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Notícias

Brasil lidera mundialmente as tecnologias de controle biológico

por jornalismo-analytica 9 de setembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

O Brasil é líder mundial em controle biológico, com aplicação desse tipo de manejo em mais de 23 milhões de hectares e está exportando tecnologias da área para outros países. Alexandre de Sene Pinto, professor do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), destaca o pioneirismo brasileiro no ramo. “Toda a tecnologia que os outros países estão usando para grandes áreas está vindo do Brasil. O drone para liberação, as técnicas para quantificar os parasitoides, o momento e a frequência de liberação, tudo é brasileiro. Passamos a ser exportadores de tecnologia de controle biológico para campos abertos”, afirma.

Sene Pinto palestrou no 2º Curso de Controle Biológico de Pragas no Brasil, promovido pela Embrapa e pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), realizado entre os dias 27 a 29 de agosto na Embrapa Cerrados (DF). O evento reuniu 50 profissionais interessados nas novidades do mercado e em aperfeiçoar as técnicas de controle biológico de pragas para o setor agropecuário.

Mercado mundial cresce 9% ao ano, o brasileiro, 15%

De acordo com estimativa da empresa de consultoria Dunhan Trimmer, o mercado mundial de bioagentes movimentará em 2020 mais de US$ 5 bilhões, sendo mais de US$ 800 milhões na América Latina. E enquanto o mercado de biológicos do mundo está crescendo 9% ao ano, no País o aumento é de mais de 15%.

O professor aponta ainda as tendências mundiais para a área: adaptação de tecnologias na África; migração para sistemas de produção orgânica na Europa; investimentos da China para substituição de produtos químicos por biológicos; nos Estados Unidos, mudança nas empresas de químicos e instalação de filiais de empresas brasileiras.

Para chegar a esse ponto, a pesquisa científica continua sendo fundamental. Essa é a opinião de Marcelo Ayres, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados. Ele destaca que o controle biológico está no DNA do centro de pesquisa, que, desde sua criação, tem contribuído com o desenvolvimento de produtos para o controle das cigarrinhas da raiz e das pastagens, bem como de brocas.

Segundo o vice-presidente da Febrapdp no Distrito Federal, José Guilherme Brenner, a grande procura pelo curso é devido à busca de alternativas para a agricultura: “Isso reflete o atual momento. Vários players da agricultura brasileira estão unidos em torno desse ideal. Acredito que o controle biológico, que é uma tecnologia sustentável, tem um futuro muito grande pela frente”, acredita.

John Landers, vice-presidente honorário da Febrapdp, aponta paralelos entre o controle biológico no Brasil e o início da adoção do Sistema de Plantio Direto no País, destacando a necessidade de mudança de mentalidade dos produtores, já que não se trata de um controle químico. “É preciso auferir a força do controle natural, ver se é necessário introduzir um agente biológico e entender que não é algo imediato, porque você não vai ver insetos mortos no chão no dia seguinte. Você tem que prever o desenrolar da situação bem antes do ponto crítico para a lavoura”, explica.

A primeira forma de controle biológico relatada remonta ao século III antes de Cristo, na China. “É o método racional de controle de pragas mais antigo que se tem na humanidade”, destaca o professor do Centro Universitário Moura Lacerda, e agora ele é uma das bases da 4ª revolução agrícola, também chamada de “agricultura 4.0” ou “agricultura digital”. Alexandre Pinto completa: “O controle biológico passou a ser tecnologia com o advento de formulações para microrganismos e o uso tecnificado de macrorganismos, com a aplicação via drones em grandes áreas, em mesmo nível que os agroquímicos”.

Tratamento reduziu em 60% presença de falsa-medideira

Uma tendência apontada pelo professor é o uso de bioagentes no tratamento de sementes. Ele cita uma pesquisa com sementes de soja tratadas com os fungos B. bassiana, Metarhzium anisopliae e Isaria fumosorosea. Até 60 dias depois do tratamento, houve a diminuição de 60% de lagartas falsa-medideira, 30% de Helicoverpa armigera e 60% de mosca-branca na parte aérea, além da redução de 50% no consumo das folhas pelas pragas. Resultados semelhantes foram obtidos com hortaliças e feijoeiro. “A planta com sementes tratadas com qualquer desses microrganismos produz tanta peroxidase, que fica impalatável a essas pragas”, informa.

Outra tendência é o manejo externo, que utiliza bioagentes no entorno das áreas-alvo, o que diminui o custo do controle, já utilizado em citros para o controle do psilídeo e em desenvolvimento para o manejo-da-broca e do Sphenophorus sp. em cana-de-açúcar.

Mercado de ativos biológicos

Os prejuízos causados por insetos-praga são enormes. Uma área com 25 insetos por metro quadrado reduz a produção de pasto e afeta sua capacidade de suporte de animais. Um pasto saudável poderia suportar 6,65 animais por hectare. Quando atacado pela cigarrinha-da-pastagem, seu rendimento reduz para 4,65 animais. Ou seja, a cada dez dias, são produzidos 59 quilos a menos de carne no mesmo espaço. “Mas o fungo, quando aplicado, não fica na pastagem só por esse período. Seu efeito será sentido por mais tempo”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Roberto Alves, e coordenador do curso.

O mercado de micoinseticidas tem registrado grande crescimento. Para o controle da cigarrinha-da-pastagem, existem, 37 produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com Metarhizium anisopliae. Já para mosca-branca, cigarrinha-do-milho, broca-do-café, psilídeo do citrus, moleque-da-bananeira e outras pragas que podem ser combatidas com o fungo Beauveria bassiana, existem 26 produtos disponíveis no Brasil.

E existe tecnologia para atender outras culturas que hoje não têm opção de defensivos biológicos. “Já temos indicação de microrganismos capazes de controlar até 99% do percevejo-da-renda em seringueira. Mas como é um mercado pequeno [140 mil hectares], ainda não há empresas interessadas em produzir um defensivo biológico para essa cultura”, informa Alves.

A maior oferta de produtos reflete também a maior adesão a práticas sustentáveis pelos produtores rurais. “O aumento do uso do controle biológico ocorre porque hoje as pessoas estão buscando alimentos mais saudáveis, que sejam produzidos de forma sustentável, sem contaminar o meio ambiente, e os insumos biológicos oferecem isso”, explica o pesquisador.

Se depender dos participantes do curso, a procura por produtos biológicos deve crescer ainda mais. “Eu já vinha usando o biológico no tratamento de sementes. Esse curso abriu mais uma fronteira para mim, porque é uma coisa sustentável. Vou difundir bastante o que aprendi aqui. As pessoas precisam saber que o controle biológico não é utopia. Hoje saio daqui ciente que vou conseguir fazer esse trabalho”, afirma Armando Azevedo Romero, consultor que atua no estado de Goiás.

