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agroindustria

Notícias

A biotecnologia como forma de contornar os efeitos das mudanças climáticas na agricultura

por jornalismo-analytica 8 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Microrganismos encontrados na cana-de-açúcar podem ser uma das chaves para elevar a produtividade no campo e mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como secas severas, que atingem diversas culturas agrícolas usadas para alimentação e produção de bioenergia.

Em um projeto conduzido no Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) pesquisadores identificaram fungos e bactérias que favorecem o crescimento da cana e, posteriormente, inocularam esses microrganismos em culturas de milho. O experimento resultou em plantas com maior tolerância à escassez de água e em um aumento da biomassa de até três vezes.

O GCCRC é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“O milho cultivado com microrganismos que habitam a cana demorou para começar a sofrer com a seca e se recuperou mais rapidamente após sofrer estresse hídrico”, contou o geneticista Paulo Arruda, coordenador do centro, durante o workshop Biotechnologies for efficient and improved production of food crops and bioenergy, realizado na FAPESP.

De acordo com Arruda, os experimentos indicam que fungos e bactérias são de fato capazes de mudar a fisiologia das plantas. Podem, por exemplo, diminuir a temperatura das folhas em até 4º C, auxiliando o vegetal a controlar o consumo de água. Em um teste feito no interior da Bahia, em uma região conhecida por longos períodos sem chuva, os pesquisadores observaram que os microrganismos também atuaram contra a doença conhecida como enfezamento do milho, que reduz a produção de espigas.

A equipe do GCCRC trabalha atualmente no sequenciamento do genoma desse grupo formado por cerca de 25 mil bactérias e 10 mil fungos a fim de entender como agem nas plantas. A enorme quantidade de dados é analisada com a ajuda de inteligência artificial. “Algoritmos fazem o trabalho de mapear padrões genéticos relacionados a funções metabólicas dos microrganismos”, disse Arruda, destacando a importância dos bancos de microrganismos para a pesquisa genética e o desenvolvimento de inoculantes que sirvam como alternativa aos fertilizantes químicos.

 

Novas colaborações

Organizado conjuntamente pela FAPESP e pela Japan Science and Technology Agency (JST), o workshop reuniu cientistas de São Paulo e do Japão que se dedicam a pesquisas em biotecnologia de plantas, com o objetivo de estimular novas colaborações. “Iniciamos um diálogo com pesquisadores japoneses interessados em inocular os microrganismos no cultivo de arroz”, contou Arruda, que mantém parcerias com grupos dos Estados Unidos e da Europa.

Para a bióloga Marie-Anne Van Sluys, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e uma das organizadoras do evento, o encontro foi uma oportunidade para que os japoneses tivessem contato com a pesquisa realizada pelos paulistas.

De acordo com Van Sluys, a FAPESP e a JST têm interesse em promover novas parcerias de pesquisa por meio, por exemplo, de uma chamada conjunta. Isso seria possível no âmbito de um dos programas internacionais da JST, o SICORP (acrônimo para Strategic International Collaborative Research Program).

“Na modalidade SICORP, as duas instituições elegem um tema de pesquisa de interesse comum e destinam recursos para projetos selecionados pelos pares”, explicou Makie Kokubun, gerente de programas da JST.

Tsukasa Nagamine, supervisor de programas internacionais da JST, apresentou projetos financiados pela agência japonesa que resultaram no melhoramento de culturas, especialmente arroz, trigo e soja, em países como Afeganistão, Madagascar, Quênia e Sudão. Também falou da importância dos bancos de germoplasmas, como o da Organização Nacional de Pesquisa em Agricultura e Alimentação (Naro), vinculada ao governo japonês. “Uma das pesquisas que se beneficiaram da coleção da Naro conseguiu desenvolver variedades de plantas resistentes à striga [ou erva-bruxa], uma erva daninha extremamente devastadora”, disse Nagamine.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico- Administrativo da FAPESP, lembrou do acordo de cooperação assinado pelas agências em 2014. “O diálogo entre a FAPESP e a JST já dura cinco anos e busca promover iniciativas de colaboração científica e tecnológica em áreas prioritárias, entre elas biotecnologia”, disse.

 

Colaborações mais maduras

 

A expertise brasileira na pesquisa genômica aplicada à agricultura e o potencial tecnológico desenvolvido pelos japoneses podem render colaborações mais maduras, capazes de gerar conhecimento e inovações de ponta, nas palavras da bióloga Anete Pereira de Souza, do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG), instalado na Unicamp.

“Novas técnicas de sequenciamento genético têm sido desenvolvidas no Japão e isso certamente nos interessa”, disse. “Estamos aptos a fazer parcerias de alto nível com laboratórios japoneses competitivos, como o Instituto Riken.” Para Pereira de Souza, não se trata mais de encarar o Brasil como mero fornecedor de germoplasmas [sementes, células e demais materiais genéticos] para outros países, mas sim como parceiro científico estratégico.

Nos últimos anos, a pesquisadora tem se dedicado ao sequenciamento do genoma de diferentes culturas, como o cacau e a seringueira, para testar uma técnica conhecida como seleção genômica – bastante usada no melhoramento de raças de bovinos, por exemplo, e que agora começa a ganhar força na agricultura.

“Trata-se de uma alternativa ao melhoramento genético convencional”, afirmou Pereira de Souza referindo-se ao método consagrado de fazer combinações de plantas parentais com o objetivo de obter, após várias gerações, uma planta com características superiores àquelas que lhe deram origem. O problema, disse ela, é que esse processo é caro e longo.

Enquanto o melhoramento genético tradicional leva em consideração apenas as características fenotípicas (observáveis) da planta, a seleção genômica faz uma associação do fenótipo com sequências do genoma. “Isso permite predizer fenótipos complexos por meio da análise de marcadores moleculares, que são trechos do DNA.” Com essa técnica, disse Pereira de Souza, é possível obter novas variedades de plantas com menos tempo e dinheiro.

No momento, Pereira de Souza e sua equipe debruçam-se sobre informações genéticas da seringueira, com o objetivo de aplicar a seleção genômica no desenvolvimento de variedades mais produtivas e resistentes da árvore, da qual se extrai o látex usado na produção de borracha natural.

