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biotecnologia

Notícias

Biotecnologia, Melhoramento Genético e Bem-Estar Animal: O Futuro do Agronegócio Brasileiro

por jornalismo-analytica 1 de abril de 2025
escrito por jornalismo-analytica

O Brasil é um gigante do agronegócio. Com o maior rebanho bovino comercial do mundo e a liderança global na exportação de carne bovina, o país também se destaca como o terceiro maior produtor de leite. No entanto, apesar desse protagonismo, a produtividade nacional ainda está aquém de seu potencial. Diante desse desafio, a adoção de biotecnologias, aliada ao melhoramento genético e a práticas de bem-estar animal, surge como um caminho estratégico para impulsionar a eficiência do setor.

Segundo a médica veterinária Karina Rubin, especialista em biotecnologia da reprodução pela Universidade Estadual de Londrina, essas inovações não apenas ampliam a produtividade, mas também fortalecem a sustentabilidade e a qualidade dos produtos agropecuários. “Quando bem implementadas, as biotecnologias contribuem para um sistema de produção mais eficiente e ético, garantindo melhor aproveitamento dos recursos naturais, como solo e água, além de reduzir o impacto ambiental da pecuária”, destaca Karina.

Um dos grandes benefícios do avanço biotecnológico no setor agropecuário é a possibilidade de otimizar o manejo reprodutivo, reduzindo taxas de estresse animal e aumentando a resistência a doenças. Técnicas como a reprodução assistida, a seleção genética avançada e a nutrição de precisão não apenas aceleram a evolução genética dos rebanhos, mas também resultam em produtos de maior valor nutricional. “A integração entre tecnologia e bem-estar animal não é apenas uma exigência do mercado, mas um diferencial competitivo para os produtores que buscam eficiência e qualidade”, reforça Karina Rubin.

A produtora rural Marisa Saad, administradora dos negócios rurais da família, compartilha essa visão. Para ela, a biotecnologia reprodutiva e as práticas de bem-estar animal são essenciais para garantir um agronegócio mais sustentável e produtivo. “Esses fatores ainda precisam ser mais explorados no Brasil. A aplicação correta dessas tecnologias gera um impacto direto na produção e na rentabilidade, permitindo que os produtos agropecuários alcancem um padrão superior de qualidade”, avalia Marisa.

Além dos benefícios diretos para a produção, o uso dessas tecnologias impulsiona a competitividade do Brasil no mercado global. Países que adotam rapidamente inovações tecnológicas aumentam sua eficiência produtiva e conquistam maior participação no comércio internacional. Nesse contexto, investir em biotecnologia e bem-estar animal não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para garantir que o agronegócio brasileiro continue crescendo de forma sustentável e se consolidando como referência mundial.

Matéria – Por PressWorks

1 de abril de 2025 0 comentários
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Notícias

Pesquisa revela como patógenos inativam sistema de defesa de plantas

por jornalismo-analytica 13 de novembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Em artigo divulgado na revista Nature Communications, pesquisadores brasileiros detalham como a bactéria causadora do cancro cítrico, a Xanthomonas citri, metaboliza compostos tóxicos relacionados à lignina – molécula presente na parede celular das plantas, conferindo-lhe resistência, rigidez e proteção contra patógenos. Os resultados, portanto, ajudam a entender como o microrganismo age para superar o sistema de defesa vegetal.

O estudo foi conduzido com apoio (projetos 19/06921-7, 19/08590-8, 22/01070-1 e 21/07139-0) da FAPESP no Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR-CNPEM), no âmbito de um projeto que busca aumentar a produção de bioquímicos e outros produtos a partir de biomassas. Seus resultados também poderão auxiliar no combate a doenças que afetam a agricultura, em especial a cultura de cítricos.

Como explicam os autores, a pesquisa visa o desenvolvimento de fábricas microbianas capazes de transformar biomassas vegetais em biocombustíveis, bioquímicos e outros biomateriais, como etanol e bioplásticos. Este trabalho recente enfocou microrganismos pouco estudados, buscando-se entender todas as etapas enzimáticas necessárias para transformar os blocos de construção da lignina em outros produtos químicos.

“Enquanto muitos estudos se concentravam em bactérias de solo, havia uma lacuna no conhecimento sobre patógenos de plantas, o que levou a equipe a se concentrar nesse aspecto”, explicou à Assessoria de Imprensa do CNPEM Priscila Oliveira de Giuseppe, autora principal do artigo.

A pesquisa não só avança na compreensão fundamental do metabolismo de compostos aromáticos, mas também abre novas possibilidades para aplicações biotecnológicas. “Queríamos explorar o inexplorado e entender como a Xanthomonas citri supera o desafio da toxicidade dos compostos de lignina e os transforma em outras moléculas de interesse industrial, um tema pouco abordado na época”, disse.

O artigo descreve como a Xanthomonas citri processa três principais precursores da lignina, os álcoois p-cumarílico, coniferílico e sinapílico. E revela como essa bactéria se protege do efeito tóxico de alguns produtos da degradação dessas moléculas. Esses compostos desempenham um papel vital nas defesas das plantas contra patógenos e também têm potencial como fonte renovável de carbono para a produção de produtos químicos de base biológica.

Além da contribuição para a ciência fundamental, a descoberta de uma nova via metabólica na Xanthomonas citri abre perspectivas promissoras para o desenvolvimento de novas estratégias de manejo de doenças e produção sustentável de químicos.

