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indústria química

Visualização gráfica de espectro de massas representando padrões de fragmentação e dedução estrutural de moléculas.
Artigo científicoEspectrometria de massasP&D ANALÍTICO E FARMACOTÉCNICO

Interpretação de espectros na espectrometria de massas: da fragmentação à dedução estrutural

por Equipe Analytica 30 de outubro de 2025
escrito por Equipe Analytica

A espectrometria de massas é uma das técnicas mais poderosas da química analítica moderna. Mais do que identificar compostos, ela permite compreender como as moléculas se fragmentam, revelando detalhes estruturais invisíveis a outros métodos.

Essa capacidade de traduzir espectros em estruturas químicas faz da interpretação de fragmentos uma etapa decisiva em análises de impurezas, produtos de degradação e metabólitos, áreas de interesse crescente na indústria farmacêutica e no controle de qualidade de medicamentos (além de ser importante a outros ramos também).

Da ionização à fragmentação: onde o conhecimento começa

Todo espectro de massas é o resultado de um processo controlado de ionização e fragmentação molecular. Ao receber energia, uma molécula neutra se transforma em um íon, e parte dessa energia é suficiente para quebrar ligações químicas específicas.

Essas quebras geram fragmentos com massas características, cuja distribuição no espectro reflete o padrão de fragmentação da substância analisada.

Cada fragmento carrega uma informação estrutural. O íon molecular (M⁺) indica a massa da molécula intacta. As perdas neutras, pequenas moléculas como água (18 u), amônia (17 u), monóxido de carbono (28 u) e dióxido de carbono (44 u), revelam a presença de grupos hidroxila, amina, carbonila e carboxila.

Reconhecer esses padrões é o primeiro passo da interpretação espectral.

Padrões de fragmentação: o raciocínio químico em ação

A análise de fragmentação segue princípios previsíveis. Ligações mais fracas ou grupos mais instáveis tendem a se romper primeiro, enquanto estruturas mais rígidas e conjugadas resistem à quebra.

O analista deve avaliar a intensidade dos picos, as diferenças de massa e a abundância relativa para deduzir quais ligações se romperam e quais fragmentos resultaram da colisão.

Entre os padrões mais conhecidos, destaca-se o rearranjo de McLafferty, comum em compostos carbonílicos. Ele ocorre quando um hidrogênio da cadeia lateral migra para o grupo carbonila, formando um fragmento estável e altamente característico.

Esse tipo de rearranjo é um marcador estrutural importante e ajuda a distinguir isômeros ou rotas de degradação em compostos farmacêuticos.

Além disso, compostos aromáticos, aminas, ésteres e halogenados apresentam fragmentações específicas que servem como “assinaturas espectrais”. A interpretação correta desses sinais exige não apenas conhecimento instrumental, mas também raciocínio químico e familiaridade com os mecanismos de fragmentação.

Elucidação estrutural e aplicações na rotina laboratorial

A dedução estrutural por espectrometria de massas é essencial em estudos de estabilidade e no desenvolvimento de novos medicamentos.

Ao identificar produtos de degradação, o analista confirma se o processo de decomposição é previsível e se os compostos formados são aceitáveis sob o ponto de vista regulatório.

O mesmo raciocínio se aplica à identificação de impurezas de processo, cuja estrutura muitas vezes indica a origem da contaminação. A comparação entre espectros experimentais e de referência, aliada à análise de razões massa/carga (m/z) e abundâncias relativas, fornece um mapa detalhado do comportamento químico do composto.

Essa informação orienta ações corretivas, ajusta condições de síntese e aumenta a segurança do produto final.

No caso dos metabólitos, a interpretação de espectros auxilia no entendimento da biotransformação de fármacos, permitindo prever a formação de derivados ativos ou tóxicos.

Esses dados são essenciais em estudos de farmacocinética e farmacodinâmica, reforçando a importância da espectrometria de massas na pesquisa pré-clínica e no desenvolvimento farmacêutico.

Precisão, conhecimento e rastreabilidade

A interpretação de espectros requer atenção a detalhes e padronização de procedimentos.

O uso de métodos validados, fontes de ionização bem calibradas e amostras preparadas com controle de pureza garantem resultados confiáveis.

A limpeza da fonte de ionização, a verificação do vácuo e a estabilidade da energia aplicada são parâmetros que influenciam diretamente o perfil de fragmentação.

A leitura crítica de espectros envolve experiência, observação e raciocínio lógico. O domínio dessa etapa diferencia uma análise descritiva de uma elucidação científica capaz de sustentar decisões técnicas e regulatórias.

Conclusão

A interpretação de espectros é uma linguagem científica. Saber ler e compreender um espectro significa entender a estrutura e o comportamento químico de uma molécula em nível fundamental.

Em um cenário onde a caracterização de impurezas e produtos de degradação se torna cada vez mais rigorosa, a dedução estrutural por espectrometria de massas se consolida como um dos alicerces da análise moderna.

Com precisão, conhecimento e método, o espectro passa a ser um mapa molecular completo, revelando a história e a integridade de cada composto analisado.

30 de outubro de 2025 0 comentários
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Profissionais de laboratório em ambiente controlado analisando dados em laptop e registrando informações em prancheta, simbolizando rastreabilidade, controle de qualidade e conformidade com as Boas Práticas de Laboratório (BPL).
Artigo científicoBoas práticasEm focoEm foco cietíficoP&D ANALÍTICO E FARMACOTÉCNICO

Rastreabilidade: o DNA da qualidade em laboratórios com BPL

por Equipe Analytica 29 de outubro de 2025
escrito por Equipe Analytica

A rastreabilidade é o alicerce que sustenta a credibilidade científica, a qualidade, a reprodutibilidade e a conformidade regulatória em qualquer laboratório que segue as Boas Práticas de Laboratório (BPL). Ela é, mais do que um requisito normativo, uma cultura organizacional que assegura a integridade dos dados e a confiança nos resultados analíticos e experimentais.

