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energia

Notícias

Tecnologia brasileira exportada para Argentina gera economia de energia com grandes resultados

por jornalismo-analytica 14 de julho de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Uma tecnologia desenvolvida no Brasil tem gerado economia de energia na Argentina. É a Turbina de Recuperação de Energia (TRE), produto do setor de Energia da A1 Engenharia, que recupera energia térmica de grandes indústrias. A primeira turbina enviada para o país vizinho saiu da fábrica – na Região Metropolitana de Curitiba – em março, para uma empresa multinacional de grande porte esmagadora de grãos de soja, e tem apresentado resultados significativos desde então.

 

A turbina é capaz de recuperar até 800 kW por hora, rendendo cerca de 550.000 kW.h por mês. Em um ano, a estimativa é de economizar 6.600.000 kW.h. Na realidade brasileira, com um custo médio do kW.h em torno de R$ 0,30, a turbina pode render uma economia anual estimada em R$ 2 milhões.

 

O funcionamento da TRE é prático e eficiente, considerado 100% verde. Ela recupera energia térmica proveniente da redução de pressão realizada na válvula redutora. Operando com vapor saturado, não requer combustível adicional para superaquecimento desse vapor. “Essa tecnologia recupera a energia térmica que seria desperdiçada, agora transformada em energia elétrica”, comenta o gerente da unidade de Energia da A1 Engenharia, Rodrigo Duarte.

 

Isso torna a turbina especialmente atrativa para grandes empresas de setores do agronegócio, como arrozeiro e madeireiro, e para cooperativas, reduzindo custos e gerando energia com segurança. “Em muitos casos, nossas turbinas também contribuem para reduzir o passivo ambiental dessas empresas e ainda pode gerar lucro para o negócio com a venda de energia”, explica. “Basicamente, nós geramos energia a partir do resíduo, a biomassa”.

 

Fundada em 2000, a A1 Engenharia provê soluções integradas para plantas industriais em três unidades de negócios: Engenharia & Gerenciamento, Fabricação e Energia. Este setor tem se destacado com os bons resultados da TRE, e a comercialização internacional vem estimulando a unidade de negócios de energia dentro de uma empresa já consolidada no mercado, que detém patentes das Turbinas para Geração de Energia.

 

Mais informações no site.

14 de julho de 2023 0 comentários
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Notícias

“Série Energia”: Inteligência artificial “invade” setor elétrico com perspectivas de ganho financeiro e ambiental

por jornalismo-analytica 4 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Uso da IA em setores de produção energética pode movimentar US$ 5 trilhões até 2030 e reduzir em 4% os gases do efeito estufa

 

A inteligência artificial (IA) não é uma novidade desta década mas, com toda certeza, tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar dela no nosso dia a dia. A IA começou a ser utilizada nas universidades e centros de pesquisa para o estudo e análise de modelos matemáticos, mas hoje podemos dizer que ela saiu dos laboratórios dos “nerds” para as empresas, corporações, serviços de entrega e para a palma da nossa mão, nos smartphones. Na área de energia não é diferente.

O NCAR, um centro de pesquisas americano, desenvolveu uma IA que permite avaliar e prever a capacidade de geração de energia nos parques eólicos do Estado do Colorado, nos Estados Unidos. A partir dos dados históricos de geração de imagens meteorológicas de estações e satélites, é possível fazer uma previsão da geração de energia eólica com 36 horas de antecedência, o que permite à operadora de energia elétrica fazer um melhor gerenciamento dos seus contratos de compra e de venda de energia, melhorando a infraestrutura de backup e diminuindo os custos de operação.

Outra tecnologia com IA que tem melhorado a eficiência e confiabilidade de grandes empresas é a digital twin, em português “gêmeo digital”. Esta tecnologia combina inteligência artificial, realidade aumentada, big data e computação avançada, para gerar um gêmeo virtual de uma planta fabril real. Assim, a planta virtual é alimentada com informações em tempo real extraídas da planta real, possibilitando o monitoramento, a previsão de erros e melhoria dos processos industriais. No Brasil, esta tecnologia é utilizada pela Petrobras, que criou um gêmeo digital da plataforma P-50 e, assim, monitora a operação da plataforma a distância e virtualmente. A Vale também utiliza a tecnologia do gêmeo digital para realizar a prevenção e monitoramento da corrosão de suas plantas fabris.

A IA também tem desempenhado um papel muito importante para a sustentabilidade, e vai impactar fortemente as ações ambientais para os próximos anos. De acordo com um relatório chamado Como a IA pode possibilitar um futuro sustentável, encomendado pela Microsoft, essa tecnologia poderá contribuir com US$ 5,2 trilhões na economia mundial, reduzir gases de efeito estufa em até 4%, além de criar 38,2 milhões de novos empregos ao redor do mundo até 2030.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Danilo Pazian Paulo, professor do IFSP e doutorando em Engenharia Agrícola na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e a edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.

 

FONTE: JORNAL DA USP / RÁDIO USP – POR: Ferraz Jr

  • Campus Ribeirão Preto
  • https://jornal.usp.br/?p=593822
4 de janeiro de 2023 0 comentários
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Notícias

Brasil pode ser destaque como provedor de soluções de baixo carbono

por jornalismo-analytica 20 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram dia 15, o estudo do Programa de Transição Energética (PTE), que traz um diagnóstico do setor de energia brasileiro, elaborado a partir de debates organizados ao longo deste ano. Autoridades públicas e tomadores de decisão da iniciativa privada participaram dos debates.

