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carbono

Notícias

Para reduzir pegada de carbono da indústria eletrônica, pesquisas da Faculdade de Ciências e Tecnologia apostam em nanomateriais biodegradáveis

por jornalismo-analytica 20 de março de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Reduzir a pegada de carbono da indústria eletrônica e, ao mesmo tempo, oferecer à sociedade dispositivos de alto desempenho. Essa é a promessa da eletrônica baseada em materiais biodegradáveis e sustentáveis, que traz a dupla vantagem de utilizar processos de fabricação de baixo impacto ambiental e, ao mesmo tempo, abrir a possibilidade de uma variadíssima gama de aplicações, de sensores ambientais até equipamentos eletrônicos que podem ser usados em vestimentas.

Na Unesp, pesquisas neste campo estão conduzidas pelo Laboratório de Dispositivos e Sensores Orgânicos, ligado à Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Unesp, no câmpus de Presidente Prudente, em colaboração com diferentes instituições de pesquisa de outros países. Nos anos de 2024 e 2025, essa colaboração resultou na publicação de três artigos em periódicos internacionais, todos sustentando a perspectiva de que materiais biodegradáveis, como papel kraft, madeira e mel, podem viabilizar uma eletrônica mais ecológica, mas não menos eficiente. Um quarto artigo deve ser publicado proximamente.

O trabalho conta com o apoio da Fapesp  por meio do projeto ‘Dispositivos eletrônicos baseados em nanomateriais sustentáveis’, contemplado com auxílio financeiro na SPRINT (São Paulo Researchers in International Collaboration), e é coordenado pelos professores Neri Alves e Carlos Constantino.

Neri Alves conta que a série de artigos reflete o aprofundamento das parcerias internacionais, em especial com Rodrigo Ferrão Martins, professor e pesquisador da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e com Jeff Kettle, docente da University of Glasgow, na Escócia. “O objetivo geral dessa colaboração é desenvolver dispositivos sustentáveis para diferentes aplicações, que incluem circuitos neuromórficos, sensores ambientais, internet das coisas, embalagens inteligentes e eletrônica vestível e comestível, dentre outras”, afirma.

Transistor à base de madeira e mel

O primeiro estudo da série, cujos resultados foram publicados na revista Advanced Intelligent Systems, resultou na criação de um transistor sustentável, baseado em madeira e mel, capaz de emular o funcionamento da sinapse, isto é, a comunicação entre dois neurônios do sistema nervoso. Teve como primeiro autor o doutorando da Unesp Douglas Henrique Vieira e foi coordenado por Neri Alves e Rodrigo Ferrão Martins, da Universidade Nova de Lisboa.

“A eletrônica convencional é amplamente baseada em materiais como plásticos e metais raros, que provocam um impacto ambiental significativo. Além disso, no processo de fabricação, muitas vezes são empregadas temperaturas elevadas e vácuo, o que implica alto consumo energético e custo financeiro”, diz Vieira. “Nosso objetivo foi conseguir um resultado igualmente bom com baixo impacto, utilizando materiais pouco convencionais”, diz.

A impressão do circuito foi feita por meio de serigrafia, o mesmo procedimento empregado para estampar camisetas. Como o substrato que sustenta o circuito é a madeira, o dispositivo poderá, no futuro, ser integrado em mobílias inteligentes.

“Além do substrato de madeira, um destaque importante do estudo foi a utilização de mel como eletrólito, o que torna o dispositivo biodegradável e reciclável, reduzindo fortemente os impactos ambientais sem comprometer o desempenho”, sublinha o professor Emanuel Carlos, da Universidade Nova de Lisboa e segundo autor do artigo.

Vale lembrar que os eletrólitos, amplamente utilizados em dispositivos como baterias, transistores eletrolíticos e supercapacitores, são materiais que conduzem eletricidade mediante o movimento de íons dispersos em uma solução. Sejam sólidos, líquidos ou gelatinosos, eles oferecem um meio no qual as cargas elétricas podem se mover.

O artigo enfatiza a excelência do desempenho do transistor, e diz que a bem-sucedida emulação do processo de aprendizado–esquecimento–reaprendizado–esquecimento oferece potencial para seu uso em sistemas neuromórficos sustentáveis.

Dispositivo é capaz de distinguir cores

O segundo artigo, publicado na revista Advanced Functional Materials, relata o desenvolvimento de um dispositivo, feito com materiais biodegradáveis e reutilizáveis, capaz de mimetizar o que ocorre nos fotorreceptores do olho humano.

O dispositivo combina três funções: detectar a luz, processar a informação e armazená-la na memória, e tudo isso em uma única unidade, tal como acontece no olho humano. Mesmo quando desligado, ele pode reter informações armazenadas, uma propriedade conhecida como não volatilidade.

“Nosso dispositivo é capaz de distinguir as cores, tal como se espera que o olho humano faça. Além disso, apresentou um consumo médio de energia muito baixo para cada processo de treinamento, estando entre os melhores resultados relatados”, diz José Diego Fernandes, o segundo autor do artigo, que é pesquisador de pós-doutorado ligado à FCT. “Os dispositivos neuromórficos são inspirados no funcionamento do cérebro, permitindo que o processamento e o armazenamento de dados ocorram no mesmo sítio, o que significa melhor desempenho e menor consumo de energia”, diz.

Jeff Kettle, da University of Glasgow, que foi, juntamente com Neri Alves, um dos coordenadores desse estudo, ressalta a longa colaboração entre o Reino Unido e a Unesp, da qual a nova pesquisa é um desdobramento, e o potencial para inovação que ele oferece. “O estudo é altamente inovador e demonstra que um único transistor pode ser transformado em um pixel de imagem, capaz de distinguir diferentes cores. Seu desempenho e baixo consumo de energia abrem caminho para futuros sistemas eletrônicos sustentáveis”, diz.

O terceiro estudo, também coordenado por Neri Alves e Jeff Kettle, foi publicado em Advanced Sustainable Systems e teve como primeiro autor o pós-doutorando Rogério Miranda Morais, também ligado à FCT. O texto propõe a fabricação de dispositivos eletrônicos por meio da conversão de papel kraft em grafeno, induzida por laser. “Os dispositivos demonstraram excelente condutividade elétrica e desempenho térmico, atingindo temperaturas de até 145,5 °C, com distribuição homogênea de calor. Além disso, a avaliação do ciclo de vida revelou que essa tecnologia tem um impacto ambiental duas ordens de grandeza inferior ao dos eletrônicos convencionais”, diz Morais.

O pesquisador relata que o grafeno induzido por laser (LIG) foi preparado diretamente por síntese in situ a partir de substratos de papel kraft. Espectroscopia Raman e técnicas de microscopia foram utilizadas para analisar a transição das fibras de celulose para flocos de grafeno carbonizado. “Os resultados indicam que a pirólise fototérmica do papel kraft utilizando um diodo laser permite a produção de dispositivos flexíveis de baixo impacto e produtos eletrônicos ecológicos”, diz Morais.

Papel capaz de monitorar pesticidas

Além dos três estudos publicados, um quarto artigo, ainda em fase de revisão, tem como foco a criação de plataformas sustentáveis e eficientes para a detecção de contaminantes ambientais, devido ao uso descontrolado e ao manejo inadequado de pesticidas. O estudo foi conduzido pela pós-doutoranda da UNESP Maíza Ozório e colaboradores, sob a supervisão dos professores Carlos Constantino, da FCT, e Rodrigo Ferrão Martins, da Universidade Nova de Lisboa.

“Nosso objetivo foi a fabricação de plataformas baseadas em papel para aplicações em transistores voltados para o monitoramento de pesticidas como tiabendazol (TBZ) e acefato (ACF). O uso do papel como substrato destaca-se por suas diversas vantagens, incluindo leveza, flexibilidade, baixo custo e impacto ambiental reduzido. A abordagem proposta envolve a fabricação de eletrodos de grafeno induzido por laser (LIG) diretamente nos substratos de papel, além da utilização de nanoestruturas de óxido de zinco e de nanopartículas metálicas (prata ou ouro) para aprimorar o efeito”, conta Ozório.

Como explica a pesquisadora, a relevância do projeto está na possibilidade de desenvolver uma plataforma analítica que combine diferentes técnicas de detecção em um único substrato. “A colaboração entre a Unesp e a Universidade Nova de Lisboa possibilitou a realização da pesquisa. Agora, com o conhecimento adquirido, estou dando continuidade ao projeto, investindo esforços no desenvolvimento de transístores totalmente sustentáveis para aplicações ambientais”, afirma.

A convergência das várias abordagens evidencia a produção de dispositivos neuromórficos baseados em materiais sustentáveis e técnicas de fabricação inovadoras como um dos caminhos para o futuro da eletrônica. “O próximo desafio será escalar essas tecnologias para aplicações comerciais, garantindo sua viabilidade econômica sem comprometer os princípios de sustentabilidade que motivaram sua criação”, diz Alves.

 

Matéria – Jornal da Unesp, por José Tadeu Arantes

 

20 de março de 2025 0 comentários
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Notícias

Garimpos ilegais de ouro podem emitir 3,5 toneladas de carbono por hectare e concentrar mercúrio no solo

por jornalismo-analytica 11 de dezembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Garimpos ilegais de ouro reduzem em até 50% os estoques de carbono de áreas mineradas, especialmente durante estações secas. Como consequência dessa emissão, há aumento de até 70% na disponibilidade de mercúrio (Hg) no solo, representando riscos ambientais e de saúde pública, especialmente para comunidades que vivem próximas a esses locais.

Com base em amostras de solo de regiões de mineração ilegal em quatro biomas, pesquisadores brasileiros verificaram que a liberação de carbono para a atmosfera é, em média, de 3,5 toneladas por hectare, enquanto o acúmulo de Hg pode chegar a 39 quilos por hectare. Os resultados estão em artigo publicado na revista Science of The Total Environment.

Para analisar a dinâmica sazonal dos dois elementos químicos, os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas, como a extração química, a espectroscopia – que avalia como a luz interage com a matéria para identificar substâncias e entender suas propriedades químicas e físicas – e a termogravimetria, que mede a variação de massa de um material conforme ele é submetido a alterações de temperatura.

Ao fazer as avaliações ao longo do tempo, os cientistas detectaram que a mudança da estação chuvosa para a seca pode elevar em até 20% a liberação de carbono para a atmosfera.

“A matéria orgânica no solo tem papel crucial na retenção de mercúrio. Com a mineração e o desmatamento, além de liberar o CO2 para a atmosfera, contribuindo com o aquecimento global, há um acréscimo na disponibilidade de mercúrio no solo. Além disso, as mudanças das estações do ano promovem aumento na liberação de Hg do solo, podendo favorecer a contaminação de corpos d’água, entre eles nascentes, rios e lençol freático, com grande potencial de chegar aos seres vivos”, explica o engenheiro agrônomo Matheus Bortolanza Soares, pesquisador de pós-doutorado vinculado ao Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

Autor correspondente do artigo, Soares recebe bolsa da FAPESP, que também financia o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCARBON), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) sediado na USP e coordenado por Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, coautor do artigo. Também assina o texto Luís Reynaldo Alleoni, pesquisador vinculado ao CCARBON.

“Nossos resultados realçam que a mudança nas estações climáticas [seca e chuvosa] desempenha papel fundamental na manutenção dos estoques de carbono e na regulação da disponibilidade de Hg. A análise da solução do solo mostrou o esgotamento de carbono devido à conversão de pastagem em área de mineração e ao acúmulo de Hg, o que pode representar sérios riscos tanto para os ecossistemas quanto para a saúde humana. Além disso, a contaminação significativa de mercúrio influenciada por fatores climáticos sugere que as mudanças no clima podem exacerbar o transporte e a biodisponibilidade de Hg, levando a maiores desafios ambientais e de saúde pública”, diz Alleoni, que foi orientador de Soares no doutorado e supervisiona seu pós-doutorado, ambos com bolsa da FAPESP.

Paisagens diversas

Os pesquisadores coletaram as amostras em áreas de mineração de ouro nos territórios dos municípios de Tucumã (PA), Colider (MT), Poconé (MT) e Descoberto (MG), que abrangem os biomas Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Para trabalhar nessas regiões, contaram com a ajuda de professores e cientistas de universidades e instituições de pesquisa locais, que fizeram a intermediação com garimpeiros para entrar nas áreas de coleta.

Dados do MapBiomas referentes a 2022 apontam que o Brasil tem 263 mil hectares de garimpo (duas vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro) – dos quais 92% estão na Amazônia. Desse total da floresta tropical, 77% ficam a menos de 500 metros de algum tipo de corpo d’água, como rios, lagos e igarapés.

Considerando os valores médios de estoques de Hg obtidos no estudo liderado por Soares, a estimativa é que esses solos minerados possam abrigar cerca de 10.200 toneladas do metal. A pesquisa destacou que a quantidade de Hg varia significativamente entre os locais analisados, sendo a forma de mineração e a idade dos garimpos os fatores cruciais que influenciaram a dinâmica do mercúrio no solo, afetando diretamente sua concentração e mobilidade.

“Nosso trabalho é pioneiro por ter conseguido quantificar a perda de carbono e o acúmulo do metal nas áreas pesquisadas, além de analisar quanto a mudança das estações do ano afeta esses resultados. Porém, ainda precisamos refinar os dados em escala atômica e molecular para desvendar quais compostos orgânicos têm maior potencial de reter Hg e carbono e compreender melhor o papel do clima nessa interação. Isso é fundamental para avaliar o impacto no Brasil como um todo e os efeitos no clima”, diz Soares à Agência FAPESP.

Os garimpos ilegais – sem registro em agências reguladoras e órgãos ambientais – geralmente usam mercúrio em excesso para viabilizar a separação do ouro dos demais sedimentos, causando uma série de impactos sanitários, ambientais, socioculturais e econômicos.

Na Amazônia, o ouro está presente no ambiente em forma de partículas muito pequenas. Para uni-las e facilitar a extração, é utilizado mercúrio metálico, que forma um amálgama. Quando liberado – após a queima do amálgama ou a lavagem nos rios –, pode sofrer um processo químico (metilação) por ação de microrganismos, tornando-se um composto altamente tóxico.

Ao longo do tempo, os peixes podem acumular o metal em seus tecidos e, quando consumidos, representam risco para a saúde humana. Estudo desenvolvido por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de instituições amazonenses, divulgado em 2023, revelou que peixes dos principais centros urbanos da Amazônia estavam contaminados pelo metal (leia mais em: agencia.fapesp.br/50128).

No organismo humano, o mercúrio provoca distúrbios renais, cardiovasculares e imunológicos, com comprometimento da visão e do sistema respiratório. Também pode afetar o sistema nervoso central, resultando em danos cerebrais e desempenho cognitivo reduzido, como os registrados em indígenas do povo Yanomami de nove aldeias assediadas pelo garimpo em Roraima, segundo estudo da Fiocruz em parceria com a USP. Além deles, os territórios mais ocupados por garimpeiros são as terras indígenas Kayapó e Munduruku.

Estima-se que cerca de 19 mil pessoas, majoritariamente indígenas e ribeirinhos, são diretamente afetadas pela contaminação decorrente da mineração de ouro somente na Amazônia, de acordo com a pesquisa. Nos outros biomas os dados sobre as populações em risco de exposição são menos abrangentes.

No trabalho, os cientistas também citam outro estudo que apontou cerca de 5,4 milhões de hectares de minas legalmente ativas no Brasil, incluindo vários tipos de minério, onde os estoques globais de dióxido de carbono equivalente no solo foram calculados em 1,68 gigatonelada (leia mais em: agencia.fapesp.br/41887).

Com base nesses resultados, há uma perda aproximada de até 0,07 gigatonelada de dióxido de carbono equivalente apenas nas camadas mais superficiais do solo, considerando exclusivamente as áreas legais, independentemente do tipo de mineração, e assumindo perdas de carbono semelhantes entre as diferentes regiões.

Alternativas

Segundo os pesquisadores, para mitigar os danos, é essencial fortalecer as políticas de fiscalização da mineração, incentivar a legalização da atividade e implementar programas de educação ambiental direcionados às comunidades locais. Além disso, é necessário utilizar técnicas capazes de reduzir os impactos causados pela disponibilidade de Hg no solo e na água, como a fitorremediação.

Os cientistas estudaram amostras de uma área de mineração abandonada há mais de 50 anos e observaram sinais de restauração da floresta nativa. Nessa área, os teores de carbono no solo são elevados e os níveis de Hg disponíveis são baixos. No entanto, isso demonstra que o processo de restauração é muito lento e, provavelmente, poderia ser acelerado por meio de pesquisas e o uso de novas estratégias de recuperação.

Para Soares, os resultados obtidos são fundamentais para desenvolver estratégias que promovam o aumento da matéria orgânica no solo visando melhorar a retenção de Hg e minimizar as possíveis emissões de CO2. Essas iniciativas contribuem para mitigar a degradação ambiental causada pela mineração, reduzindo os riscos de contaminação e os impactos negativos sobre o ecossistema.

Atualmente na Inglaterra, o pesquisador está em estágio de pesquisa no exterior com bolsa da FAPESP. O objetivo é desenvolver estratégias para reduzir a contaminação ambiental por meio da adição de nanopartículas de biocarvão e resíduos vegetais, além de compreender como as interações do carbono presente nesses materiais podem influenciar o solo e minimizar os impactos causados pela liberação de Hg.

O artigo Impact of climatic seasons on the dynamics of carbon, nitrogen and mercury in soils of Brazilian biomes affected by gold mining pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969724064350?via%3Dihub.

Matéria – Luciana Constantino | Agência FAPESP
Imagem – Os pesquisadores coletaram amostras em áreas de mineração de ouro nos municípios de Tucumã (PA), Colider (MT), Poconé (MT) e Descoberto (MG), que abrangem os biomas Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica (fotos: Matheus Bortolanza Soares)

11 de dezembro de 2024 0 comentários
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Economia circular: Danone busca reduzir embalagens de origem fóssil pela metade

por jornalismo-analytica 3 de abril de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Nesta terça-feira, 2, a Danone lança um programa para reduzir pela metade o uso de embalagens com materiais de origem fóssil, como o plástico. A iniciativa faz parte da Jornada de Impacto da fabricante de alimentos, lançada há cerca de um ano globalmente. “A Jornada de Impacto Danone é fundamentada em nosso crescimento como B Corp [companhias que fazem parte do Sistema B, que tem como princípio um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo] incorporando impacto em nossa estrutura empresarial, práticas de gestão e indicadores de desempenho”, diz Mário Rezende, diretor de operações e sustentabilidade da Danone.

O executivo lembrou ainda do Projeto Duplo, do início da década de 1970, quando a companhia assumiu que era preciso cuidar da saúde das pessoas e do planeta de forma integrada. “Ali já entendemos que, como negócio, precisamos promover tanto o desempenho econômico como o progresso social”, diz.

 

Economia circular

O Danone Circula, que tem como objetivo promover a transição para um sistema de embalagem circular e de baixo carbono a partir das seguintes metas:

  • Oferecer embalagens 100% reutilizáveis, recicláveis e compostáveis até 2030
  • Reduzir pela metade o uso de embalagens virgens de origem fóssil até 2040, com redução de 30% até 2030, acelerando a reutilização e materiais reciclados
  • Liderar o desenvolvimento de sistemas de coleta eficazes para recuperar ao máximo plásticos utilizados até 2040

Para isto, a companhia está reformulando a atuação em economia circular a partir do design de embalagens, a recuperação de materiais recicláveis e a doação de alimentos. Um destaque é o lançamento, feito em fevereiro, do iogurte  morango 800 gramas em garrafa pet transparente. “Este é um produto bastante representativo para o negócio e que passa a ser vendido num material que tem mais valor para a cooperativa e é 100% reciclado”, explica Scheilla Montanari, gerente de sustentabilidade da Danone no Brasil.

Em poucos meses de estudo e desenvolvimento, a companhia conseguiu fazer a transição para o uso de pet transparente neste produto. A meta agora é ter 100% de garrafas recicláveis — atualmente são 75%. Outra prática relacionada é a venda do alimento em embalagem mais leve. “Reduzimos em 27% a quantidade de plástico nas embalagens desde 2021. Isto é parte do resultado da nossa meta de reduzir o uso de materiais de origem fóssil, ou seja, plástico virgem, em 50% até 2040″.

Relação com cooperativas

Para conseguir avanço, a Danone tem atuado com as cooperativas e catadores de recicláveis, de modo a entender as necessidades deles ao longo do processo. Com a startup Yattó, de soluções de reciclagens para materiais complexos, a companhia desenvolveu, no ano passado, o projeto Recicla PS, focado na reciclagem das bandejas de iogurtes, que tem baixo valor no mercado. O piloto foi executado em 13 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, com cerca de 30 cooperativas de catadores e 500 cooperados.

Na fase piloto foram recuperadas mais de 25 toneladas de PS, o equivalente a 8,3 milhões de bandejas de Danoninho, gerando uma renda de 30 mil reais para os catadores, e menos 45 metros cúbicos de resíduos que deixaram de ser destinados a aterros sanitários.

“O desafio nesse caso é gerar valor para a venda do PS para que ele não fique parado na cooperativa ou sem o interesse dos catadores. Para isto, além da conscientização, promovemos um incentivo financeiro ao oferecer valor superior do material de R$ 0,5 a R$ 1,2/kg. Com isto, esperamos que o material passe a ser mais valorizado”.

Descarbonização e agricultura regenerativa

Na frente de mudanças climáticas o foco da Danone está na descarbonização, a partir de metas como ter 30% das matérias-primas provenientes da agricultura regenerativa até o próximo ano; reduzir 30% das emissões de metano do leite fresco até 2030 e melhorar em 30% a eficiência energética até 2025.

Para a agricultura regenerativa, por meio do chamado Projeto Flora, de 2019, a Danone investe 1 milhão de reais ao ano em ações que apoiam e capacitam pequenos a grandes produtores leiteiros, viabilizado a aplicação de novas técnicas com a intenção de disponibilizar as ferramentas necessárias para promover uma produção de leite mais sustentável.

“Temos um time de especialistas que auxiliam os produtores no entendimento de como preservar o solo a partir de técnicas de plantio e cobertura, por exemplo, assim como aproveitar melhor a água”, diz Taisa Costa, gerente de sustentabilidade da Danone no Brasil. De acordo com ela, nas primeiras etapas, foram observados o aumento de produtividade, margem líquida e rentabilidade por hectare.

Para o bem-estar animal, em novembro, a Danone lançou o programa “Fazenda Tudo de Bem”. Com um investimento de 3 milhões de reais, a primeira fase conta com um diagnóstico para garantir as melhorias necessárias. Por meio de treinamento técnico e desenvolvimento de materiais, a Danone busca melhores resultados no manejo e instalação dos animais em todo o ciclo de vida.

Uma terceira frente é o olhar social em busca de melhora na renda do produtor. “Quando ele percebe melhora na produtividade, é possível ter mais ganho e até influenciar na gestão da fazenda por meio da melhoria de processos e do interesse dos jovens na continuidade do trabalho familiar ao invés do exôdo”, diz.

“Nossoo objetivo é ter, já neste ano, produtos que sejam baixo em emissões de carbono da produção do leite e embalagem até o transporte para as prateleiras dos supermercados”, diz Taísa.

 

Matéria – Exame, Por Marina Filippe

Imagem – Fábrica da Danone em Poços de Caldas (Danone/Divulgação)

3 de abril de 2024 0 comentários
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Brasil pode ser destaque como provedor de soluções de baixo carbono

por jornalismo-analytica 20 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram dia 15, o estudo do Programa de Transição Energética (PTE), que traz um diagnóstico do setor de energia brasileiro, elaborado a partir de debates organizados ao longo deste ano. Autoridades públicas e tomadores de decisão da iniciativa privada participaram dos debates.

Uma conclusão é a de que a transição energética (TE) pode ser um importante impulso para uma economia mais sustentável, com o Brasil tendo lugar de destaque no mundo como provedor de soluções de baixo carbono para outras regiões. “O país já apresenta um setor elétrico majoritariamente renovável que se expande com soluções renováveis extremamente competitivas em termos globais, podendo este ser o vetor para a produção em larga escala de hidrogênio verde”, indica o documento.

Além disso, o Brasil se apresenta como uma das lideranças globais em bioenergia, tendo importante participação de biocombustíveis nos transportes, com o etanol e o biodiesel; e na geração de eletricidade. Também tem capacidade de desenvolver competências em novas formas avançadas de biocombustíveis, entre eles o etanol celulósico, o diesel hidrogenado, o bioquerosene, e biogás/biometano.

A análise revelou que o setor de óleo e gás (O&G) brasileiro é considerado dinâmico e estruturado, com grande expertise técnica, capacidade de investimento e desenvolvimento tecnológico.

A análise do programa mostra tendências e incertezas para o setor, relacionadas ao contexto geopolítico da transição energética, e destaca os efeitos da pandemia de covid-19, que determinou as ações dos países ao redor do mundo.

Mudança climática

O documento reforça ainda a percepção da urgência de mudança climática, ampliando as necessidades por ações ambientais concretas. “A preocupação mundial com as mudanças climáticas se acentuou e as ações e políticas que estão sendo desenvolvidas irão se consolidar, produzindo, ao longo das próximas décadas, uma mudança estrutural na configuração da matriz energética mundial que, sozinha, corresponde por 3/4 das emissões globais.”

Conforme o documento, 72% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil são geradas pelo uso da terra e da agropecuária. Por isso, para os pesquisadores é evidente que o grande desafio para o país alcançar as metas climáticas passa pelo “desenvolvimento de um setor agropecuário de baixo carbono e o controle do desmatamento irregular. Nesse campo, a regulamentação dos créditos de carbono, junto com políticas públicas eficazes para ‘manter a floresta em pé’, pode ter uma contribuição importante”.

O estudo defende também uma forma de “conciliar a dinâmica da recuperação econômica global com a construção de um sistema energético mais limpo e sustentável em um prazo factível para as metas traçadas no Acordo de Paris.”

Demanda

Os desafios para melhorar o bem-estar das demandas dos grandes centros urbanos brasileiros, conforme sugere a análise, podem andar junto com os objetivos climáticos. Como exemplo, citou a eletrificação da frota de veículos pesados, principalmente os ônibus urbanos nos quais os motores elétricos são mais eficientes que os de combustão.

Regulação

Dois pontos foram considerados fundamentais para que as tecnologias disponíveis sejam escolhidas pelo valor que elas agregam à sociedade: o desenvolvimento regulatório e o planejamento. Além disso, é preciso promover a coordenação entre os setores público e privado, permitindo que o país se prepare para as oportunidades e também para as ameaças da transição energética.

“Não existe apenas uma única trajetória no processo de transição energética. Cada país terá que buscar o seu próprio caminho procurando capturar as oportunidades de congregar crescimento econômico e sustentabilidade, ao passo que consolida uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, o Brasil não terá uma agenda para a TE igual à da Europa ou dos EUA, uma vez que, considerando seu parque gerador elétrico renovável e o peso do setor de biocombustíveis, o Brasil já vem, há décadas, realizando a sua transição.”

Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

20 de dezembro de 2021 0 comentários
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