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sustentabilidade

Espectrometria de massasNotícias

Sustentabilidade e rastreabilidade dos cafés do Brasil são destacadas na Itália

por jornalismo-analytica 10 de outubro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Apresentar sustentabilidade, qualidade, diversidade e os projetos sobre sequestro de carbono, inclusões social e digital e de rastreabilidade que o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) realiza ao público europeu, maior mercado dos cafés brasileiros, foi a mais recente iniciativa da entidade, realizada em Roma, na Itália, com início na semana passada.

“Em parceria com a Embaixada do Brasil na capital italiana e o Museu do Café, realizamos uma programação especial para estender as celebrações do Dia Internacional do Café ao longo das próximas semanas no país. No dia 5 de outubro, começamos a programação da campanha Qui si beve il caffè brasiliano! (Aqui tomamos café brasileiro!), onde ministramos uma palestra sobre sustentabilidade, rastreabilidade e oportunidades para os cafés do Brasil na Europa, diante dos novos desafios e oportunidades das emergentes regulações de mercado”, destaca Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé.

Contextualizando os respeitos social, ambiental e econômico da cafeicultura no Brasil, ele apresentou dados concretos da sustentabilidade da cafeicultura nacional, que, com a implantação de inovações tecnológicas, reduziu pela metade a área destinada à atividade, ao mesmo tempo em que quadruplicou sua produção nas últimas décadas.

“Também mostramos os projetos que o Cecafé vem realizando para evidenciar os cafés do Brasil como referência sustentável a todo o mundo, como as plataformas de riscos de contratos futuros e de rastreabilidade, em parceria com a Serasa Experian, e o Projeto Carbono, em conjunto com Imaflora e professor Carlos Cerri, da Esalq/USP, que atestam que a cafeicultura brasileira é carbono negativo, mais sequestrando CO2 e equivalentes do que emitindo gases de efeito estufa na atmosfera”, revela Matos.

Dentro das ações que contaram com a participação de Cecafé, diplomacia brasileira em Roma e Museu do Café também houve a exibição de um curta-metragem, em 6 de outubro, que apresentou a influência da imigração italiana na cafeicultura do Brasil, dirigido por Edoardo Mariani.

Além disso, até o próximo dia 17, será realizada uma degustação de cafés brasileiros e harmonização com doces típicos do país a turistas e moradores de Roma, e, até 5 de novembro, ficará em cartaz a exposição “Cafés do Brasil: patrimônio mundial” no Instituto Guimarães Rosa, na sede da Embaixada em Roma.

A ação de internacionalização que contempla as ações na capital italiana conta com patrocínio do Cecafé, da Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) e da empresa Unicafé. Já as degustações realizadas na Embaixada do Brasil têm o apoio da empresa Lavazza.

Fonte: Cecafé

10 de outubro de 2023 0 comentários
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Notícias

Sustentabilidade e alimentação: um caminho a seguir

por jornalismo-analytica 4 de outubro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Em tempos de desequilíbrios, a alimentação é um dos pilares que podem garantir uma vida – e um planeta – melhor para todos

Vivemos numa era de desafios globais, a alimentação é um deles. Num planeta de 8 bilhões de pessoas, debate-se cada vez mais como será possível garantir comida saudável e adequada para toda a população mundial, preservando os recursos naturais e proporcionando uma vida digna e equilibrada para todos.

Essas questões permeiam o conceito de sustentabilidade, dentro do qual a alimentação exerce um papel fundamental.

A forma de produzir alimentos, quem faz parte da cadeia produtiva, quais as condições de trabalho e de vida para quem vive no campo e até a maneira de gerir os recursos naturais entram nesse debate, que vem tomando força nos últimos anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 2015, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para superar os maiores desafios do nosso tempo, de forma a cuidar do planeta e melhorar a vida de todos.

Dentre os objetivos estão erradicar a pobreza e a fome, promover a agricultura sustentável e a igualdade de gênero, desenvolver cidades e comunidades sustentáveis, entre outros.

“Os 17 princípios tratados na ODS seguem uma lógica na qual justiça social, econômica e ambiental caminham juntas para garantir os direitos básicos aos seres humanos e a sobrevivência do planeta”, explica a antropóloga Tatiana Tolentino Mosca, que atua com sustentabilidade na área da gestão de alimentos e bebidas em São Paulo.

Desenvolvimento sustentável 

No Brasil, esses ODS estão em pauta em diversos projetos que se dedicam, atualmente, a unir sustentabilidade e alimentação, como é o caso do Sustentarea, Núcleo de Extensão da Universidade de São Paulo.

A nutricionista Aline Martins de Carvalho, mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública, coordena o Sustentarea e explica que, dentre as ações do grupo, a ideia é trabalhar os alimentos com um olhar amplo, sem se ater apenas aos nutrientes.

“Tentamos olhar para o sistema como um todo. Quando vemos um prato, pensamos de onde veio aquele alimento, quem produziu, como foi transportado, quem processou, se foi feito em casa ou em algum outro lugar, quem preparou, como é seu consumo e como será o seu descarte”, explica Aline.

Para a nutricionista, a sustentabilidade liga-se ao processo de pensar toda a cadeia relacionada à comida. “Essa é a perspectiva que a Sustentarea usa, tentando avaliar a sustentabilidade não só no pilar ambiental, mas também no social e no econômico.”

Tanto Tatiana quanto Aline lembram que estamos caminhando, pouco a pouco, na promoção da sustentabilidade, embora o cenário ainda seja desafiador. “Temos muitas realidades diferentes no Brasil”, diz a antropóloga.

“Por um lado, há as grandes monoculturas à base de pesticidas, agrotóxicos, desmatamento desenfreado e foco na exportação de alimentos. E, por outro, iniciativas transformadoras no campo da produção de alimentos como a agroecologia, agroflorestas, que geram alimentos livre de agrotóxicos e associados à preservação ambiental”, explica Tatiana.

