Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
Tag:

tecnologia

Notícias

Tecnologia reduz aditivos e melhora a qualidade do trigo nacional

por jornalismo-analytica 14 de maio de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Os alimentos sem aditivos estão cada vez mais presentes na mesa do brasileiro. Atentos a esse cenário, pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveram um equipamento processador multifuncional que usa micro-ondas para a aplicação em diversas tecnologias da indústria agroalimentar.

O equipamento em escala-piloto possibilitou, por exemplo, a diminuição e até a eliminação do uso de aditivos em farinhas de trigo. O sistema de micro-ondas permitiu modular a qualidade de amidos e proteínas; e modificar características como elasticidade, extensibilidade e viscosidade de massas na produção de bolos e biscoitos. Dessa forma, tornou a matéria-prima adequada para diferentes aplicações industriais, mantendo e até melhorando a qualidade final do produto sem o uso de coadjuvantes e aditivos.

Os alimentos clean label, termo em inglês que significa rótulo limpo, são uma tendência no Brasil e no mundo. “O consumo de pães, bolos e biscoitos aumentou muito, consequentemente o de aditivos também. Em cada 100 gramas de pão, por exemplo, podemos ter até 1% de aditivos”, explica à Agência de Inovação da Unicamp Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici, docente da FEA e uma das inventoras da patente. “Com esse micro-ondas temos a vantagem de reprodutibilidade da tecnologia para grandes escalas industriais”, complementa.

Versatilidade e diminuição de perdas

O processo de tratamento térmico com o equipamento de micro-ondas é considerado importante para a indústria de transformação por conseguir alterar, controlar e padronizar a qualidade tecnológica de farinhas sem precisar mexer na outra ponta dessa cadeia: o plantio do grão.

Os brasileiros consomem, em média, 40,62 quilos de trigo por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). “Hoje o país não é autossuficiente na produção de trigo. O que vem do exterior já chega com tratamento prévio. O trigo nacional com certeza se beneficiaria dessa tecnologia a partir de um controle melhor em manutenção de qualidade”, conta Flávio Martins Montenegro, pesquisador e inventor da tecnologia.

O sistema processador por micro-ondas permite o trabalho para beneficiamentos contínuos, que não necessitam de modificação de processos, ou de forma descontínua por bateladas com pequenos e fáceis ajustes operacionais. A invenção pode ainda ser aplicada a outros alimentos em estado líquido, sólido, em pó ou em suspensão.

Na pós-colheita, o tratamento térmico ajuda a controlar a umidade, o que permite armazenar grãos por longos períodos e inibe processos germinativos que baixam a qualidade de cereais, grãos e farinhas. O equipamento evita ainda outro problema, como a absorção de odores indesejáveis de fumaça com secadores movidos a lenha.

O calor gerado pelas micro-ondas também consegue inativar enzimas que aceleram o processo de perda de qualidade de produtos, aumentando o tempo de vida de prateleira de alimentos processados. Bem como elimina ovos de parasitas, como, por exemplo, carunchos, geradores de grandes perdas da indústria alimentícia.

Micro-ondas em formato multifuncional

O forno de micro-ondas foi inventado em 1947. No Brasil, se popularizou na década de 90. Dez anos depois, o número de aparelhos nos lares brasileiros já ultrapassava 8 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na mesma época, o engenheiro e professor aposentado da Unicamp Antonio Marsaioli Júnior construía o primeiro protótipo e precursor do atual equipamento processador.

O sistema de aplicação de micro-ondas, patenteado com o apoio da Inova Unicamp, tem 175 litros, cinco vezes maior do que o tamanho médio de uma versão doméstica, e pode ser projetado para frequências diferentes se for preciso aumento de escala. O que também favorece esse aplicador é a geometria interna, pensada para otimizar a distribuição de calor.

O equipamento construído com fomento da FAPESP apresenta uma cavidade com formato de um prisma hexagonal. Isso permite uma distribuição mais homogênea do campo elétrico das micro-ondas, o que resulta em um aquecimento do produto mais uniforme, eliminando a necessidade de um prato giratório central.

O sistema ainda é equipado com instrumentos para monitorar e adquirir parâmetros do processo, como pressão da cavidade, temperatura e peso do material tratado, potência transmitida e refletida, que permitem reproduzir e compreender o nível de modificação das características físicas e químicas do alimento tratado.

“Você pode trabalhar junto com as micro-ondas com injeção de ar quente ou vácuo e com formação de leitos fluidizados, para dar maior sinergia e obter melhores resultados. A beleza do equipamento é essa multifuncionalidade, que para um laboratório de pesquisa ou uma indústria é riquíssima”, explica Michele Nehemy Berteli, pesquisadora do Ital e também inventora do sistema.

A patente está disponível para o licenciamento de empresas interessadas em trabalhar diretamente com a tecnologia ou no desenvolvimento de novas aplicações. Quem está à frente das negociações é a Agência de Inovação da Unicamp. Uma linha de pesquisa possível está na adaptação do glúten para pessoas com restrição alimentar. Estudos internacionais indicam que o tratamento de farinhas com micro-ondas pode alterar e tornar a proteína do trigo funcional para esse público.

 

Fonte: Fapesp

14 de maio de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Em foco

Tecnologias de purificação que garantem a qualidade da água nos laboratórios

por jornalismo-analytica 20 de abril de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Meta description: Para qualquer laboratório, a qualidade da água é crucial. Conheça a importância de um sistema de purificação de água corretamente dimensionado para os métodos de purificação que garantem a pureza adequada da água.

A água é um dos elementos mais importantes no mundo e, em um contexto laboratorial, não é diferente. Para diversas finalidades e com usos muito diversificados, a água purificada é muito importante para os laboratórios. Conheça os sistemas de purificação de água para laboratório da ELGA LabWater e os principais métodos que garantem a qualidade da água neste contexto.

Laboratórios são locais onde se desenvolvem atividades de pesquisas e análises diversas e de grande importância no que diz respeito a confiabilidade de resultados.. Pelo tipo de trabalho e necessidade de uso de reagentes com elevado grau de pureza, a água purificada é um insumo extremamente importante e essencial dentro do laboratório, e assume um papel fundamental em vários processos. 

De fato, quando pensamos num laboratório, é normal lembrarmos de situações nas quais o uso de água pode ser necessário. Desde o banho-maria,  a lavagem de vidraria ou no abastecimento de autoclaves, o seu uso assume, em contexto laboratorial, uma grande diversidade e importância.

Dada a própria essência do trabalho dentro de um laboratório, a pureza da água é essencial neste contexto. Assim, considerando a exigência geral de água do laboratório, são utilizados  diversas tecnologias no processo de purificação da água.  Estas tecnologias,  desenvolvidas por profissionais especializados (como por exemplo a ELGA), ajudam a garantir a qualidade da água purificada nos laboratórios e, portanto, a garantir a segurança e confiabilidade de todos os resultados de todas as análises realizadas.

Descubra, com este artigo, o que é um sistema de purificação de água para laboratório, compreenda a sua importância e conheça as tecnologias que garantem a qualidade da água nos laboratórios.

A importância da purificação da água para laboratórios

 

O uso da água em contexto laboratorial é tão importante quanto diverso. Em vários setores, a rotina laboratorial irá demandar o uso deste reagente – a Água Purificada.

Em contexto de laboratório, se a água não for corretamente tratada para atingir a pureza  necessária, isto pode afetar de forma muito negativa todas as atividades, promovendo a contaminação, em muitas etapas do processo, devido a potenciais impurezas que nela possam estar presentes.