Controle de pragas

A bactéria causadora do cancro cítrico tem um grande impacto na produtividade, sobretudo na cultura de laranja, muito suscetível à praga. Mas as implicações do trabalho se estendem para todo o setor agrícola, tanto no desenvolvimento de plantas mais resistentes a patógenos quanto em tratamentos para combate a pragas causadas por bactérias do gênero Xanthomonas.

Neste ano, a produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais deve ter uma queda de 24%, conforme estimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), causada por doenças e pela seca. O Brasil, maior produtor mundial de laranja segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é responsável por 21,5% da produção global, com São Paulo concentrando 77,2% da produção nacional. O Brasil responde por 79% do suco de laranja comercializado globalmente, segundo a Associação Nacional de Exportadores de Suco (CitrusBR).

O desenvolvimento da pesquisa pode ter aplicações ainda mais amplas na área agrícola, já que o gênero Xanthomonas engloba várias espécies que infectam diferentes outras plantas além da laranja, como morango, banana, feijão, cana-de-açúcar, repolho e muitas outras.

O artigo Resolving the metabolism of monolignols and other lignin-related aromatic compounds in Xanthomonas citri pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41467-024-52367-6.

Matéria – Agência FAPESP

Imagem – Folhas de laranja infectadas por Xanthomonas citri (foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP)

13 de novembro de 2024 0 comentários
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Notícias

Ordenha vegetal: conheça a biotecnologia que está revolucionando a indústria cosmética

por jornalismo-analytica 15 de maio de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Uma biotecnologia chamada ordenha vegetal (plant milking, em inglês) promete impulsionar uma revolução sustentável na indústria da beleza nos próximos anos. A técnica oferece formas alternativas para se obter ingredientes raros para a fabricação de cosméticos, cuja produção não seria economicamente viável nos processos de cultura padrão.

Usado há 18 anos, com o pioneirismo de uma empresa francesa de biotecnologia, o método voltou a ganhar destaque este ano, à medida que aumenta a pressão dos consumidores por produtos cosméticos não só mais naturais e poderosos, mas também mais ecologicamente responsáveis.

O mecanismo, inclusive, foi apontado pela WGSN, especialista global em previsão de tendências, como uma das grandes tendências de 2024 que vão influenciar o desenvolvimento de produtos e o comportamento do consumidor no futuro.

A ordenha é uma metodologia inovadora que permite extrair ativos das raízes vivas das plantas, a sua parte mais rica em nutrientes e antes pouco explorada pelo difícil acesso subterrâneo, para produzir compostos raros em escala industrial. Os compostos incluem vitaminas, antioxidantes e outras moléculas bioativas benéficas para a pele.

Extratos mais puros, concentrados e sustentáveis

A tecnologia envolve a extração desses compostos de maneira suave, não destrutiva, preservando a pureza e a integridade das biomoléculas. Os benefícios são, primeiro, dermocosméticos muito mais potentes e eficazes e, segundo, obtidos com baixo impacto ambiental.

Os métodos convencionais de extração de princípios ativos envolvem a colheita de plantas inteiras, o que prejudica a biodiversidade e, proporcionalmente, exigem grandes quantidades de material vegetal para conseguir uma pequena quantidade de extrato.

A ordenha vegetal, ao contrário, é mais eficiente e sustentável, porque preserva as plantas usadas, requer menos material vegetal para produzir o mesmo volume de ativos naturais e não precisa de uma cultura em larga escala, uma vez que as mesmas plantas podem ser ordenhadas várias vezes ao ano, de forma reciclável.

Segundo Amandine Werle, especialista da Clariant Actives & Natural Origins, em entrevista ao site Cosmectics Design, o procedimento também usa menos água e solo e ainda é 100% rastreável, ou seja, o consumidor pode acompanhar todo o processo, desde as sementes até o ativo final.

As raízes crescem no ar, não no solo

É no ápice das raízes vivas que a maioria das substâncias ativas é produzida e armazenada, mas é muito difícil colhê-las usando métodos agrícolas tradicionais. A ordenha vegetal, no entanto, utiliza um sistema aeropônico, em que as plantas são cultivadas sem solo, em estufas. Elas crescem em prateleiras, com as raízes penduradas no ar, permitindo fácil acesso.

As espécies, selecionadas conforme as substâncias que produzem em suas raízes, são mantidas em um ambiente altamente controlado e recebem uma dieta especial, farta em nutrientes, que as induz a desenvolverem raízes mais longas e produzirem moléculas específicas em maior quantidade e concentração do que em um ambiente natural.

A exsudação radicular, como é chamado o processo de retirada das biomoléculas das raízes, é realizada embebendo suavemente essas raízes, devidamente aderidas às plantas vivas, em solvente atóxico por um breve período (que varia conforme a planta e o ativo a ser recuperado). Então, parte do bioativo desejado é extraído de parte da raiz, sem causar danos à saúde da planta.

Todos os tipos de plantas podem ser ordenhados, de acordo com Werle, porém algumas respondem melhor ao cultivo aeropônico e aos estímulos do que outras. A quantidade de ordenhas também varia. “Algumas, como a luffa cylindrica, permitem seis retiradas por ano, enquanto que a amoreira pode ser colhida de duas a três vezes ao ano”, exemplifica.