Uma conclusão é a de que a transição energética (TE) pode ser um importante impulso para uma economia mais sustentável, com o Brasil tendo lugar de destaque no mundo como provedor de soluções de baixo carbono para outras regiões. “O país já apresenta um setor elétrico majoritariamente renovável que se expande com soluções renováveis extremamente competitivas em termos globais, podendo este ser o vetor para a produção em larga escala de hidrogênio verde”, indica o documento.

Além disso, o Brasil se apresenta como uma das lideranças globais em bioenergia, tendo importante participação de biocombustíveis nos transportes, com o etanol e o biodiesel; e na geração de eletricidade. Também tem capacidade de desenvolver competências em novas formas avançadas de biocombustíveis, entre eles o etanol celulósico, o diesel hidrogenado, o bioquerosene, e biogás/biometano.

A análise revelou que o setor de óleo e gás (O&G) brasileiro é considerado dinâmico e estruturado, com grande expertise técnica, capacidade de investimento e desenvolvimento tecnológico.

A análise do programa mostra tendências e incertezas para o setor, relacionadas ao contexto geopolítico da transição energética, e destaca os efeitos da pandemia de covid-19, que determinou as ações dos países ao redor do mundo.

Mudança climática

O documento reforça ainda a percepção da urgência de mudança climática, ampliando as necessidades por ações ambientais concretas. “A preocupação mundial com as mudanças climáticas se acentuou e as ações e políticas que estão sendo desenvolvidas irão se consolidar, produzindo, ao longo das próximas décadas, uma mudança estrutural na configuração da matriz energética mundial que, sozinha, corresponde por 3/4 das emissões globais.”

Conforme o documento, 72% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil são geradas pelo uso da terra e da agropecuária. Por isso, para os pesquisadores é evidente que o grande desafio para o país alcançar as metas climáticas passa pelo “desenvolvimento de um setor agropecuário de baixo carbono e o controle do desmatamento irregular. Nesse campo, a regulamentação dos créditos de carbono, junto com políticas públicas eficazes para ‘manter a floresta em pé’, pode ter uma contribuição importante”.

O estudo defende também uma forma de “conciliar a dinâmica da recuperação econômica global com a construção de um sistema energético mais limpo e sustentável em um prazo factível para as metas traçadas no Acordo de Paris.”

Demanda

Os desafios para melhorar o bem-estar das demandas dos grandes centros urbanos brasileiros, conforme sugere a análise, podem andar junto com os objetivos climáticos. Como exemplo, citou a eletrificação da frota de veículos pesados, principalmente os ônibus urbanos nos quais os motores elétricos são mais eficientes que os de combustão.

Regulação

Dois pontos foram considerados fundamentais para que as tecnologias disponíveis sejam escolhidas pelo valor que elas agregam à sociedade: o desenvolvimento regulatório e o planejamento. Além disso, é preciso promover a coordenação entre os setores público e privado, permitindo que o país se prepare para as oportunidades e também para as ameaças da transição energética.

“Não existe apenas uma única trajetória no processo de transição energética. Cada país terá que buscar o seu próprio caminho procurando capturar as oportunidades de congregar crescimento econômico e sustentabilidade, ao passo que consolida uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, o Brasil não terá uma agenda para a TE igual à da Europa ou dos EUA, uma vez que, considerando seu parque gerador elétrico renovável e o peso do setor de biocombustíveis, o Brasil já vem, há décadas, realizando a sua transição.”

Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

20 de dezembro de 2021 0 comentários
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Material de baixo custo mostra potencial para gerar energia limpa e eliminar patógenos

por jornalismo-analytica 13 de outubro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Estudo publicado na revista Applied Surface Science indica ser possível usar o molibdato de manganês (MnMoO4) como fotocatalisador em processos de descontaminação de efluentes ou de geração de energia limpa a partir da quebra de moléculas de água.

 

Por meio de simulações computacionais, grupo do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais investigou propriedades estruturais, eletrônicas e magnéticas encontradas na superfície do molibdato de manganês – semicondutor amplamente empregado em dispositivos eletrônicos (imagem: divulgação)

 

O MnMoO4 é um semicondutor amplamente empregado no desenvolvimento de supercapacitores utilizados em vários tipos de dispositivos eletrônicos, componentes de veículos elétricos ou híbridos, fontes de energia de reserva, entre outras aplicabilidades. Destaca-se por suas propriedades eletrônicas, alta estabilidade termodinâmica, baixo custo e por não apresentar riscos ao meio ambiente.

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Miguel San Miguel e Luis Henrique da Silveira Lacerda, que integram o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Lacerda é bolsista da FAPESP. O trabalho faz parte do Projeto Temático “Modelagem computacional da matéria condensada”.

Os pesquisadores utilizaram simulações computacionais para descrever as propriedades estruturais, eletrônicas e magnéticas encontradas nas superfícies do material, apontando assim a possibilidade de aplicações em dispositivos nos quais o molibdato de manganês ainda não é empregado.

Evidenciou-se, por exemplo, o alto potencial antiviral e bactericida do semicondutor, abrindo caminho para sua aplicação no controle da disseminação de vírus em superfícies. A pesquisa ressalta ainda, a partir de um ponto de vista molecular, a origem das propriedades observadas para as diferentes superfícies do molibdato de manganês e a dependência entre as propriedades e a morfologia do semicondutor.