“Há urgência na obtenção de seringueiras adaptadas a climas mais frios e secos como solução para impedir a ação do fungo causador da doença conhecida como mal-das-folhas, que atinge as árvores em locais mais quentes e úmidos”, explicou a pesquisadora. “Países asiáticos, como China e Tailândia, são os maiores interessados, uma vez que enfrentam hoje a infestação desse fungo em suas plantações de seringueira”, disse.

 

Melhoramento da cana

A aguardada publicação do genoma completo da cana-de-açúcar deve impulsionar a técnica da seleção genômica no país, declarou a bioquímica Glaucia Mendes Souza, do Instituto de Química da USP e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN). O trabalho, publicado recentemente na revista GigaScience, levou 10 anos para ser concluído (leia mais em: agencia.fapesp.br/32090).

“Isso significa que os programas de melhoramento da cana não vão mais trabalhar no escuro”, disse Mendes Souza. O projeto brasileiro que sequenciou 99,1% do genoma da cana, do qual o BIOEN faz parte, decodificou 373 mil genes e evidenciou a complexidade da planta – o genoma humano, por exemplo, tem 22 mil genes.

Mendes Souza participou recentemente de uma audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, na qual falou das possíveis contribuições da ciência para o RenovaBio, uma nova política nacional de biocombustíveis que passa a valer em 2020.

“O etanol brasileiro pode, até 2045, substituir 13% do consumo de petróleo em todo o mundo, além de contribuir com uma queda de 5,6% nas emissões de carbono mundiais no mesmo período. Mas faltava ao país montar um esquema de governança para a bioenergia. O RenovaBio veio preencher essa lacuna”, disse Mendes Souza.

O workshop realizado na FAPESP contou ainda com a participação da engenheira agrônoma Tsai Siu Mui, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, que vem estudando o microbioma da chamada terra preta antropogênica, um solo enriquecido produzido por índios da Amazônia, cuja presença mais antiga foi detectada na região do alto rio Madeira. Esse solo mais escuro foi formado a partir de detritos orgânicos acumulados onde houve ocupações humanas prolongadas. “Ele é extremamente fértil, rico em fósforo, e pode ser recriado com o objetivo de recuperar áreas degradadas”, explicou Tsai.
Com informações de Agência FAPESP. Texto de Bruno de Pierro.

8 de janeiro de 2020 0 comentários
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Notícias

Consórcio internacional para o desenvolvimento de bioprodutos à base de resíduos agrícolas é coordenado pelo Brasil

por jornalismo-analytica 6 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A utilização de resíduos das cadeias produtivas da cana-de-açúcar, beterraba e eucalipto na obtenção de bioprodutos de alto valor agregado é o foco do consórcio internacional GreenMol, aprovado na chamada ERANET-LAC 3 2017/2018 promovida pela União Europeia e cujas atividades tiveram início este ano. A participação brasileira é coordenada pelo pesquisador da Embrapa Agroenergia Silvio Vaz Jr., e conta ainda com pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e Agroindústria Tropical. O consórcio de pesquisa é formado por quatro subprojetos executados em instituições de PD&I no Brasil, Alemanha, Uruguai e Polônia.

“Bioprodutos como o ácido levulínico derivado da celulose, ésteres de ácido graxo derivados da xilose e nano e micropartículas de suporte e/ou encapsulamento de lignina para liberação controlada e/ou lenta podem ser explorados a partir de biomassa de resíduos agroindustriais”, explica o pesquisador Silvio Jr.

“Na Embrapa Agroenergia, estamos finalizando as análises químicas da lignina kraft e dando início ao desenvolvimento de um suporte de liberação controlada de agroquímico à base desta lignina”, complementa. A lignina é uma macromolécula tridimensional amorfa encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose na parede celular cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais.

Segundo o pesquisador, há nesse tipo de resíduo da indústria de celulose e papel um grande potencial de mercado a ser aproveitado, com um forte viés de sustentabilidade. As demais unidades da Embrapa estão realizando a avaliação do ciclo de vida e o estudo da dinâmica dos componentes de resíduos agroindustriais no meio ambiente, com o objetivo de comprovar a sustentabilidade dos produtos e processos a serem desenvolvidos.

O uso de biomassas de resíduos faz parte da busca da ciência por processo sustentáveis e matérias-primas renováveis, que por sua vez fazem parte da lógica da chamada “bioeconomia”, modelo de economia para o século XXI centrado na exploração sustentável de recursos biológicos.

Além do Brasil, o consórcio reúne instituições de alto nível da Alemanha (Centro de Pesquisas Jülich), do Uruguai (Universidade de La República) e da Polônia (Universidade Tecnológica da Cracóvia) e é financiado com recursos da União Europeia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das agências alemã, uruguaia e polonesa de apoio à C&T.

A ideia é atender os mercados de cana-de-açúcar na América Latina, açúcar de beterraba na Europa e papel e celulose em ambas as regiões. “O bagaço de cana é uma importante biomassa lignocelulósica para biorrefinarias na América Latina devido à grande produção de cana-de-açúcar; o bagaço de beterraba é importante devido à produção de açúcar de beterraba na Europa e o material lenhoso de eucalipto é importante para ambas as regiões devido à indústria de papel e celulose”, explica o pesquisador.

O consórcio internacional GreenMol se propõe a preencher as lacunas científicas e tecnológicas para desenvolver e habilitar novos bioprodutos ao mercado. Até 2022, serão investidos aproximadamente 350 mil Euros (R$ 1,6 milhão) no desenvolvimento de moléculas verdes para os mercados químico e agrícola.

Com informações de Embrapa.

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Notícias

As aplicações da ressonância magnética nuclear na agroindústria

por jornalismo-analytica 2 de janeiro de 2020
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A parceria entre a Embrapa Instrumentação e a FIT – Fine Instrument Technology, ambas localizadas em São Carlos (SP), trouxe importantes resultados na aplicação da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) no agronegócio, em 2019 – quando o Centro de Pesquisa completou 35 anos (em dezembro).

Depois da assinatura – durante a maior feira do agronegócio brasileiro, a Agrishow (Ribeirão Preto – SP) – de um contrato para licenciamento do “Equipamento de Ressonância Magnética Nuclear para análise não-destrutiva da qualidade de alimentos”, o SpecFit foi vendido no Brasil e na América do Sul, Europa e Ásia.