Em procedimentos como análises clínicas  ou qualquer outra análise laboratorial, a pureza da água é imperativa, para que esta não contenha bactérias ou biomoléculas. Este cuidado irá garantir eficácia dos testes e o rigor dos resultados, sem colocar em risco a contaminação de outros reagentes.

Para a obtenção da água purificada ideal, no entanto,  exige a consultoria  dos melhores especialistas, para configuração e instalação de um sistema de purificação de água bem dimensionado à realidade atual e futura do laboratório.

O processo de purificação  da água para laboratório 

 

Uma vez que a pureza da água é um elemento crucial na rotina dos laboratórios, a configuração e instalação de um sistema de purificação de água para laboratório é fundamental. Este tipo de sistema irá garantir que a água utilizada pelos  profissionais da área é totalmente neutra, pura e pronta para ser utilizada.

O controle da qualidade da água, bem como a garantia do seu fornecimento constante demanda um grande esforço e dedicação, além de  estratégias eficazes, que garantam que todo o processo de purificação ocorra sem falhas. Assim, o sistema deve ser adequado ao tamanho e necessidades do laboratório.

Atualmente, com a ELGA LabWater, os laboratórios podem garantir a sua água purificada  através de dois métodos: os sistemas centralizados de produção e distribuição de água laboratorial e os sistemas de purificação de água laboratorial de  ponto de uso. 

Os Sistemas Centralizados de Água Laboratorial

 

 Os sistemas centralizados de produção e distribuição de água são confiáveis e fornecem um abastecimento contínuo e ininterrupto de água purificada, a partir de uma unidade central, que distribui água para várias áreas do  laboratório.

Este método, de uma forma centralizada, purifica, armazena e distribui a água, para que esta abasteça diferentes laboratórios  em vários pontos do edifício.

Quando comparada com a outra opção – o sistema de água laboratorial de ponto de uso – a água centralizada pode apresentar a vantagem de ser uma solução menos dispendiosa, caso a água seja necessária em diversos pontos do laboratório de grande dimensão ou um edifício com diversos laboratórios.

 Estes sistemas são capazes de fornecer até 6 mil litros de água/dia permitindo uma vazão instantânea de até 38 litros/minuto de água purificada (do tipo I, II e III).

Esse método já é bem conhecido por diversos laboratórios, e vem sendo utilizado por empresas de diferentes setores. A sua aplicação é bastante comum em laboratórios farmacêuticos,  universidades, institutos de pesquisa, além dos laboratórios clínicos, e laboratórios de pesquisa e  desenvolvimento.

Sistemas de purificação de água laboratorial de ponto de uso

 

Outra opção utilizada e muito comumente utilizada, é o sistema purificação de água para laboratório de ponto de uso.

Este sistema é responsável pelo fornecimento de água ultrapura, através de um abastecimento de uma fonte de água potável ou pré-tratada.

Uma vez que a água desses sistemas é a mais pura, evita-se que essa água seja distribuída por uma longa tubulação, para que se reduza  o risco de qualquer contaminação que possa afetar a qualidade da água.

A água produzida por este tipo de sistema o pode servir desde a lavagem de vidraria, até aplicações analíticas mais sensíveis. 

Esse tipo de fornecimento de água para laboratórios permite que exista o acesso simples, rápido,, consistente e confiável de água purificada, podendo a água ser do tipo I, II ou III.

Com esse sistema de água laboratorial no ponto de uso há a possibilidade de produzir até  mil litros de água/dia, com baixos custos de operação e utilizando sistemas compactos.

Além disso, todo o processo de manutenção, monitoramento e suporte para esse tipo de sistema é, realizado  por especialistas e profissionais treinados, de forma regular e eficaz, para garantir a pureza da água.

20 de abril de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Metrologia

Contribuições da Tecnologia Industrial Básica para a Agenda 2030 da ONU: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Erradiação da Pobreza (ODS 1) e Saúde e Bem-Estar (ODS 3)

por jornalismo-analytica 12 de abril de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Introdução

Este artigo é o segundo artigo de uma série que vai tratar do potencial de integração entre as funções de Tecnologia Industrial Básica (TIB) e o atendimento a alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir das discussões presentes nas publicações “O papel da Metrologia no Contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” [1] e “Reiniciando a Infraestrutura da Qualidade para um Futuro Sustentável” [2]. O primeiro artigo, intitulado “Tecnologia Industrial Básica e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, apresentou a definição de TIB e sua importância para o setor produtivo, a Agenda 2030 da ONU, os ODS e as publicações de referência.  O objetivo deste artigo é analisar as relações entre TIB e os ODS 1 – Erradiação da Pobreza e 3 – Saúde e Bem-Estar, estabelecidas na publicação “O papel da Metrologia no Contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” [1], produzida em conjunto pela UNIDO, pelo BIPM e pela OIML, agregar explicações sobre os termos utilizados e, também, relações com a infraestrutura da qualidade no Brasil.

 

Obejtivo de Desenvolvimento Sustentável 1 – Erradicação da Pobreza

O ODS 1 é estruturado em 7 metas para “alcançar o fim da pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares” [3].  A função de TIB relacionada é a Metrologia Legal. 

A Organização Internacional de Metrologia Legal – OIML, um dos editores da publicação de referência [1], define a Metrologia Legal como “a prática e o processo de aplicação da estrutura regulatória e da fiscalização para a metrologia”. São as atividades de metrologia – ou seja, medição,  unidades de medida, instrumentos de medição ou sistemas e métodos de medição – que tem requisitos legais prescritos e, portanto, são realizadas por ou em nome de autoridades governamentais. O propósito das atividades de Metrologia Legal é promover um nível adequado de confiança nos resultados das medições dentro do ambiente regulatório nacional. [4]

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é a entidade responsável por estabelecer, implantar e operacionalizar a infraestrutura necessária para viabilizar as atividades de Metrologia Legal em todo o território nacional.

Alguns exemplos de instrumentos de medição sujeitos ao controle metrológico legal são [5]:

  • No Comércio: balança, hidrômetro, taxímetro, bomba medidora de combustível;
  • Na Saúde: termômetro clínico, medidor de pressão sanguínea (esfigmomanômetro);
  • Segurança: cronotacógrafo, medidor de velocidade de veículos, etilômetro;
  • Meio Ambiente: analisador de gases veiculares, opacímetro, módulo de inspeção veicular;
  • Efeito Fiscal: medidor de velocidade de veículos, analisador de gases veiculares.

A publicação de referência [1] destaca, para três contextos, a importância do controle metrológico legal de instrumentos de medição para a erradicação da pobreza: segurança das estradas, trocas comerciais e saúde. Uma síntese da análise presente no documento é apresentada a seguir.  

A segurança das estradas é aumentada com a utilização de cronotacógrafos, medidores de velocidade de veículos, balanças e etilômetros devidamente calibrados, cujos modelos foram aprovados. Acidentes em estradas tem altos custos humanos, além de gastos com manutenção e reparo que poderiam ser direcionados para benefícios de todos. Os acidentes podem transformar pessoas saudáveis de qualquer idade em indivíduos incapacitados e mais propensos a terem redução de renda e se aproximarem da pobreza ou pobreza extrema. 