O artigo DFT approaches unraveling the surface and morphological properties of MnMoO4 pode ser lido em http://cdmf.org.br/2021/08/16/dft-approaches-unraveling-the-surface-and-morphological-properties-of-mnmoo4/.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
 

FONTE: Agência FAPESP*

13 de outubro de 2021 0 comentários
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Notícias

AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA DIZ QUE AMÉRICA LATINA SERÁ CRUCIAL NO DESENVOLVIMENTO DE HIDROGÊNIO DE BAIXO CARBONO

por jornalismo-analytica 25 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Fatih BirolA América Latina já ocupa o papel de liderança no uso de energias renováveis. Por isso, os países do bloco terão um peso importante para o desenvolvimento do hidrogênio de baixo carbono, elemento crucial para que se atinjam emissões líquidas zero. Esta é uma das conclusões da Agência Internacional de Energia (AIE), que publicou recentemente um relatório sobre o tema. A entidade, dirigida por Fatih Birol (foto), afirma que o hidrogênio de baixo carbono vem ganhando a atenção dos decisores políticos na região, principalmente devido ao seu  potencial de produzir volumes grandes e competitivos de hidrogênio para exportação aos mercados globais no longo prazo. O Brasil, como já noticiamos, já publicou as diretrizes centrais para a elaboração de seu Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2). Segundo as contas da AIE, 11 países latino-americanos já haviam publicado ou ainda estavam em fase de preparação de suas estratégias e roteiros para o desenvolvimento do hidrogênio em nível nacional, e um conjunto de mais de 25 projetos estão em fase inicial de desenvolvimento.

A demanda da América Latina por hidrogênio pode crescer até dois terços até 2030, reforçando o apoio para hidrogênio de baixo carbono na região no processo, de acordo com o novo relatório da agência. O documento diz também que o hidrogênio, sendo uma tecnologia limpa promissora, mas ainda não desenvolvida, poderia beneficiar a economia da América Latina. “A próxima década será crucial para a promessa de longo prazo de hidrogênio de baixo carbono na América Latina, e muito pode ser feito hoje para desenvolver e demonstrar tecnologias emergentes e preparar o terreno para seu futuro aumento de escala“, disse o relatório.

hidrogenio-verdeO documento apresenta dois casos para o crescimento do hidrogênio na América Latina: um caso de linha de base é o mais provável e um caso acelerado define uma perspectiva de crescimento mais otimista. No caso da linha de base, haveria um aumento de demanda de 52%, atingindo 6,2 milhões de toneladas métricas (mt) até 2030. Em 2019, a demanda regional de hidrogênio totalizou 4,1 milhões de toneladas, ou cerca de 5% da demanda global, de acordo com o relatório. Quase todo o crescimento do caso de linha de base ocorreria nas tecnologias e processos existentes, especificamente no setor de refino de petróleo. Da mesma forma, a produção de amônia aumentaria mais de 50%, decorrente da demanda do Brasil e do México.

Já no cenário do caso acelerado, a demanda aumentaria 67%, chegando a 6,8 milhões de toneladas. O impulso viria de novas aplicações em transporte e indústria, bem como uma implantação de infraestrutura, como estações de recarga para veículos elétricos, cujas baterias podem funcionar com células de combustível de hidrogênio.

30_03_2021_hidrogenio_verdeOlhando para novas aplicações na indústria e transporte, elas corresponderão a quase 18% da demanda total de hidrogênio durante o período de previsão do caso acelerado. O relatório da agência avalia que essa fonte de demanda dependeria ainda do desenvolvimento e instalação de tipos de hidrogênio que “não estão tecnologicamente maduros”, como o hidrogênio verde – produzido por eletrólise com energia renovável.

A infraestrutura de produção de hidrogênio é altamente variável na região atualmente, já que quase 90% da indústria está localizada em cinco países, detalhou a AIE. Quem parece estar mais avançado é o Chile, que planeja se tornar uma “força motriz da economia do hidrogênio”. O país tem metas específicas de produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo até 2030 e ser um dos três maiores exportadores de hidrogênio até 2040.

Na indústria siderúrgica, o Brasil e o México juntos responderam por 80% de toda a produção regional. Assim, o relatório vê que os dois países podem ser uma importante fonte de demanda para o hidrogênio.

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Conselho Nacional de Política Energética já aprovou as diretrizes para o Programa Nacional de Hidrogênio

Em suma, a região tem uma base para desenvolver ainda mais uma indústria regional de hidrogênio. Mas construir uma cadeia de valor de hidrogênio mais robusta representa um desafio complexo que exigirá capital e atenção política ao longo de décadas.

As instalações de hidrogênio existentes na região poderiam se beneficiar com o retrofit com tecnologias de captura e armazenamento de carbono, como usinas de amônia e grandes refinarias de petróleo bruto, de acordo com o relatório. A IEA enfatizou a diferença entre as formas atuais de hidrogênio e as futuras, “hidrogênio de baixo carbono” – dos quais a América Latina tem apenas três projetos piloto atualmente.

O potencial de hidrogênio da América Latina existe para uso doméstico e também para exportação. Assim, a capacidade da região de desenvolver energia à base de hidrogênio, para si e para seus parceiros comerciais, poderia, em última instância, trazer um efeito multiplicador dos investimentos feitos hoje, argumenta o relatório.

