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tecnologia

Notícias

Teste do café: dispositivo eletrônico usa luz para avaliar qualidade dos grãos

por jornalismo-analytica 18 de junho de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP promete trazer mais precisão e agilidade para quem trabalha com a avaliação da qualidade do café. O grupo de pesquisa criou um dispositivo eletrônico que usa luz e sensores para analisar a cor dos grãos de café, ajudando a distinguir entre espécies como o arábica e o robusta ou conilon.

Com essa nova tecnologia, produtores, torrefadores e exportadores de café poderão ter um instrumento de análise rápida e confiável, ajudando na classificação dos lotes e no controle de qualidade. Também poderá ser útil em programas de certificação e rastreabilidade, agregando valor ao produto final.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup OptikAI e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A análise de cor é uma das formas mais importantes de avaliação da qualidade do café verde (ainda não torrado), já que pequenas variações podem indicar diferenças na maturação, no armazenamento ou na espécie da planta.

Atualmente, a forma mais comum de avaliar o café ainda é pela análise sensorial, em que especialistas avaliam aroma, sabor, textura e cor a partir da degustação da bebida. Embora seja importante, esse processo é subjetivo e depende da experiência de quem analisa. O novo aparelho, por outro lado, oferece uma avaliação objetiva, padronizada e confiável, baseada em dados precisos de cor.

O sistema desenvolvido no trabalho usa sensores de cor (RGB) e um conjunto de lâmpadas LED brancas que iluminam o grão com intensidade controlada. Essa luz, que reflete nos grãos, é captada pelos sensores, que registram com exatidão os tons da amostra. O controle da luz é feito por meio de um circuito eletrônico inteligente, que garante que cada medição seja feita nas mesmas condições. Isso evita variações que poderiam comprometer os resultados.

Precisão

O sistema ainda conta com um pequeno motor que gira a amostra, permitindo que ela seja analisada de vários ângulos. Todos os dados são processados por um microcontrolador e, em seguida, analisados por um programa que transforma os valores de cor em informações que ajudam a identificar o tipo de café.

Os testes mostraram que o dispositivo tem alta precisão. Mesmo quando amostras diferentes eram analisadas por sensores em posições distintas dentro do equipamento, os resultados se mantiveram consistentes, o que é essencial para que o aparelho seja usado em ambientes industriais ou em cooperativas agrícolas, por exemplo.

Além disso, os cientistas conseguiram mostrar que o sistema diferencia claramente os grãos das espécies arábica e robusta, com base nas cores registradas. Essa distinção é importante porque os dois tipos têm características e valores de mercado diferentes.

“O desenvolvimento de conceitos físicos para o entendimento sensorial é um ramo crescente e fortemente inovador”, salienta Bruno Pereira de Oliveira, pesquisador do IFSC e um dos autores da pesquisa. “De fato se faz necessário o entendimento de conceitos base, como a parceria desenvolvida com a Embrapii e a possibilidade de interação conosco.”

Como é um sistema baseado em componentes simples, como LEDs e microcontroladores, seu custo tende a ser muito mais acessível do que os grandes equipamentos laboratoriais usados atualmente. A ideia é que, no futuro, o aparelho possa ser utilizado até mesmo no campo, ajudando o agricultor a tomar decisões com mais segurança. Confira o artigo publicado sobre a pesquisa neste link.

 

*Da Assessoria de Comunicação do IFSC, adaptado para o Jornal da USP

**Estagiário sob orientação de Moisés Dorado

Matéria – Jornal da USP 

Texto: Redação*
Arte: Gustavo Radaelli**

Imagem – Luz que reflete nos grãos é captada por sensores, que registram com exatidão os tons da amostra de café; controle da luz é feito por circuito eletrônico inteligente, garantindo que cada medição seja feita nas mesmas condições – Foto: Cedida pelo pesquisador

18 de junho de 2025 0 comentários
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Informe de mercadoNotícias

Microscópio Biológico Trinocular Invertido NEO, mais precisão e tecnologia

por jornalismo-analytica 13 de junho de 2025
escrito por jornalismo-analytica

A fertilização in vitro (FIV) é uma das técnicas de reprodução assistida mais buscadas atualmente. Segundo dados da Redirection International, o setor de medicina reprodutiva no Brasil deve crescer cerca de 23% ao ano até 2026.

Diante desse cenário promissor, investir em tecnologia de ponta se torna essencial para garantir mais precisão e eficiência nos processos laboratoriais. O Microscópio Biológico Trinocular Invertido NEO é o aliado ideal para clínicas e laboratórios que trabalham com FIV e inseminações.

Equipado com sistema óptico infinito e contraste de fase, o NEO permite visualizar microrganismos e células vivas com alta nitidez e definição — características indispensáveis para análises sensíveis e de alta complexidade.

O DIGITAL QUE FAZ A DIFERENÇA

Além da tecnologia de contraste que permite visualização de detalhes, o Microscópio Biológico Trinocular Invertido NEO possui revólver para até 5 objetivas, bem como uma plataforma ampla para placas, lâminas e lamínulas de diferentes tamanhos.

Ainda possui encaixe para câmera, o que permite que as imagens sejam transmitidas em computadores e telas, sendo ideais para clínicas e laboratórios, bem como para fins de estudos.

