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Tag:

sustentabilidade

Artigo científico

Edição 110 | Resíduos das indústrias de transformação

por jornalismo-analytica 29 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O desenvolvimento da população mundial, somado ao aumento do poder aquisitivo da sociedade nos últimos anos tem contribuído para um consumo muito elevado dos produtos industrializados, gerando um volume muito grande de resíduos. Uma parte destes resíduos pode ser reciclada, todavia, é de conhecimento que o percentual de aproveitamento ainda é muito baixo. Observa-se uma grande quantidade de resíduos industriais que não são reciclados, sendo direcionados para aterros industriais causando prejuízos econômicos e impactos ambientais. O reaproveitamento de resíduos não-recicláveis vem crescendo muito nos últimos anos, muitas pesquisas tratam esse assunto que é de grande interesse da sociedade.

Um fato que não corrobora para a implantação de um sistema otimizado de direcionamento dos resíduos é a logística de remoção e transporte, no que tange os custos envolvidos e os interesses econômicos. Uma solução muito viável seria a instalação das indústrias que utilizariam esses resíduos, nas vizinhanças das geradoras de resíduos.

Nos anos de 2010 a 2014 desenvolvi minha tese de doutorado utilizando resíduo sólido de couro para produzir um novo compósito.

A fabricação do couro que ocorre através da transformação das peles de animais em material imputrescível, implica em uma série de etapas denominadas de processos (mudanças ocorridas mediante reações químicas) e operações (etapas mecânicas)[[i]].

Dados estatísticos de uma produção de 3000 couros por dia estão apresentados na Figura 1, números revelam uma quantidade imensa de resíduo sólido gerado nas operações mecânicas.

 

Figura 1: Quantidades de resíduos sólidos gerados em uma planta de Curtimento de Couro.

 

Para esta produção é gerado 4,73 toneladas de resíduos sólidos, considerando a densidade do couro wet blue que é aproximadamente 0,25 g/cm3, obtemos um volume igual a 18,93 m3 de resíduos sólidos, por dia, que até hoje é direcionado para aterros industriais regulamentados e apropriados para receber esse tipo de resíduo.

Este resíduo segundo a ABNT/NBR-10.004 é classificado como classe I perigoso, possui pH ácido e presença de cromo trivalente (Cr+3) em média 3,5%, e de acordo com condições como exposição à acidez excessiva, temperatura e agentes químicos oxidantes pode resultar na produção de cromo hexavalente (Cr+6) que possui elevado potencial de contaminação cutânea e também pode promover alterações celulares causando diversos tipos de cânceres[[i]]. Entretanto, nos aterros regulamentados esse risco é inexistente.

A solução proposta foi utilizar este resíduo juntamente com a borracha natural e negro de carbono para produzir um compósito denominado BN/NF/Couro, com aplicação em pisos e revestimento antiestático (Patente INPI BR102015001534 8). O material foi desenvolvido e caracterizado em variados ensaios físico-químicos, principalmente de lixiviação e solubilização para garantir que o metal cromo ficaria inerte no compósito. O potencial de condutividade apresentado pelo compósito é equivalente a materiais semicondutores, com importante aplicação na dissipação de carga estática [[ii]].

 

A Tabela 1 e a Figura 2 apresenta os resultados de lixiviação e propriedade elétrica do compósito.

Tabela 1: Concentração de metais no lixiviado das amostras

BN/NF/Couro 60 phr.

 

 

Figura 2: Corrente elétrica versus curvas tensão obtida a 273 K e normalizada pelo fator geométrico para os compósitos BN/NF/Couro.

 

Como exemplo do citado anteriormente, a implantação da indústria de produção do revestimento antiestático próximo a regiões de alta concentração de curtumes contribuirá para redução do passivo ambiental, e implementará o setor econômico, destinando este resíduo sem ônus e com perspectiva de valorização, fechando o círculo da cadeia produtiva do couro.

Fonte: https://auin.unesp.br/tecnologias/68/composito antiestatico-produzido-  com-resíduo-industrial-de-couro-

para-aplicação-como-piso-e-revestimento/eng.

[[1]]  ABQTIC. Fazendo das Tripas Couro. Estância Velha: ABQTIC, 1996.

[[1]] MIRANDA FILHO, A. L.; MOTA, A. K. M.; CRUZ, C. C.; MATIAS, C. A. R; FERREIRA, A. P. Cromo hexavalente em peixes oriundos da Baía de Sepetiba no Rio de Janeiro, Brasil: uma avaliação de risco à saúde humana. Ambi-Agua, Taubaté, v. 6, n. 3, p. 200-209, 2011.

[[1]] Ruiz, M. R., Budemberg, E. R., da Cunha, G. P., Bellucci, F. S., da Cunha, H. N. and Job, A. E. (2015), An innovative material based on natural rubber and leather tannery waste to be applied as antistatic flooring. J. Appl. Polym. Sci., 132, 41297, doi: 10.1002/app.41297.

 

Autor:

 

Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz

Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.

