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sustentabilidade

Notícias

Desmatamento na Amazônia aumenta quantidade e diversidade de genes resistentes a antibióticos

por jornalismo-analytica 21 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O desmatamento e a conversão do uso solo para agricultura e pecuária aumentam a diversidade e a abundância dos genes de resistência a antibióticos (ARGs, em inglês). Esse resultado é parte do doutorado de Lucas William Mendes, realizado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP. Mendes é o último autor do artigo, publicado como short communication em dezembro de 2020 na revista Soil Biology and Biochemistry.
Os resultados revelaram que os genes de resistência a antibióticos são comuns tanto na floresta nativa quanto nas áreas alteradas. Por outro lado, o enriquecimento de ARGs está correlacionado ao aumento da diversidade microbiana em resposta ao desmatamento, juntamente com mudanças nas propriedades químicas do solo, com pH e alumínio.Para chegar a esses resultados, os cientistas coletaram 48 amostras de florestas nativas e secundárias, áreas desmatadas e de agricultura e pastagem, localizadas a 10 centímetros (cm) de profundidade – local onde se concentra maior atividade microbiana -, nas regiões oriental e ocidental da floresta amazônica. Depois, o DNA desse material foi extraído e enviado para análise metagenômica – análise genômica da comunidade de microrganismos de um determinado ambiente por meio da extração de DNA, que permite o acesso a genes de inúmeras bactérias incultiváveis em laboratório.

Diferentes estudos já avaliaram os impactos do desmatamento na Amazônia nas mudanças climáticas, espécies de animais e vegetais e o microbioma do solo. Em trabalhos anteriores, o grupo de pesquisa de Mendes utilizou sequenciamento metagenômico e mostrou os efeitos do desmatamento na Amazônia na composição e nas funções da comunidade microbiana do solo, revelando impactos negativos sobre a biodiversidade. Mas, até então, os efeitos do desmatamento na estrutura, diversidade e na abundância do resistoma eram desconhecidos.

Na região amazônica, grande parte das áreas desmatadas foi convertida em pastagens, onde o uso de antibióticos é comum em animais. Diversos tipos de ARGs vêm sendo identificados em resíduos pecuários.

“Muitos genes estão presentes também na floresta e nas áreas alteradas, porém, nas áreas alteradas eles são muito mais abundantes”, relata Mendes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência aos antibióticos é atualmente uma das maiores ameaças globais à saúde, à segurança dos alimentos e ao desenvolvimento. Ela ocorre naturalmente, mas o mau uso desses medicamentos em humanos e animais está acelerando o processo.

Bioinformática

As 48 amostras coletadas pelos pesquisadores entre 2014 e 2019 geraram, aproximadamente, 800 milhões de sequências de DNA. Os dados foram comparados com ARGs já descritos em bancos de dados internacionais.

“Muitos genes estão presentes também na floresta e nas áreas alteradas, porém, nas áreas alteradas eles são muito mais abundantes”, relata Mendes.

A grande preocupação é que, com o aumento dos ARGs, exista a possibilidade de eles serem transferidos, via cadeia alimentar, para os humanos, por meio do consumo de carne, vegetais e outras fontes alimentares. “Se isso acontecer, poderemos não ter antibiótico que combata certos tipos de patologias, porque elas já vão ser resistentes a esses medicamentos”, conclui o pesquisador. A tese teve orientação da professora Tsai Siu Mui e co-orientação de Eiko Eurya Kuramae.

Fonte: Jornal da USP Por Fabiana Mariz

21 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

Energia Limpa: Cresce Número de Usinas Solares no Brasil

por jornalismo-analytica 18 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O setor nacional de produção de energia fotovoltaica está em expansão. A Valmont Solar ™ Solutions, empresa com tecnologia 100% brasileira integrante do grupo Valmont, comemora o marco de 500 usinas conectadas, abrindo novos horizontes para produtores de todo o país, em um momento em que a marca dá os primeiros passos da sua expansão internacional.
A conquista das 500 usinas instaladas significa que, em nível nacional, a Valmont Solar ™ Solutions se aproxima de uma potência total instalada de 43 MWp – um valor expressivo, de acordo com o diretor de operações da empresa, Fábio Augusto Bonfante Mucin.
“As 500 usinas são uma conquista emblemática para nós, não só pelo número de unidades instaladas, mas pela quantidade de energia produzida no total, que é bastante impressionante, considerando que a maioria é composta por usinas de pequena escala”, comenta.
As usinas da Valmont Solar ™ Solutions cobrem uma grande extensão de Norte a Sul do Brasil. Em 2018, as maiores usinas em energia distribuída nos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul eram da empresa.
Além de registrar um aumento exponencial na capacidade de distribuição de energia para clientes Brasil afora, a marca também destaca os benefícios da produção de energia fotovoltaica no que diz respeito à sustentabilidade.
O presidente da Valmont Solar ™ Solutions, Fábio Yanagui, destaca que as responsabilidades social, ambiental e econômica são partes essenciais do trabalho desenvolvido pela empresa.
“O grande benefício da instalação destas 500 usinas é a questão da sustentabilidade, somada à importância social: economiza-se água nas barragens e hidrelétricas e, ao mesmo tempo, o produtor deixa de gastar com a conta de luz e faz o uso do recurso financeiro em outras demandas”, enfatiza.
A estimativa é que as 500 usinas respondam por uma produção anual de 59.721.208 kWh, segundo conta Fábio Mucin. “Levando em consideração essa produção de energia de forma limpa e sustentável, calculamos que, todos os anos, 24.728.678 kg de dióxido de carbono deixam de ser emitidos – quase 25 mil toneladas – o que equivale a 2.455.909 árvores que deixam de ser derrubadas”, revela.
Em um prazo de 25 anos, isso significa que 553.922.572 kg (mais de 550 mil toneladas) de CO2 serão evitados, representando mais de 55 milhões de árvores poupadas. No mesmo período, as usinas produzirão em torno de 1,338 bilhão de kWh de energia.
Segundo o presidente Yanagui, os olhos da empresa voltam-se, agora para o futuro. “Somos uma empresa líder no mercado no segmento em que atuamos e estas usinas são estruturas de grande potência. Trata-se de um mercado de crescimento muito expressivo, cerca de 40 a 50% ao ano. Por isso, contamos com boas perspectivas de mercado para os próximos 25 anos”, comenta.
Inovação, confiabilidade e expansão. Ainda de acordo com Fábio Mucin, a Valmont Solar ™ Solutions já começou a trabalhar em prol da expansão internacional da empresa. “Estamos presentes em 16 países e já contamos com projetos comerciais no Uruguai, Espanha e Sudão, incluindo a distribuição de pivôs de irrigação Valley ™ 100% movidos a energia solar”, revela.
O diretor comercial da empresa, Rui Saturnino Ruas, enfatiza que o crescimento da marca revela uma maior confiança do público em relação à energia solar, à medida que os benefícios dessa modalidade se destacam face às formas convencionais de captação de energia elétrica.
“No início, muitos produtores tinham dúvidas, mas o processo está mais maduro. Hoje, a energia solar é conhecida como um investimento seguro e consolidado como algo que funciona e que realmente gera energia para quem produz”, diz.
Rui descreve que o despontar da produção de energia solar contribui para a descentralização do setor que, até então, se encontrava concentrado nas mãos de poucas grandes empresas. “A energia solar permite que cada cidadão se torne produtor da sua própria energia, e oferece uma real possibilidade de se economizar, já que se evitam muitos intermediários, tributos, taxas, etc. A acessibilidade também é um ponto-chave”, considera.
As soluções em produção de energia solar viabilizam a instalação de fazendas em locais antes considerados inacessíveis. “Recentemente, instalamos um pivô movido a energia solar em um local onde a rede de energia elétrica estava prevista para chegar somente em 2024! A conquista das 500 unidades significa que cada vez mais produtores terão acesso a uma fonte de energia renovável, limpa e de muita produtividade”, explica.
Com centenas de usinas instaladas no Brasil, a Valmont Solar ™ Solutions está na vanguarda de um setor que não para de crescer. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2019-2029) do Ministério de Minas e Energia (MME), a capacidade produtiva das usinas fotovoltaicas no país será quatro vezes maior em um prazo de até 10 anos.