O que significa rastreabilidade em um laboratório BPL

Nas rotinas de pesquisa, desenvolvimento e controle de qualidade, rastreabilidade significa a capacidade de reconstruir a história completa de um ensaio, equipamento, reagente ou dado.

Cada etapa, do recebimento do insumo à emissão do relatório final, deve ser documentada, identificável e verificável. Essa rastreabilidade é o elo que conecta a ciência à confiança, e transforma dados isolados em informações com valor regulatório e científico.

Em um laboratório alinhado às BPL, a rastreabilidade se aplica a todos os níveis de operação:

  • Equipamentos: histórico de calibração, manutenção e qualificação.

  • Pessoas: registros de treinamento, competência e responsabilidades.

  • Reagentes e padrões: controle de lote, validade e uso documentado.

  • Amostras e dados: registro detalhado de coleta, análise e armazenamento.

Sem essa cadeia de rastreabilidade, nenhum resultado pode ser considerado plenamente confiável ou auditável.

Integridade de dados e o princípio ALCOA+

A rastreabilidade é também a base do conceito de integridade de dados, essencial nas BPL e em sistemas eletrônicos modernos como LIMS e CDS.

O princípio ALCOA+ resume essa filosofia: os dados devem ser Atribuíveis, Legíveis, Contemporâneos, Originais e Precisos, além de completos, consistentes e disponíveis.

Isso garante que cada informação gerada no laboratório tenha uma origem identificável, seja registrada no momento da execução e permaneça íntegra e acessível durante todo o ciclo de vida do estudo.

A integração entre BPL e ALCOA+ fortalece a credibilidade científica e regula a forma como os laboratórios planejam, executam, documentam e arquivam seus estudos.

Pequenas falhas, grandes impactos

Em ambientes laboratoriais, erros sutis podem gerar consequências significativas. A falta de uma etiqueta, um registro incompleto de calibração ou a ausência de um logbook atualizado podem comprometer a validade de todo um estudo.

Essas falhas, muitas vezes invisíveis, afetam a rastreabilidade e tornam impossível reconstruir a sequência exata dos eventos. O resultado é perda de dados, retrabalho, questionamentos em auditorias e, em casos críticos, rejeição de estudos por autoridades regulatórias.

O papel da gestão e da cultura de qualidade

A responsabilidade pela rastreabilidade não é apenas técnica. Ela nasce da cultura de qualidade e do compromisso da liderança em promover transparência e responsabilidade.

Gestores e coordenadores devem garantir que cada etapa do processo seja documentada, que as revisões sejam periódicas e que a equipe compreenda o propósito de cada registro.

A rastreabilidade eficaz é o reflexo de um ambiente em que cada profissional entende que dados não pertencem a pessoas, mas à ciência.

O futuro: rastreabilidade digital e sistemas inteligentes

Com a digitalização dos laboratórios, surgem novas ferramentas para aprimorar a rastreabilidade. Sistemas eletrônicos integrados, assinaturas digitais e até soluções baseadas em blockchain estão tornando possível um controle ainda mais seguro e automático do ciclo de vida dos dados.

Essas tecnologias ampliam a transparência, reduzem falhas humanas e fortalecem a conformidade com as BPL, permitindo que os laboratórios avancem para uma nova era de qualidade e eficiência.

Conclusão

A rastreabilidade é o DNA invisível da qualidade laboratorial.

Ela conecta dados, pessoas, equipamentos e processos em uma linha de evidências sólida e verificável. Adotar práticas robustas de rastreabilidade é mais do que cumprir uma norma: é proteger a ciência, a qualidade e a confiança analítica que sustentam o trabalho de todo laboratório comprometido com as Boas Práticas.

29 de outubro de 2025 0 comentários
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Mão com luva azul segurando uma coluna cromatográfica de HPLC em uma bancada branca, ao lado de outras colunas e acessórios metálicos de diferentes tamanhos, representando equipamentos laboratoriais de alta precisão.
Artigo científicoBoas práticasGestão laboratorial e profissionalP&D ANALÍTICO E FARMACOTÉCNICOTécnologias químicas

Colunas de HPLC: o que o envelhecimento revela sobre a estabilidade dos métodos

por Equipe Analytica 27 de outubro de 2025
escrito por Equipe Analytica

As colunas cromatográficas continuam sendo o coração invisível da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC).

Mesmo diante da evolução tecnológica, novas superfícies híbridas, partículas core-shell e fases com cobertura química aprimorada, elas ainda sofrem transformações inevitáveis com o tempo.

Entender como o envelhecimento e a contaminação afetam o desempenho das colunas é essencial para garantir robustez, reprodutibilidade e estabilidade metodológica nos laboratórios modernos.

O envelhecimento não é sempre o vilão

Nem toda coluna envelhecida precisa ser descartada. Em muitos casos, o uso prolongado promove bloqueio parcial de grupos silanois ativos, o que reduz interações indesejadas e pode melhorar a simetria dos picos.

Isso ocorre especialmente em colunas C18 não endcapped ou de gerações anteriores, ricas em grupos silanois livres. Esses sítios ativos costumam reter compostos básicos e gerar tailing, mas após certo tempo de uso, parte deles é naturalmente “passivada”.

O resultado é uma eluição mais limpa e picos mais uniformes , um fenômeno ainda observado, inclusive, em estudos técnicos recentes realizados por alguns dos principais fabricantes de colunas para HPLC.

Mas atenção: o efeito é temporário. Quando a desativação natural ultrapassa o ponto ideal, há perda de seletividade, queda na capacidade de retenção e variação no tempo de retenção. Esses são sinais claros de que a fase estacionária perdeu equilíbrio químico.