 

 

 

confira este e muito mais em nossa revista digital disponível Aqui

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Notícias

Descarte consciente e reciclagem para evitar degradação do meio ambiente

por jornalismo-analytica 14 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) prevê crescimento dos investimentos no setor de resíduos sólidos de 2021 a 2040

O plástico trouxe soluções que permitiram grandes avanços à sociedade. Essa indústria permitiu a evolução tecnológica e a eficiência operacional em diversos segmentos, assim como o avanço em alguns padrões de qualidade, como na medicina e no setor de alimentos. Entre os grandes benefícios do material, está sua possibilidade de reutilização e reciclagem, contribuindo para que se adote cada vez mais o modelo de economia circular, que considera o ciclo completo de produção, da extração da matéria-prima ao retorno à cadeia produtiva, após o descarte adequado.

De acordo com o Movimento Plástico Transforma, a razão para o plástico estar tão presente na vida contemporânea é por suas características positivas, pois é um material versátil, moldável, flexível, acessível, durável, reciclável e resistente, que pode ser usado em diversas aplicações.

O movimento é uma iniciativa do PICPlast (Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico), criado a partir da parceria entre a Braskem – maior produtora de resinas termoplásticas das Américas – e a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

A versatilidade do plástico fez com que, nos últimos 50 anos, sua produção saltasse de 15 milhões de toneladas, em 1964, para 311 milhões, em 2014, um aumento de quase 21 vezes, ou 2.073%, segundo a Ellen MacArthur Foundation, instituição que visa inspirar uma geração a repensar, redesenhar e construir um futuro positivo por meio da estrutura de uma economia circular.

Segundo o Movimento Plástico Transforma, o produto é especialmente importante por evitar desperdício de alimentos ao longo da cadeia produtiva, contribuindo para a redução de três dos maiores problemas que a humanidade enfrenta atualmente: a fome, a escassez de água e as mudanças climáticas.

Um estudo divulgado anualmente pelo PICPlast, aponta que, em 2018, foram recicladas 757 mil toneladas de plástico pós-consumo, enquanto em 2016 o volume reciclado foi de 550 mil toneladas, um crescimento de 37%. O faturamento bruto da indústria da reciclagem foi de R$ 2,4 bilhões, com a geração de 18,6 mil empregos e capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas de plásticos.

A Braskem considera importante o crescimento de 37% em dois anos, mas ainda existem alguns desafios a serem transpostos, como o aumento do percentual de coleta seletiva, uma maior formalização da cadeia de reciclagem – que viabiliza a certificação dos materiais e, assim, amplia a valorização deles – e o engajamento do consumidor no descarte adequado dos resíduos.

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010, contempla a questão dos diversos tipos de resíduos gerados no país, as alternativas de gestão e gerenciamento passíveis de implementação, planos de metas, programas, projetos e ações correspondentes. Dentro da política, o governo federal colocou em consulta pública (encerrada em novembro de 2020) o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que contém uma análise do cenário atual referente aos resíduos gerados no país e uma projeção de como ficará o cenário nacional, internacional e também macroeconômico. As metas propostas, se aprovadas, valerão por 20 anos, podendo ser revisadas a cada quatro anos.

O plano prevê que a economia brasileira apresentará um crescimento constante, porém moderado, no período de 2021 a 2040. Também prevê que haverá um crescimento dos investimentos no setor de resíduos sólidos, que terá condições de melhorar significativamente a qualidade e cobertura dos serviços, principalmente referentes à destinação de resíduos sólidos e à disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

As empresas que não cumprem o que determina a PNRS sofrem penalidades, que podem ser perda da licença de operação, pagamento de multas ou até a reclusão de até três anos dos responsáveis da empresa. Também de acordo com a lei, estados e municípios só terão acesso a recursos da União destinados ao setor de resíduos se elaborarem os planos.

No Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 35% de todo o lixo produzido é passível de reciclagem, mas, desse total, apenas 2,2% chegam, de fato, a serem reciclados. Com o plano, o objetivo é ampliar em dez vezes a quantidade de reciclagem de resíduos secos no país nos próximos 20 anos.

Ao CFQ, a Braskem informou que tem consciência de seu papel no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável. “Somos comprometidos com uma economia circular para carbono neutro e apoiamos projetos em frentes distintas e complementares, que buscam endereçar questões como o suporte à cadeia de reciclagem, a conscientização do consumidor e a reinserção do resíduo reciclado na cadeia produtiva”, afirma Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul.

De acordo com a executiva, um ótimo exemplo da atuação da empresa é o Ser+, programa criado em 2012 com o intuito de contribuir com a inclusão social e o desenvolvimento socioeconômico dos catadores e cooperados, incentivando a cadeia de reciclagem local e nacional.

“O programa está presente em Alagoas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, estados onde possuímos operação, e tem como objetivo o aumento da reciclagem de resíduos pós-consumo no Brasil de maneira colaborativa, aliando a promoção da eficiência da cadeia produtiva da reciclagem à inclusão e desenvolvimento socioeconômico dos catadores.”