Irrigação
O marco das 500 usinas aconteceu seis meses após a incorporação da marca pelo grupo Valmont, líder do setor de agricultura de precisão, conhecido pela produção, comercialização e assessoria técnica dos pivôs Valley ™. Com as novas soluções de energia solar, os equipamentos de irrigação passam a contar, também, com todos os benefícios desta tecnologia.
Os painéis solares da Valmont Solar ™ Solutions captam a energia solar e a convertem em energia elétrica, que pode ser usada nas máquinas e estruturas das fazendas. A energia restante pode, ainda, ser armazenada e utilizada durante a noite ou em épocas do ano em que é gerada menor quantidade de energia solar.

18 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

BASF Lança Bioativo Para a Pele que Melhora o Humor e Proporciona Sensação de Bem-Estar

por jornalismo-analytica 17 de junho de 2021
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    •             Sacred Patch® estimula a liberação da ocitocina na pele, um neuropeptídeo ligado à sensação de bem-estar, e possui excelente performance de hidratação e ação anti-inflamatória,                        podendo ser utilizado em produtos de tratamento para pele sensível 
      • Pesquisadores da BASF potencializaram os benefícios do sacran, um polissacarídeo raro e precioso, extraído de uma alga que habita águas vulcânicas do Japão, por meio da tecnologia de MicroPatch® molecular em um ativo inovador

       

    Em meio ao agitado cenário de mudanças e incertezas trazido pela pandemia, cuidar da saúde mental tornou-se prioridade para muitas pessoas. Para auxiliar o mercado no desenvolvimento de cosméticos cada vez mais inovadores e alinhados com as demandas dos consumidores, a BASF anuncia o lançamento do Sacred Patch®, um ingrediente ativo que proporciona bem-estar emocional ao mesmo tempo em que trata os sinais da pele sensível. Sacred Patch® atua na pele por meio de três mecanismos: possui ação anti-inflamatória, hidrata profundamente a pele com efeito imediato, melhorando o conforto da pele ressecada, e proporciona uma melhora instantânea no humor durante a aplicação. Segundo a ISO 16128, Sacred Patch® é 99,2% de origem natural.

    Tecnologia inteligente de patch molecular para cosméticos que proporcionem bem-estar

    Sacred Patch® utiliza a tecnologia MicroPatch® patenteada pela BASF para potencializar os benefícios do sacran na pele. Extraído da microalga japonesa Aphanothece sacrum, o sacran é conhecido há muitos anos por suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias. Além disso, os cientistas da BASF descobriram que esse polissacarídeo estimula a liberação de ocitocina na pele, um neuropeptídeo mediador das sensações de carinho, conexão e bem-estar, que pode ser liberado por fibroblastos e queratinócitos e melhorar certas condições da pele, reduzindo a liberação de mediadores inflamatórios como as interleucinas IL-6 e IL-8.

    Aproveitando esta propriedade excepcional, o sacran foi incorporado a uma estrutura molecular tridimensional de MicroPatch®, formada pelos polissacarídeos naturais pullulan, alginato e ácido hialurônico, para ter seus benefícios na pele potencializados.

    Em um estudo ex vivo em explantes de pele humana, Sacred Patch® estimulou a liberação de 40% a mais de ocitocina comparado a um controle não-tratado. A partir de um painel clínico com 87 voluntários, controlado por placebo, 93% dos participantes associaram o uso de Sacred Patch® à uma sensação de carinho e ternura, 90% aos sentimentos de alegria, felicidade e bem-estar e 61% à sensação de prazer.

    Efeito calmante para peles sensíveis

    A pele sensível é uma condição de reatividade exacerbada da pele à estímulos externos, como substâncias irritantes, partículas poluentes ou micro-organismos que podem penetrar na derme e piorar o quadro. Nesse caso, o agente irritante faz com que as células epidérmicas produzam mensageiros inflamatórios como a interleucina IL-8.

    Em teste in vitro conduzido em queratinócitos humanos infectados por Staphylococcus aureus, um conhecido micro-organismo sensibilizante, Sacred Patch® ajudou a reduzir significativamente a inflamação em 93%, em comparação com um controle não tratado. Este resultado demonstra que o ativo pode proporcionar conforto à pele irritada.

