trata esse novo conceito?

O que é ESG?

O ESG surgiu no mercado financeiro como uma forma de medir o impacto que as ações de sustentabilidade geram nos resultados das empresas. A sigla surgiu a primeira vez em 2004, dentro de um grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment (PRI), rede ligada à ONU que tem objetivo de convencer investidores sobre investimentos sustentáveis.

James Gifford, economista que liderava o PRI, resumiu assim o significado de ESG:

“O ESG é apenas um subgrupo inserido no contexto maior do investimento sustentável. O termo foi criado, especificamente, para focar em questões materiais. A ideia foi inverter a lógica do que, na época, era chamado de investimento ético, para se concentrar em fatores relevantes para os investidores. Se você tem uma responsabilidade fiduciária, como no caso de um fundo de pensão, não deveria estar pensando num horizonte de nove meses, mas sim de nove anos, ou de 20 anos. E quando se considera esse horizonte, temas como mudanças climáticas, riscos sociopolíticos etc., se tornam relevantes. Algumas pessoas usam o termo de maneira mais ampla, mas o ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos. Não é mais sobre ética.”

O que é ESG nas empresas?

Muitas empresas hoje são maiores do que o PIB de vários países, e muitas empresas estão diariamente — e várias vezes ao dia — se relacionamento com as pessoas, dentro de suas casas. Junto com o tamanho e a importância das empresas, vêm também as responsabilidades. Se no passado uma empresa deveria estar focada no seu crescimento e na sua lucratividade, hoje o papel delas na sociedade é muito mais amplo.

No passado, aprendemos sobre externalidades, que poderiam ser positivas ou negativas. A poluição era exemplo de externalidade negativa. Hoje, é difícil imaginar esse conceito de externalidade, pois uma empresa tem de “internalizar” — por legislação, princípio ou pressão dos clientes e da sociedade — o que antes era considerado externalidade, além de assumir responsabilidades que antes não eram consideradas suas.

Nesse cenário, vemos o conceito do capitalismo de stakeholder ganhar espaço sobre o capitalismo de Milton Friedman, economista ganhador do Prêmio Nobel que pregava que o retorno ao acionista (lucro) deveria ser o principal objetivo de uma companhia. Esse entendimento, com o ESG, está mudando. A geração de valor para todas as partes interessadas na empresa, os chamados stakeholders, passa a ser a razão de existir de uma empresa. Essa visão ficou conhecida como capitalismo de stakeholder.

O que são stakeholders e como eles se relacionam com o ESG?

Mas o que são os stakeholders? São todos os grupos de alguma forma impactados por uma empresa, e podemos resumir em colaboradores, acionistas, fornecedores, clientes e comunidade. Em uma de suas famosas cartas, o CEO da BlackRock, maior gestora do mundo com 9 trilhões de dólares em ativos, Larry Fink, definiu esse novo modelo:

“Capitalismo de stakeholder não é sobre política. Não é uma agenda ideológica ou social. É capitalismo, impulsionado por relações entre a empresa e funcionários, clientes, fornecedores e comunidades, onde os dois lados se beneficiam e sua empresa prospera. É o poder do capitalismo.”

É difícil pensar em relações duradouras e saudáveis, se não for bom para os dois lados. E capitalismo de stakeholder é sobre isso. Ao desenvolver fortes laços com seus stakeholders, as empresas reduzem o risco operacional e aumentam a qualidade de seus produtos e serviços. Quando pensam em relações frutíferas com seus stakeholders, as empresas conseguem, com seu negócio e suas práticas, causar um impacto social positivo na sociedade.

Por que a agenda ESG tem crescido tanto?
Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas. De acordo com as Nações Unidas, para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, quando comparado aos níveis pré-industriais, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050. Mais de 70 países, que representam ao redor de 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas net zero, ou carbono zero.

Provavelmente, nos próximos anos veremos novas regulações e, nesse cenário, os maiores emissores terão de investir em novos processos, terão o custo de neutralizar suas emissões, ou vão correr o risco de perder espaço para produtos e processos menos poluentes. A regulação da emissão de carbono impacta de forma diferente os setores, trazendo riscos para alguns e oportunidades para outros.

