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sustentabilidade

Notícias

Edital vai Apoiar Projetos Voltados a Promover o Uso de Resíduo na Geração de Bioenergia

por jornalismo-analytica 4 de janeiro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A FAPESP e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sima) lançaram uma chamada conjunta para apoiar projetos de pesquisa que abordam a valorização de resíduos urbanos e agroindustriais com aplicação na bioenergia. O edital, ligado ao Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), recebe propostas até 31 de março de 2022. A FAPESP reservou R$ 13 milhões para apoiar os projetos aprovados.

“A parceria entre a FAPESP-BIOEN e a Sima tem todos os ingredientes no que diz respeito à visão de futuro que buscamos endereçar quanto aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Outro ponto importante está em aproximar a academia da indústria e das empresas, permitindo transformar descobertas científicas e tecnológicas em inovação e desenvolvimento”, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP, durante a cerimônia virtual de lançamento do edital.

Já há alguns anos, o lixo vem sendo entendido como resíduo que pode ser convertido em grande valor energético. Tanto que há uma busca pelo desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias para a redução do volume dos resíduos e para a geração de energia, riqueza e renda a partir deles.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, destacou que a chamada tem como foco central impulsionar a criação de políticas públicas baseadas em evidências. “Acredito que essa chamada será um marco em um tipo de pesquisa que temos reforçado no âmbito da FAPESP como uma ação permanente. Além dessa parceria com a Sima, temos trabalhado com outras secretarias e também com o esforço dos diversos programas da Fundação, como o de mudanças climáticas [PFPMCG], o de biodiversidade [BIOTA] e o BIOEN”, disse.

Os interessados devem elaborar propostas de pesquisa em uma das seis áreas temáticas e prioritárias da chamada. Entre os temas estão o tratamento e pré-processamento de resíduos; desenvolvimento de rotas de conversão e aplicação de conceitos de economia circular com fins de redução do impacto ambiental; otimização dos sistemas regionais de coleta e tratamento com vistas à produção de bioenergia; superação de barreiras culturais, institucionais e políticas para a implantação desses sistemas; e processos de produção e uso de biometano e hidrogênio a partir de biogás.

“ O Brasil assinou, na COP-26 em Glasgow, o compromisso de corte acentuado das emissões de metano. Dados do inventário de emissões do Brasil mostram que 76,12% vêm do agro e 15,8% da questão de resíduos. Portanto, nada mais importante do que essa chamada que pega nos dois pontos centrais, particularmente sobre a questão de energia e da diminuição de gases metano”, afirmou o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania – SP), durante o lançamento do novo edital.

A chamada conta com cinco modalidades de apoio. Três delas são instrumentos de fomento à pesquisa (Auxílio à Pesquisa – Regular, Auxílio à Pesquisa – Temático, Auxílio à Pesquisa – Jovem Pesquisador) e as outras duas de fomento à inovação (Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica – PITE e Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas – PIPE). Esses dois últimos programas apoiam a execução de pesquisa científica e tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado de São Paulo.

“A chamada tem um grande potencial de multiplicar o impacto da pesquisa e criar sinergias entre a academia e a indústria”, disse Glaucia Souza, professora do Instituto de Química da USP e membro da coordenação do BIOEN.

“Essa parceria é fundamental, pois é a soma de atores que nos leva a prosseguir na busca de soluções para o meio ambiente”, completou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido.

Fonte: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

4 de janeiro de 2022 0 comentários
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Notícias

Medicamento Para Câncer Desenvolvido na Unicamp tem Patente Concedida nos EUA

por jornalismo-analytica 29 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Uma tecnologia para o tratamento de câncer desenvolvida inteiramente na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio da FAPESP, obteve patente nos Estados Unidos pelo United States Patent and Trademark Office (USPTO). Um pedido de patente também foi depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no Brasil, e European Patent Office (EPO), escritório de patentes da Europa, ambos em fases avançadas de exame.

O OncoTherad (Oncology Therapy Adjuvant) é um imunoterápico que atua de modo complementar na melhora da resposta imunológica do paciente. Ele age por meio de dois mecanismos: por um lado, ativa as células de defesa para reconhecimento e ataque aos tumores; por outro, reduz a formação de metástase e de vasos sanguíneos que alimentam o câncer. Com isso, diminui também a resistência dos tumores a tratamentos convencionais, como a quimioterapia. “Este é um momento histórico para a ciência brasileira. A concessão americana da patente abre um leque de oportunidades. Entre as vantagens, está a possibilidade de pleitear o acesso a programas de aceleração de novas drogas na FDA, a agência reguladora norte-americana, além de abrir a interlocução com grandes companhias farmacêuticas internacionais”, diz Wagner José Fávaro, professor da Unicamp e inventor da tecnologia.

Na primeira fase dos testes clínicos, o medicamento se mostrou seguro, eficaz e com poucos efeitos colaterais no combate a diferentes tipos de tumores, em especial o câncer de bexiga. Ele também foi testado em pacientes oncológicos que contraíram a COVID-19, apresentando resultados promissores. Recentemente, ganhou o Prêmio de Ciência da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Até o momento, 250 pacientes foram tratados com o nanofármaco sintético desenvolvido, com financiamento público, no Instituto de Biologia (IB) e no Instituto de Química (IQ). Os ensaios clínicos foram conduzidos no Hospital Municipal de Paulínia com pacientes oncológicos para os quais alternativas de tratamento já tinham sido esgotadas.

Resultados apresentados neste ano no 22º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica mostraram sucesso em 77,3% dos casos de câncer de bexiga tratados experimentalmente com o OncoTherad, sem reaparecimento do tumor. Nos 22,7% de casos em que o câncer voltou, o tamanho e o grau de agressividade da doença foram menores, evitando cirurgias para retirada da bexiga, muito frequentes em recidivas tumorais desse tipo.

Docentes empreendedores

As pesquisas com o nanofármaco tiveram início em 2007 e seguiram uma trajetória pioneira incomum dentro da universidade. O OncoTherad foi a primeira propriedade intelectual de titularidade da Unicamp licenciada com exclusividade para uma spin-off formada pelos inventores da patente, desde a aprovação da nova Política de Inovação da Unicamp, em 2019. Nessa modalidade, a NImm-Pharma é a única empresa que pode explorar o nanofármaco, uma vantagem competitiva no mercado. “Sempre escutei que o brasileiro não era capaz de fazer algo assim e nós conseguimos. A nova Política de Inovação da Unicamp permitiu que mudássemos o cenário burocrático. Agora, temos o controle da patente e, com isso, a possibilidade de articulação com outras empresas”, explica Nelson Durán, professor e pesquisador aposentado da Unicamp, inventor da patente e atual sócio-administrador da NImm-Pharma.

Inicialmente, Fávaro estudava o papel do sistema imunológico no câncer. A parceria com Durán, referência no Brasil em nanotecnologia, levou ao desenvolvimento da plataforma que permitiu criar em laboratório uma molécula sintética. O protocolo para o uso experimental em seres humanos foi submetido ao Conselho de Ética da Unicamp, após resultados positivos com baixa toxicidade em testes pré-clínicos e clínicos com animais. Os ensaios começaram em 2018 e foram acompanhados pelo médico urologista João Carlos Cardoso Alonso. Entre os primeiros pacientes, estavam tutores de alguns dos cães tratados inicialmente com a droga e que também lutavam contra o câncer.