Outro projeto importante da Braskem é o Movimento Plástico Transforma, citado anteriormente, cujo objetivo é ampliar o conhecimento sobre o plástico no Brasil, reforçando o pilar de educação e foco no consumo e descarte adequado. “Dentro deste programa, também temos iniciativas voltadas para as crianças, que têm acesso a informações sobre a importância da reciclagem de um jeito lúdico, criativo e divertido”, ressalta. “Entendemos que a união torna o trabalho em prol da economia circular mais sólido, sendo um forte instrumento para a gestão de resíduos plásticos. Neste sentido, ressaltamos duas recentes parcerias que anunciamos e que endereçam a reciclagem do plástico. A primeira, anunciada em outubro, é com a Tecipar, empresa brasileira especializada em engenharia ambiental, para evitar que mais de duas mil toneladas de resíduos plásticos domiciliares sejam despejadas anualmente no aterro sanitário de Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo. O volume é equivalente a 36 milhões de embalagens plásticas de polietileno e polipropileno e será utilizado como matéria-prima para o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para a indústria do plástico”, comenta Fabiana.

Já a segunda é uma parceria com a Valoren, empresa especializada no desenvolvimento e operação de tecnologias para a transformação de resíduos, para a construção de uma linha de reciclagem com capacidade para transformar cerca de 250 milhões de embalagens em 14 mil toneladas de resina pós-consumo de alta qualidade por ano. O projeto será instalado em Indaiatuba, interior do estado de São Paulo, e está previsto para iniciar suas operações no quarto trimestre de 2021.

“Essas são algumas das iniciativas que suportam nossos macro-objetivos para o desenvolvimento sustentável, por meio dos quais nos comprometemos a ampliar o portfólio I’m green™, que considera nossos produtos com foco em economia circular, para incluir, até 2025, 300 mil toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos com conteúdo reciclado; e, até 2030, 1 milhão de toneladas destes produtos. Além disso, também contribuiremos para que, nos próximos 10 anos, haja o descarte adequado de 1,5 milhão de tonelada de resíduos plásticos”, finaliza a executiva.

 

Com informações do CFQ – Conselho Federal de Química

14 de janeiro de 2021 0 comentários
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Notícias

Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Governança Corporativa (ESG): Moda ou Sobrevivência?

por jornalismo-analytica 12 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O cuidado com o meio ambiente e a redução da desigualdade social são certamente causas simpáticas e muito defendidas globalmente, tendo por isso ganhado ao longo dos anos grande cobertura midiática. É fato, entretanto, que essas questões sempre foram tratadas como de responsabilidade do Estado, de ONGs e de filantropos de todos os matizes, de forma quase totalmente dissociada, quando não inimiga, do capital e do lucro.

As coisas, entretanto, estão mudando. Proteção do meio-ambiente e redução de desigualdades sociais passaram a interessar também ao mundo financeiro e hoje constituem os pilares da emergente economia mundial baseada em critérios ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance). Uma economia que precifica fundos de investimento e empresas conforme seu maior ou menor grau de aderência a práticas socialmente responsáveis. Ou seja, são mais bem avaliados (e precificados) no mercado financeiro ESG os fundos e as empresas que, na busca pelo lucro, investem consistente e comprovadamente na produção de bens e serviços que prezem pelo meio-ambiente, evitando, minimizando ou buscando soluções alternativas para os impactos negativos da produção e que primem por desenvolver, promover e manter relações pacíficas, justas e inclusivas com seus empregados, fornecedores, clientes e as comunidades em que atuam. Tudo isso sob uma boa governança corporativa.

Para uma boa classificação ESG, fundos e empresas devem colocar questões ambientais e responsabilidade social como parte de seus objetivos de negócio.

Para tanto, as empresas necessitam elaborar políticas internas que estimulem comportamentos positivamente valorizados pelos padrões ESG, bem como incorporar em seus Estatutos Sociais regras e procedimentos práticos de atuação, fiscalização e controle desses comportamentos: objeto social compatível com valores ESG; transparência na forma de aprovação de atos (escalonamento, duplo ou triplo grau de deliberação); órgãos de fiscalização interna com poderes efetivos para coibir e punir condutas contrárias aos padrões ESG; tomada e prestação de contas periódicas; mecanismos de aferição específicos (não financeiros) de impactos socioambientais de suas atividades; balanço patrimonial que seja uma fotografia autêntica e fiel dos negócios empresariais.

Devem fundos e empresas, em especial, eleger para o cargo de administrador pessoas idôneas, com histórico de vida pessoal e profissional consistente com padrões de probidade e capazes de se manter fieis aos valores ESG defendidos em suas políticas e Estatutos.

Num mundo em que capital e lucro ganharam até agora muito mais valor, espaço e relevância do que seres humanos, a sistematização e adoção de critérios ESG pelo mercado financeiro vem como um sopro de esperança para o futuro da humanidade. Vem fazer parte do esforço conjunto, público e privado, de colocar no comando de Estados, economias e empresas, pessoas capazes de fazer escolhas éticas e morais em benefício de outros seres humanos e não de coisas, dinheiro e algoritmos.

A tarefa de se adequar negócios aos critérios ESG é árdua, mas essencial para a sobrevivência tanto de seres humanos como de empresas.