Leve mais precisão, tecnologia e eficiência para sua clínica ou laboratório.

Conheça todos os diferenciais do Microscópio Biológico Trinocular Invertido NEO no Portal Kasvi: portal.kasvi.com.br

 

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13 de junho de 2025 0 comentários
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Notícias

Cor.Sync: dispositivo brasileiro faz diagnóstico inovador de infarto

por jornalismo-analytica 12 de junho de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Raul de Macedo Queixada tinha 25 anos quando, em 2016, deu entrada na emergência de um hospital com dores no peito. Lá descobriu que poderia se tratar de um infarto do coração provocado por estresse e ansiedade. O diagnóstico, porém, só foi confirmado mais de cinco horas depois, com os primeiros resultados de exames.

Engenheiro mecatrônico que atua no segmento de dispositivos médicos desde 2012, Queixada identificou ali um problema crítico no sistema de saúde. “Fui para o hospital com dor no peito, passei pelo atendimento, a equipe de saúde coletou exames para avaliar a possibilidade de um infarto do coração e fiquei cerca de cinco horas esperando pelas primeiras informações”, lembra. “Só recebi alta depois de oito horas em observação.”

A partir dessa experiência, Queixada iniciou um estudo independente que, posteriormente, transformou-se em uma pesquisa de mestrado em engenharia biomédica. Após resultados preliminares promissores, ele fundou a startup Cor.Sync em 2019. “Com a visão de engenheiro, pensei: não é possível que uma doença tão aguda e que mata com tanta frequência demore tanto tempo para ser diagnosticada num serviço de emergência.”

Os diferenciais da tecnologia da Cor.Sync são a abordagem e a rapidez. Segundo Queixada, a solução detecta a troponina cardíaca (o biomarcador de referência para infarto) em tempo muito inferior ao dos exames de sangue laboratoriais. “Em laboratório, esse exame leva de uma a cinco horas para ficar pronto. Nós o fazemos em oito minutos, com a mesma precisão”, afirma.

Isso é possível graças ao método patenteado pela empresa, que usa ressonância plasmônica de superfície em vez dos convencionais quimioluminescência ou ensaio imunoenzimático (Enzyme-Linked ImmunoSorbent Assay, Elisa). “A Cor.Sync criou um teste rápido ‘point of care’, com coeficiente de variação de cerca de 6% de erro, de acordo com testes preliminares. Esse é o mesmo erro do teste laboratorial”, explica. “Point of care” (POC) ou “point of care testing” (POCT) é o termo usualmente empregado para um exame diagnóstico feito no local e momento do atendimento de um paciente – por exemplo, à beira do leito hospitalar –, sem necessidade de envio de amostras a um laboratório.

Apoiada pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, a Cor.Sync foi uma das dez empresas convidadas pela Fundação para se apresentar no estande da Universidade de São Paulo (USP) na feira internacional VivaTech, um dos maiores eventos de tecnologia e de startups da Europa, que acontecerá entre 11 e 14 de junho em Paris.

A edição da VivaTech 2025 tem como abordagem as novas fronteiras da inovação em termos de tecnologia nas perspectivas econômica, geopolítica, social e ambiental. No ano passado, 165 mil pessoas visitaram os diversos estandes da feira.

Para Queixada, isso representa não apenas uma oportunidade para a empresa, mas também uma validação para o ecossistema brasileiro de inovação. “É uma chance de mostrar que o Brasil pode ser origem de inovações em saúde.”

O pesquisador espera poder demonstrar a relevância da solução. “A Europa é um celeiro de inovação em saúde: França, Alemanha e Suíça têm alguns dos principais fabricantes de dispositivos médicos do mundo”, comenta. “Muitos investidores e hospitais de referência esperam por esse tipo de solução, mas têm olhado só para alternativas que vêm da Europa, dos Estados Unidos ou do Japão. Estar lá demonstra que muita coisa boa é criada no Brasil porque temos um potencial de inovação e de gerar conhecimento científico muito grande.”

A Cor.Sync recebeu reconhecimentos internacionais em feiras na Espanha e na Inglaterra, e já atua para expandir sua presença na Europa como parte de uma estratégia de internacionalização. “Se a gente começar agora a montar a empresa na Europa, provavelmente o estudo clínico vai começar daqui a um ano ou dois. É um processo que, quanto antes começar, mais rápido vai mostrar resultado. Esperamos que nossa participação na VivaTech impulsione essa etapa.”

Alta precisão

O pesquisador lembra que os testes rápidos existentes atualmente para detecção de infarto têm precisão baixa. “Hoje existem os exames com precisão diagnóstica, que demoram, e os testes rápidos, que não oferecem precisão e, muitas vezes, exigem exames adicionais ou induzem a diagnósticos errados. A grande revolução é que conseguimos o melhor dos dois mundos pela primeira vez: desenvolvemos o primeiro ‘point of care’ com precisão diagnóstica.”

Queixada explica que o infarto é um evento agudo com sintomas e apresentações clínicas muito variadas e que, muitas vezes, inclui oclusão arterial – ou seja, entupimento de artéria –, o que, a depender da gravidade, pode levar a óbito em horas ou dias, mas, na maioria dos casos, não instantaneamente. “Com a oclusão arterial, o miocárdio, o músculo do coração, para de receber sangue e oxigênio nas quantidades necessárias para que funcione corretamente. Se esse quadro persiste ou se agrava, o coração pode tornar-se fraco – o que resulta em insuficiência cardíaca – ou até causar a morte do paciente.”