Fonte: FAPESP

29 de dezembro de 2021 0 comentários
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Pesquisa da Escola Politécnica Busca Alternativas de Aproveitamento Mais Eficiente de Resíduo de Laranja

por jornalismo-analytica 27 de dezembro de 2021
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Brasil é o maior produtor mundial de suco da fruta. Modelo computacional simulou um possível retorno econômico e o impacto ambiental do aproveitamento do resíduo na produção de D-limoneno, pectina, biometano e geração de energia elétrica

 

Todo mundo que já fez suco de laranja sabe a quantidade de cascas e bagaços que vai para o lixo. Agora imagine o descarte realizado em uma indústria de sucos? De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil é o maior produtor de suco de laranja do mundo, tendo uma safra de mais de um milhão de toneladas em 2020, cerca de quatro vezes a dos EUA, segundo lugar na lista. De 50% a 60% da massa de fruta original é descartada durante o beneficiamento que leva ao suco, e a escolha do que é feito com esse resíduo tem impactos importantes, seja o descarte em aterro ou uso em ração animal. Uma pesquisa de mestrado realizada na Escola Politécnica (Poli) da USP decidiu explorar outras possibilidades de utilização desse resíduo.

Lorrayne Suzuki é graduada em Engenharia Química pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Ciências pelo Departamento de Engenharia Química da Poli – Foto: Arquivo pessoal

A engenheira química Lorrayne Suzuki e seu orientador do mestrado, o professor Moisés Teles, do Departamento de Engenharia Química, utilizaram dados da literatura científica prévia para desenvolver um modelo computacional que simulou um sistema de aproveitamento das cascas para gerar quatro subprodutos (D-limoneno, pectina, combustível biometano e energia elétrica). Em seguida, os resultados foram comparados com a rota convencional de produção de ração de acordo com dois parâmetros: receita gerada e impacto ambiental.

O D-limoneno é um óleo essencial com vários usos, bastante utilizado na indústria farmacêutica e com propriedades para tratamento de tumores, câncer, diabete tipo 2 e obesidade. Além disso, também é usado como agente oxidante e aromatizante na indústria de alimentos e na produção de resinas e solventes. Já a pectina é uma fibra solúvel também usada na indústria alimentícia, servindo como açúcar, substituto da gordura, agente espessante, gelificante e estabilizante.

Os dados da pesquisa apontam a produção de pectina como a rota de maior retorno financeiro, porém também de maior impacto ambiental. Já o D-limoneno é mais atraente no sentido de conciliar os dois: gera a segunda maior receita e tem o menor impacto ambiental dentre os cinco produtos analisados.

O sistema projetou que, caso 10% de todo o resíduo de laranja gerado no Brasil fosse reaproveitado segundo esse modelo simulado, a pectina geraria uma receita de 2.776 milhões de dólares por ano, e o D-limoneno geraria 643,7 milhões.

Já em relação ao impacto ambiental (representado por um número absoluto calculado pela pesquisadora), a pectina foi a mais danosa, cerca de sete vezes pior que o D-limoneno, de menor impacto.

Lorrayne explica ao Jornal da USP que a simulação é uma representação simplificada da produção real, que não leva em consideração detalhes como as especificações e layout dos equipamentos utilizados. A metodologia de simulação computacional de processos é uma abordagem usada para explorar e avaliar simultaneamente um conjunto de novas rotas de valorização dos resíduos, que não são praticadas na indústria atualmente.

Ela explica que essa pesquisa é pioneira, já que o trabalho de valorização do resíduo da citricultura por ferramentas computacionais de simulação de processos ainda é incipiente no Brasil. A simulação computacional aborda a seleção das operações unitárias (etapa singular que compõe cada processo) e as condições operacionais necessárias para atender às especificações de cada um dos quatro subprodutos.

Atualmente, o descarte mais simples e barato é o despejo em aterros. Essa prática é muito danosa ao meio ambiente, pois a casca da laranja tem uma alta quantidade de carboidratos fermentáveis que produzem uma fase aquosa que pode prejudicar a microbiota do solo e poluir a água dos lençóis freáticos locais. Outra alternativa é o uso do resíduo para a produção de ração, mas ela também não é ideal. Além dessa ração ser muito pobre do ponto de vista nutricional e desagradável para o gado, o processo é muito custoso, sendo viável apenas para produtores com safras muito grandes.

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“Para trabalhos futuros, a gente precisa construir uma simulação mais robusta das rotas mais bem avaliadas neste trabalho e fazer as análises econômica e ambiental que avaliem outros aspectos que não foram estudados ainda”, comenta a pesquisadora ao Jornal da USP.

Já o professor Moisés Teles, orientador da pesquisa, lembra que a citricultura e o agronegócio, de forma geral, representam um setor robusto da economia nacional. “Novas formas de valorização de resíduos e novas rotas de produção de químicos e energia podem acrescentar ainda mais valor a esse importante setor, e modelos computacionais que avaliem os impactos ambientais e identifiquem oportunidades econômicas destas novas rotas podem ser úteis na tomada de decisão”, diz.

A dissertação de mestrado Análise técnico-econômica e ambiental de processos de valorização do resíduo da indústria de suco de laranja foi defendida em 2019 e pode ser lida na íntegra aqui. O estudo recebeu apoio do Programa Novos Talentos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e contou com uma bolsa de mestrado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

27 de dezembro de 2021 0 comentários
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Investimento em Pesquisa e Busca de Novas Tecnologias Estão Entre os Focos da Agricultura Digital

por jornalismo-analytica 17 de dezembro de 2021
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Aliar pesquisa, desenvolvimento e inovação na área da agricultura digital visando sustentabilidade e agregação de valor nas cadeias produtivas da agropecuária. Além disso, colocar à disposição dos produtores novas tecnologias que permitam o aumento da produtividade. Esses pontos estão entre os focos e desafios a serem enfrentados pelos agroprodutores brasileiros e seus parceiros nos próximos anos.

“A agricultura de precisão e a digital serão determinantes para esse novo agro que visa garantir segurança alimentar de maneira sustentável para o mundo”, disse Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, durante seminário on-line promovido pela FAPESP e pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP), na segunda-feira (29/11).

O evento reuniu quatro pesquisadores para tratar de tecnologias inovadoras no campo. Foi o último realizado em 2021 no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que tem o objetivo de divulgar a legisladores, gestores públicos e sociedade em geral os avanços das pesquisas científicas financiadas com recursos públicos.

Ao apresentar tendências, desafios e oportunidades na agricultura digital, Massruhá apontou como o setor pode se beneficiar de um amplo leque de tecnologias, usando internet das coisas, mídias sociais, big data, automação, entre outros. Também mostrou soluções criadas pela Embrapa para assessorar produtores, como a Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas, aplicativos e a plataforma AgroAPI Embrapa, voltada para o mercado de tecnologias em agricultura digital, possibilitando acesso a informações e modelos agropecuários.

“É preciso passar da etapa de como usar o conteúdo digital para auxiliar os produtores na tomada de decisões de olho em uma agricultura mais autônoma. A tecnologia vem para melhorar a vida humana, a inclusão social, a sustentabilidade. E é com essa visão que temos caminhado com as tecnologias para a agricultura”, afirmou, lembrando que, com o avanço no segundo trimestre de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio nacional acumulou alta de 9,81% no primeiro semestre deste ano.