Empresa francesa foi a pioneira

Quem desenvolveu a tecnologia da ordenha vegetal foi a empresa francesa Plant Advanced Technologies (PAT), sediada na cidade de Nancy. Reconhecida pelos processos de ponta e de origem responsável, ela produz ativos botânicos de alto valor para o mercado cosmético principalmente. Uma de suas parceiras é, aliás, a Clariant.

A companhia trabalha também com extratos personalizados, investigando e aprimorando de forma natural o ativo desejado pelo cliente. Para isso, os pesquisadores químicos da PAT se dedicam continuamente ao desenvolvimento de novas formas de síntese para otimizar as funções das moléculas criadas pela natureza.

Um exemplo do resultado é o ingrediente lançado este ano, extraído da raiz de Spiraea ulmaria, “um tesouro natural de moléculas com atividades biológicas comprovadas para a pele”, segundo a empresa.

Graças à estimulação, a planta produz compostos 96 vezes mais concentrados na comparação com o cultivo no solo. Os testes de eficácia demonstraram que, a partir do 14º dia, o produto melhora em 52% o equilíbrio da pele e a mantém 60% mais hidratada e protegida de agentes externos.

Com cerca de 1.000 espécies de plantas processadas e mais de 1.800 em catálogo, além dos ingredientes para o mercado da beleza, a PAT tem moléculas em desenvolvimento também na área medicinal, como anticancerígenas, anti-Alzheimer e anti-inflamatórias, abrindo novas portas para uso da natureza a favor do ser humano.

“As plataformas vegetais que elaboramos oferecem perspectivas incomparáveis ​​para a detecção e exploração de ativos inacessíveis até agora”, salienta Jean-Paul Fèvre, fundador e presidente da PAT. “Nossa ambição é ser um ator chave na produção de ingredientes raros com alto valor para a saúde através de tecnologias disruptivas”, acrescenta.

 

Matéria – EXAME Solutions

Imagem – Cosméticos de alta qualidade: técnica usa biologia molecular, bioquímica, microbiologia e genética vegetal para extrair ativos naturais até 96 vezes mais concentrados. (Morsa Images/Getty Images)

 

15 de maio de 2024 0 comentários
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Notícias

Biorrevolução, entenda como ela já está transformando a vida de todos

por jornalismo-analytica 11 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

O que biologia tem a ver com inteligência artificial, automação e análise de dados? Muito mais do que se imagina. Os grandes avanços vistos nos últimos anos nessas áreas estão totalmente interligados, acelerando o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis no nosso cotidiano.

Essa confluência do progresso dos dois lados está promovendo a chamada biorrevolução, uma megatendência com impacto significativo em diversos campos, principalmente saúde, energia e agricultura, segundo relatório do McKinsey Global Institute.

“Cerca de 400 casos de uso, quase todos cientificamente viáveis ​​hoje, já são visíveis. Essas aplicações por si só poderiam ter um impacto econômico direto de até US$ 4 bilhões de dólares por ano durante os próximos dez a 20 anos”, diz o documento.

Impulsionada pela digitalização, crescente conectividade e queda dos custos, a onda de inovação já desempenha papel importante na resposta aos desafios globais, incluindo as mudanças climáticas, embora ainda esteja só no início.

De acordo com a Embrapa, na agricultura em especial, as biotecnologias já estão gerando ganhos de produtividade, controle de pragas e geração de novas fontes de energia, entre outras melhorias, associadas à redução de custos, de tempo e de prejuízos ao meio ambiente. De fato, uma revolução.

Menos adubo, mais produtividade

Apenas dentro do ramo da biologia sintética – que une análises computacionais com princípios da engenharia genética, remodelando sistemas biológicos existentes ou construindo novos componentes –, são diversos os exemplos de soluções para questões complexas da agricultura e da alimentação. Veja alguns:

– Microorganismos presentes no solo poderão ser aprimorados para ampliar a capacidade de absorção de nutrientes pelas plantas, garantindo menor uso de fertilizantes químicos, maior fixação de carbono, colheitas mais nutritivas, aumento da retenção de água e prevenção da erosão.

– Alterações genéticas poderão ser projetadas para fins específicos, conforme informações da Embrapa: diminuir perdas de safras, por exemplo, mudando a resposta celular das plantas a agentes causadores de doenças.

– Da mesma forma, na pecuária será possível influenciar a quantidade de gás metano gerada por bovinos.

– Micróbios geneticamente modificados podem ser usados na produção de moléculas de interesse econômico, como enzimas usadas na fabricação de biodiesel e bioetanol a partir de diversos substratos provenientes do agro.

Sistemas agrícolas sustentáveis

Soluções que incluem uso de nanotecnologia na agropecuária também são exemplos da biorrevolução que está em curso, em diferentes aspectos.

– Herbicidas e pesticidas podem ser mais eficientes quando nanoestruturados, sendo assim necessárias doses menores.

– Nanofertilizantes são mais eficientes no uso de nutrientes, diminuem o custo de produção, ampliam a tolerância da planta a fatores de estresse e estimulam a atividade de microrganismos benéficos para a planta, fortalecendo sistemas agrícolas sustentáveis.

– Nos alimentos prontos, será possível adicionar menor quantidade de sal e açúcar, já que a redução de partículas desses ingredientes para a nanoescala intensificam a percepção de gosto.

– Nanopartículas de polissacarídeos poderão simular gordura, por meio da alteração da textura.

– Técnicas de nanofabricação de embalagens servirão para dosar a permeabilidade e criar superfícies resistentes a micróbios, aumentando a durabilidade dos alimentos.