O dado mais alarmante, de acordo com o pesquisador, é que 62% desses falecimentos no Brasil acontecem dentro de hospitais, o que representa aproximadamente 120 mil pessoas por ano. “O indivíduo sente os sintomas e vai até o hospital, mas, pela demora no diagnóstico de infarto do coração, não recebe o tratamento correto em tempo adequado. Nesses casos, a gente pode ajudar.”

O nome da startup reflete a essência desse propósito. “‘Cor’ é ‘coração’ em latim e ‘sync’ vem de ‘sincronia’, já que o teste é rápido e condizente com o tempo requerido pelo organismo”, explica Queixada. “Estamos em sincronia com o tempo que o coração precisa.”

Plataforma de diagnóstico

A solução da Cor.Sync é composta por um dispositivo físico e um software que interpreta o resultado do exame de sangue em conjunto com os dados clínicos do paciente. O algoritmo emula a experiência de um cardiologista especializado e as particularidades do paciente, como o fato de que mulheres frequentemente apresentam sintomas diferentes de infarto e níveis distintos de troponina. “Isso é crucial porque nem todo serviço de saúde tem um cardiologista experiente disponível 24 horas por dia”, destaca o pesquisador. “Muitas vezes, o paciente é atendido por um médico residente, um profissional de outra especialidade ou um generalista, que não tem toda a experiência de um cardiologista.”

Atualmente, a Cor.Sync se dedica ao diagnóstico de infarto do coração, mas a tecnologia desenvolvida pela empresa pode ser usada para outros exames. “Criamos uma plataforma de diagnóstico e esse mesmo método pode ser aplicado para outros exames de biomarcador ou patógeno. Temos um roadmap para o desenvolvimento de outros testes e devemos ter um portfólio diversificado em breve.”

Estudos clínicos

O dispositivo está em fase final de estudos pré-clínicos e a equipe se prepara para iniciar os estudos clínicos – uma etapa obrigatória para dispositivos médicos de diagnóstico in vitro. Nessa fase, os resultados obtidos com o dispositivo serão comparados com os do padrão ouro atual (os testes laboratoriais). “Ainda não temos o produto pronto para venda nem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]. A expectativa é que, ainda neste ano, sejam iniciados os estudos clínicos e, no ano que vem, o teste possa ser comercializado.”

Além do óbvio benefício de salvar vidas, a tecnologia da Cor.Sync tem potencial de garantir economia significativa para os sistemas de saúde, já que indivíduos que sofrem infartos do coração e desenvolvem insuficiência cardíaca representam alto custo contínuo. “Para o Sistema Único de Saúde [SUS] e os planos de saúde, esses pacientes são caríssimos porque necessitam de acompanhamento multiprofissional periódico e, não raro, necessitam de reinternações hospitalares”, observa Queixada.

Dessa forma, um diagnóstico mais rápido e mais preciso possibilita a redução da extensão da insuficiência cardíaca resultante do infarto do coração. Isso melhora a qualidade de vida do paciente, além de reduzir os custos financeiros e sociais decorrentes de tratamentos de longo prazo.

Matéria – Roseli Andrion | Agência FAPESP

Imagem – Solução da Cor.Sync é composta por um sensor (pequeno cartucho), um equipamento de leitura e um software que interpreta o resultado do exame de sangue considerando os dados clínicos de cada paciente (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

12 de junho de 2025 0 comentários
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Notícias

Avanços da IA estão moldando vários aspectos do mundo, incluindo o modo de fazer pesquisa

por jornalismo-analytica 29 de maio de 2025
escrito por jornalismo-analytica

“A questão com a inteligência artificial (IA) vai além de ela ser boa ou má. É uma tecnologia que está moldando o mundo que vivemos e precisamos encontrar um caminho do meio, que nos permita avançar e viver bem.” Com esta mensagem, Christiane Woopen, diretora do Center for Life Ethics da Universidade de Bonn (Alemanha), convidou pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, e que trabalham com IA, a refletir sobre os caminhos que suas pesquisas estão tomando.

Durante a 11ª edição do German-Brazilian Dialogue on Science, Research and Innovation, realizada no auditório da FAPESP, nos dias 7 e 8 de maio, em parceria com o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo, a pesquisadora alertou sobre como a inteligência artificial está transformando a pesquisa médica e a relação das pessoas com a saúde e a longevidade.

Para Woopen, que atua na área de ética médica, a IA induziu uma mudança de paradigma na área de saúde, cujo foco passou de obter diagnósticos precoces e tratamentos precisos para um maior esforço no monitoramento e predição de doenças. “Isso é positivo. Afinal, todo mundo acha bom evitar ficar doente. No entanto, essa mudança também toca na nossa percepção do presente e nas expectativas, desejos e planos para o futuro”, disse.

Woopen aprofundou a questão a partir de um exemplo corriqueiro. “Uma pessoa que sai de casa e esquece a chave pode pensar que isso aconteceu porque é esquecida, não dormiu bem ou foi o acaso. Já alguém que sabidamente tem risco elevado de desenvolver Alzheimer, por exemplo, vai pensar: será que esse esquecimento já é a doença?”, afirmou.