Tecnologias modernas e a nova resistência das colunas

As colunas atuais incorporam tecnologias híbridas e revestimentos avançados que minimizam a degradação química tradicional.

Modelos como BEH (Bridged Ethyl Hybrid) e Charged Surface Hybrid (CSH) apresentam maior resistência à hidrólise, ao pH extremo e a ciclos térmicos, prolongando significativamente a vida útil da fase estacionária.

Além disso, o uso crescente das colunas superficiais (core-shell), com partículas ocas e camada fina de fase estacionária, trouxe maior eficiência e menor acúmulo de contaminantes.

Por terem menor volume de fase acessível, degradam-se mais lentamente, mas exigem preparo rigoroso de amostrase filtração precisa, já que são menos tolerantes à sobrecarga de matriz ou precipitados.

Outro avanço relevante é a química de superfície de múltiplo endcapping, usada em séries atuais de diversos fabricantes.

Essas modificações reduzem drasticamente o impacto da adsorção irreversível de analitos básicos, uma das principais causas do envelhecimento funcional em gerações anteriores de colunas.

Mesmo assim, nenhum avanço tecnológico elimina o envelhecimento físico: colapso do leito, bloqueio de poros, contaminação e sobrepressão continuam sendo problemas reais nos dias de hoje.

E para entender as principais inovações que vêm transformando o design das colunas cromatográficas em 2025, confira o box técnico a seguir.

BOX TÉCNICO

TENDÊNCIAS: A NOVA GERAÇÃO DE COLUNAS HPLC

1. Colunas híbridas: resistência química e estabilidade estendida.
Estruturas BEH, CSH e InfinityLab Poroshell HPH resistem melhor à hidrólise e aos extremos de pH, mantendo eficiência e seletividade mesmo após centenas de injeções. O resultado é uma vida útil até 3 vezes maior em comparação às colunas de sílica pura.

2. Core-shell: eficiência máxima com menor degradação.
As partículas superficiais equilibram alta eficiência e robustez mecânica, acumulando menos contaminantes e envelhecendo mais lentamente, desde que as amostras sejam cuidadosamente preparadas e filtradas.

3. Químicas avançadas e múltiplo endcapping:
As novas gerações utilizam ligantes organosilânicos modernos e camadas de proteção múltipla, minimizando interações residuais e garantindo maior previsibilidade cromatográfica.

4. Colunas inteligentes com RFID:
Modelos lançados recentemente incorporam chips RFID que registram automaticamente o número de injeções e parâmetros de uso, permitindo rastreamento completo e controle preditivo de desempenho.

5. Sustentabilidade e microconsumo:
O avanço das colunas curtas (2,1 × 50 mm; 1,7 µm) reflete a busca por eficiência analítica com menor consumo de solventes e menor impacto ambiental, tendência consolidada em laboratórios modernos.

A coluna cromatográfica deixou de ser apenas um consumível; tornou-se um dispositivo rastreável, otimizado e projetado sob os princípios de Quality by Design (QbD).

Contaminação: o inimigo persistente da reprodutibilidade

Mesmo com colunas de nova geração, a contaminação continua sendo o maior inimigo da reprodutibilidade.
Resíduos de tampões, sais, aditivos de matriz e micro-organismos podem se acumular ao longo do tempo, modificando a seletividade e o perfil cromatográfico.

Entre as causas mais comuns estão:

  • Falta de flushing entre trocas de fase móvel;

  • Uso de eluentes incompatíveis ou instáveis;

  • Armazenamento prolongado com solventes aquosos;

  • Falta de pré-filtração rigorosa de amostras.

Os sintomas são conhecidos: picos assimétricos, aumento da pressão, ruído de base e ghost peaks, os temidos “picos fantasmas” que confundem análises e validações.

Quando regenerar e quando descartar

Colunas com alterações superficiais moderadas podem ser regeneradas com um protocolo simples e eficaz:

  1. Lavagem com água ultrapura (remoção de sais e tampões);

  2. Flushing com acetonitrila ou metanol (limpeza orgânica);

  3. Passagem de isopropanol ou solvente acidificado (eliminação de compostos fortemente adsorvidos);

  4. Retorno gradual à fase móvel original, recondicionando o equilíbrio.

Já colunas com mudança irreversível de seletividade, pressão excessiva ou instabilidade crônica devem ser substituídas.

Forçar o uso compromete o resultado analítico e aumenta o risco de falhas na validação do método.

O papel da manutenção e da rastreabilidade inteligente

A manutenção preventiva continua sendo a ferramenta mais eficiente para prolongar a vida útil das colunas.

Mas, atualmente, os fabricantes deram um passo além: surgiram as colunas inteligentes com chip RFID integrado, capazes de registrar automaticamente número de injeções, tempo de uso e condições operacionais.

Essa inovação, já adotada em sistemas modernos,  permite ao analista acompanhar a história cromatográfica completa da coluna, facilitando decisões sobre regeneração ou descarte.

Paralelamente, softwares de rastreabilidade agora incorporam alertas automáticos de manutenção com base em pressão, tempo de retenção e eficiência teórica, uma aplicação direta dos princípios de Quality by Design (ICH Q8–Q10) no controle do ciclo de vida do método.

O que o envelhecimento ainda ensina

O comportamento de uma coluna ao longo do tempo é, na verdade, uma prova viva da robustez do método analítico.
Métodos verdadeiramente robustos mantêm consistência mesmo quando a coluna envelhece.

Por isso, monitorar o desempenho cromatográfico é tão importante quanto desenvolver o método.

O envelhecimento controlado revela se o método foi construído com margens adequadas de variação, o que representa o núcleo da filosofia de Quality by Design aplicada à cromatografia.