A Metrologia Legal assegura as trocas comerciais justas por meio da verificação periódica da calibração das balanças utilizadas para a pesagem de produtos. Balanças calibradas permitem que os produtores recebam o pagamento correto por suas mercadorias e as matérias-primas exportadas a granel recolham as taxas devidas de impostos de exportação pelos governos. A Metrologia Legal  também cuida de produtos pré-medidos, que representam 85% de tudo o que é consumido. Produto pré–medido (ou pré-embalado) é tudo aquilo que é medido e embalado sem a presença do consumidor e, neste estado é comercializado. [6] A aquisição da quantidade de alimentos contratada na venda, tanto pré-medidos como aqueles pesados na presença do consumidor, valoriza recursos finaceiros na compra de alimentos. Alguns produtos que possuem a padronização quantitativa estabelecida são o arroz, o feijão, o café, a farinha de mandioca, a farinha de trigo, o filé de pescado congelado, as manteigas e margarinas, os óleos comestíveis. [7]

A atuação do Inmetro no controle metrológico legal dos equipamentos e a verificação das indicações quantitativas dos produtos pré-medidos acontece por um modelo descentralizado, com a  delegação de atividades nas áreas de metrologia legal e avaliação da conformidade a 26 órgãos, dos quais 23 são órgãos da estrutura dos governos estaduais, um é órgão municipal, e dois são superintendências do Inmetro. Todos os 26 órgãos e o Inmetro constituem a Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I). [8] A maioria destes órgãos delegados utiliza o nome Instituto de Pesos e Medidas (IPEM). 

O controle metrológico de equipamentos de saúde assegura valores mais exatos nas medições, o que pode permitir diagnósticos mais precisos. A redução de custos com saúde, graças à menor prescrição de medicamentos e de exames mais complexos e a diagnósticos precoces, por exemplo, impacta na redução da pobreza monetária e, também, na redução da pobreza não monetária, com a ampliação do acesso a sistemas de saúde e a medicamentos. 

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fazem parte de um único documento, a Agenda 2030 da ONU, composto por temas naturalmente interrelacionados e complementares, fundamentais para “transformar o mundo” [9]. A discussão sobre o impacto da Metrologia Legal para a erradicação da pobreza (ODS 1) por meio do controle metrológico de equipamentos de saúde é o exemplo da pemeabilidade entre as fronteiras daquele ODS com o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.  

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 – Saúde e Bem-Estar

O ODS 3 visa “assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades” por meio do alcance de 13 metas. [10]

A publicação de referência [1] relaciona as medições confiáveis com sáude e segurança, nos temas diagnósticos e tratamentos e, também, para a segurança alimentar. Além daquilo que já foi mencionado na discussão sobre o ODS 1, neste trecho da publicação de referência aparecem duas outras aplicações na área da sáude dependentes de medições confiáveis – a radioterapia (doses de drogas e de radiação) e a produção de pesquisas multicêntricas pela combinação de estudos realizados e dados obtidos em diferentes lugares. 

A metrologia de radiações ionizantes é assegurada e desenvolvida, no Brasil, pelo Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes (LNMRI) pertencente ao Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). O LNMRI foi designado pelo Inmetro em 1989 e, desde então, é responsável pelo desenvolvimento, a guarda e a disseminação dos padrões nacionais das unidades SI para as grandezas Atividade, Fluência, Kerma, Dose absorvida e Equivalente de dose. O laboratório atende às necessidades nacionais de calibração de instrumentos de detecção e no fornecimento de padrões radioativos certificados. [11] 

A importância da confiança e da comparabilidade entre resultados de pesquisas, independentemente de onde foram obtidos, teve grande destaque durante todo o ano de 2020 por causa do contexto epidêmico e as pesquisas sobre a COVID-19. No mês de julho, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) fez um apelo para o estabelecimento de forte coordenação entre os países que possibilite o profundo entendimento das tendências epidemiológicas, orientações claras e um fornecimento confiável de produtos de saúde  para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. [12]

A publicação de referência [1] aponta seis consequências do reconhecimento internacional, da aceitação de equivalências de medições e da rastreabilidade a padrões de medição apropriados, que são pilares do sistema metrológico mundial:  

  • Melhoria da qualidade dos cuidados com a saúde para os pacientes;
  • Redução dos resultados falso negativo e falso positivo dos testes;
  • Redução de custos e melhoria da eficiência dos sistemas de saúde;
  • Redução da necessidade de repetir testes por conta da melhoria da sua qualidade;
  • Eliminação da duplicação de padrões semelhantes graças à unificação de padrões regionais; 
  • Aceitação global de medições e testes, com a remoção de barreiras técnicas ao comércio. 

Para a sustentação dos três pilares do sistema metrológico mundial, são necessários Acordos de Reconhecimento Mútuo para resultados de medição e para a Avaliação da Conformidade. Alguns fóruns mundiais que tem a participação do Brasil por meio do trabalho do Inmetro são Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), Fórum Internacional de Acreditação (IAF), Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC) e Codex Alimentarius. 

O BIPM, um dos editores da publicação de referência [1], promove a equivalência internacional de medições por meio do Acordo de Reconhecimento Mútuo (MRA acrônimo do termo em inglês) do Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) – CIPM MRA, em que os Institutos Nacionais de Metrologia (INM) demonstram a equivalência internacional de seus padrões de medição e dos certificados de calibração e de medição que eles emitem. Uma vez tendo este reconhecimento, os INM passam a integrar a Hierarquia do Sistema Metrológico, representada graficamente como um triângulo dividido em quatro níveis. [13] Do topo até a base do triângulo há o aumento da incerteza de medição e as organizações que ocupam cada nível são, nesta ordem, o BIPM, os Padrões Nacionais sob responsabilidade dos Institutos Nacionais de Metrologia, os Laboratórios de calibração e ensaio e os Laboratórios do chão de fábrica. A relação entre os resultados de medição obtidos por um nível e o nível imediatamente superior se chama Rastreabilidade, definida no Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) como “Propriedade dum resultado de medição pela qual tal resultado pode ser relacionado a uma referência através duma cadeia ininterrupta e documentada de calibrações, cada uma contribuindo para a incerteza de medição. [14 item 2.41]

O IAF e o ILAC são fóruns de interação entre organismos de acreditação. “Acreditação é uma ferramenta estabelecida em escala internacional para gerar confiança na atuação de organizações que executam atividades de avaliação da conformidade”. [15]. Avaliação da Conformidade é o “processo sistematizado, acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, atende a requisitos pré-estabelecidos em normas e regulamentos técnicos com o menor custo para a sociedade.” [16] Organismos de Avaliação da Conformidade acreditados fornecem documentos sobre o atendimento a requisitos de maior credibilidade. O IAF trata de acreditação para a avaliação da conformidade nos campos de sistemas de gestão, produtos, serviços, pessoal e outros programas similares. [17] Os campos tratados pelo ILAC são laboratórios de calibração e de ensaios, laboratórios de exames médicos e organismos de inspeção. [18] A Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre), apesar de fazer parte da estrutura regimental do Inmetro, é considerada uma organização diferenciada do Inmetro dentro da Infraestrutura da Qualidade do Brasil descrita no site do BIPM. A Infraestrutura da Qualidade no país é composta por cinco instituições e a Cgcre – Inmetro, o LNMRI, Observatório Nacional/Laboratório Nacional da Hora (ON/LNH), Associação Brasileira de Controle da Qualidade (ABCQ) e Associação Brasileira de Normas Técnicas. [19]

O Codex Alimentarius é um programa conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para desenvolver normas internacionais para alimentos. Este processo é denominado Normalização e definido como a “formulação e a aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global”. Tipicamente, as normas são de uso voluntário, isto é, não são obrigatórias por lei. A ABNT é a instituição brasileira de referência em Normalização. [20] 

As normas elaboradas para compor o Codex Alimentarius abrangem assuntos gerais como resíduos de pesticidas, de medicamentos veterinários, aditivos, rotulagem, inspeção e certificação, métodos de análise e amostragem, nutrição e higiene. [21] A Coordenação e a Secretaria Executiva do Comitê Codex Alimentarius do Brasil são exercidas pelo Inmetro e o brasileiro Guilherme Costa foi reeleito para a Presidência Mundial da Comissão Codex Alimentarius. [22]

 

Conclusão

Três funções de Tecnologia Industrial Básica contribuem para os temas dos ODS 1 e 3 – Metrologia Legal, Avaliação da Conformidade e Normalização. As instituições que compõem a Infraestrutura da Qualidade do Brasil e que atuam nestes temas são o Inmetro, a Cgcre, o LNMRI e a ABNT. Acordos de Reconhecimento Mútuo são essenciais para a constituição de um sistema metrológico global, com o aceite generalizado dos resultados de medições. Entre os vários acordos que o Brasil faz parte, o artigo ressaltou quatro fóruns com participação ativa do Inmetro: CIPM – MRA, IAF, ILAC e Codex Alimentarius.