– Nanossensores poderão integrar embalagens inteligentes, monitorando aspectos relacionados à segurança e qualidade de alimentos. Também serão usados na agricultura de precisão, auxiliando produtores rurais com informações sobre as condições do clima, da planta e do solo.

 

60% do que usamos para viver pode ser biológico

Esses são só algumas amostras do que está vindo com a biorrevolução – muitos desses avanços, inclusive, que já estão colocados em prática e dando resultados, além dos progressos em diversas outras áreas.

Segundo o relatório da McKinsey, há potencial para que 60% dos materiais físicos que usamos globalmente sejam produzidos biologicamente. As descobertas são surpreendentes: a fermentação, usada há séculos para fazer pão e cerveja, por exemplo, agora está servindo para criar tecidos como a seda artificial de aranha.

Ainda que haja um longo caminho pela frente, “um progresso modesto nesse sentido poderia transformar as economias, as sociedades e as nossas vidas, incluindo o que comemos e vestimos, os medicamentos que tomamos, os combustíveis que utilizamos e a forma como construímos o nosso mundo físico”, prevê a McKinsey.

Matéria – EXAME Solutions

11 de setembro de 2023 0 comentários
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Notícias

Cientistas usam solvente ‘verde’ e pigmento natural na produção de bioplástico

por jornalismo-analytica 18 de abril de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas desenvolveram um processo sustentável que aproveita solventes “verdes” usados na extração de pigmentos de biomassa de leveduras para fabricar plásticos biodegradáveis. Artigo publicado na revista científica Green Chemistry mostra que esse plástico “verde” poderá, no futuro, ser usado em embalagens “inteligentes”, com propriedades antioxidantes e antimicrobianas.

Com empregos similares aos dos plásticos convencionais derivados do petróleo, gás e carvão, que levam centenas de anos para se decompor, os bioplásticos produzidos a partir de cana-de-açúcar, milho e batata começam a chegar ao mercado como alternativa sustentável.

Depois de mais de oito anos de estudos, os pesquisadores demonstraram que solventes eutéticos, chamados “verdes”, são eficazes para extrair os carotenoides astaxantina e betacaroteno, ambos pigmentos antioxidantes, da biomassa da levedura Phaffia rhodozyma. Esses pigmentos naturais são de grande interesse comercial pela aplicação em diversas áreas industriais, como alimentícia, de cosméticos e farmacêutica, entre outras.

Processo sustentável foi descrito por pesquisadores de universidades brasileiras e portuguesas na revista Green Chemistry. Material poderá dar origem a embalagens “inteligentes”, com propriedades antioxidantes e antimicrobianas (pigmentos naturais extraídos de levedura; foto: acervo dos pesquisadores)

 

A pesquisa concluiu ainda que os solventes podem ser usados, simultaneamente, como agentes extratantes (para extração de compostos) e como plastificantes para a preparação de filmes biodegradáveis à base de amido bioativo, sem a necessidade de purificação adicional.

“Demonstramos em uma prova de conceito que é possível fazer todo o processo de produção de um pigmento natural de forma sustentável. Trabalhamos com duas linhas, sendo uma delas a de produção de pigmentos à base de leveduras e a extração desses compostos naturais de alto valor econômico usando solventes eutéticos, que são uma mistura de componentes biocompatíveis e biodegradáveis. A outra foi a de utilizar esses extratos para fabricar biomateriais, como o bioplástico à base de amido”, explica o professor Jorge Fernando Brandão Pereira, do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e um dos autores correspondentes do artigo juntamente com Cassamo Ussemane Mussagy.

O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de quatro projetos (20/08655-0, 19/15493-9, 18/06908-8 e 15/11759-3) e é parte do pós-doutorado realizado por Mussagy na Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), sob a orientação do professor Adalberto Pessoa Junior.

“Buscamos alternativas aos pigmentos sintéticos e aos processos de extração que utilizam solventes poluentes. Trabalhamos com métodos sustentáveis para obter os pigmentos naturais e, a partir de solventes verdes, aplicá-los posteriormente em plásticos biodegradáveis”, conta Mussagy à Agência FAPESP.

Os pigmentos são empregados há séculos para realçar ou restaurar a aparência original de diferentes produtos e garantir a uniformidade. Nos últimos anos, com a crescente busca do consumidor por produtos mais saudáveis e de alto valor nutricional, além das preocupações com os ecossistemas, o mercado tem procurado substituir os pigmentos sintéticos por compostos naturais, que não poluem e podem apresentar atividades biológicas, como ação antioxidante (astaxantina) e antimicrobiana.

Segundo os pesquisadores, estudos científicos que vêm sendo desenvolvidos para produção e extração desses pigmentos naturais a partir de microrganismos devem contribuir com aumento da oferta no mercado, podendo ser empregados em diversificados produtos, como os bioplásticos. Também chamados de biopolímeros, eles representam menos de 1% dos 367 milhões de toneladas de plástico fabricados por ano no mundo, de acordo com a organização European Bioplastics, representante das indústrias.

Com a pressão para reduzir a utilização de plásticos de origem fóssil devido à poluição e ao volume de lixo produzido, o setor de biopolímeros prevê um crescimento nos próximos anos, impulsionado pela demanda por alternativas sustentáveis vinda das áreas de embalagens, eletroeletrônicos e até têxteis. A estimativa é que a produção aumente de cerca de 2,42 milhões de toneladas em 2021 para 7,59 milhões de toneladas em 2026.

