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metrologia

Metrologia

Metrologia Aplicada às Ciências da Vida: Desafios da biometrologia na Era Biotecnológica

por Fernando Dias 19 de maio de 2017
escrito por Fernando Dias

Autores:

José Mauro Granjeiro¹

Marcelo Medeiros²

Revisor:

Marcello Barcinski³


Introdução

Em 28 de fevereiro de 1953, Francis Crick afirmou ter descoberto o segredo da vida (Markel, 2013). Desde então, até os nossos dias, o desenvolvimento tecnológico na área biológica foi astronômico e criou um novo campo da ciência: a Biotecnologia. Alguns estudiosos afirmam que a Era da Biotecnologia se iniciou nos anos 2000 e deve se prolongar até os anos 2025 ou mais. Este ramo do conhecimento pode ser definido como a aplicação de processos usados em sistemas biológicos, organismos vivos ou seus derivados para a criação ou modificação deles para um uso específico.

Nos últimos 30 anos a biotecnologia tem impactado em diversas áreas como o agrobusiness onde tem exercido um papel importante para aumentar a produtividade e atender a demanda por alimentos de uma população mundial em contínuo crescimento (FERRAZ; FELÍCIO, 2010; CÂNDIDO et al., 2011). Na saúde tem provido diversas soluções tecnológicas para o melhor diagnóstico de doenças e novas possibilidades terapêuticas, seja devido a novas moléculas ou ao uso de proteínas ou células para terapia de doenças como câncer. A biotecnologia permite modificar processos e explorar novas oportunidades, da produção de sementes ao processamento das colheitas, do diagnóstico de doenças ao aperfeiçoamento da terapêutica.

Contudo, à medida que a biotecnologia e suas potenciais aplicações avançam, torna-se urgente e necessário aplicar o conceito da ciência das medições, a metrologia, a este mundo tão prolífico e de rápido crescimento, de modo a conseguir avaliar corretamente o progresso e impacto destas novas soluções. Especificamente no campo da biologia e das ciências da vida, tem-se se empregado o termo biometrologia, utilizado inicialmente em 1999 quando o Birô Internacional de Pesos e Medidas (BIPM) discutiu o impacto econômico e social da metrologia e sua desafiadora aplicação na área da saúde (Monteiro 2007; Resolução 11 do 21o CGPM).

A biometrologia é o estudo da medida biológica e afeta um grande número de áreas do conhecimento como ciência e tecnologia de alimentos, medicamentos, cosméticos, vacinas, próteses, sistemas diagnósticos, sistemas de biorremediação ambiental, equipamentos para análises clínicas e equipamentos médicos, bem como instrumentos cirúrgicos. Apresenta como principal desafio o estabelecimento de procedimentos que promovam a comparabilidade, reprodutibilidade e rastreabilidade das biomedições ao Sistema Internacional de Medidas ou a uma referência de consenso.

Considerando o desafio proposto e o impacto científico e econômico das medições na área biológica e do seu estado incipiente frente ao grau de consolidação já obtido para grandezas físicas e propriedades químicas, o BIPM, através do CCQM (Comité Consultatif pour la Quantité de Matière) estabeleceu em 2000 o grupo de trabalho em bioanálises (BAWG, do inglês) que visou identificar áreas prioritárias para um sistema de medição rastreável em biometrologia (Monteiro, 2007). Em 2016, após intensos estudos e discussões, o CCQM dividiu o BAWG em 3 grupos de trabalho específicos, os grupos de trabalho em Análise Celular, Proteínas, Ácidos Nucléicos e, está em fase de discussão a criação do grupo de trabalho em Microbiologia.


Histórico

Neste contexto, em 2007 foi criada a Diretoria de Programas com o objetivo de implantar a Biometrologia no INMETRO. Esta ação resultou na criação da Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida, Dimav, por meio do Decreto nº 7.938 de 19/02/2013, publicado no D.O.U. nº 34, de 20/02/2013.

A Portaria 165 do MDIC de 21 de junho de 2016, que estabeleceu o regimento do INMETRO, apresentou a estrutura da Dimav organizada em 5 laboratórios: 1) Microscopia Aplicada às Ciências da Vida, 2) Macromoléculas, 3) Microbiologia, 4) Bioengenharia Tecidual e 5) Química Biológica.