 

 

Fonte: Luciana e Sá Alves | Inmetro

12 de abril de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Em foco

Cromatografia gasosa

por jornalismo-analytica 7 de abril de 2021
escrito por jornalismo-analytica

A cromatografia gasosa é uma das técnicas analíticas mais sensíveis e geralmente utilizadas para a separação e determinação de  vários compostos, tais como os componentes de misturas de compostos voláteis ou semivoláteis (VOCs). Tem aplicações na ciência ambiental e forense.

Na cromatografia gasosa (GC), a fase móvel é tipicamente um gás inerte e os compostos analisados interagem com a fase estacionária dentro da coluna. As amostras são volatilizadas e separadas numa coluna. A técnica é especialmente poderosa quando um espectrómetro de massa é usado como um detetor, pois os componentes individuais podem então ser caracterizados e identificados diretamente.

 

Impacto da água

O uso de água dentro do processo de cromatografia gasosa é bastante limitado, no entanto, a água será necessária para a preparação da amostra. Além disso, a água será utilizada para a preparação de brancos e padrões de amostra, caso a amostra a ser analisada seja de natureza aquosa.

 

Produtos adequados

 Centra R200

O CENTRA revolucionou a forma como grandes volumes de água pura são produzidos, armazenados e distribuídos. O CENTRA R-200 é um sistema completo de purificação, armazenamento, controle e distribuição de água, que fornece água Tipo I (Ultrapura), Tipo II e Tipo III. Com módulo de osmose reversa de 200 litros por hora e filtro de 0,2 µm.

  • O design compacto oferece opções de instalação mais flexíveis para novos edifícios e remodelações. O footprint do CENTRA significa que pode ser colocado mais perto do laboratório, evitando o custo negativo e as implicações de um design com longos circuitos de tubulação.
  • Fornecimento contínuo e confiável de água pura usando controles de acesso exclusivos, sistemas de detecção de vazamentos e alarmes completos com conectividade opcional do sistema de gestão do edifício (BMS).
  • Qualidade da água inorgânica otimizada através da utilização de tecnologias de purificação em linha. A água recirculada é tratada com UV, filtrada e (se instalada) pode ser melhorada através da deionização
  • 200 l/h de água purificada disponível até 30 l/min a partir de um circuito de distribuição. Uma ampla gama de purezas de água é possível a partir de um permeado OR até 18,2 MΩ-cm de pureza Tipo I
  • Baixas contagens microbianas obtidas através de filtração hidrofóbica, distribuição de água em distribuição da água em spray ball e superfície interna lisa no reservatório combinada com oxidação UV e filtração de 0,2 μm no circuito

 

Purelab Chorus 1

Life Science | Analytical Research | General Science

Quando exige a máxima pureza da água, o PURELAB Chorus 1 oferece a solução perfeita. Oferecendo sistematicamente água com pureza de 18,2 MΩ.cm (Tipo I+/I) e sustentado pelo sistema avançado da tecnologia exclusiva PureSure®, o PURELAB Chorus 1 permite que se concentre em obter resultados precisos, garantindo um fluxo de trabalho sem interrupções.

  • Deionização Exclusiva PureSure – Elimina os íons residuais que permanecem durante o processo e oferece um alerta avançado para substituir os cartuchos de purificação.
  • Recirculação completa Garante a pureza microbiana e água pura no ponto de uso.
  • Monitorização de TOC em tempo real. Proporciona confiança total na pureza orgânica.
  • Filtração integrada à ultrafiltração ou à microfiltração filtra as endotoxinas, proteínas, nucleases e partículas residuais.
  • Tratamento total com UV
  • Colheita de dados via USB para validação de desempenho do sistema e atualizações de software.

 

Purelab Chorus 1 Complete

Uma solução completa para o laboratório

O PURELAB Chorus 1 Complete fornece uma solução completa desde a torneira à água ultrapura diretamente de um abastecimento de água potável e é ideal para laboratórios que requerem até 100 litros de água ultrapura de 18,2 MΩ.cm. Com um design simples, ergonómico e fácil de usar, a água pode ser distribuída diretamente do sistema ou de uma variedade de Dispensadores remotos adicionais.

  • Recirculação Completa Recirculação da água purificada através do nosso reservatório modular para manter o pico consistente de pureza da água a 18,2 MΩ.cm.
  • Biofiltro ELGA (opcional) Quando instalado, o PURELAB Chorus 1 Complete produz água livre de impurezas biologicamente ativas.
  • Solução de Sistema Único perfeito para aplicações analíticas e de ciências da vida que requerem 18,2 MΩ.cm.
  • Acesso fácil e rápido às portas de serviço de entrada dianteira fornecem praticidade para troca de seus consumíveis consumíveis.
  • Design de economia de espaço Projetado para ser modular e empilhável para economizar espaço, seja montado na parede ou sob a bancada.
  • Colheita de dados Colheita de dados via USB para validação de desempenho do sistema e atualizações de software.

 

Purelab Flex 1 e 2

 PURELAB Flex 1

Simplicidade e elegância O melhor polidor para o seu sistema de distribuição

O PURELAB Flex 1 é projetado para distribuir água quando estiver ligado a um reservatório ou circuito de distribuição.

Este sistema funciona como um distribuidor, bem como um sistema simples de deionização.

  • Configuração personalizada Controle o seu PURELAB Flex ao personalizar as configurações para atender à sua finalidade.
  • Fácil acesso à manutenção de rotina nunca foi tão fácil.
  • Colheita de dados. Faça o download de todos os dados para o USB para validação do desempenho do sistema.

 

Ideal para: laboratório em geral e aplicações que requerem água tipo 2

 

 

PURELAB Flex 2

Projetado para o laboratório de hoje. Distribuição confiável de água com pureza Tipo I

O premiado sistema PURELAB flex 2 oferece a pureza de água perfeita para aplicações de ciências analíticas e da vida que precisam de água tipo I  (18,2 MΩ.cm). Isto permite-lhe concentrar-se no trabalho de teste de rotina sem se preocupar com a possibilidade de a qualidade da água afetar os resultados do teste.

  • Pureza da água garantida. Recirculação total através da lâmpada UV e do cartucho de purificação diretamente para o ponto de uso, para maior tranquilidade.
  • Distribuição flexível intuitiva. Exibição nítida da pureza da água para confiança total durante a distribuição.
  • Monitorização de TOC em tempo real. Proporciona confiança total na pureza orgânica ao reduzir o nível de traços orgânicos para finalidades críticas.
  • Fácil manutenção. Fácil acesso aos consumíveis através dos painéis da porta frontal para redução do tempo de manutenção, com menos interrupção do trabalho
  • Colheita de dados. Faça o download de todos os dados para o USB para validação do desempenho do sistema.

