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energia

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Transição energética: o caminho para o desenvolvimento sustentável

por jornalismo-analytica 26 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Em virtude das crises climática e energética pelas quais atravessa o mundo, as discussões em torno da transição energética ganham força e são amparadas por acordos internacionais, que buscam proteger o meio ambiente e as populações e promover uma maior eficiência energética.

Neste post, entenda o que é transição energética, veja qual é a relação entre energia e desenvolvimento sustentável e compreenda o cenário das fontes renováveis de energia no Brasil. Acompanhe!

O que é transição energética

Transição energética é o conceito que envolve mudanças estruturais nas matrizes energéticas dos países, migrando de um modelo majoritariamente baseado em combustíveis fósseis – como petróleo, carvão mineral e gás natural – para uma matriz cada vez mais focada na geração de energia por fontes renováveis, a exemplo da solar fotovoltaica, eólica, de biomassa, geotérmica e até mesmo nuclear.

Mas não se trata apenas da simples diversificação da matriz. A transição energética diz respeito também à reflexão e à análise sobre os efeitos que o atual modelo de geração e consumo de energia traz para o meio ambiente e para a sociedade.

Este debate passa pela compreensão da necessidade de promover e eficiência energética em toda a cadeia, envolvendo empresas, cidadãos e instituições, de forma a otimizar a utilização de bens e serviços.

Outro ponto fundamental nesta discussão se refere às mudanças na estrutura social, política, cultural e econômica do modelo atual, fazendo-se necessária uma reavaliação do que é insustentável do ponto de vista da utilização de recursos naturais e sua finitude.

Nesse sentido, o acesso à energia, e não somente sua produção e consumo, também tem espaço nesta discussão, considerando que, para uma transição justa, é necessária a compreensão de que nem sempre é possível garantir o acesso à energia somente advinda de fontes renováveis. De acordo com o Banco Mundial, mais de 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica.

Assim, a transição energética é uma tendência irreversível e uma mudança essencial rumo a uma economia de baixo carbono, capaz de promover o desenvolvimento sustentável.

 

Qual a relação da energia e desenvolvimento sustentável

Quando se fala em suprir as necessidades de energia sem que isso cause prejuízos ao meio ambiente e à sociedade, fala-se de desenvolvimento sustentável. Isto é, trata-se da possibilidade de que a economia de um país cresça sem que isso comprometa os recursos naturais do planeta e prejudique as gerações futuras.

Nesse contexto, é impossível dissociar o desenvolvimento sustentável da discussão e das medidas acerca da crise climática e, consequentemente, energética, por que passa todo o mundo, decorrentes da escassez progressiva de recursos energéticos e da emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Movimentos internacionais, como o Protocolo de Quioto, de 1997, e o Acordo de Paris, de 2015, foram medidas necessárias para aliar esses dois conceitos, estabelecendo metas para a redução de gases nocivos ao planeta e servindo como base para medidas mais efetivas para a transição energética.

Desenvolver-se de maneira sustentável e promover a transição para uma matriz menos nociva e mais limpa está diretamente relacionado com o conceito de eficiência energética. A grosso modo, ser energeticamente eficiente significa fazer o mesmo com menos energia, além de reduzir as perdas energéticas que ocorrem desde a geração até o consumo.

Quando a demanda por energia é menor, menos recursos naturais precisam ser utilizados e menores são os impactos socioeconômicos e ambientais. Para isso, cabe ao Estado criar regulamentações e legislações que promovam e incentivem a eficiência energética e adoção de fontes renováveis para a geração de energia.

Felizmente, no Brasil, existem diversas medidas que vão ao encontro dessas necessidades. Uma das mais importantes é o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Seu objetivo é promover o uso eficiente da energia por meio de projetos que sejam capazes maximizar os benefícios para a sociedade e promover a transformação do mercado, estimulando a criação de novas tecnologias a adoção de práticas mais racionais no uso da energia, ao mesmo tempo que demonstra a importância e viabilidade econômica de um sistema mais eficiente.