O desenvolvimento de novos biopolímeros tem sido o foco principal do grupo de pesquisa do professor na Unesp Rondinelli Herculano, que colaborou na pesquisa ndo bioplástico à base de amido.

No Brasil, o relatório “Atlas do Plástico”, divulgado em 2020 pela Fundação Heinrich Böll, organização alemã sem fins lucrativos, apontou que 11 milhões de toneladas de plástico foram descartados em 2018. Representou 13,5% do volume de resíduos naquele ano, colocando o país como o quarto maior produtor de lixo plástico. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), a poluição plástica é uma ameaça crescente em todos os ecossistemas, especialmente os aquáticos, já que compõe 85% dos resíduos que chegam aos oceanos.

“Os processos atuais de produção industrial ainda são agressivos, mesmo que o produto seja biodegradável. Um exemplo é o do papel que, apesar de ser renovável e reciclável, tem, majoritariamente, métodos de fabricação não sustentáveis, isto é, com alto consumo de energia, de água e de compostos químicos tóxicos. Nesta pesquisa, demonstramos que é possível obter bioplásticos utilizando uma plataforma integrada e mais sustentável”, afirma Pereira.

O processo

Os cientistas produziram os carotenoides cultivando a Phaffia rhodozyma em biorreator. Posteriormente usaram líquidos iônicos e solventes eutéticos à base de colina, uma das vitaminas do complexo B produzida pelo organismo humano e encontrada na natureza, conjugados a ácidos graxos (butanoicos) para extrair os pigmentos da levedura.

Tanto os líquidos iônicos como os eutéticos são apontados como “solventes ideais” para a extração de compostos de matrizes naturais, principalmente por suas propriedades de solvatação, fenômeno que ocorre quando um composto iônico se dissolve em uma substância polar sem formar uma nova.

Para maximizar a recuperação de astaxantina (um dos mais importantes antioxidantes naturais produzidos por leveduras ou microalgas) e de betacaroteno, os pesquisadores testaram cinco concentrações de biomassa-solvente (relação sólido-líquido), considerada um parâmetro crucial em procedimentos de ruptura celular para recuperar moléculas intracelulares de biomassas microbianas.

“Empregamos os biossolventes para que o pigmento fosse extraído da biomassa da levedura e pudesse ser aplicado. Detectamos que o solvente com melhor resultado, além de extrair o corante da biomassa do microrganismo, também atuou como agente plastificante para embalagem”, diz a professora da Unesp Valéria de Carvalho Santos Ebinuma, uma das orientadoras do trabalho.

“Para termos pesquisas de alto nível, é preciso investimento constante e de longo prazo. Por isso, o apoio da FAPESP é importante”, afirma Mussagy.

Os próximos passos agora têm como foco a aplicação dos resultados para demonstrar que as embalagens com esse tipo de plástico “verde” podem ser usadas com várias finalidades, incluindo a indústria alimentícia.

O artigo Ionic liquids or eutectic solvents? Identifying the best solvents for the extraction of astaxanthin and β-carotene from Phaffia rhodozyma yeast and preparation of biodegradable films pode ser lido em:  https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2022/gc/d1gc03521e.

 

FONTE: Luciana Constantino | Agência FAPESP

18 de abril de 2022 0 comentários
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Em foco

Produção Brasileira com Tecnologia Alemã: Placa de Petri da Greiner Bio-One

por jornalismo-analytica 17 de setembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica
Eficiente. Segura. Completa.
A placa de Petri da Greiner Bio-One é a escolha certa para o seu negócio

 

Contribuindo para a ciência dar um passo à frente, a Greiner Bio-One desenvolveu, produziu e apresentou ao mercado, em 1963, a primeira placa de Petri de plástico, tornando-a referência de mercado e uma das principais fornecedoras da área, com produção superior a 120 milhões de unidades por ano na Europa. Nada mais justo do que trazer, diretamente dos pioneiros, a tecnologia e know-how consagrados mundialmente, para suprir o mercado brasileiro com a melhor placa de Petri. Agora, a unidade da Greiner Bio-One de Americana produz placas de Petri de 90x15mm, e possui estoque local que pode chegar rapidamente as bancadas de todo país.

De uso indispensável em laboratórios microbiológicos para o crescimento de microrganismos como bactérias e fungos, as placas de Petri estão disponíveis em diversos formatos e tamanhos, para cada tipo de necessidade. Com excelente transparência ótica para análises microscópicas, bem como resistência ao calor (podem ser usadas com ágar quente), são produzidas em poliestireno de alta qualidade e são as mais leves do mercado, contribuindo para práticas sustentáveis na redução de resíduos descartados. Além disso, possuem pequena borda na tampa permitindo uma quantidade limitada de troca de ar – que é requisito essencial para o crescimento aeróbico de bactérias e fungos, são fáceis de empilhar e compatíveis com os principais equipamentos automatizados disponíveis no mercado.

A esterilização é feita por radiação ionizante (E-Beam), por ser um processo livre de resíduos e ecológico, além de não causar impactos na qualidade do ar ou da água. Outra vantagem dessa metodologia de esterilização é o menor tempo de exposição, evitando rompimentos e efeitos de envelhecimento a longo prazo, fator que pode ocorrer com polipropileno quando submetido à radiação prolongada. Dessa forma, as placas de Petri da Greiner oferecem alto grau de segurança e eficiência para pesquisas médicas e farmacêuticas, principalmente em relação as placas esterilizadas por outras metodologias (ex: óxido de etileno (ETO), altamente tóxico e agressivo ao ambiente externo).