Nem todos querem ter esse tipo de conhecimento. Estudo conduzido pelo grupo de Woopen perguntou para 126 pessoas que buscaram ajuda pela primeira vez em centros de detecção precoce na Alemanha se elas desejavam identificar o risco de apresentarem transtornos mentais: 49% responderam que sim e 35%, que não.

“Mas o curioso é que a motivação por trás das duas respostas era a mesma: os pesquisados levaram em conta o impacto na autodeterminação. Os que responderam sim afirmaram que a informação poderia auxiliar a planejar a vida, enquanto os que reprovaram disseram que o conhecimento alteraria o planejamento de vida, fora o grande peso emocional da notícia. Portanto, os profissionais de saúde devem considerar cuidadosamente as expectativas individuais dos pacientes ao oferecer essa tecnologia”, alerta Woopen.

O valor dos dados

A pesquisadora afirmou ainda que o aumento da capacidade de analisar dados decorrentes de tecnologias de inteligência artificial traz impacto nos sistemas de saúde e, diante de mudanças de paradigmas, é preciso ter um olhar crítico.

“Eu compartilho do sonho de conseguir conectar os dados gerados nos diferentes setores da saúde, como cuidado diário, atendimento primário, secundário e pesquisa. Essas informações, sem dúvida, auxiliariam na intercambialidade do sistema, na melhora do cuidado diário e nas possibilidades de pesquisa. Mas o que temos hoje na prática é que toda expertise e tecnologia para isso estão com poucas empresas. São elas que definem o que é feito, o que é importante e que tipo de paciente é interessante. Portanto, não se trata apenas de um poder financeiro, mas da capacidade de definir o que acontece no sistema de saúde”, pontuou.

Para Diogo Cortiz, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nessa seara é preciso levar em conta que dado não é o “novo petróleo”. “Trata-se de uma metáfora ruim, pois o petróleo é o que os economistas chamam de um bem rival, ou seja, quando consumida a quantidade do produto disponível, para os demais o acesso fica comprometido. O mesmo não ocorre com os dados: seu estoque não se esgota com o consumo e, se uma pessoa usa um dado, a outra também pode usá-lo. É essencial, portanto, considerar esse conceito nas discussões sobre política de acesso aos dados”, explicou.

O pesquisador alerta que os brasileiros, ávidos usuários das redes sociais, por exemplo, estão gerando cada vez mais dados nas grandes plataformas. “As big techs usam essas informações para elas e o que sobra para os brasileiros [que geraram os dados]? Nada”, sublinhou.

Mas o problema é ainda mais amplo. Segundo Cortiz, a Meta (ex-Facebook) assumiu que no Llama – modelo de IA de código aberto criado para superar rivais como o Gemini e o GPT4 – apenas 5% dos conjuntos de dados pré-treinados são de um idioma diferente do inglês. “A empresa também afirmou, portanto, não esperar o mesmo nível de desempenho em outros idiomas que não o inglês. Por isso, precisamos perguntar de quem é o dado e quem ele representa”, disse.

Para o pesquisador, o país precisa discutir políticas e regulações que garantam o acesso dos brasileiros aos dados gerados nas plataformas. “Caso contrário, o Brasil vai ser apenas um fazendão de dados das big techs, sem qualquer contrapartida”, afirmou.

“Pois é, toda vez que alguém me pergunta se a IA vai dominar o mundo ou nos matar, eu digo que provavelmente a IA não, mas as big techs, sim”, concordou Renata Wassermann, professora do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP).

Inteligência aumentada

Antes de apresentar os resultados de suas pesquisas na conferência, Elisabeth André, da Cátedra de Inteligência Artificial Centrada no Humano da Universidade de Augsburg, fez uma ressalva: “Doug Engelbart, o inventor do mouse de computador, já reconhecia em 1958 que o objetivo da tecnologia não deveria ser substituir os humanos, mas ampliar as capacidades humanas. Acho que essa foi uma declaração muito sábia e que ainda hoje precisamos levar em consideração”.

André tem desenvolvido uma série de projetos, como aplicativos que auxiliam indivíduos a treinar como se portar em entrevistas de emprego, ou que ajudam crianças a combater em conjunto o bullying nas escolas e até uma espécie de google translate para linguagem de sinais que, além das sinalizações manuais, utiliza expressões faciais.

“Não podemos ver a tecnologia como deuses ou coisas mágicas. Precisamos vê-la como matemática. Só assim podemos exigir explicações e mudanças. Mas o problema é que, com a IA autônoma [como os carros autônomos, por exemplo], 90% das decisões são tomadas sem supervisão. Em 80% delas duvidamos de soluções explicáveis. E 70% estão enviesadas. Apenas para dar um exemplo do que está acontecendo”, afirmou Anderson de Rezende Rocha, coordenador do Viva bem: inteligência artificial para saúde e bem-estar – um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Samsung na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Rocha enumerou uma série de pesquisas envolvendo inteligência artificial na saúde que não foram para frente ou apresentaram resultados muito questionáveis. Um dos casos ocorreu durante a pandemia, quando diversos grupos de pesquisa no mundo tentaram detectar a COVID-19 por meio de imagens de raios X. “Depois da pandemia, um grupo dos Estados Unidos fez um exercício de análise desses 200 estudos. Sabe quantos deles [os autores] trabalhavam em hospitais? Nenhum. Portanto, nenhum dos estudos funcionava na prática. Eles foram desenvolvidos sem levar em conta as especificidades da implantação. Portanto, eu pergunto: queremos inteligência artificial com potencial de substituir atividades humanas ou uma inteligência aumentada, que complemente nossas potencialidades e faça a humanidade evoluir?”, questionou.

