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sustentabilidade

Notícias

Inteligência Artificial na Ciência: para o bem ou para o mal?

por jornalismo-analytica 26 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)

 

O senso comum considera a tecnologia como neutra. Seu uso é que a tornaria boa ou ruim. Assim, armas de fogo teoricamente desenvolvidas para proteger uma pessoa de perigos, por exemplo, de animais selvagens ferozes, na prática, são também usadas para matar inocentes, às vezes promovendo carnificinas.

Não é muito diferente com tecnologias futurísticas, como os algoritmos de aprendizado de máquina que geram textos com linguagem fluente, com fundamento na habilidade em manipular enormes bases de dados. Esse avanço tecnológico pode mudar a forma como a ciência é feita, porém não necessariamente para melhor.

A revista Nature publicou há cerca de um ano (http://bitly.ws/qEcr) uma matéria apresentando uma nova e poderosa ferramenta de inteligência artificial, chamada de GPT-3, criada no Vale do Silício. Ela consegue produzir textos a partir de uma frase provocativa, baseada em dezenas de bilhões de textos originais existentes em livros, artigos ou sites da internet. O que inclui fazer resumos ou interpretações de textos científicos.

 

Quase sem limites

Trata-se de uma ferramenta tão avançada, que mesmo pessoas especializadas mostraram dificuldades em distinguir textos redigidos sobre o mesmo tema, quando produzidos por humanos ou pelo GPT-3. O programa responde praticamente qualquer pergunta (se existir reposta já publicada), efetua correções gramaticais, traduz textos entre idiomas, resolve problemas matemáticos e o suprassumo: pode até efetuar programação de computadores usando as linguagens mais usuais!

As possibilidades abertas pelo GPT-3 e programas similares é estarrecedora. Para o bem e para o mal, considerando que vivemos uma quadra em que as fakenews, mormente envolvendo ciência e política, são a face mais nefasta do nosso cotidiano. Assim, o tema passou a preocupar os cientistas. Sem uma denominação clara em português, os aplicativos de Large Language Models (LLMs) são tão recentes quanto controversos. Às vezes, eles repetem erros ou estereótipos problemáticos, que estão contidos em alguns dos milhões ou bilhões de documentos usados para seu treinamento. E os pesquisadores temem que fluxos de linguagem gerados por computador, indistinguíveis da escrita humana, possam causar desconfiança, desinformação e confusão. Além de outros vieses, como racismo, misoginia ou homofobia.

 

Sob escrutínio

Recentemente, a equipe da Dra. Johanna Okerlund, da Universidade de Michigan, publicou um relatório analisando o impacto dessas ferramentas sobre a Ciência (http://bitly.ws/qEe9). Em especial escrutinaram o impacto de uma ferramenta denominada “Elicit”, desenvolvida pela empresa Ought (San Francisco, CA), que possui a capacidade de responder perguntas utilizando a literatura científica. Segundo o relatório, embora os LLMs possam facilitar o entendimento de pesquisas complexas, capacitar as pessoas a extrair rapidamente insights de informações, consultar sintomas de doenças ou para gerar resumos de tópicos técnicos. Infelizmente, também podem criar vieses anticiência e aprofundar o ceticismo público em relação à Ciência, como ocorreu recentemente a respeito de vacinas, ou já há mais tempo, em relação a organismos geneticamente modificados.

O relatório aponta que os resumos produzidos pelos algoritmos podem conter erros, incluir informações desatualizadas ou remover nuances e incertezas, sem que os usuários percebam isso. Ao valer-se de LLMs para tornar compreensíveis pesquisas complexas, assume-se o risco de obter uma visão simplificada e idealizada, que pode ameaçar o profissionalismo indispensável a um cientista. Igualmente, pode exacerbar os problemas de confiança do público na ciência. Os cientistas também perceberam que diferentes indivíduos, fazendo consultas sobre o mesmo tema, portanto usando terminologia diferencias, podem receber respostas personalizadas, com gradações de diferenças entre elas.

Assim, mesmo para um cientista efetuando uma consulta, pode ocorrer acesso a informações mais antigas, desatualizadas, ou nivelar como igualmente importantes artigos de escol com outros de baixa qualidade. Até porque, é difícil reconhecer quando um LLM fornece uma informação distorcida.

 

Uso em editoras científicas

Um dos ramos de aplicação projetada para os LLMs está na área de grandes editoras científicas, que poderão desenvolver LLMs específicos para Ciência, com a capacidade de rastrear o texto completo de todos os seus artigos. Servirá para automatizar determinados aspectos da revisão por pares, incluindo a identificação dos melhores revisores para cada texto submetido para publicação. Os LLMs também podem ser usados para identificar resultados particularmente inovadores em manuscritos ou patentes, e talvez até mesmo para ajudar a avaliar esses resultados. E, um aspecto muito importante: os LLMs podem auxiliar pesquisadores em países que não falam inglês para adequar o estilo de seu artigo, conforme os padrões do idioma inglês para Ciência.

Mas, o grande temor dos cientistas é que pessoas desonestas poderão usar LLMs para gerar documentos falsos ou quase falsos, se acharem que isso ajudará sua carreira. Paralelamente às funcionalidades dos LLMs deverá ser desenvolvida a capacidade de arguir suspeitas sobre textos científicos desonestos, alertando revisores e editores.