Conclusão

Mesmo na era das colunas híbridas e core-shell, o envelhecimento continua sendo um espelho da estabilidade do sistema analítico.

Compreender como ele ocorre, e aprender a controlá-lo, é o que diferencia o operador do especialista.

No fim, cada coluna conta uma história, e cabe ao analista interpretar seus sinais antes que o método perca a voz. Essa sensibilidade técnica e científica é o que mantém viva a excelência cromatográfica, ontem e hoje.

27 de outubro de 2025 0 comentários
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Notícias

Indústria química divulga posicionamento em defesa da elevação de tarifas para frear surto de importados

por jornalismo-analytica 8 de julho de 2025
escrito por jornalismo-analytica

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) manifesta seu posicionamento em defesa da renovação de 30 produtos químicos no âmbito da Lista de Elevações Tarifárias por Razões de Desequilíbrios Comerciais Derivados da Conjuntura Econômica Internacional (DCC). O pleito foi encaminhado formalmente à Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e representa uma medida imprescindível para a preservação da competitividade da indústria química nacional frente ao avanço das importações em condições desleais.
O ambiente econômico internacional e a nova conjuntura geopolítica têm trazido enorme desafio para a indústria química nacional manter suas operações frente a uma intensificação do surto de direcionamento para o mercado brasileiro dos excedentes produtivos asiáticos (particularmente da China), da américa do norte (sobretudo dos EUA) e do oriente médio (notadamente Arábia Saudita) em operações predatórias de comércio. O setor opera nos mais baixos níveis históricos de utilização da capacidade instalada, com uma ociosidade de cerca de 40% do parque industrial doméstico, ao passo que as importações chegaram a ocupar 50% do consumo nacional.
Após a correta decisão da Camex, pela inclusão de 30 produtos químicos, em outubro de 2024, na lista de elevações transitórias, já se observa um recuo de 4 pontos percentuais na participação dos importados no consumo interno (46% no primeiro bimestre de 2025). No entanto, os preços médios das importações ainda continuam em queda, registrando recuo de 5,3% entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, demonstrando que os países exportadores para o Brasil seguem intensificando a prática de preços predatórios.
A Abiquim ressalta que os insignificantes registros sobre a inflação foram calculados após o processo decisório das elevações tarifárias aplicadas corretamente pelo Governo, refutando infundados posicionamentos amparados em uma alegada pressão nos preços por setores de transformação (particularmente de alimentos, bebidas e embalagens). Segundo minucioso levantamento feito pela LCA Consultoria Econômica, que analisou dados entre outubro de 2024 e março de 2025, os efeitos da medida sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram praticamente nulos: apenas 0,009 ponto percentual (p.p.) no acumulado do período. No nível do produtor, o impacto sobre o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) também foi modesto: 0,03 p.p., concentrado em poucos segmentos.
No caso específico das resinas termoplásticas, produto citado por segmentos de transformação do plástico em recente manifesto, o preço das importadas está cerca de 40% abaixo das fabricadas no Brasil – mesmo após a aplicação das medidas de defesa comercial propostas pela Abiquim. A citação desse patamar pelos próprios produtores é, de certa forma, o reconhecimento público de que há evidente prática de preços predatórios em nosso mercado, mais do que justificando os índices de imposto de importação que foram estabelecidos pelo governo a partir dos pleitos da Abiquim. As medidas, é imperativo esclarecer, estão dentro das regras da Organização Mundial do Comércio e da TEC e são amplamente praticadas por outros países para proteção de suas indústrias estratégicas.

O setor químico encoraja que mercados com demandas legítimas levem seus pleitos de recomposição tarifária à Camex, canal institucional adequado para esse tipo de avaliação. A Abiquim tem atuado de forma solidária com outros segmentos da indústria que enfrentam desequilíbrios comerciais semelhantes. Recentemente, apoiou cinco pleitos peticionados pela Associação Brasileira da Indústria de Laminados Plásticos (ABRAPLA) para a inclusão de produtos na Lista de Exceções à TEC, além de manter uma atuação conjunta com a entidade no campo da defesa comercial. No caso do setor de pneumáticos, a Abiquim apresentará posicionamento favorável ao pleito da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que solicita a elevação transitória para pneus, em consulta pública aberta pela Camex.
A Abiquim quer contribuir no debate público sobre as melhores práticas e experiências internacionais na elaboração de uma Política Comercial Externa previsível, equilibrada, pragmática, objetiva e que responda aos desafios conjunturais imediatos e estruturais de competitividade. Importante sempre lembrar que a Lista DCC não se trata de uma política de proteção permanente, mas de uma resposta pontual e fundamentada a distorções comerciais que comprometem a capacidade do setor de gerar valor, empregar e investir no país.
O Brasil possui a 4ª maior indústria química do mundo (2022), empregando direta e indiretamente cerca de 2 milhões de pessoas. Não queremos assistir à derrocada de números grandiosos, orgulhosamente alcançados. Dessa forma, a Abiquim conclama aos órgãos do governo federal a acolherem os pleitos apresentados, assegurando a previsibilidade regulatória e a estabilidade necessária para que a indústria química continue a cumprir seu papel estratégico para a neoindustrialização do Brasil.