 

 

AUTORA:

Beatriz R. Yamashita advogada, especializada em Direito Tributário, com formação em Direito Corporativo pela University Of London (King’s College), nas seguintes especialidades: Comunidade Europeia; Transações Comerciais Internacionais; Tratados de Bitributação; Propriedade Intelectual; e Direitos Humanos; e pela Schiller International University (London Campus), com especialidades em Macroeconomia, Administração Financeira, Contabilidade, Marketing e Estatística. Beatriz também é especializada em mediação e arbitragem pela Psychological Mediation and Mediation Advocacy Course (International Bar Association Mediation Committee) – Regent’s University – London/UK. No Brasil sedimentou seus conhecimentos no Instituto de Mediação Transformativa – Curso de formação de mediadores pelo método da ‘Abordagem Transformativa Reflexiva’. Reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Acumula larga experiência em empresas nacionais e internacionais e desde 2006 é sócia fundadora do Miguel Silva & Yamashita Advogados, com atuação nas seguintes áreas: Societário, Contratos, Fusões & Aquisições, Investimento Estrangeiro, Mediação Empresarial, Imobiliário, Tributário (Impostos Indiretos) – Pareceres, Estratégia de Negócios, Consultoria Preventiva e Contencioso Seletivo.

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Notícias

Pesquisadores criam cerveja a partir de dióxido de carbono liberado na atmosfera

por jornalismo-analytica 28 de fevereiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A luta contra os altos níveis de emissão de dióxido de carbono na atmosfera tem rendido não só uma série de previsões preocupantes como também invenções inusitadas, como carpetes, combustíveis, refrigerantes e baterias feitas a base do composto químico. Talvez, em um futuro não muito distante, beberemos até cerveja feita com CO₂.

É o que demonstram pesquisadores australianos da Universidade Monash, de Infraestrutura e Recursos Energéticos, do projeto H2H Energy e da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), que desenvolveram um equipamento chamado Airthena, capaz de “sequestrar” o dióxido de carbono da atmosfera e transformá-lo em cerveja.

Há dez anos, os cientistas estavam entusiasmados com a possibilidade de coletar o dióxido de carbono liberado na produção de eletricidade para que pudesse ser armazenado no subsolo, em vez de aumentar o aquecimento global. Hoje, com os combustíveis fósseis competindo em preço e com os custos cada vez menores da energia eólica e solar, essa alternativa parece menos econômica. Ainda assim, Aaron Thornton, matemático da CSIRO, acredita que essa mesma tecnologia pode ser utilizada de outras maneiras.

Além de fazer cerveja, o dióxido de carbono extraído pela máquina pode ser usado para limpeza industrial e no cultivo de tomates, por exemplo. “Como exige apenas ar e eletricidade para funcionar, a Airthena oferece uma opção econômica, eficiente e ecológica de reciclar CO₂ para uso no local e sob demanda”, afirmou Thornton em comunicado.

Como funciona

Airthena captura o dióxido de carbono diretamente do ar usando pequenas esponjas conhecidas como estruturas metal-orgânicas (MOFs). A técnica tem grandes chances de ser ampliada para a produção comercial. O equipamento só precisa de dois quilowatt-horas de eletricidade por quilograma de CO₂ e é capaz de capturar duas toneladas do gás na atmosfera por ano.

O foco agora é explorar opções para levar o Airthena ao mercado, o que inclui reduzir o custo da unidade para aplicações em pequena escala e testá-la para garantir que atenda aos padrões de qualidade dos alimentos. Embora a máquina não tenha nenhum impacto imediato no corte das emissões globais de CO₂, ela pode ajudar as empresas com suas operações diárias e reduzir sua pegada de carbono.

Com informações de Revista Galileu.

28 de fevereiro de 2020 0 comentários
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Notícias

O Brasil como potencial ativo na corrida pela energia limpa

por jornalismo-analytica 10 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A energia eólica é um dos tópicos mais estudados no ecossistema de energia renovável. Nas últimas décadas, o foco foi em vários aspectos da modelagem e análise de turbinas eólicas em terra. Especialmente no Brasil, a energia eólica tem um enorme potencial que vem sendo pesquisado em estudos recentes.

Liderado pelo professor Alexandre Simos, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica (Poli) da USP e graças ao financiamento fornecido pelo Escritório de Pesquisa Naval Global (ONR Global), um grupo de pesquisadores está encontrando maneiras de aumentar a capacidade de geração de energia eólica do País, desempenhando um grande esforço para reduzir o peso estrutural em novos projetos de turbinas eólicas flutuantes offshore (conhecida também, em inglês, como Floating Offshore Wind Turbines – FOWTs).

As FOWTs têm muitas oportunidades e obstáculos. Entre as vantagens, a disponibilidade de ventos constantes e uma velocidade adequada para o uso de turbinas em sua eficiência ideal. Entre as desvantagens estão os altos custos de instalação, as linhas de amarração e o grande comprimento de cabos necessários para a transmissão de energia. Nesse contexto, aliviar pesos estruturais no flutuador é certamente algo bem-vindo.

“Na década passada, vimos muito esforço no campo da engenharia offshore para conceber, projetar e validar esse novo tipo de sistema flutuante. Atualmente, após muitos projetos de demonstração, a viabilidade do conceito é comprovada e, como resultado, estamos testemunhando os primeiros parques eólicos comerciais flutuantes ”, afirma o professor Simos.

Além disso, o projeto de FOWTs é uma tarefa complicada que deve considerar variáveis como respostas a ondas, cargas de correnteza e vento, estabilidade estática, dinâmica e comportamento estrutural das linhas de ancoragem. Portanto, vários projetos de pesquisa foram realizados por diferentes grupos, com o objetivo de desenvolver códigos numéricos e estabelecer as bases para a avaliação comparativa experimental de FOWTs.

Enquanto as turbinas eólicas offshore flutuantes fornecerão uma fonte alternativa de energia para a base marítima da frota, Paul Sundaram, diretor científico da ONR Global em São Paulo, observa que “o objetivo era entender, através da modelagem, como projetar e gerenciar estruturas complexas no ambiente dinâmico do oceano. Isso é muito importante para a Marinha dos Estados Unidos, a fim de criar e construir sistemas resilientes desenvolvidos em alto mar”.

O papel do Brasil

A tecnologia desempenhará um papel importante na futura expansão da energia eólica no Brasil. Tal crescimento está projetado para ocorrer em breve. A regulamentação para a instalação de parques eólicos offshore já foi discutida no Congresso brasileiro, e o setor está se preparando para novos desenvolvimentos, que de fato tem um enorme potencial, especialmente na costa nordeste do País.

“Nos últimos anos, o Brasil expandiu muito rapidamente sua capacidade de geração de energia eólica, hoje superior a 13 GW, cerca de 8% da capacidade total do País. Esses números fazem da energia eólica a segunda fonte de energia elétrica da rede brasileira. Toda essa produção é feita em terra, em muitos parques eólicos espalhados por todo o País, mas principalmente concentrada no Nordeste, onde o potencial eólico é excelente ”, destaca o professor Simos.

A Poli também possui um grupo de pesquisa que trabalha em sistemas offshore para a exploração e produção de petróleo e gás, que é uma atividade econômica muito importante no Brasil. Sendo assim, a ideia inicial dos pesquisadores foi se beneficiar da experiência em sistemas flutuantes de petróleo e gás para adaptar e desenvolver novas ferramentas computacionais para a análise de FOWTs. Estas ferramentas são utilizadas para prever a resposta das estruturas em ondas e vento e para estimar as tensões nas linhas de amarração, cargas estruturais e vibrações.
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Aplicabilidade futura

Também é importante mencionar que, além do objetivo principal de gerar energia limpa para a rede elétrica, outras aplicações para FOWTs estão sendo projetadas. Por exemplo, existem projetos em andamento para usá-las como energia auxiliar para equipamentos submarinos nos campos de petróleo e gás. Isso levará a tecnologia a águas profundas e, portanto, novos desafios poderão ser enfrentados.

“Ainda estamos desenvolvendo parte dos modelos hidrodinâmicos para prever as forças das ondas nos flutuadores. Efeitos não lineares envolvidos nas derivas do flutuador e que podem ser importantes para o projeto das amarras, são difíceis de prever com precisão para esse tipo de estrutura. Estamos testando diferentes alternativas e realizando testes em nosso tanque de ondas para verificar o desempenho dos modelos numéricos”, diz o professor Simos.

Como as FOWTs são dispositivos relativamente novos, ainda há espaço para otimização do design. Por exemplo, novos conceitos de cascos flutuantes com o objetivo de reduzir os movimentos da turbina ainda estão sendo projetados e propostos. Além disso, para tornar economicamente viável o uso de FOWTs em águas profundas (maiores que 1.000 metros), o projeto de sistemas de ancoragem otimizados, feitos de materiais leves, também será um desafio.

“Tais estruturas serão estratégicas para o transporte marítimo como fonte de energia renovável. As FOWTs geralmente estão em águas mais profundas, onde as velocidades do vento são mais altas e os ventos são mais constantes. Pequenos aumentos na velocidade do vento podem levar a uma produção de energia muito maior ”, observa Sundaram.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Poli/Office of Naval Research Global.

10 de janeiro de 2020 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores da Unicamp avaliam impacto de queimada florestal na emissão de mercúrio

por jornalismo-analytica 2 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Além da perda de biodiversidade e do impacto no clima global, o desmatamento provocado pelas queimadas na Amazônia lança na atmosfera, anualmente, algumas toneladas de mercúrio – um elemento altamente tóxico.

Tal fato tem sido estudado por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) nos últimos 20 anos, em colaboração com instituições brasileiras e estrangeiras.

“As queimadas fazem com que o mercúrio que havia sido fixado na superfície terrestre pela floresta retorne para a atmosfera. Por ser muito volátil, esse elemento pode ser transportado em escala local, regional ou global. Pode vagar por até um ano antes de ser depositado em qualquer parte do planeta. Por essa razão o mercúrio é considerado um poluente global”, disse Anne Hélène Fostier, professora do IQ-Unicamp, em palestra apresentada na FAPESP Week France.

O grupo liderado por Fostier estuda o ciclo biogeoquímico do mercúrio para tentar descobrir o destino das partículas emitidas pelas queimadas. Para isso, os pesquisadores usam técnicas de espectrometria de massas multicoletor com plasma acoplado indutivamente (MC-ICPMS, na sigla em inglês).

O projeto, realizado em colaboração com o grupo francês liderado pelo professor David Amouroux, da Université de Pau et des Pays de l’Adour (França), tem apoio da FAPESP.

“Estamos tentando encontrar a assinatura isotópica do mercúrio. Essa é uma área de pesquisa nova, que cresceu rapidamente ao longo da última década graças aos métodos modernos de espectrometria de massa e outros equipamentos de alta sensibilidade”, disse Fostier.

Segundo a pesquisadora, a emissão de mercúrio na atmosfera cresceu muito nos últimos 200 anos. Estima-se que a concentração na atmosfera seja entre 300% e 500% maior que na era pré-industrial, devido, sobretudo, à queima de combustíveis fósseis, à mineração e ao desmatamento.

“Por se tratar de uma substância muito tóxica, diversos governos se preocuparam em assinar a Convenção de Minamata, destinada a limitar o uso desse elemento e as emissões [o nome faz referência a uma cidade do Japão em que ocorreram sérios danos à saúde como resultado da poluição por mercúrio em meados do século 20]”, disse.

Segundo a pesquisadora, na escala global, são emitidas 8 mil toneladas de mercúrio para a atmosfera todos os anos, sendo 2,5 mil toneladas de origem antrópica, 500 toneladas de origem natural e o restante corresponde às reemissões (casos em que o mercúrio havia sido fixado na superfície, mas retorna para a atmosfera).

“A floresta amazônica é muito eficiente na remoção de mercúrio atmosférico, sendo responsável por 23% de toda a deposição de mercúrio no mundo. No entanto, verificamos que incêndios florestais podem ser responsáveis por reemitir grande parte desse mercúrio”, disse.

Foi o que constatou um estudo dos pesquisadores da Unicamp, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A partir de medições realizadas em experimentos de queima controlada de áreas variando entre 4 e 40 mil metros quadrados, foi possível estimar que a floresta amazônica é responsável pela reemissão direta de 4 a 8 toneladas de mercúrio por ano.

Nessa mesma pesquisa, foram realizadas medições e projeções sobre a combustão de biomassa e a emissão dos gases de efeito estufa e de material particulado, sob a coordenação de João Andrade de Carvalho Jr, pesquisador da Unesp em Guaratinguetá.

Em outro trabalho, desenvolvido em colaboração com o pesquisador da City University of New York (Estados Unidos) Antony Carpi, o grupo mostrou que enquanto os solos cobertos pela floresta preservada não emitem mercúrio para a atmosfera, os solos desmatados emitem uma quantidade considerável. Na Amazônia, essas emissões representam anualmente 50% a mais do que aquelas resultantes da queima de biomassa.

“O estudo mostra que, quando há vegetação, a emissão é baixa. Já quando há desmatamento, o índice aumenta”, disse.

Fostier ressaltou ainda a importância de analisar o impacto das mudanças climáticas no ciclo de mercúrio na floresta amazônica. Dados da Nasa, a agência espacial americana, indicam que as atividades humanas estão reduzindo a umidade desse ecossistema, deixando-o mais vulnerável ao fogo e à seca extrema. O cenário, portanto, favorece o aumento das reemissões de mercúrio nos próximos anos.

O simpósio FAPESP Week France foi realizado entre os dias 21 e 27 de novembro, graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em www.fapesp.br/week2019/france/.

Com informações de Agência Fapesp.

2 de dezembro de 2019 0 comentários
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Engenheiros da USP desenvolvem plástico biodegradável

por jornalismo-analytica 24 de outubro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Um novo tipo de plástico biodegradável, que tem como matéria-prima o amido de mandioca, foi produzido em parceria por duas unidades da USP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, e Escola Politécnica (Poli). Os pesquisadores desenvolveram uma técnica que utiliza o gás ozônio para processar o amido e melhorar as propriedades do plástico. O resultado é um produto mais transparente e resistente, que poderá ser usado em diversos tipos de embalagens. O método já teve a patente requerida, visando a transferência de tecnologia para a indústria.

“A busca por alternativas renováveis para a produção de plásticos biodegradáveis é crescente, sendo foco do estudo de diversos grupos de universidades no mundo inteiro”, explica o professor Pedro Esteves Duarte Augusto, coordenador do Grupo de Estudos em Engenharia de Processos (Ge²P) da Esalq. “Uma das possíveis matérias-primas para a produção desses plásticos é o amido, ingrediente natural obtido de vegetais como milho, mandioca, batata, arroz, entre outros.”

Segundo o professor, a união dos grupos de pesquisa ocorreu porque a produção de plásticos a partir de amidos tem sido explorada há 15 anos pelo grupo da professora Carmen Cecilia Tadini, do Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Poli e do Food Research Center (FoRC), um dos Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Por outro lado, no Ge²P estudamos, desde 2015, diferentes tecnologias para modificação de amidos e possíveis aplicações”. De acordo com o professor Duarte Augusto, embora o grupo já tenha desenvolvido trabalhos com as tecnologias de ultrassom e irradiação, os estudos com modificação de amidos com ozônio têm resultado em diversas aplicações, como a melhoria da expansão no forno e impressão 3D.

Assim o desenvolvimento do projeto em parceria com a Poli conseguiu unir uma demanda às experiências dos grupos envolvidos. E a pesquisadora boliviana Carla Ivonne La Fuente Arias, engenheira química e de alimentos, é o elo dessa união. Carla desenvolve seu pós-doutorado no Ge²P, em parceria com o LEA e com bolsa da Fapesp. “O professor Pedro fez parte da minha banca de qualificação no doutorado e a partir de então teve início essa aproximação que hoje se consolida no pós-doc”, conta.

Ozonização

Carla aponta que o aspecto inovador do seu projeto consiste na modificação do amido de mandioca a partir da ozonização para a produção de filmes. “Trata-se de uma tecnologia verde, amigável com o ambiente. Esse é o foco, modificá-lo com o ozônio de maneira a melhorar suas propriedades na forma nativa. Produzimos assim esse plástico biodegradável e, mesmo ainda na etapa inicial, já obtivemos um produto de boa qualidade. A próxima etapa, a ser executada na Poli, é a produção em escala semi-industrial”, explica. Assim, para a concretização do projeto, são realizadas na Esalq as etapas de ozonização, secagem e caracterização das amostras de amido. Na sequência, Carla leva o material até a Poli para preparar e caracterizar o plástico biodegradável.

Amido de mandioca tratado com tecnologia de ozônio terá grande utilidade na fabricação de plásticos biodegradáveis, podendo ser utilizado em inúmeras aplicações, como a produção de embalagens – Foto: Gerhard Waller/ Esalq

 

Entre os benefícios do novo produto estão maior resistência, transparência e permeabilidade. “O processamento dos amidos com ozônio permitiu a obtenção de filmes plásticos mais resistentes e homogêneos, com diferente interação com a água e, em alguns casos, melhor transparência”, detalha Carla. “Essas são características de grande interesse industrial, demonstrando como a tecnologia de ozônio pode ser útil para a fabricação de plásticos biodegradáveis com propriedades melhores do que utilizando apenas o amido nativo”.

A engenheira lembra que o produto deverá ser utilizado no mercado de várias formas. “As aplicações são inúmeras, já que embalagens mais resistentes e transparentes são desejáveis em grande parte das aplicações”, destaca. Um pedido de patente já foi depositado, visando à transferência de tecnologia para a indústria.

Os resultados obtidos a partir desse estudo foram apresentados no artigo científico Ozonation of cassava starch to produce biodegradable films, publicado na revista International Journal of Biological Macromolecules. O trabalho teve ainda a participação das pesquisadoras Andressa de Souza, Bianca Maniglia e Nanci Castanha, sendo financiado pela Fapesp e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com bolsas da Fapesp, CNPq e Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com informações de Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq

24 de outubro de 2019 0 comentários
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Notícias

Instituto de Química da UFBA transforma óleo recolhido das praias em carvão

por jornalismo-analytica 21 de outubro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Segundo levantamento da manhã da última sexta-feira (19), 81 toneladas de petróleo cru já haviam sido coletadas das praias de Salvador desde que manchas do óleo começaram a aparecer na areia. Mas, afinal, o que acontece com esse material recolhido?

Um projeto do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) encontrou um destino para o resíduo: transformar o petróleo em carvão. A técnica foi testada por membros do projeto ‘Compostagem Francisco’, que trabalha com processos de compostagem acelerada.

“Bioativadores criados aqui no instituto aceleram a degradação da matéria orgânica e, em 60 minutos, o petróleo é degradado e transformado em carvão”, explica a professora doutora Zenis Novais da Rocha, responsável pelo projeto. Com ela, trabalham na transformação do resíduo quatro estudantes – três de graduação e uma de doutorado.

A professora explica que as máquinas disponíveis na universidade permitem transformar 50 kg do óleo por dia, mas que o instituto ainda tem recebido o material em pouca quantidade. O que chega é trazido por voluntários que atuam na limpeza das praias.

“Esse processo de compostagem acelerada é limpo, não inflamável, com aditivos que não agridem o meio ambiente, e ainda não libera gases que seriam liberados em caso de incinerar o óleo, por exemplo. Então, é uma escolha com inúmeras vantagens”, explica a professora.

Além do carvão, o petróleo pode ser transformado para outros usos, como materiais de construção civil, por exemplo, mas seriam necessários estudos adicionais. “O carvão a gente já sabe que deu certo, mas para outros usos é preciso realizar mais testes”, explica a pesquisadora.

Manchas de óleo na praia? Saiba o que fazer
1) Evite ir à praia, nadar ou praticar esportes aquáticos nas regiões afetadas;

2) Se encontrar algum animal ferido ou em contato com óleo, ligue para Polícia Ambiental (190) ou Guarda Civil Municipal (3202-5312);

3) Agentes de limpeza da Prefeitura estão de plantão 24h em todas as praias de Salvador. Disque 156 para acionar o serviço;

4) Em caso de reação alérgica ao toque ou ingestão do óleo, procure uma unidade básica de saúde.

Com informações de Correio 24 horas.

21 de outubro de 2019 0 comentários
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Notícias

Influência das práticas agropecuárias sustentáveis no consumo de carne no Brasil

por jornalismo-analytica 10 de setembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) sobre o perfil do consumidor brasileiro mostra que mulheres com mais de 50 anos, renda elevada e grau de escolaridade superior são as que mais se preocupam com práticas sustentáveis relacionadas à criação de animais na hora de comprar carne. Trata-se de um nicho de mercado que valoriza a qualidade do produto em detrimento do preço e dá alta atenção às informações contidas nos rótulos. Grupos de consumidores como esse são capazes de motivar a expansão de práticas pecuárias sustentáveis que demonstrem cuidados com os animais, com o ambiente e com os trabalhadores envolvidos da produção.