A partir da organização da Dimav em laboratórios estruturou-se o Sistema de Gestão da Qualidade com base na competência efetivamente instalada e em atendimento à ISO 17.025 para realização de ensaios, alguns deles inclusive ofertados como serviços, ao público.

A Dimav vem participando sistematicamente  de comparações interlaboriais para avaliar e estabelecer a qualidade dos resultados que entrega e seu desempenho na execução de procedimentos técnicos, de forma ampla e com a comparação mais rigorosa possível nos estudos piloto e comparações-chave no CCQM/BIPM, onde o desempenho institucional é comparado e discutido  com os outros Institutos Nacionais de Metrologia pares e sempre almejando, num ambiente cooperativo, promover, aprimorar e harmonizar práticas para o maior nível na qualidade da medição (Devonshire et al., 2016).

Os pesquisadores, técnicos e colaboradores da Dimav vem sendo treinados no trabalho laboratorial dentro de um ambiente com qualidade gerida e em atendimento aos documentos-chave envolvidos na execução de ensaios e calibrações (ISO 17025) e na produção e certificação de materiais de referência (ISO 17034), bem como sobre a estimativa da incerteza de medição segundo o GUM (Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement) e outros documentos.

Relevante destacar que a presidência do Inmetro, a pedido da Dimav, estruturou em 2012 a Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) a qual aprovou o Manual de Biossegurança institucional e solicitou ao CTNBio o Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) para NB-1.


Missão

À luz da missão institucional do Inmetro, considerando os princípios da metrologia e da bioanálise, bem como o contexto científico e tecnológico do país, a Dimav tem como missão:

  • Contribuir para a maior articulação do Inmetro com outras instituições científicas e tecnológicas e órgãos do governo estadual e federal;
  • Formar pessoal qualificado em todos os níveis para fazer face à necessidade de crescimento da infraestrutura técnico-científica do Inmetro;
  • Desenvolver pesquisa científica e tecnológica em temas estratégicos;
  • Desenvolver e produzir Materiais de Referência (MR) e Materiais de Referência Certificado (MRC); e,
  • Promover cooperação internacional com foco em Metrologia.

Considerando o Regimento Interno (Portaria no 159, de 21/06/2016, Artigo 18o), compete à Dimav:

  1. Planejar, dirigir, coordenar e supervisionar a execução de atividades no âmbito da metrologia aplicada às ciências da vida;
  2. Estabelecer diretrizes de atuação no âmbito da metrologia aplicada às áreas da ciência da vida;
  3. Criar e preservar materiais de referência relacionados às ciências da vida;
  4. Desenvolver pesquisas cientificas e tecnológicas relativas à metrologia aplicada às ciências da vida;
  5. Disseminar conhecimentos para a sociedade na sua área de atuação, através de cursos, publicação de material institucional, metodologias e apresentação de trabalhos em eventos técnicos e científicos;
  6. Criar mecanismos de interação entre o INMETRO e outras instituições de ensino e de pesquisa cientifica e tecnológica, para fortalecer o complexo cientifico institucional, na área biológica;
  7. Gerenciar a implantação de infraestrutura nacional de apoio à área biológica, incluindo a manutenção de coleções padrão de cultura de células procariontes e eucariontes, de plasmídeos e de animais de experimentação;
  8. Criar mecanismos de interação do INMETRO com agências de fomento à atividade em ciência, tecnologia e inovação, na área biológica;
  9. Auxiliar a indústria brasileira na caracterização e determinação das propriedades de materiais biológicos e materiais de uso na área da saúde; e
  10. Auxiliar o setor de segurança pública no desenvolvimento de materiais de referência, metodologias e serviços de ensaio úteis em atividades de criminalística.

Ainda, de acordo com o Artigo 83o do Regimento, compete aos Laboratórios de Bioengenharia Tecidual, Microbiologia, Macromoléculas, Química Biológica e Microscopia Aplicada às Ciências da Vida:

I – Responder pelos serviços e produtos desenvolvidos e pelos resultados dos ensaios e das pesquisas realizadas;

II – Conduzir programas de pesquisa no âmbito da metrologia aplicada a matrizes, parâmetros e analitos biológicos;

III – Colaborar e manter intercâmbio com o Bureau Internacional de Pesos e Medidas e outros organismos nacionais e internacionais, no âmbito da metrologia aplicada a matrizes, parâmetros e analitos biológicos; e

IV- Realizar, reproduzir e disseminar as unidades de medida;

V – Manter e conservar os materiais de referência de ordem superior nacionais que se acham sob sua responsabilidade; e

VI – Garantir a rastreabilidade das medições.


