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bacteria

Notícias

Cientistas ampliam sequenciamento de genomas de bactéria que ataca laranja

por jornalismo-analytica 5 de março de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da USP participaram de estudo que analisou a variabilidade genética da bactéria causadora do cancro cítrico, doença que ataca os tecidos vegetais de plantas cítricas. Por meio do sequenciamento de genomas de cepas encontradas em plantações de laranja no Estado de São Paulo investigou-se os efeitos do programa de erradicação da doença e como as linhagens bacterianas evoluíram ao longo do tempo na região.

O Estado de São Paulo é o principal produtor de laranja do País e do mundo, concentrando cerca de 78% da produção nacional. Apesar da última safra de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro ter atingido 307,22 milhões de caixas, as plantações ainda sofrem perdas na produção por conta das pragas agrícolas, como o greening e o cancro cítrico.

Identificada pela primeira vez no Estado paulista na década de 1950, a doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri (Xcc) estava submetida, entre 1999 e 2009, a um rígido programa de erradicação para evitar a sua propagação. Em 2017, uma lei aprovada no Estado passou a permitir pulverizações de cobre – um tipo de pesticida – em pomares infectados. “Qual foi a consequência disso sob o Estado de São Paulo? (…) Um jeito de caracterizar a pesquisa que fizemos foi obter um raio X da situação do cancro cítrico após o fim do programa de erradicação”, comenta João Carlos Setubal, professor no Departamento de Bioquímica do IQ e integrante da pesquisa.

Linhagens bacterianas
O projeto teve início com Caio Zamuner e o professor Henrique Ferreira, ambos do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro. Para entender a epidemiologia dessa bactéria no cinturão citrícola, os pesquisadores coletaram amostras de árvores infectadas em plantações de laranja com o apoio do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Após o isolamento das cepas – colônias específicas da bactéria –, as amostras foram enviadas para a Manchester Metropolitan University para terem seus genomas sequenciados.

Mesmo sendo possível fazer uma avaliação da disseminação do cancro cítrico em São Paulo simplesmente fazendo um levantamento das árvores, Setubal explica que o sequenciamento genômico permite obter informações mais aprofundadas. “Conseguimos entender como estão acontecendo algumas dinâmicas evolutivas ou o espalhamento dessas bactérias (…) Quando temos acesso à informação genômica, temos uma maior resolução que permite adiantar processos evolutivos que podem ocorrer na população”, completa Zamuner.

Ao todo, foram sequenciados 758 genomas da espécie encontrados no cinturão citrícola de São Paulo. A análise foi feita juntamente com outros 730 genomas de Xanthomonas citri subsp. citri de outras partes do mundo. Setubal afirma que a ideia de comparar tantas amostras disponíveis foi para contextualizar o caso das plantações paulistas. Registrando as características de cada genoma, os pesquisadores determinaram a existência de sete linhagens – organismos que compartilham um ancestral comum – da bactéria presentes na região de estudo. Na subdivisão entre as linhagens L7.1 e L7.2, a segunda se mostrou de longe a mais dominante no Estado de São Paulo.

Estima-se que a L7.2 surgiu por volta de 1964 e, uma vez estabelecida, apresentou rápida expansão no território paulista na década de 1970 – mesmo período de crescimento na produção de laranja com o aumento das exportações do produto. Dennis Carhuaricra, mestre na área de Bioinformática pelo IQ e integrante do estudo, diz que os resultados também mostraram que o programa de erradicação teve pouco impacto na diversificação das linhagens, com algumas delas já circulando na região há mais de 50 anos.

“Com nossa análise computacional de dados genômicos, o que podemos fazer é contar a história passada do patógeno, quando ingressou no território do Brasil e de São Paulo, e o que aconteceu depois.”

– Dennis Carhuaricra

Monitoramento e controle agrícola
Para Setubal, uma indústria tão importante para o Estado de São Paulo e o Brasil quanto a indústria da laranja merecia um investimento maior em monitoramento genômico. Ele faz uma analogia com a pandemia do coronavírus sars-cov-2: “Quando tornou-se claro que o mundo inteiro estava ameaçado por esse vírus, iniciou-se um monitoramento, e graças a isso que ficamos sabendo que cepa X já não estava mais dominante, cepa Y se tornou dominante, novas cepas tinham aparecido. Isso foi essencial para alcançar o controle da pandemia. Com as bactérias dos laranjais paulistas é a mesma coisa”.