Outro fator que também justifica o crescimento da adoção do controle biológico é a resistência que as pragas desenvolvem aos produtos químicos disponíveis, que deixam de ser efetivos. Segundo levantamento apresentado pelo professor Alexandre Pinto, 29% dos produtores que utilizam o controle biológico o fazem por ineficácia dos agrotóxicos e transgênicos, e 26% devido ao surgimento de novas pragas.

Mas apesar de o Brasil ter registrado um crescimento de 70% na comercialização de insumos biológicos em 2018, em relação a 2017, os biodefensivos representam apenas 2% do mercado. Ou seja, 98% das vendas ainda é de defensivos químicos, conforme observa Alves.

Manejo Integrado de Pragas

O pesquisador Edson Hirose, da Embrapa Soja (PR), apresentou o Manejo Integrado de Pragas (MIP) como uma prática mais sustentável do ponto de vista econômico e ambiental para a produção brasileira. Hirose explica que um dos pilares do MIP é justamente a integração dos métodos de controle, como resistência de plantas (com o uso de transgenia), controle químico (buscando-se aplicar o produto no alvo e a reduzir a pressão de seleção) e controle biológico, conservando os inimigos naturais das pragas.

Os resultados do MIP são comprovados pela pesquisa. Um trabalho da Emater-PR, comparando o uso da estratégia com o manejo convencional (somente controle químico) em áreas com soja, mostroa que nas áreas com MIP, o custo de produção foi 1,9 sacas/ha inferior, sendo que as produtividades foram iguais. O mesmo trabalho foi realizado em Silvânia (GO), com resultado semelhante. Já em Mato Grosso, o custo com o MIP foi a metade do observado no controle convencional.

O pesquisador enfatiza que o MIP é basicamente conhecimento: “Fazer MIP depende de conhecimento, de ir ao campo, reconhecer a praga e decidir que não é preciso pulverizar. Isso vai fazer você ganhar em produtividade, reduzir seu custo e ter mais sustentabilidade”, afirma.

Sobre o futuro, o pesquisador defendeu que as práticas do manejo integrado serão facilitadas, mais rápidas e precisas a partir da convergência de tecnologias e da internet das coisas. Hirose cita exemplos de equipamentos com alta tecnologia embarcada, como monitoramento digital da mosca-branca em estufas para tomates; escaneamento dos talhões para identificação de pragas; armadilha para captura de pragas com GPS; câmara de vídeo que gera imagens em alta definição para a contagem de mariposas, que facilitarão a adoção do MIP.

Foco na mosca-branca

Tomate, soja, feijão, algodão, melão, melancia – mais de 70 culturas agrícolas podem ter grandes prejuízos causados pela mosca-branca. “Esse é inseto de difícil controle”, alerta a pesquisadora Eliane Dias Quintela, da Embrapa Arroz e Feijão. Por isso a importância de o produtor agir logo quando a praga começar a aparecer na lavoura. “Em regiões com 30°C, uma única fêmea, após três gerações de reprodução, gera insetos suficientes para cobrir uma quadra de tênis inteira”, ressalta. A especialista alerta que nem os defensivos químicos conseguem um ótimo resultado em relação ao inseto adulto.

Eliane apresentou resultados de experimentos que mostraram maior eficiência quando foram associados o controle biológico e o químico. No caso da mosca-branca, chegou-se a 100% de mortalidade dos insetos, sendo que 55% das mortes foram ocasionadas por parasitismo natural, ou seja, pela atuação do fungo. “Em nenhum dos experimentos o uso de apenas inseticidas teve melhor resultado do que o uso do fungo associado ao inseticida. Essa é uma opção que o produtor deve considerar”, destaca a pesquisadora.

Outra novidade foi anunciada aos participantes presentes no curso. A pesquisa isolou diversos fungos e selecionou aquele com maior resistência a altas temperaturas, facilidade de reprodução e virulência. A especialista completa: “Chegamos ao fungo Isaria javanica, que apresentou o melhor resultado quanto a essas características. Já desenvolvemos um produto com esse microrganismo, que está em fase de registro. Uma única aplicação do I. javanica equivale a três com o Beauveria bassiana [o fungo hoje utilizado no controle da mosca-branca]”.

A pesquisadora explica ainda que, na sua opinião, usar parasitoides é o melhor e mais barato tipo de controle de pragas. São inimigos naturais que já existem na natureza. “Basta manejar o ambiente para favorecer sua reprodução e já existem recomendações para isso”, finaliza.

Manejo e controle da cigarrinha-do-milho

Apesar de estarem presentes no Brasil desde a década de 1970, nas últimas safras, as doenças do milho denominadas enfezamentos têm se agravado e causado danos expressivos. “Em surtos epidêmicos, a quebra de produção pode chegar a 70%”, afirma o pesquisador da Embrapa, Charles Oliveira. Uma planta infectada produz espigas pequenas com reduzida quantidade de sementes e com qualidade comprometida.

A cigarrinha-do-milho é o único inseto que transmite os patógenos causadores dessas doenças vasculares e sistêmicas: o espiroplasma, que causa o enfezamento pálido; e o fitoplasma, que causa o enfezamento vermelho. Elas provocam uma desordem fisiológica nas plantas, para as quais não existem medidas curativas. Dessa forma, os produtores devem ficar atentos às orientações de manejo para que a ocorrência dos enfezamentos nas lavouras de milho possa ser minimizada. “Nenhuma medida tomada de forma isolada será eficaz e tampouco 100% eficiente”, alerta o especialista.

O manejo dessas doenças pode ser feito tanto com foco no inseto-vetor quanto nas doenças em si. No primeiro caso, o controle pode ser direto, com a utilização de inseticidas – químicos ou biológicos. Segundo o pesquisador, existem no mercado 24 produtos registrados no Mapa para o manejo do inseto-vetor, sendo cinco biológicos. Um deles é a Beauveria bassiana (bioinseticida fúngico). Outros estudos, no entanto, estão sendo conduzidos para o desenvolvimento de novos produtos utilizando parasitoides dos ovos da cigarrinha, como conta Oliveira.

Em estudos recentes foram observadas populações da cigarrinha-do-milho em outras espécies de gramíneas – até então se acreditava que o milho era a única planta hospedeira. Oliveira antecipa que agora pesquisas deverão ser conduzidas para saber como eliminar as cigarrinha que ficam nesses hospedeiros alternativos. (Assista aqui ao vídeo sobre os enfezamentos do milho)

Sobre vírus e bactérias

A bactéria Bacillus thuringienses (Bt) é um dos agentes de controle biológico mais utilizados no mundo. No Brasil, há cerca de 20 produtos biológicos registrados que possuem Bt em sua formulação. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat, uma das grandes vantagens desse microrganismo no controle de insetos é que ele é inofensivo ao homem, assim como aos animais domésticos e aos insetos benéficos.