Mas carbono não é a única emergência ambiental. Outros pontos importantes, como restrição de recursos hídricos, perda da biodiversidade e gestão de resíduos – para citar apenas alguns -, também mostram porque é importante o setor privado abraçar a agenda ambiental.

A importância do S do ESG
E, não menos importante que as questões ambientais, nossas sociedades enfrentam sérios problemas sociais. Essa frente é diretamente relacionada ao capitalismo de stakeholder – afinal, quando uma empresa foca em melhorar a relação com seus stakeholders, questões sociais são imediatamente impactadas.

Conhecer seus fornecedores (e suas práticas ambientais e sociais), manter um bom ambiente de trabalho (com diversidade, remuneração justa e investindo no desenvolvimento e dignidade de seus funcionários) e investir no desenvolvimento da comunidade na qual a empresa está inserida geram impacto positivo. Colocar o cliente no centro das decisões traz produtos e serviços de melhor qualidade, inovação e demanda mais resiliente.

E nenhuma empresa consegue gerar impacto ambiental e social positivo, no longo prazo, sem governança. Afinal, sem uma boa governança, a empresa pode não empregar os recursos da melhor forma possível. Sem uma boa governança, dificilmente a empresa terá foco no longo prazo. Sem uma boa governança, o relacionamento com os stakeholders pode não ser sólido, pois precisa de governança para estabelecer (e respeitar) políticas, regras e normas.

Enfim… sem governança, a existência da empresa fica comprometida, assim como a possibilidade de a empresa causar impacto ambiental e social.

Os pilares do ESG
As empresas buscam o ESG, portanto, para gerar um impacto positivo na sociedade e, com isso, reduzir os riscos, melhorar o relacionamento com clientes, fornecedores e as comunidades, e mostrar aos investidores que estão olhando para o negócio de maneira holística e transparente. O que motiva todo esse engajamento são os desafios enfrentados pela humanidade nas áreas ambiental e social.

Para ser ESG, uma empresa precisa observar alguns pilares:
Descobrir o seu propósito e como a sua atuação melhora a sociedade (se a empresa deixar de existir hoje, que falta faria?)
Fazer o levantamento de suas emissões em todos os níveis (escopo 1, 2 e 3) e definir metas de redução alinhadas com as melhores práticas (Science Based Targets, SBTi)
Investir no relacionamento com clientes, fornecedores e a comunidade (abrir canais de diálogo e mapear as dores de cada um e como elas se relacionam com a atuação da companhia)
Implementar políticas de governança e transparência claras e objetivas

Matéria – Exame, Da Redação
Imagem – (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

5 de julho de 2024 0 comentários
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Notícias

Heineken anuncia parceria com Ambipar com foco na logística reversa de embalagens de vidro

por jornalismo-analytica 1 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Nesta quarta-feira (26/06), a Heineken Brasil, fabricante de bebidas, anunciou uma parceria com a Ambipar, companhia de gestão ambiental. O objetivo é dar uma destinação correta para as mais de 500 mil toneladas de embalagens que inserem no mercado todos os anos.

Com um aporte inicial de R$ 150 milhões da Heineken, a parceria busca aumentar a circularidade das garrafas de vidro, principal modelo de embalagens das bebidas produzidas atualmente. A Ambipar se encarregará da logística reversa das garrafas de vidro e da reciclagem dos cacos, processo que reduz os desafios da reutilização do material.

“O vidro é muito reciclável, mais sustentável que outros tipos de embalagem por natureza, mas colocamos muitas garrafas no mercado atualmente, e precisamos ser responsáveis por isso”, explica Ligia Camargo, diretora de sustentabilidade da Heineken. Segundo a última pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do Vidro, apenas 25% do vidro produzido é reciclado atualmente. “Essa estratégia surge para termos mais embalagens recicladas do que novas e movimentação no mercado.”

A parceria faz parte da nova estratégia de negócios de impacto e sustentabilidade da Heineken, chamada de Spin. A partir dessa área, a companhia busca acelerar sua descarbonização a partir da transição energética e do aumento da circularidade na cadeia de produção de bebidas.

