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nanotecnologia

DestaquesNotíciasQUÍMICA E MEIO AMBIENTERadar científicoTécnologias químicas

Microplásticos: o desafio invisível e como a química está reinventando a solução

por Equipe Analytica 13 de outubro de 2025
escrito por Equipe Analytica

Da poluição invisível à química regenerativa: como a ciência está transformando microplásticos em energia, inovação e novas oportunidades para o planeta.

Quando pensamos em poluição plástica, nossa mente costuma ir diretamente a garrafas, sacolas ou resíduos visíveis nas praias. Mas um problema mais sutil e pervasivo ronda águas, solos, cadeias alimentares e até mesmo nossos corpos: os microplásticos. Essas partículas minúsculas (médios entre 5 mm e menos de 1 µm) são formadas pela degradação física, química ou biológica de plásticos maiores e escapam facilmente dos sistemas convencionais de tratamento.

A presença de microplásticos levanta duas preocupações interligadas: (1) seus efeitos ambientais e biológicos; e (2) a complexidade técnica de detectá-los, separá-los e removê-los eficientemente em escala real. A química analítica e a ciência dos materiais desempenham hoje papéis centrais nessa fronteira, transformando fragmentos poluentes em alvos de tecnologias de remediação (ou até valorização).

Por que os microplásticos são um problema tão difícil?

  1. Tamanho e heterogeneidade
    Com diâmetros que variam de milímetros a nanômetros, os microplásticos cruzam fronteiras de escala e desafio: muitos já são invisíveis ao olho nu. Além disso, eles variam em composição (PE, PP, PET, PS, etc.), aditivos e contaminações secundárias (metais, substâncias orgânicas).
  2. Interação com outros poluentes
    Eles funcionam como microvetores: adsorvem compostos orgânicos tóxicos, metais pesados, microrganismos, ampliando riscos à saúde humana e aos ecossistemas.
  3. Baixa densidade e dispersão
    Muitos microplásticos flutuam ou permanecem suspensos na coluna de água, escapando de processos por sedimentação clássica. Isso exige tecnologias que operem em fase dispersa, com “caça” ativa dessas partículas.
  4. Escalabilidade e custo
    Métodos promissores em escala de laboratório muitas vezes não se traduzem facilmente em planta piloto ou sistema urbano. A eficiência decai, o custo de energia sobe e a regeneração de catalisadores/instrumentos torna-se crítica.

Métodos emergentes com potencial real

Embora ainda existam desafios, nos últimos anos vieram à tona abordagens inovadoras que visam “caçar” microplásticos com mais eficiência e inteligência. A seguir, alguns exemplos notáveis:

Métodos físico-químicos (catálise e foto-Fenton assistida por luz solar)

Uma linha promissora envolve o uso de radiação solar para ativar catalisadores que geram espécies reativas (radicais •OH, por exemplo) capazes de degradar ou fragmentar microplásticos em compostos menos perigosos. Alguns estudos exploram processos “photo-Fenton assistidos por luz” acoplados a regeneração de catalisadores.

Outro caso de destaque: pesquisadores do Instituto de Ciências Básicas da Coreia criaram um sistema flutuante que, usando luz solar e água, degrada resíduos de PET e PLA liberando hidrogênio limpo. Em ensaios outdoor por meses, o sistema permaneceu estável em ambientes diversos (água doce, água de torneira, mar).

Também foi relatado um catalisador à base de níquel que, de modo seletivo, quebra plásticos do tipo poliolefina (PE, PP), materiais particularmente abundantes e difíceis de reciclar, transformando-os em óleos, ceras e combustíveis. Essa abordagem também tolera plásticos misturados sem triagem intensa.

Nanotecnologia e materiais funcionais

Pesquisadores vêm desenvolvendo materiais com nanoestrutura (óxidos metálicos, MOFs, compósitos) capazes de adsorver microplásticos ou catalisar sua degradação. Por exemplo, composites que combinam BiOI com estruturas de MOFs têm sido testados para acelerar a degradação de microplásticos sob irradiação.

Membranas de nanofibras modificadas, como PVDF com óxidos metálicos e biossurfactantes, conseguiram taxas de rejeição de microplásticos de até 99,99 %.

Economia circular: transformação e valorização

Um movimento paralelo importante é abandonar a ideia de “remoção” pura e investir em transformação, ou upcycling. A visão: oxidar ou depolimerizar microplásticos em compostos úteis ou em energia limpa (hidrogênio, por exemplo).

Esse conceito tem sido explorado sob o rótulo solar reforming (reforma solar): uso de luz solar para converter resíduos plásticos em combustíveis, hidrogênio ou blocos químicos úteis.

Por exemplo, um estudo recente mostra que a forma “brookita” de TiO₂ é mais ativa que outras formas cristalinas (anatase, rutilo) no processo de photoreforming de PET, produzindo ácido acético e hidrogênio simultaneamente.

Um caminho para o Brasil?

No contexto brasileiro, onde muitos corpos hídricos enfrentam poluição plástica crescente e recursos para infraestrutura de tratamento são limitados, essas tecnologias emergentes podem ser transformadoras, se adaptadas e escaladas:

  • Pilotos regionais: implantar módulos solares compactos com catálise local para despoluição de rios ou reservatórios urbanos.
  • Integração com estações de tratamento de água (ETA): adicionar etapas de “captura ativa” de microplásticos antes da fase final de filtração.
  • Pesquisa colaborativa nacional: desenvolver catalisadores de baixo custo usando materiais abundantes localmente (óxidos de ferro, zeólitos, biocarvões) com equipes das universidades federais.
  • Avaliação de ciclo de vida (LCA): garantir que a energia incorporada nas novas tecnologias não supere os benefícios ambientais.
  • Normas e monitoramento: fortalecer redes de fiscalização de qualidade de água que incluam microplásticos como parâmetro de controle (muitas vezes ainda ausente).

Conclusão: química crítica no combate ao invisível

Os microplásticos representam uma fronteira incomum: invisíveis ao espectador comum, mas onipresentes no meio ambiente e na cadeia alimentar. A simples filtração tradicional já não é suficiente; precisamos de abordagens ativamente reativas e inteligentes.

A química analítica, os materiais funcionais, a catálise solar e o design de sistemas integrados emergem como protagonistas desse cenário. Há um potencial real de transformar o resíduo invisível em fonte de energia ou produtos úteis, desde que enfrentemos os desafios de escalabilidade, durabilidade e custo.