Para ela, entre os desafios ainda estão o custo da tecnologia, principalmente para pequenos e médios produtores, e as dificuldades de conectividade. No Brasil, de acordo com o último censo do setor realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários, dos quais 77% são classificados como de agricultura familiar, mas respondem por apenas 23% do valor da produção.

Além disso, somente 23% da área rural é conectada no país. Segundo estudo realizado pelo Ministério da Agricultura em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), é possível duplicar a cobertura de internet no meio rural dobrando o atual número de antenas. Hoje são 4.400 no Brasil. Se o total de dispositivos subir para 15 mil, a cobertura passa para 90%.

“O grande produtor tem capacidade de investimento e consegue adotar a tecnologia. No caso dos pequenos e médios, é preciso ganhar escala. As cooperativas e associações de produtores foram fundamentais na comercialização de produtos e podem ser, neste novo momento, fomentadores das tecnologias digitais. Se alguns tinham resistência em usar a tecnologia, percebemos que, com a pandemia de COVID-19, eles ficaram mais sensíveis”, complementa Massruhá, citando a importância da capacitação e de incentivos à pesquisa e à inovação, como os oferecidos pela FAPESP.

A combinação de investimentos em pesquisa aliada à busca de recursos para alavancar empresas que desenvolvem produtos destinados ao campo foi um dos pontos destacados por Lucas Garcia von Zuben, biólogo, pesquisador na área de entomologia e sócio de uma startup apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

Von Zuben é sócio-fundador da Decoy, que criou um carrapaticida feito à base de fungos (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/novos-agentes-biologicos-contra-pragas/) para combater o carrapato-do-boi, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, considerado um dos piores inimigos dos rebanhos. A praga chega a causar prejuízos de US$ 3 bilhões ao ano, segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. Atualmente, o carrapaticida vem sendo utilizado em 800 fazendas produtoras de gado, com mais de 210 mil cabeças tratadas.

“Do ponto de vista de inovação, o controle biológico vive uma efervescência tecnológica. Os investimentos que a FAPESP vem fazendo em projetos nessa área mostram a evolução. Ressalto a Fundação porque ela tem um papel central na inovação. É importante entender que os investimentos não se encerram no PIPE. É preciso uma combinação de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento com investidores externos que vão alavancar outros aspectos do negócio”, destacou.

Segundo o pesquisador, o controle biológico é a nova fronteira quando se trata de combate a pragas. “Estamos vivendo um esgotamento químico, que tem deixado de entregar os resultados que o produtor espera. Um vetor que puxa essa fronteira é o próprio produtor e o outro vem do mercado consumidor, que, por exemplo, aumentou o consumo de orgânicos em 30%.”

Para Von Zuben, há um movimento de mudança no campo e o protagonista será a biologia. “Mais do que uma transição tecnológica em si, ela está alinhada a uma questão fundamental: todos estão conectados em rede. É preciso entender que somos parte de uma rede interdependente e conectada entre todos os seres vivos.”

Novas frentes

O investimento em startups para desenvolver produtos e equipamentos de menor custo foi um dos pontos citados pela pesquisadora Clíssia Barboza da Silva, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP), ao falar sobre a interação com a pesquisa.

“Com o conhecimento gerado pelos estudos é possível criar equipamentos de menor custo para obter resultados precisos”, afirmou Silva, que apresentou como a inteligência artificial combinada com imagens abre caminho para a análise da qualidade de sementes agrícolas.

Com financiamento da FAPESP por meio de Apoio a Jovens Pesquisadores, Silva vem trabalhando em estudos de sistemas de imagens combinados com inteligência artificial para serem usados no processo de análise da qualidade de sementes.

São empregadas tecnologias baseadas em luz para obter imagens das sementes, analisadas e interpretadas por máquinas específicas para o trabalho. A técnica mantém as amostras de sementes intactas e não gera resíduos, como metodologias convencionais, porque não requer uso de substratos ou reagentes. Além disso, os resultados são obtidos mais rapidamente do que as análises convencionais, que demoram de sete dias a semanas para ficarem prontas.

O processo de análise da qualidade das sementes é exigido por lei e feito de forma manual por analistas credenciados pelo Ministério da Agricultura.

Um dos trabalhos citados pela pesquisadora durante o evento é o realizado para detectar fungos em sementes de Jatropha curcas, conhecida como pinhão-manso e usada na produção de biodiesel. Em dezembro do ano passado, artigo publicado na Frontiers in Plant Science, um dos principais periódicos científicos internacionais na área da agricultura, mostrou o uso da técnica em sementes de tomate e cenoura (leia mais em: agencia.fapesp.br/35224/).

“Temos conseguido desenvolver pesquisas de alto nível, tornando o setor sementeiro altamente competitivo mundialmente. Temos recebido prêmios internacionais, publicado em revistas de alto impacto, contribuindo para o setor de semente agrícola do país, particularmente no Estado de São Paulo”, afirmou.

Outra tecnologia disruptiva empregada na agricultura e apresentada no seminário foi a que usa radares de precisão inteligente, cujo projeto é coordenado pelo professor Hugo Enrique Hernández Figueroa, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC-Unicamp).

O professor detalhou o impacto do uso do sistema de radar de abertura sintética (SAR) de banda tripla transportado por drones. “O radar em drone traz uma série de vantagens para a agricultura. É capaz de calcular com alta precisão vários parâmetros”, afirmou. Entre os exemplos citados por Figueroa estão mapas de umidade e afundamento de solo e de predição de biomassa acima do solo.

Ele também mostrou projeto desenvolvido para monitorar o crescimento da cana-de-açúcar com o objetivo de estimar o melhor momento para a colheita. “Temos criado software específico para cana-de-açúcar, com impacto de 10% a 20% na produção. Há inúmeras aplicações e cada uma delas pode ser um produto, integrando hardware e software”, afirmou.

A moderação do evento foi realizada pelo diretor-presidente da FAPESP, Carlos Américo Pacheco. “Lembro que a última vez em que fui presencialmente à Agrishow [Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação] parecia uma feira de produtos eletrônicos. Uma feira agrícola que só tinha eletrônicos. Ouvindo vocês falarem me convenço que o digital é para valer”, finalizou Pacheco.

A íntegra do evento está disponível em: www.youtube.com/watch?v=Mncu5rZ76dM&list=PLlFwpa8d7xSyXXZHSPcrtrYW3WtBuNh-w&index=1.

17 de dezembro de 2021 0 comentários
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Formas de Cobrança Pelo Preço do Combustível e Privatização aos Pedaços Formam o Maior Impasse Entre Petrobrás e Petroleiro

por jornalismo-analytica 15 de dezembro de 2021
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Deyvid_BacelarHoje (9), o Petronotícias abre espaço também para ouvir os petroleiros que atuam no Brasil através de sua maior representante – a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 13 sindicatos da categoria no país. Nesta edição do Projeto Perspectivas 2022, conversaremos com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. São várias as bandeiras levantadas pela federação. O caso do combate ao alto preço dos combustíveis no país é uma delas. Governo, Petrobrás e petroleiros concordam estarem em pontos diferentes nesse tema. A companhia defende o combate à corrupção e os preços ao sabor das ondas do mercado. Mas, por enquanto, só quem está sentindo um sabor bom, é a própria Petrobrás – e também as distribuidoras e importadoras. O viés é de alta e os consumidores só sentem mesmo o sabor dos preços altos. Os petroleiros dão sugestões: “operem mais e melhor nossas refinarias”. Vem os patrões e dizem que quem manda nos preços é o mercado. Tudo se transforma num impasse. Como resolver? Agora, vamos conhecer os argumentos e os detalhes do pensamento do líder dos petroleiros. Vejamos então quais as considerações de Deyvid Bacelar:

– Como foi o ano de 2021 para o senhor e a sua instituição?