 

FONTE: PETRONOTÍCIAS – petronoticias.com.br/

25 de agosto de 2021 0 comentários
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Minas e Energia Detalha como Será a Chamada de P&D Para Hidrogênio e Vê o Brasil como Grande Exportador da Fonte

por jornalismo-analytica 13 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Agnes-CostaMMEO Brasil almeja alcançar o papel de protagonista mundial no segmento de hidrogênio. Para tanto, há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas os primeiros passos dessa jornada já foram dados. Como o Petronotícias já antecipou, o Ministério de Minas e Energia (MME) vai lançar um programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltado para essa fonte. Hoje (12), nós detalharemos um pouco como surgiu essa ideia, os prazos e o cronograma dessa chamada e perspectivas do MME com a iniciativa. A entrevistada desta segunda-feira será a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Regulatórios da pasta, Agnes da Costa, que vê o Brasil com um “mega potencial” na área de hidrogênio. “Do lado da demanda, temos uma oportunidade que não podemos desperdiçar. O Brasil tem a sexta maior população e a 12ª maior economia do mundo. Nosso mercado tem escala”, afirmou. “Além disso, o país tem o potencial de ser um grande exportador de hidrogênio. Infraestrutura e logística para exportar já temos”, completou. Para que essa oportunidade se torne em realidade, um dos primeiros passos do país será orientar o uso dos recursos estratégicos de P&D para o desenvolvimento de tecnologias em hidrogênio. “Teremos o ano de 2022 para estruturar essa chamada estratégica [de P&D]. Esperamos receber as primeiras candidaturas de projetos a partir de 2023”, detalhou Agnes. Ela ressalta que o Brasil tem uma grande diversidade energética, abrindo assim muitas possibilidades de produzir hidrogênio a partir de várias fontes. “Esperamos que o setor privado possa trazer sua inventividade para pensar em soluções de negócios ou, talvez, questões muito específicas que ainda faltam para que o hidrogênio seja algo promissor na transição energética”, concluiu.

Antes de falar sobre o programa de P&D em hidrogênio, seria interessante voltar um pouco no tempo e contar-nos um pouco como surgiu o interesse do Brasil nessa fonte.

hidrogenio-verdeComo um dos líderes no tema de transição energética no Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas sobre Energia, o Brasil apresentou dois pactos energéticos, que são compromissos voluntários relativos a esse tema. O primeiro deles foi o Renovabio, que é um compromisso do país já firmado em termos nacionais e que agora ganha uma face mais internacional. O segundo compromisso foi o de hidrogênio, que foi chamado de “Brazilian Hydrogen Energy Compact”.

Nós escolhemos o hidrogênio porque o tema de transição energética para o Brasil é muito importante. O nosso país se posiciona nessa discussão defendendo que a transição energética não é a mesma para todos. Todos os países devem mirar a descarbonização até 2050, mas cada um deve adotar sua própria trajetória, partindo de pontos diferentes. Cada país tem matriz, tecnologias e vantagens competitivas diferentes. Então, a palavra que usamos muito para definir nossa narrativa de transição energética é flexibilidade.

Deparamo-nos com a discussão sobre hidrogênio ganhando força no mundo. Para sair da pandemia, a Europa começou a falar sobre o “European Green Deal”, que é a retomada das atividades econômicas com foco em descarbonização. Com essa discussão, os países europeus começaram a falar de forma mais categórica sobre o hidrogênio. Foi aí que o Brasil apareceu como um forte candidato a ser um grande exportador de hidrogênio verde para a Europa. Começamos a ser muito procurados por esses países, que questionavam se o Brasil tinha interesse em projetos de hidrogênio verde. E, óbvio, temos esse interesse.

Qual será o melhor caminho ou rota tecnológica para o Brasil posicionar-se como um grande produtor de hidrogênio?

BRASÍLIA-DF. 23/10/2017 Fachada do Ministério de Minas e Energia (MME) Foto: Saulo Cruz/MMEO hidrogênio pode ser produzido de diversas fontes energéticas e por diversas rotas. Naturalmente, o ideal é começar pelas rotas mais competitivas para  o país ganhar escala. Essa escolha também pode gerar muita coisa que falta no Brasil – infraestrutura, logística, especificações técnicas, regulações, etc. Quando uma tecnologia ou rota do hidrogênio verde ou de outras cores forem mais competitivas, o mercado já estará criado.

Com base nesse olhar de que devemos fazer o dever de casa para viabilizar o mercado de hidrogênio no Brasil, enxergamos que não discriminaremos nenhum tipo de tecnologia. Temos que usar justamente as que estão mais à mão. Além de também observar qual o interesse dos agentes que já estão no Brasil e querem investir no país.

O governo pode falar qual é sua narrativa e seu olhar no tema de transição energética, mas, no fundo, quem faz essa transição são as empresas e a sociedade. Então, temos que ouvir nossos agentes, porque são eles que estão fazendo seus próprios trabalhos de transição energética.

Com base nisso, temos muitas empresas de óleo e gás no Brasil que já estão reposicionando-se, em nível mundial, como empresas de energia. Elas também vão partir do gás para, eventualmente, chegar a um hidrogênio vindo só de fonte renováveis. No Brasil, já existem consumo e produção de hidrogênio para usos industriais. Então, não partiremos do zero.

E como surgiu a ideia de preparar essa chamada estratégica para projetos de P&D em hidrogênio?

FACHADA-DA-ANEELQuando pensamos naquilo que apresentaríamos no Compact sobre hidrogênio, vimos que o primeiro passo seria consolidar todo o nosso conhecimento sobre hidrogênio. Além disso, devemos proporcionar a contínua criação de conhecimento sobre essa fonte. O mundo ainda está na etapa de desenvolver tecnologias para tornar o uso do hidrogênio renovável mais factível e competitivo. Com base nisso, desenvolvemos nosso pacto energético em alguns pilares.

O primeiro seria contribuir para orientar o uso dos recursos estratégicos de P&D, que já existem nos setores elétrico e de óleo e gás, também para o desenvolvimento de tecnologias em hidrogênio. Na resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de fevereiro, foi a primeira vez que nos posicionamos para orientar as agências reguladoras para temas que consideramos estratégicos para a política energética [o Petronotícias publicou sobre essa resolução, como você pode ler aqui].

Com base nesse Compact, estamos conversando com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para que elas, juntas, criem uma chamada estratégica para projetos em hidrogênio. Não será, necessariamente, a mesma chamada estratégica, porque essas agências têm estruturas de governança distintas. Mas, de qualquer forma, essa chamada estratégica sairá [do papel] ao mesmo tempo.

Poderia detalhar um pouco mais sobre a parte de financiamento e o calendário dessa chamada?

hidrogenioEstamos sendo procurados por organismos multilaterais, órgãos de fomento de outros países, que dizem que querem muito ajudar o Brasil com hidrogênio verde ou de outras cores. Uma das nossas ideias, que já estamos discutindo com as agências, é que nessa chamada estratégica nós tenhamos uma parte do funding para os projetos vindo desses organismos que tem recursos a fundo perdido para projetos de demonstração.

Com isso, com esse recurso a fundo perdido, talvez podemos atrair o setor privado para apresentar mais projetos. Então, além de obrigações contratuais [com P&D] que as empresas já possuem, poderemos ver outras companhias apresentando projetos por meio de suas interações com as agências reguladoras.

Teremos o ano de 2022 para estruturar essa chamada estratégica. Conversamos bastante sobre isso com a Aneel, que tem bastante experiência na estruturação de chamadas estratégicas. Então, demora um tempo até decidir qual será o melhor formato dessa chamada e o que será ofertado. Esperamos receber as primeiras candidaturas de projetos a partir de 2023.

O que eu posso dizer é que esperamos que o setor privado possa trazer sua inventividade para pensar em soluções de negócios ou, talvez, questões muito específicas que ainda faltam para que o hidrogênio seja algo promissor na transição energética.

Gostaria de ouvir os motivos que despertaram o interesse do MME em priorizar investimentos de P&D na área de hidrogênio.

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Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque

No ano passado, com a Covid-19, tivemos que fazer duas medidas provisórias (950 e 998) pensando em trazer alívio tarifário para os consumidores. Naquela ocasião, vimos que havia bastante recurso de P&D subutilizado. Ou seja, as empresas têm obrigação de aplicar esses recursos, mas não estavam conseguindo executar tudo. Então, daí veio a preocupação do ministro [Bento Albuquerque, de Minas e Energia] de orientar melhor o uso desses recursos. Sabemos do aprendizado dos últimos 20 anos para os programas regulatórios de P&D das agências regulatórias. Ainda assim, o ministro orientou que deveríamos pensar na priorização desses recursos.

Reunimos estudos feitos no âmbito do projeto Energy Big Push, que possuem algum mapeamento de onde estão os investimentos em inovação em P&D no setor de energia. Além disso, olhamos o Plano Nacional de Energia 2050, que cita tecnologias disruptivas e transição energética.

Com base nessas informações, que ainda não são completas mas já são um indicativo, conseguimos ver que transição energética é uma discussão que veio para ficar. Este é um movimento que temos que fazer no Brasil também, embora nossas matrizes sejam super limpas comparadas com o resto do mundo. Nesse sentido, vale a pena orientar a aplicação de recursos em algumas fontes energéticas que temos no Brasil. Foi assim que apareceu também o tema do hidrogênio.

Por fim, seria interessante ouvir sua avaliação do potencial do Brasil na área de hidrogênio.

hidrogenio-verde-750x375-1-550x275O Brasil tem uma mega potencial. Nós temos os recursos energéticos para produzir hidrogênio. Temos dois potenciais muito interessantes. Pelo lado da oferta, o nosso potencial é muito grande. Não devemos restringir-nos a nada. Graças a Deus, somos um país bastante abençoado em termos de diversidade energética.

Do lado da demanda, temos outra oportunidade que não podemos desperdiçar. O Brasil tem a sexta maior população e a 12ª maior economia do mundo. Nosso mercado tem escala. Temos indústria de fertilizantes, petroquímica, entre outras. O Brasil tem tudo para poder construir [o setor de hidrogênio]. Temos a demanda local, que pode ser grande. Além disso, o país tem o potencial de ser um grande exportador de hidrogênio. Infraestrutura e logística para exportar já temos.

Então, eu vejo com muito bons olhos o potencial do Brasil em hidrogênio. Por isso que é legal pensarmos, desde o começo do nascimento dessa indústria do hidrogênio energético, em como permitir o pleno desenvolvimento desse potencial.

Fonte: Petronotícia

13 de julho de 2021 0 comentários
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Notícias

Cogen diz que Usinas de Biomassa Podem Adicionar 1,8 MIil GWh de Energia no Brasil Ainda Este Ano

por jornalismo-analytica 5 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

newton-duarteDiante do cenário de crise hídrica e baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste do país, as usinas de cogeração a biomassa podem ser uma alternativa para o fornecimento de energia no Brasil. De acordo com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), o setor pode adicionar até 1,8 mil GWh de energia ainda em 2021, a partir de julho. A entidade afirma também que esse volume pode chegar a 3,5 mil GWh em 2022 e que essa quantidade adicional vai além dos contratos vigentes nos mercados regulado e livre. Os dados fazem parte de um novo estudo feito pela Cogen em parceria com a União da Indústria da Cana de Açúcar (UNICA).

“Só em 2022, poderíamos gerar o equivalente e a um hidrelétrica de 800 MW em capacidade instalada”, disse o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte. “A complementariedade às hidrelétricas é justamente uma das características da cogeração movida a bagaço da cana. A produção das usinas ocorre justamente no chamado período seco das hidrelétricas, entre abril e novembro”, acrescentou. Duarte explicou que é justamente nesses meses, quando as hidrelétricas não conseguem armazenar água, que as usinas a biomassa atingem seu pico de produção.

cogeracao-energia-696x355O estudo da Cogen em parceria com a UNICA afirma que o setor de biomassa poderia contribuir para elevar a oferta energética e mitigar as dificuldades causadas pela escassez de chuvas no Brasil, que derrubaram os níveis de reservatórios das hidrelétricas do subsistema Centro-Oeste/Sudeste (responsável por 70% da energia armazenada no país). Durante a produção da pesquisa, foram realizadas sondagens com algumas das principais usinas de cana-de-açúcar, que responderam se teriam condições de ampliar a oferta no atual cenário de escassez de energia hídrica.