Julgamentos alucinados

As inquietações com o uso de inteligência artificial não se restringem à área de saúde. “O ChatGPT foi lançado no fim de 2022 e, no começo do ano seguinte, já havia nos Estados Unidos notícia de um advogado que usou o ChatGPT para elaborar uma petição. E o documento citou precedentes que não existiam, ou seja, uma alucinação do sistema”, contou Juliano Maranhão, professor da Faculdade de Direito da USP.

“Dois meses depois, um juiz norte-americano proferiu uma sentença que citava precedentes alucinados. E isso foi um escândalo ainda maior. Quando interrogado sobre a sentença, o juiz apenas afirmou que não era culpado, pois a sentença tinha sido redigida por seu assistente. Então o funcionário público afirmou que não tinha sido ele, mas o ChatGPT. E isso, é claro, gerou preocupação não só nos Estados Unidos, mas aqui também, dado que tivemos casos semelhantes ocorrendo no Brasil já em 2023”, relatou.

Maranhão conduziu uma pesquisa sobre o uso da inteligência artificial no Judiciário brasileiro que contou com respostas de 1,6 mil juízes e 18 mil funcionários que trabalham nesse sistema. Metade dos respondentes não conhecia ou não estava familiarizada com o uso de IA generativa – categoria de inteligência artificial que pode criar textos, imagens, vídeos, áudios ou códigos. No entanto, 80% dos que não usam a tecnologia afirmaram achar que ela poderia ser útil – o que sinaliza um possível crescimento do uso de IA no Judiciário brasileiro num futuro próximo.

“Dos 50% que estavam usando IA generativa, 30% o faziam em suas atividades profissionais, ou seja, na produção de documentos e conteúdos, como a elaboração de resumos de documentos, ou na apresentação de propostas para a composição de frases, que posteriormente foram revisadas. Algo que pareceu adequado, mas que levantou questões importantes, já que se trata muitas vezes de um conteúdo confidencial”, diz.

A pesquisa mostrou ainda que, embora alguns tribunais tenham contratado serviços de ChatGPT ou o Copiloto (da Microsoft) para uso oficial no Judiciário, essas tecnologias são utilizadas no privado: a pesquisa é feita no computador pessoal do servidor e, depois, o material é transferido para o sistema judicial.

Fora isso, há também o risco de usar a IA como mecanismo de pesquisa de precedentes. “O que não é um problema em si, mas pode ser um agravante caso o conteúdo não seja revisado. O resultado da pesquisa mostra também que não há treinamento e política para a governança do uso da tecnologia no Judiciário”, alertou.

Fora isso, 83% dos funcionários públicos que usam a ferramenta afirmaram não informar o uso ao juiz. “Portanto, não é uma surpresa que estejam ocorrendo erros e alucinações no produto, feitos pelo ChatGPT ou outras ferramentas. Foi possível perceber a existência de uma preocupação significativa se o uso da IA generativa era moral, ético ou mesmo legal. E isso é preocupante porque traz opacidade ao uso”, argumenta.

Para Maranhão, a questão exige regulamentação. “Não só pelo risco de alucinações, mas também por se tratar de conteúdo confidencial. Devemos proibir o uso privado?”, questionou.

Para assistir aos debates do primeiro dia do evento acesse: www.youtube.com/watch?v=V9ZZF55OZBA.

A íntegra do segundo dia está disponível em: www.youtube.com/watch?v=_NuVADzbUb8.
Matéria – Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP 

Imagem – Na palestra de abertura, Christiane Woopen, do Center for Life Ethics da Universidade de Bonn, falou sobre como a IA está transformando a pesquisa médica e a relação das pessoas com a saúde e a longevidade (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

29 de maio de 2025 0 comentários
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Sustentabilidade na Saúde: como a tecnologia transforma Santas Casas e Hospitais Filantrópicos

por jornalismo-analytica 21 de março de 2025
escrito por jornalismo-analytica

As Santas Casas e os hospitais filantrópicos enfrentam inúmeros desafios operacionais, especialmente devido à sua missão de oferecer atendimento de qualidade a todos. Esses desafios serão tema de debate no 17º Seminário Femipa (Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná), que acontece entre os dias 25 e 27 de março na Associação Médica do Paraná. Diante desse cenário, a adoção de tecnologias tem se mostrado uma grande aliada na busca por um futuro mais sustentável e equilibrado.

De acordo com a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), mais de 500 instituições fecharam suas portas nos últimos cinco anos, e o déficit do setor já chega a impressionantes R$ 10,9 bilhões. Essas instituições são responsáveis pela manutenção de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, o que torna ainda mais preocupante o impacto da crise na continuidade dos tratamentos.