– Em outubro deste ano, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada pelo então presidente Michel Temer e mantida pelobandeiras petroleo governo do presidente Jair Bolsonaro, completou cinco anos, acumulando alta nos preços dos combustíveis muito acima da inflação e consolidando-se em cima do empobrecimento da população brasileira.

O PPI ampliou a desigualdade social do país, reforçando a escalada da inflação. Esse foi o ano em que o botijão de gás de cozinha passou a custar mais de R$ 120,00 em algumas regiões do país, impondo à população mais carente a humilhação e o risco de ter que usar lenha ou até mesmo álcool para cozinhar, como alternativa ao gás. Também foi o ano em que o litro da gasolina superou R$ 7,00 e o litro do óleo diesel subiu acima de R$ 5,00.

bolotasEnquanto isso, o PPI garantiu elevados lucros para a Petrobrás e o pagamento de dividendos recordes a acionistas, no valor total de R$ 63,4 bilhões, dos quais 43% são reservados a investidores não-brasileiros. O consumidor brasileiro quem paga essa conta, resultado da elevação dos volumes e dos preços de venda de derivados no mercado interno.

Embora autossuficiente na produção de petróleo, com custos em reais, o Brasil tornou-se refém do PPI, com reajustes de preços dos combustíveis vinculados ao mercado internacional do petróleo, à variação do dólar e a custos de importação.

O ano de 2021 foi também o período no qual a gestão da Petrobrás promoveu a liquidação de vários ativos, com a venda de empresas estratégicas a preços de banana, provocando a desintegração da companhia, estimulando a formação de monopólios privados em diferentes setores e tornando-se umafup gas empresa apequenada e “suja”, desfazendo-se de suas unidades de energia renovável.

Aliado a isso, refinarias da Petrobrás estão sendo deliberadamente subutilizadas. Operam hoje com, em média, 75% de sua capacidade, viabilizando, assim, importações de derivados, que não seriam necessárias.

– O que sugere para o governo fazer e melhorar a nossa economia e dar mais força aos setores de petróleo, gás, energia e logística?

– Nós, da FUP, sugerimos o urgente fim do PPI, política de preço adotada essencialmente para atrair interessados na liquidação de ativos da Petrobrás, que eles chamam de investidores.

FAFENDaí a importância do Projeto de Lei 1472, do senador Rogério Carvalho (PT-SE), e que tem como relator o senador Jean Paul Prates (PT-RN). O projeto propõe nova regra de reajuste dos preços dos combustíveis, levando em consideração custos internos de produção e os preços internacionais; sistema de bandas de preços, como ferramenta de estabilização; e a criação do imposto de exportação sobre o petróleo bruto.

É inadmissível que não haja tributo sobre esses bilhões de dólares em exportações de petróleo cru. A população brasileira precisa beneficiar-se disso. O PL propõe usar os recursos dessa tributação para atender à demanda interna de refino, com a construção de novas refinarias no país.

É inadmissível também que, nos dez primeiros meses de 2021, tenham ocorrido, nas refinarias, 12 aumentos na gasolina, 13 no diesel e 8 no GLP. A disparada nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha é um dos fatores que mais pesam na inflação galopante. Nas refinarias, as altas foram de 67,2% na gasolina; de 64,7% no diesel e de 48% no gás de cozinha. Nos postos, os aumentos entre janeiro e outubro passado foram de, respectivamente, 41,5%, 39,1% e de 35,8%.

– Quais são as suas perspectivas e da FUP para 2022?

– As perspectivas são de que a Petrobrás recupere seu papel crucial de indutora do desenvolvimento econômico, social, regional, tecnológico e derefinaria empresa estatal que contribua para a transição energética no Brasil. Este papel histórico e estratégico foi abandonado pela gestão da empresa, hoje voltada principalmente a interesses de acionistas, inclusive os minoritários e de fora do país, em detrimento da sociedade brasileira.

As perspectivas para 2022 são também de reversão das privatizações criminosas, judicializadas, feitas a partir do governo Temer e consolidadas com Bolsonaro, com a liquidação de ativos, a preço de banana, abaixo do valor de mercado, entregues, em muitos eventos, ao capital financeiro internacional, multinacionais, favorecendo a criação de monopólios privados. É o caso, por exemplo, da venda da Gaspetro, rlamcuja empresa compradora, que já controla a Comgás – a maior concessionária de gás do país -, passará a deter 76,5% do volume total do gás comercializado no Brasil. A questão é tão escandalosa que foi questionada, inclusive, pelo Comitê de Monitoramento de Gás Natural (CMGN), junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Esperamos que com o processo eleitoral de 2022 consigamos reverter essas privatizações, a partir da eleição de um governo  popular democrático,  desenvolvimentista, e com a ampliação das bancadas progressistas no Congresso Nacional. Acreditamos que será possível reverter o quadro de destruição da Petrobrás, com o Parlamento cumprindo seu papel de legislar e de fiscalizar, e a sociedade civil organizada pressionando pela Petrobrás como empresa pública, patrimônio nacional.

Fonte: Petronotícias

15 de dezembro de 2021 0 comentários
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Estudo Indica Caminhos Para Transformar Lixo em Materiais Para a Indústria Avançada

por jornalismo-analytica 14 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Entre 118 e 138 milhões de toneladas de lixo orgânico são geradas anualmente em todo o mundo. Dessas, cerca de 100 milhões de toneladas correspondem a resíduos da cadeia de produção e distribuição de alimentos. Apenas 25% do montante é reaproveitado. Os outros 75% são simplesmente “jogados fora”, configurando um grande desperdício de recursos potenciais e um enorme impacto para o meio ambiente.

Esses números foram apresentados num relatório publicado em 2018 pela European Environment Agency. Embora constituam a mais recente tentativa de totalização disponível, estão provavelmente subestimados, pois correspondem a uma base de dados de 2011.

Transformar resíduos em recursos – ou, como dizem os norte-americanos, transitar from trash to cash (do lixo ao dinheiro) – é um dos vetores da chamada economia circular. Quando esses resíduos são advindos da biomassa, caracteriza-se a bioeconomia circular. O tema foi explorado em estudo recente publicado na revista Advanced Materials, no artigo The Food–Materials Nexus: Next Generation Bioplastics and Advanced Materials from Agri-Food Residues, tendo sido inclusive destacado na contracapa da revista – uma das de maior impacto na área.

“Nós, que já enxergamos diferentes tipos de resíduos como matéria-prima há mais de uma década, fizemos uma revisão crítica de toda a literatura e reposicionamos o estado da arte nas estratégias para transformar perdas e desperdícios agroalimentares em bioplásticos e materiais avançados. Procuramos, mas não encontramos argumentos para não fazê-lo. É um ganha-ganha”, diz Caio Gomide Otoni, professor do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (DEMa-UFSCar), idealizador do grupo maTREErials e primeiro autor do artigo.

Como alternativa às modalidades mais rústicas e ambientalmente duvidosas de aproveitamento dos resíduos agroindustriais, como, por exemplo, seu emprego na alimentação do gado, o estudo mostra que a biomassa descartada ou subutilizada, de baixo custo, pode ser convertida em bioplásticos e materiais avançados, utilizáveis em uma ampla gama de dispositivos de alto valor agregado.