A nutricionista Aline lembra que é preciso observar também a questão econômica, se a alimentação tem um preço justo para quem produz e para quem consome, levando em conta a produção de alimentos de maneira adequada, e sustentável, para atender também a população do futuro.

“Como podemos promover sistemas alimentares que privilegiem tanto as pessoas que estão no campo quanto os consumidores urbanos, sem degradar o planeta e reduzindo as pegadas de carbono?” Fica a reflexão para todos nós.

Conheça os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas

  1. Erradicação da pobreza
    “Acabar com a pobreza em todas as formas, e em todos os lugares.”
  2. Fome zero e agricultura sustentável
    “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoraria da nutrição e promover a agricultura sustentável.”
  3. Saúde e bem-estar
    “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades.”
  4. Educação de qualidade
    “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos.”
  5. Igualdade de gênero
    “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.”
  6. Água potável e saneamento
    “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos.”
  7. Energia limpa e acessível
    “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos.”
  8. Trabalho decente e crescimento econômico
    “Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos.”
  9. Indústria, inovação e infraestrutura
    “Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.”
  10. Redução das desigualdades
    “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.”
  11. Cidades e comunidades sustentáveis
    “Tornar as cidades e os assentamento humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.”
  12. Consumo e produção responsáveis
    “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.”
  13. Ação contra a mudança global do clima
    “Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.”
  14. Vida na água
    “Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.”
  15. Vida terrestre
    “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.”
  16. Paz, justiça e instituições eficazes
    “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis.”
  17. Parcerias e meios de implementação
    “Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.”

 

Fonte: brasil.un.org  

Artigo por Luciana Mastrorosa, jornalista e escritora especializada em gastronomia e nutrição. Atua há mais de 25 anos na imprensa brasileira, mantém o site Cozinha de Planta e é autora do livro “Pingado” e “Pão na Chapa – Histórias e Receitas de Café da Manhã”. 

Imagem/Matéria – Sesc São Paulo

 

 

Experimenta! – Comida, Saúde e Cultura

De 16 a 29 de outubro de 2023, as unidades do Sesc convidam o público a experimentar o universo da comida e as suas relações com a saúde e com a cultura

4 de outubro de 2023 0 comentários
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Notícias

Aplicações do Alumínio: como o metal corrobora para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico

por jornalismo-analytica 27 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Por Ricardo de Luca

Para se manter em relevância no mercado, as empresas têm buscado ampliar os investimentos em ações que as coloquem em sinergia com as principais tendências de ESG (Environmental, Social and Governance). No setor elétrico, importante segmento para a economia do Brasil e do mundo, essa realidade não é diferente. E, para corroborar com esta agenda nesta vertical, outras indústrias exercem papel fundamental, como a metalurgia, que através das aplicações do Alumínio oferece ganhos significativos ao setor de energia.

Para se ter uma ideia da força da sustentabilidade neste contexto, estima-se que dos US$ 2,8 trilhões destinados para investimentos em energia global, U$ 1,7 trilhão será voltado para tecnologias de energias limpas, incluindo veículos elétricos, redes de armazenamento, combustíveis de baixa emissão, melhorias de eficiência e bombas de calor, conforme indica relatório da Associação Internacional de Energia (AIE). Enquanto o restante valor, de US$1,1 trilhão, vai para carvão, gás e petróleo.

Atrelada a esta tendência, o uso do Alumínio, para a condução e distruição de energia, tem grande destaque. O material apresenta mais leveza, resistência mecânica, boa condutividade elétrica, além de ser infinitamente reciclável, fator crucial para a preservação ambiental.

Vantagens sustentáveis das aplicações do Alumínio

O mercado de Alumínio tem demonstrado um significativo potencial de crescimento para os próximos anos. De acordo com levantamento divulgado pelo International Aluminium Institute (IAI), em 2022, a demanda por Alumínio primário deve crescer 40% até o final de 2030. Ainda segundo o estudo, entre os quatro principais consumidores do material está o setor elétrico, que juntamente com os setores de transportes, embalagens e construção civil corresponderão a 75% do aumento.

Diante do protagonismo do metal na área de eletricidade, os benefícios sustentáveis podem se estender para projetos de linhas de transmissão, e, por ser mais leve, quando utilizado nas estruturas, exige menos dos veículos de transporte, gerando menor consumo de combustível.

Outro aspecto fundamental para as aplicações do Alumínio, é o alto poder de reaproveitamento do insumo, que ajuda a poupar o planeta da extração de mais minério. Além disso, quando reciclado, o metal consome 19 vezes menos energia do que o insumo obtido a partir do minério.

Alumínio como aliado de energia renovável

No segmento de energia solar, os perfis de Alumínio são empregados especialmente nos painéis solares, em forma de esquadrias ou perfis tubulares. Neste sentido, é importante salientar que o mercado fotovoltaico é dividido em duas vertentes primordiais: de energia centralizada, que engloba grandes usinas ou fazendas solares, e de energia distribuída, referente aos sistemas residenciais e de pequenas e médias empresas, que contam com placas solares nos telhados.

O Alumínio também apresenta um efeito decorativo nos perfis, além de contar com boa condutividade elétrica, fundamentais para redes de transmissão e distribuição de energia.

Desta forma, o cuidado com o planeta é a chave para o desenvolvimento de qualquer indústria. Tendo em vista os inúmeros aspectos positivos do Alumínio com relação à preservação ambiental, o metal torna-se uma escolha praticamente inevitável para o setor elétrico. Portanto, é preciso que ambos os mercados sigam em sinergia, para que, assim, possam crescer em conjunto de modo sustentável, competitivo e atualizado com relação às principais tendências.

 

 

Ricardo de Luca é Gerente de Engenharia de Processos e Produtos da Termomecanica, empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas.