Entender a população bacteriana da região também é importante para os estudos de um possível controle biológico. Ferreira e Zamuner já trabalham na busca de caracterizar vírus bacteriófagos capazes de infectar a Xanthomonas citri subsp. citri. “Estamos trabalhando para desenvolver um defensivo agrícola e biológico que seja alternativo ao cobre”, explica o professor.

A pesquisa, financiada pelo Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp, também contribui para uma migração de controle de pragas cada vez menos danoso para o meio ambiente. Zamuner diz que a exploração em laboratório desses microrganismos e a futura aplicação no campo dos conhecimentos obtidos pode auxiliar em políticas mais sustentáveis dentro da indústria cítrica brasileira.

O artigo Evolution and spread of Xanthomonas citri subsp. citri in the São Paulo, Brazil, citrus belt inferred from 758 novel genomes pode ser lido aqui.

Mais informações: setubal@iq.usp.br, com João Setubal, heraud04@gmail.com, com Dennis Carhuaricra, caiozamuner@gmail.com, com Caio Zamuner, e henrique.ferreira@unesp.br, com Henrique Ferreira.

*Estagiária sob orientação de Luiza Caires

**Estagiária sob orientação de Moisés Dorado

Matéria – Jornal da USP, Texto: Fernanda Zibordi*
Arte: Beatriz Haddad**
Imagem – O cancro cítrico não tem cura, sendo que a única forma de eliminar a doença é pela erradicação das plantas contaminadas – Imagem: concedida pelos pesquisadores

5 de março de 2025 0 comentários
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Notícias

Componente da própolis verde tem maior potencial contra bactéria da cárie

por jornalismo-analytica 1 de dezembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Um estudo identificou substância da própolis verde com alto poder contra a Streptococcus mutans, bactéria causadora da cárie. Chamado plicatina-B, o componente da própolis brasileira se mostrou “pelo menos quatro vezes mais efetivo que o artepillin-C, o composto mais estudado até hoje”, comemora a pesquisadora Tatiana Vieira, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

A descoberta está descrita na tese Avaliação das atividades antibacteriana e antiparasitária de análogos prenilados do artepillin-C e estudo de suas reações de fragmentação em fase gasosa por espectrometria de massas sequencial apresentada por ela à FFCLRP para obtenção do título de doutora. Na pesquisa, foram analisados e comparados componentes da própolis análogos ao artepillin-C em testes in vitro (laboratório) contra bactérias causadoras de esquistossomose e leishmaniose, além da cárie.

 

Como resultado, a pesquisa verificou que, apesar dos componentes da própolis não apresentarem tanta efetividade contra esquistossomose e leishmaniose, mostram muito potencial para aplicação odontológica, com destaque para dois compostos, o plicatina-B e o tetraidroplicatina-B. Mas o que chamou a atenção, avalia a pesquisadora, foi a eficácia do plicatina-B sobre as bactérias da cárie. Segundo ela, há poucos estudos que reportam a ocorrência do plicatina-B em amostras de própolis, ao contrário do artepillin-C, que é o mais pesquisado. Assim, ter encontrado no plicatina-B efetividade quatro vezes maior que a do artepillin-C “contra Streptococcus mutans foi um resultado bastante interessante”, afirma.

Encontrar uma substância capaz de combater a bactéria que causa a cárie dentária é uma boa notícia frente ao problema de saúde pública mundial que a doença representa. São cerca de 3,5 bilhões de pessoas sofrendo com doenças bucais em todo o mundo, a maior parte pela cárie, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, em 2019, 34 milhões de adultos haviam perdido 13 dentes ou mais.

Mas a utilização desses compostos em tratamentos odontológicos ainda depende de outros estudos, como os de citotoxicidade, que avaliam sua relação com as células humanas, por exemplo, as da boca. Tatiana Vieira acredita que, dependendo desses resultados, os componentes da própolis estudados têm potencial para serem incorporados a enxaguantes bucais, por exemplo, “a um preço mais acessível, visto que a síntese dos compostos mais ativos, no caso o plicatina-B, é barata e rápida”, informa.