13 de outubro de 2025 0 comentários
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Notícias

Terapia gênica: nanotecnologia é aliada no tratamento de diferentes doenças cutâneas

por jornalismo-analytica 11 de agosto de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Recentemente, o Hemocentro de Ribeirão Preto da USP pediu autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e iniciou os testes clínicos de fase 2 em pessoas com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Os dados da primeira etapa da pesquisa com células CAR-T, realizada com quatro pacientes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), comprovaram que o tratamento é seguro.

A terapia com células CAR-T é um dos vários tipos de terapia celular e gênica em estudo no Brasil e no mundo, e envolve a manipulação (ou reprogramação) das células do sistema imunológico (os linfócitos T) dos próprios pacientes para que elas reconheçam e ataquem as células tumorais. No caso da terapia desenvolvida pelo Hemocentro, as células CAR-T foram treinadas para combater o tumor reconhecendo um alvo específico, o antígeno CD19, presente somente em células da leucemia linfoide aguda de células B, e do linfoma não Hodgkin de células B.

Desde o primeiro protocolo de terapia gênica em humanos, em 1990, até hoje, muita coisa aconteceu. De fato, há grandes esperanças de que ela possa combater doenças ainda sem cura, como o câncer. Uma pesquisa rápida pelo site clinicaltrials.gov – banco de dados on-line de estudos de pesquisa clínica dos Estados Unidos – nos mostra que há cerca de 400 estudos clínicos em andamento envolvendo terapia gênica e câncer.

O Jornal da USP apresenta agora algumas iniciativas dentro e fora da USP que se propõem a tratar várias doenças utilizando a manipulação de genes.

Desligando genes
No Laboratório NanoGeneSkin, o foco das pesquisas é usar a nanotecnologia no tratamento de diferentes doenças cutâneas, como psoríase, câncer de pele e vitiligo. Coordenado por Maria Vitoria Bentley, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) e coordenadora do INCT Nanotecnologia Farmacêutica, a linha de pesquisa mais recente do grupo prevê o desenvolvimento de tratamentos que usam como tecnologia a terapia genética de silenciamento.

No tratamento, os cientistas estudam os genes que estão sendo produzidos em excesso em determinados processos patológicos e os silenciam, ou seja, impedem que eles se expressem. “Em um processo inflamatório, os genes responsáveis pela produção de algumas citocinas [proteínas] pró-inflamatórias – importantes para vários processos biológicos – estão com sua expressão exacerbada, causando a manifestação da doença”, explica Maria Vitoria Bentley. “A nossa proposta é administrar o gene que vai silenciar a produção dessas substâncias responsáveis pelo processo patológico.”

Bentley explica que essa terapia é diferente da terapia gênica com DNA, em que se entra no núcleo da célula para produzir um determinado gene. Essa técnica tem sido utilizada em algumas vacinas, por exemplo.

Na terapia antisense (siRNA), como também é chamada, a proposta é silenciar os genes que estão desregulados e, por isso, interrompem ou alteram a estrutura de proteínas, fazendo com que elas não funcionem como deveriam. “Psoríase e câncer de pele são doenças em que os genes estão superexpressos”, exemplifica a pesquisadora.

Fatores genéticos
A psoríase é um problema dermatológico crônico, de natureza inflamatória, em que há a formação de manchas brancas ou rosadas na pele e que, em seguida, passam por um processo de descamação até ficarem esbranquiçadas.

As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas estudos indicam que elas podem estar relacionadas com fatores genéticos. Existem teorias que acreditam que a doença se desenvolve quando os linfócitos T (células de defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias que geram o aspecto avermelhado das manchas. Em seguida, o corpo responde à inflamação, e a presença de outro tipo de células de defesa, os neutrófilos, faz com que a pele descame.

“Descobrimos que a principal citocina pró-inflamatória que está sendo produzida de forma exagerada é o TNF-alfa”, explica Maria Vitoria. “Encontramos um silenciador, que chamamos de siRNA TNF-alfa.”

Mas o grande desafio ainda estava por vir. A camada mais externa da pele é chamada de estrato córneo, que atua como uma barreira contra microrganismos, desidratação e permeação de fármacos – passagem de fluidos pelas camadas da pele. “Esse silenciador teria que entrar, romper o estrato córneo e migrar para camadas onde se desenvolve a doença”, relata a pesquisadora.

Na mesma época, o grupo de Bentley estava desenvolvendo um tipo de nanopartícula de cristal líquido, que eles depois chamaram de soft nanoparticles. Diferentemente das nanopartículas sólidas, as nanopartículas de cristal líquido são compostas de gel líquido cristalino em formato de hexágono. “Este tipo de cristal líquido à base de lipídeos interage com o estrato córneo e altera a sua permeabilidade”, destaca a professora.

Um tratamento tópico para psoríase utilizando nanotecnologia e terapia antisense. Essa é uma proposta que vem sendo estudada há 15 anos pelo grupo de Maria Vitoria Bentley.

Da bancada aos experimentos em animais
Inicialmente, o grupo realizou experimentos de atividade em culturas de células (membranas de pele inflamadas) e viram um efeito positivo quando elas foram tratadas com as soft nanoparticles contendo siRNA TNF-alfa. “Tratamos as células e verificamos se há o silenciamento da produção de TNF-alfa”, explica.

Os ensaios em modelo animal foram feitos em camundongos sem pelo, conhecidos como hairless. Os cientistas irritaram a pele desse animal e observaram se a produção de citocina está exacerbada e, de fato, essa inflamação gerou alta produção de TNF-alfa. “Depois, fazemos a aplicação das nanopartículas com o gene silenciador nesta pele inflamada”, explica. Foram realizados diferentes protocolos, com variações de tempo e número de aplicações. Posteriormente, os animais são sacrificados e a pele é retirada para análise.

Os resultados, publicados no Journal of Controlled Release, foram animadores. “Observamos que, quando o siRNA TNF-alfa está incorporado na nanopartícula de cristal líquido, tem-se um maior silenciamento da produção dessa citocina pró-inflamatória, chegando a níveis basais de uma célula não doente.”