Atividades Nacionais e Internacionais

A Dimav tem participado, sempre que recursos financeiros estejam disponíveis, de comissões especiais da ABNT, ISO e OECD, como nas áreas de materiais de referência (CEE150), biotecnologia e nanotecnologia. Na CEE089 (Nanotecnologias), participa do grupo de trabalho WG3, colaborando na normatização de estudos in vitro.

Participa também do Comitê Técnico da ISO/TC 276 – Biotecnologia, no qual o Brasil discute a harmonização de normas referentes à área. O Comitê, liderado pela Alemanha, está dividido 5 Grupos de Trabalhos: (1) Terminologia, que visa harmonizar os termos recorrentes na área de Biotecnologia; (2) Biobancos e Biorecursos que trabalha com documentos referentes ao gerenciamento de Biobancos de células humanas, de animais, de plantas e de microrganismos bem como transporte, estocagem, validação e verificação de métodos; (3) Métodos Analíticos aplicados para o estudo de células, de proteínas e de ácidos nucléicos (DNA e RNA); (4) Bioescalonamento de processos biológicos envolvendo produção de vacinas, proteínas recombinantes, microrganismos de interesse industrial e (5) Bioinformática aplicada à análise, ao gerenciamento à integração de dados de todos os outros Grupos de Trabalho. Atua ativamente do projeto FINEP “REDE CRBBR – Consolidação da Rede Brasileira de Centros de Recursos Biológicos” – coordenado pela Fiocruz, os quais atuaram em conjunto na revisão, discussão e elaboração de normas junto aos outros 24 países participantes.

A Dimav participa também da Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA – www.renama.gov.br), que tem o INMETRO como um dos laboratórios centrais. A RENAMA foi criada através da portaria nº 491, de 03 de fevereiro de 2012, do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). Sua criação vem ao encontro do panorama internacional que fomenta e privilegia o princípio dos 3Rs. Os objetivos da rede são: I – estimular a implantação de ensaios alternativos ao uso de animais através do auxílio e do treinamento técnico nas metodologias necessárias; II – monitorar periodicamente o desempenho dos laboratórios associados através de comparações interlaboratoriais; III – promover a qualidade dos ensaios através do desenvolvimento de materiais de referência químicos e biológicos certificados, quando aplicável; IV – incentivar a implementação do sistema de qualidade laboratorial e dos princípios das boas práticas de laboratório (BPL); e V – promover o desenvolvimento, a validação e a certificação de novos métodos alternativos ao uso de animais. O INMETRO tem desenvolvido ações relacionadas à definição de parâmetros para a qualidade de células utilizadas em testes toxicológicos (Carias et al., 2015), treinamento e capacitação em diversos métodos validados e disponibilizados pela OECD, além de organizar comparações interlaboratoriais para estes métodos.

A Dimav coordena a Rede de Nanotoxicologia (apoiada pelo CNPq/MCTIC), estruturando a área de toxicologia aplicada à nanotecnologia no INMETRO (Damasceno et al., 2013; Collins et al., 2016), o qual é um dos laboratórios estratégicos do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNano). Nessa área, teve intensa participação no consórcio europeu Nanovalid (2012-2016, FP7/UE) e, por consequência, liderou os laboratórios brasileiros que participaram no consórcio NANoREG (FP7/UE). O NANoREG é um projeto de pesquisa com foco na regulamentação em nanotecnologia proposto por um consórcio de mais de 60 instituições entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, institutos de metrologia e órgãos de governo, cuja participação brasileira foi financiada pelo MCTIC, e que tem como objetivos: i) Disponibilizar aos legisladores um conjunto de ferramentas para avaliação de risco e instrumentos tomada de decisão a curto e médio prazo, através da análise de dados e realização de avaliação de risco, incluindo a exposição, monitoramento e controle, para um número selecionado de nanomateriais já utilizados em produtos; ii) Desenvolver a longo prazo, novas estratégias de ensaio, adaptados a um elevado número de nanomateriais em que muitos fatores podem afetar o seu impacto ambiental e de saúde; iii) Estabelecer uma estreita colaboração entre governos e indústria no que diz respeito ao conhecimento necessário para a gestão adequada dos riscos, e criar a base para abordagens comuns, conjuntos de dados mutuamente aceitáveis e práticas de gestão de risco.


