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normatização

Instrumentação e normatização

Segurança alimentar: a análise microbiológica de carnes e produtos cárneos

por Fernando Dias 19 de maio de 2017
escrito por Fernando Dias

Os problemas com a carne brasileira envolvem procedimentos, exames que detectam risco de contaminação, presença de bactérias ou o uso de substâncias proibidas. Ela também verifica se há fraudes econômicas, como o excesso de água no frango ou de amido nos embutidos.


Mauricio Ferraz de Paiva*

O Brasil tem uma das maiores indústrias da proteína animal do mundo, que abastece o mercado interno e exporta para mais de 150 países, de todos os continentes. Hoje, é o maior exportador de carne bovina e de aves, e quarto de suínos, e vem se destacando nos embarques também de ovos.

Ou seja, a operação Carne Fraca envolveu a carne brasileira em mais um escândalo e é um fato real, mas a ele deve ser dado seu devido tamanho. As falhas no sistema de fiscalização vêm sendo discutidas. Aliás, trata-se de mais um dos inúmeros problemas existentes no país, em termos de fiscalização.

Uma observação a ser realizada para avaliar a qualidade de produtos cárneos é análise do prazo de validade. Produtos fora do prazo de validade não devem ser consumidos. Antes ou depois de aberta a embalagem, no caso de esta ser transparente, deve-se observar a cor que varia para cada produto.

No entanto, tons pálidos para produtos tipicamente rosados (curados) ou amarelados ou esverdeados ou com qualquer outra cor diferente para a prevista para o produto em questão, indicam que não devem ser consumidos, pois podem sinalizar uma contaminação microbiológica ou oxidação lipídica. Outro item a ser analisado pelo consumidor é a presença de limosidade, ou líquido viscoso, principalmente em produtos cárneos fatiados.

Embora, nem sempre essa ocorrência seja consequência de uma contaminação por microrganismos, pode acelerar rapidamente esse tipo de deterioração. Produtos fatiados no ambiente de varejo, quando avaliados durante o armazenamento doméstico na geladeira, também não devem produzir uma extensiva liberação de líquido.

A NBR ISO 6887-2 de 07/2011 – Microbiologia de alimentos e de alimentação animal – Preparo de amostras, da suspensão inicial e das diluições decimais para análise microbiológica – Parte 2: Regras específicas para o preparo de carne e produtos cárneos especifica regras de preparo de amostras de carne e de produtos cárneos e suas suspensões para análise microbiológica quando as amostras necessitarem de um preparo diferente do método descrito na NBR ISO 6887-1, que define as regras gerais para o preparo da suspensão inicial e diluições decimais para a análise microbiológica. Esta Parte 2 descreve apenas métodos de preparo que são aplicáveis a vários microrganismos simultaneamente. Excluem-se os preparos que são aplicáveis apenas para a detecção e/ou enumeração de um único microrganismo onde o método de preparo é descrito na norma de referência do microrganismo.

Esta Parte é aplicável a carnes e aves frescas, cruas e processadas e seus produtos: refrigerados ou congelados; curados ou fermentados; picados ou triturados; carnes de delicatéssen; refeições pré-cozidas ou refeições à base de aves; carnes secas ou defumadas com vários graus de desidratação; extratos concentrados de carne.

Não se aplica aos produtos citados abaixo, cuja análise microbiológica está descrita em outras normas: produtos enlatados; outros produtos (ver ISO 6887-4). O leite e produtos lácteos são abordados na ISO 8261. A carne de animais selvagens (de abate ou de caça) pode ser analisada seguindo técnicas descritas nesta norma para produtos similares.

Assim, uma suspensão inicial é preparada para obter uma distribuição de microrganismos contidos na alíquota de ensaio o mais uniforme possível. Uma suspensão de pré-enriquecimento ou enriquecimento é preparada da mesma forma, empregando o meio recomendado pelo método de referência, exceto em casos especiais mencionados em cada seção do produto desta Parte da ABNT NBR ISO 6887. Quando necessário, as diluições decimais são preparadas a fim de reduzir o número de microrganismos por unidade de volume para permitir, após incubação, a observação de algum crescimento (no caso de meios líquidos) ou colônias (no caso de placas de ágar), conforme indicado em cada norma específica.

Quando necessário, a fim de restringir a faixa de enumeração para um dado intervalo, ou se elevados números de microrganismos são previstos, é possível inocular apenas as diluições decimais necessárias (no mínimo duas diluições sucessivas) para atingir a enumeração de acordo com o cálculo descrito na ISO 7218. Os materiais que devem ser usados em laboratórios de microbiologia (ver NBR ISO 6887-1 e ISO 7218): bandeja estéril, com dimensões apropriadas; tesouras, pinças ou alicates, bisturis ou facas e espátulas estéreis; moedor mecânico de carne, de tamanho de um de laboratório, esterilizável e equipado com uma placa perfurada com orifícios com diâmetro máximo de 4 mm; equipamento para cauterização de superfícies de carne (por exemplo, maçarico a gás portátil); molde para amostragem em superfície, moldura metálica com dimensões adequadas possibilitando o delineamento da superfície de amostragem, esterilizável por imersão em álcool e posterior flambagem.