 

 

8 de julho de 2025 0 comentários
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Notícias

Nova lei pode reduzir em até 30% as emissões de CO² e ranquear país como líder em transição energética

por jornalismo-analytica 30 de abril de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química pretende retomar crescimento do setor, gerando efeito direto, indireto e de renda de R$ 112,1 bilhões no PIB até 2029
Com potencial para transformar o modelo produtivo da indústria química brasileira nos próximos anos, o Projeto de Lei 892/2025, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), surge como uma das agendas ambientais mais ambiciosas quanto aos incentivos à descarbonização, ao uso de matérias-primas mais limpas e à ampliação da capacidade instalada do setor por meio estímulos fiscais inteligentes. Em curso na Câmara dos Deputados, a matéria assegura que esse segmento cumpra as metas globais nas emissões de gases de efeito estufa, reduzindo em 30% a emissões de CO² por tonelada produzida, visando a neutralidade de carbono até 2050.
O texto do Presiq, de autoria do Deputado Federal Afonso Motta (PDT-RS), chega em um momento estratégico para o setor produtivo: às vésperas da COP30, que será realizada no Brasil, e em sintonia com o programa Nova Indústria Brasil, lançado no ano passado. A proposta, além de auxiliar a retomada da produção – o setor fechou 2024 com a balança comercial no vermelho (- US$ 48,7 bi) e alta capacidade ociosa nas plantas – quer aumentar a participação do gás natural e da biomassa na matriz de matérias-primas e energia. Além disso, a indústria química deve adotar compromissos voluntários com economia circular dos plásticos e dos químicos em geral, apoiando a transição dos atuais modelos lineares para modelos circulares de produção e consumo.

Estudo realizado pela Way Carbon para a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apontou que, nesse setor, a produção brasileira é menos carbono intensiva quando comparada com a da Europa (5 a 35%) e do resto de mundo (15 a 51%). Isto se deve ao fato de a matriz energética local ser relativamente mais limpa, mas principalmente aos esforços históricos empreendidos pelo segmento no Brasil. “Diversificar a matriz de matérias-primas com maior uso da biomassa, por meio do Presiq, tornará o Brasil referência em termos de produção química com a mais baixa pegada de carbono do mundo”, defende o Deputado Afonso Motta.

Energia verde

Atualmente, as principais oportunidades do Brasil em matérias-primas renováveis são etanol (açúcar e álcool e alcoolquímica), óleos vegetais (oleoquímica) e biomassa (biocombustíveis e biorrefinarias). Já aquelas relacionadas à transição energética são as chamadas green energy (hidráulica, eólica e solar), o hidrogênio verde e o biometano.
O Presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, defende que as possibilidades de produção de químicos a partir de biomassa são inúmeras. “Esse é o melhor caminho para a descarbonização, em especial porque essa biomassa é precursora de diversos produtos. O Brasil já tem acesso à maior parte dessas matérias-primas”, comenta.
Estímulos inteligentes

O Presiq pretende alavancar o segmento por meio de estímulos fiscais inteligentes, a partir da adoção de processos de baixo carbono no ecossistema produtivo. Se aprovada, a medida deve causar forte impacto na economia, gerando um efeito direto, indireto e de renda no PIB de R$ 112,1 bilhões até 2029. Essa alta na produção irá promover, de acordo com os estudos que embasaram o PL, uma elevação de quase 81 mil novos postos de trabalho diretos, podendo chegar a 1,7 milhão de novos trabalhadores diretos e indiretos.
A proposta sugere a estrutura em dois blocos, sendo o primeiro para usufruir de créditos financeiros para aquisição de insumos e matérias-primas menos poluentes, como o gás natural, e, o segundo, na modalidade investimento, que pode ser revertido em créditos financeiros de até 3% do valor aplicado, voltado às centrais petroquímicas e às indústrias químicas que se comprometem em ampliar a capacidade instalada. Ao todo, são previstos créditos financeiros de até R$ 4 bilhões para empresas habilitadas na modalidade industrial e de até R$ 1 bilhão na modalidade investimento, a partir de 2027.
A pessoa jurídica interessada destinará ao menos 10% (dez por cento) do valor de créditos financeiros efetivamente usufruídos de que trata o caput para pesquisa e desenvolvimento ou alternativamente ao menos 8% (oito por cento) para pesquisa e desenvolvimento e 2% (dois por cento) para programas socioeducativos, que será comprovado perante o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O novo programa deve acompanhar a agenda do Nova Indústria Brasil, lançado pelo governo com o objetivo de impulsionar a indústria nacional até 2033. Essa iniciativa usa instrumentos de políticas públicas, como empréstimos com juros reduzidos, subsídios e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia. A nova política tem missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro.
“O Presiq pretende, ainda, equalizar as oportunidades no mercado internacional. A indústria química brasileira tem sido impactada pelos ventos contrários globais, uma vez que não tem a vantagem competitiva dos seus principais concorrentes e necessita de um olhar atento do para o seu fortalecimento”, conclui o autor do PL 892/25.
A Abiquim

Há 60 anos, a Associação Brasileira da Indústria Química é uma entidade sem fins lucrativos que congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor químico nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências. A Associação realiza o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha e contribui ativamente para as mudanças na legislação em prol da competitividade e desenvolvimento do setor e assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior. Ao longo dessas seis décadas de existência representando o setor químico, a Abiquim segue com voz ativa, dialogando com seus stakeholders e buscando soluções para que a indústria química brasileira faça o que vem fazendo de melhor: ser a indústria das indústrias.

30 de abril de 2025 0 comentários
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Notícias

2025: perspectivas para a indústria química nacional

por jornalismo-analytica 17 de janeiro de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Ainda que desafiador, 2024 foi um ano também marcado por grandes conquistas. Uma das mais recentes foi a aprovação do Projeto de Lei do Inventário Nacional de Substâncias Química, fruto de um trabalho de mais de 10 anos da Abiquim, que posiciona o Brasil como referência no Hemisfério Sul, em regulação do uso adequado de substâncias químicas.

Também houve avanços no que tange à promoção de um ambiente regulatório para todo o setor químico e industrial brasileiro e para todos os demais componentes da cadeia produtiva. Demos passos importantes para iniciar um processo de amplificação da competitividade do setor com a lista de elevações transitórias da tarifa externa comum. Sabemos que esse é só um primeiro passo, todavia, é relevante para enfrentarmos o cenário internacional extremamente adverso, com excesso de capacidade produtiva de produtos químicos no mundo e programas pesados de subsídios nos principais produtores mundiais de químicos.