Considerações Gerais

A Dimav busca ser reconhecida como referência em metrologia aplicada às ciências da vida em função da relevância e da qualidade de seus serviços, por sua excelência técnica, científica e pelo apoio à inovação tecnológica, equiparando-se às áreas afins de metrologia dos maiores institutos congêneres.

Neste sentido tem focado suas ações nas áreas industrial, ambiental, da saúde e de segurança pública tendo como premissa maior o apoio ao desenvolvimento do setor produtivo e o bem-estar da sociedade através do fortalecimento do Complexo Científico e/ou Industrial Nacional, desenvolvendo pesquisa e inovação na área de metrologia aplicada às ciências da vida; criação e preservação MR e MRC relacionados às ciências da vida, controle de qualidade de fármacos e medicamentos e análises forense; caracterização e determinação das propriedades de materiais biológicos e outros materiais pertinentes às suas áreas de atuação, através da prestação de serviços laboratoriais especializados; fornecimento da infraestrutura física para o escalonamento pré-industrial de fármacos, biofármacos e microrganismos de interesse biotecnológico; disseminação do conhecimento para sociedade através de cursos, palestras, eventos, produção de material didático ou instrucional; e, contribuição para a formação de recursos humanos especializados desde o técnico de nível médio, passando pela graduação, pós-graduação e pós-doutorado.

Ainda, pretende-se contribuir para a infraestrutura fundamental para o desenvolvimento científico brasileiro na área biomédica por meio do gerenciamento da implantação e da operacionalização do Centro Brasileiro de Materiais Biológicos (CBMB), iniciativa realizada em colaboração com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com o objetivo de depositar patentes de natureza biológica e manter uma coleção de plasmídeos, vírus, bactérias, fungos, protozoários e células de mamíferos, importantes para assegurar a qualidade do material biológico utilizado pelos pesquisadores brasileiros.

Dados os desafios que o domínio e emprego disseminado de processos biotecnológicos vão oferecer de forma crescente nas sociedades, como  o aumento da prevalência de biofábricas, produção e liberação no ambiente de animais, plantas e microrganismos transgênicos, terapias que modificam o material genético do indivíduo para a cura de doenças, medicamentos e implantes funcionais baseados em material vivo, medir sistemas biológicos com a mesma qualidade que se determina, por exemplo, o grama (o Brasil mede 1 mg com incerteza de somente 0,002mg), quanto tempo para ser capaz de determinar com segurança a presença de uma célula cancerígena em um indivíduo e auxiliar o diagnóstico precoce do câncer?


Referências bibliográficas

  • CANDIDO, E. de Souza et al. Plant storage proteins with antimicrobial activity: novel insights into plant defense mechanisms. The Faseb Journal, [s.l.], v. 25, n. 10, p.3290-3305, 11 jul. FASEB. DOI: 10.1096/fj.11-184291, 2011.
  • CARIAS, R.B.; BOROJEVIC, R.; GRANJEIRO, J.M. Obtenção de células humanas certificadas. Um desafio da biometrologia. In Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia. v.2, 2-12, 2014.
  • COLLINS, A.R. et al., High throughput toxicity screening and intracellular detection of nanomaterials. Wires Nanomed Nanobi. v.1, 1, 2016.
  • DAMASCENO, J.C. et al.. Nanometrology – challenges for health regulation. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia. v.1, 100-109, 2013.
  • DEVONSHIRE, A.S. et al., An international comparability study on quantification of mRNA gene expression ratios: CCQM-P103.1. Biomolecular Detection and Quantification. v.8, 15-28, 2016.
  • FERRAZ, José Bento Sterman; FELÍCIO, Pedro Eduardo de. Production systems – An example from Brazil. Meat Science, [s.l.], v. 84, n. 2, p.238-243, 2010. Elsevier BV. DOI: 10.1016/j.meatsci.2009.06.006. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0309174009001648 . Acessado em: 18 de abril 2017.
  • MARKEL, H. The Day Scientists Discovered the ‘Secret of Life’, http://www.pbs.org/newshour/rundown/the-pub-where-the-secret-of-life-was-first-announced/ . Acessado em: 18 de abril 2017.
  • Monteiro, E. C.. Biometrologia: confiabilidade nas biomedições e repercussões éticas. Metrologia e Instrumentação, 6, pp. 6-12, 2007.
  • Resolução 11 do 21o CGPM (1999): Metrology in biotechnology. Bureau International des Poids e Mesures. Disponível em: http://www.bipm.fr/en/CGPM/db/21/11/ Acessado em 18 de abril 2017.