Por outro lado, quando comparado a um produto químico, o Bt possui ação mais lenta, já que o inseto precisa comer a bactéria para se intoxicar e morrer. A pesquisadora chama atenção para os cuidados que se deve ter na produção desses microrganismos, na chamada produção “on farm”, quando os produtores fabricam dentro das fazendas caldos fermentados contendo Bt. Essa forma caseira de fabricação aumentou de forma considerável nos últimos anos.

Para orientar os produtores nesse sentido, foi lançado no final de 2018 o manual Produção e controle de qualidade de produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis para uso na agricultura. O objetivo é incentivar a utilização de bioinseticidas e orientar empresas e agricultores na produção eficaz e segura desses produtos. Além disso, a Embrapa está desenvolvendo em parceria coma iniciativa privada um kit de controle de qualidade, anuncia Rose Monnerat.

Em relação ao uso de vírus no controle de insetos-praga, o pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Gomez, explica que cada um atinge uma praga-chave: “Eles, em geral, são específicos de cada espécie, o vírus da falsa-medideira (lagarta-da-soja) infecta apenas esse tipo de lagarta”.

Dentre as vantagens de se utilizar vírus no combate aos insetos-praga, Gomez destaca a eficiência, seletividade, estabilidade dos produtos, que podem ser conservados sob baixas temperaturas por longos períodos de tempo, custo reduzido, quando o inseto é fácil de se criar, e persistência por multiplicação do inóculo. Sobre essa questão, o especialista explica a vantagem do biodenfesivo: “Como o depósito natural dos vírus é o solo, quando em várias safras seguidas o produtor se utiliza deles, eles acabam se depositando no solo. Assim, podem infectar lagartas na safra seguinte sem necessidade de reaplicação”.

Vitor Tinazo, sócio-diretor da empresa Agro TNZ, que produz grãos em Anápolis (GO), confirma o efeito residual dos produtos biológicos. “Eu me formei em 2009 e achei que nunca ia usar isso aí. Hoje é o que eu mais uso na lavoura. Reduzi demais o inseticida e agora estou tentando reduzir fungicida. Percebi que nossa produção está mais resiliente a diferentes doenças. Quando elas ocorrem, parece que vêm com menor severidade, que a lavoura tem mais equilíbrio”, informa.

Adaptado de Embrapa.

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Experiência brasileira na recuperação de solos ácidos é referência para a Etiópia

por jornalismo-analytica 6 de setembro de 2019
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Autoridades do Ministério da Agricultura da Etiópia estiveram na sede da Embrapa nesta segunda-feira (2), em reunião com pesquisadores e o presidente substituto da Empresa, Cleber Soares. Na pauta principal do encontro, os desafios da produção agropecuária do país africano e como a ciência brasileira pode contribuir para o crescimento da produtividade do campo.

Outro assunto foi o projeto de apoio técnico relacionado ao manejo de solos ácidos, realidade que mais tem prejudicado a agricultura etíope e causado preocupação entre os produtores e o governo. A iniciativa está em fase final de ajustes entre a Embrapa e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), financiadora das ações que preveem orientação técnica, a partir da adoção de boas práticas de correção de solo com o uso de calcário.

Segundo o pesquisador da Embrapa Solos e líder do projeto, Vinícius Benites, há três anos a Empresa foi demandada pelo governo etíope, mas o escopo do projeto só foi definido em 2018, quando começou a se concretizar, com a ida de pesquisadores brasileiros ao local, para encontros com as equipes técnicas estrangeiras. Além da Embrapa e da ABC, a parceria inclui o Ethiopian Institute of Agricultural Research (Eiar), instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura da Etiópia.

“Durante uma das nossas idas ao país, o então ministro da Agricultura nos disse que gostaria de fazer pela Etiópia o que a Embrapa havia feito pelo Brasil”, comentou Benites. Segundo ele, vai ser mais fácil resolver o excesso de acidez do solo etíope do que foi no Cerrado brasileiro. “Mas é preciso que haja uma estrutura, logística adequada e uma indústria privada bem definida que dê suporte a todo esse trabalho”, alertou. “Não cabe à Embrapa, por exemplo, montar a estratégia de distribuição do calcário que será necessário. Para isso, será fundamental um esforço do governo local”.

Na opinião do pesquisador, diante dessa realidade, existe um potencial de contribuição de empresas brasileiras ligadas à indústria de calcário, interessadas em atuar fora do país. “E consequentemente, se abrir o mercado para calcário, haverá também um mercado para máquinas de aplicação e demandas para análise de solo, que poderão ser beneficiadas com a tecnologia da Embrapa”, disse.

Ainda durante a reunião com as autoridades, o presidente substituto Cleber Soares fez um relato da transformação do perfil brasileiro, ocorrida nos anos 70, quando o País deixou de ser importador para se tornar um dos líderes no ranking de produtividade e exportação de alimentos. “A revolução conduzida pela tecnologia no campo foi surpreendente, principalmente na região do Cerrado, que também enfrentava problemas com solos ácidos”, afirmou.

Mobilização

O diretor de Melhoramento da Fertilidade do Solo do Ministério da Etiópia, Tefera Solomon, destacou a expectativa do país de adotar estratégias que solucionem o problema. “A consequência tem sido o abandono do campo, principalmente pelos jovens, que buscam oportunidades na cidade”, lamentou. Atualmente, a alta acidez do solo afeta cerca de 3,5 milhões de hectares de terras agricultáveis no país. Uma força-tarefa e o Comitê Gestor para Promoção Nacional da Calagem estão mobilizados para elaborar recomendações políticas nos próximos quatro meses.

Além da Sede, a delegação da Etiópia participou de reuniões na Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão e Embrapa Solos, além de visitas a locais de extração de calcário e áreas recuperadas, com o objetivo de trocar experiências com produtores beneficiados.

No encontro na Sede também estiveram presentes o gerente de projetos da  ABC, Antônio Junqueira, e o chefe-adjunto de Pesquisa da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres.

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Controle natural de pragas do café foi monitorado por 4 anos em experimento em mudanças climáticas

por jornalismo-analytica 4 de setembro de 2019
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O controle natural de bicho-mineiro, moscas-das-frutas e ácaros em cafeeiros sob aumento da concentração de CO2 em experimento FACE  (Free Air CO2 Enrichment), foram apresentados em 26 de junho, por Jeanne Scardini Marinho Prado, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP).