O grupo de pesquisa em que Tatiana Vieira atua na USP vem trabalhando para otimizar processos de isolamento de substâncias como o plicatina-B e também de técnicas simples, rápidas, baratas e eficientes de sintetização desses compostos com atividades antibacterianas. O alecrim-do-campo, principal fonte da matéria-prima da própolis, é uma exclusividade brasileira, podendo viabilizar economicamente a aplicação, em outros produtos, dos compostos descobertos.

Testes revelam que o composto plicatina-B tem ação anticariogênica mais efetiva que a substância mais estudada, o artepillin-C – Imagem: Cedida pela pesquisadora

 

Potencial antibacteriano precisa ser melhor compreendido

A eficácia de compostos da própolis contra bactérias e fungos é alvo de estudos há décadas. Sabe-se que o artepillin-C possui atividade antibacteriana superior a outros componentes da própolis verde. Tatiana conta que, há 20 anos, um estudo comparou o artepillin-C com o drupanina (também encontrado na própolis) e sugeriu que a melhor performance do artepillin-C se devia à quantidade de grupos prenilados na estrutura dessas substâncias. O artepillin-C tem dois desses grupos, enquanto o drupanina tem apenas um. Assim, os estudos de Tatiana se concentraram em verificar o potencial antibacteriano de outros compostos da própolis verde com grupos prelinas diferentes.

A pesquisadora informa que um grupo prenila é uma molécula pequena, hidrofóbica (não se mistura com a água), importante para muitos compostos biológicos e que desempenha uma variedade de funções celulares. Informa também que a atividade antibacteriana de um composto pode estar associada à sua permeação através da membrana plasmática da bactéria, ou seja, o revestimento das células. A lipofilicidade (facilidade para dissolver em óleos e gorduras) dos grupos prenilados poderia ser a vantagem do artepillin-C, mas os resultados do estudo de Tatiana não confirmaram essa tese, já que o plicatina-B com apenas um grupo prenila teve desempenho superior ao artepillin-C. O que faz a pesquisadora afirmar que “há outros fatores estruturais envolvidos e que precisam ainda ser melhor compreendidos”.

Para identificar o potencial dos compostos, a equipe da FFCLRP contou com a colaboração do professor Carlos Henrique Gomes Martins, do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A pesquisa faz parte do doutorado de Tatiana, que trabalhou sob orientação do professor Antônio Eduardo Miller Crotti, com defesa realizada em setembro deste ano.

 

Mais informações: e-mail tati.manzini@gmail.com, com Tatiana Vieira

*Estagiário sob supervisão de Rita Stella

**Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

 

Matéria – Jornal USP, Texto: Felipe Faustino*
Arte: Joyce Tenório**

Imagem – Abelha operária (Apis mellifera) coletando resina de alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia) que, ao entrar em contato com enzimas de sua saliva, torna-se própolis verde – Foto: Michel Stórquio Belmiro/Wikimedia Commons

1 de dezembro de 2023 0 comentários
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Microbiologia

Seção Microbiologia | Complexo Burkholderia Cepacia

por jornalismo-analytica 28 de maio de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Nos anos de 2019 e 2020 tivemos a notícia de recall de alguns produtos farmacêuticos devido a uma possível contaminação microbiana.

Os microrganismos responsáveis pela contaminação foram a Burkholderia cepacia e a Ralstonia pickettii sendo que este último microrganismo foi abordado no artigo anterior .

Ambas as espécies compartilham certas características relevantes, desde a sua capacidade de proliferar em ambientes úmidos além de diversas fontes de água e pela capacidade de infectar pacientes imunocomprometidos.

Anteriormente eram classificados como pertencentes ao gênero Pseudomonas  , sendo que a    B. cepacia  era conhecida como Pseudomonas cepacia  e a R. pickettii  era conhecida como a Pseudomonas pickettii , sendo depois classificado como Burkholderia pickettii  e agora classificado como Ralstonia pickettii.

Este artigo analisa brevemente o complexo de Burkholderia cepacia e o risco que ele representa para pacientes vulneráveis, antes de discutir os métodos de teste e a qualificação do método. 

Na prática médica, esses microrganismos aparecem com maior frequência em pacientes com fibrose cística devido a capacidade destes microrganismos em formar biofilmes.

O primeiro passo na formação do biofilme é a adesão das bactérias à uma superfície e ocorre de forma aleatória. Esta primeira adesão é reversível e é mantida por interações físico-químicas não específicas constituindo o alicerce para o crescimento do biofilme  A segunda fase da adesão consiste na transição do estágio reversível para o irreversível  As bactérias passam a secretar substâncias que serão responsáveis pela manutenção da adesão e da camada que envolve o biofilme. Nesta fase há o início da formação de microcolônias e do desenvolvimento da arquitetura do biofilme maduro . Os biofilmes maduros apresentam estrutura semelhante a cogumelos, que são envoltos por diversas substâncias, principalmente açúcares e rodeados por poros e canais de água que funcionam como um sistema de troca de nutrientes, oxigênio e metabólitos que precisam ser secretados para fora do biofilme A quinta e última fase da formação do biofilme ocorre quando o ambiente não é mais favorável à sua manutenção, e consiste no descolamento do biofilme maduro em forma de agregados celulares ou células livres   Após desprendidas, as bactérias livres podem colonizar novos ambientes, reiniciando a formação de novos biofilmes.

Os biofilmes não estão presentes somente nos dentes. Qualquer bactéria pode formar biofilme, inclusive dentro de nosso organismo. Eliminar colônias de biofilmes em seres humanos é quase impossível, porém eliminar os mesmos microrganismos em tubulação de água das indústrias farmacêuticas, cosméticas é mais factível. 

O F.D.A. recentemente alertou sobre a necessidade de se testar a presença deste microrganismo no ambiente, na água  e nas matérias primas e produtos acabados devido a uma série de recalls envolvendo o complexo BCC.

No centro dessa discussão está o novo método oficializado pela Farmacopeia Americana  (USP 43)  

 

A Burokholderia cepacia ,tem o potencial de crescer em conservantes e antissépticos, e crescer em produtos líquidos orais e tópicos.

O capítulo tem o objetivo de estabelecer se uma matéria prima ou produto atende com uma especificação para a ausência do microrganismo , especialmente aqueles para uso em inalação, uso oral, mucosa oral, cutânea, ou nasal para os pacientes de alto risco.

Conforme a proposição deve-se realizar testes de promoção de crescimento com as seguintes cepas; Burkholderia cepacia ATCC 25416, Burkholderia cenocepacia ATCC BAA-245, Burkholderia multivorans ATCC BAA-247 , Staphylococcus aureus  ATCC 6538 e a  Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027.

As amostras diluídas devem ser inoculadas em Caldo de Soja Caseína e a seleção e subcultura devem ser semeadas em Burkholderia cepacia seletive agar e incubados a 30-35°C durante 18 a 72 horas.  A presença da Burkholderia  é evidenciada pelo crescimento de colônias verde  a marro com halo amarelado ou de colônias brancas com uma zona rosa avermelhada no meio de cultura, que devem ser confirmados por meios bioquímicos .  A ausência do microrganismo ´confirmada pelo não crescimento ou os testes confirmatórios d identificação forem negativos.

Referencias Bibliográficas:

Farmacopeia dos Estados Unidos da América, USP 43 〈60〉 MICROBIOLOGICAL EXAMINATION OF NONSTERILE PRODUCTS TESTS FOR BURKHOLDERIA CEPACIA COMPLEX

Autor: Claudio kiyoshi hirai

28 de maio de 2021 0 comentários
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Microbiologia

Seção Microbiologia | Ralstonia pickettii

por jornalismo-analytica 17 de fevereiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

No mês de dezembro de 2020 foi publicado um anúncio em jornais do Brasil  solicitando o recall de 10 lotes de um medicamento de uso intravenoso com a justificativa de que os lotes podem ter sofrido contaminação pela bactéria Ralstonia pickettii.

A Ralstonia pickettii  é um bacilo Gram negativo , de tamanho diminuto ( 0,5 ate 3,0 µm) não móvel isolado comumente em solo, água de rios e lagos.  Anteriormente era    classificado como pertencente ao gênero Pseudomonas depois como Burkolderia pickettii, sendo que o gênero Ralstonia foi criado em 1995 e recebeu o nome da microbiologista americana Ericka Ralston.  Ela identificou 20 cepas de Pseudomonas e deu a elas o nome de Pseudomonas pickettii. 

Inicialmente continha somente a Ralstonia pickettii . Posteriormente várias outras espécies foram adicionadas ao gênero, incluindo a Ralstonia pucula (anteriormente conhecida como grupo CDC IVc-2) , a Ralstonia gilardii  e mais recentemente a Ralstonia mannitolytica (anteriormente classificada como Pseudomonas thomasii ) .

Em 2004     , após uma extensa revisão taxonômica  espécies na linhagem R. paucula e R. gilardii foram transferidas para o novo gênero Wautersia  porém após a realização de perfis de rRNA revelaram que os novos organismos Wautersia eram sinônimos do gênero existente Cupriavidus.  As espécies de Ralstonia e Cupriavidus são bacilos ambientais Gram negativos e não fermentadores , catalase positivos e aeróbicos. 

Atualmente estão descritas 18 espécies neste gênero geralmente isoladas da água e solo, apresentam baixa virulência, porém nos últimos anos têm se tornado um patógeno oportunista emergente. Dentre estas, a R. pickettii é a espécie mais prevalente associada a vários casos de infecção em pacientes com sistema imunológico comprometido  e, as espécies de R. mannitolilytica  e R. insidiosa  também foram descritas como causas de bacteremias.

As infecções por Ralstonia têm sido relatadas com maior frequencia em pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico e pacientes com fibrose cística .  Foram descritos diversos sintomas, desde assintomático, bacteremia, sepse, endocardite a alguns casos que evoluíram ao óbito.

A temperatura ideal de crescimento é de 30 a 37º C mas também pode crescer a 41º C . A espécie não cresce a 5 ºC. A maioria da cepas crescem bem em Agar Soja Caseína (TSA) e Agar Nutriente. As colônias são de bege, circulares e brilhantes no Agar Soja Caseína. O crescimento pode ser lento e exigir mais de 72 horas de incubação para visualizar as colônias.

Testes bioquímicos extensivos são necessários para a identificação e muitas vezes a identificação incorreta é comum. O erro também pode ocorrer visto que a R. pickettii , R. mannitolilytica e R. insidiosa são capazes de crescer nos meios seletivos destinados ao isso lamento da Burkholderia cepacia.

A identicação por ESPECTROMETRIA DE MASSA MALDI-TOF  e a identificação genotípica por PCR foram meios úteis de identificação.

Esta classe de microrganismo é oligotrófica ,tem a capacidade de sobreviver em áreas com baixa concentração de nutrientes e pode suportar altas concentrações de metais como o cobre.

Devido ao tamanho tem a capacidade de passar por filtros de 0,45  e 0,20 micras utilizados para a filtração estéril de produtos farmacêuticos.

Vários surtos foram relatados em hospitais a maioria devido a contaminação dos sistemas de água , devido a capacidade do microrganismo formar biofilme  utilização de medicamentos contaminados  e contaminação da água utilizada nos serviços de hemodiálise.

Destacamos então a necessidade dos cuidados na observação das Boas Práticas  nas indústrias , hospitais  e em todos os setores onde este microrganismo pode vir a aparecer como um contaminante extremamente perigoso.

Referências Bibliográficas :

  1. Bennet’s Principles and Practices of Infectious  Diseases ,2015 8 ED.
  2. Avaliação microbiológica da água utilizada nos serviços de hemodiálise na cidade do Rio de Janeiro  nos anos 2016 a 2018 . https: //doi.org/10.22239/2317-269x.01252
  3. Ralstonia spp; emerging global opportunistic pathgens. Ryan MP, Adley, CC, Eur. J. Clin MIcrobiol. Infect. Dis. 2014 -;33; 291-304.

17 de fevereiro de 2021 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores da USP descobrem nova família de toxina bacteriana

por jornalismo-analytica 8 de julho de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP foi responsável pela descoberta de uma nova família de toxina bacteriana utilizada para atacar espécies competidoras. O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica Cell Reports, sob responsabilidade da bióloga Ethel Bayer Santos, Jovem Pesquisadora do Departamento de Microbiologia do ICB. O artigo teve coautoria de duas estudantes de iniciação científica: Stephanie Sibinelli-Sousa e Julia Takuno Hespanhol.

O membro fundador dessa nova família de toxinas é a proteína Tlde1 (type VI L,D-transpeptidase effector 1), produzida pela Salmonella – bactéria que causa infecção gastrointestinal. Essa proteína é utilizada pela Salmonella para atacar a parede celular de bactérias competidoras, induzindo sua morte. “Essa toxina contribui para eliminar as bactérias competidoras presentes na microbiota intestinal, facilitando que a Salmonella tenha acesso às células do epitélio intestinal para invadir”, explica Ethel.

Na pesquisa, o grupo também descobriu o mecanismo que possibilita à proteína Tlde1 degradar a parede celular das bactérias-alvo. “Constatamos que ela ataca um dos precursores da parede celular, o que impede a competidora de sintetizar mais parede durante a divisão celular e o crescimento. Como a bactéria-alvo continua crescendo, mas agora sem uma parede celular adequadamente estruturada, a membrana celular acaba rompendo com a pressão osmótica, o que leva à morte da bactéria”, explica.

Segundo a autora, as toxinas com atividade antibacteriana têm potencial antimicrobiano, ou seja, poderão ser exploradas biotecnologicamente no futuro. “São toxinas que vêm sendo selecionadas pelas bactérias há milhares de anos com esse propósito; e nós podemos tirar vantagem disso”, afirma. No entanto, ainda existe um longo caminho pela frente até que isso ocorra. “Ao que tudo indica, a Tlde1 é uma toxina que evoluiu de uma proteína que fazia parte da ‘maquinaria’ da síntese da parede celular, mas que acabou se modificando”, conta. Por isso, o próximo passo da pesquisa é tentar descobrir por que Tlde1 deixou de ser uma enzima que constrói parede celular para se tornar uma toxina que inibe sua síntese.

Etapas da Pesquisa

Todo o trabalho da pesquisa foi realizado in vitro. “Nós identificamos o gene fazendo a análise do genoma, depois expressamos a proteína recombinante, purificamos e foram feitos ensaios enzimáticos. Em resumo: induzimos a expressão dessa proteína na bactéria-alvo e verificamos que ela adquiria outra morfologia e morria”, conta. Para comprovar a ação dessa proteína em um contexto fisiológico, o grupo promoveu uma competição entre uma bactéria selvagem e outra mutante. Ao colocá-las juntas, constataram que a mutante morria ao ser intoxicada por não ter a proteína de imunidade contra Tlde1. O que não ocorreu com a selvagem. “Isso, porque toda bactéria que apresenta toxina antibacteriana tem que expressar também o que chamamos de proteína de imunidade para se proteger contra autointoxicação.”

A pesquisa teve a colaboração de outros pesquisadores. Bioinformatas do próprio ICB realizaram análises filogenéticas e um pesquisador do Instituto de Química (IQ) da USP ajudou a purificar a proteína recombinante. Da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, veio a ajuda para realizar o ensaio enzimático que revelou a atividade bioquímica da toxina. “Nós já temos a proteína recombinante e vamos tentar resolver a sua estrutura tridimensional em colaboração com um especialista em biologia estrutural da Universidade de Birmingham, também do Reino Unido.”

Nova Geração

A pesquisa teve fomento do Programa Jovem Pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Por meio dele, foram contratadas as duas alunas de iniciação científica, que acabaram tendo um papel relevante no trabalho e por isso mereceram a coautoria no artigo. “Elas foram as primeiras alunas que recrutei e foram minhas únicas orientandas por um período, elas tiveram minha atenção exclusiva e oportunidade de realizar várias atividades no laboratório”, conta Ethel.

Na época em que a pesquisa foi iniciada, em 2018, Stephanie e Julia tinham, respectivamente, 21 e 19 anos. Ambas cursavam graduação em biologia no Instituto de Biociências (IB) da USP. Stephanie já tinha feito estágio em um laboratório, mas para Julia era a primeira experiência. “Na graduação, nós aprendemos a teoria; no laboratório, você coloca em prática. Tem que planejar experimentos, fazer pesquisa bibliográfica, integrar todas essas habilidades e informações e produzir algo novo. Eu aprendi a fazer tudo isso lá”, relata Julia.

“Eu gostei muito de fazer a minha iniciação científica com uma pesquisadora jovem, que ainda não tem muitos orientandos e pode dar mais atenção aos seus alunos. Fez uma diferença enorme. A Ethel conseguiu acompanhar todos os meus passos no laboratório, isso deu confiança para que eu construísse mais independência”, acrescenta Stephanie.

Atualmente, Stephanie está fazendo mestrado tendo Ethel como orientadora. Enquanto Julia teve sua iniciação científica prorrogada.

Com informações de Acadêmica Agência de Comunicação – Jornal da USP.

8 de julho de 2020 0 comentários
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