Câncer de pele
“A questão do melanoma é muito complexa e exige estratégias terapêuticas avançadas para a sua cura”, explica Maria Vitoria Bentley. O melanoma é o tipo mais grave de todos os cânceres de pele (representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão) devido à sua alta possibilidade de provocar metástase, ou seja, a disseminação do câncer para outros órgãos.

O melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, o pigmento que dá cor à pele) e pode aparecer em qualquer parte do corpo na forma de manchas, pintas ou sinais. De acordo com a professora, “a terapia gênica de silenciamento é importante neste processo porque, nessa doença, há vários genes desregulados, inclusive os que causam resistência à quimioterapia”.

A abordagem de tratamento tópico em desenvolvimento pode auxiliar no tratamento quando o câncer encontra-se em fase inicial. A nanopartícula desenvolvida pelo grupo incorpora um quimioterápico a silenciadores de genes superexpressos na doença.

“Podemos usar silenciadores de genes que impedem o processo de apoptose [morte celular programada], que induzem a proliferação da célula cancerosa. Assim, potencializamos o efeito do quimioterápico e o tratamento se torna mais efetivo.”

O artigo publicado na European Journal of Pharmaceutical Sciences mostra todo o processo de desenvolvimento da nanopartícula, além dos testes de penetração da pele realizados in vitro em culturas de células 3D (esferoides mimetizando pequenos tumores) e a avaliação da regressão do tumor.

O vitiligo é outra patologia que está no foco do NanoGeneSkin. Em uma publicação de 2008, o grupo desenvolveu uma nanopartícula contendo um siRNa que silencia a produção de uma proteína localizada na membrana do melanócito. Essa proteína atrai autoanticorpos que matam os melanócitos. “Nossos estudos in vitro mostraram que conseguimos silenciar em 80% a produção desta proteína”, comemora Maria Vitoria. “Como o vitiligo é uma doença complexa e multifatorial, atualmente estamos estudando o efeito do silenciamento de outros genes que estão superexpressos na doença.”

Futuro
O próximo desafio do grupo é desenvolver uma vacina intranasal de RNA mensageiro veiculado em nanopartículas. A ideia veio após a pandemia de covid-19, enquanto cientistas de todo o mundo trabalhavam para desenvolver, em tempo recorde, um imunizante capaz de frear a disseminação do sars-cov-2 ao redor do globo.

“Nós pensamos: temos um delivery, uma nanopartícula diferenciada, que tem um potencial de interação com a mucosa nasal, temos um modelo de prova de conceito, mas ainda não temos um RNAm específico para uma desenvolver a vacina”, destaca Maria Vitoria Bentley.

“Agora estamos fazendo o desenvolvimento farmacotécnico, verificando aspectos físico-químicos de interação com a mucosa nasal, testes de funcionalidade in vitro e em modelo animal”, diz, enfatizando que o ponto-chave da nanopartícula é a capacidade de interagir com biomembranas.

“Queremos ver a população, o paciente, fazendo uso daquilo que é o nosso objetivo científico”, resume a coordenadora do INCT.

Mais informações: vbentley@usp.br, com Maria Vitoria Bentley

Matéria – Jornal da USP, Texto: Fabiana Mariz
Imagem – Grupo do pesquisadores busca um tratamento tópico para psoríase utilizando nanotecnologia e terapia antisense – Foto: reprodução / site Nanogeneskin

11 de agosto de 2025 0 comentários
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Notícias

Formulação de baixo custo diminui a dose e aumenta a eficácia de medicamento contra verminose

por jornalismo-analytica 7 de maio de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Um grupo de pesquisadores apoiado pela FAPESP criou uma nova formulação para o único medicamento disponível no mercado para tratamento contra helmintos, como são conhecidos vermes como o esquistossomo e a tênia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 400 milhões de pessoas sofrem dessas verminoses em todo o mundo.

O praziquantel é comercializado em comprimidos grandes e difíceis de engolir, sobretudo por crianças e animais de estimação, como gatos e cachorros, que também são colonizados por helmintos e demandam tratamento preventivo. O medicamento tem ainda gosto amargo, o que também dificulta sua administração.

A nova formulação, baseada em nanotecnologia, é solúvel em água, sendo absorvida de forma mais eficiente e demandando metade da dose normalmente usada para obter o mesmo efeito do comprimido. A inovação tem um pedido de patente registrado.

Os resultados foram publicados na revista ACS Applied Nano Materials, da Associação Americana de Química.

“Doenças tropicais negligenciadas, como as verminoses, carecem de inovações em tratamento, principalmente pela falta de interesse da indústria em investir em drogas para populações pobres, que são as mais afetadas por essas mazelas”, afirma Josué de Moraes, que lidera o Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas (NPDN) da Universidade Guarulhos (UnG).

 

Coordenador do projeto, Moraes agora realiza testes com outros medicamentos para a indústria farmacêutica veterinária (foto: Mário Salvador/UnG)

“Ainda que o praziquantel tenha sido criado há mais de 40 anos, ele tem uma eficiência de 75% a 95%. Como criar uma nova droga demanda muito tempo e investimento, pensamos nessa inovação incremental de baixo custo, que melhora a absorção pelo organismo e a aceitação por crianças e animais domésticos”, completa o pesquisador.

O estudo integra o projeto “Seleção de fármacos com atividade anti-helmíntica, nanoencapsulação e avaliação pré-clínica em modelo experimental de esquistossomose”, apoiado pela FAPESP.

O artigo tem como primeira autora Ana Carolina Araujo Mengarda de doutorado no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Depois de elaborar o produto em colaboração com pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), os pesquisadores da UnG realizaram uma série de ensaios, tanto nos parasitas diretamente como em modelos animais e em células de mamíferos.

Os testes mostraram uma baixa toxicidade da formulação em células que não as dos parasitas. Ainda nessas análises preliminares, a nova apresentação mostrou mais eficácia na eliminação dos esquistossomos do que o princípio ativo sozinho.

“Além disso, ela permaneceu mais tempo no plasma sanguíneo. Essa é a provável explicação para a formulação precisar de metade da dose para fazer o mesmo efeito”, conta Mengarda, atualmente realizando pós-doutorado no ICB-USP com bolsa da FAPESP.

Inovação sob medida

O arsenal limitado de medicamentos e formulações contra as doenças tropicais negligenciadas motivou a OMS a publicar, em 2021, um roteiro para acelerar o controle e eliminar esses males até 2030 (leia mais em: agencia.fapesp.br/35136).