Sobre os autores:

¹José Mauro Granjeiro, diretor substituto da Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida e Chefe da Divisão de Bioengenharia, coordenador do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia do Inmetro, professor adjunto Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, membro do Conselho Nacional de Biotecnologia (CNB) e do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA);

²Marcelo Medeiros, pesquisador-tecnologista em Metrologia e Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia- INMETRO;

³Marcello André Barcinski, diretor de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida (Dimav)


 

19 de maio de 2017 0 comentários
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Metrologia

Metrologia Científica e Industrial: Ciência e Tecnologia Apoiando a Inovação e Competitividade da Indústria

por Fernando Dias 10 de maio de 2017
escrito por Fernando Dias

Por Gelson Martins da Rocha

Resumo

A metrologia tem como objetivos prover confiabilidade, credibilidade, universalidade e qualidade às medições, propriedades obrigatórias em processos industriais. Medições confiáveis dependem de um sistema de metrologia nacional organizado, de tal modo que possa prover os meios para a transferência de seus valores para instrumentos de medição usados na indústria, comércio e pesquisa, de acordo com procedimentos aceitos internacionalmente.


Introdução

A uniformidade internacional das medições desempenha um papel fundamental para a indústria e o comércio internacional. No final do século XIX este fato foi reconhecido pela assinatura da Convenção do Metro, que ocorreu em Paris, em 20 de maio de 1875, sendo firmada por representantes de dezessete países, entre eles o Brasil. Desde então, a diversidade e a complexidade das medições usadas na indústria, no comércio internacional e nas pesquisas científicas cresceu enormemente tornando imprescindível um sistema global de medições. Dentro desse contexto, insere-se a Metrologia, definida como a ciência da medição e suas aplicações, que além de sua importância nas relações de consumo, atualmente pode ser considerada pré-condição ao desenvolvimento científico e tecnológico de um país, sendo indispensável na geração de conhecimentos e em produtos e serviços de qualidade.

Com as transformações na ordem política e econômica mundial surgiram as grandes corporações, altos investimentos foram realizados, novas atividades econômicas e comerciais foram desenvolvidas, produtos e serviços foram criados e aprimorados e novas normas e leis estabelecidas, principalmente para garantir os direitos e as pressões dos consumidores, agências reguladoras e organismos certificadores. Condições que levaram ao aumento da competitividade e uma maior ênfase do setor industrial na melhoria dos processos e na qualidade dos produtos, fatores que dependem da realização de medições e ensaios com procedimentos metrológicos confiáveis e adequados aos padrões internacionais.

Para garantir a qualidade dos produtos industriais é necessário e imprescindível medir com exatidão, possibilitando ao fabricante obter as dimensões reais e entender os ajustes entre peças, a fabricação de produtos de acordo com as especificações técnicas e quantidades específicas, a Intercambialidade e universalidade das peças, a redução de perdas pela pronta detecção de desvios no processo produtivo, evitando o desperdício de matéria prima. Ao mesmo tempo, garante o atendimento a normas, regulamentos e requisitos de desempenho nacionais ou internacionais, favorecendo as negociações pela confiança do cliente e se constitui em um diferenciador tecnológico e comercial para as empresas.


Metrologia Científica e Industrial

A metrologia tem um caráter essencialmente multidisciplinar e o seu completo domínio envolve conhecimentos em física, química, matemática, biologia e engenharia, além de grande habilidade e experiência laboratorial.  Basicamente, podemos dividir a metrologia em três grandes áreas de atuação, conforme mostrado na figura 1.

Figura 1. Áreas de atuação da metrologia

Figura 1. Áreas de atuação da metrologia

Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM), a ciência da medição abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou tecnologia [1]. A divisão da metrologia em três áreas considera os níveis distintos consoante a sua atuação e podem ser definidas do seguinte modo:

  • Metrologia Científica: trata das pesquisas de sistemas, equipamentos e métodos de medição, bem como do desenvolvimento de padrões de medida e sua manutenção nos níveis mais elevados.
  • Metrologia Industrial: é a parte da metrologia que assegura o adequado funcionamento dos instrumentos de medição usados na produção, nos ensaios e na indústria em geral.
  • Metrologia Legal: é a parte da metrologia responsável pelos sistemas de medição utilizados nas transações comerciais e pelos sistemas relacionados às áreas de saúde, segurança e meio ambiente.