Neste contexto, a tecnologia surge como uma aliada poderosa para enfrentar esses desafios. Soluções de gestão hospitalar, como sistemas integrados de informação, podem otimizar processos, reduzir desperdícios e melhorar a eficiência operacional. Ferramentas de telemedicina e prontuários eletrônicos também contribuem para um atendimento mais ágil e eficaz, além de possibilitar um melhor controle dos custos.

Empresas como a MV, multinacional que impulsiona a transformação digital no setor da saúde, estão de olho no futuro para permitir que essas instituições continuem a cumprir sua missão de cuidar da saúde da população.

“Sabemos dos desafios que o setor enfrenta, principalmente no aspecto de recursos financeiros. E, para isso, a MV está atuando em diversas frentes, reduzindo glosas, perdas de medicamentos e demais custos operacionais que inclusive impactam na jornada do paciente. Precisamos realizar esse movimento para garantir o futuro das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e o atendimento massivo e de qualidade para a população”, diz Jeferson Sadocci, Diretor Corporativo de Mercado e Cliente da MV.

Tanto a MV quanto o Ecossistema liderado por ela têm desempenhado um papel fundamental na otimização de custos e na potencialização de receitas em Santas Casas e hospitais filantrópicos. Ao implementar soluções integradas de gestão, essas instituições têm aprimorado seus processos internos, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência operacional.

Com a adoção das soluções do Ecossistema MV, instituições do setor passaram a operar de forma integrada, otimizando processos e evitando retrabalhos, além de realizar faturamento online e reduzir o tempo do ciclo de compras, resultando em informações mais confiáveis para tomadas de decisão.

Presença no 17º Seminário Femipa

O tema será destaque durante o 17º Seminário Femipa (Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná), que acontece entre os dias 25 e 27 de março na Associação Médica do Paraná. A MV marca presença no evento, levando uma série de inovações que prometem transformar o setor. Além da participação no seminário, a empresa contará com um estande durante os dias de evento.

Entre os destaques, a multinacional apresentará soluções voltadas para a transformação digital no setor, incluindo a gestão hospitalar através de softwares reconhecidos internacionalmente e que lideram o segmento na América Latina.

Serviço

Data: 25 a 27 de março de 2025
Horário: 8h30 às 18h
Local: Associação Médica do Paraná

Saiba mais em: www.mv.com.br 

21 de março de 2025 0 comentários
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Notícias

De volta para o futuro: qual o papel das hidrelétricas no novo cenário energético

por jornalismo-analytica 12 de março de 2025
escrito por jornalismo-analytica

No Brasil, a geração hidrelétrica praticamente coincide com o desenvolvimento dos sistemas elétricos por Thomas Edison, George Westinghouse e Nikola Tesla.  Hoje, o Brasil possui uma capacidade hidrelétrica de cerca de 108 gigawatts (GW). Esta tecnologia é conhecida pela maturidade e longa vida útil de estruturas, especialmente barragens. No entanto, assim como um carro com 20 anos de uso não tem o mesmo desempenho de um veículo novo, há uma queda no rendimento das usinas com o tempo.

O tempo também traz a inovação tecnológica e a mudança da dinâmica do setor elétrico, que representam relevante oportunidade de melhoria dos aproveitamentos hidrelétricos. Investimentos podem garantir vida útil adicional de muitas décadas, mantendo elevada qualidade de operação dessas usinas.

Esses investimentos podem ter diferentes objetivos:

– Reabilitação ou retrofit, com foco na recuperação do desempenho original;

– Repotenciação, visando o aumento da capacidade e eficiência;

– Modernização, via implantação de novas tecnologias que reduzem custos operacionais e aumentam a confiabilidade;

– Ampliação, com adição de novas unidades geradoras;

– Uma nova abordagem, também conhecida como “reavaliação de propósito” ou “reaproveitamento” dos ativos, é otimizar os equipamentos para os requisitos mais demandados atualmente, como capacidade, flexibilidade e compensação de reativos.

Em 2019, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão responsável pelo planejamento energético brasileiro, mapeou o potencial das usinas que podem receber esses investimentos, identificando 51 usinas, totalizando 50 GW de capacidade.

Este potencial passa a ser ainda mais interessante no atual cenário de expansão do Sistema Interligado Nacional (SIN), em que a demanda de energia tem sido atendida de forma diversa, com destaque para eólicas e solares fotovoltaicas.

Com o aumento da participação destas fontes, cuja produção de energia não é controlável, o sistema passa a demandar mais recursos gerenciáveis e confiáveis, capazes de prover serviços como capacidade de ponta e flexibilidade operacional. Como as hidrelétricas são os provedores naturais destes serviços, os investimentos em hidrelétricas existentes capazes de ampliar a capacidade produtiva se apresentam como uma excelente solução em condições altamente competitivas.

No entanto, o setor elétrico ainda carece de mecanismos que viabilizem tais investimentos, uma vez que o preço horário da energia ainda não sinaliza adequadamente essas necessidades. Além disso, os atuais mecanismos de remuneração de outros serviços não oferecem sinais econômicos suficientes para viabilizar esses investimentos.