Outra medida fundamental nesse sentido surgiu de uma parceria entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a ISO. Trata-se da ISO 50001, que tem como objetivo estabelecer sistemas e processos para otimizar o desempenho energético, fixando metas que mirem a redução nas emissões de gases do efeito estufa e outros impactos ambientais decorrentes da geração e distribuição de energia.

 

Fontes renováveis de energia: qual o cenário no Brasil

Segundo o Balanço Energético Nacional 2020, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, a matriz energética brasileira se baseia em 46,1% de fontes renováveis e 53,9% de fontes não renováveis.

O documento aponta ainda um aumento na oferta interna de energia advinda de fontes renováveis: houve crescimento de 2,8% entre 2018 e 2019, enquanto as não renováveis praticamente estáveis, crescendo apenas 0,2%.

Com isso, o uso de fontes renováveis no Brasil já é três vezes maior do que o mundial. Para se ter uma ideia, a energia eólica teve aumento de 15,5%, enquanto a energia solar cresceu mais de 92% no país de um ano para o outro. Ao mesmo tempo, houve recuo na geração por meio de derivados de petróleo, com queda de mais de 25%.

Embora promissores, esses números podem melhorar. Em um contexto de transição energética, com foco na produção de energia limpa e em uma maior eficiência energética, cabe ao Estado apresentar propostas para modernizar o setor e promover as mudanças necessárias.

Nesse sentido, tramitam no Congresso diversos Projetos de Lei que visam a criar um ambiente mais adequado para as transformações energéticas – que, neste ponto, são inevitáveis –, trazendo mais liberdade para a implantação de modelos inovadores e, assim, impulsionando o desenvolvimento sustentável do país.

Para saber mais sobre o assunto, acompanhe o blog da CERTI

Autora: Jessica Ceolin de Bona – CERTI

26 de janeiro de 2021 0 comentários
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Notícias

ENGIE Lança Ferramenta Digital para Ajudar Empresas a Reduzirem o Consumo de Energia

por jornalismo-analytica 13 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

wswsswsswsswsA ENGIE lançou uma ferramenta virtual gratuita que ajuda estabelecimentos comerciais na identificação de oportunidades de redução de consumo de energia elétrica. Batizado de Energy Planner, o simulador permite consultar dados e gerar um relatório personalizado do consumo de energia da empresa. A partir do preenchimento de um rápido questionário num site específico criado pela companhia,  a ferramenta disponibiliza um breve diagnóstico energético automático. Nele, é possível ver o valor gasto com os diferentes grupos de consumo, como refrigeração, iluminação, ar-condicionado, entre outros, além das despesas totais em termos percentuais de cada item. O relatório também estima o volume de emissões de CO2 da empresa pelo consumo de eletricidade, o que permite um planejamento do negócio para uma transição energética rumo a uma economia de baixo carbono.

O documento lista ainda a performance comparativa com outros estabelecimentos comerciais do mesmo porte e região, a análise dos gastos com energia e utilidades, bem como insights de melhoria para otimizar custos com dispositivos e plano de ação com Soluções da ENGIE para redução de custos e da pegada de carbono. Desse modo, o Energy Planner auxilia aos empreendedores a melhor posicionar seus negócios frente à concorrência local. O nome da plataforma, inclusive, teve inspiração na necessidade de planejamento energético numa transição para reduzir custos e emissões de carbono. Para ter acesso a tecnologia, basta entrar no site https://energyplanner.engie.com.br/

Leonardo Serpa(foto principal), Diretor-Presidente da ENGIE Soluções, disse que “O propósito da ENGIE é agir para acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, através do consumo reduzido de energia e de soluções mais sustentáveis, conciliando performance com um impacto positivo sobre as pessoas e o planeta. A descarbonização da operação de diversos setores é uma necessidade e já uma realidade. Há um swswswswsswestímulo do mercado financeiro para companhias investirem em descarbonização, que vem para acelerar esse processo”