Uma necessidade listada no documento era a de uma formulação pediátrica para o praziquantel. Atualmente, um comprimido pediátrico orodispersível (que se dissolve na boca) está em fase de estudos clínicos, fruto de pesquisas de um consórcio internacional que inclui farmacêuticas, governos, organizações não governamentais, universidades e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz.

Uma das principais inovações do consórcio foi separar a parte da formulação original do praziquantel que torna o medicamento amargo. O que, segundo os pesquisadores do estudo publicado agora, demanda processos químicos que aumentam o custo do produto final.

A formulação brasileira tem baixo custo, disfarça o sabor amargo e demanda uma dose muito pequena. Esta ainda pode ser misturada a excipientes (substâncias inativas que complementam a formulação) que dão sabor mais palatável.

Outra particularidade da nova formulação é que ela tem duas fases, sendo uma delas oleosa, à base de óleo de rícino, que proporciona a absorção pelas membranas das células humanas. A outra fase se dá quando a formulação chega ao estômago e termina de ser emulsionada.

“Isso é fundamental para a absorção mais eficiente pelo organismo, que permite usar apenas metade da dose usual”, reforça Mengarda.

Além da estabilidade, que permite o armazenamento por mais de um ano em temperatura ambiente, outra vantagem da formulação é que ela pode ser combinada a outros princípios ativos para outras verminoses em um único medicamento.

A estratégia é bastante utilizada na indústria farmacêutica veterinária. A pedido de empresas desse ramo, os pesquisadores agora testam combinações voltadas ao mercado veterinário.

“A regulação de medicamentos veterinários, realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária [Mapa], é menos onerosa e burocrática do que para saúde humana, feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], o que está dando uma boa perspectiva para nossa formulação”, conta Moraes.

Ao mesmo tempo, o controle de doenças em animais é desejável num contexto de saúde única, uma vez que alguns parasitas de gatos e cachorros podem infectar humanos.

Por isso, ainda que dependa de estudos clínicos para um dia se tornar um medicamento humano, a inovação pode indiretamente beneficiar o controle das verminoses ao melhorar o cuidado dispensado aos animais domésticos.

Os pesquisadores estão abertos a parcerias com instituições públicas ou privadas interessadas em realizar os testes clínicos e disponibilizar um novo produto no mercado. O estudo mostrou ainda a viabilidade da produção semi-industrial, o que facilita a produção em larga escala no futuro.

O trabalho também teve apoio da FAPESP por meio de Bolsa de Iniciação Científica concedida a Vinícius de Castro Rodrigues, coautor do estudo.

O artigo Praziquantel Nanoparticle Formulation for the Treatment of Schistosomiasis pode ser lido em: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acsanm.4c06757.

Matéria – André Julião | Agência FAPESP 

Imagem – Ana Mengarda realiza ensaio no Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas (NPDN) da Universidade Guarulhos: solução de baixo custo aumenta eficiência de medicamento contra verminoses (foto: Mário Salvador/UnG)

7 de maio de 2025 0 comentários
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Notícias

Coral invasor é resistente a compostos biocidas usados em tintas de navios e plataformas, revela estudo

por jornalismo-analytica 24 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Fazer com que navios e plataformas de petróleo durem mais e, ao mesmo tempo, não poluam o meio ambiente é um grande desafio. Por isso, substâncias antimicrobianas têm sido misturadas às tintas aplicadas nesses locais que ficarão submersos para evitar a adesão de animais aquáticos, principalmente em áreas com alto tráfego de embarcações.

Em estudo divulgado na revista Toxics, pesquisadores observaram que indivíduos adultos da espécie Tubastraea coccinea, popularmente conhecida como coral-sol, são resistentes a nanocápsulas à base de DCOIT (4,5-Dicloro-2-octilisotiazol-3(2H)-ona), um dos biocidas anti-incrustantes mais utilizados no mundo depois que as tintas que tinham estanho e metais pesados na composição, como cobre e zinco, foram proibidas por causa da sua alta toxicidade para os animais marinhos.

Isso ajuda a explicar por que essa espécie, considerada invasora, se espalhou de forma tão consistente por cerca de 3,5 mil quilômetros do litoral brasileiro nos últimos anos, além do fato de não haver um predador natural por aqui.

A descoberta é importante porque ajuda a entender o comportamento do animal no oceano Atlântico, já que a espécie veio dos oceanos Pacífico e Índico. Além disso, outros estudos feitos sobre essas substâncias anti-incrustantes geralmente envolvem organismos de águas temperadas ou frias, não havendo dados disponíveis sobre espécies de corais.

Como o DCOIT é altamente tóxico, os pesquisadores têm testado várias formas de utilizá-lo. Materiais desenvolvidos com nanoengenharia estão ajudando a controlar a sua taxa de liberação e reduzir o risco aos organismos aquáticos. Entre os principais resultados, o estudo mostra que a versão revestida com prata (SiNC-DCOIT-Ag) pode ser promissora em relação às demais, que ainda estão em avaliação pelo grupo de pesquisa.

O trabalho é liderado pelo professor Denis Moledo de Souza Abessa, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Poluição e Ecotoxicologia Aquática (Nepea) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São Vicente. Também envolve pesquisadores do Instituto Oceanográfico (IO) e do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da Universidade de São Paulo (USP), além do professor Roberto Martins, da Universidade de Aveiro, em Portugal.

Os estudos do grupo receberam financiamento no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP. O trabalho teve ainda entre os autores Isabela Martins e Kátia Cristina Cruz Capel, bolsista de pós-doutorado.

Inovação

O grupo de pesquisa tem estudado como desenvolver tintas mais eficazes, tanto para águas tropicais quanto temperadas. A tecnologia está sendo desenvolvida em parceria com a empresa portuguesa Smallmatek, mas ainda não há previsão para que os produtos cheguem ao mercado.

“A ideia é criar uma tinta que já tenha o anti-incrustante e um anticorrosivo, para aliar a questão econômica à proteção do meio ambiente. A gente tem um ganho econômico, pois a tinta é mais eficiente, mas também um ganho ecológico, ao evitar a incrustação de espécies potencialmente invasoras e redução da liberação de contaminantes tóxicos na água do mar”, destaca Abessa.