Em consonância com essas definições, a metrologia científica e industrial abrange duas áreas da metrologia. A metrologia científica está centralizada nas pesquisas, realização das unidades e conservação dos padrões, além de prover rastreabilidade aos padrões de medição usados na indústria em geral. A metrologia Industrial atua nos sistemas de medição que controlam processos produtivos industriais e são responsáveis pela garantia da qualidade dos produtos acabados.


Benefícios da indústria com os avanços da Metrologia Científica

Desde a descoberta do Efeito Josephson, efeito físico cuja manifestação acontece pela aparição de uma corrente elétrica fluindo através de dois supercondutores separados por uma barreira isolante fina [2], que permitiu a criação de um padrão quântico para a grandeza tensão elétrica, a metrologia científica avançou bastante, inclusive a ideia atual é que as grandezas de base do Sistema Internacional de Unidades (SI) sejam todas definidas em função de constantes da natureza, como já acontece na metrologia dimensional, com a unidade de comprimento, que tem a seguinte definição: o metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 do segundo. Assim, o metro atualmente é definido em termos da velocidade da luz no vácuo, simbolizada por c, com valor exatamente igual a 299 792 458 m/s.

A metrologia Industrial tem se beneficiado amplamente dos avanços da metrologia científica, em decorrência da elevada complexidade e sofisticação dos modernos processos industriais, intensivos em tecnologia e comprometidos com a qualidade e a competitividade, requerendo medições confiáveis, universais e de alta exatidão, para um grande número de grandezas.

Como um exemplo da importância de medições com elevado grau de exatidão para as indústrias, notadamente no que tange a necessidade de intercambialidade, universalidade e confiabilidade, podemos considerar a fabricação dos modernos aviões, como Boeing 777. Segundo dados do fabricante a sua montagem envolve cerca de três milhões de partes ou peças, de mais de 900 fornecedores, de quase 20 países. A pergunta é: sem metrologia poderia dar certo?

Outro exemplo significativo dos avanços proporcionados pela metrologia em produtos e serviços decorre da evolução da medição da grandeza tempo (ou o seu inverso, a frequência). O Tempo é a grandeza de base do Sistema Internacional de Unidades com a menor incerteza de medição.

Em 1967, a definição internacional do tempo passou a basear-se no relógio atômico de césio: um segundo equivale a 9.192.631.770 oscilações da frequência de ressonância do átomo de césio. Atualmente, o tempo é medido em relógios atômicos de átomos frios, com uma incerteza de medição na ordem de uma parte em 1016. Estes relógios adiantam ou atrasam um segundo em cada três bilhões de anos. Se não fosse o desenvolvimento dos relógios atômicos, padrões de tempo de elevada exatidão e precisão, a indústria de telecomunicações não teria um desenvolvimento tão grande nos últimos anos e não estaríamos conversando agora por meio de sofisticados telefones celulares e nem poderíamos trocar informações pela rede de computadores. São trilhões de informações por segundo e é necessário ter medições de alta exatidão para identificá-las.

Em decorrência dos avanços científicos, em particular com o advento da física quântica, a metrologia científica tem avançado bastante e hoje a realização da unidade de diversas grandezas têm como base fenômenos quânticos, notadamente na metrologia elétrica. Diante dessa constante evolução e a consciência da importância da metrologia científica para o setor produtivo surgiram demandas de desenvolvimento em áreas estratégicas como a metrologia química, a metrologia de materiais, a metrologia em tecnologia da informação e comunicação, a nanometrologia, metrologia na área de frequência, a metrologia para a biologia e a metrologia no campo da saúde.


Metrologia Científica e Industrial promovendo a inovação e competitividade das indústrias

Além de desempenhar um importante papel na harmonização das relações de consumo, a metrologia presentemente é considerada um dos pilares da inovação e da competitividade. O delineamento de estratégias voltadas para construção de um bom sistema metrológico representa uma condição basilar em prol da inovação e do desenvolvimento industrial e tecnológico. Isso é claramente evidenciado em muitas indústrias modernas, como as indústrias automobilísticas, em que o produto final costuma ser uma montagem de peças e equipamentos produzidos por diferentes corporações, tal montagem só é possível se todos os agentes envolvidos na cadeia de produção de materiais e componentes seguirem padrões rígidos, onde as grandezas e medições envolvidas estiverem amparadas por um bom sistema metrológico.