    Hidratação intensa e imediata

    Rupturas na barreira cutânea podem levar à desidratação, o que pode gerar uma série de condições indesejadas na pele, como coceira, desconforto, rugas, linhas finas e um aspecto de pele seca e sem brilho. Por meio da tecnologia de MicroPatch® da BASF, obtida com pullulan, alginato e ácido hialurônico, Sacred Patch® forma uma malha molecular de proteção e conforto na superfície da pele sensível que evita a perda de água transepidermal por evaporação. Além disso, o sacran presente no interior da estrutura patch, é altamente higroscópico e pode absorver cerca de 6000x do seu peso em água, 5x mais que o tradicional ácido hialurônico, o que potencializa a retenção de água e mantém a pele profundamente hidratada. Em um teste ex vivo em explantes de pele humana, Sacred Patch® proporcionou uma hidratação imediata das camadas externas da epiderme, que durou pelo menos 6 horas após a aplicação.

    A tecnologia de MicroPatch® é resultado de duas grandes especialidades da BASF: macromoléculas naturais e liberação controlada de princípios ativos. Ela faz parte do portfólio de princípios ativos da companhia, que inclui soluções como o PatcH2O™, que oferece hidratação imediata e de longa duração para a pele e couro cabeludo, o MicroPatch® Caffeine, que auxilia na melhora da celulite e na redução de olheiras, e o hidratante MicroPatch® Serine. A BASF planeja, no futuro, expandir ainda mais sua gama de produtos com base na tecnologia MicroPatch®.

    Sobre a divisão de Produtos Químicos para Cuidados Pessoais da BASF

    A divisão da BASF de Produtos Químicos para Cuidados Pessoais oferece uma ampla gama de ingredientes para cuidados pessoais, higiene, cuidados domiciliares, limpeza industrial e institucional e aplicações técnicas. Somos um fornecedor líder global para a indústria de cosméticos, bem como par a indústria de detergentes e produtos de limpeza, e damos suporte aos nossos clientes com produtos, soluções e conceitos inovadores e sustentáveis. O portfólio de produtos de alto desempenho da divisão inclui surfactantes, emulsificantes, polímeros, emolientes, agentes quelantes, ingredientes ativos cosméticos e filtros UV.  Possuímos unidades de produção e desenvolvimento em todas as regiões e estamos expandindo nossa presença nos mercados emergentes. Para mais informações, acesse https://www.care-chemicals.basf.com/.

     

    Sobre a BASF

    Na BASF, criamos química para um futuro sustentável. Combinamos sucesso econômico com proteção ambiental e responsabilidade social. Mais de 110.000 funcionários do Grupo BASF contribuem para o sucesso de nossos clientes em quase todos os setores e em quase todos os países do mundo. Nosso portfólio está organizado em seis segmentos: Químicos, Materiais, Soluções Industriais, Tecnologias de Superfície, Nutrição e Cuidados e Soluções Agrícolas. A BASF gerou vendas de € 59 bilhões em 2020. As ações da BASF estão listadas na Bolsa de Valores de Frankfurt (BAS) e como American Depositary Receipts (BASFY) nos Estados Unidos. Mais informações em www.basf.com.

17 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

Inovação Transforma Palmeira Nativa em Carvão Ecológico Para a Indústria

por jornalismo-analytica 16 de junho de 2021
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Projeto EMBRAPII ganhou o nome de Greenchar e é feito com resíduos da macaúba

A macaúba é uma palmeira nativa do Brasil, predominante do cerrado brasileiro, que tem como característica a utilização de todas as suas partes para diferentes finalidades. Pensando nisso, a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) acreditou e investiu no desenvolvimento de um projeto que transformasse os resíduos deste tipo de palmeira em carvão sustentável.

O produto foi desenvolvido por pesquisadores da Unidade EMBRAPII – Instituto Senai de Inovação (ISI) Biomassa, do Mato Grosso do Sul, atendendo a demanda da empresa mineira Solea do Brasil.

O insumo é fabricado por meio de um processo pirolítico, uma reação que ocorre em altas temperaturas. “O carvão sustentável tem o mesmo desempenho do tradicional, a diferença é que ele é ecológico e, consequentemente, participa da economia circular, aquela que produz, lucra e não danifica o meio ambiente”, explica Hélio Merá de Assis, pesquisador industrial da Unidade EMBRAPII ISI Biomassa.

O objetivo da inovação é que o carvão seja usado em processos industriais, o insumo pode ser utilizado em equipamentos filtrantes de água, por exemplo. Atualmente, o projeto de pesquisa que se iniciou ano passado está em sua fase final e em processo de patenteamento pela empresa.

 

Sobre a EMBRAPII

A EMBRAPII é uma Organização Social com Contrato de Gestão com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Educação (MEC) e Saúde. A instituição garante com recursos não reembolsáveis parte do valor total do projeto da empresa que deseja inovar. Para viabilizar o desenvolvimento, coloca à disposição 64 Unidades EMBRAPII (distribuídas pelo país), centros de pesquisa de ponta credenciados na rede de inovação. Mais de 700 empresas já receberam este apoio totalizando o desenvolvimento de mais de 1.200 projetos com 1,7 bilhão em investimentos.

EMBRAPII – Assessoria de Imprensa

imprensa@embrapii.org.br

www.embrapii.org.br

Fonte: EMBRAPII

 

16 de junho de 2021 0 comentários
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Cientistas obtêm nanocristais da palha da cana-de-açúcar

por jornalismo-analytica 15 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

iStock - A palha da cana-se-açúcar pode ser usada como matéria-prima para obtenção dos chamados greens materials (materiais verdes)

A palha da cana-se-açúcar pode ser usada como matéria-prima para obtenção dos chamados greens materials (materiais verdes)

  • A partir da palha da cana, pesquisadores da Embrapa obtêm nanocristais, estruturas minúsculas em formato de grãos de arroz.
  • Também conhecidos como whiskers, os nanocristais de celulose (CNCs) têm potencial de aplicação nas indústrias petroquímica, farmacêutica e eletrônica.
  • Entre as principais aplicações está a obtenção de materiais avançados com propriedades como a biodegradabilidade e resistência mecânica similar à do aço.
  • Palha da cana é resíduo abundante do setor sucroalcooleiro, com volume estimado entre dez e 20 toneladas de matéria seca por hectare.
  • Trabalho científico abre caminho para aplicações nobres desse resíduo em produtos de alto valor agregado. Atualmente a palha é usada para gerar energia térmica ou deixada no campo para agregar matéria orgânica ao solo

A partir da manipulação de macromoléculas, pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) extraíram nanocristais de lignocelulose (LCNCs) da palha da cana-de-açúcar, um resíduo ainda pouco explorado, mas com elevado potencial para a sustentação futura de biorrefinarias. Da palha é possível produzir etanol de segunda geração e o estudo demonstra que ela também pode ser usada como matéria-prima para obtenção dos chamados greens materials (materiais verdes), provenientes de fontes renováveis e sustentáveis, de alto valor agregado.