O simulador é o único que inclui análises de diversas soluções, como energia solar, eficiência energética, migração para o mercado livre e automação. Ele se ajusta à demanda de setores como varejo, shoppings centers, supermercados, hotéis e hospitais neste primeiro momento. A previsão é que, a partir de março 2021, a ferramenta esteja disponível também para segmentos industriais. Os consumidores do mercado cativo de energia elétrica contam também com análise de custo para migração para o Mercado Livre, que passa por um momento de expansão com a redução dos limites de consumo para ingresso nesse segmento.

Matheus Amorim(foto a direita), Diretor Comercial de Soluções da ENGIE, disse que “Um bom gestor precisa conhecer os principais custos de uma empresa e quanto ela despende nas contas essenciais, como gasto de energia, por exemplo. Essa ferramenta será muito útil neste sentido para quem quiser usar a energia de maneira mais eficiente.”

 

Com informações de Petronotícias

13 de janeiro de 2021 0 comentários
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Notícias

Pesquisa de novos materiais para produção e armazenamento de energia é transformada através da ciência computacional

por jornalismo-analytica 13 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Ferramentas permitem compreender relação entre estrutura e propriedades, visando aplicações em energia solar, novas baterias e capacitores e catálise, dentre outras

Na pesquisa que busca soluções para a transição energética de uma sociedade baseada em combustíveis fósseis para um modelo sustentável, um dos principais desafios é o desenvolvimento de novos materiais para a conversão, armazenamento e transporte de energia. Nesse processo, a colaboração entre estudos experimentais e a Ciência Computacional de Materiais e Química, fundamentada em princípios teóricos da Física e Química, tem revolucionado a investigação, descoberta e síntese desses novos materiais. No Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), centro de pesquisa em Engenharia apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Shell, esses avanços acontecem pela atuação da divisão de pesquisa chamada de “Ciência Computacional de Materiais e Química” (CMSC), coordenada por Juarez Lopes Ferreira da Silva, docente do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP).

A Química/Mecânica Quântica é a teoria que permite a compreensão do comportamento da matéria na escala atômica, na qual o movimento dos elétrons e núcleos definem o comportamento da matéria. Para o desenvolvimento de novos materiais, com as propriedades desejadas (elétricas, magnéticas, de estabilidade termodinâmica, dentre outras), é fundamental compreender a relação entre a estrutura do material e suas propriedades e, nesse sentido, as ferramentas computacionais podem ser empregadas de dois modos distintos: na compreensão das propriedades de materiais já obtidos experimentalmente ou na previsão de propriedades de materiais ainda inexistentes.

“Quando já há resultados experimentais indicando as propriedades de um determinado material, a Ciência Computacional permite compreender a relação dessas propriedades com a estrutura atômica daquele material, ou seja, explicar a origem daquelas propriedades. Além disso, é possível explorar e prever as propriedades de classes de materiais difíceis de serem sintetizados em laboratório. Com isso, a Ciência Computacional pode ajudar os pesquisadores a direcionarem seus esforços às classes de materiais mais promissores para uma determinada aplicação”, detalha o pesquisador do IQSC. “Quando você compreende a relação entre estrutura e propriedades, você tem a possibilidade de desenvolver materiais com as propriedades que deseja”, complementa.

O coordenador da Divisão destaca que a composição da equipe de pesquisadores buscou combinar diferentes competências, e que é essa complementaridade que permite a abordagem de uma diversidade de problemas, envolvendo, por exemplo, desde o nível do elétron até propriedades macroscópicas. No total, são 12 pesquisadores principais, da própria USP, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e das universidades federais do ABC (UFABC) e de São Paulo (Unifesp), além de graduandos, pós-graduandos e pós-doutorandos, das áreas de Física, Química e Ciência da Computação.