As aplicações englobam embalagens multifuncionais, inclusive embalagens antivirais, antimicrobianas e antioxidantes; equipamentos eletrônicos flexíveis; dispositivos biomédicos; equipamentos para geração, armazenamento e transmissão de energia; sensores; materiais para isolamento termoacústico; cosméticos etc.

“O nexo alimentos-materiais-energia é muito relevante para a bioeconomia circular. Nosso objetivo foi apresentar as estratégias mais avançadas para desconstruir resíduos agroalimentares; converter o resultado em blocos de construção monoméricos, poliméricos e coloidais; e, com base neles, sintetizar materiais avançados”, afirma Daniel Souza Corrêa, pesquisador do Laboratório de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em São Carlos, professor orientador nos programas de pós-graduação em Química e Biotecnologia da UFSCar e outro autor do artigo.

A conversão de perdas e desperdícios na cadeia de produção e distribuição de alimentos em “materiais verdes” para a indústria avançada é uma opção emergente nas políticas dos países mais desenvolvidos, como o European Green Deal (Pacto Ecológico Europeu). Diz a página oficial da Comissão Europeia: “A bioeconomia circular maximiza o uso de fluxos laterais e residuais da agricultura, processamento de alimentos e indústrias de base florestal, reduzindo assim a quantidade de resíduos depositados em aterros”.

Como acrescenta o artigo em pauta, se a estratosfera for tomada como um limite, não há descarte. Não existe a opção de “jogar o lixo fora” porque não há um “fora” para onde seja viável descartar o lixo. Então, entre cobrir o planeta de lixo, como ainda vem sendo feito, ou transformar o lixo em uma formidável fonte de recursos, como é possível fazer, a escolha racional parece bem clara.

“A composição complexa e heterogênea da biomassa derivada de FLW [food loss and waste, termo em inglês para perda e desperdício de comida] representa um desafio tecnológico e econômico. Temos de enfrentar o que chamamos de ‘recalcitrância da biomassa em se desconstruir’. Outro fator adverso é a sazonalidade da produção agroindustrial. Determinados resíduos são abundantes em certas épocas do ano e escassos em outras. Quando disponíveis, a própria composição é, geralmente, variável. Mas o principal obstáculo a um upcycling [reutilização] em larga escala é de natureza política. A esperança é que startups e empresas altamente inovadoras rompam essas barreiras e conduzam o processo adiante”, pondera Otoni.

As vias tecnológicas para isso existem, como mostra o artigo. E seus autores já as dominam, em escala de bancada, ou, dependendo do caso, em escalas semipiloto ou piloto. “Há vários exemplos a mencionar, incluindo trabalhos com produção de materiais a partir de resíduos de manga, banana, trigo, caju etc.”, descreve Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo, outra autora do artigo e pesquisadora do LNNA da Embrapa.

Nas imagens que acompanham esta reportagem, materiais resultantes do processamento mínimo da cenoura exemplificam potencial para conversão em bioplásticos mediante processo, em escala semipiloto, realizado no LNNA.

Além disso, os pesquisadores produzem espumas antimicrobianas a partir de bagaço de cana-de-açúcar; embalagens derivadas de quitina extraída das carapaças de crustáceos e insetos; e partículas para estabilizar emulsões, com potencial de aplicação nas indústrias de fármacos, cosméticos e tintas.

Como se percebe, essas pesquisas estão fortemente afinadas com a economia do país, que se destaca como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e de cítricos, além de ocupar também posição de destaque mundial na produção de muitos outros alimentos. Ademais, deve-se considerar que uma fonte altamente significativa de perdas e desperdício de alimentos está associada a frutas e hortaliças, das quais cerca de um terço da produção é perdida ao longo da cadeia.

“Muitos desses FLW contêm elevados níveis de vitaminas, minerais, fibras e proteínas que, idealmente, poderiam ser convertidos de volta em alimentos. No entanto, devido aos padrões alimentares, a maioria dos FLW são microbiologicamente e sensorialmente inadequados e, assim, preteridos. Daí a alternativa de converter os resíduos em plataformas químicas e materiais úteis, potencialmente em dispositivos com alto valor agregado. Devido ao grande e crescente volume de FLW, existe um interesse genuíno por parte dos produtores de alimentos em valorizar tais fluxos”, sublinha Otoni.

Um exemplo é a produção de bioplásticos comestíveis desenvolvida por Luiz Henrique Capparelli Mattoso, um dos líderes dessa linha de pesquisa no LNNA da Embrapa.

A pesquisa é conduzida em rede, com contribuições de dezenas de pesquisadores engajados no tema. O artigo em pauta é também assinado por Bruno Mattos, pesquisador da Aalto-yliopisto (Finlândia); Marco Beaumont, pesquisador na BOKU Wien (Áustria); e Orlando Rojas, diretor do BioProducts Institute da University of British Columbia (Canadá).

Segundo Mattos, “a qualidade dos building blocks [blocos de montar] obtidos de biomassa residual é a mesma quando comparada a fontes mais puras e menos processadas, como algodão ou polpa celulósica. Os resíduos, no entanto, por conterem diversas outras moléculas residuais, como pectinas ou lignina, oferecem uma paleta maior de propriedades que podem ser exploradas para a introdução de funcionalidades nos bioplásticos”.

O financiamento concedido pela FAPESP a essa linha de pesquisa inclui os seguintes apoios: 14/23098-9; 17/12174-4; 17/22401-8; 18/22214-6; 20/11104-5.

O artigo The Food–Materials Nexus: Next Generation Bioplastics and Advanced Materials from Agri-Food Residues pode ser acessado na íntegra e de forma gratuita em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/adma.202102520.

Fonte: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP

14 de dezembro de 2021 0 comentários
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Notícias

Molécula Derivada de Corante Inativa o SARS-CoV-2 e Pode Ser Usada em Produtos de Higiene Bucal

por jornalismo-analytica 14 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), em parceria com a empresa Golden Technology, conseguiram produzir em escala uma molécula derivada do corante ftalocianina capaz de inativar o SARS-CoV-2.

Testes feitos no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e publicados na revista Scientific Reports demonstraram que o composto reduziu em 99,96% a carga viral em culturas de células sem causar alterações metabólicas (efeitos citotóxicos).

Já um ensaio clínico conduzido por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) revelou que o uso intensivo de um enxaguante bucal contendo o composto antiviral por pacientes internados em um hospital público da cidade, em estágio inicial da infecção, contribuiu para diminuir os sintomas e o tempo de internação.

Os estudos tiveram apoio da FAPESP.

“A molécula é capaz de se ligar ao oxigênio presente no ar. Quando ocorre essa ligação, o oxigênio torna-se mais ativo, causando danos oxidativos no vírus”, diz à Agência FAPESP Koiti Araki, professor do IQ-USP e coordenador do projeto.

A ftalocianina de ferro possui grupos aniônicos – grupos iônicos com carga negativa – que ativam o íon de ferro situado no centro da molécula para que consiga se ligar ao oxigênio presente no ar e torná-lo reativo. Dessa forma, o oxigênio passa a se comportar como o ozônio ou o peróxido de hidrogênio, causando danos oxidativos em microrganismos como vírus, fungos e bactérias.

Em parceria com pesquisadores da empresa Golden Technology, sediada em São José dos Campos, Araki conseguiu nos últimos anos desenvolver um processo para produzir a molécula em escala.