A importância da metrologia na melhoria de produtos já era reconhecida por Lord Kelvin, matemático e físico britânico que viveu entre 1824 e 1907. Segundo Kelvin: “Quando você pode medir aquilo de que fala e expressá-lo em números, você sabe alguma coisa sobre isto. Mas quando você não pode medi-lo, quando você não pode expressá-lo em números, o seu conhecimento é limitado e insatisfatório. Se você não pode medir algo, não pode melhorá-lo”.

Como já preconizava Lord Kelvin há mais de um século atrás, o fato é que medições produzem melhorias e podem redundar em alterações significativas nas especificações técnicas dos produtos, componentes, materiais ou outras características funcionais. A introdução de melhorias ou aperfeiçoamento em produtos ou processos são conhecidas como inovações tecnológicas. Assim, além da importância da metrologia para a qualidade, medições exatas também podem resultar em inovação, que são fundamentais para a competitividade industrial. A relação entre metrologia, qualidade, inovação e competitividade é esquematizada na figura 2.

Figura 2. Relação entre metrologia, qualidade, inovação e competitividade.

Figura 2. Relação entre metrologia, qualidade, inovação e competitividade.


Metrologia Científica e Industrial no Inmetro

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro – é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

Em conformidade com as diretrizes do Sinmetro, o Inmetro objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços.

O Inmetro, no cumprimento de sua missão institucional, conta com diversas diretorias e coordenações, entre as quais a Diretoria de Metrologia Científica e Industrial – Dimci, que nos últimos anos passou por um amplo programa de atualização, com a implantação de novas divisões e novos laboratórios, com o intuito de atender as demandas da sociedade e consolidar o Inmetro como uma das grandes instituições de pesquisa científica e tecnológica existentes no país.

Entre as novas áreas criadas na Dimci podemos destacar a Divisão de Metrologia de Materiais – Dimat, cujas atividades de apoio ao setor industrial envolvem: pesquisas e medições das propriedades eletrônicas e vibracionais de amostras sólidas, líquidas e gasosas, análise estruturais e microestruturais de materiais cristalinos, simulador de desgaste para implantes ortopédicos, medidas de rugosidade, ondulação e contorno de superfícies. Análises de cristalografia e textura com difração de elétrons, manipulação de amostras e confecção de nanopadrões. Pesquisa metrológica em filmes finos orgânicos, metálicos e cerâmicos para aplicação em eletrônica orgânica. Pesquisa no campo dos dispositivos orgânicos emissores de luz, tais como: OLEDs, PLEDs, sensores, iluminação de estado sólido, dispositivos fotovoltaicos orgânicos (OPV).

As pesquisas e atividades desenvolvidas nos laboratórios da Dimat podem contribuir significativamente para a criação de produtos inovadores, aumentando a competitividade das indústrias nacionais. Na pesquisa e prestação de serviços à sociedade a Dimat conta com sofisticados microscópios, entre eles o Titan, figura 3, que é o mais moderno do mundo e o único existente no hemisfério sul.

Figura 3. Microscópio Titan da Divisão de Metrologia de Materiais do Inmetro.

Figura 3. Microscópio Titan da Divisão de Metrologia de Materiais do Inmetro.

 

Além da Dimat, as demais divisões da Diretoria de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro contam com diversos laboratórios e equipamentos científicos de ponta, como os mostrados na figura 4, o que possibilita o desenvolvimento de inúmeras pesquisas de apoio ao setor industrial, como ocorre na Divisão de Metrologia Mecânica, uma das áreas mais tradicionais da metrologia, onde o laboratório de metrologia dimensional presta diversos serviços à indústria automobilística. Ao mesmo tempo, entre outras pesquisas, desenvolve estudos para avaliação e qualificação de medidores de pressão e temperatura por fibras ópticas, que podem ser utilizados nos processos de prospecção e exploração de petróleo em águas profundas.

Figura 4. Laboratórios e equipamentos da Dimci/Inmetro.

Figura 4. Laboratórios e equipamentos da Dimci/Inmetro.