Projetos

A divisão de Ciência Computacional de Materiais e Química do CINE é responsável por cinco projetos de pesquisa. Dois deles estão relacionados à busca de novos nanomateriais para aplicação em catálise, visando reações de conversão de metano e de dióxido de carbono (CO2) em outros produtos, mais valiosos economicamente e/ou interessantes ambientalmente. O metano, por exemplo, pode ser convertido em metanol, e o CO2 em ácido oxálico, dentre inúmeras outras possibilidades. O coordenador da Divisão conta que um dos materiais com os quais têm trabalhado são partículas de metais de transição contendo somente alguns nanômetros.

“Quando reduzimos o tamanho das partículas, uma série de parâmetros – número de átomos, sua posição, número de elétrons, dentre outros – alteram as propriedades do material em relação às propriedades macroscópicas. Quando conseguimos estabilizar o tamanho e ter controle da relação entre estrutura e propriedades, podemos desenvolver materiais com um mesmo elemento mas propriedades muito distintas. No caso dos chamados nanocatalisadores, o que se tem conseguido obter é sistemas mais eficientes que os sistemas macroscópicos”, detalha. Em 2019, esses estudos já resultaram em alguns artigos que relatam resultados preliminares, relativos ao entendimento desses materiais, e ao menos outros dois ainda devem ser publicados, já mais próximos da aplicação.

Um outro projeto investiga materiais (calcogenetos bidimensionais, perovskitas e materiais orgânicos) para células fotovoltaicas e também já levou a publicações neste ano. Uma das linhas de pesquisa, em colaboração com a divisão de Portadores Densos de Energia do CINE, partiu de resultados experimentais de análise de perovskitas (classe de materiais caracterizados por estruturas cristalinas específicas) para avançar, com o apoio das ferramentas computacionais, na compreensão das relações entre estrutura e propriedades. “Este trabalho conjunto, que combina a parte experimental com a simulação computacional, leva a uma compreensão mais sólida daquilo que se está estudando. O objetivo é compreender porque essa classe de materiais tem determinadas propriedades para poder ajustar essas propriedades na direção pretendida. Nesse sentido, existem informações que podemos calcular usando a Química Quântica que não são acessíveis do ponto de vista experimental, e existem medidas experimentais muito difíceis de serem obtidas computacionalmente”, explica Juarez. “No caso da perovskita, é preciso, por exemplo, protegê-la da umidade na célula solar e, para isso, precisamos encontrar materiais adequados. Outra necessidade é substituir o chumbo utilizado tradicionalmente nessas células, por causa da toxicidade, e precisamos achar materiais que o substituam mantendo as mesmas propriedades. Quando você está na fase de desenvolvimento de um material para uma determinada aplicação tecnológica, às vezes o material ainda não tem tudo que é preciso para a aplicação final, e por isso são necessários os ajustes”, conclui.

Um quarto projeto diz respeito a materiais para baterias e capacitores mais eficientes e/ou baratos que os atuais e o quinto ao desenvolvimento de novos algoritmos de aprendizagem de máquina para a área de Materiais. Ambos também já resultaram em publicações, e todas elas podem ser conferidas no site do CINE, em cine.org.br. No site, também há várias outras informações sobre todas as divisões do Centro, como a identificação dos pesquisadores, instituições envolvidas e as notícias mais recentes, dentre outras.

Por Tárcio Fabrício e Mariana Pezzo (LAbI UFSCar)

13 de novembro de 2019 0 comentários
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Notícias

Geração de Energia pela queima do lixo vem avançando em todo o mundo

por jornalismo-analytica 9 de setembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A Finlândia é o país que, proporcionalmente, mais incinera e transforma em energia o lixo no mundo. Pelos últimos dados disponíveis do órgão oficial europeu de estatísticas, o Eurostat, de abril de 2019, o país nórdico mandou 59% dos seus resíduos sólidos urbanos para usinas térmicas de waste to energy (WTE), cuja combustão em grelha aquece caldeiras para gerar vapor de alta pressão, aproveitado por turbinas geradoras de energia e por sistemas de aquecimento distrital (calefação) em cidades finlandesas. Os restantes 41% do lixo passam por reciclagem e compostagem e ínfimos 1% seguem para aterros.