27 de setembro de 2023 0 comentários
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Notícias

Técnica inovadora permite quantificar mercúrio em amostras em questão de segundos

por jornalismo-analytica 21 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

A contaminação por mercúrio é um problema grave, especialmente em regiões com atividade garimpeira, como a Amazônia brasileira, onde levantamentos recentes revelaram altos níveis de contaminação em peixes consumidos pela população. O mercúrio é uma substância altamente tóxica que pode causar danos ao cérebro, ao coração e ao sistema imunológico.

O objetivo inicial da pesquisa era quantificar contaminantes em amostras de solos e chorume de aterros sanitários, visando interesses agroambientais. No entanto, o método é versátil e poderá ser testado também em peixes e outros produtos alimentícios. “Pode ser uma amostra líquida, sólida ou gasosa, embora a experiência que temos seja o trabalho com sólidos”, conta Carlos Renato Menegatti, professor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP, que contribuiu com a estrutura ótica e com o desenvolvimento dos modelos.

A quantificação precisa do mercúrio em diferentes contextos pode ajudar a implementar medidas de controle mais eficazes e proteger a qualidade dos solos, plantas e ecossistemas agrícolas. Na temperatura ambiente, o mercúrio é líquido e, por isso, era usado nos termômetros antigos.

Medir a contaminação por esse metal onde a concentração dele é baixa é um desafio. Atualmente, a detecção é comumente feita por meio da quebra da amostra com ácidos produzindo uma solução que é nebulizada em uma chama de argônio. O material então emite uma luz que é captada por um espectrômetro identificando os elementos químicos presentes. Essa técnica, porém, pode levar dias, é mais custosa e gera resíduos que precisam ser descartados.

Vantagens

Por meio do método aprimorado de forma inédita pelos cientistas brasileiros, a análise consegue ser feita em menos de cinco minutos. Além de detectar vários elementos ao mesmo tempo, não há custos com reagentes, demandando apenas energia elétrica. Com uma lâmpada de vida útil aproximada de 4 anos, o instrumento permite analisar mais de mil amostras por dia.

O método proposto é completamente ótico, utilizando um laser pulsado para pulverizar a amostra e correlacionar a luz emitida com os elementos químicos. Isso torna o processo mais rápido, econômico e ambientalmente sustentável.

Os cientistas brasileiros utilizaram um sistema Libs de pulso duplo a fim de melhorar a sensibilidade de detecção. O primeiro pulso, na faixa do infravermelho, é utilizado para formar o plasma a partir da amostra. O segundo pulso, na faixa verde, é usado para reaquecer o plasma formado pelo primeiro pulso.

De acordo com Villas-Boas, o laser pulsado carrega muito mais energia do que a versão contínua. “A alta densidade de energia é capaz de quebrar as ligações moleculares, o que gera uma espécie de gás na superfície chamado plasma, composto de átomos, íons, elétrons e fótons.”

Em questão de microsegundos, o plasma emite radiação em vários comprimentos de onda, cujo espectro é capturado por um espectrômetro. “Como o plasma é composto de átomos e íons, essas espécies, que estão quentes, começam a resfriar e emitem luz. Nós correlacionamos essa luz com os elementos”, explica Menegatti. A metodologia permite também aferir a acidez e a textura de solos, medidas importantes para a agricultura.

Um dos principais avanços foi melhorar o limite de detecção da técnica para 50 miligramas de mercúrio por quilo (mg/kg). Em 2017, o grupo de pesquisadores havia chegado ao mínimo de 76 mg/kg. A inovação permitirá identificar a presença de mercúrio em diferentes contextos, a fim de proteger tanto a saúde humana quanto o meio ambiente.

“Há trabalhos na literatura que já tentaram medir mercúrio com o Libs, mas são poucos. Em termos de limite de detecção, nós estamos longe de um limite de detecção excelente como a técnica convencional, mas frente aos outros estudos com o Libs, chegamos a um dos menores limites”, revela Menegatti.

Além da sensibilidade surpreendente, o método permite usar os mesmos parâmetros para amostras de naturezas distintas. “É muito difícil termos um único modelo para solos. Nós partimos de modelos físicos de mecânica estatística e mecânica quântica, mostrando que é possível calibrar o sistema com um tipo de matriz e aplicar em outro.”

Foram testadas amostras de solo e de chorume de aterros sanitários, materiais bastante distintos, em diferentes concentrações do poluente. A calibração alcançada obteve um erro médio de 4,3% na quantificação de mercúrio para os dois tipos de material, o que é considerado baixo.

Pioneirismo

O Brasil, através da USP e da Embrapa, foi o primeiro país no mundo a desenvolver o Libs para medir propriedades ambientais de solos.

O uso da tecnologia na análise ambiental de chorume de aterro sanitário foi proposto inicialmente por Menegatti e realizado nos laboratórios da Embrapa em 2017. Com o aperfeiçoamento, a ferramenta poderá assegurar a conformidade dos níveis de poluentes com os limites legais estabelecidos.

Mais informações: e-mails paulino.villas-boas@embrapa.br, com Paulino Ribeiro Villas-Boas, e renatomenegatti@usp.br, com Carlos Renato Menegatti.

*Sob supervisão de Fabiana Mariz e Luiza Caires

 

Matéria – Jornal USP, por Texto: Ivan Conterno (estagiário)*

Arte: Joyce Tenório

21 de setembro de 2023 0 comentários
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Notícias

Biocombustíveis podem reduzir consumo de 30 bilhões de litros de diesel até 2030

por jornalismo-analytica 20 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Ampliar o uso de biocombustíveis (principalmente etanol e biodiesel) no setor de transporte do Brasil, pode mitigar de 27,4 para 71,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2eq) até 2030. Isso corresponde a mais de toda a emissão de um país como Portugal (~61,4 MtCO2eq em 2021).

