Análise Argus: Impacto das tarifas dos EUA sobre o setor de biocombustível

A tarifa anunciada ontem pelo presidente Donald Trump ao Brasil foi de 10% sobre todas as importações para os EUA. Amance Boutin, gerente de desenvolvimento de negócios da Argus, comentou sobre o impacto da tarifa sobre o setor de biocombustível:
A tarifa padrão de 10% colocado sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos devem ter um efeito limitado sobre o setor de biocombustíveis, na avaliação da Argus com base em dados dos governos brasileiros e norte-americanos e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O Brasil produziu 37 bilhões de litros de etanol em 2024. Deste total, o volume exportado para os Estados Unidos somou 313 milhões de litros, o que representa 0,8% da produção nacional.
De acordo com os dados do governo americano, a participação das importações brasileiras no suprimento doméstico foi quase nula em 2024, após atingir 1,4% da demanda interna do país em 2019 e 2020.
O Brasil exportou etanol principalmente para o estado da Georgia em 2024, onde o produto é usado para a produção de querosene de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). Nos anos anteriores, a Califórnia foi um dos principais destinos do etanol de cana-de-açúcar brasileiro, em virtude do prêmio dado ao etanol brasileiro no âmbito da política ambiental do estado norte-americano (Carb, na sigla em inglês).
Em relação ao biodiesel, não houve nenhum fluxo de importação e exportação do biocombustível entre o Brasil e os Estados Unidos desde 2023.