 

Ideal para: Espectrometria de Massa, Biología molecular, Electroquímica, Espectroscopia Atómica, Cromatografía Líquida, Cromatografía Gasosa, Imunoquímica, Espectrofotometria, Preparação de meio/tampão e Química geral

 

Para mais informações entre contato conosco: watertech.marcom.latam@veolia.com ou acesse: www.veoliawatertechnologies.com/latam/pt

 

7 de abril de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Em foco

Produção Brasileira com Tecnologia Alemã

por jornalismo-analytica 24 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Contribuindo para a ciência dar um passo à frente, a Greiner Bio-One desenvolveu, produziu e apresentou ao mercado, em 1963, a primeira placa de Petri de plástico, tornando-se referência de mercado e uma das principais fornecedoras da área, com produção superior a 120 milhões de unidades por ano na Europa. Nada mais justo do que trazer, diretamente dos pioneiros, a tecnologia e know-how consagrados mundialmente para suprir o mercado brasileiro com a melhor placa de Petri. A unidade da Greiner Bio-One de Americana produz placas de Petri de 90×15 mm e possui estoque local que pode chegar rapidamente às bancadas de todo país. 

De uso indispensável em laboratórios microbiológicos para o crescimento de microrganismos como bactérias e fungos, as placas de Petri estão disponíveis em diversos formatos e tamanhos, para cada tipo de necessidade. 

Como fabricante de equipamentos originais (OEM), a Greiner Bio-One oferece aos seus clientes, a possibilidade de customização das placas de Petri com a marca da empresa, integrando-as ao portfólio de produtos ofertado. Sabemos da importância da identidade visual de uma empresa e quanto ela agrega valor ao produto final. 

A qualidade do poliestireno utilizado na fabricação das placas de Petri permite que a logomarca da sua empresa seja impressa de forma clara e destacada na própria placa, possibilitando ao usuário final a rápida identificação da marca e, assim, contribuindo com sua fidelização.

Além disso, as placas de Petri Greiner Bio-One foram projetadas para serem compatíveis com os principais sistemas de preenchimento de meio e, dessa forma, garantir eficiência plena na rotina de produção.

As grandes conquistas da ciência, como crescimento de células com circuitos eletrônicos integrados, clonagem de órgãos, melhor entendimento do comportamento dos vírus e muitas outras, são pesquisas que foram iniciadas utilizando a placa de Petri. Embora outros métodos de estudo de microrganismos em laboratório estejam surgindo, a necessidade de ter uma estrutura básica confiável de cultura rápida de microrganismos num ambiente estéril sempre existirá. Para contribuir com mais avanços conte com a Greiner Bio-One como parceira no desenvolvimento de placas de Petri personalizadas para o seu negócio.

 

 

Greiner Bio-One Internacional

A Greiner Bio-One é especializada no desenvolvimento, produção e distribuição de produtos plásticos de alta qualidade para laboratórios. A empresa é parceira tecnológica de hospitais, laboratórios, universidades, institutos de pesquisa e indústrias diagnósticas, farmacêuticas e de biotecnologia. É composta por quatro divisões de negócios – Pré-Analítica, BioScience, D 

Greiner Bio-One Brasil, Americana

Foto: © Greiner Bio-One

 

24 de março de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Laser avalia sementes de soja de forma rápida e com baixo custo

por jornalismo-analytica 19 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Um novo método vai proporcionar ao produtor rural brasileiro saber, em poucos minutos, se as sementes de soja são de alto ou de baixo vigor. Isso será possível graças à aplicação pioneira da técnica de espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) combinada com algoritmos de aprendizado de máquina (machine learning) na avaliação da qualidade de sementes. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) constataram que é possível classificar lotes de sementes de forma precisa, rápida, em larga escala e com custo inferior comparado ao de técnicas tradicionais.

Confira a matéria completa com fotos e imagens acessando a Agência Embrapa de Notícias.

O método é capaz de identificar os constituintes atômicos das sementes (suas partículas minúsculas) e os dados obtidos são utilizados para criar protocolos, afim de distinguir lotes com alta precisão em relação às técnicas-padrão, que são trabalhosas, mais demoradas e chegam a custar acima de R$ 100 por lote. Os pesquisadores calculam que, com a nova técnica, o preço poderá ser bem inferior, dependendo do custo da empresa que fará a análise.

Em geral, os altos rendimentos das lavouras dependem, entre outros fatores, da qualidade de sementes vigorosas, que estão diretamente relacionadas à produtividade. Por isso, a necessidade de aplicação de testes de vigor eficazes para distinguir o real potencial de um lote de sementes. Mas alguns métodos, como taxa de emergência, envelhecimento acelerado e o de tetrazólio, levam alguns dias para obtenção dos resultados, o que atrasa a avaliação final do lote.

O desenvolvimento de novas tecnologias representa um salto tecnológico para o competitivo mercado de sementes destinado a uma cultura estratégica do Brasil, líder mundial na produção de soja.

Com o novo método, que já tem pedido de patente encaminhado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o sojicultor poderá realizar uma seleção das sementes e elevar, ano após ano, a qualidade e quantidade da safra colhida.

A técnica parece ser uma boa ferramenta. Estou vendo um ganho de tempo muito grande, porque para um produtor saber hoje o vigor da semente leva, no mínimo, cinco ou seis dias. Tem de colher, levar para o laboratório e fazer os testes”, diz o produtor de sementes da fazenda Ouro Branco, Hauston Godoy Munhoz.

Com uma área cultivada de 800 hectares, a propriedade em Santa Cecília do Pavão, cidade do norte do Paraná, produz sementes para a Integrada Cooperativa Agroindustrial, presente em 49 municípios e com um faturamento de R$ 3,2 bilhões registrado em 2019. “Para nós, é muito bom um método que permita saber rapidamente se o campo é bom ou não, porque traria um ganho de rapidez e também econômico. Se não for bom, a gente descarta logo”, conclui o administrador de empresas.

A conclusão dos pesquisadores é que os resultados obtidos comprovam o alto potencial da LIBS como uma nova metodologia a ser utilizada em testes de vigor de sementes, e uma alternativa competitiva frente às metodologias tradicionais.

De acordo com o grupo, isso possibilita em um futuro próximo a construção de um equipamento de baixo custo dedicado a esse fim. Este é o próximo passo: encontrar empresas interessadas em desenvolver um aparelho dedicado para disponibilizar o serviço ao produtor rural.

 

A equipe

Liderado pelo pesquisador do Instituto de Física da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMS) Cícero Cena, o desenvolvimento da nova metodologia contou com a expertise da pesquisadora da Embrapa Débora Milori  – e do seu orientado de doutorado Alfredo Xavier – na realização dos testes com espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) para avaliar as sementes de soja.

O estudo de dois anos ainda envolveu a participação dos bolsistas de mestrado e doutorado da UFMS Matheus Ribeiro e Gustavo Larios, apoiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e do Consiglio Nazionale delle Ricerche (CNR), da Itália.

A pesquisadora da Embrapa Débora Milori  explica que os lotes de sementes de soja, de diferentes qualidades fisiológicas, foram avaliados com base no teor de nutrientes medido pela técnica LIBS, assistida por análise multivariada e algoritmos de aprendizado de máquina.