 

O setor de transporte é um dos principais emissores de gases de efeito estufa (GEE) e substituir combustíveis fósseis por biocombustíveis pode ajudar o Brasil a fechar até 39% das metas constantes da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil (NDC) ao Acordo de Paris, contribuindo para os esforços nacionais e globais de mitigação das alterações climáticas.

 

A projeção consta em novo relatório “How biofuels can speed up decarbonization” da consultoria global de estratégia e gestão Oliver Wyman. O relatório traz um panorama de três cenários (atual, moderado e acelerado) de descarbonização com o uso de etanol, biodiesel, diesel renovável, combustível de aviação sustentável e gás natural comprimido.

 

De acordo com estimativas do relatório, os cenários propostos se implementados, podem reduzir o consumo de 30,4 bilhões litros de diesel até 2030.

Descarbonização com uso de Etanol, Biodiesel, Diesel Renovável, SAF e Gás natural

 

Simulações com cenários atual, moderado e acelerado

 

Etanol

 

Incentivando o consumo de etanol e aumentando a proporção do seu consumo nos carros flex existentes, de 33% para 66%, o Brasil ampliará em 29% o consumo do biocombustível até 2030 e reduzirá 11,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2eq), segundo estimativas da consultoria.

 

Se isso ocorrer em ritmo acelerado e 100% dos motores flex consumirem etanol até 2030, e as vendas de veículos flex chegarem a 80%, o país pode diminuir 24,9 MtCO2eq, exigindo que a produção de etanol tenha 62% de participação no abastecimento de veículos leves.

 

Biodiesel

 

Mantendo o ritmo atual, pode chegar a uma mistura de 20% em 2030 (contra 15% em 2016). Isso representaria uma substituição adicional de 5% do diesel A, principal fonte de emissão de CO2 no país. Essa mudança reduziria aproximadamente 7,1 MtCO2eq.

 

Comparativo com a Indonésia

 

De acordo com o relatório, a experiência de outros países sugere que essa é uma meta dentro do alcance do Brasil. Na Indonésia, espera-se que os mandatos de mistura cheguem a 35% até o final de 2023.

 

Existem várias semelhanças entre o Brasil e a Indonésia que podem ser exploradas, como a grande disponibilidade de matéria-prima, localização em regiões tropicais e dependência da importação de diesel estrangeiro.

 

Hoje, cerca de 25% do diesel consumido no Brasil é importado e, se o Brasil conseguir atingir níveis de mistura semelhantes aos da Indonésia, poderá reduzir as importações para 5% e aumentar a contribuição total do biodiesel para as metas NDC, com redução de 29 MtCO2eq.

 

Diesel Renovável

 

Incentivar a produção de RD/HVO (óleo vegetal hidrogenado também conhecido como diesel verde) pode ter um importante benefício econômico e ambiental. Por exemplo, o mandato de mistura de 5% de RD/HVO em diesel diminuiria 7,2 MtCO2eq num cenário moderado, de acordo com o relatório.

 

Num cenário acelerado, se o país implementar um mandato de 10% de HVO, isso aumentaria a demanda de RD/HVO para 5,8 bilhões de litros, equivalente a aproximadamente 8 novas biorrefinarias no país. Alguns players já estão aproveitando a janela de oportunidade RD/HVO e anunciando novas usinas, potencialmente levando a substituir 3,5% da demanda de diesel em 2030.

 

Combustível de aviação sustentável (SAF)

 

A União Europeia estabeleceu recentemente uma meta para substituir 6% do combustível de aviação por SAF até 2030. Considerando a abundância de matérias-primas, se estabelecida meta semelhante no Brasil, as estimativas de consultoria mostram que é possível substituir 0,3 bilhão de litros de combustível de aviação e descarbonizar 0,6 MtCO2eq.

 

Para limitar as emissões de viagens aéreas aos níveis de 2019, cerca de 15% do combustível de aviação consumido em 2030 teria que ser SAF, de acordo com a Oliver Wyman. Em um cenário de ritmo acelerado, se o país atingir essa marca, o impacto nas emissões de gases do efeito estufa chegaria a 1,6 MtCO2eq.

 

Gás natural comprimido (NGC)

 

O Brasil também é um dos países em que os números de NGC cresceram consideravelmente. Este biocombustível é particularmente popular entre os motoristas de alguns Estados do Sudeste do país, representando 3,5% da demanda de combustível do setor leve em 2021, consumindo o equivalente a 5,94 milhões de m3/dia de gás natural. Isso representou 6,3% de toda a demanda de gás natural do Brasil em 2021, segundo a ANP.

 

Se 15% do biogás/biometano produzido for destinado ao setor de transporte, isso representaria 2,4 milhões de m3 por dia, substituindo 42% da demanda projetada de GNL (gás em sua forma líquida), reduzindo 0,8 MtCO2eq de emissões de gases de efeito estufa.

 

Em ritmo acelerado, o Brasil poderia atingir o benchmark da Agência Internacional de Energia (IEA) e destinar 30% do biometano ao setor de transportes e dobrar o impacto na emissão de gases do efeito estufa para 1,6 MtCO2eq.

 

Experiências na Itália e China

 

O gás natural comprimido é uma boa alternativa em segmentos onde a eletrificação é mais desafiadora. A Itália tem atualmente uma frota de veículos a

 

gás natural bem estabelecida e uma rede de abastecimento em expansão. Recentemente, o país introduziu obrigações de mistura de biometano (combustível renovável derivado do biogás).

 

A Índia também tem planos ambiciosos para expandir o uso de biometano no transporte. A maioria das pequenas quantidades deste biocombustível produzidas na China hoje é usada em veículos movidos a gás.