Experimentos desse tipo permitem estudar no em campo o efeito do aumento de gás carbônico na atmosfera sobre o desenvolvimento de plantas, o que abre uma gama de possibilidades para prospecção, avaliação e proposição de medidas de mitigação e adaptação.

De acordo com a pesquisadora, foram monitoradas as incidências naturais das pragas e a ação de potenciais inimigos naturais, explica a pesquisadora. “Observou-se nesse monitoramento a grande importância do controle natural de sobre algumas das importantes pragas do café. Não houve, entretanto, em nenhuma dessas avaliações, interferência do aumento de CO2 sobre a preferência das pragas avaliadas à infestação das plantas e nem dos inimigos naturais às pragas, nas duas cultivares de café”.,

Ainda conforme Jeanne, a ação dos inimigos naturais do bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) foi quantificada de 2012 a 2015, por meio de três formas: recuperação de parasitoides emergidos de minas foliares, análise de minas predadas e captura de himenópteros por armadilhas do tipo Moericke.

Como resultado, foram capturados e classificados 82 parasitoides de bicho-mineiro de folhas da cultivar Obatã (de sete espécies diferentes) e 120 indivíduos de folhas da cultivar Catuaí (de 10 espécies diferentes). Foi observada também uma alta porcentagem de minas predadas em ambos os tratamentos e nas duas cultivares.

“Por meio das armadilhas do tipo Moericke foram capturados e classificados insetos de 28 diferentes famílias, algumas delas de grande importância para o controle de pragas”, explica Jeanne.

“Além disso, foram coletadas e classificadas moscas-das-frutas emergidas dos frutos do café, com altas infestações em ambos os tratamentos, das duas cultivares, sendo Ceratitis capitata a espécie mais abundante. Os parasitoides emergidos dos frutos foram também quantificados e classificados em três anos de avaliação, sendo quase a totalidade de Utetes anastrephae”.

Os ácaros foram coletados 2012 a 2016, sendo classificados em 34 espécies presentes na cultivar Catuaí e 30 na Obatã. Dessas espécies, cerca de 33% eram de ácaros fitófagos e 32% de ácaros predadores. O aumento de CO2 atmosférico, entretanto, não afetou o controle biológico natural de ácaros e nem a diversidade desses em plantas de café.

Os dados apresentaram uma grande diversidade de inimigos naturais e espécies fitófagas de insetos e ácaros nas plantas de café, resultando em uma caracterização da fauna observada, que não sofreu com o aumento do CO2 atmosférico imposto no experimento FACE.

Material obtido de EMBRAPA.

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Manejo adequado na entressafra mantém fornecimento de açaí o ano todo

por jornalismo-analytica 2 de setembro de 2019
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Com irrigação e adubação adequadas é possível reduzir em praticamente 100% a sazonalidade do açaí, fruto cuja safra vai de agosto a dezembro. Ao estabelecer um manejo adequado, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (PA) conseguiram manter a produção no período de entressafra nos açaizeiros de terra firme no estado do Pará.

“Nos plantios irrigados e adubados de acordo com as recomendações técnicas, a produção anual está distribuída quse igualmente na safra e entressafra, de 46% a 48% em cada”, explica o agrônomo João Tomé de Farias Neto, pesquisador da Embrapa. O cientista frisa que esse resultado é uma mudança drástica comparado à produção dos açaizais nativos de várzea, distribuída entre a safra, responsável por praticamente 90% da produção anual, e a entressafra (de janeiro a julho) que concentra, no máximo, 10% do volume produzido.

Nas áreas estudadas na região nordeste paraense, a irrigação diária por microaspersão deve ser concentrada em quatro meses no ano durante o período de estiagem, agosto a novembro ou setembro a dezembro, a depender da ocorrência de fenômenos climáticos. Para essa região, a pesquisa indica pelo menos 40 litros de água por touceira por dia no primeiro ano. A recomendação no segundo ano, são 60 litros diários de água por touceira. E a partir do terceiro ano, quando a palmeira começa a florescer e produzir frutos, é necessário aumentar substancialmente a oferta de água, para 120 litros por touceira a cada dia.

Produção variável na entressafra

Mas a pesquisa ainda enfrenta desafios, segundo revela o pesquisador Farias Neto. Um deles é a instabilidade de produção na entressafra. “Quando falamos em produção na entressafra não significa dizer que ela se dá ao longo dos seis meses de maneira linear. Em março e abril, por exemplo, há uma queda significativa na produção, chegando a praticamente zero”, relata.

As causas dessa instabilidade, de acordo com o especialista, ainda são desconhecidas. “Não sabemos ainda se é problema fisiológico, se é polinização, umidade relativa do ar. A pesquisa tem que avançar nesse sentido, estudar a fisiologia da planta.” Contudo, ele afirma que o primeiro passo já foi cumprido: plantar açaí em terra firme com irrigação e produzir na entressafra.

 

Produção saltou de cinco para 180 toneladas

De acordo com as estatísticas da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap), o estado produz aproximadamente 1,2 milhão de toneladas do fruto anualmente, e tem uma área de produção de cerca de 219 mil hectares, entre açaí manejado de várzea e plantado em terra firme. Apesar de não haver ainda uma estatística segura em relação à quantidade de hectares de açaí de terra firme plantados atualmente no Pará e no Brasil, alguns produtores já concentram suas atividades nas regiões nordeste do estado, principalmente no município de Tomé-Açu; além do oeste do Pará, nos municípios de Óbidos e Alenquer; e plantios nos estados da Bahia e do Maranhão. “Alagoas e Goiás já demonstram interessem em plantar acaí”, revela.

É o caso do agricultor Shigueru Hiramizo, no município de Tomé-Açu, a 250 quilômetros de Belém. Ele tem 60 hectares de açaí de terra firme com irrigação em franca produção, com uma média de 12 a 14 toneladas por hectare ao ano.

Mas nem sempre foi assim. Ele planta açaí desde 1996 e no meio do caminho já teve muitas perdas. Nos primeiros anos do plantio, Hiramizo obtinha no máximo cinco toneladas ao ano em 30 hectares no período da entressafra. “Isso é praticamente zero”, conta o produtor. Com o início da irrigação por microaspersão, o salto de produção de um ano para outro foi radical: de cinco passou para 100 toneladas. E continuou crescendo, atingindo 180 toneladas no terceiro ano. “Sem irrigação é impossível produzir”, afirma.

 

Relação custo-benefício atraente

O custo de implantação de um hectare de açaí irrigado gira em torno de R$ 8 mil a R$ 10 mil. “Ainda é alto, mas o salto de produção é impressionante”, diz o o pesquisador Farias Neto. Ao definir os parâmetros de irrigação e adubação, a pesquisa mostra com exatidão a relação entre custo e benefício da atividade.