No Laboratório de Óptica e Fotônica da Embrapa Instrumentação, Alfredo Xavier, estudante de doutorado, acompanhou o preparo e as medições de 92 amostras, sendo 46 coletadas em lotes comercializados como sementes de baixo vigor e 46 como sementes de alto vigor. As sementes de soja dos dois lotes, de diferentes qualidades fisiológicas, foram moídas e passadas por uma peneira de malha.

“A técnica mostrou um potencial promissor para classificar lotes de sementes de soja de acordo com sua qualidade fisiológica”, comemora Milori, ressaltando que a LIBS permite a avaliação em tempo real em laboratório.

Até então, não havia registro na literatura de estudos sobre o desempenho da técnica desenvolvida com o objetivo de distinção entre baixo vigor e alto vigor de sementes de soja.

 

A pesquisa

O professor da UFMS Cícero Cena, líder do projeto, acrescenta que as sementes foram avaliadas por métodos padronizados de referência comumente utilizados pelo setor produtivo. “Inicialmente, as sementes foram caracterizadas por testes atuais de germinação e vigor, ou seja, contagens de primeira e última germinação, emergência, envelhecimento acelerado e teste de tetrazólio”, relata.

Para confirmar, o grupo de pesquisadores empregou o procedimento de validação cruzada, dividindo todos os dados em dez pastas. “Uma delas foi reservada para validação e as demais foram utilizadas para desenvolver o modelo de treinamento. Em seguida, uma nova validação foi realizada utilizando a próxima pasta, e o procedimento foi repetido até que todas as pastas fossem validadas”, afirma o pesquisador Bruno Marangoni, integrante do estudo na UFMS.

Os cientistas constataram que os testes de validação cruzada indicam que sementes de soja de alto vigor podem ser diferenciadas com sucesso de sementes de baixo vigor com 97,8% de precisão usando um algoritmo de aprendizado de máquina.

A pesquisa integrou diferentes áreas do conhecimento, como Física, Química e Agronomia e foi publicada na Food Analytical Methods, sob a chamada “Laser-Induced Breakdown Spectroscopy as a Powerful Tool for Distinguishing High-and-Low Vigor Soybean Seed Lots”

 

Custo será bem menor que os atuais

Cena conta que a grande vantagem em relação aos métodos tradicionais utilizados atualmente é que a obtenção dos dados é mais prática, rápida, e apresenta um custo relativo mais acessível para análises em larga escala.

Segundo ele, com o protocolo desenvolvido, tendo o equipamento, o preço da análise seria irrisório. “Mas se for contabilizar pelo preço de equipamento novo hoje e dividir pelo número de análises seria possível fazer por amostragem a um custo bem inferior comparado aos cobrados atualmente”, calcula.

“Saber se as sementes de soja são de alto ou baixo vigor, antes mesmo de plantar, é um importante fator que influencia a produtividade da lavoura, e que levará o produtor a alcançar outro patamar na produção do grão”, salienta o pesquisador.

O professor observa que a crescente demanda por alimentos no mundo exige um aumento constante na produção de grãos e que os testes comuns realizados no setor agrícola proporcionam um bom indicativo sobre o vigor das sementes. “Contudo, essas análises acabam superestimando o potencial fisiológico das sementes, uma vez que são conduzidas em condições controladas em laboratório. O problema é que nem sempre as condições em laboratório se correlacionam com as do campo”, explica ele.

Ele conta que a nova técnica permite alta precisão na diferenciação entre sementes de baixo e alto vigor. “O processo é versátil e pode ser utilizado para qualquer tipo de semente e em larga escala, utilizando-se, para isso, qualquer tipo de equipamento de espectroscopia óptica e softwares de análise”, explica.

 

Informações: Joana Silva (MTb 19.554/SP) | Embrapa Instrumentação

19 de março de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Artigo científico

Tecnologia Industrial Básica e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

por jornalismo-analytica 5 de fevereiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Por Luciana e Sá Alves

Introdução

A Tecnologia Industrial Básica (TIB) compreende as funções de metrologia, normalização, regulamentação técnica e avaliação da conformidade. A essas funções básicas agregam-se, ainda, a informação tecnológica, as tecnologias de gestão e a propriedade intelectual, denominadas serviços de infraestrutura tecnológica [1]. Definida como um conjunto de funções tecnológicas de uso indiferenciado pelos diversos setores da economia, a TIB pode ser classificada, de acordo com Gallina [2], em duas dimensões interdependentes: TIB como um conjunto essencial de atividades reguladoras para a superação de barreiras técnicas ao comércio local e internacional; e TIB como suporte e indutora das atividades de aprendizagem tecnológica nas empresas. Na Alemanha,  a TIB é denominada por MNPQ – Messen, Normen, Prüfen, Qualität (Medidas, Normas, Ensaios e Qualidade), nos Estados Unidos ela se chama Infrastructural Technologies (Tecnologias de Infraestrutura) [2] e em países de língua inglesa o termo MSTQ – Metrology, Standardization, Testing and Quality (Metrologia, Padronização, Testagem e Qualidade) é de amplo uso [3]. 

O objetivo do artigo é apresentar o potencial de integração entre as funções de TIB e o atendimento a alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a partir das discussões presentes  nos documentos “O papel da Metrologia no Contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” [4] e “Reiniciando a Infraestrutura da Qualidade para um Futuro Sustentável” [5] 

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS – Agenda 2030 da ONU) são um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. A Agenda 2030 é uma agenda universal com 17 objetivos e 169 metas, estabelecidos em consenso por todos os países membros da ONU  e que tem o propósito de  nortear as ações por 15 anos a partir do ano de 2015, quando foram discutidos na Cúpula das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável que aconteceu no mês de setembro na sede da ONU em Nova York. Os temas dos 17 Objetivos para Transformar o Mundo são: (1) pobreza, (2) fome, (3) saúde, (4) educação, (5) gênero, (6) água, (7) energia, (8) trabalho, (9) inovação, (10) desigualdade nos países, (11) cidades, (12) consumo, (13) mudanças climáticas, (14) ecossitemas marinhos,  (15) ecossistemas terrestres, (16) paz e justiça e (17) parceria global [6]. Conforme o documento assinado pelo Brasil, “nunca antes os líderes mundiais comprometeram-se a uma ação comum e um esforço por meio de uma agenda política tão ampla e universal.” [7] 

Publicação – “O papel da Metrologia no Contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”

O documento foi publicado em conjunto pela UNIDO, pelo BIPM e pela OIML [4]. A UNIDO é a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, uma agência especializada da ONU que promove o desenvolvimento industrial, a redução da pobreza, a globalização inclusiva e a sustentabilidade ambiental [8]. A OIML é a Organização Internacional de Metrologia Legal, cuja misssão é permitir que as economias implementem infraestruturas legais eficazes de metrologia que sejam mutuamente compatíveis e internacionalmente reconhecidas, para todas as áreas pelas quais os governos assumem responsabilidade, como as que facilitam o comércio, estabelecem confiança mútua e harmonizam o nível mundial de  proteção ao consumidor [9]. O BIPM é o Bureau Internacional de Pesos e Medidas, uma organização localizada em Sèvres na França e criada pela Convenção do Metro para a atuação conjunta dos  Estados Membros em questões relacionadas à metrologia e aos padrões de medição. Os Estados membros do BIPM são todos aqueles 17 que assinaram a Convenção do Metro, entre os quais o Brasil, e os que aderiram à convenção posteriormente. A convenção do Metro foi assinada em Paris em 20 de maio de 1875 e foi o acordo internacional sobre unidades de medida que instituiu o Sistema Internacional de Unidades – o SI. [10]

O documento traz a reflexão sobre a relação da TIB com os ODS  1,3,7,9,13 [4]. 