Iniciativas que permitam que usinas hidrelétricas existentes participem do próximo leilão de reserva de capacidade (LRCAP 2025). estão indo na direção certa, ao reconhecer a importância desse recurso. No entanto, ainda são necessários novos avanços, como não restringir a participação apenas a unidades adicionais, criando um regulamento que permita que usinas existentes sejam remuneradas por investimentos que aumentem sua flexibilidade e capacidade.

Matéria – Exame, Thiago César
Imagem – Hidrelétricas: modernização pode garantir maior eficiência e flexibilidade ao sistema elétrico. (Ascent Xmedia/Getty Images)

 

12 de março de 2025 0 comentários
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Informe de mercadoNotícias

Microplacas com Fundos Transparentes para Leituras Ópticas

por jornalismo-analytica 19 de fevereiro de 2025
escrito por jornalismo-analytica

Você conhece as Placas μClear® e UV-STAR®?

Desenvolvidas com tecnologia exclusiva, essas placas possuem um fundo feito de um filme extremamente fino, com espessuras de 190 µm para as placas as µClear® e 135 µm para as UV-STAR®.

Essas características, aliadas ao material e pigmentação utilizados, tornam essas placas ideais para aplicações que envolvem leituras ópticas e análises de microscopia.

Melhore seus resultados de imagem com nossas microplacas de fundo transparente: disponíveis em versões de 96 e 384 poços para leituras através do fundo do poço, e nas cores pretas, brancas ou transparentes. Possuem imagem de alta qualidade, com baixa autofluorescência e alta razão sinal-ruído. Também contam com menor tempo de autofoco, transmissão no espectro UV com as placas UV-Star® e tratamentos de superfície para ensaios bioquímicos ou com células.

Nossas Placas μClear® oferecem transparência excepcional e a confiabilidade em leituras ópticas. Seu fundo de filme de poliestireno com 190 μm de espessura oferece um grande espectro de transmissão, tornando-as ideais para aplicações de leituras a partir de 340 nm, além de microscopia básica com aumentos intermediários.

Já as placas UV-STAR® são fabricadas inteiramente de cicloolefina, permitindo uma transmissão excelente até comprimentos de onda de 230 nm. As microplacas UV-Star® com fundo de filme são essenciais para leituras no espectro ultravioleta próximo, como a determinação da concentração de ácidos nucleicos ou de proteínas a 260 nm ou 280 nm.

Experimente esta precisão em suas análises!

 

Greiner Bio-One

A Greiner AG, sediada em Kremsmünster, Áustria, é mundialmente reconhecida pelas suas soluções em plástico e espuma. Dividi-se em três áreas de atuação: a Greiner Packaging produz embalagens plásticas para os setores alimentícios, de higiene e limpeza e muitos outros. A NEVEON é líder global na produção de espumas integradas e flexíveis, compostas de poliuretano com uma ampla gama de aplicações, desde assentos de carros, aviões até colchões. A Greiner Bio-One é parceira mundial das áreas de biotecnologia, dispositivos médicos, institutos de pesquisa e life science.

19 de fevereiro de 2025 0 comentários
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Notícias

Japão testa medicamento que faz crescer dentes perdidos em humanos

por jornalismo-analytica 17 de dezembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Um medicamento experimental desenvolvido no Japão está sendo testado em humanos com a promessa de regenerar dentes perdidos. Estudos clínicos já começaram no Hospital da Universidade de Kyoto, com foco em voluntários adultos que possuem ao menos um dente ausente. O objetivo inicial é verificar a segurança da substância, que pode ativar brotos dentários dormentes sob as gengivas.

Pesquisadores acreditam que humanos possuem um terceiro conjunto de dentes latentes, cuja ativação seria possível bloqueando a proteína USAG-1, que inibe o crescimento dentário. Resultados bem-sucedidos em testes com camundongos e furões mostraram que o bloqueio dessa proteína pode levar à formação de novos dentes. A expectativa é que o medicamento esteja disponível até 2030, oferecendo uma alternativa aos tratamentos tradicionais, como dentaduras e implantes.

Atualmente, pacientes com ausência congênita de seis ou mais dentes permanentes são considerados prioridade para o uso da tecnologia. A condição hereditária, que afeta cerca de 0,1% da população, pode dificultar a mastigação e causar impactos sociais significativos. No Japão, adolescentes com esse quadro costumam utilizar máscaras faciais para esconder os grandes espaços entre os dentes.

O medicamento também é apontado como uma possível solução para pessoas com dentes perdidos em decorrência de cáries, traumas ou doenças periodontais. O tratamento, ao permitir o crescimento de dentes naturais, evitaria os custos e os processos invasivos associados às próteses e implantes dentários.

Pesquisas apontam potencial do tratamento
Os experimentos em animais indicam que a proteína USAG-1 é um alvo promissor para tratamentos com anticorpos, como o desenvolvido neste estudo. Publicações científicas destacam que dentes regenerados foram funcionais nesses testes e que essa técnica pode representar um avanço no tratamento de anomalias dentárias.

Embora o crescimento de dentes regenerados ainda não seja o objetivo principal da atual fase de testes, os cientistas não descartam a possibilidade de que os participantes apresentem resultados positivos. Caso isso ocorra, seria uma confirmação precoce do potencial do medicamento também para casos de perda dentária adquirida, o que marcaria um grande progresso.

