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    Microbiologia: Cronobacter

    Por Claudio Kiyoshi Hirai*

    O Cronobacter é um bacilo Gram negativo que pertence à família Enterobacteriaceae. Este microrganismo era conhecido como o Enterobacter cloacae produtor de pigmento amarelo. Posteriormente, em 1980 a bactéria foi reclassificada como Enterobacter sakazakii.

    Esta reclassificação foi o resultado de vários estudos, aonde as cepas de E. sakazakii foram separadas em grupos a partir de perfis obtidos por amplificação de fragmentos polimórficos fluorescentes de DNA, perfis de ribotipagem, análises de sequências gênicas completas de 16S RNA e hibridização DNA-DNA.

    Desta forma foi proposto a sua reclassificação, dentro da família Enterobacteriaceae, como um novo gênero, Cronobacter spp., com quatro espécies, duas subespécies, e uma genomoespecie, que são:

    • Cronobacter sakazakii subsp. sakazakii,
    • Cronobacter sakazakii subsp. Malonaticus,
    • Cronobacter muytejensii,
    • Cronobacter dublinensis,
    • Cronobacter turicensis e;
    • Cronobacter genomoespecies 1.

    Em virtude de outros estudos que foram publicados, atualmente o gênero Cronobacter é composto de 7 espécies:

    • sakazakii,
    • malonaticus,
    • dublinensis,
    • turicensis,
    • muytjensii,
    • universalis e;
    • condimenti.

    Inicialmente foi reconhecido como um patógeno oportunista devido ao consumo de formulas infantis desidratadas.   E foi apontado como causador de meningite e septicemia neonatal.

    Em 1961, foram descritos na literatura os dois primeiros casos de meningite causados pela bactéria.

    Após esta data foram descritos, novos casos de meningite, septicemia e enterocolite necrotizante.

    Muito embora a maioria dos casos envolvam crianças, existem na literatura, casos que descrevem infecções em adultos idosos, sendo que a maioria dos casos sejam devido a infecção urinaria.

    De maneira geral, a taxa de mortalidade está na casa de 80%.

    Muito embora a fonte do E. sakazakii seja ainda desconhecida, o numero crescente de relatos na literatura sugerem que as formulas infantis desidratadas sejam o veiculo para a infecção.

    No Brasil, existem poucos relatos de contaminação em formulas infantis desidratadas comercializadas pelo microrganismo, sendo que o primeiro relato de surto ocorreu em 1997 na Unidade de Neonatologia do hospital de Clinicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

    As amostras positivas para o Cronobacter foram: Queijo Minas Frescal, Queijo Prato, Alimento infantil a base de Cereal de aveia, Alimento infantil a base de cereais de milho, Alimento infantil de cereais de arroz, farinhas, temperos e condimentos, formulas lácteas em pó, formulas infantis, aveia em flocos, leite UHT, amido em pó.

    Os métodos atuais de detecção e isolamento do Cronobacter spp.  utilizam o PCR e também metodologia tradicional com o uso de meios cromogenicos, para isolar e detectar a bactéria, visto que o PCR ainda e pouco utilizado pelos laboratórios.

    A pesquisa de Cronobacter nas formulas infantis em pó pode ser realizada com alíquotas de 100 g. da amostra, diluição em tampão peptonado, centrifugação da amostra e semeadura em um meio comercial cromogênico (Agar R&F ou Agar DFI), incubar as placas a 35 +/- 2 C durante 18 a 24 horas verificando o aparecimento de colônias características.

    Realizar a confirmação bioquímica utilizando os kits bioquímico scomo a o API, Crystal ou outros ou ainda automatizados como o Vitek, Biolog etc.


    Referências bibliográficas:

    • BAM Bacteriological Analytical Manual Chapter 29 Cronobacter.
    • Freitas, L. G., Risori, C.A., Jakabi, M., de Paula, A., M.,R., Rowlands, R,E.,G.. Ocorrência de Cronobacter spp., (Enterobcter sakazakii) em alimentos infantis adquiridos em um hospital público. Ver. Inst. Adolfo Lutz. 2011;70(4);548-53.
    • Hunter, C.,J.,Petrosvan, M., Ford, H.,R., Prasadarao, N., Enterobacter sakazakii: A Emerging Pathogen in Infants and Neonates, Sur. Infec, 2008Oct; 9(5):533-539.

    *Claudio Kiyoshi Hirai é farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American Society of Microbiology e membro do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.

    Telefone: 11 5539 6719

    ​E-mail: técnica@bcq.com.br

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