Em área de várzea, a produtividade média de açaí está em torno de quatro toneladas por hectare ao ano, com o manejo de mínimo impacto desenvolvido pela Embrapa. E em área de terra firme com adubação e irrigação, o produtor consegue alcançar 13 toneladas de frutos por hectare distribuídas ao longo do ano.

O pesquisador da Embrapa Alfredo Homma vem orientando estudos para estimar o custo operacional de produção de açaí irrigado de terra firme. O trabalho foi desenvolvido no município de Igarapé-Açu, nordeste paraense, e mostrou que o valor para a produção de uma lata do produto, cerca de 14 quilos do fruto in natura, gira entre R$ 10,00 e R$13,00, sem considerar o custo da extração efetuada pelo comprador. A análise leva em conta a produção em uma área de 30 hectares. Considerando que atualmente o custo da lata no período da entressafra chega a R$ 80,00, o ganho para o produtor é de mais de 400%, sem considerar os custos da implantação do projeto.

Entressafra é gargalo da cadeia produtiva

O açaí é um produto genuinamente paraense. Segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará é o maior produtor de açaí do Brasil, respondendo por 98,3% da produção nacional. Em 2017, segundo a Sedap, foram comercializadas 137 mil toneladas de polpa, mixes e açaí liofilizado, proporcionando um acréscimo de 14,6% no volume em relação ao ano anterior.

Mesmo com tecnologia para o plantio de açaí em terra firme, quase 90% do açaí produzido no estado vem do extrativismo das áreas de várzea. E a sazonalidade tem forte efeito sobre o mercado local, que fica com 60% da produção total do estado. “O ribeirinho que extrai o açaí fica praticamente sem renda na entressafra. Além disso, essa escassez afeta também a segurança alimentar, já que o fruto é a base da alimentação da população das regiões ribeirinhas”, conta Farias Neto.

Outro dado ressaltado pelo agrônomo da Embrapa é que 50% dos processadores artesanais na cidade de Belém fecham suas portas em virtude da escassez e do preço do açaí no mercado no período da entressafra.

O empresário Nazareno Alves trabalha com o processamento de açaí, em Belém, há 14 anos. Atualmente possui uma cadeia de restaurantes onde comercializa o produto e planta açaí irrigado em terra firme no município de Igarapé-Açu, no nordeste do Pará.

Mesmo com a profissionalização do seu negócio, a entressafra ainda impacta negativamente na qualidade do produto que comercializa. “Para manter a oferta do açaí batido no restaurante, eu compro o fruto de áreas mais distantes que ainda produzem um pouco nesse período. Como ele tem que ser transportado já gelado, a qualidade é muito inferior. Além disso, tem o custo do atravessador que faz esse transporte”, relata o empresário.

Nazareno começou a plantar açaí em 2015 e logo no início teve prejuízo. “Plantei 50 hectares de uma só vez, e eu só não contava com o El Niño. Todas as plantas morreram. Foi um baita prejuízo”, relembra o empresário. Ele afirma ainda que há muitas lacunas de informação para a produção de açaí irrigado de terra firme. “Não é como a soja, o milho, o café, que já temos informação consolidada há muitos anos. Plantar açaí é uma nova agricultura”, reconhece.

Ele diz ainda que o único meio para resolver essa questão é o plantio de açaí em terra firme com irrigação. “A pesquisa agropecuária é fundamental nesse processo. É ela que nos fornece as informações mais seguras. Eu só plantei açaí pelo conhecimento que eu tive da Embrapa”, destaca o empresário.

Diante desse cenário, Nazareno Alves e outros produtores criaram, em junho deste ano, a Associação de Plantadores de Açaí Irrigado de Terra Firme do Brasil. É a primeira associação desse segmento e tem como objetivo trabalhar de forma cooperada para suprir a demanda de açaí na entressafra no Pará, que tem entre os maiores produtores o município de Igarapé-Miri, com cerca de 305,6 mil toneladas produzidas ao ano, respondendo por 28% de toda a produção do Brasil, seguido por Cametá, Abaetetuba, Bujaru e Portel.

“Nosso objetivo é organizar o setor produtivo e buscar parcerias que nos ajudem a fortalecer a cadeia produtiva do açaí irrigado em terra firme. Somos mais de 30 produtores e estamos empenhados, investindo, nos legalizando, pesquisando as melhores técnicas. Queremos abastecer os consumidores paraenses, o mercado externo no período da safra, mas principalmente da entressafra, quando falta o açaí”, projeta o empresário.

Uma cultivar de açaí “paidégua”

Desde 2003, o pesquisador João Tomé de Farias Neto trabalha com o melhoramento genético da cultura do açaí para a produção na entressafra e este ano vai lançar a cultivar (variedade cultivada) de açaizeiro de terra firme BRS Paidégua. O novo material tem alta produtividade o ano todo, frutos menores de acordo com a necessidade do mercado e maior rendimento de polpa.

Para lançar a nova cultivar de açaí de terra firme, o pesquisador mapeou no estado do Pará os municípios que apresentavam boa produtividade de açaí principalmente no primeiro semestre, quando é a entressafra. Desse mapeamento, a pesquisa coletou plantas nos municípios de Afuá, Chaves e Anajás.

As matrizes foram cultivadas no campo experimental da Embrapa em Tomé-Açu, no nordeste paraense, onde a pesquisa avaliou o comportamento delas em terra firme e a quantidade de água necessária ao longo das safras. A partir da seleção das 45 melhores plantas, foi desenvolvida a BRS Paidégua. “É uma cultivar para terra firme que produz na entressafra, com todas as orientações de manejo e irrigação”, conta João Tomé Neto.

Material obtido de Embrapa.

 

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Pesquisadores lançam sensor que usa molécula de ferrão de abelha para detectar bactéria em alimentos

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Reprodução: Elton Alisson, de São Carlos  |  Agência FAPESP

(Shutterstock)

Uma molécula obtida do ferrão de abelhas deu origem a um biossensor que promete detectar bactérias em alimentos e bebidas de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais.

O dispositivo foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

“O biossensor é capaz de detectar bactérias em uma amostra muito pequena de alimento ou bebida, com alta sensibilidade e tempo que varia entre 10 e 25 minutos”, disse Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coordenador do projeto.

Pelos métodos tradicionais é preciso analisar todo o volume ou massa, acompanhar o crescimento das bactérias e proceder à contagem das unidades que formam a colônia. “Esse processo pode levar entre 24 e 72 horas”, disse.

Resultado do projeto de pós-doutorado de Deivy Wilson Masso no IFSC-USP, com Bolsa da FAPESP, o aparelho foi descrito em um artigo publicado na revista Talanta.