“O nosso grupo de pesquisa continuará focado na avaliação da toxicidade, periculosidade e risco desses produtos no ambiente marinho, para ajudarmos a confirmar que se trata de compostos realmente seguros. O que temos demonstrado é que algumas dessas soluções podem e devem ser melhoradas”, acrescenta o professor Martins.

De acordo com o pesquisador português, o diferencial das novas tecnologias em relação às já disponíveis no mercado está na liberação controlada, trazida pelos nanomateriais. “Proporciona uma eficácia superior, mais duradoura e com menores impactos adversos, resultando em tintas mais eficientes e amigas do meio ambiente”, afirma.

Aqui no Brasil, o grupo da Unesp analisou exemplares de coral-sol coletados nos rochedos do arquipélago de Alcatrazes, em São Paulo. A invasão da espécie altera o ecossistema marinho e afeta atividades econômicas fundamentais, como a pesca e o turismo, além de impactar os modos de vida das populações tradicionais. Isso acontece porque, como é um bom competidor, o coral-sol acaba interferindo na ocorrência das outras espécies nativas, eliminando-as do ambiente marinho e, assim, ocupando os seus espaços nos recifes rochosos ou coralíneos.

Segundo Abessa, os testes mostram que o coral-sol adulto é bastante resistente às substâncias que utilizam o DCOIT, nas formas livre e nanoestruturadas, mas ainda não ficou claro se as larvas também são resistentes a esses produtos, por isso, são necessários novos testes. Os pesquisadores também esperam analisar o tempo de exposição ao material, para saber se em períodos maiores o resultado seria o mesmo.

“Nós entendemos que, se você pintar um navio com essa tinta contendo biocida, pode não mudar nada para o coral-sol. Ele vai incrustar lá, será transportado com o navio e colonizará outro lugar. O nosso objetivo era entender como essas substâncias à base de DCOIT agiriam nesse coral, porque elas são fortes e as mais usadas nas tintas, mas a gente viu que ele é tolerante. Até sofreu um pouco de impacto em algumas situações, mas não morreu. Então, ou a gente precisa de substâncias mais fortes ou de mais tempo de ação”, explica Isabela Martins, coautora do artigo.

Como o T. coccinea é uma espécie invasora e é retirado regularmente (de forma manual) pelas equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acabou se tornando um organismo de teste alternativo para avaliar os riscos para as espécies nativas, uma vez que a maioria dos corais nativos do Brasil está ameaçada atualmente. Em um único mês (janeiro de 2024), as equipes do ICMBio em Alcatrazes retiraram cerca de 346 quilos, com o apoio de voluntários e atividades de fiscalização com o suporte de um representante da Polícia Federal.

Além disso, esse também é um grande problema para a navegação. Apesar de um processo natural, a bioincrustação coloca em risco a segurança das embarcações, aumentando o peso, causando sobrecarga, entupindo sistemas de resfriamento e reduzindo a propulsão da hélice, por exemplo. A estimativa é que cerca de US$ 450 milhões sejam gastos todos os anos com prevenção de bioincrustação.

“Esse tipo de coral é considerado muito invasivo, ele coloniza muito rapidamente os paredões rochosos desse local onde coletamos as amostras, o arquipélago de Alcatrazes. E, como já se acreditava, vimos na pesquisa que é muito resistente aos poluentes. Agora, nessa próxima etapa, a nossa ideia é, em vez de testar só as substâncias com DCOIT nos corais, testar também as tintas. Vamos colocar placas pintadas no mar com os animais e ver o que acontece”, adianta Abessa.

Principais descobertas sobre o coral-sol

Depois de serem recolhidos no mar, os fragmentos de colônias do coral-sol foram aclimatados no laboratório e expostos por 96 horas a diferentes concentrações de substâncias à base de DCOIT, submersos em frascos com temperatura constante de 23°C, iluminação e aeração controladas.

Segundo Abessa, coordenador da pesquisa, um dos principais achados até aqui foi observar a transferência da toxicidade do DCOIT na cadeia alimentar dos animais. Durante a pesquisa, foi possível observar que, após o contato com a tinta, as substâncias se acumulam, se depuram e, em 24 horas, são eliminadas do organismo dos animais. Isso poderia indicar outros impactos, por exemplo, ligados à alimentação de comunidades próximas a esses locais contaminados, onde se aglomeram navios e plataformas, mas seriam necessários outros estudos para compreender melhor esse reflexo da poluição.

“Uma das coisas que percebemos observando o comportamento dessa substância em outros animais é que o DCOIT depura mais quando está encapsulado, quando é um nanomaterial”, avalia o cientista.

Além do coral-sol, os pesquisadores também estão testando esse composto em vários outros animais, como mexilhões, bolachas-do-mar, fungos, bactérias e microalgas. “O que nós estamos propondo é pegar esse composto, esse biocida, e colocá-lo numa nanocápsula. Desse modo, ele fica retido e aprisionado, o que reduz sua liberação na água e, consequentemente, a contaminação do ambiente”, destaca o professor da Unesp.

“Nós encontramos muitos estudos sobre as águas temperadas, mas aqui, na região do hemisfério Sul, em águas tropicais, ainda são necessários avanços e queremos participar desse debate”, diz Abessa.

O artigo Adults of Sun Coral Tubastraea coccinea (Lesson 1829) Are Resistant to New Antifouling Biocides pode ser lido em: www.mdpi.com/2305-6304/12/1/44.

Matéria – Cristiane Paião | Agência FAPESP
Imagem – À esquerda, coral-sol íntegro; à direita, coral sol com danos causados por nanocápsulas à base de DCOIT revestidas com prata (fotos: Isabela Martins)

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Nanomaterial permite monitorar teor de tanino no vinho tinto

por jornalismo-analytica 10 de janeiro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma solução aquosa, conhecida como sensor em forma líquida, que permitiu uma descoberta importante: a fluorescência de nanocristais de celulose (CNC) tem potencial para monitorar o teor de ácido tânico em vinhos tintos.

A solução composta de CNC pura se mostrou eficaz para apontar a presença de tanino, um parâmetro considerado fundamental por enólogos na estrutura e características organolépticas (aroma e sabor) e ainda atuar na estabilização da cor do vinho.

A constatação de que a autofluorescência da celulose se altera na presença do ácido tânico abre caminhos para o desenvolvimento de sensores ópticos à base de nanocristais de celulose para monitorar taninos não só em vinhos, mas em produtos alimentícios e outras bebidas. Na demonstração, como prova de conceito, a pesquisa detectou a molécula de tanino associada à palatabilidade em vinhos tipo cabernet sauvignon e tannat.