Semelhantes a grãos de arroz, mas com espessura cerca de 200 mil vezes menor, os nanocristais de celulose (CNCs), também conhecidos como whiskers, são candidatos importantes para substituir alguns produtos de base petroquímica, com potencial de aplicações que variam de medicamentos a dispositivos eletrônicos, produtos de consumo, sensores, aerogéis, adesivos, filtros, embalagem de alimentos, engenharia de tecidos, entre outros.

A nanocelulose na forma de nanocristais ou nanofibras pode melhorar as propriedades dos materiais, aumentando a resistência mecânica. “Os nanocristais servem como aditivos, melhorando as propriedades dos materiais usados em embalagens e filmes, por exemplo”, explica a pesquisadora da Embrapa Cristiane Sanchez Farinas, coordenadora da pesquisa.

A conversão da palha em CNCs ocorreu por meio de uma combinação de pré-tratamento com solvente orgânico e hidrólise ácida realizada em diferentes condições operacionais. Os pesquisadores constataram que os LCNCs obtidos da palha da cana-de-açúcar, um material abundante, apresentaram alto rendimento e estabilidade térmica, além de índice de cristalinidade de 80%, enquanto o material precursor ficou em 65%.


O grau de cristalinidade é um parâmetro importante da nanocelulose, porque determina as propriedades físicas, mecânicas e químicas relacionadas à estrutura de estado sólido.

Em 2020, a produção de cana-de-açúcar estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 677,9 milhões de toneladas. O estado de São Paulo foi o destaque em área plantada, com cerca de 5,6 milhões de hectares, o equivalente a 55% do total no País. A palha da cana é um dos principais resíduos de biomassa lignocelulósica gerados nas usinas brasileiras de açúcar ou etanol, estimado entre 10 e 20 toneladas de matéria seca por hectare anualmente.

Esse volume representa cerca de um terço do total de energia primária da cana-de-açúcar, o que torna o resíduo uma fonte alternativa renovável e sustentável aos combustíveis fósseis, principal fonte energética mundial, responsáveis em grande parte pelas emissões dos gases causadores do efeito estufa. De 1998 a 2018, as emissões globais de CO2 relacionadas à energia aumentaram 48%, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).

Processo desconstrói moléculas

A pesquisa emprega saberes técnicos-científicos de várias áreas do conhecimento, como Química e Engenharia de Materiais, além da infraestrutura instalada, principalmente, do Laboratório de Agroenergia e do Laboratório Nacional de Nanotecnologia Aplicado ao Agronegócio (LNNA), sediado em São Carlos (SP) na Embrapa Instrumentação. O trabalho foi conduzido pelo químico Stanley Bilatto com supervisão de pesquisadores da Embrapa (veja quadro).


A pesquisa

A pesquisa, conduzida pelo pós-doutorando Stanley  Bilatto (foto à esquerda), supervisionado pelos pesquisadores Cristiane Sanchez Farinas, José Manoel Marconcini e Luiz Henrique Capparelli Mattoso,  integra o projeto temático “Da fábrica celular à biorrefinaria integrada biodiesel-bioetanol: uma abordagem sistêmica aplicada a problemas complexos em micro e macroescala”, vinculado ao Programa Fapesp de Pesquisa em Bionergia (BIOEN), processos 16/10636-8 e 18/10899-4.

O programa busca ampliar a pesquisa e desenvolvimento em bioenergia e investigar novas alternativas tecnológicas para consolidar a liderança brasileira na pesquisa e produção de bioenergia.

Já o projeto temático, liderado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), envolve ainda a Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e a Embrapa Instrumentação, que coordenou no fim de março o terceiro workshop para discutir avanços, desafios e oportunidades do estudo que vem sendo realizado desde 2016.

Periódicos de alto impacto

A Embrapa Instrumentação vem desenvolvendo pesquisas nesse tema ao longo de quase 15 anos. O estudo sobre “Lignocellulose nanocrystals from sugarcane straw” foi publicado no volume 157 do periódico Industrial Crops & Products, da editora Elsevier, em dezembro de 2020.

Os estudos também estão no Industrial & Engineering Chemistry Research, da American Chemical Society (ACS), que retratou a “Production of Nanocellulose Using Citric Acid in a Biorefinery Concept: Effect of the Hydrolysis Reaction Time and Techno-Economic Analysis”; no ACS Sustainable Chemistry & Engineering, que abriu espaço para dois trabalhos – “Enzymatic Deconstruction of Sugarcane Bagasse and Straw to Obtain Cellulose Nanomaterials”e “Nanocellulose Production in Future Biorefineries: An Integrated Approach Using Tailor-Made Enzymes”. Os artigos foram publicados no ano passado pelo grupo composto por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, pós-doutorandos e bolsistas de programas de pós-graduação da UFSCar.

 

Para extrair os nanocristais de celulose, Bilatto aplicou inicialmente a técnica chamada de organosolv, um dos principais processos utilizados para pré-tratamentos de biomassas lignocelulósicas, no qual uma mistura de solventes orgânicos é usada para romper as ligações no complexo lignocelulósico. Na sequência, foi possível obter os nanocristais por hidrolise ácida.

“O pré-tratamento organosolv foi selecionado porque despolimeriza (desconstrói) parte da lignina e da hemicelulose e também solubiliza a maioria dos açúcares da hemicelulose. Além disso, pode produzir lignina de ‘alta qualidade’, que pode ser potencialmente transformada em produto de alto valor, o que nem sempre é possível com outros pré-tratamentos químicos”, explica Bilatto.

O pesquisador passou pelo Forschungszentrum Jülich, na Alemanha, em 2015, durante o doutorado, e realizou uma parte do seu pós-doutorado na Pritzker School of Molecular Engineering (PME) da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, no ano passado.

Segundo ele, o uso do organosolv apresenta vantagens como a recuperação e reutilização do solvente orgânico e o possível isolamento da lignina como material sólido para utilização na indústria. “Os resultados demonstraram a extração efetiva de nanocristais de celulose com lignina residual da palha da cana-de-açúcar, abrindo a possibilidade de obtenção de nanomateriais de alto valor agregado, uma contribuição para a sustentabilidade de futuras biorrefinarias de biomassa lignocelulósica”, relata Bilatto.