O volume de lixo incinerado por nove usinas na Finlândia chega a 1,6 milhão de toneladas por ano, número aparentemente baixo que se explica por conta da população do país que, apesar de grande territorialmente, de 338.424 km2, soma apenas 5,5 milhões de habitantes, que se concentram mais ao sul, de inverno não tão rigoroso.

E é no sul da Finlândia, no município de Riihimäki, a 69 quilômetros da capital, Helsinki, onde está um dos mais importantes complexos de WTE do país, do grande grupo de energia finlandês Fortum, com duas usinas operando conjuntas, uma com capacidade de 55 MW e outra de 35 MW. As duas usinas geraram aproximadamente 500 GWh em 2018, vendidos para o sistema nacional de energia do país, através da queima de 260 mil t de resíduos domésticos, comerciais e industriais da região. O calor gerado para o chamado heat district (equivalente a 90 MW) é vendido para dois municípios, suprindo a demanda de calefação residencial de todo município de Riihimaäki e de grande parte da vizinha Hyvinkää.

A importância desse complexo, considerado modelo global, tem a ver também com a operação conjunta de uma refinaria de plástico, com capacidade para recuperar 30 mil t/ano de plásticos pós-consumo, tanto de coleta seletiva em residências, comércios e agricultura, como o separado no próprio complexo por sistema especial de segregação.

A refinaria tem previsão de processar, em 2019, 15 mil t de plásticos vindos de toda a Finlândia e, depois do processo que os transforma em granulados, vendê-los para transformadores de plásticos que produzem, por exemplo, vasos de flores e outros bens de consumo. A refinaria apenas recicla e gera grânulos de polipropileno e polietilenos de baixa e alta densidade. Todos os demais plásticos seguem como combustível para os fornos do WTE.

Cerca de 75% de todo o plástico que chega no complexo é convertido em material plástico reciclado ou em produtos perfilados. Apenas aqueles muito contaminados e que tenham outras resinas além do PE e PP seguem para os incineradores. Um sistema automatizado de detecção de plástico por infravermelho também ajuda a recuperar materiais que chegam misturados aos resíduos domésticos.

Com os plásticos separados, a primeira etapa da refinaria é a trituração, seguida por lavagem, secagem por tambor e aquecimento e, por fim, a fusão e a extrusão para a granulação.

Para se ter uma ideia da abrangência do sistema do complexo da Fortum, chamado de vila de economia circular, por volta de 73% de todo o lixo das cidades ao redor vão para os incineradores, transformando-se em energia e calor. Ainda 21% são materiais recicláveis (plástico, metal e papéis), 5% é convertido por bioprocessos em bioetanol e biogás e apenas 1% segue para aterro, este último considerado a hipótese mais evitada, reservada apenas aos resíduos inertes e irrecuperáveis.

A operação – Antes de entrar nos fornos com grelha de combustão, todos os resíduos sólidos urbanos e vários tipos dos industriais são despejados em um chamado bunker de resíduos, imenso galpão coberto, de onde são transferidos para uma área de mistura, na qual operadores manipulam, em salas separadas e blindadas por vidro, imensos guindastes agarradores. Nesta etapa, os equipamentos misturam os resíduos para criar uma consistência uniforme, adequada para entrar em um silo alimentador.

Do silo, o lixo misturado entra no forno, onde há o processo contínuo de secagem, inflamabilidade e incineração na grelha escalonada de combustão. No processo, materiais não-inflamáveis caem em um tanque com água. Dois dos segmentos da grelha são resfriados por água e dois por ar, sendo que o ar da combustão é soprado sob as placas da grelha e ar adicional é alimentado na parede do forno. A caldeira de 25 bar gera, então, vapor de alta pressão que é conduzido para a rede da planta, para turbina a vapor gerar eletricidade e para o sistema de aquecimento (district heat) das cidades.