Os taninos são compostos fenólicos que desempenham um papel importante na composição, qualidade e potencial de envelhecimento dos vinhos tintos. Desse modo, a descoberta dos pesquisadores poderá fornecer ao enólogo uma informação importante para que ele possa entender melhor as características e a composição do produto que está elaborando.

Embora seja um importante atributo sensorial enológico na determinação das qualidades do vinho, em excesso é considerado um antinutriente.

“Assim, a determinação de tanino em amostras de alimentos por métodos analíticos ópticos – fotoluminescência – pode ser vantajosa, uma vez que esse tipo de procedimento é rápido, elimina a necessidade de experimentos e reagentes trabalhosos, ao mesmo tempo que proporciona relativa sensibilidade e seletividade”, disse à Assessoria de Comunicação da Embrapa a pós-doutoranda Kelcilene Teodoro, que conduziu a pesquisa sob a supervisão do pesquisador Daniel Souza Corrêa.

Outra vantagem do sensor em forma líquida é que o método, em princípio, pode ser adaptado para aparelhos portáteis de fluorescência, facilitando o uso em diferentes locais.

De acordo com Teodoro, a literatura científica é escassa na exploração de propriedades fluorescentes da celulose, que possam ser utilizadas em sensores químicos. “Geralmente, na área de sensores, a celulose ou a nanocelulose, embora bastante versátil, é combinada com outros materiais que desempenham o papel principal no mecanismo de detecção, de forma que, na maioria das aplicações, a nanocelulose atua como suporte ou substrato, enquanto sua autofluorescência inerente permanece ainda pouco explorada para aplicações em sensores”, esclareceu a pesquisadora.

“Nós buscamos ampliar o uso de nanocelulose no ramo de sensores, encontrando aplicações inovadoras para esse material, já que verificamos que sua propriedade de autofluorescência tem potencial para ser utilizada como sensor óptico, fenômeno pouco relatado na literatura”, contou Corrêa.

Resultados da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na revista Carbohydrate Polymers.

Rota enzimática e potencial sensor

A proposta do projeto foi investigar o aproveitamento da propriedade de autofluorescência de nanocristais de celulose para usá-la como ferramenta na detecção dos taninos. A pesquisa integra esforços contínuos de um grupo de cientistas para promover novas aplicações aos materiais celulósicos sustentáveis frente à demanda crescente por dispositivos optoeletrônicos em um cenário automatizado.

A obtenção dos nanocristais foi realizada por rota enzimática, que é o isolamento de nanoestruturas de celulose a partir de tratamentos mediados por enzimas, a partir de cavacos de madeira de seringueira branqueados, cedidos pela Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio.

De acordo com Teodoro, estudos de síntese de nanocristais de celulose a partir de hidrólise enzimática apontam tendência de menor custo energético, associados a condições experimentais de temperatura e pressão mais amenas, além da geração de resíduos menos tóxicos, em relação à hidrólise ácida com ácidos minerais. Assim, apresenta grande potencial para sustentabilidade no processo de obtenção de nanoceluloses.

“Constatamos que a propriedade de fotoluminescência advinda de agregados de nanocristais de celulose foi capaz de identificar ácido tânico em diferentes vinhos tintos de modo eficiente, em concentrações que podem ser de interesse industrial. Observamos também que compostos, normalmente encontrados nas matrizes do vinho, não causaram alterações significativas no sinal detectado”, explicou a pesquisadora.

O artigo Exploring the potential of cellulose autofluorescence for optical detection of tannin in red wines pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0144861723009591.

Matéria – Agência FAPESP

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Em foco

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por jornalismo-analytica 7 de dezembro de 2021
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Artigo científico

Seção Tecnologias Químicas | Produtos Nanotecnológicos

por jornalismo-analytica 29 de abril de 2021
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Por Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz

 

A ciência, de forma geral, está sofrendo uma grande revolução, mesmo antes da pandemia muitas tecnologias já estavam à disposição da nova indústria química. Os produtos químicos de todas as áreas estão sendo modificados para atender o desenvolvimento humano, em especial os saneantes, que são essenciais no combate aos microrganismos. Estes produtos já não podem mais ter a formulação do século passado, ou seja, precisam ser modificados com as novas tecnologias, para garantir um melhor desempenho frente aos novos microrganismos. 

Diante da crise global causada pela pandemia, onde o mundo precisa retomar o desenvolvimento econômico, as pessoas necessitam voltar as suas atividades de trabalho com segurança, é preciso que novas tecnologias atendam esse momento. Novos produtos que são resultados de pesquisas que comprovam aumento de eficácia em relação ao combate a vírus e bactéria precisam sair das instituições de ensino o mais rápido para a prateleira dos consumidores. 

Umas das tecnologias químicas que estão em alta, é a nanotecnologia, que pode ser compreendida como a tecnologia que constroem estruturas e novos materiais a partir dos elementos ou átomos. A finalidade principal é que esses novos materiais devem possuir maior estabilidade e propriedades superiores a suas formas originais, a explicação é que os elementos possuem comportamento diferenciado na escala nanométrica.

Em especial temos a síntese de nanopartículas, com alto potencial de aplicação em produtos como, roupas, combustíveis, produtos de limpeza, alimentos, entre outros. Nos centros de pesquisa e desenvolvimento, alguns produtos com essas características já foram testados e apresentaram resultados que credenciam para inserção imediata no mercado. 

Um exemplo é o desenvolvimento de saneantes com ação potencializada pelas nanopartículas de prata, estas possuem propriedades bactericidas e antivirais para limpeza e higienização de ambientes de alto risco de contaminação, como hospitais e clínicas médicas.

 

Exemplos de aplicações das nanopartículas de prata e cobre foram desenvolvidas por aluno (a)s do curso Técnico em Química, que comprovaram a ação bactericida e antiviral em desinfetante (processo de patente no INPI) e sabão lava-roupas concentrado, as nanopartículas de prata estão se destacando como uma importante classe de nanomateriais. Já é de conhecimento que propriedades como cor, a quantidade, o tamanho, a estabilidade, as ações antimicrobianas das nanopartículas de prata dependem e diferem conforme o formato físico da nanopartícula sintetizada. 