A tecnologia é capaz de analisar amostras em segundos, sem destruí-las e sem deixar resíduos químicos, ao contrário dos métodos tradicionais, que usam solventes e o tempo de avaliação é superior a quatro horas. Outra vantagem da técnica é a possibilidade de integração com outros sistemas, maquinários e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

Soma de competências

Os três aparelhos exportados, um para cada país – Colômbia, Holanda e Malásia – a 45 mil dólares cada, mais a instalação, são exemplos de sucesso da junção de competências entre o setor público, representado pela pesquisa agropecuária, e a iniciativa privada.

De um lado, o conhecimento de uma equipe de cientistas altamente qualificada, que tem à frente o pesquisador Luiz Alberto Colnago, com mais de três décadas de estudos no desenvolvimento da metodologia e instrumentação de RMN para o agro.

A ousadia em romper paradigmas o levou a conquistar o Prêmio Capes de Tese edição 2019, na área de Química, cuja entrega ocorreu em Brasília (DF), em dezembro, junto com Flávio Vinícius Crizóstomo Kock, seu orientado de doutorado no Instituto de Química de São Carlos – USP.

Do outro, a expertise técnica e mercadológica da empresa privada FIT na construção do equipamento. Da união surgiu o SpecFIT, nome comercial do aparelho de RMN de baixo campo, robusto e que pode ser transportado, características consideradas como os maiores desafios da pesquisa.

Daniel Consalter, diretor de Tecnologia, diz que a aceitação se deve à rapidez da análise, qualidade dos resultados e serviço oferecido. “Entregamos relatórios que são usados para monitorar o processo e que podem usados como laudo. O nosso suporte é um grande diferencial que vem sendo cada vez mais elogiado e sendo um ponto de decisão entre nós e a concorrência”, afirma.

Além de atender países como a Malásia, no sudoeste asiático, segundo maior produtor mundial de óleo de dendê, atrás da Indonésia, a inovação tecnológica chegou primeiro às indústrias brasileiras, produtoras de óleo de palma, como também é conhecido o óleo de dendê.

Impacto no mercado brasileiro

O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial, com a produção concentrada no estado do Pará, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma). Quatro aparelhos de RMN atendem atualmente a região Norte do País.

“Dado que o Brasil produz 300 mil toneladas de óleo de palma e o SpecFit proporciona aumento de rendimento de 2%, estima-se um impacto potencial de R$ 12 milhões por ano. Além disso, o melhor rendimento econômico das indústrias pode melhorar também a remuneração dos produtores rurais”, explica o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João Naime.

Para atender aos mercados interno e externo, a FIT está ampliando o quadro de funcionários, dobrando a área física da empresa, e projetando novas aplicações e negócios.

Com o aporte de recursos da aceleradora NTAgro e do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), a empresa pretende desenvolver novos aparelhos aplicados às análises de alimentos frescos, como frutas, e industrializados, entre eles, azeite e vinho.

“O nome Embrapa carrega um grande peso de credibilidade tecnológica, mas as portas se abrem além disso. Divulgação, atração de investimento e parcerias são valores que a Embrapa nos traz, que não vêm de qualquer cooperação”, afirma Consalter.

Texto de Joana Silva (MTb 19.554/SP).
Com informações de Embrapa Instrumentação.

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Notícias

Papel do Brasil na geopolítica dos alimentos é tema de livro lançado pela Embrapa

por jornalismo-analytica 27 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A agricultura brasileira está sendo desafiada por um mundo com cadeias agroalimentares e ambientes políticos cada vez mais complexos. Compreender as mudanças é estratégico para o posicionamento do País como grande produtor e exportador de alimentos. O livro “Geopolítica do alimento: o Brasil como fonte estratégica de alimento para a humanidade” vem ajudar neste desafio. A publicação da Embrapa tem 40 autores, 322 páginas e está disponível na internet. Seu conjunto de 20 capítulos divididos em quatro seções busca contribuir para melhor compreensão das relações de poder entre países que determinam as regras do jogo e as condições de competição no mercado mundial do agronegócio.

A publicação é um lançamento da Embrapa e do Fórum do Futuro. Ele acontece nesta quarta-feira (27), pela manhã, com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina e do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, na sede do IICA – Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, em Brasília. Será durante o Seminário Alimento e Sociedade que reunirá representantes do agronegócio brasileiro, cientistas, pesquisadores e de organismos internacionais.

Entre os 40 autores, há muitos considerados referências importantes do agronegócio brasileiro, além de especialistas de instituições de pesquisa como a Embrapa, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de relevantes instituições no exterior como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Grupo de Países do Cone Sul (GPS), além de universidades públicas como Unicamp, USP, UFRJ, UniRio e UnB.

Destaca-se, ainda, a participação de três ex-ministros na elaboração dos capítulos: Alysson Paulinelli e Roberto Rodrigues (Agricultura) e José Botafogo Gonçalves (Indústria e Comércio) e do ex-presidente e um dos fundadores da Embrapa, o pesquisador Eliseu Alves.

Conteúdo atualizado com o que ocorre no planeta

“O Brasil desenvolveu as capacitações básicas para sustentar o crescimento da agricultura e atender as expectativas de atender, de modo sustentável, parte da demanda futura de alimento. Mas este jogo não é disputado apenas com base nas competências básicas, disponibilidade de terras, tecnologia e know how. Envolve também uma dimensão política, que no final determina as regras do jogo e as condições de competir no mercado mundial. A reflexão proposta é se o país está de fato preparado ou, pelo menos, se preparando para o pesado jogo da política internacional que, cada vez mais, afeta o comércio agrícola internacional e tem na reputação a sua base”, afirma Pedro Abel, pesquisador da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire) e um dos editores.

Ao todo, quatro editores técnicos da Sire são os responsáveis pela publicação: Pedro Abel, Elísio Contini, Gilmar Henz e Virgínia Nogueira. Segundo Henz, como o Brasil é um grande produtor e exportador de alimentos, sendo 30% do PIB de exportação composto por produtos agrícolas, percebeu-se a necessidade de se elaborar uma publicação que estudasse essa questão da importância da geopolítica dos alimentos e o papel do Brasil neste contexto.