“Esse ativo é difícil de produzir e os rendimentos eram muito baixos. No laboratório, conseguimos desenvolver um processo que diminuiu em mais de 90% a quantidade de resíduos e reagentes, bem como o tempo de produção”, afirma Araki.

Aplicações anti-COVID-19

A ideia inicial era aplicar a molécula para eliminar odores desagradáveis produzidos por microrganismos em tecidos e para a remoção de germes em diversos tipos de ambientes.

Com o surgimento da COVID-19, os pesquisadores tiveram a iniciativa de avaliar se o composto seria capaz de causar danos oxidativos no SARS-CoV-2 e inativá-lo. Para isso, procuraram o professor do ICB-USP Edison Luiz Durigon, que coordena um laboratório com nível 3 de biossegurança (NB3), onde é possível manipular patógenos como o SARS-CoV-2.

O grupo de Durigon foi o primeiro no Brasil a isolar e cultivar em laboratório o novo coronavírus, a partir de amostras coletadas dos primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (leia mais em https://agencia.fapesp.br/32692/). Após esse feito, os pesquisadores passaram a ser procurados por startups e empresas interessadas em testar a eficácia de produtos voltados ao combate da COVID-19, como testes de diagnósticos e nanopartículas de prata com ação virucida aplicadas na superfície de diversos tipos de materiais, produzidas pela Nanox – uma empresa apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

“Já testamos no laboratório vários antivirais que funcionaram contra o SARS-CoV-2, mas nenhum em uma concentração tão baixa quanto essa molécula”, compara Durigon.

“O composto tem ação imediata contra o vírus. As reações oxidativas provocadas por ele destroem o envoltório lipoproteico do novo coronavírus”, relata o professor do ICB-USP.

Após a ação da molécula ser comprovada, a Golden Technology desenvolveu e lançou em julho de 2020 uma máscara cirúrgica antiviral recoberta com a substância.

De acordo com os pesquisadores, o efeito antiviral e a eficiência de filtração bacteriana (BFE) do material duram 12 horas. Dessa forma, é possível usar a máscara antiviral durante três horas em um dia e continuar usando nos dias seguintes até completar 12 horas de uso, por exemplo.

“Na máscara e em tecidos a ação antiviral da molécula dura muito tempo. Os ensaios que fizemos mostraram que em até 12 horas de uso o composto continua ativo nesses materiais”, diz Durigon.

Produtos de higiene bucal

Antes da pandemia, os pesquisadores da Golden Technology também tinham começado a desenvolver, em parceria com a empresa Trials, uma linha de produtos de higiene bucal contendo a molécula, como pasta de dente, enxaguatório, spray e gel dental.

“A ideia era empregar as reações químicas de oxidação promovidas pela molécula para auxiliar na reparação de tecidos moles da boca, no tratamento de gengivite e na eliminação do mau hálito”, explica Fabiano Vieira Vilhena, proprietário da Trials.

Com o surgimento da pandemia de COVID-19, o foco dos ensaios clínicos mudou. Uma vez que o grupo do professor Durigon já tinha comprovado em culturas de células que a molécula é capaz de inativar o SARS-CoV-2, os pesquisadores decidiram avaliar se o enxaguatório bucal contendo o composto era capaz de diminuir a carga do vírus na saliva de pacientes infectados. Os resultados de um dos primeiros estudos in vitro, conduzidos por pesquisadores da FOB-USP em parceria com colegas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, mostraram que o antisséptico com o derivado de ftalocianina reduziu em 90% a carga do SARS-CoV-2 em amostras de saliva.

O trabalho foi publicado na revista Clinical, Cosmetic and Investigational Dentistry.

“Por meio desse estudo, conseguimos comprovar que a molécula é capaz de inativar o vírus na saliva”, diz Paulo Sérgio da Silva Santos, professor da FOB-USP e coordenador dos ensaios clínicos.

Com base em relatos na literatura de que a infecção pelo SARS-CoV-2 começa com a entrada e replicação do vírus na mucosa das regiões bucal e nasal, os pesquisadores tiveram a ideia de avaliar se a diminuição da carga viral na boca e na garganta por meio do bochecho e gargarejo do antisséptico bucal contendo o composto, na fase inicial da infecção, poderia contribuir para melhorar a resposta clínica dos pacientes com COVID-19.

“O contato e a colonização da mucosa bucal e nasal pelo SARS-CoV-2 ocorrem bem na fase inicial da doença. Depois de sete dias reduz muito a quantidade de vírus na boca. Portanto, a janela de oportunidade de efetividade do enxaguatório é no começo da infecção”, diz Santos.

A fim de avaliar essa hipótese, foi realizado um estudo clínico com 41 pacientes diagnosticados com COVID-19 por RT-PCR, com quadros leve ou moderado, internados no Hospital Estadual de Bauru em maio de 2020.

As análises indicaram que o tempo médio de internação do grupo de 20 pacientes que fizeram gargarejo e enxague com o antisséptico à base da nova molécula, cinco vezes ao dia e por um minuto até a alta hospitalar, foi significativamente menor em comparação com os que fizeram o mesmo procedimento usando um enxaguatório sem o ativo.

Os pacientes que usaram o enxaguatório contendo a molécula permaneceram, em média, quatro dias internados, contra sete dias dos que usaram o antisséptico sem a molécula. Além disso, o procedimento contribuiu para reduzir a gravidade dos sintomas.

Nenhum dos pacientes que fizeram o uso do enxaguatório foi para a UTI ou morreu. Em média, eles eram 15 anos mais velhos em comparação com os que não usaram o antisséptico com o ativo.

“Todos os pacientes receberam o mesmo tratamento hospitalar de cuidados padrão para COVID-19 preconizados pela OMS [Organização Mundial da Saúde], com a diferença de que o grupo de 20 pacientes fez uso do enxaguatório contendo a molécula”, diz Santos.

“Conseguimos verificar estatisticamente que o único fator que influenciou a diminuição do tempo de internação foi o uso do enxaguatório contendo a molécula”, afirma.

Tratamento adjuvante

Os pesquisadores pretendem fazer outros estudos para avaliar o tempo de ação (substantividade) do enxaguatório contendo a molécula na mucosa bucal.

A substantividade dos compostos usados nos antissépticos convencionais hoje, como a clorexidina – que não inativa o SARS-CoV-2 –, varia de oito a 12 horas. No caso da ftalocianina de ferro, ensaios preliminares indicaram que a molécula adere à mucosa bucal e tem efeito virucida por até duas horas e ação residual na orofaringe.

“Como a molécula tem o efeito de uma água oxigenada, mas que é produzida localmente em pequenas quantidades o tempo todo, a toxicidade é insignificante”, afirma Araki.

A empresa que irá comercializar o enxaguatório e outros produtos de higiene bucal contendo a molécula está readequando as fórmulas para obter os registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Caso os produtos sejam aprovados, a ideia é que possam ser usados como tratamento adjuvante, reduzindo a carga viral na fase inicial da infecção, enquanto o sistema imune se prepara para produzir anticorpos e combater o vírus.

“Com a diminuição da carga viral, a infecção será mais lenta, o que dará tempo para o sistema imune combatê-la. Quando começar a ter uma quantidade de vírus maior em outros tecidos que o enxaguatório não atinge, o sistema imune já estará ativo para combatê-los”, explica Durigon.