Em ambos trabalhos, as nanopartículas foram sintetizadas separadamente, por rota sintética laboratorial e caracterizada por técnicas instrumentais, como espectrofotometria UV-Vis e analisador de partículas. A fabricação dos saneantes seguiu formulações de base atuais e foram inseridas as nanopartículas para efeito potencializador.

Para comprovação da eficácia dos novos saneantes foram realizadas análises microbiológicas com as principais bactérias do meio hospitalar, onde a eliminação ocorreu de forma completa em todos os ensaios.

Este exemplo demonstra a importância das novas tecnologias para o desenvolvimento de produtos, que serão capazes de atender as necessidades impostas por novos cenários e mudanças que o mundo está atravessando. 

Algumas imagens que foram utilizadas no pitch dos produtos:

Autor: Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz  (Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.)

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Notícias

Químicos criam biofertilizante vegetal nanotecnológico

por jornalismo-analytica 1 de fevereiro de 2021
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Imagine um fertilizante bem diferente, puro, atóxico e capaz de enriquecer alimentos com micro e macro nutrientes, e aumentar as produções de diversas culturas. Este produto já existe. É um biofertilizante desenvolvido

inicialmente em uma startup da Universidade de Brasília (UnB) por meio de parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos inventores é o químico Marcelo Rodrigues, que trabalhou junto com os pesquisadores Jader Busato (Fav-UnB), Juscimar Silva (Embrapa) e Daniel Zandonadi (UFRJ). Marcelo é professor do Instituto de Química (IQ) da UnB e deu início ao projeto usando como base nanotecnologia aplicada à farmácia, trabalho que já desenvolvia com a equipe do instituto.

Ele explica que a estratégia usada na indústria farmacêutica de identificar proteínas-alvo no ser humano são pontos específicos de atuação de um fármaco. Com base nisso, a equipe desenvolveu a arbolina, um produto que ativa o metabolismo e melhora as condições fisiológicas da planta. Em testes feitos com tomate e alface, por exemplo, houve ganho de cerca de 20% na produtividade após seguidas aplicações do produto. O resultado geral é o aumento de 5 a 8% em cada aplicação.

“A arbolina é uma nanopartícula de carbono constituída basicamente por 70% de carbono orgânico. O grande diferencial são as moléculas da superfície. Proteínas envolvidas no crescimento da planta dependem de uma composição de superfície bastante homogênea. É isso o que garante a reprodutibilidade. Então, a arbolina age como se fosse um fármaco. Identificamos a proteína de transporte na membrana plasmática das plantas e a ativamos”, explica ele.

O produto tem função hormonal e é aplicado em pequena quantidade (100 mg/l) na calda final que é aplicada na lavoura.  “As doses que usamos nos testes de laboratório são as mesmas que usamos no campo, o que não é comum para quem trabalha com insumos agrícolas, principalmente com nutrição vegetal. Geralmente, os resultados de laboratório não são reproduzidos em campo. Mas este é o resultado de um trabalho árduo para se introduzir um produto de altíssima qualidade”.

O professor ressalta que o produto é efetivo em qualquer tipo de cultura. Isso porque ele atua no mecanismo de proteínas que são comuns a todo tipo de plantas. “Pegamos uma proteína coringa, atuamos em cima dela e ela está presente em todas as plantas e fungos”.  Ele acrescenta que o trabalho para chegar a este resultado foi calcado em Química aplicada à Fisiologia das plantas. “Falo para os meus alunos que os químicos que desenvolvem produtos pra agricultura, principalmente nutrição vegetal, estão completamente distantes disso. E nós fomos na contramão: desenvolvemos um produto com olhar para a fisiologia”.

A arbolina já está sendo comercializada e é um dos produtos oferecidos pela empresa da qual Marcelo é sócio. Neste momento, a equipe de trabalho está desenvolvendo um novo produto semelhante, mas os testes iniciais já mostraram um potencial cinco vezes maior que o da arbolina. Ainda há uma fase de testes para colocar este produto no mercado.

Sustentabilidade

Por se tratar de uma nanopartícula que funciona como hormônio vegetal, a arbolina mimetiza hormônios naturalmente encontrados na natureza. A maior parte é formada de carbono orgânico, e a base constituída por carbono, oxigênio e nitrogênio. “Em situações de mudanças climáticas, essa proteína ajuda a planta a se gerenciar e autorregular. Numa condição de estresse hídrico ou causado por produto químico defensivo, por exemplo, melhoramos seu metabolismo, possibilitando que determinada cultura absorva nutrientes e aproveite melhor o adubo que está no solo”, explica o professor.

Marcelo destaca ainda que a nanoagricultura está centrada no uso de nanomateriais a base de polímeros, óxidos metálicos, nanopartículas metálicas, como ouro e prata, que são tóxicos para o meio ambiente. Com o material produzido, ocorre o contrário. “Ao longo dos anos, fizemos testes de toxicidade em peixes, camundongos, bactérias, fungos, insetos, larvas. Nós conseguimos superar todos esses limites. Hoje posso dizer que temos o bioestimulante mais potente do mercado”, garante.

 

 

Fonte: CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA

1 de fevereiro de 2021 0 comentários
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Notícias

Remoção de contaminantes da água com a utilização de nanopapel cerâmico

por jornalismo-analytica 10 de agosto de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Imagine uma membrana capaz de filtrar contaminantes difíceis de serem removidos da água, como metais pesados. Agora, pense que ela pode ser utilizada também para avaliar a qualidade de alimentos ou detectar gases tóxicos. Essas são algumas das potenciais aplicações de um nanomaterial, tão fino e flexível como uma folha de papel, recém-desenvolvido por cientistas da Embrapa Instrumentação (SP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e que resultou em um pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O nanopapel cerâmico foi obtido por meio da combinação de processos versáteis, e tornou-se uma versão alternativa aos papéis convencionais, compostos por celulose e cargas inorgânicas. A inovação é resultado de uma soma de competências de pesquisadores da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano), coordenada pela Embrapa Instrumentação (SP), e que contou com a participação da UFSCar.

Outra vantagem do nanopapel é que ele poderá ser utilizado no desenvolvimento de sensores para análise de gases tóxicos e da qualidade de alimentos, cuja pesquisa já está em andamento na Embrapa Instrumentação. A vantagem da utilização do nanopapel é que ele pode ser utilizado como substrato e ao mesmo tempo como a própria camada sensorial, ou seja, ele já é um dispositivo completo com uma configuração muito mais simples do que aquelas apresentadas pelos sensores químicos convencionais.

