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energia renovável

Notícias

Nova estratégia melhora a estabilidade de células solares de perovskita

por jornalismo-analytica 19 de agosto de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abordaram de forma inovadora o problema da instabilidade das células solares de perovskita, apresentando uma nova estratégia para otimizar esses dispositivos. O estudo, publicado no Journal of Materials Chemistry A, foi realizado no contexto de projetos conduzidos pelo Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).

O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Shell em 2018. O centro é sediado na Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com a participação de outras oito instituições brasileiras.

Filmes de perovskita de haleto metálico prometem ser protagonistas da próxima geração de células solares por causa de seu desempenho excelente na conversão de luz solar em eletricidade (leia mais em: https://revistapesquisa.fapesp.br/a-corrida-pelas-celulas-solares-de-perovskita/). No entanto, para explorar plenamente seu potencial, a estabilidade desses materiais perante calor e umidade ainda precisa ser aprimorada.

Formadas por várias camadas finas, as células solares de perovskita são semelhantes a um sanduíche no qual as fatias de pão são os eletrodos e o recheio é composto pela camada de absorção de luz (o filme de perovskita) e pela camada de transporte (encarregada de levar as cargas elétricas até os eletrodos).

Muitas abordagens para o problema da instabilidade desses dispositivos já foram pesquisadas, com diversos resultados. Contudo, no novo trabalho, os autores trazem um olhar inédito ao investigar como a qualidade do filme de perovskita é influenciada pela camada subjacente (a parte da camada de transporte que está em contato direto com a perovskita).

Para produzir uma célula solar, uma solução líquida com os componentes da perovskita é depositada na superfície dessa camada, onde a perovskita cristaliza formando um filme sólido cujos grãos se alinham seguindo orientações cristalinas específicas.

Usando diferentes materiais nas camadas subjacentes, os autores produziram filmes de perovskita com diferentes orientações cristalinas e os submeteram à temperatura de 85 °C durante 500 horas.

“A principal contribuição do estudo é demonstrar, de forma sistemática e inédita, como diferentes camadas underlayer – fundamentais na arquitetura das células solares de perovskita convencionais e invertidas – influenciam diretamente a orientação cristalina da perovskita de haleto metálico e, consequentemente, sua estabilidade térmica”, diz o pós-doutorando do CINE Murillo Henrique de Matos Rodrigues, um dos autores do estudo.

Para chegar a esse resultado, foi fundamental a parceria entre o grupo da Unicamp, liderado por Ana Flávia Nogueira, pioneiro no Brasil no estudo de células solares de perovskita, e os pesquisadores do CNPEM, que viabilizaram o uso de técnicas avançadas de caracterização de materiais. “Essa sinergia já resultou em diversos trabalhos relevantes na área e fortalece o papel das instituições na busca por soluções tecnológicas sustentáveis em energia”, diz Rodrigues.

A nova pesquisa abre possibilidades interessantes na otimização da próxima geração de células solares. “O entendimento aprofundado do papel da camada subjacente representa um marco para projetar novas camadas de transporte que promovam crescimentos orientados, resultando em dispositivos mais eficientes e duráveis, um diferencial crucial na comparação com estudos anteriores”, destaca Rodrigues.

O trabalho contou com apoio da FAPESP (17/11986-5, 22/16614-7 e 21/03321-9), da Shell e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de suporte estratégico da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O artigo The influence of the buried interface on the orientational crystallization and thermal stability of halide perovskite thin films pode ser lido em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2025/ta/d5ta01772f.

* Com informações de Verónica Savignano, do CINE.

Matéria – Agência FAPESP *
Imagem – Células solares de perovskita são semelhantes a um sanduíche no qual as fatias de pão são os eletrodos e o recheio é composto pela camada de absorção de luz e pela camada de transporte (foto: CINE/divulgação)

19 de agosto de 2025 0 comentários
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Notícias

Glicerina substitui com vantagem a água na produção de hidrogênio verde, indica pesquisa

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Um estudo liderado por pesquisadores do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) demonstrou que a troca de água por glicerol – popularmente conhecido como glicerina – incrementa a eficiência de células fotoeletroquímicas, equipamentos que usam luz solar como fonte de energia limpa e renovável para gerar hidrogênio verde.

O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Shell em 2018. O centro é sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com a participação de outras oito instituições brasileiras.

Nas células fotoeletroquímicas, a luz é absorvida no fotoanodo por materiais sensíveis e impulsiona uma série de reações de oxidação (perda de elétrons) e redução (ganho de elétrons) que, no final, dividem a molécula de água em moléculas de oxigênio e hidrogênio. Entretanto, a oxidação da água é um processo lento e pouco eficiente, razão pela qual grupos de pesquisa em todo o mundo buscam formas de superar essa limitação.

Uma delas consiste em substituir a água por outras moléculas que possam ser oxidadas com mais facilidade e que gerem correntes elétricas maiores, tornando mais eficiente a produção de hidrogênio. A ideia é usar moléculas orgânicas obtidas de fontes renováveis e sustentáveis, como os resíduos de biomassa.

“No processo de geração de hidrogênio é preciso de energia, que pode ser oriunda da rede elétrica, como na eletrólise clássica, ou de outras fontes, como a energia solar”, explica Elton Sitta, professor da UFSCar e pesquisador do CINE. “Em nosso trabalho estudamos moléculas orgânicas que, quando oxidadas, podem servir de fontes de elétrons e prótons para geração de hidrogênio”, diz Sitta, que liderou o estudo, publicado no periódico Electrochimica Acta.