No Anexo A, é mostrado um exemplo de moldura. Outros instrumentos que preenchem esta subclasse também podem ser usados. Alguns esporos podem sobreviver ao calor. O uso de uma moldura metálica (após esterilização em forno) é recomendado em casos específicos de microrganismos esporulados. Para o preparo de amostras, em produtos congelados, convém que os produtos congelados sejam levados à consistência que permita amostragem; por exemplo, sendo mantidos a uma temperatura de 18°C a 27°C (temperatura de laboratório) por no máximo 3 h, ou a uma temperatura de 2 °C ± 2 °C por no máximo 24 h. Convém que as amostras sejam analisadas o mais rápido possível após este período. Ver NBR ISO 6887-1:2011, 9.3.

Durante o fracionamento, caso o produto ainda esteja congelado, pode ser utilizado algum diluente à temperatura do laboratório para facilitar o descongelamento. Em produtos duros e secos, não homogeneizar em homogeneizador rotativo por mais de 2,5 min. Para produtos duros e secos ou heterogêneos, talvez seja necessário picar ou moer a amostra laboratorial. Neste caso, para evitar uma temperatura excessiva, não picar ou moer por mais de 1 min.

Para produtos líquidos e não viscosos, antes de analisar, convém que a alíquota de ensaio seja retirada após homogeneização manual da amostra (por exemplo, 25 vezes por meio de movimentos circulares num diâmetro de 25 cm; ver ISO 8261) ou por meio mecânico, a fim de assegurar que os microrganismos estejam distribuídos uniformemente. Para produtos heterogêneos (que contêm pedaços de diferentes produtos), convém que a amostragem seja realizada retirando porções de cada componente representativas de suas proporções no produto inicial. É possível também homogeneizar a amostra inteira para permitir uma retirada homogênea da alíquota de ensaio.

Pode ser necessário picar ou moer a amostra laboratorial. Neste caso, para evitar um aumento excessivo de temperatura, não picar ou moer por mais que 1 min. Devem ser ressaltados os tipos de amostras a serem encaminhadas ao laboratório. Carne e produtos à base de carne dos seguintes tipos: unidades de carne ou produtos à base de carne, preparados ou processados e de diferentes dimensões; cortes de carne retirados de unidades com uma massa menor que 2 kg. Cortes de carne retirados da carcaça ou cortes de carne com massa maior que 2 kg. No caso de amostragem usando métodos não destrutivos (ISO 17604), convém que tecidos e swabs (ou outros, ver ISO 17604) sejam encaminhados ao laboratório.

O estado físico das amostras recebidas pode variar de acordo com os seguintes fatores: temperatura, para produtos que são: refrigerados, ou congelados ou ultracongelados; atividade de água (aw), para produtos que são: não tratados, ou produtos à base de carne parcialmente desidratados, cuja redução no conteúdo de água inibe a multiplicação microbiana (aw reduzida). O propósito da análise microbiológica pode ser detectar e/ou enumerar: microbiota profunda, microbiota superficial, microbiota superficial e profunda (total). O preparo da alíquota de ensaio deve levar em consideração o objetivo da análise e a natureza da amostra.

No caso geral para produtos ácidos, quando se usa uma suspensão de produtos ácidos, é importante assegurar que o pH volte a ser neutro. O uso de diluente com adição de indicador de pH pode evitar a necessidade do uso de uma sonda estéril de pH; adicionar hidróxido de sódio (NaOH) até a viragem do indicador, retornando à coloração inicial da suspensão. Para uso de diluentes tamponados, a adição de NaOH é frequentemente necessária para aumentar a capacidade tamponante do componente alcalino. A concentração do NaOH adicionado depende da acidez do produto. A concentração mais adequada (por exemplo, 0,1 mol/L ou 1 mol/L) é a que mantém a proporção 1:9 com o diluente.

Para pequenas amostras suscetíveis de serem descongeladas, que incluem pequenos cortes embalados (cubos) de carne e articulações de aves e coelhos, com a amostra ainda em sua embalagem, descongelá-la à temperatura ambiente até que o interior da amostra fique parcialmente descongelado e a água do descongelamento esteja ausente. Não convém que esta operação exceda 2 h a 3 h. Se o descongelamento durar mais que 3 h, descongelar lentamente em uma câmara com temperatura de 2 °C ± 2°C por no máximo 18 h.

Proceder como já descrito para outras amostras, dependendo do caso. O descongelamento em banho-maria com temperatura controlada não é recomendado devido ao risco de contaminação da amostra, caso a embalagem não seja adequadamente impermeável. Para carcaças de aves e coelhos, é uma prática normal o descongelamento lento em um ambiente frio com temperatura positiva (entre O °C e 2 ºC) por 15 h a 16 h. Nota-se que carcaças de aves resfriadas por imersão frequentemente levam a uma exsudação mais visível durante o estágio de descongelamento.


*Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br


 

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Notícias

Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos na América Latina é mapeado

por Fernando Dias 17 de maio de 2017
escrito por Fernando Dias

Com informações inéditas sobre 17 países, Lisam EcoAdvisor Systems faz uma análise da implementação do sistema GHS por meio de decretos e leis em cada localidade

O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) passou a ser, nos últimos tempos, o parâmetro adotado por diversos locais do planeta para garantir o acesso dos trabalhadores às informações sobre perigos no manuseio e transporte de produtos químicos no ambiente de trabalho. Países e regiões como Brasil, Estados Unidos, Europa, Canadá, Japão e China já exigem documentos de segurança (FISPQ/SDS e rótulos) que contêm elementos do GHS.