Origem e evolução das Placas de Petri

Antigamente, todas as culturas eram realizadas por meio de tubos de vidro com declives. A placa de Petri foi inventada e aprimorada na década de 1880 pelo físico militar Julius Richard Petri e, por isso, recebe este nome. Ele percebeu a vantagem de culturas em crescimento em placas abertas, ao invés de tubos, para aumentar a área de estrias para a obtenção de colônias isoladas. Nesta época, a tecnologia que dispunham em laboratórios de microbiologia era jarros e garrafas. Aplicava-se os meios de cultura numa base de ágar em uma placa aberta de vidro, que era coberta com uma campânula, também de vidro. Como a campânula era removida toda vez que precisasse visualizar as culturas, a exposição ao ar era contínua, o que resultou na contaminação de vários de seus experimentos. A frustração de Petri permitiu que ele buscasse uma nova forma para alcançar resultados mais exatos em suas pesquisas.

Em 1887, Julius Petri teve a ideia de colocar uma tampa um pouco maior na parte superior da placa que continha os meios de cultura. Mais simples, este método provou também ser mais confiável que a campânula, resultando assim, o formato conhecido da placa de Petri. Petri publicou mais de 150 artigos sobre bacteriologia e higiene, e sua invenção o eternizou. Devido às necessidades da época, as placas de Petri só existiam na versão de vidro que possuía algumas limitações como:  manutenção de limpeza cada vez que fossem utilizadas para um novo propósito para não contaminar os estudos posteriores, cuidados especiais para evitar quebra, rachaduras, e a questão da variação não controlada da troca de ar.

As grandes conquistas da ciência, como crescimento de células com circuitos eletrônicos integrado, clonagem de órgãos, melhor entendimento do comportamento dos vírus e muitas outras, são pesquisas que foram iniciadas utilizando a placa de Petri. Embora outros métodos de estudo de microrganismos em laboratório estão surgindo, a necessidade de ter uma capacidade básica confiável de cultura rápida de microrganismos num ambiente estéril sempre existirá.

 

Para saber mais, acesse: www.gbo.com, ou entre em contato info@br.gbo.com.

 

17 de setembro de 2021 0 comentários
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Notícias

Descoberta facilita busca por fármaco capaz de sabotar a replicação do SARS-CoV-2

por jornalismo-analytica 19 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) desvendaram detalhes do processo de maturação da principal enzima envolvida na replicação do novo coronavírus, conhecida como 3CL. A descoberta, descrita no Journal of Molecular Biology, facilita a busca de medicamentos capazes de sabotar esse processo logo no início.

“Em um ano e meio de pandemia, já temos, no mínimo, meia dúzia de vacinas em uso clínico, mas nenhum fármaco com comprovada eficácia e segurança. Antiviral é mesmo mais difícil de desenvolver. Porém, ainda que tenhamos bons imunizantes, obter um medicamento para a COVID-19 segue sendo muito importante, caso o vírus escape da vacina”, afirma Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

No artigo, os cientistas descrevem o mecanismo molecular pelo qual a principal protease do SARS-CoV-2 – enzima responsável pela multiplicação do vírus – se autoprocessa, tornando-se ativa para replicar o material genético do patógeno (RNA) dentro da célula hospedeira.

“Quanto mais entendemos o metabolismo do vírus e suas etapas de replicação, mais facilmente conseguimos vislumbrar alvos nesse processo para, então, desenvolver moléculas capazes de travá-lo logo no começo”, diz Gabriela Noske, doutoranda do CIBFar e primeira autora do artigo.

Segundo Oliva, trata-se de um estudo de ciência básica, mas com aplicações imediatas. “Diferentemente do que observamos em outros vírus, como o zika, o dengue ou o da febre amarela, no novo coronavírus a protease não atua de forma monomérica [como uma molécula isolada]. Para que ela se ative e passe a multiplicar o RNA do SARS-CoV-2, ela precisa ser dimérica, ou seja, é necessário um par de cópias da protease para que ela possa cortar a si mesma e às outras proteínas responsáveis pelo metabolismo do vírus dentro da célula”, explica.

Oliva lidera um projeto multidisciplinar, apoiado pela FAPESP, que reúne pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na busca de antivirais para o tratamento de COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/33270/).

Múltiplas etapas

O RNA do SARS-CoV-2 é protegido por um “envelope” formado por lipídios e proteínas – entre elas a famosa spike, ou espícula, que compõe a estrutura de coroa que dá nome à família Coronaviridae. Quando o vírus invade a célula e é englobado por ela, o RNA é liberado da cápsula.

Dentro da célula, o objetivo principal do vírus é se multiplicar. Nessa fase, as proteínas estruturais deixam de ter função fundamental (transporte do RNA e evasão do sistema imune) e entram em cena as chamadas proteínas não estruturais, responsáveis pelo metabolismo viral dentro do hospedeiro.

“O microrganismo precisa fazer cópias de seu RNA. Como ele não tem todos os mecanismos para isso, precisa sequestrar algumas funções da célula invadida. Outras funções metabólicas, específicas do vírus, cabem às proteínas não estruturais, como a protease principal e outras 15 moléculas. Nosso estudo teve como enfoque a protease principal”, conta André Godoy, coautor do artigo e pesquisador do IFSC-USP.