Os autores fizeram experimentos para comparar a oxidação de moléculas de metanol, etileno glicol e glicerol em fotoanodos de vanadato de bismuto, material considerado promissor para esse tipo de aplicação por causa de sua boa absorção de luz, baixa toxicidade, baixo custo e estabilidade perante a umidade e a luz.

A equipe de pesquisa concluiu que o glicerol apresenta a melhor atividade na geração de elétrons para a produção de hidrogênio verde. Além disso, é uma substância amplamente disponível no Brasil por ser um subproduto da produção de biodiesel. Finalmente, a sua oxidação gera, além dos elétrons, algumas substâncias que podem ser usadas como matérias-primas em diversas indústrias.

“Para a produção em larga escala, há desafios tanto para a oxidação da água como para a de moléculas orgânicas como fonte de elétrons, mas as orgânicas têm se mostrado uma alternativa interessante para evitar a corrosão dos fotocatalisadores e a possibilidade de se obter outros produtos de valor agregado”, afirma Sitta.

Realizada na Unicamp e na UFSCar, a pesquisa contou com financiamento da FAPESP por meio de outros três projetos (13/07296-2, 23/02929-9 e 22/02300-0). Também é assinada por Cristian Hessel, Lauren Moreti, Victor Yoiti Yukuhiro e Pablo S. Fernández.

O artigo Methanol, ethylene glycol, and glycerol photoelectrochemical oxidation reactions on BiVO4: Zr,Mo/Pt thin films: A comparative study pode ser lido aqui: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0013468624015366?via%3Dihub.

* Com informações de Verónica Savignano, do CINE.

Matéria – Agência FAPESP*

Imagem – A oxidação da glicerina acontece no fotoanodo de vanadato de bismuto (amarelo) enquanto o hidrogênio (bolhas) é gerado no outro eletrodo (imagem: divulgação/CINE)

27 de junho de 2025 0 comentários
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Notícias

Centro vai desenvolver soluções para produzir energia renovável e processos de baixo carbono

por jornalismo-analytica 19 de novembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) ganhou um novo impulso em sua missão de aprimorar tecnologias para produzir energia usando fontes renováveis e processos com baixa pegada de carbono. Em evento realizado na última quarta-feira (13/11), foi renovado o convênio entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com a FAPESP e a Shell, que financiam o centro fundado em 2018.

Apoiado por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs 17/11631-2 e 17/11986-5), o convênio viabilizará a realização de 15 novos projetos de pesquisa e desenvolvimento ao longo dos próximos cinco anos. O foco será tornar as tecnologias para produzir energia a partir de fontes renováveis mais eficientes, econômicas e sustentáveis.

Ana Flávia Nogueira, diretora do CINE e professora do Instituto de Química da Unicamp, enfatizou a importância da pesquisa fundamental como alicerce da inovação tecnológica, comparando-a à estrutura essencial de uma construção sólida.

“Avançar em inovação depende de uma base robusta. Com esse convênio, queremos não apenas criar novas tecnologias, mas também fortalecer a indústria nacional, essencial para a autonomia do país. Além disso, visamos parcerias internacionais para desenvolver o núcleo das tecnologias de transição energética”, afirmou Nogueira.

A pesquisadora também celebrou o impacto global do CINE, que, mesmo com uma equipe enxuta, se destaca por sua excelência científica, a exemplo dos mais de 500 artigos publicados internacionalmente. “Temos procurado avançar no que chamamos de nível de maturidade tecnológica. Evoluímos bastante na primeira fase do CINE e queremos mais ainda”, comentou à Agência FAPESP.

“A FAPESP está muito contente em renovar a parceria com a Shell e a Unicamp no Centro de Inovação em Novas Energias. Esta é uma agenda central para o Brasil e para São Paulo. São várias temáticas novas na geração de energia renovável e nas questões de armazenamento. Temos certeza de que o CINE vai repetir o êxito que já teve nos anos anteriores”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destacou a relevância de ações integradas para uma transição energética eficaz e refletiu sobre a oportunidade histórica do Brasil em liderar essa transição, dada a sua abundância de recursos naturais renováveis.

Meirelles enfatizou que “o Brasil tem um papel essencial na transição energética e o CINE está pronto para apoiar a indústria nacional. As parcerias com empresas, como a Shell, são fundamentais para que as universidades contribuam efetivamente para a sustentabilidade, desenvolvendo tecnologias que fortaleçam a posição do Brasil no cenário global”.

Representando o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., o professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) Osvaldo Novais de Oliveira Junior refletiu sobre as capacidades exclusivas das universidades públicas brasileiras, enfatizando que muitas inovações são possíveis apenas devido ao ambiente colaborativo e multidisciplinar dessas instituições. Também comentou os desafios enfrentados pela inovação no Brasil, como a dependência de insumos e tecnologias externas, que comprometem a segurança nacional.

“Precisamos investir em ciência e tecnologia não apenas para desenvolver soluções, mas para garantir a independência do país em áreas críticas. Nosso grande desafio está em produzir combustíveis sintéticos e outras alternativas energéticas de forma sustentável, assegurando que as descobertas feitas aqui beneficiem o Brasil e possam ser disseminadas globalmente,” declarou.