Controle de emissões – Sempre um tema polêmico quando se pensa em WTE, principalmente no Brasil – a Europa opere 572 usinas, a maior parte delas em áreas densamente povoadas –, é uma etapa de alta preocupação. Segundo a gerente da área de reciclagem e soluções de resíduos da Fortum, Inka Leisio, as emissões são continuamente monitoradas em uma cabine de análise junto ao sistema. A lavagem dos gases é feita com cal, alimentada em reator que recebe as emissões. “Mas antes disso é dosado carvão ativado para absorver mercúrio e dioxinas”, revela Leisio.

Na tubulação do sistema de lavagem, os compostos ácidos gasosos reagem com o pó de cal no caminho para o filtro de tecido, que remove as substâncias nocivas. Na sequência, os gases são ventilados para o equipamento de wet scrubber (purificador úmido), localizado na parte inferior do sistema de controle. Importante dizer que a energia térmica dos gases é recuperada como subproduto para limpeza e também acrescentada à linha do district heat.

Também são reaproveitados no processo de incineração ferro e outros metais que ficam na escória, por meio de sistema de separação. Depois de tratamento, a própria escória pode ser usada como carga e outras aplicações em construção civil.

Solução global – O que a Finlândia faz com muita desenvoltura, aproveitando o imenso potencial energético dos resíduos, nada mais é do que uma solução adotada nos quatro cantos do mundo, mas principalmente nas regiões mais desenvolvidas, como a Europa, onde há mais de duas décadas a tecnologia vem ganhando cada vez mais adeptos, com 572 usinas, e de uns dez anos para cá na Ásia, mais especificamente na China, que nesse período ergueu 200 usinas WTE, em uma cruzada contra os aterros, e hoje usa 35% do seu lixo para gerar energia. No mundo, já são 1.800 usinas.

Atrasado nesse ponto, o Brasil ainda não tem nenhuma usina do tipo, embora haja a promessa de, no segundo semestre, o primeiro projeto, de usina de 17 MW, em Barueri-SP, sair do papel, depois de cerca de cinco anos de atraso por conta de dificuldades para obtenção de financiamento na obra, orçada em US$ 250 milhões. Com a entrada de sócio chinês, a empresa responsável pelo projeto, que pretende processar 825 t/dia de lixo, junto com a prefeitura de Barueri, a Foxx-Haztec, anunciou que vai começar as obras neste ano.

Há uma projeção de que o Brasil tem potencial para gerar 1.300 GWh por mês de energia, caso enviasse 35% do seu lixo para usinas WTE, como a China faz hoje. Isso equivale a 3,29% da demanda nacional de energia e permitiria investimentos da ordem de R$ 28 bilhões. Porém, pouco tem sido feito nesse sentido, a não ser o fato de o tema ter entrado na pauta do novo Ministério do Meio Ambiente, que criou o Programa Lixão Zero, que tem entre suas metas incentivar o aproveitamento energético do lixo. Também em abril foi publicada portaria interministerial (274/2019) para disciplinar a recuperação energética de resíduos sólidos urbanos.

Enquanto o Brasil não se resolve, o México constrói a maior usina de WTE do mundo e a primeira da América Latina, a cargo da francesa Veolia, que terá a capacidade de incinerar 4.500 t/dia de RSU pós-triagem do material reciclável, cuja energia gerada, no montante de 965.000 MWh/ano, será destinada ao metrô da capital mexicana. Embora no momento as obras estejam paralisadas por ordem judicial, o projeto estava planejado para ser erguido em três anos, desde 2017, e o contrato de operação é de 30 anos.