Felipe Cury, sócio da Ambipar, contou que três bases de circularidade e tratamento do vidro devem ser instaladas no Pernambuco, Bahia e Espírito Santo na fase inicial do projeto. A meta é que a parceria totalize nove bases de circularidade até 2026. “É um ecossistema para investir na educação ambiental e na melhoria da cadeia de vidro. A Ambipar é um agente ativo nessa cadeia: temos a possibilidade de valorizar com estrutura, favorecer cooperativas que captam materiais de vidro e conectar com outros operadores logísticos”, explica.

Ele e outros executivos das duas empresas e parceiras estiveram presentes durante evento de divulgação da marca, realizado no entorno de uma roda gigante no Parque Villa-Lobos, zona oeste de São Paulo.

Em entrevista à Exame, Ligia Camargo conta que a Spin remodela a estratégia de sustentabilidade da Heineken. “A gente quer colocar a Heineken como parte da solução, com iniciativas de circularidade, agricultura regenerativa, transição energética e marcas de impacto”, explica.

Energia verde em bares e restaurantes
A companha ainda divulgou resultados relativos à transição energética nos seus 900 mil pontos de vendas, como bares e restaurantes. Com a estratégia de geração distribuída de energia renovável, a empresa já firmou 40 mil contatos para pontos de venda próximos as suas unidades e fábricas.

Segundo Rafael Rizzi, diretor de novos negócios e projetos corporativos da Heineken, a ação conta com energia gerada pelas empresas Raízen e Ultragaz e amplia o acesso dos consumidores a energia sustentável por melhor custo. “Até 2030, queremos que 50% dos bares parceiros da Heineken utilizem energia verde, uma base robusta para mudar o cenário de energia no setor de bebidas”, explica.
Bruno Lopes, diretor comercial da Raízen Power, braço de soluções de energia elétrica renovável da empresa, contou que o número aproximado é de 200 mil bares a receberem a energia limpa. “Construímos usinas solares em 17 estados, com 22 distribuidoras diferentes. Depois de atingir os bares e restaurantes, queremos levar o serviço também para os consumidores”, contou.

Capacitação para empreendedores de favela
Outro projeto da fabricante de bebidas, dessa vez com a Central Única das Favelas (CUFA), busca levar a experiência da Heineken para desenvolver negócios de favela. A ação, liderada pela Escola de Negócios da CUFA, central de aceleração para empresas periféricas, vai levar capacitações para empreendedores do setor de bebidas. A Heineken ingressa nos negócios em sistema de sociedade, mas sem aporte financeiro: a troca vem pela facilidade de acesso a matéria-prima, linha de produção e sistema logístico da cervejaria, que gera melhoria nos custos e otimiza o trabalho das pequenas empresas.

“Vamos levar conteúdo empreendedor para quem já tem empresa nas favelas. Todos podem aprender com marketing, gestão e estratégia financeira da Heineken, não só empreendedores do mercado de bebidas, sem ter que competir com quem já lidera do setor”, explica Cleo Santana, líder da Escola de Negócios da CUFA.

“São 16 milhões de pessoas nas favelas e periferias, que movimentam R$ 202 bilhões em uma economia própria. A periferia é muito potente e tem muita inovação acontecendo dentro desses territórios. Quando a gente conecta uma empresa como a Heineken, que tem um poder de marca nacional, e aproxima de empreendedores locais, para quem falta força de marca, estamos unindo o melhor dos dois universos para dialogar na construção de futuros mais sustentáveis”, conta Santana.
O primeiro empreendedor a participar do programa é Rogerinho Ferradura, dono da cerveja Bola Véia. Segundo Santana, a expertise da Heineken pode ajudar a aumentar os lucros recebidos por cada venda e diminuir os custos operacionais ou na compra de materiais.