A vice-reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, agradeceu a Shell pela parceria, reforçando o compromisso das grandes empresas com a responsabilidade social e a importância do apoio da FAPESP para o fortalecimento das universidades. “O papel das universidades vai além do conhecimento; é uma responsabilidade social para com a sociedade,” pontuou Dutra.

O evento contou ainda com a coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, e o gerente do Programa de Transição Energética e Baixo Carbono da Shell, Alexandre Breda.


Da esquerda para a direita: Alexandre Breda (Shell), Osvaldo Novais de Oliveira Junior (USP), Antonio José Meirelles (Unicamp),
Maria de Jesus Dutra dos Reis (UFSCar), Maria Luiza Moretti (Unicamp) e Ana Flávia Nogueira (CINE/Unicamp) (foto: Osvaldo Furiatto)

 

Programas de pesquisa

Os novos projetos do CINE serão divididos em quatro programas de pesquisa que se interconectam: Geração de Energia, Armazenamento Avançado de Energia, Hidrogênio Verde e Design Computacional de Materiais. Inicialmente, a equipe científica envolvida nos projetos será formada por pesquisadores ligados a 11 instituições de ensino e pesquisa brasileiras.

Nessa etapa, serão investidos R$ 82,4 milhões, dos quais R$ 62,4 milhões são financiados pela Shell, por meio da cláusula em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A FAPESP investirá outros R$ 20 milhões.

Em Geração de Energia, destaca-se um projeto de energia solar que usa material inovador baseado em cristais de perovskita, matéria-prima mais barata e com menor pegada de carbono em sua fabricação quando comparada ao painel de cristais de silício, amplamente aplicado atualmente. Os pesquisadores pretendem criar protótipos para testar em ambientes representativos.

“A grande vantagem da perovskita é o custo. É difícil falar o quanto mais barato se comparado ao silício, mas as previsões iniciais dão conta de aproximadamente um terço do custo. Claro que quando o material estiver, de fato, no mercado, pode ser que seja bem menos do que isso”, explicou Nogueira à Agência FAPESP.

A perovskita possibilita a fabricação de dispositivos solares flexíveis para aplicações em fachadas de edifícios, tetos de veículos e até em lentes de óculos. No entanto, o material apresenta rápida degradação quando exposto a umidade, oxigênio e radiação UV. Para aumentar sua durabilidade, os pesquisadores do CINE desenvolvem encapsulantes e materiais que convertem UV em luz visível, prolongando a vida útil das células solares.

O Programa de Armazenamento Avançado de Energia aprimora tecnologias de armazenamento de energia elétrica, com melhor desempenho e custo acessível. O objetivo é utilizar essas tecnologias para armazenar energia quando houver excesso e fornecê-la quando houver demanda, compensando dessa forma a intermitência de fontes de energia renovável.

“Pensando em solar e eólica, tem sol durante o dia e mais vento durante a noite. Então, é muito importante armazenar essa energia dos momentos de maior geração para usar depois. Entram aí as baterias. Temos estudado, por exemplo, as baterias de lítio oxigênio e as baterias de sódio”, diz a pesquisadora.

Por sua vez, o Programa do Hidrogênio Verde se dedicará a identificar materiais inovadores que ajudarão na redução de custos de componentes-chave dos chamados eletrolisadores, equipamentos responsáveis pela geração de hidrogênio verde por meio da quebra da molécula da água. Os pesquisadores também buscam oportunidades para aumentar a eficiência desses equipamentos.

A área de Design Computacional de Materiais contará com as ferramentas de computação e inteligência artificial (IA) do CINE para realizar análises de viabilidade de cenários, avaliando de antemão a probabilidade de sucesso de alguns caminhos de desenvolvimento dos demais programas, encurtando a rota de sucesso da tecnologia em análise. “Este é um programa transversal. A ideia é trazer o aprendizado de máquina tanto para a melhora dos materiais que estamos produzindo como, quem sabe, para a descoberta de novos materiais. Então, essa divisão é muito importante, pois permeia todos os outros, dando suporte a eles”, sublinhou Nogueira.

*Com informações do CINE.

Matéria – Agência FAPESP* 

Imagem – Um dos objetivos do CINE é aprimorar tecnologias de armazenamento de energia elétrica (foto: divulgação)

19 de novembro de 2024 0 comentários
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ESG Summit: bioeconomia e energia renovável podem inserir o Brasil na tendência de nearshoring

por jornalismo-analytica 17 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

O primeiro painel do Summit ESG 2024, promovido pela EXAME, a maior publicação de negócios do Brasil, transmitido no dia 4, marcou oficialmente o “Mês do ESG 2024”.

O encontro, mediado por Rodrigo Caetano, editor de ESG da EXAME, reuniu Estevan Sartorelli, co-fundador e co-CEO da Dengo Chocolates, Velma Gregório, CEO e fundadora da ÓGUI, e Ricardo Assumpção, sócio da EY e líder de ESG para a América Latina, que debateram o papel que o Brasil pode assumir em um momento em que crescer o interesse pelo nearshoring.

Depois da pandemia, uma das mudanças globais vistas na economia, diante de tantas rupturas no fornecimento de suprimentos, o tema do nearshoring, ou seja, trazer para perto do negócio a cadeia de fornecedores, optando-se pela produção local.

No caso da Dengo Chocolates, o negócio nasceu com a estratégia de ter a figura dos fornecedores locais da produção. No entanto, explica Estevan Sartorelli, co-fundador e co-CEO, no caso da fabricante de chocolates, a definição abrange fornecedores que tenham proximidade geográfica.

