POLUIÇÃO DA ÁGUA POR MICROPLÁSTICOS
A água pode ser considerada como fonte da vida. Não obstante, sem ela os seres vivos sobrevivem por muito pouco tempo na Terra.
Tomando por base estas afirmações, as quais são verdadeiras, todo cuidado seria pouco em manter esta substância vital em completa segurança.
Porém, não é isto que o ser humano faz desde a antiguidade.
A poluição da água é tão antiga como a existência do ser humano no planeta.
Tanto que desde a Roma e Grécia Antigas, já existiam regras para instalar matadouros e lavanderias longe do fluxo de rios que banhavam as cidades, no intuito de que a poluição ficasse longe de quem morasse dentro da cidade, deixando assim água limpa para se beber, banhar e lavar.
Passados séculos de poluição, desde o século anterior, temos uma nova modalidade de poluição advinda principalmente dos derivados de petróleo, mais precisamente produtos da polimerização de derivados de petróleo, os termoplásticos.
Termoplásticos, aqueles chamadas de “plásticos” vulgarmente, os quais são passíveis de nova moldagem a quente. Temos como exemplos: polipropileno, poliestireno, policloreto de vinila, polietileno e outros.
Desde a década de 1970, temos dados de estudos onde foram encontrados resíduos destes plásticos em alimentos, água doce, água salgada, ar, solo, seres vivos, etc.
A forma encontrada era variada, mas o principal é que o tamanho das partículas variava desde 1 µm até 1000 µm o que pela dimensão acabou sugerindo o nome de microplástico.
Mesmo as moléculas de polímeros sendo grandes, elas quando compõem por exemplo uma garrafa plástica, a qual é descartada e acaba ficando sujeita a intempéries ou contato com solo, por exemplo, ela acaba sendo degradada na sua estrutura acabando por ficar em pedaços, os quais podem chegar ao tamanho citado de microplástico.
Sabemos que os termoplásticos podem ser considerados um dos tipos de materiais mais utilizados no planeta desde o século passado e seu descarte passou na realidade despertar a consciência humana apenas no final do século passado, portanto são décadas de descarte irregular pelo planeta todo. Podemos enfatizar também, que o descarte irregular no meio hídrico, tornou-se um problema mundial de proporções notadas não só nos rios, mas também nos oceanos.
A preocupação com este tipo de poluente não se resume apenas a sujidade oferecida pelo material na água, mas o que este tipo de material pode acarretar quando em contato com outros materiais.
O microplástico por ser um polímero pode por sua característica química agregar metais enquanto sobrenada na água, metais estes que possam estar também poluindo a água onde ele se encontra e assim o microplástico acaba por ser um vetor de poluição agregada.
Pode também agregar outros poluente orgânicos, como esgoto ou material patogênico e servir de “abrigo” para estas substâncias nocivas.
Também o microplástico pode se decompor por total e liberar materiais de sua composição como corantes e plastificantes gerando assim estes poluentes na água.
Temos rios poluídos com microplásticos por quase todo planeta, mas alguns são de tamanha poluição que chega até a parecer uma grande vala de sujeira.
O pior exemplo disto é o Rio Pasig nas Filipinas, a quantidade de microplástico nele chega a mais de 62 toneladas por ano.
A maioria dos rios mais poluídos com microplásticos estão em países asiáticos como Filipinas, já citado, Mianmar, Bangladesh, Tailândia, Vietnã e muitos na Índia.
Sabemos que a água dos rios alimentam os oceanos, por esta afirmação, não fica difícil de entender porque algumas ilhas no oceano Pacífico estão abarrotadas de materiais plásticos.
Pesquisas mostram que os animais marinhos e também plantas marinhas estão cada vez mais contaminados por microplásticos.
A dúvida sobre como poderiam os oceanos ficar contaminados com tanto material plástico, haja vista que a maioria das populações costeiras não descartam seus materiais indiscriminadamente nas praias, pode ser facilmente entendida quando voltamos nosso olhar para os costumes em terra, os quais ainda são de pouco cuidado com a água, isto remontando a séculos e lamentavelmente sem uma diretriz para o fim deste tipo de poluição num curto espaço de tempo.
Leia o artigo completo AQUI