O estudo, coordenado pela pesquisadora Marcela Vinholis com a participação dos pesquisadores  Waldomiro Barioni Júnior e Renata Tieko Nassu, foi apresentado durante a 64ª Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria e 18º Simpósio de Estatística Aplicada à Experimentação Agronômica (RBras-Seagro), em Cuiabá (MT).

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores aplicaram 634 questionários, que resultaram em 402 respostas válidas. A sistematização e publicação foram realizadas recentemente. “Essa pesquisa pode representar uma oportunidade para a indústria de alimentos comunicar melhor o uso de práticas de produção ambientalmente mais sustentáveis como estratégia de diferenciação do produto no mercado brasileiro”, afirma Vinholis.

A pesquisa reconhece os consumidores como potenciais agentes de mudança. “Um comportamento mais responsável pode contribuir para o desenvolvimento sustentável”, explica a pesquisadora, lembrando que é importante continuar monitorando o comportamento dos consumidores para verificar se essas características se mantêm ao longo do tempo.

Rótulos estimulam consumo responsável

O estudo revela também que os consumidores buscam nos rótulos informações sobre a origem do produto. “A indústria que produz carne diferenciada precisa estar atenta para não poluir os rótulos com excesso de informações”, destaca a pesquisadora.

Resultados sugerem que os consumidores são receptivos a mensagens da indústria sobre os benefícios ambientais na compra de produtos oriundos de práticas de produção ambientalmente mais sustentáveis. “O uso de selos e certificações nos rótulos é uma das possíveis estratégias para sinalizar atributos diferenciais e estimular um comportamento de consumo mais responsável”, acredita a pesquisadora. Um eventual excesso de informações pode gerar confusão e tornar-se um obstáculo para a mudança de comportamento.

Produção sustentável é tendência no exterior

A pesquisadora Renata Nassu trabalha diretamente com a qualidade da carne. Engenheira de alimentos, além do conhecimento, ela desenvolveu uma curiosidade natural pelo assunto. Sempre que viaja, gosta de visitar supermercados e observar os padrões de compra de consumidores. Segundo ela, nos Estados Unidos, na Europa e na Austrália, os consumidores se preocupam com a rastreabilidade e valorizam carne sem antibiótico e sem hormônios. Redes de supermercados especializados em produtos diferenciados se multiplicam e ganham cada vez mais adeptos na busca por produtos mais sustentáveis. Renata Nassu relembra um fato curioso que notou em suas viagens: a venda em supermercados da carne moída “de um boi só”, o que permite ao consumidor saber de onde veio o produto que está comprando. “No Brasil o padrão é misturar carnes de vários indivíduos, mas lá eles estão agregando valor com essa identificação. É uma questão de transparência”, conta. Em São Carlos (SP), de acordo com a pesquisadora, já é possível encontrar prateleiras inteiras de produtos diferenciados nos supermercados. “É um nicho em crescimento no Brasil”, revela.

Produção integrada para a pecuária 

De acordo com os pesquisadores, o fato de o Brasil ser um importante exportador de carne bovina gera demandas por adoção de práticas de produção mais sustentáveis e que minimizem o impacto ambiental associado à produção pecuária convencional e extensiva. O estudo cita como exemplo os sistemas integrados de produção, aqueles que situam em uma mesma área a pecuária, a lavoura e, em alguns casos, a floresta.

“A adoção dos sistemas de produção integrados tem sido recomendada e estimulada para a recuperação e renovação de pastagens degradadas”, frisa a pesquisadora. Ela conta que esse modelo ajuda ainda na manutenção e reconstituição de cobertura florestal, pois prevê o uso de boas práticas agropecuárias, adequação da unidade produtiva à legislação ambiental e maior diversificação da renda.

Saudáveis, mas ainda muito caros para grande parte da população

A pesquisadora Marcela Vinholis explica que as práticas de produção mais sustentáveis costumam ser mais caras porque envolvem uma gama de tecnologias, como os sistemas integrados entre lavoura, pecuária e floresta (ILPF), produção orgânica, entre outras. Além disso, segundo ela, a baixa escala de produção também impacta o valor de mercado.

Muitas vezes, a produção diferenciada ocorre em pequenas propriedades rurais, que não conseguem diluir o custo no volume de produção, como a produção em massa.

“No caso dos cultivos orgânicos, o alto custo dos produtos reflete também os gastos com insumos, como fertilizantes específicos permitidos para esse tipo de produção”, explica.

“Em todos os casos, trata-se de um aspecto da qualidade do produto a que chamamos de ‘crença’. Ou seja, o consumidor tem que acreditar que o produto foi produzido com práticas mais sustentáveis. Ele não consegue avaliar de forma objetiva no momento da compra ou do consumo”, explica a cientista, e completa: “É diferente de um indicador mais palpável, como aparência ou sabor, que ele consegue visualizar ou sentir”.

“Para resolver esse problema, a maioria desses produtos diferenciados envolve a certificação do processo de produção, que visa sinalizar e garantir ao consumidor que aquela informação é crível. Isso também infere um custo adicional ao processo”, pondera a pesquisadora.

Material obtido de Embrapa.

 

10 de setembro de 2019 0 comentários
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