 

Quatro benefícios adicionais ao investir em biocombustíveis:

 

Avanços tecnológicos e inovação: O incentivo à produção de biocombustíveis impulsionaria a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de bioenergia. O Brasil pode se tornar um polo de inovação nos processos de produção de biocombustíveis, levando a avanços no cultivo de matéria-prima, tecnologias de conversão e melhorias de eficiência.

 

Avanços tecnológicos e inovação: O incentivo à produção de biocombustíveis impulsionaria a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de bioenergia. O Brasil pode se tornar um polo de inovação nos processos de produção de biocombustíveis, levando a avanços no cultivo de matéria-prima, tecnologias de conversão e melhorias de eficiência.

 

Criação de empregos e crescimento econômico: Os incentivos à produção de biocombustíveis estimulariam a criação de empregos e o crescimento econômico, principalmente nas áreas rurais. O cultivo de culturas de matéria-prima, a construção de instalações de produção de biocombustíveis e atividades relacionadas à cadeia de suprimentos gerariam oportunidades de emprego e renda para as comunidades locais.

 

Sustentabilidade agrícola e desenvolvimento rural: O aumento da produção de biocombustíveis incentivaria práticas agrícolas sustentáveis e diversificaria o setor agrícola brasileiro.

 

A íntegra do relatório How biofuels can speed up decarbonization do relatório pode ser vista aqui.

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Como a logística pode ajudar a tornar o mundo mais sustentável?

por jornalismo-analytica 19 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Nos últimos 20 anos, as empresas enfrentam demandas crescentes de clientes para se tornarem mais conscientes em relação ao meio ambiente. De acordo com uma pesquisa da McKinsey e da NielsenIQ, realizada em 2023, produtos que alegavam ser sustentáveis ou estar de acordo com os pilares ESG obtiveram um crescimento cinco vezes maior do que os que não faziam essa associação nos últimos cinco anos.
Mais de 90% da geração Z acredita que as empresas devem levar em consideração as questões ambientais e as novas gerações querem trabalhar em instituições sustentáveis.
Porém, como alerta o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas em 2022, a janela para se adaptar às mudanças climáticas é “breve e de fechamento rápido”. Por isso, retórica não é o suficiente. Nós não teremos um futuro muito promissor se os países não cumprirem as suas metas de redução das suas emissões em 45% até 2030 e atingirem emissões líquidas zero até 2050, conforme especificado no Acordo de Paris assinado em 2015.
Acredito que a indústria da logística, que tem sido essencial para o comércio, agora tem uma oportunidade histórica de possibilitar a transformação para um futuro sustentável.
Como podemos direcionar o setor de logística para o caminho correto de atingir as emissões líquidas de carbono zero? Devido à complexidade, escala e interdependência das cadeias de suprimentos globais, não existe uma “bala de prata”. São vários desafios – como as emissões do transporte marítimo e aéreo de longa distância – que ainda exigem grandes avanços tecnológicos ou produtivos, antes que possam ser resolvidos em sua totalidade.
Uma solução que pode fazer uma grande diferença é investir em combustíveis aéreos e marítimos sustentáveis, utilizar sistemas de entrega multimodais e aumentar a eficiência. No entanto, isso exigirá um esforço conjunto entre provedores logísticos, empresas e consumidores finais.
A logística multimodal, por exemplo, impacta a pegada de carbono ao combinar os pontos fortes de diferentes modos de transporte. As empresas podem diminuir significativamente os custos e as emissões de carbono. Como exemplo, temos a alternância de embarques do transporte aéreo para o marítimo, ou seja trazer carga por mar em longa distância nas principais rotas programadas, com transferência intra regional no modal aéreo para o trecho final até o país de destino, Essa medida reduz as emissões de carbono em até 80% e não impede as empresas de obter tempos de trânsito competitivos para seus produtos. Com planejamento e previsão eficazes, também podem manter níveis de estoque mais baixos.
Outra abordagem envolve a otimização da rede. Um exemplo é a recente tendência de nearshoring, que envolve trazer linhas de produção e operação para países vizinhos. O nearshoring pode melhorar as distâncias e o tempo de transporte, reduzir as interrupções e tornar as operações mais sustentáveis por meio de emissões agregadas mais baixas. Assim, os impactos potenciais nos níveis de estoque necessários e nos custos de produção podem ser mitigados por meio do planejamento, muitas vezes apoiado por ferramentas de tecnologia e dados que fornecem maior visibilidade dos pedidos e suporte na previsão.
Nos exemplos citados acima, todos têm um papel a desempenhar. A maior conscientização dos consumidores por produtos que demonstram práticas de cadeia de suprimentos mais ecológicas estimulará a demanda por soluções de logística mais sustentáveis e inovadoras. Muitas empresas estão preparadas para otimizar continuamente suas redes, alternar entre modos de transporte e rotas, compartilhar dados com seus provedores de logística, tudo para permitir maior eficiência e direcionamento de investimentos. Essas companhias estarão melhor posicionadas para atender a essa necessidade emergente do consumidor.
Os investimentos proativos dos provedores de logística em tecnologias e soluções mais verdes, combinados com relatórios sobre as reduções de emissões e benefícios para os clientes, irão impulsionar a demanda e a criação de soluções que levarão à cadeias de suprimentos com emissão zero no futuro.Juntos, podemos transformar o nosso mundo para um amanhã mais verde.
*Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding (DGF) no Brasil

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Saliva de inseto tem potencial para ajudar a produzir energia sustentável

por jornalismo-analytica 14 de setembro de 2023
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Pesquisadores da USP identificaram, em material genético de pequenas moscas, 137 enzimas especialistas na degradação de paredes celulares de plantas e fungos, conhecidas cientificamente como CAZymes, enzimas ativas em carboidratos. É a primeira descrição de CAZymes em mosquitos da família Sciaridae, composta de espécies de insetos cuja fase larval ocorre principalmente no solo, onde se alimentam de material vegetal parcialmente decomposto. O achado revela a importância destes insetos no ciclo do carbono, e também pode ser um pontapé inicial para futuros usos de sua saliva no campo da biotecnologia, bem como em biocombustíveis.