A palha é maioritariamente utilizada para gerar calor e eletricidade ou é deixada nos campos para melhorar a qualidade do solo, retenção de água, reciclagem de nutrientes e redução da erosão. Mas a palha da cana é rica em lignocelulose e baixa em carboidratos, como açúcares e amido e proteínas armazenadas.

Processo em escala é o desafio


Embora a plena utilização da palha possa reduzir o volume de resíduos gerados, a pesquisadora Cristiane Farinas (foto à esquerda) afirma que o processamento industrial de material lignocelulósico não é uma tarefa fácil, uma vez que os componentes estão firmemente incorporados na célula da planta o que dificulta o acesso aos reagentes necessários para uma separação eficiente.

“A lignina é uma macromolécula complexa que, juntamente com a celulose e a hemicelulose, formam a parede celular das plantas, proporciona uma estrutura rígida para proteger essas plantas das intempéries, insetos e doenças. No entanto, foi demonstrado que a presença de lignina residual em nanocristais e nanofibras de celulose pode melhorar a compatibilidade química e as propriedades físicas e mecânicas desses materiais, ampliando a gama de aplicações”, explica a pesquisadora.

O pesquisador Marconcini acrescenta que, devido à natureza complexa da lignina, vários pré-tratamentos para a despolimerização do material lignocelulósico foram propostos, a fim de tornar as cadeias de celulose mais acessível para o isolamento de nanocristais. A palha da cana-de-açúcar contém cerca de 40% de celulose, 28% de hemiceluloses, 21% de lignina, 11% de material extraível e 7% de cinzas.

“Considerando a variabilidade da biomassa lignocelulose, cada tipo pode exigir pré-tratamento específico e condições de hidrólise para se obter material nanocelulósico, que pode diferir em termos de cristalinidade, dimensões dos nanocristais (largura, comprimento, e relação de aspecto) e rigidez”, esclarece Marconcini.

Para alcançar, então, as propriedades finais desejadas do nanomaterial, é importante compreender as mudanças morfológicas e estruturais que ocorrem durante os pré-tratamentos.

Especialista em polímeros naturais, o pesquisador Luiz Henrique Caparelli Mattoso conta que o isolamento de nanoestruturas de palha de cana-de-açúcar despertou a atenção especial do grupo de estudo, devido às vantagens potenciais desse material.

“Nos preocupamos em compreender as alterações químicas e estruturais que ocorrem durante a desconstrução da palha da cana e para a extração de nanoestrutura, por meio de uma combinação de pré-tratamento organosolv e hidrólise ácida realizada sob diferentes condições”, afirma o engenheiro de materiais.

Os pesquisadores trabalharam com palha de cana cedida por uma usina localizada no interior de São Paulo, lavada, secada, processada e fracionada para obtenção de um material do tamanho de 0,5 mm. O pré-tratamento baseado no processo organosolv ocorreu em reator aquecido a quase 190ºC e depois resfriado à temperatura ambiente. A palha da cana parcialmente deslignificada foi descarregada e separada da fração solúvel rica em lignina por filtração.

Os sólidos pré-tratados foram enxaguados, secos à temperatura ambiente e armazenados em sacos plásticos antes do uso, sem que fosse realizado nenhum outro processo de branqueamento. Após a etapa do processo de hidrólise, obteve-se o pó de LCNCs por liofilização, que foi armazenado antes da caracterização.


Nanocristais resistentes como o aço

Os pesquisadores relatam que entre as vantagens de extrair nanocristais de celulose está o fato de se obter material altamente resistente como o aço, mas oriundo de fontes sustentáveis como as fibras vegetais, que podem ser de algodão, eucalipto, de bagaço ou da palha de cana, cascas de coco e de arroz, entre outras, e até de resíduos como madeira de reflorestamento descartada pela indústria. “Ainda é possível a sua adição a outros materiais, mudando suas propriedades mecânicas”, afirma Mattoso.

As características dos CNC têm atraído indústrias no mundo todo. Somado a isso, os nanocristais incorporam propriedades físicas, químicas e biológicas e começam a ser empregados em diversas áreas. No entanto, existem grandes desafios para sua adoção mais ampla: alto custo, baixa produtividade, longo tempo de produção e ainda pouco material disponível no mercado.

 

 

Conceito de biorrefinaria

Para a  Agência Internacional de Energia, biorrefinaria é o processamento sustentável de biomassa em uma vasta gama de bioprodutos – alimentos, rações, químicos, materiais – e bioenergia (biocombustíveis, eletricidade ou calor). A definição de biorrefinaria apareceu pela primeira vez na legislação americana, na Farm Bill, de 2002, com o significado de instalações, equipamentos e processos que convertem a biomassa em biocombustíveis e produtos químicos e ainda podem gerar eletricidade.

Mas há conceitos na literatura que a definem como “o uso de matérias-primas renováveis e de seus resíduos (denominados de forma geral de biomassas), de maneira integral e diversificada, para a produção, por rota química ou biotecnológica, de uma variedade de substâncias e energia, com a mínima geração de resíduos e emissões de gases poluidores”.

 

 

Vanguarda na pesquisa

A introdução de novos materiais nas pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Instrumentação teve início com o pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso. O engenheiro de materiais realizou seu pós-doutorado em Nanotecnologia no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos pelo programa Laboratório da Embrapa no Exterior (Labex). Lá trabalhou com o Prêmio Nobel de Química de 2000 Alan MacDiarmid, com quem publicou dez artigos em revistas especializadas e teve uma patente depositada nos Estados Unidos envolvendo polímeros condutores.

Os estudos, realizados desde 2007, criaram a base para o desenvolvimento dos chamados greens materials, materiais retirados de fibras vegetais como as de algodão e de eucalipto. As pesquisas demonstram que é possível obtê-los e que eles podem ser extraídos a partir de fibras lignocelulósicas de bagaço da cana, cascas de coco e de arroz, algodão, eucalipto, entre outras, e até de resíduos como madeira de reflorestamento descartada pela indústria.

Em 2019, pesquisadores da Embrapa e da startup Bio Nano começaram a testar a produção de nanocristais de celulose (CNC), em escala-piloto, a partir de eucalipto e algodão. A proposta é escalonar a produção e acelerar o processo de obtenção de modo economicamente viável.