Publicação – “Reiniciando a Infraestrutura da Qualidade para um Futuro Sustentável”

O propósito da publicação é ser um apelo à ação de repensar e adaptar a infraestrutura de qualidade  para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para responder aos impactos da Quarta Revolução Industrial. O documento trata dos ODS 2, 3, 5, 6, 7,  8, 9, 12, 13, 14, 15 e foi publicado pela Unido em janeiro de 2020. [5]

A Infraestrutura da Qualidade é o sistema  constituído por organizações, políticas públicas, estrutura legal e regulamentar e procedimentos práticos para apoiar e melhorar a qualidade, a segurança e o impacto ambiental de bens, serviços e processos.  A Infraestrutura da Qualidade é necessária para a efetiva operação de mercados nacionais e possibilita reconhecimentos internacionais que permitem o acesso a mercados estrangeiros. É um elemento crítico para promover e sustentar o desenvolvimento econômico acompanhado de bem-estar ambiental e social.  A Infraestrutura da Qualidade de cada país desenvolve atividades relacionadas à metrologia, padronização, acreditação, avaliação de conformidade e vigilância de mercado [5]. Estas instituições podem ser encontradas no site do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM). No Brasil, seis instituições compõem a Infraestrutura da Qualidade – Instituto Nacional de Metorlogia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),   Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes (LNMRI/IRD), Observatório Nacional/Serviço Nacional da Hora (ON/DSHO), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Associação Brasileira de Controle da Qualidade (ABCQ) [11]  

Conclusão

A leitura dos dois documentos permitiu identificar as contribuições de todas as funções de TIB para o atendimento a 12 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Integrar as práticas relativas às funções de Tecnologia Industrial Básica e o atendimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável potencializam, mutuamente, os impactos positivos de cada um dos campos para o fortalecimento do setor produtivo.  

Bibliografia

[1] SOUZA, R. D. F. Tecnologia Industrial Básica como fator de competitividade. Revista Parcerias Estratégicas, n. 8, maio 2000. Disponível em: <http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/109/102>

[2]  GALLINA, R. A Contribuição da Tecnologia Industrial Básica (TIB) no Processo de Formação e Acumulação das Capacidades Tecnológicas das Empresas do Setor MetalMecânico. Tese de Doutorado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Produção. São Paulo, 2009. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-11082009-174127/fr.php> 

[3] OLIVEIRA, M. C. de, SOUZA, C. G de Formação em Tecnologia Industrial Básica–TIB: uma Experiência com Alunos de Graduação em Engenharia. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – Anais eletrônicos: 2014. Disponível em <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/36420377.pdf> 

[4] UNIDO. BIPM. OIML. The Role of Metrology  in the Context  of the 2030 Susteinable  Development Goals. .Disponível em: <https://www.bipm.org/utils/common/liaisons/unido-bipm-oiml-brochure.pdf>

[5] UNIDO.  Rebooting Quality Infrastructure for a Sustainable Future. Disponível em <https://tii.unido.org/sites/default/files/publications/QI_SDG_PUBLICATION_Dec2019.pdf?_ga=2.201843157.596680806.1595527993-263367869.1590160505UNIDO>

[6] PLATAFORMA AGENDA 2030. Disponível em <http://www.agenda2030.org.br/sobre/>

[7] TRANSFORMANDO NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível em <https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustentavel

[8]  UNIDO.  Disponível em:< https://www.unido.org/>

[9] OIM. Organização Internacional de Metrologia Legal. Disponível em <https://www.oiml.org/en/about/about-oiml>

[10] BIPM. Bureau Internacionali de Pesos e Medidas. Disponível em <https://www.bipm.org/en/about-us/>

[11] BIPM. Estados Membros. Disponível em <https://www.bipm.org/en/about-us/member-states/br/>

 

Autora: Luciana e Sá Alves

Analista executivo em Metrologia e Qualidade (Inmetro), Bióloga e professora de Ciências e Biologia. Mestre em Educação (Puc-Rio) e doutora em Biotecnologia (Inmetro/UFRJ)

Contato: lsalves@inmetro.gov.br

5 de fevereiro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Químicos criam biofertilizante vegetal nanotecnológico

por jornalismo-analytica 1 de fevereiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica
Imagine um fertilizante bem diferente, puro, atóxico e capaz de enriquecer alimentos com micro e macro nutrientes, e aumentar as produções de diversas culturas. Este produto já existe. É um biofertilizante desenvolvido

inicialmente em uma startup da Universidade de Brasília (UnB) por meio de parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos inventores é o químico Marcelo Rodrigues, que trabalhou junto com os pesquisadores Jader Busato (Fav-UnB), Juscimar Silva (Embrapa) e Daniel Zandonadi (UFRJ). Marcelo é professor do Instituto de Química (IQ) da UnB e deu início ao projeto usando como base nanotecnologia aplicada à farmácia, trabalho que já desenvolvia com a equipe do instituto.

Ele explica que a estratégia usada na indústria farmacêutica de identificar proteínas-alvo no ser humano são pontos específicos de atuação de um fármaco. Com base nisso, a equipe desenvolveu a arbolina, um produto que ativa o metabolismo e melhora as condições fisiológicas da planta. Em testes feitos com tomate e alface, por exemplo, houve ganho de cerca de 20% na produtividade após seguidas aplicações do produto. O resultado geral é o aumento de 5 a 8% em cada aplicação.

“A arbolina é uma nanopartícula de carbono constituída basicamente por 70% de carbono orgânico. O grande diferencial são as moléculas da superfície. Proteínas envolvidas no crescimento da planta dependem de uma composição de superfície bastante homogênea. É isso o que garante a reprodutibilidade. Então, a arbolina age como se fosse um fármaco. Identificamos a proteína de transporte na membrana plasmática das plantas e a ativamos”, explica ele.

O produto tem função hormonal e é aplicado em pequena quantidade (100 mg/l) na calda final que é aplicada na lavoura.  “As doses que usamos nos testes de laboratório são as mesmas que usamos no campo, o que não é comum para quem trabalha com insumos agrícolas, principalmente com nutrição vegetal. Geralmente, os resultados de laboratório não são reproduzidos em campo. Mas este é o resultado de um trabalho árduo para se introduzir um produto de altíssima qualidade”.

O professor ressalta que o produto é efetivo em qualquer tipo de cultura. Isso porque ele atua no mecanismo de proteínas que são comuns a todo tipo de plantas. “Pegamos uma proteína coringa, atuamos em cima dela e ela está presente em todas as plantas e fungos”.  Ele acrescenta que o trabalho para chegar a este resultado foi calcado em Química aplicada à Fisiologia das plantas. “Falo para os meus alunos que os químicos que desenvolvem produtos pra agricultura, principalmente nutrição vegetal, estão completamente distantes disso. E nós fomos na contramão: desenvolvemos um produto com olhar para a fisiologia”.

A arbolina já está sendo comercializada e é um dos produtos oferecidos pela empresa da qual Marcelo é sócio. Neste momento, a equipe de trabalho está desenvolvendo um novo produto semelhante, mas os testes iniciais já mostraram um potencial cinco vezes maior que o da arbolina. Ainda há uma fase de testes para colocar este produto no mercado.