“O nanopapel inteligente também tem potencial para ser utilizado na fabricação de etiquetas de alimentos para uso como sensores flexíveis e facilmente adaptáveis. Assim, a etiqueta, além de conter informações usuais como data de validade, poderia atuar também como um sensor para detecção de gases indicadores da qualidade do alimento”, explica o pesquisador Daniel Souza Corrêa, que com Luiz Henrique Capparelli Mattoso coordenou a pesquisa pela Embrapa Instrumentação.

Foi utilizando a nanotecnologia, área na qual é realizada a manipulação da matéria em escala atômica e molecular, que os pesquisadores desenvolveram o nanopapel a partir da combinação de uma matriz polimérica e precursores inorgânicos processados pela técnica de eletrofiação e sol-gel, seguidos de tratamento térmico (calcinação) para eliminação da fase orgânica. Rafaela explica que a fase orgânica é necessária para a formação das fibras durante o processo de eletrofiação e posterior obtenção do material cerâmico.

O que é eletrofiação e sol-gel?

A técnica de eletrofiação permite produzir mantas de nanofibras cujo aspecto final é igual ao de um TNT (tecido não-tecido), mas as mantas produzidas são compostas por fibras de diâmetros nanométricos (mil vezes menores que um fio de cabelo). Portanto, apresentam elevada área superficial, flexibilidade e possibilidade de funcionalidade química, que são requisitos fundamentais para uso em sensores e sistemas de adsorção de poluentes. A técnica se destaca pela facilidade de processamento de materiais na nanoescala, funcionalização química, custo relativamente baixo, além da possibilidade de obtenção de uma grande variedade de materiais.

Já a sol-gel é uma rota de síntese química largamente conhecida e empregada na produção de materiais sólidos tridimensionais a partir de pequenas moléculas. O processo envolve a formação de uma suspensão coloidal (fase sol) – que é a mistura de partículas muito pequenas suspensas em outra substância – e sua posterior geleificação em uma fase contínua líquida (rede integrada), formando o gel tridimensional.

“O resultado final é uma manta porosa, de conformação tridimensional, formada por nanofibras cerâmicas amorfas e cristalinas de diferentes composições, interconectadas, que apresentam excelentes propriedades, podendo ser aplicadas como transdutores em sensores químicos ou membranas de filtração.”

A literatura científica já apresenta algumas propostas de nanopapel, mas a maioria envolve materiais vegetais oriundos de celulose, diferente da composição do nanoproduto da Embrapa-UFSCar, cuja composição final é inorgânica. “As nanofibras de natureza inorgânica conferem ao nanopapel autossustentabilidade, flexibilidade, elevada área superficial, estabilidade química e preservação das propriedades, inclusive mecânicas, em temperaturas mais elevadas”, detalha Luiza Mercante.

A professora ainda acrescenta que a plataforma baseada em nanopapel pode ser uma opção para remoção dos poluentes emergentes, como metais pesados, hormônios e fármacos, que precisam de filtros com propriedades específicas para a sua remoção.

Trabalho venceu desafios

O desenvolvimento do nanopapel enfrentou desafios. Para Corrêa, as maiores dificuldades foram no ajuste da formulação (composição dos reagentes) e na determinação dos parâmetros empregados tanto na etapa de processamento (técnica de eletrofiação e sol-gel), como no pós-processamento (calcinação) para obtenção do material.

“O ajuste desses parâmetros foi fundamental para a obtenção de um material cerâmico na forma de uma ‘folha de papel’, ou seja, fino e com boas propriedades mecânicas e elevada área superficial”, explica o cientista.

O nanopapel apresenta estrutura e composição favoráveis para detecção de gás, uma vez que sua estrutura fibrosa com elevada área superficial é vantajosa para percolação, adsorção e dessorção de gases. Além disso, o nanopapel pode ser funcionalizado com outros tipos de nanomateriais, como o grafeno, nanotubos de carbono, nanopartículas metálicas, entre outros, o que pode favorecer ainda mais a interação com gases diversos e potencializar seu uso como camada ativa em sensores de gases tóxicos, como amônia, gás carbônico, etc.”, afirmam os pesquisadores.

Participação da pós-graduação foi fundamental

A pesquisa do nanopapel inorgânico, supervisionada por Corrêa e Mattoso, orientadores em programas de pós-graduação da UFSCar, ganhou forma durante o pós-doutorado das químicas Rafaela da Silveira Andre, pós-doutoranda na Embrapa, e Luiza Amim Mercante, então pós-doutoranda pela UFSCar e atualmente professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e do doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar Murilo Henrique Moreira Facure. Durante o trabalho, Rafaela Andre também fez um estágio no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.

“Essa parceria entre UFSCar e Embrapa é mais um exemplo de que o nosso País pode gerar inovações relevantes e de forma efetiva para a sociedade,” declara Rafael Vidal Aroca, diretor-executivo da Agência de Inovação da UFSCar. Ele defende a construção de parcerias para que as soluções desenvolvidas sejam utilizadas. “É importante que se façam pontes para que essas tecnologias de ponta cheguem à sociedade, ajudando a melhorar a vida das pessoas e gerando novas oportunidades para empresas e instituições,” acredita.

Laboratório Estratégico é suporte para pesquisa

O estudo de dois anos envolveu recursos aproximados de R$ 250 mil, oriundos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Sistema Embrapa de Gestão (SEG).

A infraestrutura instalada do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), cujo modelo de atuação como multiusuário permite seu uso por pesquisadores de instituições parceiras, foi o suporte para a síntese e caracterização físico-química dos materiais e estudos de aplicação do nanopapel. Já a UFSCar contribuiu com alguns dos materiais empregados no projeto, além da caracterização morfológica do nanopapel.

Sediado na Embrapa Instrumentação, o LNNA é considerado um dos oitos Laboratórios Estratégicos do País e integra o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNANO) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC).

É no LNNA que os futuros passos da pesquisa terão continuidade. Os cientistas pretendem agora desenvolver aplicações específicas do novo material, como os sistemas filtrantes de poluentes ambientais e detecção de gases específicos.

Com informações de Embrapa, texto de Joana Silva (MTb 19.554/SP).

10 de agosto de 2020 0 comentários
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