O artigo Virucidal activity of the antiseptic mouthwash and dental gel containing anionic phthalocyanine derivative: in vitro study pode ser lido na revista Clinical, Cosmetic and Investigational Dentistry em: www.dovepress.com/virucidal-activity-of-the-antiseptic-mouthwash-and-dental-gel-containi-peer-reviewed-fulltext-article-CCIDE.

E o artigo Beneficial effects of a mouthwash containing an antiviral phthalocyanine derivative on the length of hospital stay for COVID-19: randomised trial pode ser lido na revista Scientific Reports em: www.nature.com/articles/s41598-021-99013-5#citeas.

Fonte: Elton Alisson  |  Pesquisa para Inovação

14 de dezembro de 2021 0 comentários
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Artigo científico

A Utilização das Ferramenta da Qualidade na Indústria de Alimentos

por jornalismo-analytica 10 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O QUE SÃO FERRAMENTAS DA QUALIDADE?

As ferramentas da qualidade são um conjunto de metodologias utilizado para definir, medir, analisar e resolver problemas que impactam nos resultados das organizações. Estas ferramentas colaboram para que os problemas sejam solucionados de forma assertiva, direcionando corretamente os esforços.

As ferramentas da qualidade possuem significativa importância para os gestores, uma vez que possibilitam uma melhor organização dos processos. Com a aplicação destas ferramentas objetiva-se alcançar a qualidade, com melhoria contínua e foco nas  necessidades dos clientes.

 

QUALIDADE

A ISO 9000:2015 define como qualidade o “grau em que um conjunto de características inerentes de um objeto satisfaz requisitos”. A qualidade do produto ou serviço está diretamente relacionada com a satisfação do cliente.

Segundo Ishikawa, o termo qualidade pode ser definido como a “rápida percepção e satisfação das necessidades do mercado, adequação ao uso dos produtos e homogeneidade dos resultados do processo”.

A qualidade está relacionada com todas as etapas do processo, e não apenas com o produto final. No mercado de alimentos, onde a competitividade é cada vez maior, a preocupação com a qualidade do produto e do processo de produção é crescente.

 

GESTÃO DA QUALIDADE

Segundo a ISO 9000:2015, define-se Gestão da qualidade como a “gestão que diz respeito à qualidade”. O objetivo principal da Gestão da qualidade é buscar por contínuas melhorias do processo produtivo, a fim de atender as necessidades e expectativas dos clientes.

A ISO 9001:2015 pontua os 8 princípios da Gestão da qualidade, sendo eles: 

  • Foco no cliente
  • Liderança
  • Engajamento das pessoas
  • Abordagem de processo
  • Melhoria contínua
  • Tomada de decisão baseada em evidências
  • Gestão de relacionamento

 

Uma Gestão da qualidade eficiente conta com estratégias baseadas nos objetivos que se deseja alcançar. Com isso, aumentar a produtividade se torna possível. Vale ressaltar que o principal objetivo da Gestão da qualidade é entregar ao cliente a melhor experiência, e para isso, deve-se promover melhorias contínuas no processo de produção.

As Ferramentas da qualidade são aliadas da Gestão da qualidade, uma vez que promovem melhorias de processo. Estas ferramentas permitem a avaliação do processo, a identificação de gargalos, a análise de dados e busca pela causa-raiz do problema, o planejamento e implementação de ações corretivas e a análise dos resultados obtidos.

Estas ferramentas permitem que processos sejam controlados e que ações assertivas sejam tomadas, aumentando a qualidade das organizações. Quando falamos sobre Ferramentas da qualidade, 7 metodologias se destacam, sendo ferramentas básicas da qualidade.

 

AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

 

As 7 Ferramentas da qualidade são um conjunto de metodologias reunidas por Kaoru Ishikawa. Estas ferramentas buscam melhorar os processos das organizações e tornar os planos de ação mais efetivos.

As 7 Ferramentas da qualidade são:

  1. HISTOGRAMA 

O Histograma é uma ferramenta estatística que permite a distribuição da frequência de determinados dados obtidos através de um gráfico de barras. 

Com esta ferramenta é possível ter visão geral do comportamento dos dados coletados em determinado período de tempo. Com a facilidade da análise de dados esta ferramenta auxilia na tomada de decisões. 

A ferramenta possui a vantagem de ser de fácil interpretação e elaboração. Apesar disso, sua utilização se torna difícil quando necessário a comparação de diversas variáveis.

 

  1. DIAGRAMA DE PARETO

O Diagrama de Pareto ou Gráfico de Pareto é uma ferramenta que permite a organização das causas de um determinado problema de forma ordenada. Esta organização é feita através de um gráfico de barras. A ferramenta possibilita a priorização dos problemas mais relevantes e suas causas.

O Diagrama de Pareto é uma das ferramentas mais utilizadas quando o objetivo é buscar problemas. O gráfico é montado com dados de frequência absoluta, frequência acumulada e causas dos problemas. Desta forma é possível visualizar o impacto de cada causa em relação ao total.

O princípio de Pareto é conhecido pela proporção 80/20. Essa proporção indica que 80% dos problemas são provenientes de 20% das causas.

 

  1. DIAGRAMA DE ISHIKAWA

O Diagrama de Ishikawa é também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de peixe. Esta ferramenta tem como objetivo relacionar, em uma representação gráfica, as causas e o efeito (problema).

Esta ferramenta foi utilizada pela primeira vez em 1953, por Kaoru Ishikawa. Ela possibilita a identificação das não conformidades e a relação delas com o processo em questão.

A montagem deste Diagrama é feita inicialmente colocando na “cabeça do peixe” o efeito. Em seguida, nas “espinhas do peixe” são colocadas as causas que podem estar relacionadas ao efeito. As causas são organizadas de acordo com o 6M: máquina, mão de obra, material, método, meio ambiente e medida.

 

  1. CARTA DE CONTROLE

A Carta de controle é também conhecida como Gráfico de controle ou Controle Estatístico de Processo (CEP). Esta ferramenta é muito utilizada para acompanhamento dos processos. Com ela, é possível analisar o processo e avaliar se o mesmo está seguindo conforme o esperado ou está apresentando desvios.

Esta ferramenta é estruturada em três linhas de referência, sendo elas: inferior, superior e média. Estes limites devem ser estatisticamente determinados e são utilizados para avaliar se o processo está sob controle, analisar a variabilidade do mesmo e controlar as não conformidades.

 

  1. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS

O Fluxograma é uma ferramenta que permite a visualização das etapas que compõem determinado processo. Para isso, são utilizados diferentes símbolos, que representam as operações.

Esta ferramenta permite a análise do processo, possibilitando tanto o planejamento do mesmo como o seu aperfeiçoamento. O Fluxograma é uma ferramenta muito visual, sendo um resumo ilustrativo das operações que envolvem um processo,

 

  1. DIAGRAMA DE DISPERSÃO

O Diagrama de dispersão é uma ferramenta utilizada para fazer associações entre variáveis. Ele possibilita a correlação entre dois fatores, sendo essencial na compreensão dessa relação.

Esta ferramenta é apresentada na forma de um gráfico, onde cada variável fica em um eixo. Assim, é possível observar as mudanças em uma variável quando a outra sofre uma alteração.

 

  1. FOLHA DE VERIFICAÇÃO

A Folha de verificação é também conhecida como Checklist. Esta ferramenta é muito utilizada na coleta, organização e análise de dados. Ela baseia-se em um formulário destinado a coletar informações relevantes do processo.