Ligia Camargo aponta que a união também beneficia o modelo de negócios da Heineken. “Estamos muitos felizes com essa parceria que une uma multinacional de alto alcance e capacidade de distribuição e uma população absolutamente criativa e que está no ‘corre’. A união possibilita que a Heineken olhe para esses empreendedores como inovação de marca e fortaleça as vozes desses empreendedores nas comunidades urbanas”, conta.

Matéria – Exame, Por Letícia Ozório

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Notícias

Agricultura de precisão: o que é e por que tem sido tão importante para a produção de alimentos

por jornalismo-analytica 25 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Reconhecido como um gigante no cenário agrícola mundial, o agronegócio brasileiro vive um momento particular de transformação, alavancado pelo uso de tecnologia no campo. Sobretudo pela adoção crescente da agricultura de precisão (AP), o ganho de produtividade nos últimos anos é expressivo: em 2023, o agro bateu recordes de produção, com 15% de crescimento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um estudo da McKinsey & Company indicou que cerca de 50% dos agricultores do país já adotam ou estão dispostos a incorporar tecnologias agrícolas de precisão nas suas operações. Entre as grandes oportunidades para o futuro, a agricultura de precisão aparece em primeiro lugar na visão dos produtores, com um terço das respostas em um outro levantamento, da KPMG com a SAE Brasil.

O país aposta tanto no potencial da AP para fortalecer sua posição como um dos maiores produtores de alimentos do mundo que até instituiu uma política nacional de incentivo à sua prática.

A Lei Nº 14.475, sancionada em dezembro de 2022, tem como diretrizes o apoio à inovação; a sustentabilidade ambiental, social e econômica; o desenvolvimento tecnológico; a ampliação de rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor; o estímulo à ampliação da rede e da infraestrutura de conexão de internet nas áreas rurais; a articulação entre entes públicos e setor privado; e a divulgação das linhas de crédito para financiamento da agricultura e pecuária de precisão.

O que é agricultura de precisão?

É um conjunto de tecnologias e ferramentas avançadas, baseadas em dados e sistemas de geoposicionamento, que permite ao produtor rural fazer um gerenciamento controlado e preciso das lavouras.

Com essa abordagem, em vez de lidar de modo uniforme com o cultivo (no planejamento de defensivos, fertilizantes e irrigação, por exemplo), o agricultor consegue trabalhar de forma localizada e personalizada cada ponto da propriedade agrícola, considerando a variabilidade do solo, como teor de nutrientes, compactação, produtividade e afins.

Que ferramentas e tecnologias são essas?
São combinados diversos recursos, entre eles o Sistema de Posicionamento Global (GPS na sigla em inglês), para localização exata de equipamentos e geração de mapas de produtividade, por exemplo; Sistema de Informações Geográficas (GIS), para armazenar dados geográficos; e máquinas de aplicação localizada de insumos a taxas variáveis.

Os processos podem ser mesclados, entre outras coisas, com sensoriamento (sensores de solo, de plantas e remotos) para detectar a diversidade e mudanças do solo e do clima; drones (captura de imagens de alta resolução, identificação de pragas e deficiências nutricionais); Big Data (análise de dados); Internet das Coisas (integração de sensores e outros dispositivos); e inteligência artificial (análise de dados em tempo real para adequar a aplicação de recursos, previsão de safras, detecção de doenças nas plantas, piloto automático em máquinas).

Propriedade mapeada: com a AP, é possível gerenciar de modo único cada parte da propriedade. Na imagem, telemetria com tecnologia de taxa variável, da Jacto. (Jacto/Divulgação)

Como tem evoluído a AP no país?

A ideia de melhorar o rendimento da produção levando em conta as particularidades do solo não é recente, mas apenas as soluções avançadas existentes hoje possibilitaram que isso fosse colocado em prática de maneira efetiva.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a agricultura de precisão foi introduzida no Brasil em meados dos anos de 1990, porém, os avanços significativos só aconteceram a partir de 2000, quando o uso do GPS, elemento-chave no processo, foi amplamente difundido.