“É válido lembrar que a cogeração a biomassa de cana-de-açúcar tem contribuído para uma economia de 15 pontos percentuais no nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que representa o principal mercado consumidor do país”, complementou o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho.

canaAtualmente, a cogeração no Brasil contabiliza 627 usinas, que somam 19,01 GW de capacidade instalada. O volume equivale a cerca de 11% da matriz elétrica brasileira (175,7 GW) e ultrapassaria em 35,7% a capacidade instalada da hidrelétrica de  Itaipu (14 GW). A maior parte da cogeração brasileira vem a partir do bagaço da cana-de-açúcar (62,4%). Enquanto isso, o gás natural responde por uma fatia de 16,6%. Em terceiro, com 14%, está o licor negro (subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose). Outras fontes completam o ranking.

Ainda de acordo com a Cogen, a cogeração em operação comercial no Brasil teve um incremento de 115,3 MW de fevereiro maio desse ano, entre novas usinas e ampliações de capacidade instaladas. No ranking por estados, São Paulo lidera a lista com 249 usinas e 6.940 MW instalados, perfazendo 36% do total nacional. Em segundo está o Mato Grosso do Sul, com 28 usinas e 1.891 MW instalados, correspondendo a 9,4% do total.

Os cinco setores industriais que mais usam a cogeração são o Sucroenergético (11.893 MW), Papel e Celulose (2.515 MW), Petroquímico (2.275 MW), Madeireiro (766 MW) e Alimentos e Bebidas (624 MW).

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Transição energética requer esforço global em inovação, apontam cientistas

por jornalismo-analytica 2 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Para zerar até 2050 as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) do setor energético, de modo a limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, como estabelecido no Acordo de Paris, o mundo precisará fazer, até 2030, um esforço sem precedentes para implantar imediatamente e de forma massiva todas as tecnologias de energia eficiente e limpa já existentes, como a bioenergia.

Paralelamente a esse esforço, será preciso um grande impulso global para acelerar a inovação em energia, uma vez que a maior parte da redução nas emissões de CO2 do setor até 2030 será possível por meio de tecnologias disponíveis hoje. Após esse período e até 2050, porém, quase metade da redução das emissões do setor virá de tecnologias que atualmente estão apenas em fase de projeto-piloto ou de protótipo, como baterias avançadas, sistemas de produção de hidrogênio e captura de CO2 do ar.

As conclusões são dos autores do relatório especial “Net Zero by 2050: a roadmap for the global energy sector”, lançado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) no dia 18 de maio e apresentado por representantes do órgão em palestra na abertura da Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference (BBEST) 2020-21.

O evento on-line, faz parte das atividades do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e ocorre paralelamente à segunda edição da Biofuture Summit, promovida pela Plataforma para o Biofuturo – consórcio formado por 20 países, incluindo o Brasil, com o objetivo de fomentar soluções de transporte de baixo carbono e a bioeconomia.

“Desbloquear a próxima geração de tecnologias de baixo carbono vai requerer muito esforço em pesquisa e desenvolvimento e investimento da ordem de US$ 90 bilhões para demonstração até 2030”, disse Paolo Frankl, líder da divisão de energias renováveis da IEA.

Segundo o especialista, para atingir a meta da transição energética global, a produção de biocombustíveis deverá triplicar nesta década para atender à demanda crescente, principalmente do setor de transporte. Já a produção de combustíveis líquidos avançados – como o etanol celulósico –, que hoje representa menos de 1% do total da produção de biocombustíveis, deve saltar para quase 45% em 2030 e para 90% em 2050.

Nesse novo cenário, a bioenergia moderna se tornaria, em 2050, a segunda maior fonte energética, sendo responsável por suprir cerca de 20% da energia total consumida globalmente. Quase oito gigatoneladas de CO2 seriam capturados por ano por uma ampla gama de soluções, que combinariam bioenergia com captura e armazenamento de carbono e, eventualmente, hidrogênio, para produzir combustíveis e produtos químicos sintéticos.

“Isso representa uma enorme oportunidade e desafio para o setor de bioenergia inovar por meio de diversas formas de tecnologias que pode oferecer”, avaliou Frankl.

Para atingir essa meta, contudo, será preciso superar desafios, como o de obter maior consenso sobre a disponibilidade de matérias-primas, de forma sustentável, para produção de bioenergia, apontou o especialista.

“Isso é fundamental para aumentar a confiança dos investidores e, em última análise, atrair mais investimentos e promover a implantação de tecnologias em bioenergia”, avaliou Frankl.

Outro desafio, segundo o pesquisador, é fortalecer a cooperação internacional. “Há um ímpeto político sem precedentes e temos pelos menos quatro motivos de otimismo em relação à transição para a energia limpa em todo o mundo”, afirmou o especialista.

Uma das razões de otimismo é que pelo menos 120 países, além de empresas, apresentaram metas de zerar suas emissões líquidas de CO2 até 2050. Há uma lacuna, entretanto, entre as promessas dos países e a realidade.

Após o maior declínio de todos os tempos, em 2020, devido à crise econômica global causada pela pandemia de COVID-19, as emissões globais de CO2 devem aumentar em quase 5% em 2021, se aproximando do pico de 2019. A demanda de carvão, óleo e gás também aumentou com a recuperação da economia.

“Por isso a IEA avaliou a necessidade desse relatório especial para ajudar os países a passar de promessas à promoção de cortes reais nas emissões”, afirmou Frankl.

Outros motivos para otimismo em relação à transição energética global é que hoje há um dos maiores pacotes de estímulo econômico para essa finalidade, e os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram novas metas de limites de emissão de CO2 na recente Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida pelo presidente americano Joe Biden.

Os Estados Unidos anunciaram na abertura do evento, em abril, o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 50% até 2030 em relação aos níveis de 2005, atingindo 100% de eletricidade limpa até 2035 e emissões líquidas zero de CO2 até 2050.

“A inovação e a implantação de uma ampla gama de tecnologias de energia limpa são absolutamente essenciais para atingir esses objetivos ambiciosos”, disse David Turk, vice-secretário de energia dos Estados Unidos, na abertura do BBEST.

O país acaba de assumir a presidência da Plataforma para o Biofuturo, presidida pelo Brasil desde seu lançamento, em 2016.

“Nos últimos cinco anos, logramos um progresso considerável na consolidação da Plataforma para o Biofuturo como o principal fórum internacional para promoção da bioeconomia sustentável como componente-chave da transição energética”, afirmou o embaixador Sarquis, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Itamaraty.

Ponto de encontro da bioenergia

O BBEST reúne virtualmente representantes de governos, órgãos internacionais, setor empresarial e pesquisadores de mais de 30 países. Estão previstas mais de 150 sessões on-line durante os três dias de duração do evento.

“Ao longo dos anos, o BBEST tem sido um ponto de encontro para diferentes áreas da ciência e engenharia se encontrarem, criando sinergias em bioenergia, biomassa, biocombustíveis, uso da terra, produtos biológicos e pesquisa de sustentabilidade. Criamos oportunidades para especialistas da indústria, da academia, do governo e de instituições não governamentais apresentarem suas tecnologias e desafios”, disse Gláucia Mendes Souza professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e membro da coordenação do Programa BIOEN.

O presidente da FAPESP, Marco Antônio Zago, destacou que o Programa BIOEN, que visa o avanço do conhecimento básico e aplicado em áreas relacionadas à produção de bioenergia, faz parte da missão da Fundação de apoiar pesquisas que contribuam para o desenvolvimento do Estado de São Paulo.

“Vemos na conferência uma oportunidade especial para o diálogo e a cooperação entre países, governos e organizações, além dos setores acadêmico e privado”, afirmou.

Fonte: Elton Alisson | Agência FAPESP

2 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

Fornecedores e Profissionais de óleo e gás precisam se reniventar em meio à transição energética, aponta KPMG

por jornalismo-analytica 1 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

As grandes petroleiras ao redor do globo já estavam de olho em oportunidades em energias renováveis quando o mundo foi afetado pelos impactos da pandemia de Covid-19. Com o futuro caminhando cada vez mais rumo à transição energética, as empresas que fazem parte da cadeia de fornecedores também precisam acompanhar essa tendência. Para o sócio líder de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil, Anderson Dutra, é hora de se reinventar. “De fato, será preciso se readaptar. As empresas produtoras de energia estão fazendo uma gestão mais eficiente e sustentável de seus portfólios. Elas começam a olhar para os projetos dentro de casa que são mais sustentáveis”, analisou. “Os fornecedores vão precisar se reinventar e adaptar os seus serviços às fontes e energias renováveis”, acrescentou. Por tabela, os profissionais das empresas do setor de O&G também precisam estar atentos às novas demandas dos contratantes para garantirem sua alocação no mercado. “As empresas hoje vão começar a olhar a formação do mindset das pessoas mais do que as suas respectivas habilidades. Ou seja, como elas reagem a determinadas situações, sejam hostis ou prazerosas”, projetou. Conforme noticiamos recentemente, a KPMG fez uma pesquisa com CEOs de empresas globais de energia sobre a postura desses executivos frente a temas como sustentabilidade, meio ambiente e a força de trabalho.

Gostaria de começar comentando um pouco sobre os resultados da pesquisa. Por exemplo, que tipos de ganhos de sustentáveis foram citados pelos executivos e quais os impactos para toda a cadeia do setor de energia?

Quando os executivos falam em ganhos sustentáveis, eles querem dizer que não será mais admitido um retorno ao acionista que não tenha um alicerce sustentável. Ou seja: uma receita que tenha sido gerada por atividades que não tenham como base a avaliação do meio ambiente, os aspectos sociais e uma estrutura robusta de governança. Então, os índices de ESG [meio ambiente, social e governança] estão vindo à tona. As empresas começam a avaliar indicadores de performance que tragam resultados baseados em alicerces sustentáveis.

Isso não quer dizer que, no exemplo de uma indústria de óleo e gás, a venda do petróleo não gere mais receita. Não é isso. Só que essa venda precisa estar atrelada a tecnologias de sequestro de carbono, reaproveitamento de resíduos, tratamento eficiente de efluentes e melhor aproveitamento da água. Todo o ganho de uma atividade extrativista tem que ter os aspectos sustentáveis como alicerce.

Essa tendência vai se manter no pós-Covid?

Block_Island_offshore_wind_farm_P6290638mSem dúvida nenhuma. O pós-Covid trouxe esse aspecto de ESG como um dos aspectos mais relevantes. Eu destaco alguns pontos que foram evidenciados na pesquisa. O primeiro é sobre o ambiente interno das empresas. Esse aspecto social de avaliar o ambiente de trabalho, de dar qualidade de execução de trabalho aos profissionais e prepará-los para essa transição se tornou algo muito prioritário na agenda. Por mais que se dissesse que esse tipo de evento [pandemia] poderia acontecer, ninguém previa essa mudança comportamental tão drástica.

Um fato curioso: em maio do ano passado, no auge do lockdown, um cliente de uma grande operadora multinacional me ligou e disse que em março havia um desespero sobre como os engenheiros trabalhariam, porque estavam muito acostumados a estar em campo. Mas depois, eles fizeram uma avaliação e os engenheiros de campo, que sempre estavam no fronte da exploração e na produção do petróleo, se tornaram os profissionais mais eficientes com esse processo de lockdown.

Outro ponto que sempre esteve no topo da agenda, mas que se tornou cada vez mais necessário, são os aspectos das mudanças climáticas. As companhias também começaram a olhar para esses aspectos e analisam os impactos dessas mudanças dentro do meio ambiente.

Externamente ao ambiente das empresas haverá também mudanças após a pandemia?

Quando olhamos para fora, um aspecto curioso é que isso se reflete no consumo. Hoje, a dinâmica do consumo de energia é diferente. É uma dinâmica mais intermitente. Um exemplo: funcionários que trabalham em um prédio que tinha uma demanda constante de energia, e que agora passaram a trabalhar em casa. Eles começaram a demandar um perfil de consumo diferente. Os profissionais trabalhando de casa não estão utilizando transporte público. Então, houve a redução do consumo de combustível.

Não é à toa que o próprio preço do barril, em meados da pandemia, sofreu um grande baque nas suas projeções de médio e longo prazo. Por mais que estejam voltando gradativamente, não serão a preços anteriores aos da pandemia. A previsibilidade do comportamento do consumidor prevista para 2030/2035 vem sendo antecipada. É muito provável que aquela previsão anterior também se antecipe e toda essa mudança de comportamento e migração para consumo de combustível mais renovável aconteça antes de 2035. 

E quais oportunidades surgirão para a cadeia de fornecedores a partir dessa transição energética?

plataformaOs fornecedores vão precisar se reinventar e adaptar os seus serviços às fontes e energias renováveis. Por exemplo: uma empresa que está acostumada a prestar serviços exclusivamente para operações de poços terá que se adaptar, criando um pouco de sinergia com serviços de wind farms. As companhias acostumadas a operação e manutenção de plataforma offshore, devem se adaptar a um serviço semelhante em uma plataforma offshore de energia eólica, por exemplo.

É o mesmo caso daquelas empresas especializadas em manutenção de redes em lugares ermos. Essas companhias também deveriam estar se aperfeiçoando à gestão de ativos solares, por exemplo.

De fato, será preciso se readaptar. As empresas produtoras de energia estão fazendo uma gestão mais eficiente e sustentável de seus portfólios. Elas começam a olhar projetos dentro de casa que são mais sustentáveis. Essas companhias estão deixando de lado os projetos menos sustentáveis. Você vê muita empresa de óleo e gás adquirindo plantas solares, plantas eólicas e fazendo parcerias com empresas de energia elétrica.

E quais foram os principais resultados da KPMG sobre os impactos da digitalização nos negócios?

São dois grandes aspectos. O primeiro é muito ligado a automatização de uma série de processos manuais, que se revelaram nocivos nesse processo de pandemia. Foi possível ver uma série de atividades que não trazem visibilidade à tomada de decisão. Então, automatizar processos se tornou algo crucial para a sobrevivência das empresas, mantendo a margem de retorno muito adequada ao acionista. As empresas começaram a olhar para processos e controles que eram muito manuais. Esse é o primeiro aspecto da digitalização, que é extremamente importante.

Esse aspecto vem casado com o fato de que você precisa convergir as informações que estão no ambiente operativo com o ambiente de informação tecnológica. Essa convergência se tornou crucial para dar agilidade na tomada de decisão. A agilidade passa a ser extremamente relevante nesse período.

O segundo aspecto é muito ligado à comunicação com os clientes. A comunicação sempre foi algo muito relevante. Mas agora ela tornou-se crucial, uma questão de sobrevivência. Isto é, fazer com que o cliente entenda toda a dinâmica e toda a narrativa que você tem para gerir seus negócios. Esse segundo aspecto, inclusive, virá com uma força ainda maior quando o Brasil implementar o 5G, que vai acelerar ainda mais esse processo de comunicação, já que é uma rede mais ágil, segura e estável na transmissão de dados.

Vamos entrar em um cenário de pós-Covid e valorização de valores ESG. Diante desse quadro de transformações, o que mudará para a força de trabalho?

trabalhadorEssa é uma coisa curiosa. As empresas hoje vão começar a olhar a formação do mindset das pessoas mais do que as suas respectivas habilidades. Ou seja, como elas reagem a determinadas situações, sejam hostis ou prazerosas. Essa é a mudança gritante que eu enxergo no mercado.

Eu te digo isso com experiência própria. Hoje, dentro da KPGM, a última coisa que olhamos é o currículo e as habilidades reais do candidato. Antes, procuramos entender como esse profissional lida com determinadas situações. Pode parecer uma coisa muito óbvia, mas o fundamento disso é extremamente complexo.

Uma pessoa ter habilidades técnicas não significa que ela saiba se adaptar a todas as situações coerentes de sua formação. Então, olhar o mindset passa a ser algo muito importante dentro das empresas. O mindset não é algo fixo ou genético, é algo que pode ser construído e desenvolvido. Aquele profissional que conseguir enxergar isso e trabalhar o seu psicológico para essas situações, vai sair na frente.

 

Fonte: Petronotícias | Davi de Souza

1 de março de 2021 0 comentários
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