“Foram selecionados vários temas como questões ligadas ao comércio internacional, regulamentos internacionais, o trabalho, a legislação, o desperdício de alimentos e a comunicação”, detalha Henz. Ele diz que o conteúdo é contemporâneo e que são discutidos os diversos fatores que afetam o mercado mundial de alimentos, como por exemplo, a recente disputa comercial entre China e Estados Unidos, que tem provocado reverberações no mundo todo.

“Países que enriquecem também migram para dietas mais rica em proteínas. A China virou o maior importador global de alimentos, com 250 milhões de pessoas demandando produtos com maior valor protéico. Somente no último mês de outubro a China aumentou em 62% a importação de carne bovina brasileira em relação a setembro, com vários desdobramentos internos para atender esta demanda. Essas mudanças demográficas e dos hábitos alimentares estão contempladas na publicação”, esclarece Henz.

Autores, seções e capítulos

Por que alimentos estão assumindo características de poder entre as nações? Qual o papel agro brasileiro? Para essas e outras indagações o leitor encontrará subsídios nas seções e capítulos organizados na obra. O livro parte do princípio de que onde há populações com fome, a pressão por alimentos é maior. Ásia e África, num futuro próximo, pressionarão países para que tenham garantias de suprimento alimentar.

O aumento da renda também é outro fator impulsionador do aumento pela demanda de alimentos, particularmente na China e na Índia. E o Brasil, por sua disponibilidade de recursos naturais, como água e terra, tecnologias desenvolvidas para a produção nos trópicos e sua capacidade empresarial é um dos poucos países no mundo que tem condições de atender a esse chamado. O livro mostra que são necessárias mais do que competências básicas e tecnologias para ocupar este espaço. É preciso compreender as regras do jogo e as condições de competir no mercado mundial de alimentos. A primeira parte do livro trata justamente dessa discussão: A Geopolítica dos Alimentos.

“Um ambiente favorável à paz entre as nações só é possível mediante a disponibilidade de uma oferta que assegure a entrega de alimentos em volume e qualidade compatíveis com a demanda e, em consequência, oferecidos a preços acessíveis”, escrevem os autores do primeiro capítulo, os ex-ministros Alysson Paulinelli e Roberto Rodrigues.

E dão um conselho: “Não existe jogo com apenas um dos lados do campo. Quem compra também precisa vender. O Mercosul nos ensina que a perspectiva de sucesso econômico passa pelo bom desempenho dos nossos vizinhos. As relações do Brasil com a China, com a Europa, com os Estados Unidos e com o mundo Árabe devem ser tratadas sob o rigor da avaliação acurada da diplomacia profissional e da customização do nosso modelo de produção para cada um desses parceiros. O grau de inserção dos nossos produtos no mercado internacional está umbilicalmente conectado a qualidade do nosso futuro”.

Nessa mesma direção, o capítulo escrito pelo ex-ministro da Indústria e Comércio, José Botafogo Gonçalves, em coautoria com a pesquisadora do Núcleo de Estudos Internacionais Brasil e Argentina (Neiba), Ariane Costa, enfatiza a importância de o Cone Sul ser um interlocutor unificado para dialogar com a China, Estados Unidos e outros, como já ocorre com a União Europeia.

“A equação modernizadora que permitirá que o Brasil volte a colocar os objetivos de crescimento do produto dentro de parâmetros compatíveis com a realidade do século XXI passa por adotar, como instrumentos prioritários de crescimento, o investimento na infraestrutura logística e no prosseguimento da expansão do agronegócio sustentável e, do outro lado, a regionalização das negociações internacionais elegendo o Cone Sul como um interlocutor unificado para dialogar com China, Estados Unidos e outros, tal como já ocorre com a União Europeia. Brasil e Argentina juntos devem capitanear essa estrutura negociadora”, explicam José Botafogo e Ariane Costa.

O livro traz a percepção de diversos autores de que o Brasil deve aproveitar os efeitos da guerra comercial entre países como Estados Unidos e China para ampliar a sua posição nos mercados como o da própria China, México, Canadá e os países árabes. Neste jogo, também é preciso considerar as barreiras tarifárias e não tarifárias que a Europa impõe ao Brasil.

Aproximação entre pesquisa e visão estratégica

Importantes questões para impulsionar o desenvolvimento do agronegócio brasileiro também são discutidas. Entre elas está a aproximação da pesquisa da visão estratégica do Brasil, com a intensificação de tecnologias relacionadas à produção de alimentos em maior volume, de forma mais sustentável, resilientes às mudanças climáticas e que assegurem a inclusão social ao longo da cadeia produtiva.

Destacam-se ainda neste cenário o uso do controle biológico na produção, com menor utilização de defensivos, sistemas mais eficientes e transparentes de rastreamento e certificação dos produtos alimentares, biotecnologia a serviço da inclusão social e otimização do uso dos recursos naturais.

O livro discute também a pobreza rural a partir de uma análise das políticas públicas no Brasil desde 1970. O ex-presidente da Embrapa e pesquisador Eliseu Alves analisa a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), segundo ele, motivada pela crença na possibilidade de a agência atuar o sentido de incluir milhões de agricultores pobres no processo de modernização da agricultura. Alves atribui essa exclusão como resultante das chamadas “imperfeições de mercado”. No livro, ele destaca, no entanto, que tais imperfeições só poderão ser enfrentadas com investimento em cooperativismo, associativismo e com o forte envolvimento dos prefeitos, lideranças locais e nacionais e não mais com investimentos diretos em extensão rural.

Na visão da editora técnica e autora de um dos capítulos, Virgínia Nogueira, o futuro da agricultura no país depende de diversos fatores interconectados, tais como questões econômicas, políticas ou internacionais, porém, nada disso será suficiente se não houver investimentos pesados na formação e capacitação de nossos cientistas e pesquisadores, desde sua formação básica à capacidade das universidades em se manter abertas e colaborativas neste contexto global. “É a pesquisa e a aquisição de novos conhecimentos que darão suporte ao empreendedor rural que também deverá estar preparado para utilizar cada vez mais tecnologias inovadoras, para empreender de forma disruptiva, competitiva e global”, explica.