Godoy explica que, enquanto as proteínas estruturais costumam servir de alvo para o desenvolvimento de vacinas, as não estruturais são usadas como referência para os medicamentos antivirais. É o caso dos coquetéis usados no tratamento da Aids, que têm como um dos alvos a protease do HIV.

A descoberta de que a protease principal do novo coronavírus passa por diferentes fases até se tornar madura e, então, favorecer a multiplicação do SARS-Cov-2 na célula infectada só foi possível graças a uma investigação realizada na mais complexa estrutura científica do país.

No ano passado, o experimento realizado por Godoy e a pesquisadora Aline Nakamura inaugurou a primeira estação de pesquisa do Sirius – o acelerador de partículas de última geração que está sendo finalizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (leia mais em: agencia.fapesp.br/34396/).

Em três dias, com auxílio de um potente feixe de luz síncrotron, foi possível determinar a estrutura de mais de 200 cristais de duas proteínas do novo coronavírus. Entre elas estava a protease principal, em várias formas e em complexos com vários ligantes.

“Junto com a spike, a protease principal é a proteína mais estudada no novo coronavírus. O que não se sabia até então era como o SARS-CoV-2 processa duas cópias dessa enzima para criar, na sua estrutura, a região chamada de ‘ciclo ativo’, onde consegue processar as outras proteínas sintetizadas a partir da informação contida no genoma viral. Existem outros tipos de vírus que também têm essa característica, a inovação neste estudo está em entender como isso tudo acontece”, informa Godoy.

Os pesquisadores explicam que, por ser um vírus de RNA, o SARS-CoV-2 já chega na célula pronto para ser transcrito pela organela chamada ribossomo e, desse modo, produzir proteínas não estruturais.

Porém, como ele tem uma única fita de RNA, antes é necessário decodificar todas as proteínas não estruturais (e estruturais) inúmeras vezes. Para isso, ele as produz como uma longa e única proteína (poliproteína), que depois precisa ser quebrada, formando as 16 moléculas responsáveis pelos mecanismos metabólicos.

“Por ser uma estrutura muito mais simples, o RNA do vírus codifica todas as proteínas juntas, coladinhas, como se fosse um longo colar de contas. São produzidas nos ribossomos da célula invadida na forma de uma longa poliproteína, que precisa ser cortada em pedaços. No entanto, existe um problema: quem corta as proteínas é a protease principal, que também está nesse ‘colar de contas’. Portanto, ela precisa dar um jeito de cortar a si própria e, a partir disso, ir clivando as outras”, explica Oliva.

As análises com o feixe de luz síncrotron – um tipo de radiação eletromagnética extremamente brilhante e muito usada em estudos de biologia estrutural – permitiram que os pesquisadores identificassem como a protease principal realiza esse processo. O trabalho revelou que, ao clivar suas duas pontas, a protease principal modifica sua estrutura.

“Além disso, demonstramos que, para o processamento de uma das pontas [denominada C-terminal], a enzima precisa de um parceiro dímero, ou seja, uma proteína igual que consiga clivar a parte da frente. Ela consegue clivar uma ponta sozinha, mas não a outra. Já o parceiro [a outra proteína madura] vai se ligar a essa porção para então clivar o que falta”, relata Godoy.

O processo de maturação da protease principal, explica o pesquisador, permite que ela saia de um estágio em que faz parte de uma longa cadeia de proteínas, consiga se autoclivar na parte N-terminal, encontrar com outra cadeia dentro da célula, formar um dímero e fazer o processamento da porção C-terminal, formando por fim sua estrutura madura e ativa.

Luz no fim do túnel

De acordo com o coordenador do CIBFar, a farmacêutica Pfizer está realizando ensaios clínicos com um medicamento que pode barrar a protease principal, mas em sua fase madura. A farmacêutica Merck também tem um estudo clínico com uma molécula que bloqueia outra proteína não estrutural, chamada polimerase – responsável por sintetizar cópias do RNA viral.

Oliva ressalta que todo fármaco antiviral atua se encaixando em um receptor. “O mundo inteiro está em busca de drogas candidatas que se encaixem na protease, porém, olhando a estrutura da enzima já pronta, madura. O que mostramos é que existem variações de estágios anteriores dessa protease que podem ser alvos mais interessantes para o desenvolvimento de fármacos. É como cortar a erva daninha antes que ela cresça”, conclui.

O artigo A Crystallographic Snapshot of SARS-CoV-2 Main Protease Maturation Process pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022283621003429.

 

FONTE: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

19 de agosto de 2021 0 comentários
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Em foco

Soluções OI Analytical para análises de contaminantes ambientais

por jornalismo-analytica 18 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Vários fatores tornam o monitoramento de poluentes ambientais uma tarefa analítica desafiadora. As amostras de estações de tratamento de água, lagos, rios, ambientes marinhos e efluentes possuem características físico-químicas diferentes, podendo também variar em consequência da sazonalidade e períodos de estiagem ou chuvosos. Portanto, conhecer sua amostra e caracterizá-la é muito importante para a tomada de decisões precisas e rápidas, principalmente nas estações de tratamento.

A OI Analytical, uma empresa norte-americana do grupo Xylem Inc., traz as soluções mais modernas e inovadoras para o mercado ambiental.

Analisador de Carbono Orgânico Total (TOC) para controle de qualidade da água e dos processos:

O monitoramento da concentração de TOC é uma análise rápida e simples que permite uma visão instantânea do desempenho durante as etapas de tratamento da água, sendo uma ferramenta importante para tomada de decisão. No tratamento de efluentes a medida de TOC pode ser correlacionada à DQO (Demanda Química de Oxigênio) e DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).