Os dados coletados são previamente estabelecidos e marcados quando concluídos. Esta ferramenta é utilizada para acompanhar estes dados, estando eles cumpridos ou em processo.

 

OUTRAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Além das 7 ferramentas básicas da qualidade, citadas do tópico anterior, outras ferramentas também são utilizadas. Entre elas podemos destacar o Ciclo PDCA e o Programa 5S.

O Ciclo PDCA é uma ferramenta utilizada para promoção da melhoria contínua. Ela é constituída por 4 etapas, sendo estas realizadas de forma cíclica e sem interrupções, de modo que o processo esteja sempre em melhoria. 

As 4 etapas que constituem o Ciclo PDCA são:

  1. Plan (Planejar): Nesta etapa o processo é estudado e é planejado o seu aprimoramento, com a definição das metas a serem alcançadas e métodos que serão utilizados.
  2. Do (Executar): Nesta etapa o que foi planejado na etapa anterior é executado. É importante que dados sejam coletados para auxiliar na etapa seguinte.
  3. Check (Verificar): Nesta etapa analisa-se os resultados obtidos após a execução do planejamento. É o momento de avaliar se as metas traçadas foram alcançadas.
  4. Act (Agir): Nesta etapa os resultados são estudados, as ações corretivas são aplicadas e busca-se entender porque as metas não foram alcançadas.

 

Já o Programa 5S é uma outra ferramenta bastante utilizada. Este programa baseia-se na filosofia japonesa e seu principal objetivo é atingir a qualidade total através da melhoria contínua.

O programa é baseado em 5 sensos (5S), sendo eles:

  1. Seiri (Senso de utilização)
  2. Seiton (Senso de organização)
  3. Seiso (Senso de limpeza)
  4. Seiketsu (Senso de saúde, bem estar físico e mental e segurança)
  5. Shitsuke (Senso de disciplina)

 

Além das ferramentas já citadas, outras ferramentas da qualidade também são utilizadas pelas empresas, sempre com o objetivo de atingir a qualidade de seus processos e produtos.

 

APLICANDO AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

O mercado de alimentos tem crescido cada vez mais e com tanta competitividade, a preocupação com a qualidade do processo e do produto final é crescente. Neste cenário, o setor da qualidade mostra-se de extrema importância e o sistema de gestão da qualidade cada vez mais estratégico.

As inovações tecnológicas fizeram com que as necessidades dos clientes se transformassem. Com essa mudança, as empresas viram a necessidade da evolução. A competição do mercado exigiu das organizações mudanças nos seus processos de produção e de gestão, para que assim as mesmas se mantivessem inseridas no mercado.

Novas estratégias e planos de ação foram necessários para acompanhar o desenvolvimento do mercado. Apesar da evolução tecnológica, o princípio da qualidade segue o mesmo: a busca pela melhoria contínua para atender as expectativas e necessidades dos clientes.

A Quarta Revolução Industrial foi marcada pelo desenvolvimento tecnológico. Entre as novas tecnologias por ela trazida podemos citar a Internet das Coisas e a Análise de Big Data.

Esta nova Era da indústria também trouxe impactos para o setor da qualidade, dando origem a Qualidade 4.0. 

Se nas Revoluções Industriais anteriores as 7 Ferramentas da qualidade bastavam, esta nova Era exige mais. A Qualidade 4.0 utiliza a tecnologia para otimização dos processos. Vale ressaltar, que os princípios que norteiam as 7 Ferramentas da qualidade continuam valendo. A busca sempre será pelo monitoramento de problemas, pela redução de custos e pelo aumento de produtividade.

Neste cenário de transformações envolvendo a qualidade, podemos citar o monitoramento dos processos em tempo real e a otimização da tomada de decisão como grandes mudanças trazidas por esta nova Era da qualidade.

 

REFERÊNCIAS

As sete ferramentas da qualidade. Blog da Qualidade. 16 de jul de 2018. Disponível em: <https://blogdaqualidade.com.br/as-sete-ferramentas-da-qualidade/>. Acesso em: 4 de nov de 2020.

CÔRREA, P. F.; OLIVEIRA, L. B. Aplicação das Ferramentas da Qualidade na Solução de Problemas de Contaminação em uma Fábrica de Chocolate. Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, v. 2, n. 2, 2017.

DANIEL, E. A.; MURBACK, F. G. R. Levantamento bibliográfico do uso das ferramentas da qualidade. Revista do Curso de Administração. 2014.

ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35, 2015, Fortaleza. Uso das ferramentas da qualidade em uma indústria de alimentos para redução das reclamações dos consumidores.

GOBIS, M. A.; CAMPANATTI, R. Os benefícios da aplicação de ferramentas de gestão de qualidade dentro das indústrias do setor alimentício. Revista Hórus, v. 7, n. 1, p. 26-40, 2012.

Modernização da Qualidade na Indústria 4.0. Doo. 20 de jan de 2020. Disponível em: <https://www.doo.com.br/modernizacao-da-qualidade-na-industria-40>. Acesso em: 4 de nov de 2020.

NOGUEIRA, M. O.; DAMASCENO, M. L. V. Importância do sistema de gestão da qualidade para indústria de alimentos. Caderno de Ciências Agrárias, v. 8, n. 3, p. 84-93, 2016.

7 ferramentas da qualidade. Portal ISO. Disponível em: <https://ferramentas-da-qualidade.portaliso.com/7-ferramentas-da-qualidade/>. Acesso em: 4 de nov de 2020.

 

AUTORA:

Luiza Viegas Menegon

Cientista de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Conteudista na Neoprospecta

10 de dezembro de 2021 0 comentários
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Em foco

Sistemas de Purificação de Água Compactos e Inovadores – A Base Para Sua Análise de Sucesso

por jornalismo-analytica 9 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Nossos sistemas de purificação de água de laboratório Arium® apresentam um design inspirador e orientado para a aplicação. Eles permitem que você execute seus fluxos de trabalho com mais rapidez e confiabilidade, simplificando seu trabalho diário de laboratório e, ao mesmo tempo, garantindo uma operação econômica em longo prazo. 

Todos os instrumentos oferecem a máxima flexibilidade, pois podem ser adaptados às suas necessidades e perfeitamente integrados ao ambiente do seu laboratório. Os sistemas de purificação de água Arium® da Sartorius oferecem uma ampla variedade de sistemas para atender às necessidades de água de seu laboratório em relação à qualidade (ultrapura, pura ou água RO), uso de volume diário e flexibilidade. Combine e adicione tecnologias de purificação para garantir que a água purificada seja otimizada para suas necessidades e aplicações com diferentes tecnologias inovadoras para obter uma excelente experiência do usuário.

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Alguns exemplos dessas tecnologias são o display, iJust® e o Bagtank. O display é fácil de usar, com ou sem luvas, com uma tela clara e grande para garantir que os dados estejam sempre visíveis e o sistema iJust ajusta a proporção de água residual e água do produto com base na qualidade da água de alimentação, certificando-se de minimizar a porção de água residual.

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Certifique-se de encontrar a água certa para sua aplicação, pois dependendo das aplicações, você pode precisar de água de qualidade ou pureza diferente. A escolha de baixa qualidade pode interferir ou até mesmo arruinar suas amostras ou experimentos, enquanto a escolha de alta qualidade pode ser desnecessariamente cara. Escolher um sistema de purificação de água que produza água de forma consistente e confiável, onde você pode monitorar a qualidade em todos os momentos, proporciona tranquilidade e melhor do que usar água engarrafada.


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