“O livro é bem eclético. Procuramos ampliar o máximo possível o seu escopo, com temas diversos, que se relacionam entre si, como os aspectos geopolíticos de regulamentos do comércio internacional, a sustentabilidade ambiental, questões trabalhistas e de mão-de-obra qualificada para responder aos desafios de uma agricultura cada vez mais tecnificada, cadeias de valor, hábitos alimentares do consumidor, desperdício de alimentos e a busca por alimentos saudáveis”, explica o editor técnico e pesquisador da Embrapa, Elísio Contini.

Com informações de Embrapa.

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Portal com dados sobre a qualidade do leite brasileiro está sendo preparado

por jornalismo-analytica 25 de novembro de 2019
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O Ministério da Agricultura (Mapa) está finalizando um novo portal que reunirá dados de análises de qualidade do leite em todo o País. O projeto ainda está em desenvolvimento e fornecerá informações quantitativas e das medições dos padrões previstos nas INs 76 e 77 de forma a ter um raio-X da produção nacional. A posição foi indicada pela fiscal do Mapa e médica veterinária Milene Cé, que se reuniu com representantes das principais indústrias laticinistas em atuação no Rio Grande do Sul na tarde da última terça-feira (19/11) em Porto Alegre.

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esta será uma ferramenta importante para guiar os trabalhos de qualificação da produção no país e seria excelente se permitisse estratificar o grau de testagens nos diferentes estados do país. “A Região Sul está muito engajada com o projeto de qualificação da produção. É essencial disseminar esse conceito no país todo.” O projeto, inicialmente previsto para entrar no ar em outubro, ainda encontra-se em fase de elaboração.

Durante a reunião com as indústrias, Milene Cé esclareceu questões importantes sobre a fiscalização e penalizações a serem aplicadas ao setor em decorrência das INs 76 e 77, em vigor desde 31 de maio deste ano. “O que a gente tem visto é uma reação extremamente positiva da cadeia do leite. Uma posição de competência”, elogiou. Coordenando a reunião, o vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, enalteceu a reação positiva da cadeia produtiva em relação às medidas.  “Isso mostra um amadurecimento do setor, que foi lá e fez acontecer”, pontuou Portella.

As principais dúvidas apontadas durante reunião foram em relação à mudança nas regras de exclusão de produtores, publicadas no dia 7 de novembro. Segundo Milene, reconhecendo que havia pontos a serem corrigidos, as equipes do Mapa revisaram os regramentos, permitindo que a medição de CBT do último mês se sobreponha à média dos últimos três meses, desde que se encontre abaixo do padrão oficial. Desta forma, entende-se estar valorizando quem realmente está trabalhando pela melhoria dos processos e do manejo animal.  “Não queremos a exclusão de ninguém, mas valorizar a qualidade”, explicou.

Para cadastro de novos produtores, Milene recomenda que as contratantes solicitem as medições de meses anteriores, junto aos respectivos laboratórios da RBQL, mesmo do período em que estavam vinculados a outras empresas como forma de assegurar um histórico desse criador.

Com informações de Portal DBO.

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Notícias

Protocolos para controle de qualidade do leite em tanques refrigerados

por jornalismo-analytica 21 de outubro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Embrapa Gado de Leite (MG) desenvolveram protocolos de higienização de tanque coletivo de armazenamento de leite cru refrigerado. A iniciativa atende a demandas apresentadas pelos próprios produtores de leite de base familiar, que apontaram orientações para limpeza e higiene de ordenha como alguns dos principais problemas enfrentados por eles na comercialização do produto.

Os protocolos vão auxiliá-los no cumprimento das novas exigências impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que aumentaram o controle na qualidade e segurança da cadeia produtiva leiteira. As instruções normativas nº 76 e 77, de 2018, preveem, entre outras questões, que os produtores estejam aptos a higienizar de forma adequada os equipamentos de armazenamento de leite.

Terceiro maior produtor mundial de leite

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), em 2017 o Brasil se tornou o terceiro maior produtor de leite do mundo, com 35 bilhões de litros por ano. O leite cru permanece armazenado no tanque de resfriamento até sua coleta pela indústria. A higienização adequada do tanque de resfriamento mantém a qualidade do leite obtido na propriedade. Já o procedimento inadequado leva à formação de biofilme, uma película na superfície interna que proporciona a proliferação de bactérias e outros microrganismos que contaminam o leite.

“A correta higienização dos equipamentos é uma operação estratégica para manutenção da qualidade do leite cru refrigerado e deve ser realizada imediatamente após a coleta do leite pelo caminhão-tanque do laticínio”, afirma André Dutra, analista da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos e responsável pelo projeto “Estratégia de Manutenção da Qualidade do Leite Cru Refrigerado Armazenado em Tanques Coletivos”.

Foco na qualidade e no aumento do lucro

O trabalho da Embrapa foi desenvolvido na bacia leiteira do sul do estado do Rio de Janeiro e na região da Zona da Mata mineira, com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e de outros parceiros locais.

Técnicos da Embrapa instalaram duas Unidades Demonstrativas de Referência (URT) com o protocolo de higienização de tanques de armazenamento de leite em municípios dos dois estados e capacitaram cerca de 150 agricultores familiares, que utilizam tanques coletivos, em parceria com a Cooperativa Boa Nova, localizada no município de Valença (RJ), e com a Associação dos Produtores Rurais do Vale de Santana (Aprovas), sediada em Rio Preto (MG).

Os procedimentos validados pela pesquisa contribuem para o aumento do lucro do produtor de leite, do rendimento industrial e da qualidade e segurança dos produtos derivados ofertados ao consumidor final. “Incentivamos a produção de leite de qualidade pelos nossos cooperados. O produtor pode receber um valor a mais por litro de leite, ou ao contrário, pode ser até penalizado. Para isso, apoiamos iniciativas como essa da Embrapa, que o orientam a manter a qualidade do leite”, afirma Júlio César Costa, diretor da Cooperativa Boa Nova.

Segundo o protocolo, o processo de higienização deve ser realizado em duas etapas: limpeza e sanitização. “Normalmente, os produtores de leite realizam apenas a primeira etapa de lavagem do tanque para remoção dos resíduos de leite que ficam aderidos às paredes internas do tanque, o que não é suficiente para a eliminação dos microrganismos”, destaca Dutra.

Além disso, muitas vezes a água utilizada pelos pequenos produtores rurais não recebe tratamento adequado, podendo vir a contaminar novamente a superfície limpa. Por essa razão, o procedimento desenvolvido pelos cientistas incorpora uma segunda etapa de higienização para assegurar a eliminação completa dos microrganismos. Isso é feito com a aplicação de uma solução sanitizante.