Sustentabilidade

Por se tratar de uma nanopartícula que funciona como hormônio vegetal, a arbolina mimetiza hormônios naturalmente encontrados na natureza. A maior parte é formada de carbono orgânico, e a base constituída por carbono, oxigênio e nitrogênio. “Em situações de mudanças climáticas, essa proteína ajuda a planta a se gerenciar e autorregular. Numa condição de estresse hídrico ou causado por produto químico defensivo, por exemplo, melhoramos seu metabolismo, possibilitando que determinada cultura absorva nutrientes e aproveite melhor o adubo que está no solo”, explica o professor.

Marcelo destaca ainda que a nanoagricultura está centrada no uso de nanomateriais a base de polímeros, óxidos metálicos, nanopartículas metálicas, como ouro e prata, que são tóxicos para o meio ambiente. Com o material produzido, ocorre o contrário. “Ao longo dos anos, fizemos testes de toxicidade em peixes, camundongos, bactérias, fungos, insetos, larvas. Nós conseguimos superar todos esses limites. Hoje posso dizer que temos o bioestimulante mais potente do mercado”, garante.

 

 

Fonte: CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA

1 de fevereiro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Transição energética: o caminho para o desenvolvimento sustentável

por jornalismo-analytica 26 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Em virtude das crises climática e energética pelas quais atravessa o mundo, as discussões em torno da transição energética ganham força e são amparadas por acordos internacionais, que buscam proteger o meio ambiente e as populações e promover uma maior eficiência energética.

Neste post, entenda o que é transição energética, veja qual é a relação entre energia e desenvolvimento sustentável e compreenda o cenário das fontes renováveis de energia no Brasil. Acompanhe!

O que é transição energética

Transição energética é o conceito que envolve mudanças estruturais nas matrizes energéticas dos países, migrando de um modelo majoritariamente baseado em combustíveis fósseis – como petróleo, carvão mineral e gás natural – para uma matriz cada vez mais focada na geração de energia por fontes renováveis, a exemplo da solar fotovoltaica, eólica, de biomassa, geotérmica e até mesmo nuclear.

Mas não se trata apenas da simples diversificação da matriz. A transição energética diz respeito também à reflexão e à análise sobre os efeitos que o atual modelo de geração e consumo de energia traz para o meio ambiente e para a sociedade.

Este debate passa pela compreensão da necessidade de promover e eficiência energética em toda a cadeia, envolvendo empresas, cidadãos e instituições, de forma a otimizar a utilização de bens e serviços.

Outro ponto fundamental nesta discussão se refere às mudanças na estrutura social, política, cultural e econômica do modelo atual, fazendo-se necessária uma reavaliação do que é insustentável do ponto de vista da utilização de recursos naturais e sua finitude.

Nesse sentido, o acesso à energia, e não somente sua produção e consumo, também tem espaço nesta discussão, considerando que, para uma transição justa, é necessária a compreensão de que nem sempre é possível garantir o acesso à energia somente advinda de fontes renováveis. De acordo com o Banco Mundial, mais de 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica.

Assim, a transição energética é uma tendência irreversível e uma mudança essencial rumo a uma economia de baixo carbono, capaz de promover o desenvolvimento sustentável.

 

Qual a relação da energia e desenvolvimento sustentável

Quando se fala em suprir as necessidades de energia sem que isso cause prejuízos ao meio ambiente e à sociedade, fala-se de desenvolvimento sustentável. Isto é, trata-se da possibilidade de que a economia de um país cresça sem que isso comprometa os recursos naturais do planeta e prejudique as gerações futuras.

Nesse contexto, é impossível dissociar o desenvolvimento sustentável da discussão e das medidas acerca da crise climática e, consequentemente, energética, por que passa todo o mundo, decorrentes da escassez progressiva de recursos energéticos e da emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Movimentos internacionais, como o Protocolo de Quioto, de 1997, e o Acordo de Paris, de 2015, foram medidas necessárias para aliar esses dois conceitos, estabelecendo metas para a redução de gases nocivos ao planeta e servindo como base para medidas mais efetivas para a transição energética.

Desenvolver-se de maneira sustentável e promover a transição para uma matriz menos nociva e mais limpa está diretamente relacionado com o conceito de eficiência energética. A grosso modo, ser energeticamente eficiente significa fazer o mesmo com menos energia, além de reduzir as perdas energéticas que ocorrem desde a geração até o consumo.

Quando a demanda por energia é menor, menos recursos naturais precisam ser utilizados e menores são os impactos socioeconômicos e ambientais. Para isso, cabe ao Estado criar regulamentações e legislações que promovam e incentivem a eficiência energética e adoção de fontes renováveis para a geração de energia.

Felizmente, no Brasil, existem diversas medidas que vão ao encontro dessas necessidades. Uma das mais importantes é o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Seu objetivo é promover o uso eficiente da energia por meio de projetos que sejam capazes maximizar os benefícios para a sociedade e promover a transformação do mercado, estimulando a criação de novas tecnologias a adoção de práticas mais racionais no uso da energia, ao mesmo tempo que demonstra a importância e viabilidade econômica de um sistema mais eficiente.

Outra medida fundamental nesse sentido surgiu de uma parceria entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a ISO. Trata-se da ISO 50001, que tem como objetivo estabelecer sistemas e processos para otimizar o desempenho energético, fixando metas que mirem a redução nas emissões de gases do efeito estufa e outros impactos ambientais decorrentes da geração e distribuição de energia.

 

Fontes renováveis de energia: qual o cenário no Brasil

Segundo o Balanço Energético Nacional 2020, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, a matriz energética brasileira se baseia em 46,1% de fontes renováveis e 53,9% de fontes não renováveis.

O documento aponta ainda um aumento na oferta interna de energia advinda de fontes renováveis: houve crescimento de 2,8% entre 2018 e 2019, enquanto as não renováveis praticamente estáveis, crescendo apenas 0,2%.

Com isso, o uso de fontes renováveis no Brasil já é três vezes maior do que o mundial. Para se ter uma ideia, a energia eólica teve aumento de 15,5%, enquanto a energia solar cresceu mais de 92% no país de um ano para o outro. Ao mesmo tempo, houve recuo na geração por meio de derivados de petróleo, com queda de mais de 25%.

Embora promissores, esses números podem melhorar. Em um contexto de transição energética, com foco na produção de energia limpa e em uma maior eficiência energética, cabe ao Estado apresentar propostas para modernizar o setor e promover as mudanças necessárias.

Nesse sentido, tramitam no Congresso diversos Projetos de Lei que visam a criar um ambiente mais adequado para as transformações energéticas – que, neste ponto, são inevitáveis –, trazendo mais liberdade para a implantação de modelos inovadores e, assim, impulsionando o desenvolvimento sustentável do país.

Para saber mais sobre o assunto, acompanhe o blog da CERTI

Autora: Jessica Ceolin de Bona – CERTI

26 de janeiro de 2021 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Novos Posts
Posts Antigos

Leia a última edição

permution
Ohaus

Últimas notícias

  • Revista Analytica Ed. 138
  • Revista Analytica Ed. 125
  • Revista Analytica Ed. 124
  • Revista Analytica Ed. 123
  • Revista Analytica Ed. 122
  • Revista Analytica Ed. 121

Inscreva-se na Newsletter

Assine nossa newsletter para receber novas publicações, dicas e muito mais.

Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário.
Carregando
Revista Analytica

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Categorias em destaque

  • Notícias
  • Em foco
  • Eventos
  • Artigo científico
  • Informe de mercado

Redes Sociais

Facebook Twitter Instagram Linkedin
  • Politica de privacidade
    • LGPD
    • COOKIES
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign