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    Seção Microbiologia | Ralstonia pickettii

    No mês de dezembro de 2020 foi publicado um anúncio em jornais do Brasil  solicitando o recall de 10 lotes de um medicamento de uso intravenoso com a justificativa de que os lotes podem ter sofrido contaminação pela bactéria Ralstonia pickettii.

    A Ralstonia pickettii  é um bacilo Gram negativo , de tamanho diminuto ( 0,5 ate 3,0 µm) não móvel isolado comumente em solo, água de rios e lagos.  Anteriormente era    classificado como pertencente ao gênero Pseudomonas depois como Burkolderia pickettii, sendo que o gênero Ralstonia foi criado em 1995 e recebeu o nome da microbiologista americana Ericka Ralston.  Ela identificou 20 cepas de Pseudomonas e deu a elas o nome de Pseudomonas pickettii. 

    Inicialmente continha somente a Ralstonia pickettii . Posteriormente várias outras espécies foram adicionadas ao gênero, incluindo a Ralstonia pucula (anteriormente conhecida como grupo CDC IVc-2) , a Ralstonia gilardii  e mais recentemente a Ralstonia mannitolytica (anteriormente classificada como Pseudomonas thomasii ) .

    Em 2004     , após uma extensa revisão taxonômica  espécies na linhagem R. paucula e R. gilardii foram transferidas para o novo gênero Wautersia  porém após a realização de perfis de rRNA revelaram que os novos organismos Wautersia eram sinônimos do gênero existente Cupriavidus.  As espécies de Ralstonia e Cupriavidus são bacilos ambientais Gram negativos e não fermentadores , catalase positivos e aeróbicos. 

    Atualmente estão descritas 18 espécies neste gênero geralmente isoladas da água e solo, apresentam baixa virulência, porém nos últimos anos têm se tornado um patógeno oportunista emergente. Dentre estas, a R. pickettii é a espécie mais prevalente associada a vários casos de infecção em pacientes com sistema imunológico comprometido  e, as espécies de R. mannitolilytica  e R. insidiosa  também foram descritas como causas de bacteremias.

    As infecções por Ralstonia têm sido relatadas com maior frequencia em pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico e pacientes com fibrose cística .  Foram descritos diversos sintomas, desde assintomático, bacteremia, sepse, endocardite a alguns casos que evoluíram ao óbito.

    A temperatura ideal de crescimento é de 30 a 37º C mas também pode crescer a 41º C . A espécie não cresce a 5 ºC. A maioria da cepas crescem bem em Agar Soja Caseína (TSA) e Agar Nutriente. As colônias são de bege, circulares e brilhantes no Agar Soja Caseína. O crescimento pode ser lento e exigir mais de 72 horas de incubação para visualizar as colônias.

    Testes bioquímicos extensivos são necessários para a identificação e muitas vezes a identificação incorreta é comum. O erro também pode ocorrer visto que a R. pickettii , R. mannitolilytica e R. insidiosa são capazes de crescer nos meios seletivos destinados ao isso lamento da Burkholderia cepacia.

    A identicação por ESPECTROMETRIA DE MASSA MALDI-TOF  e a identificação genotípica por PCR foram meios úteis de identificação.

    Esta classe de microrganismo é oligotrófica ,tem a capacidade de sobreviver em áreas com baixa concentração de nutrientes e pode suportar altas concentrações de metais como o cobre.

    Devido ao tamanho tem a capacidade de passar por filtros de 0,45  e 0,20 micras utilizados para a filtração estéril de produtos farmacêuticos.

    Vários surtos foram relatados em hospitais a maioria devido a contaminação dos sistemas de água , devido a capacidade do microrganismo formar biofilme  utilização de medicamentos contaminados  e contaminação da água utilizada nos serviços de hemodiálise.

    Destacamos então a necessidade dos cuidados na observação das Boas Práticas  nas indústrias , hospitais  e em todos os setores onde este microrganismo pode vir a aparecer como um contaminante extremamente perigoso.

    Referências Bibliográficas :

    1. Bennet’s Principles and Practices of Infectious  Diseases ,2015 8 ED.
    2. Avaliação microbiológica da água utilizada nos serviços de hemodiálise na cidade do Rio de Janeiro  nos anos 2016 a 2018 . https: //doi.org/10.22239/2317-269x.01252
    3. Ralstonia spp; emerging global opportunistic pathgens. Ryan MP, Adley, CC, Eur. J. Clin MIcrobiol. Infect. Dis. 2014 -;33; 291-304.

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