Desafios e expectativas
A regeneração de dentes humanos é vista como um processo desafiador, e especialistas apontam que os resultados em animais podem não se traduzir diretamente em sucesso com humanos. Há dúvidas sobre a funcionalidade e a estética dos dentes regenerados, além de possíveis dificuldades no controle exato de onde os novos dentes cresceriam.

Mesmo assim, há confiança de que ajustes, como ortodontia ou transplantes, podem corrigir eventuais irregularidades. No Japão, onde mais de 90% da população com 75 anos ou mais possui ao menos um dente ausente, a inovação pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e estender a expectativa de saúde bucal da população.

Matéria – Exame, por André Lopes
Imagem – Japão testa medicamento revolucionário: regeneração de dentes pode ser alternativa a dentaduras e implantes (Getty Images)

17 de dezembro de 2024 0 comentários
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Notícias

Eletromiografia: como pode colaborar para o desenvolvimento de dispositivos mais eficientes

por jornalismo-analytica 16 de outubro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Ao longo dos anos diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas na tentativa de criar aparelhos que conectem uma máquina, como um exoesqueleto com o cérebro, através das atividades elétricas, sendo um exemplo o projeto Telepathy, da Neuralink. Tal dispositivo conta com 64 fios e 1024 eletrodos que registram os sinais neurais. Assim, tais comandos chegam a um aplicativo, que decodifica como a pessoa quer se mover e o indivíduo consegue realizar o movimento.

No início de 2024, em um homem de 29 anos que ficou tetraplégico ao sofrer um acidente durante um mergulho, implantou o chip, entretanto, houve um problema, alguns dos fios não estabeleciam mais conexão com o aplicativo e buscando ajustar a situação, os cientistas conseguiram redirecionar as tarefas daqueles fios para outros. Outro caso é da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, que através de implantes colocados na coluna e no cérebro que conseguem estabelecer ligações com as pernas e pés, possibilitou uma pessoa paralítica andar apenas com o pensamento.

Todavia, um dos casos de maior sucesso é o exoesqueleto de Miguel Nicolelis. O neurocientista deu início aos estudos em 1999, junto de John J. Chapin, que profetizaram o conceito de interface cérebro-máquina, ou seja, como um pensamento pode controlar um aparelho fora do corpo. Eles notaram que antes de uma ação ser realizada, uma série de impulsos elétricos são gerados, passam para a medula espinhal e apenas depois o comando é realizado. Então, no tempo anterior a ação ser feita, os sinais elétricos iriam para um computador, que iria processar os potenciais elétricos e traduzisse os para a máquina receber a informação e entender o movimento que vai ser realizado.

Os experimentos em animais apresentaram muito sucesso e acabaram promovendo mais uma conclusão, se o feedback do movimento tivesse força suficiente, o cérebro obtém uma capacidade de conseguir incorporar o exoesqueleto como uma extensão do corpo. Com essas pesquisas, Nicolelis e uma grande equipe trouxeram um avanço ainda maior para a ciência, quando na Copa do Mundo de 2014, o jovem Juliano Pinto, que sofreu um acidente de carro e por quase oito anos não conseguia mais mover seus membros inferiores, utilizou o exoesqueleto e deu um chute que ficou marcado para a história.

O ocorrido na abertura do evento esportivo foi um importante passo para a ciência. Ademais, o desenvolvimento dos estudos na medicina da eletroneuromiografia podem contribuir ainda mais para a criação de próteses. A eletromiografia é um exame solicitado em alguns casos para pacientes que apresentam suspeita de distúrbios neuromusculares ou que já foram diagnosticados com tais condições, com o intuito de checar a efetividade dos tratamentos e a progressão da doença.

O teste é uma representação gráfica das atividades neurais relacionadas com ao músculo, tanto no momento de repouso, quanto de contração. Na primeira parte do exame, da eletromiografia, agulhas com eletrodos nas pontas são colocadas nos músculos e o paciente é instruído a fazer alguns movimentos. Assim, os sinais elétricos são monitorados e vão para um computador. Na segunda parte, há um estudo de condução nervosa, em que os eletrodos são postos na pele sobre os nervos em diversas partes do corpo e são estimulados alguns impulsos elétricos. De tal modo, é possível analisar a velocidade da condução nervosa, amplitude dos sinais e a capacidade efetiva dos nervos.

Unindo esse exame médico com a realidade virtual, a Meta planeja lançar nos próximos anos uma pulseira na qual os usuários consigam controlar dispositivos apenas com o movimento dos dedos. Através de análises da eletromiografia, é possível rastrear os movimentos da mão de forma muito mais precisa e superando restrições do rastreamento virtual. Além disso, esse aparelho promove uma conexão maior entre a realidade virtual e a aumentada, representando mais um avanço nas tecnologias.

O desenvolvimento da ciência, principalmente nas áreas que tangem a medicina e a biomecânica podem promover a efetivação de próteses e dispositivos cada vez melhores e mais acessíveis às pessoas que sofrem de alguma paralisia. A eletromiografia é uma técnica que aparenta ser promissora para esses avanços, já que a pulseira da Meta utiliza esse teste e a conexão promovida entre as diferentes realidades é mais um passo dado pela ciência.

 

Matéria – Exame – Jovens Cientistas Brasil

Imagem – Ig Nobel 2012 (Michael Faes)

16 de outubro de 2024 0 comentários
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