“Não precisamos ser especialistas em sustentabilidade para entender que cadeias econômicas produtivas próximas geram menor impacto ambiental e diminuem riscos, principal neste período da história geopolítica que, por guerra ou por mudanças climáticas, está sendo tão impactada”, resume o fundador da Dengo.

Potencial: Ricardo Assumpção, da EY, fala das oportunidades para o Brasil (Reprodução)

Atualmente, três quartos do cacau produzido no mundo vêm da África. Já o Brasil está perto de alcançar a autossuficiência no seu consumo interno. A escala atingida pelo país ajudou na decisão da empresa de apostar no cacau nacional, produzido na Bahia, no Pará ou outros estados.

Oportunidade
Velma Gregório, CEO e fundadora da ÓGUI, acredita que o nearshoring cria a possibilidade de dar materialidade financeira para o que representava um nicho. Empresas que nasciam com o viés da sustentabilidade já tinham o olhar voltado ao desenvolvimento de fornecedores locais. Mas a necessidade de mitigar riscos na cadeia gerou, segundo a empresária, a oportunidade de gerar valor na produção local.

Menos emissões: Velma de Gregório, fundadora e CEO da ÓGUI, aponta a energia renovável como um fator de atração de recursos para o Brasil (Reprodução)

No entanto, lembra Velma, o Brasil ainda não está tão inserido na estratégia de desenvolvimento de cadeias locais de fornecedores, como acontece, por exemplo, no México, que têm cada vez mais atendido a demandas dos EUA em substituição aos chineses.

“Mas temos uma oportunidade gigantesca com a produção de energias renováveis, aumentando a produção no entorno para reduzir a pegada de carbono de todos os produtos, no mundo inteiro”, avalia a CEO da ÓGUI. A executiva pondera, no entanto, que são movimentos que levam tempo, já que dependem de mudanças, como a preparação das cidades para que haja avanço na infraestrutura, além do investimento em educação.

Regulação
No entanto, há ações mais imediatas, como aprofundamento de acordos comerciais, que deem mais segurança nos contratos, tanto do ponto de vista do Brasil atendendo o mercado internacional quanto outros países na posição de fornecedores para atender demandas locais, inclusive com a possibilidade de acordos de regulação aduaneira para facilitar o processo.

Velma cita ainda o papel das agências de promoção de exportações. “O nearshoring traz a oportunidade de mostrar como o Brasil pode atender a cadeias globais e como o nosso país pode estar inserido na cadeia global da América Latina e Caribe. É uma mega-oportunidade de materialidade financeira”, avalia. Isso porque, segundo ela, se reduz os riscos financeiros, tem mais oportunidades de distribuição de produção, com o viés das mudanças climáticas.

Oportunidade para o Brasil
Ricardo Assumpção, sócio da EY e líder de ESG para a América Latina, concorda com Velma e aposta no nearshoring como uma grande oportunidade para a região. O Brasil, neste contexto, tem um papel relevante como grande produtor de commodities e de energia renovável. O executivo acredita que esta proximidade da cadeia de fornecedores não deve recuar, já que existe uma demanda por mais transferência e mais controle para uma redução de custo. No entanto, há o desafio de se avançar em acordos comerciais que criem segurança para os negócios, já que nem sempre a geografia consegue aparar arestas.

Outro alerta do sócio da EY é em relação ao papel das mudanças climáticas no avanço do nearshoring. Na sua análise, esta ainda não tem sido uma alavanca no novo papel das cadeias de suprimentos, mas sim os aspectos financeiros.

“As emissões deveriam ser uma parte importante quando falamos em logística, mas é uma parte pouco computada quando se fala de nearshoring”, adverte Assumpção. Diante disso, avalia o executivo da EY, a expectativa é de uma participação crescente do Brasil nos próximos anos nas cadeias regionais de abastecimento, já que o país oferece como uma das suas vantagens o fato de emitir um volume menor de gases de efeito estufa (GEE).

Para uma empresa com o impacto social como a Dengo, que nasceu comprometida com a geração de renda descente para os pequenos e médios produtores de cacau, foi preciso desenvolver um mecanismo de modelo agrícola, com o pagamento de prêmio de preço como transferência de riqueza para que o agricultor possa evoluir na sua renda mensal. No ano passado, a Dengo remunerou mais do que o dobro da cifra paga pelo mercado, segundo Sartorelli, impactando na renda do produtor. “Compromisso local é chave para gerar impacto local”, aponta o empresário.

O nearshoring, em síntese, tem potencial para reduz riscos, custos e as emissões de CO2, além de aumentar o desenvolvimento local. Apesar de ser tratado como um tema importante para os negócios, o papel da cadeia de suprimentos também conta com a participação dos consumidores.

A lógica de adesão ao nearshoring, na análise do CEO da Dengo, passa por uma mudança de hábito também dos consumidores, que muitas vezes aderem à importação de produtos e não se preocupam em fomentar comércios locais, como o mercadinho do bairro. Ou seja, as escolhas pessoais, diz, também têm um papel social importante, não só o das empresas.

