Até 60% dos recursos de títulos verdes do Brasil irão para Meio Ambiente
A primeira emissão de títulos sustentáveis do Brasil no mercado internacional, prevista para início de 2024, vai destinar de 50% a 60% dos recursos levantados para projetos de meio ambiente, informou o relatório do Tesouro Nacional.
Apesar de o órgão não apresentar oficialmente as estimativas de quanto pretende arrecadar com a emissão de papéis, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo quer conseguir US$ 2 bilhões com os títulos verdes.
Esses papéis lançados no exterior são vinculados a compromissos ambientais, o que faria investidores estrangeiros receber rendimentos de iniciativas sustentáveis, que ficariam entre 6,15% e 8% para os compradores dos títulos.
Essa será a mesma taxa de retorno do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, relançado em agosto e que receberá parte dos recursos das emissões dos títulos.
Segundo o relatório do Tesouro, o montante arrecadado será distribuído em oito segmentos, seis da área ambiental e dois da social. A divisão será, principalmente, para ações de transporte limpo (20% a 25%); energia renovável (15% a 20%) e biodiversidade terrestre e aquática (11% a 18%).
O valor é bem menor para áreas como adaptação às mudanças climáticas (0,5% a 0,8%) e controle de emissões de gases de efeito estufa (0,1% a 0,2%). Na área de projetos sociais, entre 10% a 17% irão para ações de segurança alimentar e sistemas alimentares sustentáveis.
“A carteira proposta [na primeira emissão de títulos verdes] é preponderante em categoria ambiental, destacando-se esforços que serão decisivos para seguir revertendo o curso do desmatamento e permanecerão críticos para a preservação dos biomas nativos brasileiros”, justificou o Tesouro Nacional no relatório.
Novos projetos
O Tesouro também especificou que pelo menos 75% dos recursos captados na primeira emissão no exterior se destinem a novas despesas e no máximo 25% refinanciem gastos já executados ou em curso.
A primeira emissão também deverá financiar ou refinanciar preferencialmente gastos de 2023 e de 2024, refinanciando o mínimo possível de restos a pagar (verbas de anos anteriores gastas nos anos seguintes).
Alguns gastos programados no Orçamento relevantes para a agenda de sustentabilidade do país não receberão recursos da primeira emissão de títulos verdes no exterior.
Matéria – Por Globo Rural — São Paulo
Imagem aérea do Pantanal — Foto: Globo Rural