De um modo geral, a Dimci é responsável por uma série de atividades inerentes a metrologia científica, objetivando atender as necessidades do setor industrial e, em última estância, servem de esteio às políticas voltadas para ciência, tecnologia e inovação, entre as quais podemos destacar:

  1. Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no País, de forma a torná-las harmônicas internamente e compatíveis no plano internacional, visando, em nível primário, à sua aceitação universal e, em nível secundário, à sua utilização como suporte ao setor produtivo, com vistas à qualidade de bens e serviços.
  2. Referenciar, direta ou indiretamente, os padrões metrológicos nacionais aos internacionais visando à harmonização através de comparações-chave, comparações internacionais, comparações regionais e rastreabilidade.
  3. Participar dos foros internacionais e regionais relacionados às atividades de metrologia científica e industrial, bem como representar o País no Bureau International de Poids et Mesures (BIPM) e em outras instâncias internacionais de metrologia;
  4. Realizar a disseminação das grandezas metrológicas através de calibrações de padrões e instrumentos de medição nas especialidades de acústica, vibrações e ultrassom; tecnologia da informação e comunicações; mecânica, elétrica, óptica, térmica, química, materiais e dinâmica de fluidos.
  5. Desenvolver pesquisas científicas e tecnológicas relativas à metrologia e áreas correlatas. Além dessas atividades, a Dimci também é responsável em prover rastreabilidade aos Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC), que dependem diretamente de uma cadeia de medições devidamente estabelecida, de modo a assegurar que todo o processo de avaliação tenha a devida confiabilidade da sociedade e da indústria. Outra importante atividade é o fornecimento de serviços de calibração para laboratórios da Rede Brasileira de Calibração, bem como outros laboratórios não acreditados do país. Com isto, a Dimci assegura a rastreabilidade dos padrões e instrumentos de medição usados no país ao Sistema Internacional de Unidades, de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 [3] e o Acordo de Reconhecimento Mútuo (CIPM/MRA), coordenado pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), um dos organismos internacionais da metrologia criado pela Convenção do Metro.

Conclusão

A globalização dos mercados, acentuada nas últimas décadas, põe em prática um dos principais objetivos da metrologia que é fornecer a confiabilidade as medições e garantir que especificações técnicas, regulamentos e normas existentes proporcionem as mesmas condições, uniformidade e consistência na montagem e encaixe de componentes, assegurando o perfeito funcionamento dos produtos finais, independentemente da origem dos fornecedores e de onde sejam produzidos.

A satisfação às demandas dos clientes e a conformidade do produto ou serviço a requisitos pré-estabelecidos constituem vantagens competitivas das empresas. A Metrologia está inserida no contexto da qualidade industrial e deve ser entendida como uma ciência estratégica, que permite a redução dos custos, melhoria da qualidade, maior segurança na operação dos processos, possibilitando maior competitividade para as empresas e, consequentemente, melhoria nos índices de lucratividade.


Referências

  • Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM 2012), Inmetro – Rio de Janeiro – Edição Luso-Brasileira, 2012. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>.
  • ROCHA, G. M. . Padrão Primário de Tensão com Base no Efeito Josephson. Metrologia & Instrumentação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 14, p. 8-13, 2002.
  • NBR ISO/IEC 17025 – Requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaios e calibração. Rio de Janeiro: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Sobre o autor:

Gelson Martins da Rocha, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro

Contato: gmrocha@inmetro.gov.br


 

10 de maio de 2017 0 comentários
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Artigo científicoMetrologia

Metrologia no Brasil do século XIX: da implementação do sistema métrico francês a estruturação científico-filosófica no século XX

por Fernando Dias 19 de abril de 2017
escrito por Fernando Dias

Introdução: No início do século XIX os padrões de medição em uso no Brasil foram herdados dos padrões eleitos e utilizados na Metrópole, Portugal, desde a emissão das Ordenações Manuelinas, no início do século XVI. Nesse documento o rei de Portugal, Dom Manuel, estabelece os processos de fundição, distribuição e utilização de padrões de massa e volume. Os padrões eleitos eram produzidos em fundições na Inglaterra e importados para a corte, de onde eram distribuídos para as principais cidades de Portugal, a exemplo de Lisboa e Porto.

O uso de tais mecanismos de controle da troca e aquisição de bens de consumo seguia diferentes tradições em outras vilas, sendo as metrópoles as principais responsáveis pela economia interna do reino – e por esse motivo fora estabelecido o cargo de supervisor, mesmo fiscal de uso de tais padrões em estabelecimentos comerciais formais, sendo eles as antigas quitandas ou mesmo as feiras de rua.

Autora: Patricia Moura


Acesse o artigo na íntegra:

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19 de abril de 2017 0 comentários
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