Dentro desse contexto, importante destacar que a indústria química brasileira trabalha com energia limpa e sustentável, sendo que 83% da energia que usamos vem de fontes renováveis. Dependendo do produto, geramos metade das emissões de CO2 por tonelada produzida em relação aos nossos principais concorrentes do mundo. Terminamos 2024 com um faturamento de 158,6 bilhões de dólares. Respondemos por 11% do PIB industrial e geramos 30 bilhões de reais em tributos federais anualmente, além 2 milhões de empregos diretos e indiretos; e pagamos salários muito acima da média da indústria.

A química, portanto, é um setor econômico singular para a construção de um país mais justo, mais humano e que de fato, contribua, por meio da ciência e da tecnologia, para a solução dos principais problemas que a humanidade enfrenta hoje.

A Agenda 2050 da ONU é também a nossa agenda. E a indústria química está no caminho de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estamos na base da sustentabilidade da atividade agrícola, ajudando a fornecer alimentos seguros e saudáveis para uma população que já supera os 8 bilhões de habitantes no mundo. Também estamos na base do desenvolvimento de novos fármacos, vacina e tratamento de saúde, ajudando a erradicar e a superar momentos graves como foi a pandemia de Covid-19. Água potável e saneamento básico não existiriam sem a química.

Estamos atravessando a porta de entrada para a economia de baixo carbono e a indústria química está pronta para liderar essa transição. A química de baixo carbono está relacionada ao uso de tecnologias que reduzam ou neutralizem a emissão de gases de efeitos estufa – a química renovável, a captura e estocagem de carbono e a reciclagem química são alguns exemplos dessa liderança que pode ser exercida pela indústria química brasileira.

A indústria química já deixou de ser uma indústria somente de base fóssil para se tornar bioquímica. Ou seja, a química baseada em biomassa. Nesse sentido, a recente aprovação do PL 6120, que regula substâncias químicas e cria um inventário de mais de 15 mil produtos químicos coloca o Brasil alinhado às melhores práticas mundiais de segurança de produtos químicos.

Isso aumenta o potencial de inserção internacional dos nossos produtos, além de garantir mais segurança ao meio ambiente e à saúde humana. No final de 2024 criamos um grupo de trabalho de matérias primas sustentáveis com empresas associadas, não associadas, e governo. Nosso objetivo é construir a curva de neutralidade das emissões de gases de efeito estufa do setor, considerando os níveis de tecnologia e inovação que já temos, a configuração da matriz energética brasileira e o potencial da indústria para descarbonizar outros setores.

Vivemos um grande processo de desglobalização, em que as grandes potências econômicas estão fortalecendo suas indústrias com programas robustos de apoio à produção e à inovação. Os EUA, a União Europeia, o Canadá e o Japão são alguns exemplos da força de competição que estamos enfrentando.

Entendemos, portanto, que a participação do governo em seus diferentes níveis, com engajamento e atividades de coordenação, promoção e fomento será fundamental para viabilizar a transição da química fóssil para a química do carbono, equilibrando essas duas dimensões. A transição exige visão de futuro: conhecer as potencialidades, os obstáculos e os caminhos mais promissores para o Brasil é fundamental. Liderar globalmente esse processo é o tipo de oportunidade que não se apresenta duas vezes e a indústria química está pronta para esse desafio.

Por fim, importante salientar que mesmo com a química avançando na agenda de sustentabilidade ainda não conseguimos consolidar um marco regulatório e alianças na cadeia produtiva que assegurem o suprimento de matéria prima, especialmente o gás natural e o etano, em quantidade suficiente e preços que proporcionem competitividade adequada para nossa indústria. Também não temos oferta e preço de nafta competitivos no Brasil. A mesma realidade está presente no custo da energia brasileira – mesmo tendo a matriz energética mais sustentável do que outros países, o custo dela ainda é um constrangimento para nossa capacidade de competir.

O mesmo desafio se apresenta para a produção com matéria primas renováveis, verdes, circulares, sustentáveis. Se faz necessário estabelecer as condições regulatórias e de mercado adequadas para a competitividade quando se produz a partir delas. Esses são passos fundamentais para que, de fato, consigamos fortalecer a indústria nacional.

A Abiquim, por sua vez, segue ativa e alinhada ao DNA do setor: transformar desafios em oportunidades sempre com o olhar voltado ao bem-estar, saúde e segurança do indivíduo e do meio ambiente; o de promover o diálogo entre todos os atores envolvidos em prol do bem comum; e o de defender a competitividade da indústria nacional rumo ao desenvolvimento e crescimento do País.

Matéria – Abiquim
Imagem – Foto: VINÍCIUS FLOSS

17 de janeiro de 2025 0 comentários
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Notícias

O futuro da indústria química é a sustentabilidade

por jornalismo-analytica 9 de janeiro de 2025
escrito por jornalismo-analytica

O ano de 2024 foi desafiador, mas também marcado por grandes conquistas para a indústria química brasileira. Segundo André Passos Cordeiro, Presidente-executivo da Abiquim, a aprovação do Projeto de Lei do Inventário Nacional de Substâncias Químicas, após mais de 10 anos de trabalho da Abiquim, foi um dos marcos mais importantes. Esse avanço coloca o Brasil como referência no Hemisfério Sul na regulação do uso de substâncias químicas, destacando o compromisso do país com práticas mais seguras e eficientes no setor.

O setor também deu passos importantes para ampliar sua competitividade, especialmente com a implementação de elevações transitórias da tarifa externa comum. A indústria química brasileira se distingue pelo uso de energia limpa, com 83% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis. Além disso, a redução das emissões de CO2 por tonelada produzida é significativa em relação aos principais concorrentes mundiais.