De lá para cá, a AP evoluiu rapidamente, com relatórios cada vez mais detalhados e incorporação de fábrica de tecnologias embarcadas no maquinário agrícola. Hoje, com o progresso acelerado da inteligência artificial, a agricultura de precisão está dando um salto ainda maior, com monitoramento preventivo das lavouras e equipamentos autônomos, por exemplo, que ajudam a tomar decisões mais assertivas e executar as operações em campo com exatidão.

Quais as vantagens da agricultura de precisão?

Essa abordagem personalizada traz valiosos benefícios, tendo em vista a demanda global pelo aumento da produção de alimentos. As vantagens incluem melhoria do planejamento e monitoramento das atividades de campo, otimização dos custos, minimização dos impactos ambientais negativos e, principalmente, aumento da eficiência produtiva.

Um levantamento feito pelo departamento técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) mostrou que, dependendo do nível tecnológico da propriedade antes da implantação da agricultura de precisão, a elevação da produtividade pode chegar a cerca de 30%, e quase um quarto, em média, dos insumos pode ser economizado.

A coleta e o processamento de dados de forma tão completa tornam mais segura a tomada de decisão dos produtores, que conseguem ter ações direcionadas, aplicando insumos somente onde é necessário realmente, conforme a necessidade do solo.

Isso evita o desperdício e reduz o uso de pesticidas e fertilizantes, conciliando produtividade e sustentabilidade. É possível também entender, dentro das etapas de crescimento das plantas, qual o momento ideal para todo tipo de atividade – como planejar o sistema de irrigação, por exemplo – ou distinguir automaticamente a presença de ervas daninhas no meio da plantação.

Tem “Waze” no campo: dispositivos de GPS – este da FARMPRO – são essenciais na agricultura de precisão. (FARMPRO/Divulgação)

Essa visão agiliza os processos, criando mapeamentos das operações de lavoura: onde e como fazer a semeadura, a distribuição de insumos e a colheita. Depois, máquinas automatizadas, com sistemas de orientação integrados a um GPS, executam as tarefas mapeadas de forma inteligente evitando falhas e sobreposições, como pulverizar defensivos duas vezes no mesmo local.

Um exemplo é o pulverizador autônomo da multinacional brasileira Jacto, que usa inteligência artificial na operação, aliada a câmeras, laser e sinal de GPS, para trafegar de forma independente dentro da cultura de citros. A máquina ainda conta os frutos enquanto executa a tarefa, dando uma estimativa de produtividade.

Se a propriedade tem mais de uma unidade, os equipamentos podem compartilhar os mapas de aplicação, para identificar onde o outro já aplicou e, assim, evitar sobreposições. E com a tecnologia de precisão de taxa variável, podem aplicar diferentes doses na área a ser pulverizada dependendo da necessidade identificada previamente, otimizando e reduzindo a aplicação de defensivos.

Piloto automático: máquinas agrícolas autônomas, como este pulverizador da Jacto, operam usando IA combinada com sensores, câmeras e GPS. (Jacto/Divulgação)

Esses e outros recursos cada vez mais avançados estão revolucionando a agricultura, fazendo dela uma atividade mais eficiente, econômica e sustentável, à medida que as informações sobre conceitos, técnicas e vantagens chegam ao produtor rural. Para os especialistas, este já é um caminho sem volta, dada a urgente necessidade de elevação da produção de alimentos no mundo.

Nos cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial será de 9,7 bilhões de pessoas em 2050. Para compensar esse crescimento, segundo a agência de alimentos e agricultura da ONU (FAO), será preciso um aumento de 70 % na produção agrícola. É aí que a agricultura de precisão ganha força, como o caminho possível para o futuro superpovoado que nos aguarda.

Matéria – EXAME Solutions
Imagem – Abordagem é um conjunto de tecnologias e ferramentas avançadas, baseadas em dados e sistemas de geoposicionamento, que permite ao produtor rural fazer um gerenciamento controlado e preciso das lavouras. (Martin Harvey/Getty Images)

25 de junho de 2024 0 comentários
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Notícias

Qual a importância das certificações de sustentabilidade na indústria?

por jornalismo-analytica 19 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da preservação ambiental, a sustentabilidade tornou-se um fator essencial para a competitividade e credibilidade das empresas, especialmente para o setor industrial que, de acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), é responsável por 34% do carbono global emitido.