Há outros exemplos de novas obras, com concepções mais modernas. Em Copenhagen, na Dinamarca, foi inaugurada em 2018 uma usina WTE com grelhas móveis pela empresa Babcock & Wilcox. De arquitetura muito sofisticada, em sua parte superior foi instalada uma pista para a prática de esqui. Batizada de ARC, fica no distrito de Copenhill e tem capacidade para tratar termicamente 1.123 t/dia, ou 400.000 t/ano, e suprir 50.000 residências com eletricidade e 120.000 com água aquecida.

Uma outra usina que se destaca na geração WTE fica em Zabalgarbi, em Bilbao, na Espanha. Trata-se de usina híbrida com Ciclo Combinado Otimizado (CCO), que queima além dos resíduos sólidos urbanos um outro combustível, no caso o gás natural. Por conta disso, sua eficiência é de 42% quando comparada a das usinas convencionais, cuja eficiência é em torno de 23%. É possível também utilizar uma usina híbrida com CCO a partir da injeção de biogás, que pode ser proveniente de aterro sanitário ou estação de tratamento de esgoto. Nesse caso, aliás, um pesquisador brasileiro, Sérgio Ribeiro Guerreiro, da WTERT Brasil, tem patente registrada para melhorar essa tecnologia combinada, capaz de elevar a energia total gerada em cerca de 80% a mais do que as usinas WTE convencionais, tornando atrativos projetos antes inviáveis do ponto de vista financeiro.

Cimenteiras – No Brasil, o avanço maior em soluções térmicas para o lixo se dá por meio do coprocessamento de resíduos em fornos de cimento. Há no país 38 unidades de cimento licenciadas para destruir resíduos, a maior parte de origem industrial e pneus inservíveis, nos fornos de clínquer. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), são coprocessados quase um milhão de toneladas por ano de resíduos.

Mas esse número deve aumentar muito nos próximos anos, principalmente por conta das metas de descarbonização da indústria nacional do cimento, que se comprometeu com o Banco Mundial e Agência Internacional de Energia a reduzir suas emissões de carbono em 35% até 2050. Esse objetivo está inclusive movimentando o mercado para incluir biomassas e resíduos domésticos preparados, os chamados CDRU (combustíveis derivados de resíduos sólidos urbanos) nos fornos.

A Votorantim Cimentos está liderando os estudos e os primeiros projetos para utilizar resíduos domésticos em seus fornos. Desde o começo do ano, em Salto de Pirapora-SP, o grupo recebeu autorização para queimar 65 mil toneladas por ano de CDRU em dois fornos. Os combustíveis de aterros são preparados pelas empresas Piracicaba Ambiental, que gerencia o aterro da cidade do interior paulista, e pela Estre, de Paulínia-SP. Já resíduos de outras fontes vêm da empresa Salmeron, de Sorocaba-SP.

Além desse projeto, a Votorantim prepara outro, no Paraná, para seu forno em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Ali, o planejado é aproveitar o potencial energético de 400 t/mês de resíduos domésticos, ação que já conta com licença do órgão ambiental paranaense (IAP). Os CDRU serão provenientes da sobra da coleta e separação feita por uma cooperativa de catadores, com apoio da prefeitura de Curitiba, que espera economizar R$ 3 milhões com o projeto. Os CDRU conseguem poder calorífico de até 3.400 kcal/kg, contra quase 8.000 kcal do coque de petróleo, combustível mais utilizado nos fornos.

Em São Paulo, para motivar a solução na indústria do cimento, desde 2017 há uma resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a SMA 38, que estabelece diretrizes e condições para o licenciamento e a operação da atividade de recuperação de energia proveniente do uso de CDRU em fornos de produção de clínquer. Para o médio prazo, o órgão ambiental, a Cetesb, avalia procedimentos para permitir a queima futura dos combustíveis em caldeiras industriais, para gerar vapor.

Termoquímica – Além do coprocessamento de resíduos em fornos de cimento, outra solução térmica que vai começar a ser testada em breve no Brasil é a gaseificação. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento da elétrica Furnas está em fase final de instalação no aterro sanitário de Boa Esperança-MG e visa enviar para um reator pressurizado 60 t/dia de lixo, transformando os resíduos preparados em CDRs, um gás composto de monóxido e dióxido de carbono, metano, hidrogênio e nitrogênio, com bom poder calorífico. Trata-se da usina termoquímica de geração de energia.