“Demos passos importantes para iniciar um processo de amplificação da competitividade do setor com a lista de elevações transitórias da tarifa externa comum. Sabemos que esse é só um primeiro passo, todavia, é relevante para enfrentarmos o cenário internacional extremamente adverso, com excesso de capacidade produtiva de produtos químicos no mundo e programas pesados de subsídios nos principais produtores mundiais de químicos”, comenta.

Cordeiro também enfatiza o papel crucial da química no avanço de objetivos globais, como os da Agenda 2050 da ONU. O setor é vital para a segurança alimentar, o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos de saúde, além de promover soluções para a crise hídrica e o saneamento básico. A transição para uma economia de baixo carbono também está sendo liderada pela indústria química, com investimentos em tecnologias de redução e neutralização de emissões.

“A mesma realidade está presente no custo da energia brasileira – mesmo tendo a matriz energética mais sustentável do que outros países, o custo dela ainda é um constrangimento para nossa capacidade de competir. O mesmo desafio se apresenta para a produção com matéria primas renováveis, verdes, circulares, sustentáveis. Se faz necessário estabelecer as condições regulatórias e de mercado adequadas para a competitividade quando se produz a partir delas. Esses são passos fundamentais para que, de fato, consigamos fortalecer a indústria nacional”, conclui.

Matéria – Agrolink – Leonardo Gottems
Imagem – O setor deu passos importantes para ampliar sua competitividade – Foto: Divulgação

9 de janeiro de 2025 0 comentários
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Abiquim diz que ferramenta para aprimorar a gestão de substâncias químicas trará benefícios ambientais, econômicos e sociais

por jornalismo-analytica 17 de setembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Em um passo importante para o desenvolvimento sustentável da indústria química, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 6.120/2019, que cria o Inventário Nacional de Substâncias Químicas, visando à avaliação e ao controle dos riscos das substâncias químicas utilizadas em território nacional. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que desde 2014 lidera no setor privado as discussões para esse marco regulatório, celebrou a aprovação do texto de autoria do Deputado Federal Flávio Nogueira (PT-PI). A matéria segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

A Abiquim considera a aprovação do PL 6.120/2019 crucial para a indústria química, uma vez que promove maior segurança no uso desses produtos, protege a saúde dos trabalhadores e preserva o meio ambiente. “Além disso, garante uma previsibilidade regulatória, aumentando a competitividade internacional do setor ao atender exigências globais. O desenvolvimento econômico será um efeito colateral extremamente positivo”, completa o Presidente-Executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro.

Após aprovado, um Cadastro de Substâncias Químicas será responsável por formar o inventário, que reunirá uma base de dados pública sobre as substâncias importadas ou produzidas no Brasil. Além disso, a matéria define critérios e prazos para a inclusão de substâncias no cadastro, atribui responsabilidades a fabricantes e importadores das substâncias, e estabelece sanções a serem aplicadas em caso de infrações. Dois comitês devem ser criados: o Técnico de Avaliação de Substâncias Químicas e o Deliberativo de Substâncias Químicas, ambos compostos por especialistas nas áreas de meio ambiente, saúde, química, comércio e metrologia.

André Passos lembra que a Abiquim, em sua participação na Comissão Nacional de Segurança Química e nas discussões com os Poderes Executivos e Legislativo, liderou com subsídios a construção de uma plataforma sólida de controle das substâncias. “O PL 6120 é uma potente ferramenta para aprimorar a segurança da população, mas também iremos reduzir a concorrência desleal provocada por produtos não regulados, favorecendo e trazendo segurança jurídica para a indústria nacional”, acrescenta.

“Considerando o potencial das nossas cadeias produtivas, com a adoção de uma regulamentação mais alinhada aos nossos principais parceiros comerciais e fornecedores de matérias-primas, o setor químico tem a possibilidade de registrar uma expressiva expansão nos próximos anos”, finaliza o Presidente-Executivo da Abiquim.

Com origem na Câmara, sob autoria do Deputado Flávio Nogueira, o projeto já havia passado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática. Na CMA, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi relator ad hoc, apresentando o relatório favorável do Senador Beto Faro (PT-BA).

 

Gestão adequada

Na terça-feira (10), foi lançado em Brasília o projeto Gestão Adequada de Substâncias Químicas no Brasil. O special programme, assinado em maio de 2024, objetiva criar e fortalecer um sistema nacional para o inventário de substâncias químicas, a fim de melhorar a gestão interna destas substâncias, proporcionando ao país controle sobre o que é produzido, importado, exportado e utilizado. Em paralelo, auxiliará na efetiva implementação das convenções internacionais sobre substâncias químicas e resíduos, incluindo as convenções de Basileia, Roterdã e Estocolmo, a convenção de Minamata e o Marco Global sobre Substâncias Químicas.

Abiquim

Completando 60 anos em 2024, a Associação Brasileira da Indústria Química (www.abiquim.org.br) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor químico nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências. A Associação realiza o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha e contribui ativamente para as mudanças na legislação em prol da competitividade e desenvolvimento do setor e assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior. Ao longo dessas seis décadas de existência representando o setor químico, a Abiquim segue com voz ativa, dialogando com seus stakeholders e buscando soluções para que a indústria química brasileira faça o que vem fazendo de melhor: ser a indústria das indústrias.

 

Sobre a Indústria Química

Provedora de matérias-primas e soluções para diversos setores econômicos – agricultura, transporte, automobilístico, construção civil, saúde, higiene e até aeroespacial – a indústria química instalada no Brasil é a mais sustentável do mundo. Para cada tonelada de químicos produzida, ela emite de 5% a 51% menos CO2 em comparação a concorrentes internacionais, além de possuir uma matriz elétrica composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%. Esta marca só foi possível graças a uma série de pesquisas, inovações e melhorias que foram introduzidas pela química ao longo dos anos, paulatinamente, como a eletrificação de equipamentos e produção in loco de energia renovável, bem como a migração de fontes fósseis para insumos alternativos, como o etanol.