Além disso, cada vez mais lugares têm aderido à harmonização por meio de decretos e leis que tornam a aplicação do GHS obrigatória. Porém, ainda é difícil encontrar informações sólidas sobre o status atual de implementação do sistema na América Latina e Caribe. Com o intuito de coletar tais informações, a equipe técnica da Lisam EcoAdvisor Systems – empresa brasileira que oferece assessoria para o cumprimento de aspectos regulatórios nas indústrias químicas e para o gerenciamento do risco químico e toxicológico nos ambientes de trabalho – realizou uma pesquisa sobre o status do GHS nos principais países da América Latina.

De acordo com a gerente da Lisam EcoAdvisor Systems, Tatiana Moneró, com o levantamento, percebeu-se que “a aplicação do GHS vem sendo uma realidade em grande parte da América Latina. Aos poucos, mais países vão se adequando ao sistema harmonizado para classificação de produtos químicos, porém, existem singularidades de cada região que devem ser observadas em conjunto com esse sistema, como limites de exposição ocupacional aplicados a cada país e regulamentação de transporte de produtos perigos”, afirma.

A fim de cumprir com os aspectos obrigatórios advindos com a aplicação do GHS, a Lisam oferece um software que funciona para as diversas regiões do globo, que facilita o acompanhamento das demandas de cada região e o aumento da segurança química nas empresas.

Resumo das informações coletadas pela Lisam a respeito dos 17 países:

Argentina

O País estabeleceu o GHS para o ambiente de trabalho por meio da Resolución 801/2015 da Superintendencia de Riesgos de Trabajo, com um prazo de implementação de 180 dias a partir de 14 de abril de 2015. A Resolución 3359/2015, além de ter definido a 5ª edição do GHS para ser adotada na Argentina, prorrogou os prazos de implantação para 15 de abril de 2016 para substâncias, e primeiro de janeiro de 2017 para misturas.

Bolívia

Nos dias 2 e 3 de junho de 2014, aconteceu um workshop para analisar e planejar a efetivação nacional do GHS, que deveria ter sido concluída em 2014, porém não há informações sobre o andamento do projeto após essa data.

Brasil

No Brasil, a Portaria n° 229, de maio de 2011, que alterou a Norma Regulamentadora n° 26 (NR 26), do Ministério do Trabalho e Emprego foi o marco inicial para a implementação do GHS no país. A norma ABNT-NBR 14725 estabeleceu prazos para classificação dos produtos, rotulagem e elaboração de FISPQ para substâncias puras e misturas de acordo com o GHS. Dentre esses, o último prazo foi dezembro de 2015. Portanto, hoje em dia o GHS é obrigatório no país.

Colômbia

Em 15 de dezembro de 2016, o Ministério do Trabalho colombiano publicou um projeto de um decreto para a implantação da 6ª revisão do GHS no País. O decreto ainda não foi publicado, mas é possível acessar o seu rascunho. Até então, os requisitos para elaboração de SDS estão apresentados na Norma NTC 4435, de 2010.

Chile

A instalação do GHS no País começou oficialmente em 2012, com a colaboração da United Nations Institute for Training and Research (UNITAR) como agência implementadora. Em 2015, o Instituto Nacional de Normalización (INN) atualizou a norma NCh 2245:2015, que trata da ficha de segurança de produtos químicos, baseada na 5ª revisão do GHS. A norma NCh 2245:2015 tornou-se obrigatória por meio do Decreto nº 61, de 26 de setembro de 2015. A classificação de perigo da ficha de segurança chilena deve levar em conta também a norma NCh 382:2017, que traz a classificação de produtos perigosos para transporte.

El Salvador

O GHS não foi implementado ainda no País. A United Nations Institute for Training and Research (UNITAR) tem auxiliado os países da América Central na implantação do GHS, realizando workshops sobre o assunto. O Decreto nº 41, de 2000, estabelece identificação e rotulagem de produtos químicos correspondentes àquelas aceitas internacionalmente para o transporte de produtos perigosos do Orange Book, da ONU.

Equador

O GHS se tornou efetivo, em janeiro de 2017, para transporte, armazenamento e manuseio de produtos químicos, no Equador, de acordo com o Regulamento Técnico RTE INEN 078. A Norma Técnica equatoriana NTE INEN 2266:2013 foi desenvolvida com base no GHS, mas, antes de 2017, essa norma tinha caráter voluntário e, somente no presente ano, tornou-se obrigatória.

Guatemala

No dia 21 de outubro de 2014, houve um workshop com a colaboração da United Nations Institute for Training and Research (UNITAR) para o planejamento da implementação do GHS, que deveria ter sido concluída em 2014, porém não há informações sobre o andamento do projeto após essa data.

Honduras

Não há informações sobre a efetivação do GHS para classificação de produtos químicos em Honduras.

México

A norma mexicana NOM-018-STPS-2015 torna obrigatória a aplicação do GHS para classificação, rotulagem e elaboração da SDS no México. A norma foi publicada em 9 de outubro de 2015 e segue a 5ª revisão do GHS. O prazo para adaptação é de três anos, a partir da publicação da norma, portanto, após outubro de 2018, o GHS se torna obrigatório no País. Até esta data, o regulamento NMX-R-019-SCFI-2011 torna a aplicação do sistema voluntária.

Nicarágua

O Regulamento Nº 196, de 2007, cita que todo fabricante, importador, fornecedor, formulador e usuário de substâncias perigosas deve encaminhar a ficha de dados de segurança ao Ministério do Trabalho da Nicarágua, e todo produto químico deve possuir elementos de rotulagem. Porém, as legislações do País não citam nada sobre a utilização do GHS para identificação de perigos ou para rotulagem.

Panamá

Não há informações sobre a implementação do GHS no Panamá.

Paraguai

O Decreto 14.390 estabelece que os trabalhadores que utilizam produtos químicos perigosos devem ter acesso à SDS. O Paraguai é membro do Mercosul e, como tal, espera-se que implantará o GHS.

Peru

Na Resolução Nº 344, de 2013, é mencionado o avanço da implementação de um Sistema Globalmente Harmonizado (GHS/SGA) para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos Perigosos. Porém, a sua efetivação ainda não foi realizada.

Republica Dominicana

Não há informações sobre a implantação do GHS no País. Porém, no Decreto n° 522,  de outubro de 2006, estão descritas as obrigações dos fabricantes, importadores e fornecedores, obrigando-os a embalar e rotular os produtos e substâncias químicas para garantir a identificação clara do conteúdo, dos riscos do produto e a Folha com Dados de Segurança. Em termos de aplicação de instrumentos universais para o transporte de produtos químicos, a Republica Dominicana ainda não instalou o GHS.

Uruguai

O Decreto 307/09 estabeleceu a obrigatoriedade da utilização do GHS para elaboração da Ficha de Informações de Segurança (Ficha de Datos de Seguridad, FDS em espanhol) e Rotulagem de Produtos Químicos Perigosos. O prazo para rotulagem era de um ano. O decreto 346/11 prorrogou para 31 de dezembro de 2012, para rotulagem de substâncias puras, e 31 de dezembro de 2017, para misturas.

Venezuela

A norma venezuelana FONDONORMA 3059:2006 (2ª revisão), “Hoja de Datos de Seguridad para Productos Químicos”, adota que a concentração da composição dos ingredientes seja especificada de acordo ao estabelecido no GHS. Porém, não há informações a respeito de outras obrigatoriedades em relação do sistema.


Fonte: Way Comunicações


 

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Instrumentação e normatização

Identificação por rádio frequência de acordo com a norma técnica

por Fernando Dias 10 de maio de 2017
escrito por Fernando Dias

A tecnologia de RFID (radio frequency identification – identificação por radio frequência) nada mais é do que um termo genérico para as tecnologias que utilizam a frequência de rádio para a captura de dados. Por isso existem diversos métodos de identificação, mas o mais comum é armazenar um número de série que identifique uma pessoa ou um objeto, ou outra informação, em um microchip. Essa tecnologia permite a captura automática de dados, para identificação de objetos com dispositivos eletrônicos, conhecidos como etiquetas eletrônicas, tags, RF tags ou transponders, que emitem sinais de radio frequência para leitores que captam estas informações. Ela existe desde a década de 40 e veio para complementar a tecnologia de código de barras.


Mauricio Ferraz de Paiva*

A Identificação por Rádio Frequência (RFID – Radio-Frequency IDentification) foi usado pela primeira vez pelo físico escocês Robert Alexander Watson-Watt que desenvolveu, em conjunto com o exército britânico, um sistema para identificação de aeronaves amigas no radar, para tornar realmente efetiva a preparação de contra-ataques inimigos. Assim, foram implantados transmissores em aviões ingleses que davam respostas diferentes ao radar, indicando-os como amigos. Deste modo, estava implantado o primeiro sistema de identificação por rádio frequência.

Um sistema de RFID é composto, basicamente, de uma antena, um transceptor, que faz a leitura do sinal e transfere a informação para um dispositivo leitor, e também um transponder ou etiqueta de RF (rádio frequência), que deverá conter o circuito e a informação a ser transmitida. Estas etiquetas podem estar presentes em pessoas, animais, produtos, embalagens, enfim, em equipamentos diversos.

Assim, a antena transmite a informação, emitindo o sinal do circuito integrado para transmitir suas informações para o leitor, que por sua vez converte as ondas de rádio do RFID para informações digitais. Depois de convertidas, poderão ser lidas e compreendidas por um computador para então ter seus dados analisados.

As etiquetas passivas utilizam a rádio frequência do leitor para transmitir o seu sinal e normalmente têm com suas informações gravadas permanentemente quando são fabricadas. Contudo, algumas destas etiquetas são regraváveis. Já as ativas são muito mais sofisticadas e caras e contam com uma bateria própria para transmitir seu sinal sobre uma distância razoável, além de permitir armazenamento em memória RAM capaz de guardar até 32 KB.

As frequências usadas em um sistema RFID podem variar muito de acordo com a sua utilização. Um sistema de radar possui frequência e alcances muito maiores que um sistema de pagamento via telefone celular, por exemplo. O sistema de identificação por rádio frequência pode atuar em diversas frentes, que podem ir desde aplicações médicas e veterinárias até uso para pagamento e substituição de códigos de barras.

Em supermercados e lojas seria usado para o controle de estoque. Com etiquetas RFID presentes em todos os produtos, por meio das ondas de rádio seria possível ter um relato completo e preciso de tudo que está em estoque, evitando erros e dispensando a necessidade de fazer balanços mensais demorados e manuais.

Para conferir mais segurança e evitar roubo de cargas, empresas de transporte e logística já vêm implantando o sistema de RFID para rastrear as cargas. Isso é, acima de tudo, uma medida de segurança, visto que o rastreamento pretende coibir a ação de ladrões, afinal, não importa para onde vá, a carga terá sua posição localizada em tempo real.

Com a crescente ameaça de extinção que sofrem diversas espécies de animais em todo o mundo, o sistema RFID é bastante útil para este tipo de controle, pois etiquetas inseridas em animais criados em cativeiros e soltos na floresta podem dar sua exata posição. Isso facilita em muito o trabalho de biólogos na hora de verificar como foi a adaptação do animal em seu “novo” habitat.

Além disso, os chips inseridos em animais domésticos (como cães e gatos) podem acabar com o grande número de bichos abandonados nas grandes cidades, afinal, desta forma se tem um controle sobre quem é o dono do animal, facilitando a aplicação de medidas legais para coibir este tipo de atos.

Atualmente, algumas modalidades de corridas utilizam este sistema para medir com precisão o tempo de cada participante. Esta tecnologia também pode facilitar a vida das pessoas através de identificações biométricas, como passaportes e documentos de identidades. Desta forma, um chip de RFID seria implantando em um único documento e ali estariam contidas todas as informações básicas a seu respeito: números de documentos, cor dos olhos, altura, impressões digitais, etc.

Mas, há muita controvérsia quando o assunto é implante de chips em seres humanos. Isso porque se por um lado um chip poderá facilitar a realização de pagamentos, diagnósticos médicos e também a localização de vítimas de sequestros, por exemplo. Por outro lado, esta tecnologia pode ser usada para espionagem e invasão de privacidade de qualquer um.

A NBR 15006 de 08/2016 – Identificação de animais por radiofrequência – Conceitos técnicos especifica como um transponder é ativado e como as informações armazenadas são transferidas a um transceptor. O conceito técnico descrito para identificação animal é baseado no princípio da identificação por radiofrequência (RFID). Esta norma deve ser aplicada em conjunto com a NBR 14766:2012, a qual descreve a estrutura e o conteúdo da informação dos códigos armazenados no transponder. O cumprimento da Seção 6 pode envolver o uso de patentes relativas a métodos de transmissão.

A NBR 14766 de 10/2012- Identificação de animais por radio frequência – Estrutura do código especifica a estrutura do código de identificação de animais por radiofrequência (RF). A identificação de animais por radiofrequência requer que os bits transmitidos por um transponder sejam interpretáveis por um transceptor. De modo geral, o fluxo de dados contém bits que definem o código de identificação e bits que garantem o recebimento correto dos dados. Não especifica as características dos protocolos de transmissão entre o transponder e o transceptor.

A comprovação, a validade e os objetivos desses direitos de patentes, assim como seu uso, devem ser tratados diretamente entre as partes interessadas. O sistema deve ser definido de tal forma que um transceptor leia tanto os transponders FDX (dúplex pleno) quanto os HDX (meio dúplex).

Um transceptor fixo deve ativar transponders usando um campo de ativação com uma frequência de ativação de (134,2 ± 13,42 x 10-3) kHz. O período de ativação deve ser de 50 ms. Se um sinal FDX for recebido durante a ativação, mas não for validado, o período de ativação deve ser aumentado até que o telegrama de identificação seja validado, mas não superior a 100 ms. Consecutivamente, deve haver uma pausa no sinal de ativação. Se for recebido um sinal HDX, a pausa deve durar 20 ms. Se não for detectado qualquer sinal HDX dentro de 3 ms após uma atenuação de 3 dB do campo de ativação, a ativação deve ser reiniciada.

Para fins de sincronização, cada décimo ciclo de ativação deve ter um padrão fixo composto de uma ativação de 50 ms, seguida de uma pausa de 20 ms (ver Anexo B), que indica o início do novo período de transmissão. Um transceptor móvel deve ser capaz de detectar a presença de transceptores ativos adicionais através do recebimento de sinais de ativação.

Se não for detectado qualquer sinal de ativação dentro de 30 ms, o transceptor móvel está fora de alcance do campo de outros transceptores ativos e deve usar o protocolo de ativação definido acima para um transceptor fixo. Se o transceptor móvel detectar um sinal de ativação, ele deve aguardar a borda de subida do próximo sinal de ativação e deve ficar ativo durante um período fixo de 50 ms.

O código de identificação deve estar de acordo com a NBR 14766. O código de identificação, os bits de detecção de erro CRC (ver Anexo A) e o trailer devem ser transmitidos iniciando-se com os LSB e terminando com os MSB. Tendo em vista futuros aperfeiçoamentos como transponders multipáginas incorporando sensores e/ou memória gravável, o telegrama de identificação deve terminar em 24 bits de trailer, nos quais, por exemplo, as informações vindas dos sensores ou os conteúdos das páginas de trailer podem ser armazenados.

Se o flag para blocos de dados adicionais, especificado na NBR 14766, for 0 (zero) binário, o valor dos bits de trailer será não especificado. O valor dos bits de trailer para blocos de dados adicionais não é definido nesta norma. Não é necessário ler esses bits para detectar corretamente o código de identificação, uma vez que os erros no trailer não serão detectados pelo protocolo de detecção de erro do telegrama de identificação.

Para o sistema dúplex pleno, um transponder FDX que receba o campo de ativação deve transmitir o seu código durante o período de ativação. O transponder FDX usa uma subportadora modificada DBP, cuja amplitude é modulada sobre a portadora de radiofrequência.

Devido ao fato da inclinação de uma transição baixo-alto não ser infinitamente íngreme, toda transição baixo-alto avança no tempo em um máximo de oito ciclos para obter desempenho ótimo. O transponder deve enviar sua mensagem de volta, utilizando as faixas de frequência 129,0 kHz a 133,2 kHz e 135,2 kHz a 139,4 kHz. A duração de um bit é de 32 ciclos de campo de ativação. Isto corresponde a uma taxa de transmissão de 4 194 bits/s.

Para o sistema meio dúplex, se não for recebido qualquer sinal FDX durante a ativação, ou se um sinal FDX for recebido e validado, a ativação deve cessar após 50 ms e uma interrupção do campo de ativação deve ser mantida durante pelo menos 3 ms. A atenuação do campo de ativação de – 3 dB para – 80 dB é concluída dentro de 1 ms.

Um transponder HDX carregado com energia durante a ativação usa a interrupção para transmitir o seu sinal. O transponder HDX deve responder entre 1 ms e 2 ms após uma atenuação de 3 dB do sinal de ativação. Se não for detectado qualquer sinal HDX dentro de 3 ms após uma atenuação de 3 dB do sinal de ativação, a ativação deve ser retomada.


Sobre o autor:

*Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br


 

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Instrumentação e normatização

O desempenho de oxímetros de pulso

por Fernando Dias 19 de abril de 2017
escrito por Fernando Dias

A oximetria de pulso é a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está transportando. Usando um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, seu nível de oxigênio sanguíneo pode ser aferido sem a necessidade de puncioná-lo com uma agulha. O nível de oxigênio mensurado com um oxímetro é chamado de nível de saturação de oxigênio (abreviado como O2sat ou SaO2). A SaO2 é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte. Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando oxigênio.


 Por Mauricio Ferraz de Paiva*

Um oxímetro de pulso é um dispositivo que mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue de um paciente. Em geral, estes aparelhos são anexados a um monitor, para que os médicos possam ver o nível de oxigenação. A maioria dos monitores também mostra a frequência respiratória, a frequência cardíaca, o ritmo cardíaco e a pressão arterial.

O oxímetro de pulso é comumente usado em pacientes criticamente doentes, internados em unidades de terapia intensiva (UTI). O monitor exibe a porcentagem de hemoglobina arterial na configuração de oxiemoglobina. Taxas normais são da ordem de 95 a 100%. Para um paciente respirando ar ambiente, a uma altura do nível do mar, pode ser feita uma estimativa da pressão de oxigênio arterial (PO2) a partir da leitura SpO2 (saturação do oxigênio no sangue) do monitor.

O oxímetro de pulso é particularmente conveniente por ser não invasivo. Tipicamente ele consiste de um par de pequenos diodos emissores de luz frente a fotodiodos, através de uma parte do corpo do paciente translúcida (como a ponta dos dedos). A oximetria de pulso é utilizada durante cirurgias, em pacientes criticamente enfermos nas unidades de terapia intensiva, portadores de doenças pulmonares (agudas e crônicas) e na síndrome da apneia do sono.

A NBR ISO 80601-2-61 de 04/2015 – Equipamento eletromédico – Parte 2-61: Requisitos particulares para a segurança básica e o desempenho essencial de equipamentos para oximetria de pulso aplica-se à segurança básica e ao desempenho essencial dos equipamentos para oximetria de pulso destinados ao uso em humano. Isto inclui qualquer parte necessária para a utilização normal, incluindo o monitor do oxímetro de pulso, o sensor do oxímetro de pulso e o cabo extensor do sensor.

Esses requisitos também são aplicáveis a equipamentos para oximetria de pulso, incluindo monitores do oxímetro de pulso, sensores do oxímetro de pulso e cabos extensores do sensor, os quais foram reprocessados. O uso destinado do equipamento para oximetria de pulso inclui, mas não se limita a, estimativa da saturação de oxigênio da hemoglobina arterial e da frequência de pulso de pacientes em instituições profissionais de cuidados à saúde, assim como de pacientes em ambiente doméstico de cuidado à saúde.

A estimativa da saturação da hemoglobina arterial e da frequência de pulso, usando oximetria de pulso, é uma prática comum em muitas áreas da medicina. Esta norma aborda os requisitos para a segurança básica e o desempenho essencial, alcançáveis dentro dos limites da tecnologia existente.

O Anexo AA contém justificativas para alguns destes requisitos. Ele foi incluído para justificar melhor os raciocínios do comitê que levaram a um requisito e para identificar os perigos que o requisito aborda. O Anexo BB é um levantamento da literatura relevante à determinação da temperatura máxima de segurança da interface entre um sensor do oxímetro de pulso e um tecido do paciente.

O Anexo CC discute tanto a fórmula usada para avaliar a exatidão de SpO2 de medições do equipamento para oximetria de pulso quanto os nomes que são atribuídos a estas fórmulas. O Anexo DD apresenta diretrizes sobre quando é necessária a calibração com sangue in vitro do equipamento para oximetria de pulso.

O Anexo EE apresenta diretrizes para um estudo de dessaturação controlada para a calibração do equipamento para oximetria de pulso. O Anexo FF é uma introdução tutorial a diversos tipos de testadores usados na oximetria de pulso. O Anexo GG descreve o conceito de tempo de resposta do equipamento para oximetria de pulso.

Muitas das seções de ensaio contidas nesta norma estabelecem critérios de aceitação para aspectos de desempenho. Estes critérios de aceitação devem ser sempre atendidos. Quando o fabricante especificar, no documento acompanhante, níveis de desempenho melhores que aqueles especificados nesta norma, estes níveis especificados pelo fabricante se tornam os níveis de aceitação. Exemplo: Para um nível especificado de exatidão de 1% da SpO2 requer-se que o equipamento para oximetria de pulso tenha 1% de exatidão da SpO2 para todos os requisitos, como, por exemplo, durante ensaios de compatibilidade eletromagnética (CEM).

O equipamento para oximetria de pulso, assim como todas as partes individuais e acessórios especificados para utilização com um monitor do oxímetro de pulso, deve estar em conformidade com todos os requisitos especificados nesta norma. Isto inclui todas as combinações de partes ou de acessórios que sejam especificadas pelo fabricante para utilização em equipamentos para oximetria de pulso. Este requisito garante a segurança básica e o desempenho essencial de partes e de acessórios do equipamento para oximetria de pulso, em combinação com seus monitores do oxímetro de pulso destinados.

Os monitores do oxímetro de pulso são frequentemente usados com sensores do oxímetro de pulso e cabos de diferentes fabricantes. Este requisito garante a compatibilidade de tais combinações. todas as combinações especificadas do equipamento para oximetria de pulso, assim como todas as partes individuais e acessórios especificados para utilização com um monitor do oxímetro de pulso, devem estar declaradas nas instruções para utilização.

As informações adicionais podem ser encontradas nos itens 201.7.9.2.1 g) e 201.7.9.2.14.101 a) e b). A interface tecido-sensor do oxímetro de pulso deve ser avaliada quando a temperatura da pele estiver inicialmente a 35 °c para cada monitor do oxímetro de pulso e sensor do oxímetro de pulso com os quais ela está destinada a ser usada. Informações adicionais podem ser encontradas no Anexo BB.

Se a temperatura da superfície do sensor do oxímetro de pulso na interface com o tecido puder exceder 41 °c, então: o equipamento para oximetria de pulso deve conter um controle ajustável pelo operador para ativar qualquer modo de temperatura elevada que exceda 41 °C. Deve ser requerida uma sequência deliberada de ações do operador para ativar este modo.

As instruções para utilização devem descrever esta sequência de ações do operador. O equipamento para oximetria de pulso deve fornecer um meio para limitar a duração de um modo de temperatura elevada acima de 41 °C. A duração do modo de temperatura elevada não pode exceder 4 h a 43 °C ou 8 h a 42 °C.

As instruções para utilização devem incluir uma declaração de que a utilização de ajustes de temperatura maiores que 41 °C requer atenção especial em pacientes com pele suscetível, como recém-nascidos, pacientes geriátricos, vítimas de queimadura. o equipamento para oximetria de pulso deve indicar quando ele estiver em modo de temperatura elevada e a descrição técnica deve descrever o método de ensaio usado para medir a temperatura máxima na interface tecido-sensor do oxímetro de pulso.

Quando a medição da temperatura para a interface tecido-sensor do oxímetro de pulso for realizada, conforme especificado na NBR IEC 60601-1:2010, 11.1.3, o método de ensaio presente na descrição técnica pode ser utilizado. As informações adicionais podem ser encontradas no Anexo BB.3.


Sobre o autor:

*Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br

19 de abril de 2017 0 comentários
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Instrumentação e normatização

A medição e avaliação de níveis de pressão sonora provenientes dos sistemas de transportes

por Fernando Dias 19 de abril de 2017
escrito por Fernando Dias

Dados mais recentes da World Health Organization (WHO) estimam que 10% da população mundial está exposta a níveis de pressão sonora que potencialmente podem causar perda auditiva induzida por ruído. Em aproximadamente metade destas pessoas o prejuízo auditivo pode ser atribuído ao ruído intenso.

Mauricio Ferraz de Paiva*

No ambiente urbano, o conjunto de todos os ruídos provenientes de inúmeras fontes sonoras, tais como meios de transporte, atividades de lazer, de obras, indústria, etc. causam o que vem sendo definido como poluição sonora, ou seja, uma sobreposição de sons indesejáveis que provocam perturbação. Além dos danos à audição causados pelo ruído, como a perda auditiva e o zumbido, existem também os efeitos extra auditivos, tais como perturbação e desconforto, prejuízo cognitivo (principalmente em crianças) e doenças cardiovasculares.

Outro fator importante são os efeitos do ruído na perturbação do sono, com consequências para a vida cotidiana com efeitos sobre o sistema endócrino. Sabe-se que as pessoas percebem, avaliam e reagem aos sons (ruído) mesmo quando estão dormindo. Por este motivo, o organismo pode reagir ao ruído com aumento da produção de hormônios, elevação do ritmo cardíaco, contração dos vasos sanguíneos, entre outras reações.

Se a exposição ao ruído ocorrer por longo tempo, estas reações podem se tornar persistentes e afetar o organismo e a saúde como um todo. No Brasil, o ruído excessivo é aceito e, muitas vezes, tido como fundamental em algumas atividades de lazer.

Alguns estudos vêm mostrando os efeitos auditivos temporários decorrentes desta exposição ao ruído no lazer e que a prevalência da perda auditiva em adultos e idosos também está aumentando cada vez mais. Em virtude deste panorama, deve haver incentivo para o desenvolvimento de produtos seguros, por exemplo, fones de ouvido com cancelamento de ruído, bem como campanhas de conscientização no âmbito da saúde pública.

As perdas auditivas induzidas por níveis de pressão sonora elevados levam à perda auditiva, que no Brasil é grande, chegando a 6,8% da população. Mas como não existe uma constância nas notificações no país esse número deve ser bem maior. Isso reforça a importância da notificação, que torna possível o conhecimento da realidade e o dimensionamento das ações de prevenção e assistência necessárias. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85dB(A) por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair).

A NBR 16425-1 de 04/2016 – Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora provenientes de sistemas de transportes – Parte 1: Aspectos gerais estabelece a instrumentação eletroacústica a ser utilizada em medições de níveis de pressão sonora provenientes de sistemas de transportes; a calibração e o ajuste em campo da instrumentação eletroacústica; as condições gerais de medição; e os descritores sonoros para análise de sons provenientes de sistemas de transportes (aeroviário, aquaviário, ferroviário, metroviário e rodoviário).

A NBR 16425, sob o título geral Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora provenientes de sistemas de transportes, tem previsão de conter as seguintes partes: Parte 1: Aspectos gerais; Parte 2: Sistema aeroviário; Parte 3: Sistema aquaviário; Parte 4: Sistema ferroviário; Parte 5: Sistema metroviário; e Parte 6: Sistema rodoviário.

A elaboração da NBR 16425 (todas as partes) foi motivada por: inexistência de normas técnicas brasileiras que estabeleçam procedimentos específicos de medição de níveis de pressão sonora, bem como avaliação do impacto sonoro ambiental decorrente dos sistemas de transporte; necessidade de estabelecer critérios para a localização de pontos de medição de níveis de pressão sonora, bem como para avaliação dos resultados, em função da ocupação do solo em relação às faixas de domínio e áreas não edificáveis dos modais de transporte terrestre e zonas de proteção de aeródromos e portos, muitas vezes invadidas ou ocupadas desordenadamente.

O conjunto de instrumentos (sonômetro, microfone e calibrador sonoro) deve ser aquele indicado pelo fabricante, conforme especificado pela IEC 61672-1. O sonômetro deve atender à EC 61672-1, para a Classe 1. Recomenda-se a utilização de sonômetro cujo modelo tenha sido comprovadamente aprovado, conforme a IEC 61672-2.

Para a medição e caracterização de som tonal, o sonômetro deve possuir filtros de 1/3 de oitava, que devem atender à IEC 61260, para a Classe 0 ou Classe 1. As medições de níveis de pressão sonora devem ser realizadas com o protetor de vento acoplado ao microfone do sonômetro.

Deve ser executada a correção da influência dos efeitos do protetor de vento na resposta em frequência do microfone, conforme instrução do fabricante para o modelo do protetor de vento utilizado. Opcionalmente ao uso de um sonômetro pode-se utilizar um sistema de medição de nível de pressão sonora constituído por microfone, cabos e conectores, placa de aquisição de dados, hardware e software, desde que o sistema de medição de nível de pressão sonora atenda às especificações da IEC 61672-1 e IEC 61672-3.

O calibrador sonoro deve atender à IEC 60942, para a Classe 1. O microfone de medição deve ser especificado para atender à IEC 61672-1 ou IEC 61094-4. Alguns microfones são especificados para atender à IEC 61672-1, porém não é mencionado o atendimento à IEC 61094-4.

O sonômetro deve ser ajustado, com o calibrador sonoro acoplado ao microfone, imediatamente antes de cada série de medições. O sistema de calibração elétrico interno do sonômetro, disponível em alguns modelos, não substitui o uso do calibrador sonoro.

O ajuste do sonômetro deve ser realizado com o valor indicado no certificado de calibração mais recente do calibrador sonoro, aplicada à devida correção do tipo de microfone, conforme orientações do fabricante. O microfone, o sonômetro e o calibrador sonoro devem ser compatíveis, conforme especificação do fabricante.

O ajuste do sonômetro deve ser realizado nas condições ambientais do local da medição, desde que isento de interferências sonoras que possam influenciar o ajuste. Recomenda-se que, dependendo do conjunto de instrumentos a ser utilizado, do tempo de medição, e das condições meteorológicas, sejam realizados ajustes intermediários com o calibrador sonoro.

Ao final de uma série de medições, no ambiente avaliado, deve ser lido o nível de pressão sonora com o calibrador sonoro ligado e acoplado ao microfone. Se a diferença entre a leitura e o valor ajustado inicialmente for superior a +0,5 dB ou inferior a -0,5 dB, os resultados devem ser descartados e novas medições devem ser realizadas.

No monitoramento de período completo ou de longa duração, verificações elétricas podem ser utilizadas para extensão do intervalo entre ajustes com o uso do calibrador sonoro, desde que essa tecnologia esteja incorporada no sonômetro ou no sistema de medição, e as orientações do fabricante sejam atendidas.

As verificações elétricas devem ser realizadas pelo menos duas vezes ao dia, em intervalos regulares. As verificações elétricas e sua contribuição na incerteza do resultado da medição sonora devem ser validadas através do ajuste com calibrador sonoro e do monitoramento da pressão atmosférica e temperatura ambiente.

Recomenda-se que, no monitoramento de período completo ou de longa duração, o ajuste com o calibrador sonoro acoplado ao microfone seja realizado conforme recomendações do fabricante. Nas medições executadas no nível do solo, o microfone deve ser posicionado entre 1,2 m e 1,5 m do solo.


*Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br

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