 

A descoberta ocorreu durante o sequenciamento do DNA genômico da mosca Pseudolycoriella hygida, espécie isolada pela primeira vez em 1965 no campus da USP em Ribeirão Preto e estudada desde então por diversos centros de pesquisa do Brasil. No trabalho, realizado pelos pesquisadores Vitor Trinca, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e sua orientadora, a professora Nadia Monesi, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, foram encontradas as CAZymes na saliva do inseto, confirmando seu potencial para digerir polissacarídeos (carboidratos que são considerados polímeros naturais) da parede celular das plantas.

 

Essa capacidade, avaliam os pesquisadores, transforma o inseto em um dos protagonistas no ciclo de carbono – um ciclo biogeoquímico no qual o elemento carbono passa da atmosfera para os organismos vivos, retornando, após a decomposição, para a atmosfera. O carbono está presente em todas as moléculas orgânicas, sendo um elemento essencial para a vida.

 

Ao explicar o ciclo de carbono, um dos autores da pesquisa, o professor Richard John Ward, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, ensina que os decompositores (insetos, fungos e bactérias) degradam matéria orgânica durante o processo de alimentação, utilizando as moléculas liberadas como nutrientes. Estes organismos são consumidos por outros, assim estabelecendo uma cadeia trófica (alimentar). “Nos trópicos, insetos também contribuem com uma fração significativa do ciclo de carbono. A larva de P. hygida secreta saliva contendo CAZymes no meio externo, que iniciam o processo de degradação de material vegetal, e continuamente ingere material parcialmente decomposto”, afirma Ward.

 

Além da importância para o meio ambiente, favorecendo a recaptação de carbono e a mineralização do solo, a atividade das substâncias da saliva desses insetos apresenta potencial para aplicações biotecnológicas. Informam os pesquisadores que a função de degradação dos componentes da parede celular de plantas pode contribuir no desenvolvimento de processos para liberação de açúcares e consequente produção de biocombustíveis e insumos sustentáveis para a indústria química.

Os resultados do estudo podem ser conferidos na revista iScience e fazem parte do projeto de doutorado de Trinca, que trabalha sob orientação da professora Nadia Monesi.

 

Perfil alimentar e o potencial ambiental do inseto

Acredita-se que os primeiros insetos que habitaram a Terra eram detritívoros (se alimentavam de matéria orgânica degradada ou organismos mortos) e, ao longo da evolução, novas maneiras de buscar os alimentos surgiram pela necessidade de adaptação das espécies, conta a professora Nadia. Na natureza, encontramos exemplos como as abelhas, que se alimentam de pólen; o Aedes aegypti, cujas fêmeas se alimentam de sangue, enquanto suas larvas se alimentam de detritos vegetais disponíveis na água, e os sciarídeos, que se alimentam de matéria orgânica em decomposição.

 

Segundo Nadia Monesi, mesmo dentro da família dos sciarídeos, que possuem uma característica alimentar de decompositores, diferentes insetos podem apresentar hábitos alimentares diferentes, com espécies que se alimentam de plantas vivas. A mosca-varejeira australiana, a Lucilia cuprina (pertencente à família Calliphoridae), por exemplo, se alimenta de fluidos teciduais, sangue e tecido dérmico de um hospedeiro vertebrado. Já P. hygida se alimenta de fungos e matéria vegetal em decomposição.

 

Com a caracterização das CAZymes presentes na saliva do P. hygida, foi possível entender exatamente o que esse inseto é capaz de decompor. “As CAZymes são capazes de catalisar a conversão (acelerar a transformação) de diferentes polissacarídeos (xilanas, glucanas, etc.) para produzir açúcares; e estudos bioquímicos da saliva nos permitiriam entender melhor como a espécie atua na degradação de biomassa vegetal e de fungos”, adianta a pesquisadora.

 

Para o estudo, o perfil biocatalítico (uso de componentes vivos para acelerar reações químicas) de P. hygida foi comparado com perfis de duas outras espécies de sciarídeos com DNA genômico já sequenciado, a Bradysia tilicola e a Bradysia cellarum. Os resultados reforçam o papel decompositor dos sciarídeos. “Nossos dados mostram que a maior parte da CAZymes encontradas é comum nas três espécies investigadas. Não é possível dizer que todos os sciarídeos apresentam este potencial, entretanto, é notável que, das 74 famílias de CAZymes encontradas nesses sciarídeos, 54% das famílias estão presentes nas três espécies.”

 

Também foram comparados os perfis de CAZymes dessas três espécies com uma quarta espécie, porém de outra família, a Lucilia cuprina, que põe ovos em feridas abertas de animais e as larvas se alimentam de tecido animal vivo. “Nessas análises conseguimos mostrar que a L. cuprina apresenta somente as CAZymes responsáveis pelo metabolismo geral de carboidratos dos insetos, enfatizando mais uma vez o perfil biocatalítico especializado para biomassa vegetal apresentando pela P. hygida e os dois outros sciarídeos investigados”, enfatiza Trinca.

 

Porém, ainda não é possível dizer que o inseto estudado seja o mais eficiente nessa função, pois existem poucas espécies com o seu perfil biocatalítico conhecido. “O que sabemos é que a identificação das CAZymes secretadas de sciarídeos explica em parte as bases bioquímicas da atividade desses decompositores em cadeias tróficas de solo. Além dessa contribuição, o estudo tem potencial para aplicações biotecnológicas, por exemplo, na degradação da biomassa vegetal para liberar açúcares que podem ser utilizados em processos fermentativos para a produção de biocombustíveis e insumos sustentáveis para a indústria química”, adianta Ward.

 

Inseto foi descoberto no campus da USP em Ribeirão Preto

A Pseudolycoriella hygida é uma mosca pertencente à família Sciaridae da ordem Diptera que foi isolada em 1965, no campus da USP em Ribeirão Preto. A façanha é do professor aposentado da FFCLRP Maurílio Antonio Ribeiro Alves, que iniciou a cultura com ovos de duas fêmeas do inseto quando ainda era aluno e trabalhava sob orientação do professor Heni Sauaia, da FMRP. Em 1968, a descrição da espécie, foi publicada e classificada no gênero Bradysia.

 

“Na época, o laboratório do professor Sauaia dedicava-se ao estudo de um fenômeno de replicação de DNA característico de sciarídeos, que leva à formação de múltiplas cópias de DNA em regiões específicas dos cromossomos da glândula salivar de larvas. Essa replicação adicional de DNA resulta na formação de regiões expandidas no cromossomo, denominadas Pufes de DNA, que foram inicialmente descritas por Marta E. Breuer e Crodowaldo Pavan e, subsequentemente, estudadas por diferentes grupos de pesquisa no Brasil e no exterior que utilizaram diferentes espécies de sciarídeos como modelo de estudo”, conta Nadia Monesi.

 

Estudo reclassifica espécie em novo gênero

Com o avanço dos estudos ao longo dos anos, o inseto, que era inicialmente classificado como Bradysia hygida, passou a integrar outro gênero, o Pseudolycoriella. Trinca relata que a relação filogenética entre os organismos pode ser percebida através de comparação de sequências de DNA das espécies. Análises filogenéticas baseadas nas sequências de DNA mitocondriais (material genético contido nas mitocôndrias, fonte de energia das células) mostraram que a então Bradysia hygida tinha relação apenas com o único genoma mitocondrial de Pseudolycoriella disponível e não com os outros genomas do gênero Bradysia que foram incluídos na análise.

 

Entre outras diferenças, os estudos mostraram também que o ordenamento dos genes de P. hygida não era conservado com o das demais Bradysia. “É importante ressaltar que o genoma mitocondrial de P. hygida é o maior já descrito dentro da ordem Diptera, com cerca de 37 mil nucleotídeos, tamanho que normalmente varia em torno de 15-20 mil nucleotídeos em outras espécies”, explica Trinca.

 

O trabalho despertou o interesse do professor Frank Menzel, um taxonomista de sciarídeos do Senckenberg Deutsches Entomologisches Institut (SDEI), na Alemanha, que reclassificou definitivamente a Bradysia hygida no gênero Pseudolycoriella, um gênero definido por Menzel & Mohrig apenas em 1998. “Note-se que a reclassificação não invalida a classificação original de Sauaia e Alves de 1968, pois o gênero Pseudolycoriella não existia quando a espécie foi descrita”, enfatiza o pesquisador. 

 

Em 2022, Menzel renomeou a espécie para Pseudolycoriella hygida (Sauaia & Alves, 1968). Na prática, a reclassificação não altera o papel da espécie no solo, pois a mudança foi para um gênero mais adequado criado posteriormente à descoberta do inseto – mesmo com a mudança, ele ainda pertence à família Sciaridae.

 

*Estagiário, sob orientação de Rita Stella

Mais informações: e-mails vitor.trinca@yahoo.com.br e namonesi@fcfrp.usp.br

Matéria – Jornal USP, por Eduardo Nazaré

14 de setembro de 2023 0 comentários
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EventosNotícias

Seminário reúne especialistas em debate sobre descarbonização na indústria

por jornalismo-analytica 13 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Fundamental para o processo de retomada econômica do Brasil, a revitalização da indústria precisa estar alinhada às tendências de sustentabilidade, devido à mudança climática e às metas de redução de gases do efeito estufa (GEEs), assim como à transição energética. Instrumentos como o Plano de Transição Ecológica, anunciado pelo Governo Federal em agosto, e o Plano de Retomada da Indústria, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) oferecem diretrizes para que esta recuperação seja feita de forma sustentável, rumo a uma economia descarbonizada e menos poluente.
Este e outros temas relevantes para o setor serão debatidos no seminário “4.ECO. Encontro das Indústrias: Eficiência e Competitividade”, realizado pela Veolia, líder global em soluções ambientais, no dia 14 de setembro, em São Paulo. Direcionado às indústrias e associações, o encontro contará com a presença de seis palestrantes, representantes de instituições públicas e privadas, que apresentarão tendências, inovações e boas práticas na gestão e gerenciamento de águas, resíduos e energia para o setor industrial.
Organizado em três painéis, o evento contará com a participação de Gustavo Checcucci; Diretor de Energia e Descarbonização Industrial da Braskem; Henrique Pereira, Co-fundador e CEO da WayCarbon; Laura Arias, Diretora de Sustentabilidade da Veolia Latam; Thomas Toledo, Presidente da Cetesb; Bruno Guerreiro, Gerente de Sustentabilidade da PepsiCo; Marcus Vallero, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Veolia Water Technologies; Anicia Pio, Gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp; Isabela Malpighi; Diretora Sênior da EHS Latam Kenvue; e Claudio Tosta, Diretor da Inteligência Ambiental.
A abertura será realizada por Pedro Prádanos, CEO da Veolia Brasil. Logo depois, o primeiro painel, “Descarbonização: do planejamento à prática”, abordará questões como matrizes limpas e autonomia energética, dentro de um olhar holístico e estratégico da aplicabilidade de soluções verdes. Já a segunda mesa, “Água e Sustentabilidade”, trará para o centro do debate a regeneração do recurso hídrico na indústria, e os agentes econômicos e regulatórios atuais que acompanham essa mudança. O último encontro será sobre gerenciamento e valorização de resíduos industriais, e discutirá iniciativas para a geração de cadeias de valor e parcerias que acompanhem os desafios de rastreabilidade, confiabilidade e rentabilidade por meio da valorização dos materiais.
Os participantes terão a oportunidade de expandir seus conhecimentos e gerar novas oportunidades de negócios além de networking. O evento é gratuito e acontece das 13h30 às 18h na Residência Consular Francesa, localizada no bairro Jardim Europa, em São Paulo. Para participar, os interessados deverão preencher o formulário de inscrição, disponível pelo link Link.