Nanocristais comerciais já foram empregados anteriormente em pesquisas com filmes comestíveis, desenvolvidos com diferentes alimentos no LNNA, além de materiais plásticos e tintas para aumentar a rigidez desses produtos. A obtenção, com sucesso, de nanocristais com palha de cana-de-açúcar agrega valor às próprias pesquisas da Embrapa Instrumentação visando ao desenvolvimento de novos produtos.

Fonte: Embrapa

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Artigo científico

Seção Tecnologias Químicas | Viabilidade da Técnica Espectrofotometria UV-VIS.

por jornalismo-analytica 10 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

A espectrofotometria UV-VIS utilizada em amostras que absorvem luz com comprimento de onda na faixa aproximada de 190 a 760 nm, é uma técnica muito empregada nas pesquisas, principalmente
pela facilidade de utilização do equipamento, e a grande presença de modelos de espectrofotômetros nas universidades e escolas técnicas, fato que está relacionado à demanda de utilização e custo do equipamento.

Na região do visível é possível analisar uma grande quantidade de soluções coloridas ou ainda incolores, pelo método indireto. A interação da luz com a matéria em um determinado comprimento de onda é caracterizada pela transição eletrônica entre os estados energéticos.

A espectrofotometria na região do visível identifica as substâncias através da análise comparativa de espectros, e determina a concentração pela quantidade de luz absorvida ou transmitida, utilizando
para isso padrões e curva de calibração.

A grande versatilidade da técnica corrobora para que um número muito grande de projetos a utilizem, em 2020 cinco projetos de Viabilidade da Técnica Espectrofotometria UV-VIS.

Tecnologias Químicas pesquisa do meu setor de inovação utilizaram a espectrofotometria UV- VIS para analisar seus produtos.

Importante relatar a diversidade dos projetos, como exemplo, a análise de sílica para produção de água desmineralizada, a partir da flegmaça (subproduto do processo de destilação do etanol), das usinas
de açúcar e etanol, o estudo de adsorção de corantes com nanopartículas, a síntese de ácido acético a partir de amido da batata- doce, o curativo derivado do látex e nanopartículas de prata, o lava- roupas hospitalar potencializado com nanopartículas de prata e cobre. Uma aplicação atual é a comprovação da síntese de nanopartículas metálicas, após as reações químicas no laboratório, a solução é
analisada mediante uma varredura para identificação do comprimento de onda específico para cada nanopartícula. Outra aplicação como a análise de demanda química de oxigênio (DQO), em águas e efluentes também é bastante rotineira, nesta técnica conhecida como método colorimétrico, o íon dicromato que oxida a matéria orgânica da amostra, modifica o estado de cromo hexavalente (Cr +6 ) medido a 400 nm para cromo trivalente (Cr +3 ) medido a 600 nm, a DQO realizada pela espectrofotometria utiliza um volume muito reduzido de reagentes, o que corrobora na diminuição dos resíduos de laboratórios.

Desta forma, é possível observar o avanço das diferentes aplicações da técnica em todas as áreas da química, seja nos laboratórios de pesquisas/desenvolvimento ou nas indústrias.

Autor: Marcos Roberto Ruiz

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Notícias

Estudo Pioneiro no Brasil Propõe o uso de energia do Solo Para Climatizar Edifícios

por jornalismo-analytica 9 de junho de 2021
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wswswssPela primeira vez na história, o Brasil terá um prédio que usa energia do solo para climatizar seus ambientes. O feito inédito é continuidade de uma pesquisa inovadora realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP que avaliou o uso das fundações de edifícios como meio para a troca de energia térmica entre o prédio e o subsolo. A experiência internacional com o uso dessa tecnologia, baseada em energia geotérmica (do interior da Terra), tem relatado considerável economia no consumo de energia para climatização (aquecimento e resfriamento). Aqui no Brasil, a expectativa com a implementação desse sistema é de que as despesas com o consumo de energia elétrica por aparelhos de ar-condicionado sejam reduzidas. Batizado de CICS Living Lab,  a edificação brasileira já começou a ser construída na Escola Politécnica da USP, em São Paulo.

Foi a pesquisadora Thaise Morais(foto), do Departamento de Geotecnia (SGS) da EESC, que desenvolveu a primeira tese de doutorado brasileira para avaliar oededede desempenho dessa tecnologia nas condições de clima e solo do Brasil. Ela explica que a energia geotérmica é aquela encontrada dentro da crosta terrestre, seja no solo, rochas ou mesmo na água, sendo identificada pela temperatura. Esta energia pode ser transferida para a superfície por processos de troca térmica a partir das fundações da edificação. “A temperatura da região que vai desde a camada superficial da crosta terrestre até algumas centenas de metros de profundidade é resultado das interações naturais que ocorrem entre o ambiente externo e o interior da crosta. Assim, o solo funciona como uma espécie de bateria ou reservatório de energia térmica.”

O sistema inovador no país capta ou rejeita calor do/no solo por meio das estacas que compõem a própria fundação do edifício. Essas estacas ficam enterradas e, por estarem em contato direto com o subsolo, possuem uma grande área de contato para a troca térmica. Através de tubos instalados no seu interior e com a ajuda de um fluido, a energia térmica é levada até a superfície onde uma wsswswsbomba geotérmica faz a troca de calor entre o subsolo e os ambientes do prédio. “Nos testes, usamos água potável como fluído para a troca de calor entre a fundação e o subsolo. A bomba troca calor com a água a partir de um outro fluido refrigerante que circula em seu interior. Essa troca é feita de forma contínua e repetitiva até que a temperatura desejada para o ambiente seja alcançada”, relata a pesquisadora.

Aspectos ambientais e de economia foram o incentivo para um engenheiro de minas austríaco criar o sistema de bomba de calor em 1855. A tecnologia é uma das realizações de engenharia mais sofisticadas do século XX. “São dispositivos simples, que realizam o transporte de calor em alto nível de eficiência. Nós realizamos testes de troca térmica entre a fundação e o subsolo em escala real no Campo Experimental de Fundações da EESC, em São Carlos. Além disso, também fizemos ensaios mecânicos e testes térmicos no solo. Os resultados foram muito positivos“, conta Thaise.