Há diversas marcas comerciais no mercado a um baixo custo. Algumas opções, como o dióxido de cloro estabilizado, oferecem a vantagem de não necessitar de enxague após a aplicação, reduzindo assim o uso de água.

Índices de contaminação próximos de zero

Os resultados das análises realizadas pela Embrapa indicaram que após o procedimento de higienização do tanque de leite a Contagem Total de Bactérias (CTB) na superfície interna caiu para índices próximos de zero.

“Realizamos três análises em períodos diferentes, antes e após a coleta do leite. As medições iniciais indicavam a presença de milhões de bactérias por centímetro quadrado e ao fim obtivemos uma contagem menor do que dez, o que indica a eficácia do método de higienização empregado”, conta a pesquisadora Janine Passos, do Laboratório de Microbiologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Também foram realizadas análises da água utilizada na limpeza do tanque e utensílios. “As análises microbiológicas da água mostraram que as condições higiênico-sanitárias melhoraram após o treinamento realizado pelos técnicos da Embrapa com os produtores cooperados. Mesmo assim, recomendamos a realização do procedimento de cloração da água pelo produtor rural”, ressalta a pesquisadora.

Solução foi motivada por demandas do setor produtivo do leite

Os pesquisadores Sérgio Rustichelli Teixeira e Guilherme Nunes de Souza, da Embrapa Gado de Leite, realizaram recentemente uma pesquisa com mais de 150 técnicos das regiões Sul e Sudeste que validou a necessidade de estabelecer protocolos técnicos em diferentes etapas da produção de leite. De acordo com os entrevistados, as principais demandas dos produtores se concentravam em orientações para limpeza, uso correto de detergente, saúde animal, higiene de ordenha e aquisição de equipamentos.

“Uma queixa recorrente de produtores de leite está relacionada à mão de obra, que resiste em seguir orientações relacionadas a questões de higiene, desde a ordenha até a correta limpeza do tanque de armazenamento. Os técnicos atribuem a resistência a questões culturais envolvidas. Os produtores enxergam qualidade como custo e, por isso, insistem em seguir o que já faziam”, revela Rustichelli.

Um dos técnicos entrevistados informou que o produtor avalia que se melhorar a qualidade de leite, vai ganhar só R$ 0,02 por litro de leite, mas precisará realizar um investimento considerado de alto custo.

Mais de 90% dos técnicos entrevistados estavam empregados em indústrias cooperativas de leite, cuja maioria efetuava pagamento por qualidade. De acordo com os entrevistados, a política de pagamento por qualidade se mostrou um instrumento estimulante para as iniciativas com foco na melhoria da qualidade do leite que chega aos laticínios.

“Alguns problemas foram superados apenas apresentando os cálculos aos produtores e evidenciando as recomendações técnicas que podem facilitar o trabalho na fazenda depois que a rotina se estabelece. Assim, os produtores entenderam que se gasta menos do que se perde pela baixa qualidade do leite”, destaca Rustichelli ressaltando que, ao fim, ganham todos os atores da cadeia leiteira, principalmente o consumidor ao ter acesso a produtos lácteos de melhor qualidade.

Apresentação ao produtor

Os protocolos, que foram validados por testes analíticos, serão apresentados na 8ª TecLeite (Tecnologias para a Produção Sustentável de Leite), na Fazenda Experimental da Embrapa, no próximo dia 17 de outubro, em Coronel Pacheco (MG). O evento é uma das ações da Embrapa para transferir novas tecnologias ao sistema agroalimentar do leite e seus derivados. Esse segmento desempenha papel relevante na geração de emprego e renda para mais de um milhão de produtores rurais e no suprimento de alimentos para as populações brasileira e mundial.

Com informações de EMBRAPA.

21 de outubro de 2019 0 comentários
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Notícias

Cientistas conseguem rastrear tuberculose bovina por meio de DNA da bactéria causadora

por jornalismo-analytica 15 de outubro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Por meio de mutações observadas no genoma da bactéria Mycobacterium bovis, agente causador da turberculose bovina, cientistas estão rastreando a transmissão da doença em animais ou no rebanho. O trabalho é de pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS), em projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e aprovado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). Esse é o primeiro resultado da pesquisa recém-iniciada e com duração prevista de dois anos.

“Constatamos que fazendas próximas ou que comercializaram animais têm isolados de Mycobacterium bovis idênticos geneticamente. Com isso, avançamos no conhecimento das relações entre genótipos e distribuição espacial de cepas de M. bovis”, relata o imunologista Flábio Ribeiro de Araújo, pesquisador da Embrapa. Ele ressalta que esse conhecimento é importante aos estudos de manutenção e disseminação de focos de tuberculose bovina, essenciais para o sucesso de medidas de erradicação da doença. “Uma metodologia de rastreamento de focos de tuberculose bovina baseada em mutações de sítio único terá como clientes potenciais o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Tuberculose do Ministério da Agricultura (Mapa), além das agências estaduais de vigilância sanitária”, prevê.

Araújo comenta que os experimentos foram realizados em animais do Rio Grande do Sul e servem de base para as demais regiões. “Sequenciamos isolados provenientes de cultivo de tecidos de bovinos obtidos pelos serviços veterinários desse estado em seis propriedades rurais”, conta. Cada isolado de bovino acompanha dados de localização do foco, origem dos animais, movimentações prévias, resultados de diagnóstico pela prova intradérmica (teste cervical comparativo), sorologia, cultivo e nested-PCR de tecidos.

O cientista relata que próximo passo será trabalhar, estaticamente, a relação da distância física entre as propriedades e o número de mutações idênticas. Esse é um dos objetivos da doutoranda Rudielle Andrade, do programa de Ciências Veterinárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), orientada por Araújo. Andrade realizou treinamento na área no Instituto Sanger, no Reino Unido.

Monitorando a bactéria em humanos

Outra frente de trabalho tem sido desenvolvida por pesquisadores de instituições do norte do País (Amazonas e Pará). Eles trabalham com o sequenciamento de isolados dessas regiões e com um detalhe inédito: foco em humanos. “Se encontrarmos M. bovis em humanos, vamos correlacionar quão parecidos são com os isolados de bovinos da região. Se isso for confirmado, será a primeira descrição no Brasil de tuberculose zoonótica, o que representa muito para os estudos”, acentua Araújo. Pioneiramente, esses testes são realizados no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Manaus (AM), ligado à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), parceira do projeto.