A tecnologia de gaseificação, apesar de térmica, é diferente da combustão. Trata-se de solução termoquímica, uma oxidação parcial dos resíduos, sob ausência quase total de oxigênio no reator, a 850ºC, cujo processo gera o gás que alimentará a caldeira que, por sua vez, gerará vapor para acionar uma turbina com potência instalada de 1 MW, cuja eletricidade produzida será conectada à rede da Cemig.

A tecnologia é da Carbogas, de Mauá-SP, que adaptou o processo de gaseificação tradicionalmente utilizado para transformar carvão em gás. O projeto de R$ 32 milhões foi financiado com recursos de Furnas que obrigatoriamente precisam ser empregados em pesquisa e desenvolvimento. Com expectativa de entrar em operação até o fim do ano, a ideia da Carbogas é utilizar esse projeto como cartão de visitas para outros interessados, que podem ser aterros ou mesmo indústrias com resíduos suficientes para a gaseificação, sem emitir poluentes.

Material obtido de Quimica.com.

9 de setembro de 2019 0 comentários
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Notícias

A multinacional Wärtsilä desenvolve soluções para o tratamento da água de lastro e assina acordos com estaleiros, para facilitar a adaptação desses sistemas

por Fernando Dias 12 de junho de 2017
escrito por Fernando Dias

Em setembro deste ano, após a adesão da Finlândia, entrará em vigor a Convenção Internacional para Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos de Navios, assinada em 2004. O objetivo é regulamentar a gestão e controle da água de lastro dos navios, o que deverá minimizar o risco de disseminação de organismos aquáticos nocivos e agentes patogênicos, que ameaçam a ecologia e o bem-estar econômico do planeta. Para se adequar às novas normas da Organização Marítima Internacional (OMI), os navios enquadrados na Convenção precisarão instalar um sistema para tratamento desta água. A multinacional finlandesa Wärtsilä, fornecedora de equipamentos navais para construtores, armadores e operadores de embarcações e instalações offshore, passou a assinar acordos com uma série de estaleiros para facilitar a instalação e adaptação de suas soluções para este fim, as AQUARIUS® UV e EC.

Os sistemas de gestão de água de lastro AQUARIUS® UV e EC utilizam o tratamento por ultravioleta (UV) ou eletrocloração (EC) e filtragem, em unidades de tratamento únicas. O mais recente estaleiro a assinar um acordo com a empresa é o Keppel Shipyard Ltd (KSL) de Singapura. Os acordos visam fornecer aos armadores e operadores todas as informações e assistência necessárias relativas aos equipamentos. Juntos, é possível oferecer capacidades completas de engenharia, aquisição e construção, de acordo com as necessidades de cada projeto. Além disso, os estaleiros fornecem as facilidades para docagem seca e os recursos de instalação necessários.

Devido ao período relativamente curto antes da entrada em vigor dos regulamentos, é esperado um forte crescimento de demanda para os serviços de retrofitting de embarcações. “A Wärtsilä adotou uma abordagem pró-ativa na preparação para a entrada em vigor dos regulamentos da convenção e, em cooperação com os grandes estaleiros, como o Keppel Shipyard Ltd, estamos muito bem posicionados para atender frotas inteiras que precisam se adaptar a esses requisitos, e podemos prestar um valioso serviço aos armadores”, diz Markus Ljungkvist, Gerente Geral, Projeto de Vendas, Wärtsilä Services.

Atualmente, a Wärtsilä possui instalações de produção de BWMS no Reino Unido e na China, bem como acordos de fabricação com as empresas chinesas COSCO Weihai e CSSC JiuJiang.


Fonte: Approach Comunicação


 

12 de junho de 2017 0 comentários
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