O sistema de aproveitamento de energia geotérmica pode ser aplicado em todos os tipos de edifícios. Antes disso, porém, é preciso conhecer as propriedadesffdd térmicas do subsolo daquela localidade e analisar as condições de clima e demanda térmica da edificação. “Já se sabe que a partir de poucos metros de profundidade a temperatura do solo praticamente não muda durante o ano, apesar de variar no ambiente externo, e é semelhante à média da temperatura atmosférica anual do local. O Brasil é um país de extensão continental que apresenta temperaturas anuais médias que variam de acordo com a região. Portanto, a eficiência desse sistema, que proporciona redução nos custos operacionais dos edifícios a longo prazo, deve variar regionalmente”, afirma a especialista.

O sistema de aproveitamento de energia geotérmica pode ser aplicado em todos os tipos de edifícios. Antes disso, porém, é preciso conhecer as propriedades térmicas do subsolo daquela localidade e analisar as condições de clima e demanda térmica da edificação. “Já se sabe que a partir de poucos metros de profundidade a temperatura do solo praticamente não muda durante o ano, apesar de variar no ambiente externo, e é semelhante à média da temperatura atmosférica anual do local. O Brasil é um país de extensão continental que apresenta temperaturas anuais médias que variam de acordo com a região. Portanto, a eficiência desse sistema, que proporciona redução nos custos operacionais dos edifícios a longo prazo, deve variar regionalmente”, afirma a especialista.

A demanda por fontes alternativas de energia renovável tem aumentado mundialmente e sua utilização já se tornou corriqueira nos projetos de edificações, o que amplia a busca por tecnologias que utilizem energia limpa. Já aplicada em outros países da Europa e nos Estados Unidos há pelo menos 20 anos, o sistema geotérmico é uma das aplicações de energia renovável que mais cresce no planeta.

Os estudos realizados na EESC, que começaram em 2014, contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), via projeto de pesquisa coordenado pela professora Cristina Tsuha, que foi orientadora de Thaise, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que concedeu bolsa de doutorado à pesquisadora. A tese de Thaise venceu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica como melhor tese de doutorado do biênio 2018-2019. A pesquisadora, que concorreu com trabalhos do país inteiro e de diferentes áreas da Geotecnia, celebrou o reconhecimento.

O prédio em construção na USP, em São Paulo, é financiado pelo Centro de Inovação em Construção Sustentável ( CICS-USP),   que é um ecossistema com representantes de empresas e da academia dedicado a acelerar a inovação, a sustentabilidade e a produtividade na construção civil. O edifício será usado pela Escola Politécnica como um “laboratório vivo”, onde novas tecnologias sustentáveis e materiais inéditos serão testados. As obras estão paralisadas atualmente por conta da pandemia, mas devem ser retomadas assim que possível.

Fonte: Petronotícias

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Notícias

Enzima de Fungo Amazônico Pode Aumentar a Eficiência na Produção de Etanol de Segunda Geração

por jornalismo-analytica 8 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram no fungo amazônico Trichoderma harzianum uma enzima capaz de degradar biomassa. Além de caracterizar a molécula, os pesquisadores usaram técnicas de engenharia genética para produzi-la em larga escala, reduzindo custos e viabilizando sua utilização industrial.

A descoberta, publicada na revista Scientific Reports, abre caminho para o maior aproveitamento dos resíduos da cana-de-açúcar na fabricação de biocombustíveis, uma vez que o desenvolvimento de um coquetel de enzimas de baixo custo representa um dos principais desafios para a produção de etanol de segunda geração (derivado do bagaço e da palha da cana-de-açúcar).

“A enzima quebra diferentes açúcares presentes em várias fontes de biomassa vegetal, o que a torna muito versátil e interessante não só para a produção de etanol de segunda geração como também para uso na indústria alimentícia e cosmética, por exemplo”, revela Maria Lorenza Leal Motta, pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG-Unicamp) e primeira autora do artigo.

O trabalho, conduzido durante o mestrado de Motta, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), contou com apoio da FAPESP para a prospecção de fungos que realizam a degradação de substratos celulósicos e promovem a geração de açúcares livres, que possam ser explorados para a produção de biocombustível.

Nova estratégia de prospecção

Além da descoberta de uma nova enzima para a produção de etanol de segunda geração, o grupo também inova na forma de buscar soluções para a degradação de celulose. “Estamos há alguns anos desenvolvendo uma metodologia de prospecção desses fungos a partir de uma abordagem que envolve evolução, expressão gênica e genoma. Isso é interessante, pois torna nosso trabalho mais assertivo. Com o tempo, estamos criando uma espécie de baú com informações relevantes sobre enzimas com potencial uso para a indústria”, afirma Anete Pereira de Souza, professora do Instituto de Biologia da Unicamp e orientadora de Motta.

A metodologia de prospecção envolve estudos de evolução das linhagens de fungos associados a diferentes ferramentas de análises de variações genéticas, genes, proteínas e metabólitos. “É uma abordagem diferente, que nos permite utilizar vários filtros até chegar a um candidato interessante para ser estudado”, conta.

Com isso, os pesquisadores têm mostrado que os fungos do gênero Trichoderma apresentam grande potencial para a produção de enzimas ativas por carboidratos (CAZYmes), incluindo membros de famílias de glicosídeo hidrolases (GH).

Souza ressalta que quase todas as enzimas utilizadas no Brasil para a degradação de biomassa são importadas e desenvolvidas para o uso de países do Norte global. “A prospecção de enzimas da biodiversidade nacional traz inúmeras vantagens, não só pela redução dos custos como também em ganhos de eficiência na produção de etanol. É mais provável que um fungo da Amazônia esteja mais adaptado para degradar celulose de biomassa em um contexto como o nosso”, explica Souza à Agência FAPESP.

Produção em série

Para descobrir a nova enzima, os pesquisadores utilizaram diferentes linhagens do fungo, sequenciaram seu transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um tecido) e realizaram anotações funcionais. Com a sequência e técnicas de biotecnologia foi possível produzir as enzimas a partir de bactérias Escherichia coli.

Motta explica que as enzimas pertencentes à família GH54 foram pouco estudadas e exploradas. “O trabalho de caracterização dessa enzima revelou uma série de qualidades físico-químicas interessantes para a indústria que não eram conhecidas até então para essa família de enzimas. Isso sugere que as demais moléculas dessa família ainda pouco conhecidas também possam apresentar características semelhantes às que encontramos”, diz Motta.