Os estudos estão sob os cuidados dos pesquisadores Paulo Alex Carneiro (Instituto Federal do Amazonas – IFAM e Centro de Epidemiologia Comparada da Michigan State University – MSU), John Kaneene (MSU), Haruo Takatani e Christian Barnadd (Agência Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas – ADAF) e Marlucia Garrido e Ana (FVS-AM).

O grupo de pesquisa ainda é formado por especialistas de diversas instituições, como Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade de São Paulo (USP), e Secretaria da Pecuária, Agricultura e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

 

Doença afeta animais e humanos

A tuberculose bovina é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria M. Bovis, que acomete animais e humanos. Entre os animais atingidos estão bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e animais silvestres, como javalis, por exemplo. “A tuberculose é de notificação obrigatória e uma das mais importantes catalogadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Havendo ocorrência da doença, os países membros da OIE são obrigados a fazer a notificação, pois há influência no comércio internacional”, explica Araújo. “O Brasil aderiu às politicas da Organização porque possui um comércio intenso e representativo e por isso segue as regras estabelecidas.”

A presença de tuberculose na fazenda implica exclusão da propriedade do rol de exportação do produto para alguns mercados e o pesquisador alerta que a carne de um animal infectado não pode ser consumida, pois representa risco à saúde. “A forma mais comum de o ser humano se infectar é consumir leite cru ou derivados de animais infectados. A ingestão de carne não inspecionada também é um potencial risco”, ressalta.

O cientista da Embrapa conta que o diagnóstico da doença em animais não é fácil, porque nem sempre eles apresentam sintomas. No entanto, animais infectados podem apresentar emagrecimento ou problemas respiratórios. Araújo relata que quanto mais tempo o animal estiver infectado, pior será a situação dele e da própria propriedade. “O desenvolvimento da doença é progressivo e causa lesões no sistema linfático e no pulmão. A queda na produção gira em torno de 10% a 15%”, esclarece.

“A tuberculose é um obstáculo comercial e uma doença importante, por isso, são necessários estudos avançados, como os que já estão em andamento, para conhecer com mais detalhes a transmissão da doença, sua origem e disseminação e dessa forma construir linhas de controle, combate e erradicação,” defende o pesquisador.

Fonte: Embrapa.

15 de outubro de 2019 0 comentários
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Notícias

Novas técnicas de espectroscopia para a Agricultura Brasileira

por jornalismo-analytica 30 de setembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica
Parceria entre Embrapa e universidade da Escócia vai adaptar novas técnicas de espectroscopia para a agricultura brasileira

A Embrapa Algodão está recebendo nesta última quinzena de setembro a pesquisadora visitante Carla Ferreira, da Universidade de Strathclyde, na Escócia, para iniciar uma colaboração com a Embrapa Algodão envolvendo os estudos de viabilidade de uma nova técnica e instrumentação para Espectroscopia de Resolução Espacial e Angular (SAR-DRM). Desenvolvido pela universidade escocesa, o protótipo baseado na Espectroscopia no Visível e Infravermelho Próximo (NIR) permite extrair uma quantidade maior de informação de amostras, com mais agilidade e precisão, sem destruí-las.

“Esse equipamento utiliza vários sensores acoplados numa única sonda, dispostos a distâncias e ângulos diferentes entre o detector e a fonte de luz, permitindo que se obtenha uma quantidade de informações muito maior sobre o comportamento da amostra, sobre o espalhamento da luz na amostra e da absorção dos componentes químicos presentes”, explica o pesquisador Gledson Emídio, que está participando da parceria.

A vinda da pesquisadora Carla Ferreira faz parte do projeto Spatially Resolved Spectroscopy for Agricultural Applications, aprovado no final de 2018 pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba – FAPESQ, como parte do edital Newton Fund e UK Academies. Na universidade escocesa, o equipamento vem sendo testado junto à indústria farmacêutica, para avaliar processos em linha, com foco no controle de qualidade em todas as etapas de produção de medicamentos. O objetivo da equipe da Embrapa Algodão, liderada pelo pesquisador Everaldo Medeiros, é adotar a técnica para resolver problemas analíticos na área agrícola.

“Como exemplo, realizar a identificação de patógenos inicialmente em sementes de algodão de forma simples e prática para uma rápida tomada de decisão. Outro desafio é definir indicadores simples para mediar a qualidade da pluma de algodão. Como a técnica baseia-se no espalhamento da luz, o propósito é explorar os atributos físicos que definem as características da fibra. Também queremos identificar a contaminação da pegajosidade em pluma de algodão”, explica.

Outra demanda importante para o setor produtivo é diagnosticar toxinas no amendoim de forma rápida e precisa. “Isso ajudaria bastante na área da exportação e importação de sementes e grãos melhorando a qualidade final. Na cadeia produtiva do leite, a técnica pode ser útil para detectar misturas e adulterações”, avalia o pesquisador.

“Estamos realizando testes em sementes com fungos e sem fungos, na pluma do algodão para avaliar se é possível distinguir os diferentes comprimentos de fibra, vamos também experimentar amostras de leites para ver se conseguimos a separação do leite de cabra e leite vaca e se conseguimos observar quando está misturado, farinhas de milho com diferentes concentrações de proteína, de óleos, e matéria seca”, conta Carla Ferreira.

“Essas parcerias permitem um intercâmbio mais aprofundado com grupos internacionais de excelência fundamentais para o acesso a tecnologias e conhecimento que podem ser utilizados para elevar o nível técnico-científico da Embrapa. Além disso, permite divulgar internacionalmente o trabalho da Embrapa no contexto da agricultura tropical”, afirma Medeiros.

A pesquisadora Carla Ferreira integra o grupo liderado pela pesquisadora Yi-chieh Chen, líder do grupo de medidas analíticas do Departamento de Engenharia Química, da Universidade de Strathclyde e responsável pelo desenvolvimento da técnica e instrumentação para Espectroscopia de Resolução Espacial e Angular (SAR-DRM).

Material obtido de Embrapa.

30 de setembro de 2019 0 comentários
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Notícias

Critérios são requeridos para o uso da palha para gerar bioenergia, aponta estudo

por jornalismo-analytica 20 de setembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

O uso da palha da cana-de-açúcar na produção de energia elétrica e de etanol de segunda geração (2G) tem sido apontado como uma forma de aumentar a geração de bioenergia sem ampliar a área plantada. No entanto, um estudo publicado na revista BioEnergy Research aponta que retirar da lavoura a palha, normalmente deixada no solo após a colheita, pode dobrar a necessidade de fertilizantes nos canaviais brasileiros até 2050.

O alerta foi feito por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR-CNPEM), com base em um estudo apoiado pela FAPESP e pelo programa Fundo Tecnológico (Funtec), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nas lavouras de cana, as colhedoras retiram uma parte da planta conhecida como colmo, de maior valor comercial e energético, e devolvem para o solo as folhas, que são ricas em nutrientes e, depois de secas, formam a palha. Já era sabido que a manutenção dessa biomassa na superfície do solo contribuía para a fertilidade do solo. Porém, pela primeira vez, calculou-se a quantidade de nutriente retida nas folhas da cana e a quantidade de fertilizantes que seria necessária para suprir a lavoura se a palha fosse retirada do solo na região centro-sul do Brasil.

“No estudo, transformamos o valor dos nutrientes presentes na palha da cana em fertilizantes equivalentes [nitrogênio, fósforo e potássio]. Afinal, ao fazer a retirada dessa biomassa, o agricultor deverá comprar fertilizante mineral, o NPK, e aplicá-lo na lavoura para repor nutrientes. Medimos esse valor, que era invisível até então”, disse Maurício Cherubin , pesquisador da Esalq e autor do artigo.

A manutenção da palha no solo contribui para um processo chamado de ciclagem de nutrientes. A planta absorve e acumula os nutrientes do solo em seu tecido e, quando morre e se decompõe, esses nutrientes retornam ao solo, iniciando um novo ciclo de transferência. Porém, quando a palha é retirada do solo, o processo é interrompido.

“Ao aproveitar a palha para a produção de bioenergia, aproveita-se também um terço do potencial energético da cana, o que é muito. Por outro lado, como o estudo mostra, é importante manter uma boa quantidade de palha para cobrir o solo, protegê-lo da chuva, reduzir emissões de gases do efeito estufa e, um dos aspectos primordiais, manter a ciclagem de nutrientes”, disse Cherubin.

Nutrição do solo

Em artigos anteriores publicados na BioEnergy Research, a equipe de pesquisadores apresentou dados sobre o impacto da retirada da palha em outras questões importantes, como a atividade biológica do solo, o controle de pragas, a compactação do solo, a emissão de gases do efeito estufa e a produtividade da cultura.

“O objetivo do nosso estudo foi fazer uma revisão ampla das questões relacionadas à retirada da palha. Alguns produtores já perceberam que ela é importante para a produtividade da cana, pois influencia na proteção e na nutrição do solo”, disse Cherubin à Agência FAPESP.

No artigo mais recente, o grupo descreve estudos de campo feitos para medir a perda de nutrientes no solo, assim como análises econômicas e projeção de cenários realizada com base em dados oficiais da Associação Nacional para Difusão de Adubos sobre a região centro-sul. Cinco possíveis cenários foram discutidos. As estratégias menos impactantes mantêm as folhas verdes no campo, colhendo apenas as folhas secas. Já no cenário mais extremo há remoção total da palha.

Definição de critérios

As análises sugerem que a retirada total da palha do solo resulta, em média, na necessidade de 195 quilograma de fertilizante por hectare (kg/ha) por ano, a um custo adicional de US$ 90 por hectare. Essa quantidade de fertilizante corresponde ao dobro do volume usado atualmente na região centro-sul, principal produtora de cana no país.

O cenário que contabiliza apenas a retirada moderada da palha seca e a permanência da palha verde no solo – o mais brando dos cinco – resulta na necessidade de 27 kg/ha de fertilizantes, a um custo adicional de US$ 27 por hectare.

“Como se vê, a decisão de retirar ou não a palha do solo tem um impacto grande na lavoura e em todo o setor. Hoje, cada usina adota seus próprios critérios para definir a quantidade e o local da retirada. Necessitamos avançar e, coletivamente, definir critérios para que essa prática possa trazer benefícios em termos de produção de bioenergia, de qualidade do solo e de produtividade”, disse.

O Brasil é responsável por cerca de 40% da produção global de cana-de-açúcar, com 10 milhões de hectares de lavouras. A maior parte da produção nacional (92%) fica na região centro-sul, que abrange parte de seis estados brasileiros (SP, PR, MS, GO, MG).

O estudo não comparou os gastos na compra de fertilizantes com os ganhos na geração de energia com a palha da cana. O preço do quilowatt-hora (kw/h) por hectare varia conforme a demanda, localização da usina, período do ano e fatores meteorológicos (seca).

Uso de fertilizantes cresce

Ainda de acordo com o estudo, se o cultivo da cana continuar no ritmo atual, a tendência é que o consumo de fertilizantes na cultura cresça cerca de 80% até 2050. Nos últimos 30 anos, o consumo na região estudada aumentou 46,5 mil toneladas por ano. Em 2016, foram consumidos 1,75 milhão de toneladas – ou 11,6% do consumo total de fertilizantes no país.

“O uso da palha na indústria é uma grande oportunidade. Porém, existem os prós e os contras. Ela aumenta a eficiência produtiva em uma mesma área. Por outro lado, como o estudo mostra, é importante que parte da palha fique no solo”, disse.

O artigo Sugarcane Straw Removal: Implications to Soil Fertility and Fertilizer Demand in Brazil (doi: 10.1007/s12155-019-10021-w), de Maurício R. Cherubin, Izaias P. Lisboa, Aijânio G. B. Silva, Letícia L. Varanda, Ricardo O. Bordonal, João L. N. Carvalho, Rafael Otto, Paulo S. Pavinato, Amin Soltangheisi, Carlos E. P. Cerri, pode ser lido em https://link.springer.com/article/10.1007/s12155-019-10021-w.

Material obtido de Agência Fapesp.

20 de setembro de 2019 0 comentários
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