Os analisadores de TOC da OI Analytical utilizam as técnicas de oxidação por combustão a 680°C e/ou persulfato aquecido e detecção por Infravermelho não-dispersivo (NDIR). Atendem aos métodos Standard 5310B e C, ASTM D7573-09, ISO 8245, EN 1484, USEPA 415.1; 9060A; USP <643>. Oferecem soluções para a análise de TOC em sólidos com o modelo 1030S, e também permite a análise simultânea de Nitrogênio Total com o uso do detector eletroquímico de nitrogênio.

Analisadores em fluxo contínuo FIA/SFA automatizados para análises de contaminantes inorgânicos:

Os analisadores químicos automatizados FS 3700TM são instrumentos flexíveis e modulares que utilizam as técnicas de injeção em fluxo contínuo (FIA) e análise em fluxo segmentado (SFA) em análises de parâmetros críticos como amônia, cianeto, cloreto, nitrato, nitrito, fenóis, fósforo, sílica, sulfato e TKN. Todos os métodos são validados e referenciados às normas EPA, Standard Methods, ISO e ASTM. O instrumento suporta até 2 detectores simultaneamente, sendo fotométrico, amperométrico, seletivo de íons e detectores de terceiros prontos para uso. Isso fornece flexibilidade para adaptar a metodologia para os processos de pesquisa ou controle de qualidade. A opção de módulos de pré-tratamento das amostras como destilação, digestão, diálise podem ser acoplados em linha para máxima automação.

 

Conheça as soluções para análises ambientais da OI Analytical:

 

Analisadores de Carbono Orgânico Total e o Analisador em fluxo contínuo (FIA/SFA):

 

Analisadores automatizados FIA/SFA/iSFA/SFIA:

 

 

 

Todos os métodos são validados pela OI Analytical e referenciados à normas e padrões internacionais como EPA, Standard Methods, ISO, ASTM, etc.

Para acesso às aplicações visite nosso site www.analiticaweb.com.br

(11) 2162 8080

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18 de agosto de 2021 0 comentários
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Notícias

Descoberta de moléculas é chave para futuros medicamentos contra coronavírus

por jornalismo-analytica 17 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Substâncias que se ligam à principal proteína do coronavírus poderão servir de guia para criação de medicamentos contra a covid

 

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP descobriram cinco moléculas que se ligam à principal proteína do coronavírus, a MPro, essencial para a atividade do vírus causador da covid-19. Os estudos, realizados em laboratório com amostras reais, buscam entender como essas substâncias se ligam às proteínas e qual seu mecanismo de ação no vírus. Os resultados do estudo poderão servir de base para a futura criação de compostos contra o coronavírus, impedindo sua multiplicação, para serem usados em medicamentos.

André Godoy – Foto: Research Gate

“Nesse trabalho, nós buscamos compreender o processo pelo qual a principal proteína do vírus sars-cov-2, causador da covid-19, atinge sua forma ativa”, explica o biólogo André Godoy, do IFSC, que integra o grupo de pesquisadores envolvidos no trabalho. “Fizemos isso com auxílio de métodos biofísicos associados a análise estrutural no acelerador de partículas Sirius, na linha de luz Manaca, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas, interior de São Paulo.”

O estudo focou a principal proteína do coronavírus, a Mpro. “Também chamada de 3CLpro, essa proteína é responsável por cortar a poliproteína do coronavírus em várias proteínas ativas”, ressalta o pesquisador. “Esse processo é essencial para a atividade do vírus.”

Inicialmente, os pesquisadores procuraram identificar pequenas moléculas que se ligam a diversas regiões da proteína Mpro, incluindo seu sítio ativo. “Nossa ideia é que uma delas possa bloquear as funções dessa proteína, impedindo o vírus de completar seu ciclo”, ressalta.

Moléculas testadas

Para identificar substâncias que impedem o funcionamento do vírus, cerca de 10 mil moléculas foram testadas em amostras reais da proteína do vírus sars-cov-2. “Para isso, nós produzimos a proteína em suas diversas formas nos laboratórios do IFSC, em São Carlos”, descreve Godoy. “Em seguida, as análises das amostras são feitas no Sirius.”

O foco das análises era entender como e onde as substâncias se ligam na Mpro. “Ao todo, nós identificamos cinco moléculas que realizaram essa ligação”, ressalta o pesquisador do IFSC, “e agora estamos fazendo análises para entender os efeitos na proteína e no vírus”.

De acordo com o biólogo, os compostos identificados no estudo servem como guias para compreender quais modos de ligação são aceitos pela Mpro. “Eles servem como guias para que possamos desenhar compostos mais eficientes contra o vírus, que, eventualmente, podem ser desenvolvidos em medicamentos.”

O trabalho foi realizado pelos alunos e pesquisadores de pós-doutorado do IFSC. “Além desses, tivemos a enorme contribuição dos cientistas da linha de luz Manaca, do novo acelerador Sirius, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas”, aponta Godoy. “Também tivemos suporte de pesquisadores do Diamond Light Source, no Reino Unido, e do Laboratório MAX IV, na Suécia.”

Mais informações: e-mail andregodoy@ifsc.usp.br, com André Godoy

 

FONTE: JORNAL DA USP

17 de agosto de 2021 0 comentários
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