Relacionamento: Estevan Sartorelli, co-fundador e co-CEO da Dengo Chocolates, mira na distribuição de renda junto aos fornecedores de cacau (Getty Images)

Desafios
A equação para colocar em práticas na cadeia global de suprimentos que levem em consideração aspectos como custo e o compromisso social traz sinais de complexidade. O sócio da EY acredita que são tantos os ganhos que vale a pena a aposta. “Nas reuniões globais de planejamentos ouvimos sobre os grandes clientes de empresas de bens de consumo se reorganizando. Mas começo a olhar o Brasil como um potente polo com o seu potencial ainda não descoberto”, afirma. Por exemplo, por meio da organização de cadeias produtivas desenvolvidas nos biomas locais. Na sua opinião, o país precisa deixar casos para modelos bem-sucedidos.

No ano passado, foi lançado pela EY o primeiro hub global, batizado de EY Nature Hub, para entender como é possível criar cadeias de suprimentos sustentáveis, resilientes e em escala, que usem produtos da bioeconomia brasileira. Hoje, de cerca de 350 produtos com esta origem, o país utiliza 12 a 13.

“Sabemos que a conta precisa fechar, mas isso tem de acontecer com um efeito positivo. Temos uma janela importante até a COP30 na atração de capital para o Brasil, não só pela posição geográfica, mas também pelo valor socioambiental criado”, aponta Assumpção.

Summit
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

Matéria – Exame, Paula Pacheco

17 de junho de 2024 0 comentários
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ESG Summit: bioeconomia e energia renovável podem inserir o Brasil na tendência de nearshoring

por jornalismo-analytica 12 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

O encontro, mediado por Rodrigo Caetano, editor de ESG da EXAME, reuniu Estevan Sartorelli, co-fundador e co-CEO da Dengo Chocolates, Velma Gregório, CEO e fundadora da ÓGUI, e Ricardo Assumpção, sócio da EY e líder de ESG para a América Latina, que debateram o papel que o Brasil pode assumir em um momento em que crescer o interesse pelo nearshoring.

Depois da pandemia, uma das mudanças globais vistas na economia, diante de tantas rupturas no fornecimento de suprimentos, o tema do nearshoring, ou seja, trazer para perto do negócio a cadeia de fornecedores, optando-se pela produção local.

No caso da Dengo Chocolates, o negócio nasceu com a estratégia de ter a figura dos fornecedores locais da produção. No entanto, explica Estevan Sartorelli, co-fundador e co-CEO, no caso da fabricante de chocolates, a definição abrange fornecedores que tenham proximidade geográfica.

“Não precisamos ser especialistas em sustentabilidade para entender que cadeias econômicas produtivas próximas geram menor impacto ambiental e diminuem riscos, principal neste período da história geopolítica que, por guerra ou por mudanças climáticas, está sendo tão impactada”, resume o fundador da Dengo.

Atualmente, três quartos do cacau produzido no mundo vêm da África. Já o Brasil está perto de alcançar a autossuficiência no seu consumo interno. A escala atingida pelo país ajudou na decisão da empresa de apostar no cacau nacional, produzido na Bahia, no Pará ou outros estados.

Oportunidade

Velma Gregório, CEO e fundadora da ÓGUI, acredita que o nearshoring cria a possibilidade de dar materialidade financeira para o que representava um nicho. Empresas que nasciam com o viés da sustentabilidade já tinham o olhar voltado ao desenvolvimento de fornecedores locais. Mas a necessidade de mitigar riscos na cadeia gerou, segundo a empresária, a oportunidade de gerar valor na produção local.

No entanto, lembra Velma, o Brasil ainda não está tão inserido na estratégia de desenvolvimento de cadeias locais de fornecedores, como acontece, por exemplo, no México, que têm cada vez mais atendido a demandas dos EUA em substituição aos chineses.

“Mas temos uma oportunidade gigantesca com a produção de energias renováveis, aumentando a produção no entorno para reduzir a pegada de carbono de todos os produtos, no mundo inteiro”, avalia a CEO da ÓGUI. A executiva pondera, no entanto, que são movimentos que levam tempo, já que dependem de mudanças, como a preparação das cidades para que haja avanço na infraestrutura, além do investimento em educação.

Regulação
No entanto, há ações mais imediatas, como aprofundamento de acordos comerciais, que deem mais segurança nos contratos, tanto do ponto de vista do Brasil atendendo o mercado internacional quanto outros países na posição de fornecedores para atender demandas locais, inclusive com a possibilidade de acordos de regulação aduaneira para facilitar o processo.

Velma cita ainda o papel das agências de promoção de exportações. “O nearshoring traz a oportunidade de mostrar como o Brasil pode atender a cadeias globais e como o nosso país pode estar inserido na cadeia global da América Latina e Caribe. É uma mega-oportunidade de materialidade financeira”, avalia. Isso porque, segundo ela, se reduz os riscos financeiros, tem mais oportunidades de distribuição de produção, com o viés das mudanças climáticas.

Oportunidade para o Brasil
Ricardo Assumpção, sócio da EY e líder de ESG para a América Latina, concorda com Velma e aposta no nearshoring como uma grande oportunidade para a região. O Brasil, neste contexto, tem um papel relevante como grande produtor de commodities e de energia renovável. O executivo acredita que esta proximidade da cadeia de fornecedores não deve recuar, já que existe uma demanda por mais transferência e mais controle para uma redução de custo. No entanto, há o desafio de se avançar em acordos comerciais que criem segurança para os negócios, já que nem sempre a geografia consegue aparar arestas.

Outro alerta do sócio da EY é em relação ao papel das mudanças climáticas no avanço do nearshoring. Na sua análise, esta ainda não tem sido uma alavanca no novo papel das cadeias de suprimentos, mas sim os aspectos financeiros.

“As emissões deveriam ser uma parte importante quando falamos em logística, mas é uma parte pouco computada quando se fala de nearshoring”, adverte Assumpção. Diante disso, avalia o executivo da EY, a expectativa é de uma participação crescente do Brasil nos próximos anos nas cadeias regionais de abastecimento, já que o país oferece como uma das suas vantagens o fato de emitir um volume menor de gases de efeito estufa (GEE).

Para uma empresa com o impacto social como a Dengo, que nasceu comprometida com a geração de renda descente para os pequenos e médios produtores de cacau, foi preciso desenvolver um mecanismo de modelo agrícola, com o pagamento de prêmio de preço como transferência de riqueza para que o agricultor possa evoluir na sua renda mensal. No ano passado, a Dengo remunerou mais do que o dobro da cifra paga pelo mercado, segundo Sartorelli, impactando na renda do produtor. “Compromisso local é chave para gerar impacto local”, aponta o empresário.

O nearshoring, em síntese, tem potencial para reduz riscos, custos e as emissões de CO2, além de aumentar o desenvolvimento local. Apesar de ser tratado como um tema importante para os negócios, o papel da cadeia de suprimentos também conta com a participação dos consumidores.

A lógica de adesão ao nearshoring, na análise do CEO da Dengo, passa por uma mudança de hábito também dos consumidores, que muitas vezes aderem à importação de produtos e não se preocupam em fomentar comércios locais, como o mercadinho do bairro. Ou seja, as escolhas pessoais, diz, também têm um papel social importante, não só o das empresas.

Desafios
A equação para colocar em práticas na cadeia global de suprimentos que levem em consideração aspectos como custo e o compromisso social traz sinais de complexidade. O sócio da EY acredita que são tantos os ganhos que vale a pena a aposta. “Nas reuniões globais de planejamentos ouvimos sobre os grandes clientes de empresas de bens de consumo se reorganizando. Mas começo a olhar o Brasil como um potente polo com o seu potencial ainda não descoberto”, afirma. Por exemplo, por meio da organização de cadeias produtivas desenvolvidas nos biomas locais. Na sua opinião, o país precisa deixar casos para modelos bem-sucedidos.

No ano passado, foi lançado pela EY o primeiro hub global, batizado de EY Nature Hub, para entender como é possível criar cadeias de suprimentos sustentáveis, resilientes e em escala, que usem produtos da bioeconomia brasileira. Hoje, de cerca de 350 produtos com esta origem, o país utiliza 12 a 13.

“Sabemos que a conta precisa fechar, mas isso tem de acontecer com um efeito positivo. Temos uma janela importante até a COP30 na atração de capital para o Brasil, não só pela posição geográfica, mas também pelo valor socioambiental criado”, aponta Assumpção.

Summit
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação

Além disso, em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país está marcada para o dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.

Matéria – Exame, Por Paula Pacheco

12 de junho de 2024 0 comentários
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TIM terá mais 130 usinas de fontes renováveis para abastecer operações até o fim do ano

por jornalismo-analytica 10 de junho de 2024
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A TIM anunciou recentemente a expansão de seu projeto de geração distribuída, com o intuito de promover o abastecimento da rede por meio de usinas de energia renovável. Até o final de 2024, essa iniciativa será responsável por 59% do consumo total de energia da operadora.

De acordo com a empresa de telefonia, quase 60% da energia utilizada em suas operações virá de fontes renováveis, como solar, hídrica e biogás, produzida em 132 usinas que atenderão 25 estados.

Lançada em 2017, o projeto pretende reforçar o compromisso da companhia com as melhores práticas ambientais dentro do setor de telecomunicações, que é altamente dependente de um fornecimento contínuo de energia elétrica para manter suas operações.

Segundo Bruno Gentil, VP de Recursos Corporativos da TIM, a estratégia da empresa é garantir a sustentabilidade em suas ações por meio da geração da própria energia.

“Temos uma eficiência importante ao focar nas fontes renováveis, ao mesmo tempo que reafirmamos nosso posicionamento de contribuir com a preservação dos recursos naturais e reduzir o impacto no clima. É essencial que empresas do porte da TIM liderem esse movimento, estimulando outras organizações e fomentando a produção de energia limpa no setor elétrico brasileiro, gerando um ciclo virtuoso para toda a sociedade”.

As novas usinas previstas para 2024 são de fonte solar e estarão localizadas nos estados da Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Tocantins, Ceará, Maranhão, Pará, Roraima, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Goiás.
Com essa expansão, a produção de energia atingirá 405 GWh até o final de dezembro de 2024, representando um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. Segundo a companhia, desde 2021, as operações ocorrem totalmente por energia renovável, complementando a produção das usinas com aquisições no mercado livre e compra de certificados de energia renovável.

A TIM também afirmou que reforçou seu compromisso em reduzir o consumo geral e otimizar a gestão durante suas atividades. Para monitorar essa trajetória, a operadora avalia a ecoeficiência, que consiste na relação entre o serviço de dados oferecido ao cliente (bits) e o impacto ambiental (Joules de energia consumida). Por exemplo, entre 2019 e 2023, a empresa apresentou melhorias em sua eficiência energética no tráfego de dados em 160% e pretende manter esse indicador acima de 110% até 2025, mesmo com o aumento do uso dos serviços pelos clientes.

Essas ações levaram à redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e fazem parte da jornada de descarbonização da TIM. A empresa estabeleceu como meta, conforme seu Plano ESG, ser “net zero” até 2040 e recentemente entrou na “A List” do CDP, integrando um seleto grupo de organizações líderes na gestão das mudanças climáticas – apenas dez companhias brasileiras alcançaram essa pontuação máxima.

Matéria – Redação Exame

Imagem – TIM: quase 60% da energia utilizada nas operações da empresa virá de fontes renováveis (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

10 de junho de 2024 0 comentários
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Energia renovável: Cade aprova investimento do Itaú Unibanco em projetos da Casa dos Ventos

por jornalismo-analytica 25 de abril de 2024
escrito por jornalismo-analytica

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições ato de concentração entre Itaú Unibanco e Casa dos Ventos, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 24.

A operação aprovada consiste em investimento, pelo Itaú Unibanco em empresa a ser constituída pela Casa dos Ventos, por meio da subscrição de ações preferenciais resgatáveis de emissão da nova companhia. O parecer do negócio divulgado pelo Cade não explicita o valor nem os porcentuais acionários da operação.

Subsidiária

De acordo com o documento, a nova empresa será constituída como uma subsidiária e passará a deter as participações societárias da Casa dos Ventos em sociedades de propósito específico (SPEs) operacionais de geração de energia elétrica.

As empresas não listam quais são essas SPEs, apenas informam que todas elas estão localizadas na Região Nordeste.

“Como justificativa para a realização da operação, as requerentes explicam que, para o Itaú Unibanco, a operação representa uma boa oportunidade de investir em projetos de energia renovável no Brasil. Para o Grupo Casa dos Ventos, por sua vez, a operação representa oportunidade de investimento de uma importante instituição financeira brasileira para expandir e desenvolver seus projetos de energia renovável no Brasil“, cita o parecer.

Matéria – Estadão Conteúdo

Imagem – Estratégia: banco ressalta oportunidade de investir em energia renovável (Casa dos ventos/Divulgação)

25 de abril de 2024 0 comentários
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Vibra, Suzano e Petrogal se unem em torno do combustível de aviação sustentável

por jornalismo-analytica 18 de abril de 2024
escrito por jornalismo-analytica

A distribuidora de combustíveis Vibra, a fabricante de celulose Suzano e a empresa de refino Petrogal (Galp) se juntaram para discutir uma investida no negócio de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do Brasil. O anúncio foi feito por executivos das três empresas no Web Summit evento de tecnologia que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

O SAF é obtido a partir de derivados de biomassa, resíduos ou hidrogênio e CO2. Com isso, sua pegada de carbono chega a ser até 80% menor em relação ao similar de petróleo.

O chamado ‘cluster‘ voltado à SAF ainda está aberto e deve receber pelo menos mais uma empresa de grande porte nas próximas semanas. As atividades vão começar com um primeiro encontro de executivos e técnicos em 14 de maio. Depois, serão realizados encontros periódicos para vencer três etapas antes de eventual investimento firme no setor. Por ora, as empresas vão disponibilizar recursos técnicos e podem vir a fazer aportes em pesquisa.

Na primeira etapa da cooperação, o trio de empresas vai discutir estratégias e rever estudos sobre o tema. Em um segundo momento, será hora de viabilizar soluções para SAF, com possível atração de startups. A terceira e última fase é de negócios, quando as empresas vão de fato fazer investimentos em tecnologia e determinada rota de produção do biocombustível.

O diretor de Operações da Vibra Energia, Marcelo Bragança, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a companhia olha de forma “bem aberta” para oportunidades em biocombustíveis e que, se fizer sentido, pode participar também da produção de SAF, expandindo para dar um passo atrás na cadeia já que hoje atua focada na distribuição e comercialização de combustível de aviação.

A Vibra já estuda investimentos junto à Inpasa para erguer uma unidade de produção de metanol verde, combustível que pode ser usado por navios. Segundo Bragança, uma decisão final de investimento será tomada ainda em 2024. A Vibra também detém participação na Zeg Biogás. Seria um passo natural, portanto, entrar em negócios relacionados à SAF, combustível de alto valor agregado e com demanda crescente nos próximos anos graças a mandatos crescentes na mistura do querosene de aviação.

“A palavra chave aqui é cooperação, unir forças com empresas de referência. O Brasil tem um potencial enorme para não ser apenas um exportador de matéria prima para SAF. Temos muita biomassa e um custo de fabricação de combustíveis renováveis muito competitivo”, disse Bragança.

Rotas

Segundo a engenheira de Desenvolvimento de Projetos da Petrogal Brasil, Heloisa Althoff, a Galp já produz combustível de aviação e já tem como objetivo misturar 5% de SAF, chegando à totalidade renovável em 2050. Ela destacou as três rotas de fabricação de SAF de maior interesse da Petrogal, a partir do etanol, do metanol e do processo químico Fischer-Tropsch, que faz o hidrotratamento de óleos vegetais para gerar diesel verde ou SAF.

De sua parte, a diretora de Novos Negócios da Suzano, Alessandra Carazzato, disse que a companhia quer fazer parte da solução e citou como rota possível a produção de biocombustíveis por meio de biomassa, que no caso da companhia seria, sobretudo, resíduo de madeira.

Potencial

Bragança, da Vibra, lembrou que 15% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE) resultantes de transporte vêm do modal aéreo e são consideradas de difícil substituição. Por isso, o mundo já trabalha com mandatos ou previsão de mandatos para SAF, caso do Brasil a partir de 2027. Com isso, a demanda pelo biocombustível deve escalar no fim da década.

“O mundo consome 100 milhões de barris de petróleo por dia. Desses, 7 milhões vão para combustível de aviação. E as emissões da aviação são de difícil abatimento por vários motivos, como as longas distâncias percorridas. O SAF tem o potencial de ser a alternativa mais viável e está crescendo exponencialmente”, disse.

Segundo o executivo, em 2022, foram 300 mil m³ de SAF produzidos no mundo, um volume que dobrou em 2023 e deve triplicar em 2024 para 1,8 milhão de m³ em 2024, puxado por mandatos de países europeus.

 

Matéria – Exame – Estadão Conteúdo

Imagem – Problema: 15% das emissões globais de GEE resultantes de transporte vêm do modal aéreo

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O que esse calor descomunal tem a ver com o setor elétrico?

por jornalismo-analytica 27 de março de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Segundo a Copernicus Climate Change Services (C3S), 2023 foi o ano mais quente de um histórico que data de 18501. Nos últimos 12 meses, a temperatura média global ficou, pela primeira vez, 1.5 °C acima dos níveis pré-industriais.

Ao mesmo tempo, sofremos com eventos devastadores, como a tempestade Daniel que matou 4,3 mil pessoas na Líbia e a seca brutal na Amazônia. De acordo com a World Weather Attribution, estes e outros episódios inéditos foram alimentados pelo aquecimento, cada vez maior, do planeta2.

Os causadores do efeito estufa

O principal responsável pelo aquecimento generalizado é a crescente concentração de gás de carbônico (CO2) na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis, que ajuda a reter o calor irradiado pela superfície da Terra, produzindo o chamado efeito estufa.

Hoje, sua concentração é 50% maior do que durante a Revolução Industrial, sendo que, ao longo dos 6 mil anos anteriores, seus níveis se mantiveram constantes3. Há um excelente vídeo4 da física Sabine Hossenfelder explicando de forma didática como os cientistas sabem que nós, humanos, somos os culpados por esse aumento.

Geração de eletricidade e aquecimento representam cerca de 45% das emissões globais5 de CO2 e, por isso, há um esforço mundial para que uma transição energética seja feita o mais rápido possível, substituindo as fontes fósseis pelas renováveis.

Mas o papel do setor elétrico vai além. Possivelmente, ele será a saída para a descarbonização de outros setores, como transportes e indústria pesada, por meio dos veículos elétricos e do hidrogênio verde6.

No entanto, os desafios são maiores que a substituição de fontes. Como não há forma de estocar eletricidade em escala a um custo acessível, cada quilowatt-hora consumido tem de ser instantaneamente gerado por alguma usina e transportado pelas redes de transmissão e distribuição até nossas casas.

Consumo versus geração de energia

E mais: produção e consumo tem de estar, sempre, em equilíbrio, sob risco de o sistema colapsar! Os responsáveis pela gestão deste balanço são os operadores dos sistemas elétricos – o ONS, no caso do Brasil – que atuam como maestros de uma orquestra, coordenando os instrumentos (usinas) para que as notas estejam em harmonia (ou seja, para que a geração siga o consumo).

Esse trabalho era, até recentemente, menos difícil, já que a produção das usinas podia ser controlada pelo operador. Só que a expansão das renováveis introduziu uma nova complexidade, devido à intermitência da disponibilidade do combustível que usam.

Eólicas e solares só produzem quando o vento sopra e o sol brilha. Agora, portanto, além da incerteza na demanda, os operadores têm de gerir a incerteza da oferta.

Isso tem provocado a rediscussão de fundamentos do setor; desde a necessidade de adaptar a infraestrutura existente ao redesenho dos mercados. Felizmente, o Brasil está bem-posicionado: nossa matriz é limpa e flexível; nosso sistema de transmissão, robusto; e temos vasta experiência no planejamento e operação de sistemas renováveis, ao ponto de exportarmos conhecimento para países como os Estados Unidos7.

Então não temos desafios? Pelo contrário. Os efeitos das mudanças climáticas são realidade e precisamos nos preparar. Mas temos instituições sólidas e tecnicamente bem-preparadas. Tudo que precisamos é de união e foco nos problemas que importam. Como diz o ditado: torça pelo melhor, mas prepare-se para o pior.

[1] https://climate.copernicus.eu/global-climate-highlights-2023?utm_source=socialmedia&utm_medium=tw&utm_id=gch23

[2] https://www.worldweatherattribution.org/climate-change-fuelled-extreme-weather-in-2023-expect-more-records-in-2024/

[3] https://www.noaa.gov/news-release/carbon-dioxide-now-more-than-50-higher-than-pre-industrial-levels

[4] https://www.youtube.com/watch?v=J1KGnCj_cfM

[5] https://ourworldindata.org/grapher/ghg-emissions-by-sector?time=latest

[6] https://www.ft.com/content/8bf86419-e749-46d1-9cd9-5a72bc306fdc?shareType=nongift

[7] https://www.psr-inc.com/pt-br/news/psr-fornecera-o-novo-modelo-de-planejamento-da-expansao-para-o-nwpcc-dos-eua/

Matéria – Exame, Edmundo Grune

27 de março de 2024 0 comentários
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