 

*Com informações do Senado Notícias
Imagem – Proposta cria marco regulatório para substâncias químicas no Brasil

17 de setembro de 2024 0 comentários
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Notícias

Caminhos da indústria química brasileira na economia de baixo carbono

por jornalismo-analytica 16 de setembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

*Por Manfredo Rübens

A necessidade de uma economia de baixo carbono é urgente, uma vez que as temperaturas e emissões globais atingem níveis alarmantes. O relatório das Nações Unidas sobre a Lacuna de Emissões ressalta a necessidade de uma redução substancial nas emissões globais, sendo necessário esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade civil para alcançar a neutralidade climática até 2050. De acordo com o documento, é imprescindível uma redução de 28% para limitar o aquecimento global a 2°C e de 42% para limitá-lo a 1,5°C. Dessa forma, é fundamental serem implementadas ações efetivas para transformar a economia global.

O governo brasileiro assumiu o compromisso perante o Acordo de Paris de reduzir emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2030, em relação aos níveis de 2005, como parte de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês). O cumprimento dessa meta tem potencial de posicionar o país como líder no tema, estabelecendo-o como referência no desenvolvimento e oferta de produtos e soluções com baixa pegada de carbono.

A crescente preocupação com as consequências indesejáveis decorrentes das mudanças climáticas tem levado a pegada de carbono a ser critério cada vez mais relevante na tomada de decisão de compra no mercado internacional.

A produção de soluções verdes e tecnologias consideradas limpas serão mais valorizadas à medida que possam promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Isso abre uma janela de oportunidade única para o Brasil e para a indústria química nacional ser protagonista desse movimento. Afinal, o país reúne as condições necessárias para produzir bens com pegadas de carbono muito menores aqueles fabricados por seus pares globais.

O Brasil conta com uma condição ambiental privilegiada para a geração de energia elétrica majoritariamente limpa, com 84% de sua matriz proveniente de fontes renováveis, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Isso representa mais que o dobro da média mundial, de quase 30%, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). O país também abriga a maior biodiversidade do mundo e a maior floresta do planeta. Dados do Banco Mundial estimam que a Floresta Amazônica em pé poderia render R$ 1,5 trilhão por ano, valor sete vezes maior do que o lucro obtido com atividades de extração. E mais de 116 mil espécies de animais e 46 mil espécies vegetais já foram identificadas no território, o que implica em possibilidades promissoras de desenvolver uma bioeconomia voltada a novos fármacos, cosméticos e bioquímicos.

Além disso, a própria AIE já projeta que o Brasil será responsável por 40% da oferta de biocombustíveis no mundo até 2028, graças à ampla disponibilidade de matérias-primas renováveis em nossos biomas, como a cana-de-açúcar usada para produzir etanol, e a robusta tecnologia de refinamento, que vem sendo desenvolvida no país desde meados dos anos 1970.

A disponibilidade crescente de outras fontes renováveis, como o biometano, a energia eólica e a solar, por exemplo, abre uma perspectiva positiva de uma evolução da química baseada no hidrogênio verde. Ainda que seja visto principalmente como um vetor energético para viabilizar processos em que a eletrificação não é possível ou eficiente, não se deve esquecer sua importância como insumo químico, utilizado na produção de amônia, ureia e metanol.

Essas vantagens, dificilmente encontradas em outros lugares do planeta, tornam os impactos ambientais de nossos produtos menores. Isto significa que já estamos inseridos na chamada economia de baixo carbono, uma vez que as premissas já existem no território brasileiro.

No entanto, para que essas oportunidades sejam efetivamente convertidas em novos negócios que sejam benéficos ao meio ambiente, é fundamental que a indústria química assuma um papel central nessa agenda. O fortalecimento desse setor é essencial para impulsionar o mercado como um todo, uma vez que a indústria química é a base para diversas outras indústrias. Ao investir em pesquisa e inovação, o setor químico é capaz de gerar benefícios para toda a cadeia produtiva.

Alcançar um alto grau de desenvolvimento exige esforços em conjunto com o poder público, capaz de assegurar condições de competição equânimes em relação aos concorrentes internacionais e de fomentar a evolução das empresas ao nível nacional. A criação do PROVER (Programa de Estímulo à Indústria Química Verde), liderado pelo governo federal, será um valioso ponto de partida para a evolução do setor. Essa iniciativa tem o potencial de destravar mais de 57 bilhões de reais em novos investimentos nos próximos cinco anos, permitindo que a participação do setor químico na composição do PIB, atualmente em 11%, seja ainda maior, com uma perspectiva positiva de um melhor desempenho no comércio exterior. Em média, as exportações de produtos químicos do Brasil representam cerca de 1,2% em relação ao total mundial, enquanto a exportação de cada um dos dez maiores produtores de químicos globais chega em torno de 7% do mercado, conforme dados da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

Em razão de sua importância estratégica como produtora de insumos para diversas cadeias produtivas, a indústria química está alinhada com as aspirações de um mercado comprometido com o desenvolvimento sustentável. E o Brasil, com os seus atributos, pode confirmar sua vocação como uma potência verde global. O setor químico brasileiro é o mais sustentável do mundo, segundo estudo encomendado pela Abiquim para a Consultoria Way Carbon, e por isso pode apoiar o país a se tornar referência mundial no modelo de economia de baixo carbono, impulsionando assim o setor industrial do Brasil como um todo.

Manfredo Rübens, presidente da BASF para América do Sul. Crédito: divulgação.

16 de setembro de 2024 0 comentários
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