Entre as características encontradas está a capacidade de quebrar açúcares presentes nas cadeias laterais da hemicelulose, polissacarídeo complexo formado por vários açúcares e outros componentes que estão presentes no bagaço e na palha da cana-de-açúcar. “Essa enzima produzida de maneira mais rápida e barata em laboratório, por meio da E. coli, apresentou atividade em diferentes tipos de açúcares [galactopironosídeo, arabinopironosídeo e fucopironosídeo] que estão presentes nas cadeias laterais envolvendo a parte central da hemicelulose. Isso mostra que um coquetel enzimático composto por diferentes tipos de enzimas, principalmente as que atuam na remoção dessas cadeias laterais, poderia melhorar a eficiência da conversão da hemicelulose e, consequentemente, dos resíduos de cana-de-açúcar em etanol de segunda geração”, diz Motta.

Isso porque, como ressalta a pesquisadora, as enzimas que atuam na cadeia principal da hemicelulose, como as beta-xilanases e as endo-beta-xilanases, só conseguem ter acesso a ela se as cadeias laterais já tiverem sido removidas. “No caso da produção de etanol, essa nova enzima poderá auxiliar na melhor conversão da hemicelulose em glicose disponível para a fermentação, o que a torna muito interessante comercialmente”, pontua.

Além de apresentar atividade em diferentes substratos, a nova enzima tem uma série de qualidades bioquímicas que a tornam conveniente para o uso em processos industriais. “Ela atua em uma ampla faixa de pH [de 5 a 9] e de temperatura [40°C a 65°C] e, mesmo assim, a atividade relativa permanece acima dos 50%. Isso é interessante porque diversos processos industriais como a fermentação usada para a produção de etanol, por exemplo, ocorrem sob variação de pH e temperatura”, conta.

Outra característica interessante é a necessidade de a enzima ter uma molécula de íons metálicos para que a atividade catalítica seja mantida (metaldependência). “Verificamos que os íons de magnésio foram os que mais influenciaram na atividade da enzima e uma hipótese para isso é que eles ajudam a manter estável a conformação do sítio catalítico da enzima”, explica Motta

Fonte: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

8 de junho de 2021 0 comentários
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Notícias

Nanopartículas Aumentam a Validade de Frutos e Flores

por jornalismo-analytica 7 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Uma startup situada em Araraquara, no interior paulista, está desenvolvendo nanopartículas que prometem aumentar a validade de frutos e flores.

O produto está sendo elaborado por meio de um projeto apoiado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

“Já existem no mercado produtos que retardam o amadurecimento de frutos por meio de inibidores de etileno [responsável pela maturação das frutas] ou são fungicidas. A solução que estamos desenvolvendo combina a ação antifúngica com a do etileno, reduzindo custos e etapas no processo de beneficiamento de frutos. Além disso, trata-se de uma nanotecnologia sustentável e biodegradável”, diz Ana Carolina Nazaré, uma das fundadoras da N&P Smart e coordenadora do projeto.

“As nanopartículas são à base de um polímero natural biodegradável extraído da carapaça de crustáceos como camarão, lagosta e caranguejo, que confere maior proteção contra microrganismos como fungos – conjugada com produtos naturais.”

A solução começou a ser desenvolvida a partir de uma demanda de um exportador brasileiro de limão Tahiti (Citrus latifolia Tanaka), que relatou aos pesquisadores fundadores da empresa os prejuízos que tem com a deterioração de parte do carregamento do produto durante o transporte por navio para a Europa.

“A conversa com esse citricultor nos deu várias ideias. Com base nisso, elaboramos um primeiro modelo de negócio voltado a aplicar as nanopartículas para promover o aumento do shelf life [vida útil] de limões”, afirma Nazaré.

Ao participar da última edição do Treinamento PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, cujo encerramento da 17ª turma aconteceu entre os dias 13 e 14 de maio, os pesquisadores identificaram por meio de entrevistas com citricultores o potencial de aplicação do produto em outros citros, frutas e no segmento de flores ornamentais.

“Identificamos por meio das entrevistas com os produtores de flores, por exemplo, que eles também enfrentam problemas com a infestação de fungos durante a conservação de flores já cortadas em câmaras frias”, relata Nazaré.

Os pesquisadores pretendem desenvolver um produto específico para esse segmento e fazer novos experimentos para avaliar o aumento da conservação de frutos proporcionado pela solução que estão elaborando em comparação com as existentes no mercado.

“Nessa primeira fase do projeto vamos manter o foco da aplicação do produto em limão, com o qual já obtivemos resultados promissores. Mas vamos olhar também para novas oportunidades de mercado, iniciando pelo segmento de flores, cuja legislação para aplicação de soluções para conservação é mais branda em relação à de frutos”, compara Nazaré.

Vitrine para investimento

O casamento do produto com o mercado – o chamado product market fit no jargão do empreendedorismo – é um dos principais objetivos do curso oferecido pelo PIPE-FAPESP desde 2016.

Foram treinados ao longo dos cinco anos de existência do curso representantes de mais de 350 startups apoiadas pelo PIPE-FAPESP, em diversas áreas de atuação e com alto potencial de crescimento.

A última edição reuniu pesquisadores fundadores de startups nos segmentos de agritech, novos materiais e processos, tecnologia da informação (TI), data science, edtech, healthtech, foodtech, biotech e beautytech.

“O programa é chamado de treinamento ou capacitação, mas é muito mais do que isso, porque permite que pesquisadores com projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP, nas fases 1 e 2, tenham contato e possam estabelecer um relacionamento muito forte com o mercado”, diz Marcelo Nakagawa, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Os participantes são estimulados durante o treinamento a entrevistar cem potenciais clientes, parceiros e usuários da tecnologia que estão desenvolvendo para evoluir seus modelos de negócios.

“O grande objetivo do PIPE Empreendedor é possibilitar que as tecnologias desenvolvidas por meio dos projetos apoiados pelo programa PIPE-FAPESP cheguem ao mercado e se desenvolvam de forma sustentável”, diz Marcelo Caldeira Pedroso, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Além de participantes do treinamento, a audiência da sessão de encerramento da última turma contou com a participação de interessados em empreender e submeter projetos ao PIPE-FAPESP, além de representantes de empresas em busca de parcerias e potenciais investidores.

“O Brasil está vivendo um momento muito bom do ponto de vista de investimento em startups. Em 2020 foi registrado o recorde de captação de recursos e este ano os investimentos continuam bastante acelerados. E há muitos investidores olhando essas oportunidades de negócios [derivados de projetos apoiados pelo PIPE]”, avalia Nakagawa.

Fonte: Elton Alisson  |  Pesquisa para Inovação

7 de junho de 2021 0 comentários
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