O dispositivo consiste em um filme com eletrodos de prata – um material condutor de eletricidade – e partículas magnéticas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro), recobertas com melitina. Esse peptídeo, extraído do ferrão de abelhas, interage especificamente com bactérias.

Ao ser introduzido em uma amostra de água, por exemplo, as nanopartículas magnéticas recobertas com a melitina atraem e capturam as bactérias. Ao empregar um ímã os microrganismos ficam concentrados nas nanopartículas, que são depois depositadas nos eletrodos de prata.

Desenvolvido por pesquisadores da USP em São Carlos, dispositivo identifica a presença de diferentes patógenos de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais (fotos: divulgação e Myriams-Fotos-Pixabay)

 

A interação entre as bactérias e as nanopartículas magnéticas recobertas com melitina depositadas nos eletrodos gera um sinal elétrico. A intensidade do sinal permite quantificar a colônia e identificar que tipos de microrganismos estão presentes na amostra analisada.

No caso de alimentos sólidos, basta uma pequena amostra triturada, homogeneizada e filtrada para realizar o procedimento, explicou Oliveira Junior. “O dispositivo é capaz de detectar uma quantidade muito pequena de bactérias na amostra, de uma unidade formadora de colônia por mililitro”, disse o pesquisador durante o Simpósio de Pesquisa e Inovação em Materiais Funcionais. O evento, promovido pelo Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), foi realizado nos dias 23 e 24 de maio na UFSCar.

Essa alta sensibilidade do biossensor permite detectar uma colônia de bactérias espalhada em um alimento ou bebida em um volume menor de amostra para análise.

Uso em hospitais

Os pesquisadores avaliaram o desempenho do biossensor para detectar as bactérias Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus (S. aureus) e Salmonella typhimurium (S. typhi) em amostras de água potável e de suco de maçã.

Os resultados dos testes indicaram que o dispositivo foi capaz de detectar a concentração de E. coli em 1 unidade formadora de colônia (UFC/ml) na água potável e em 3,5 UFC/ml no suco de maçã em apenas 25 minutos.

“O biossensor pode permitir fazer uma triagem rápida e de baixo custo para controlar a qualidade de alimentos e bebidas em supermercados, restaurantes ou nas indústrias”, disse Oliveira Junior.

De acordo com o pesquisador, a tecnologia do biossensor está em fase de patenteamento e os materiais são de baixo custo. “Não precisaremos importar nenhum dos itens do biossensor, cujo custo final será de apenas cerca de R$ 0,30”, disse.

A ideia dos pesquisadores é que, por meio de algumas adaptações, o dispositivo também possa ser usado para detectar contaminações em ambientes hospitalares, como enfermarias e salas de cirurgia, e em instrumentos e equipamentos usados nesses locais.

O artigo Electrical detection of pathogenic bacteria in food samples using information visualization methods with a sensor based on magnetic nanoparticles functionalized with antimicrobial peptides (DOI: 10.1016/j.talanta.2018.10.089), de Deivy Wilson, Elsa M. Materón, Gisela Ibáñez-Redín, Ronaldo C. Faria, Daniel S. Correa e Osvaldo N. Oliveira Jr., pode ser lido por assinantes da revista Talanta em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039914018311342?via%3Dihub.

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Cera de carnaúba, tipo de palmeira, associada à nanotecnologia aumenta tempo de prateleira de frutos

por jornalismo-analytica 25 de junho de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Fonte: Embrapa 

Uma nanoemulsão de cera de carnaúba usada em experimentos com mamão, laranja, tangerina e tomate demonstrou ser uma ferramenta promissora no revestimento de frutos por formar uma barreira contra a perda de umidade, troca de gases e ação microbiana.

O composto reforçado com nanopartículas foi capaz de preservar a qualidade e prolongar o tempo de vida dos frutos em 15 dias a mais, em média, comparado ao revestimento convencional que não conta com a adição das partículas ultrafinas. Nesses casos, o tempo de prateleira varia de acordo com o fruto e com a temperatura em que é conservado. O mamão, por exemplo, dura até duas semanas com revestimento convencional.

A vantagem é que a matriz usada, a cera de carnaúba, é um produto mais disponível, extraído das folhas da palmeira da carnaubeira, espécie natural da região Nordeste do País. Além disso, é reconhecida como substância segura ao consumo humano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Em todos os ensaios, os frutos revestidos com a nanoemulsão demonstraram menor perda de massa, quando comparados a frutos não revestidos e àqueles com emulsões comerciais”, relata Marcela Miranda que realizou o estudo durante o curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O trabalho continua em seu doutorado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) nos laboratórios de Pós-Colheita da Embrapa Instrumentação.

“Observamos também que o tempo de conservação com nanoemulsão foi maior com consequente manutenção da firmeza, assim como menor incidência em podridões”, revela. Ela atribuiu o resultado à adequada troca gasosa, durante a qual não ocorreram processos fermentativos, como aqueles observados em ceras de origem sintética.

Nanoemulsão feita com cera de carnaúba forma uma barreira contra a perda de umidade, troca de gases e ação de microrganismos. (Foto: Manu Tinoco)

 

Além de constatar que a síntese de emulsão de cera de carnaúba na forma de nanoemulsão é possível, os ensaios de análise sensorial demonstraram que os frutos revestidos com as partículas ultrafinas foram os preferidos e mais aceitos para o consumo nas formas in natura e processada. Os pesquisadores acreditam que a escolha se deve à aparência visual conferida pelo menor tamanho de partícula do revestimento.

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a empresa Tanquímica, o estudo sobre a nanoemulsão teve início em 2013 com trabalhos de estudantes orientados pelo pesquisador da Embrapa Marcos David Ferreira em cursos de graduação, modalidade iniciação científica, mestrado e doutorado. “As coberturas comestíveis são aplicadas em finas camadas de material sobre os alimentos, na forma de gel, por imersão ou pulverização. Após a evaporação do solvente, uma fina película sobre a superfície é formada”, explica.

A pesquisa focou na elaboração, caracterização e obtenção de revestimentos repelentes à água (hidrofóbicos) nanoestruturados e comparação com revestimento convencional. Os revestimentos hidrofóbicos são feitos geralmente à base de lipídeos ou proteínas. Essas superfícies são eficientes barreiras controladoras de gases e umidade. Os experimentos para revestimento dos frutos foram realizados em diferentes concentrações e armazenados em temperaturas acima de 20 graus, por diversos períodos de tempo.

A diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Tanquímica, Marilene De Mori Morselli Ribeiro, disse que a nanoemulsão será disponibilizada via contrato para empresas interessadas e será destinada ao mercado de frutas e hortaliças.

“Prevemos uma produção e fornecimento de 360 toneladas ao ano, porque a Tanquímica – com sede em Laranjal Paulista (SP) e filiais em Franca (SP) e Novo Hamburgo (RS) possui a infraestrutura necessária para atender a demanda do mercado”, afirma.

 A cera de carnaúba

Embora já usada para coberturas convencionais de alimentos desde 1930 para minimizar a perda de umidade, reduzir a abrasão da superfície do fruto durante o seu manuseio, melhorar a integridade mecânica e controlar a composição gasosa interna dos frutos, a cera de carnaúba foi pouco estudada para a formação de revestimentos nanoestruturados.

“Entre as características mecânicas desejáveis de uma nanoemulsão está a formação de revestimentos contínuos, com poucas falhas, além da plasticidade das películas formadas, pois, ao longo do tempo, os frutos sofrem redução de sua massa necessitando de materiais que se ajustem a isso”, esclarece.

Outro benefício é que os revestimentos podem ser carregados com nanopartículas com ação bactericida, fungicida, além de melhorar a estabilidade mecânica da superfície.

“A introdução de nanopartículas em uma matriz polimérica pode promover, principalmente, melhoras nas propriedades mecânicas – resistência à tração e ruptura – e de barreira – permeabilidade a gases e a vapor d‟água –  e pode atuar, dependendo da composição, como agente antimicrobiano”, conta.

Segundo o pesquisador, no uso de coberturas diretamente depositadas em frutas e hortaliças, as películas de espessura nanométrica podem manter as propriedades sensoriais do fruto (sabor, cor, etc.).

Desenvolvido com sucesso dentro do conceito de inovação aberta, o estudo envolveu recursos de cerca de R$ 200 mil entre bolsas e auxílio à pesquisa. Além da Tanquímica, a solução tecnológica recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Perda de água compromete aparência

Os frutos estudados apresentam elevado percentual de água, são altamente perecíveis e sujeitos às variações de temperatura e umidade relativa do ambiente. A perda de água, que ocorre por processos transpiratórios e respiratórios, além de ocasionar redução de peso, ao murchar, pode comprometer a aparência e influenciar negativamente a comercialização.

De acordo com cálculos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço da produção total de alimentos do planeta – cerca de 1,3 bilhão de toneladas – vai para o lixo. O volume é suficiente para alimentar dois bilhões de pessoas.

O pesquisador explica que frutas e hortaliças são tecidos vivos, que apresentam em média 90% de água em peso, porém, quando perdem a camada protetora natural da epiderme, a água começa evaporar rapidamente e os produtos adquirem aspecto desidratado, perdendo a qualidade visual. Assim, a reposição da camada protetora por meio de recobrimento da superfície de frutos tem sido utilizada para reduzir a perda de água, difusão de gases; perda de sabores e aromas, propiciando a manutenção da qualidade física e química.

No tomate in natura, por exemplo, a qualidade é determinada pela aparência – cor, aspecto visual, firmeza, sabor e valor nutritivo. Mas o fruto apresenta altas taxas de perdas pós-colheita, causadas por injúrias mecânicas, armazenamento, manuseio e transporte impróprios e longos períodos de exposição no varejo.

“Portanto, minimizar a perda de massa do produto é importante não apenas para evitar prejuízos econômicas, mas também para manter o produto em condições de comercialização”, lembra Ferreira.

A aplicação de ceras auxilia na redução das perdas pós-colheita, em especial quando realizada em conjunto com outras práticas, como seleção de variedades, manuseio e beneficiamento adequado, controle de doenças na pós-colheita e operações de embalagens apropriadas no armazenamento.

25 de junho de 2019 0 comentários
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Alta pressão melhora a qualidade de produtos cárneos

por Fernando Dias 15 de setembro de 2017
escrito por Fernando Dias

Pesquisadores estão usando alta pressão para incrementar a maciez da carne de animais zebuínos, e assim melhorar ainda mais a qualidade e competitividade do mercado da carne brasileira.

Imagine a pressão exercida pelo peso de dois elefantes sobre a área de uma pequena moeda. Em linhas gerais, essa imagem resume o processo de alta pressão hidrostática, que há mais de dez anos vem sendo estudado por pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) para melhorar a qualidade de produtos cárneos, como carnes in natura e presuntos.

A tecnologia tem se mostrado promissora para amaciar e aumentar a vida útil dos produtos, modificando minimamente as características em termos nutricionais e de sabor. Em tempos em que a carne brasileira sofre algumas dificuldades no mercado internacional, a introdução do processo de alta pressão hidrostática em alimentos cárneos pode colaborar para o incremento da qualidade do produto, tornando a indústria de carne mais competitiva no cenário mundial, além de fornecer opções de produtos de qualidade ao mercado interno.

O processo de alta pressão aplicado aos alimentos consiste basicamente em submeter os produtos, previamente acondicionados em embalagens plásticas, a uma alta pressão hidrostática de 100 a 700 megapascal (MPa), isso equivale ao peso de dois elefantes, de 3,5 t cada um, sobre uma moeda de 50 centavos. O equipamento consiste em uma câmara metálica que, após a inserção das embalagens com o produto adequadamente acondicionado, é fechada hermeticamente e preenchida com um líquido, normalmente água. Por um sistema de bombas e intensificadores, a pressão é elevada até o nível desejado em que o produto é mantido pelo tempo determinado. “O nível de pressão é extremamente elevado. Nossa pesquisa está voltada para o estabelecimento de parâmetros e otimização do processo para cada tipo de alimento”, conta Amauri Rosenthal, pesquisador da Embrapa e um dos pioneiros da técnica no Brasil.

Rosenthal e sua equipe vêm avaliando o uso da tecnologia da alta pressão aplicada a sucos e polpas de frutas, queijos, bebidas lácteas, pescados, carnes e derivados, para aumentar a vida de prateleira e promover melhoria na textura e qualidade geral dos alimentos. “A alta pressão hidrostática agrega valor ao produto, pois retém os nutrientes e preserva a qualidade sensorial. É uma tecnologia limpa, de baixo consumo energético, que permite reciclar água, reduzir aditivos químicos e não gerar resíduos ou efluentes”, completa.

De acordo com o pesquisador, a técnica é própria para atender consumidores com elevada exigência de segurança e qualidade dos produtos e sustentabilidade de produção e já é uma realidade em grande expansão em vários mercados internacionais.

Mercado em crescimento

O mercado de alta pressão tem crescido exponencialmente desde que a técnica começou a ser aplicada comercialmente, no início dos anos 1990. Atualmente, existem cerca de 360 unidades industriais de alta pressão no mundo, responsáveis por um mercado de aproximadamente US$12 bilhões em alimentos processados. A perspectiva é de que esse número dobre nos próximos cinco anos.

Especialistas que recentemente participaram de um dos mais importantes eventos sobre processos não térmicos para alimentos, a International Nonthermal Food Processing Conference, realizada em Chicago, nos Estados Unidos, revelaram que a aplicação da alta pressão aos alimentos funcionais e orgânicos tem sido uma nova tendência, assim como no processamento de refeições prontas. Além disso, o setor cárneo já responde por cerca de 25% de utilização da tecnologia, também bastante utilizada em indústrias de sucos e de pescados.

Maciez

No caso da pecuária, segundo o pesquisador Amauri Rosenthal, o processo de alta pressão apresenta-se como uma possível alternativa para incrementar a maciez da carne de animais zebuínos, melhorando a qualidade e competitividade do mercado da carne nacional.

O rebanho bovino brasileiro chegou a 212,3 milhões de cabeças em 2014, um acréscimo de 569 mil animais em relação a 2013, quando possuía produção de carne de 10 milhões de toneladas, mantendo o Brasil como segundo colocado no ranking mundial, atrás apenas da Índia.

Com isso, o país alcançou a posição de maior exportador de carne bovina do mundo, exportando aproximadamente 20% de sua produção, tornando o setor responsável por aproximadamente 8% do produto interno bruto (PIB).

Atualmente, o rebanho brasileiro é formado basicamente por animais zebuínos – cerca de 70% do rebanho nacional – sendo a maioria da raça Nelore, cuja carne é menos macia que a dos bovinos taurinos, porém o pesquisador observa que a carne zebuína vem apresentando qualidade crescente, o que a torna competitiva e promissora no mercado de carnes.

Pesquisa

Estudos com consumidores concluíram que a maciez é um dos atributos mais importantes que caracterizam a qualidade da carne, sendo também um dos principais fatores considerados na exportação dessa categoria de produto para maior agregação de valor.

Apesar de seu benefício potencial, até o momento o tratamento de alta pressão para amaciamento de carne in natura tem sido usado apenas na pesquisa científica, instância em que se mostrou adequado para aumentar a maciez de contrafilé de animais da raça Nelore, por exemplo.

Pelo processo, é aplicado um pulso de pressão para romper fisicamente a estrutura das fibras musculares, e liberar enzimas que auxiliam no amaciamento. A aplicação em carne de outras raças bovinas, suínas e de outros animais também vem sendo investigada pela equipe de pesquisadores da Embrapa e de outras instituições parceiras.

“Quando comparado à maturação convencional para amaciamento, o processo de alta pressão é mais efetivo, propiciando redução na força de cisalhamento e grande diminuição no tempo e energia requeridos para atingir a maciez desejada. Verificamos que os efeitos da alta pressão na maciez de carnes são dependentes da fase de rigor mortis, da pressão aplicada, da temperatura e sua combinação”, explica Otavio Cabral Neto, professor Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO), parceiro na pesquisa.

Aprofundamento

A pesquisadora Caroline Mellinger, do Laboratório de Bioquímica da Embrapa Agroindústria de Alimentos, aprofundou a investigação com análises de perfil proteico para verificar as alterações nas fibras musculares de diferentes tipos e cortes de carnes (bovina, suína e exótica), submetidas à alta pressão.

“Queríamos investigar que tipos de alterações ocorrem nos microfeixes de proteínas que fornecem sustentação e rigidez ao músculo. Verificamos que no ponto ótimo de maciez da carne há maior desagregação das cadeias proteicas”, revela a pesquisadora.

Um dos fatores responsáveis para que isso aconteça, ela explica, é a maior liberação de minerais como o cálcio durante o processo, produzindo ativação da enzima chamada calpaína, indicada como um dos fatores responsáveis pela ruptura dessas microfibrilas proteicas.

Novo projeto recentemente aprovado, abrangendo as Unidades da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Pecuária Sudeste e Instrumentação, deverá aprofundar o conhecimento dos efeitos do processo de alta pressão, a partir de análises como microscopia de força microscopia e ressonância magnética nuclear, para maior compreensão dos efeitos do processo sobre a carne bovina de diferentes raças.

Testes

Estudos conduzidos pela pesquisadora Rosires Deliza, do Laboratório de Análise Sensorial e Instrumental da Embrapa Agroindústria de Alimentos, indicam que, além de propiciar a descontaminação e a preservação dos alimentos por mais tempo, esse processo também mantém as características originais desejáveis com alterações nutricionais e sensoriais mínimas.

Cinco marcas comerciais de presunto, uma amostra controle (presunto formulado e processado na Embrapa Agroindústria de Alimentos) e a amostra pressurizada (amostra controle seguida de aplicação de alta pressão) foram utilizadas nesse estudo. Os presuntos comerciais foram comprados em peças inteiras em supermercados da cidade do Rio de Janeiro, com datas de fabricação próximas.

Um total de 70 consumidores participou do teste de aceitação. Eles foram recrutados com base no critério de gostar e consumir presunto. Os participantes foram 30 homens e 40 mulheres entre 19 a 59 anos de idade (média de 33 anos) e a maioria (67%) com nível universitário completo ou pós-graduação.

“O estudo indicou que atributos sensoriais relacionados ao aroma e sabor não foram afetados pela aplicação de alta pressão. Essa tecnologia também se revelou uma promissora alternativa para aumentar a vida de prateleira de presunto processado, ampliando em mais de quatro vezes o prazo de validade usual do produto”, avalia Rosires.

Pesquisa semelhante foi realizada com o presunto de peru, na qual as amostras processadas na Embrapa Agroindústria de Alimentos (controle e pressurizada) e comerciais disponíveis no mercado do Rio de Janeiro foram avaliadas por uma equipe de sete avaliadores selecionados e treinados utilizando a metodologia denominada Análise Descritiva Quantitativa (ADQ).

“Os resultados mostraram que a maioria das características relacionadas ao sabor dos presuntos controle e pressurizado foi semelhante, diferindo em relação à aparência do presunto e cor. Porém, o presunto de peru submetido à alta pressão hidrostática alcançou maiores médias para tais atributos, ou seja, melhor performance sensorial”, avalia a pesquisadora responsável pelo estudo. As mesmas amostras foram avaliadas por 84 consumidores de presunto quanto à aceitação, sendo que não houve diferença entre o produto controle e o pressurizado.

Outro ponto importante refere-se à ação da alta pressão na inativação de bactérias lácticas, os microrganismos que provocam a formação de limo na superfície do presunto e consequente alteração de sabor e aroma. Embora não causem danos à saúde do homem, a maior presença de tais bactérias deprecia o produto e provoca rejeição do consumidor.


 

15 de setembro de 2017 0 comentários
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