 

Confira a programação:
13h30. Credenciamento e Welcome Coffe

14h. Abertura, Pedro Prádanos, CEO Veolia Brasil

14h15. Painel 1 – Descarbonização: Do planejamento a prática

  • Gustavo Checcucci. Diretor de Energia e descarbonização industrial da Braskem
  • Henrique Pereira, Co-fundador e CEO da WayCarbon
  • Laura Arias, Diretora de Sustentabilidade da Veolia América Latina

15h. Painel 2 – Água e Sustentabilidade: Panorama de riscos e oportunidades

  • Thomas Toledo, Presidente da Cetesb
  • Bruno Guerreiro, Gerente de Sustentabilidade da PepsiCo
  • Marcus Vallero, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Veolia Water Technologies & Solutions

15h. Painel 3 – Gerenciamento Global de Resíduos: Agregando Valor à cadeia

  • Anicia Pio, Gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp
  • Isabela Malpighi; Diretora Sênior da EHS Latam Kenvue
  • Claudio Tosta, Diretor da Inteligência Ambiental

16h30. Coquetel de Encerramento

 

Evento | 4.ECO Encontro das Indústrias: Eficiência e Competitividade

Quando: 14 de setembro (quinta-feira)

Horário: 13h30 às 18h

Local: Residência Consular Francesa: Rua Prudente Correia, 199 – Jardim Europa – SP

Link: Link

13 de setembro de 2023 0 comentários
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Notícias

Verdi Natural adota práticas sustentáveis visando reduzir a quantidade de resíduos gerados por embalagens descartadas

por jornalismo-analytica 12 de setembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

O mercado de beleza natural e orgânica deve movimentar US$25 bilhões até 2025 segundo a Grand View Research, em uma taxa de crescimento de 9,4%, na qual o Brasil lidera na América do Sul. Há de fato uma mudança na percepção dos consumidores, que se mostram muito mais conscientes sobre o que consumir ou não. E é claro que, neste cenário, tudo conta – dos ingredientes às políticas sustentáveis das marcas.

Além disso, o meio digital é grande impulsionador da sustentabilidade já que os consumidores podem fazer pesquisas para checar se um apelo comercial de sustentabilidade tem ações verdadeiramente sustentáveis por trás dele. “Usar o apelo verde sem de fato defendê-lo é infelizmente uma prática comum, conhecida como greenwashing, e é uma verdadeira armadilha para qualquer negócio”, explica Estefânia Furtado Oliveira CEO da Verdi Natural.

A afirmação da executiva é corroborada na experiência pessoal dela e da sócia, Aline Becker, que além da maternidade tinham em comum a frustração de não encontrar opções acessíveis de cosméticos 100% naturais para seus filhos. A partir dessa dor, elas decidiram criar a Verdi Natural, empresa que se diferencia no mercado brasileiro pela produção de cosméticos 100% naturais e saudáveis para toda a família, especialmente para as crianças.

Seguindo a tendência do setor de cosméticos que tem se reinventado desenvolvendo novas formas de produção e de embalagens, Estefânia e Aline têm uma grande preocupação em relação aos cosméticos que produzem: a quantidade de resíduos gerados por embalagens descartadas. “Temos metas de sustentabilidade em todo o processo de produção e buscamos reduzir o impacto ambiental por meio de ações concretas que resultam na compensação de embalagem e de carbono, além da redução de plástico por meio do uso da embalagem PET, que é um material altamente reciclável, o que significa que pode ser transformado em novos produtos após o descarte, ou seja, é uma opção sustentável, pois contribui para a redução do volume de resíduos plásticos no meio ambiente”, conta Aline Becker.

Todo esforço e investimento da companhia em desenvolver e aplicar soluções inovadoras para enfrentar o desafio de manter a cadeia sustentável em todo processo de produção, foi reconhecido em 2022 por meio da concessão do selo “Eu Reciclo” da Eureciclo, uma organização que tem como objetivo incentivar a reciclagem de embalagens pós-consumo. Isso significa que o processo de logística reversa da Verdi Natural é cuidadosamente planejado e executado e a empresa assume a responsabilidade pela destinação correta das embalagens utilizadas, garantindo que elas sejam recicladas de forma adequada.

“Por isso trabalhamos em parceria com empresas especializadas em reciclagem, seguindo rigorosos padrões de qualidade e sustentabilidade. A obtenção do selo “Eu Reciclo” é um reconhecimento do nosso compromisso e esforços em promover a reciclagem e a economia circular. Estamos sempre em busca de melhorias e inovações para otimizar ainda mais nosso processo de logística reversa, visando minimizar o impacto ambiental de nossas embalagens”, explica a CEO da Verdi Natural.

Além das adoções internas sustentáveis, as sócias veem o consumidor como um agente importante para a disseminação das práticas de ESG. “Incentivamos e orientamos, em todos os nossos canais, a reciclagem e o descarte correto das nossas embalagens. Buscamos educar o nosso consumidor, para que assim todas as nossas ações se maximizem, tudo isto na intenção de gerar menor impacto possível ao meio ambiente. Uma empresa natural de verdade é comprometida em oferecer produtos naturais de alta qualidade, cuidando não apenas da saúde das pessoas, mas também do planeta”, finaliza Aline.

12 de setembro de 2023 0 comentários
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