Para enfrentar este desafio, certificações de sustentabilidade, como o FSC (Forest Stewardship Council), ISEGA, PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) e diversas normas ISO, são reconhecidas globalmente por desempenhar um papel vital na validação das práticas ambientais na indústria. Estas certificações asseguram que os produtos são fabricados de maneira sustentável, minimizando o impacto ambiental e promovendo a conservação dos recursos naturais.

“Adotar certificações de sustentabilidade é fundamental para qualquer empresa que trabalhe diretamente com matéria-prima e deseje ser vista como ambientalmente responsável e inovadora”, comenta Rafael Rieper, sócio proprietário da Ripz, fábrica especializada em soluções para higiene.

A Ripz adota práticas rigorosas em relação à escolha da matéria-prima utilizada, garantindo que todos os seus produtos sejam feitos com 100% de celulose adquirida exclusivamente de fornecedores que possuem o selo FSC. “O selo FSC é fundamental para nós, pois assegura aos nossos clientes que nossos produtos são provenientes de fontes responsáveis”, diz.

Além do selo FSC, outras certificações importantes são o ISEGA, que atesta a segurança dos produtos em contato com alimentos, o PEFC, que complementa as garantias de manejo florestal sustentável, e diversas certificações ISO de gestão, que asseguram a qualidade dos processos e a eficiência operacional da empresa.

“Investir em sustentabilidade é investir no futuro. Nossa empresa garante que todas as matérias-primas utilizadas são adquiridas exclusivamente de fornecedores que possuem certificações de sustentabilidade. Isso assegura nossa contribuição para a preservação do planeta e aumenta a confiança dos consumidores em nossos produtos”, complementa Rafael Rieper.

19 de junho de 2024 0 comentários
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Na Amazônia, Coca-Cola investe R$ 5,7 milhões em projetos de acesso à água e reciclagem de materiais

por jornalismo-analytica 13 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica
Durante o primeiro dia da Sustainability Week, do BID Invest, braço de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizada entre 11 e 13 de junho em Manaus, o Sistema Coca-Cola Brasil anunciou um investimento de quase R$ 6 milhões em projetos de preservação e fomento ao desenvolvimento na Amazônia. O valor será focado na promoção do acesso à água e apoio a cooperativas de catadores de materias recicláveis da região, parte da estratégia de economia circular da fabricante de bebidas.
Para Rodrigo Brito, diretor de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil e Cone Sul, o investimento busca reconhecer o bioma e seu papel no equilíbrio ecológico global, assim como os agentes. “O apoio à região vai além das questões ambientais: é essencial para assegurar o futuro das próximas gerações e a preservação desse patrimônio natural”.
Do total, R$ 4 milhões serão destinados para a colaboração com a Fundação Amazônia Sustentável e outras 17 organizações do Programa Água+Acesso da Coca-Cola Brasil. O valor implementará soluções para tratamento e distribuição de água potável e segura em comunidades ribeirinhas do Amazonas e Pará. O programa já beneficiou 183 mil pessoas em 430 comunidades, que passaram a seguir modelos de gestão comunitária de água.
O R$ 1,7 milhão restante será destinado para apoiar cooperativas compostas por 160 catadores no Amazonas e Pará, em parceria com a Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT) e no Recicla Solar, programa de coleta e reciclagem em larga escala de garrafas PET, principal dor na estratégia de sustentabilidade da fabricante Coca-Cola.
A companhia ainda busca investir ainda neste ano R$ 13 milhões para a América do Sul, buscando atingir iniciativas de proteção das bacias hidrográficas e aumento o acesso à água potável para 40.000 pessoas – 20.000 delas no Brasil. Desde 2007, a empresa já investiu R$ 100 milhões nas iniciativas amazônicas.
Matéria – Exame, Por Letícia Ozório
Imagem – Recicla Galera: projeto em Parintins, no Amazonas, apoiado pela Coca-cola (Leandro Fonseca/Exame)
13 de junho de 2024 0 comentários
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