Finalmente, o relatório da equipe da Dra. Okerlund alerta que, assim como em qualquer processo científico, o uso dos LLMs na Ciência, obrigatoriamente necessita ser transparente. O que significa que os desenvolvedores devem explicar quais textos foram usados e a lógica dos algoritmos envolvidos, apenas para citar alguns aspectos. Transparência será fundamental para que LLMs sejam usados principalmente para o bem, evitando o seu uso desonesto ou com o objetivo de desinformação e de confusão sobre fatos científicos.

26 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

Fortalecer a indústria é essencial para a inovação e a competitividade do Brasil, avaliam especialistas

por jornalismo-analytica 25 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A despeito de a industrialização no Brasil ter sido tardia, iniciada um século e meio após a primeira e a segunda revoluções industriais, o país conseguiu construir ao longo das últimas décadas um parque industrial vigoroso e diversificado, que até poucos anos atrás foi a mais importante plataforma manufatureira da América Latina. As sucessivas crises econômicas internas, associadas a problemas estruturais que elevam o custo Brasil, contudo, vêm inibindo a competitividade e o crescimento da indústria nacional.

Na década de 1980, por exemplo, a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do país chegou a 34% e, atualmente, caiu para 22%. Nos últimos dez anos, a indústria de transformação brasileira encolheu em média 1,5% ao ano e hoje representa só 11% do PIB brasileiro.

Essa retração da indústria nacional tem afetado o desempenho da economia como um todo uma vez que, embora tenha participação de 22% no PIB, o setor responde por quase 72% das exportações brasileiras e por 33% da arrecadação de impostos. Além disso, compromete a competitividade e os esforços de inovação do país, dado que a indústria é responsável por mais de 68% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e dá sustentação para outros importantes setores econômicos do Brasil, como os do agronegócio, do comércio e o de prestação de serviços por meio do desenvolvimento de tecnologias, máquinas e equipamentos.

A avaliação foi feita pelos participantes do seminário “Desenvolvimento industrial, científico e tecnológico”, realizado em 11 de maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em colaboração com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e em parceria com o jornal digital Poder360. O evento integra o ciclo de cinco debates idealizados pela CNI sobre o tema “200 anos de independência – a indústria e o futuro do Brasil”. Os encontros contam com a curadoria do ex-senador e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Cristovam Buarque.

“A retração da indústria nacional é muito preocupante porque o efeito multiplicador de riquezas do setor é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país”, disse Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

De acordo com o dirigente, no século 20, sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, a indústria brasileira passou por um notável ciclo de prosperidade. Entre as décadas de 1950 e 1970, a participação do setor na economia praticamente dobrou. Em meados da década de 1980 a indústria chegou a responder por quase metade do PIB do país.

Essa rápida expansão foi resultado da adoção de políticas públicas que incentivaram investimentos maciços do governo e da iniciativa privada em setores estratégicos, como energia, transportes, siderurgia, mineração e produção de petróleo, entre outros, apontou Andrade.

“As medidas governamentais que apoiaram a industrialização do país seguiram os modelos de desenvolvimento da época e se basearam em elevadas tarifas de importação e em outros instrumentos de proteção às empresas e aos produtos nacionais. Também continham iniciativas voltadas para atração de indústrias estrangeiras, especialmente aquelas com cadeias produtivas longas como as do segmento automotivo. Essas políticas foram decisivas para o crescimento e para a consolidação do parque industrial brasileiro”, avaliou.

Foi nesse período, especificamente na década de 1970, que foi criado o primeiro grande programa-polo no país, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), apontou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP.

“Hoje está na moda falar em moonshots, em pesquisa orientada à missão, que no Brasil nasceu com o Proálcool. Foi um programa que envolveu muitas instituições de pesquisa e empresas e resultou no desenvolvimento de tecnologias nacionais próprias para enfrentar o desafio tecnológico daquele momento, que era a questão energética”, avaliou.

Lamentavelmente, a partir dos anos 1980, a atividade industrial no Brasil perdeu impulso em decorrência de diversos fatores, notadamente da instabilidade macroeconômica, marcada pela inflação descontrolada, afirmou Armando Monteiro Neto, ex-senador e conselheiro emérito da CNI.

“Mesmo quando o Brasil conseguiu estabilizar a economia tivemos problemas, como a fortíssima apreciação do câmbio. Além disso, a dificuldade de entender a mudança do cenário mundial fez com que não conseguíssemos transitar da política de substituição de importações para um modelo mais aberto, que permitisse que o Brasil pudesse desenvolver competências especialmente na produção de bens de maior densidade tecnológica e maior complexidade. Com isso, perdemos competência crescentemente”, avaliou.

Retomada do setor

A fim de recuperar e fortalecer a indústria no país, os especialistas defenderam a criação e a implementação de uma agenda que combine a superação de antigos obstáculos que elevam os custos das empresas no país – como sistema tributário complexo e cumulativo, infraestrutura deficiente, baixa qualidade da educação e insegurança jurídica – com uma política industrial moderna, alinhada com as melhores práticas internacionais, que promova a produtividade e a inovação.

Ao contrário dos planos do passado, em que predominavam medidas protecionistas, as atuais políticas de apoio ao setor industrial de países como Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul e França estimulam a exposição das empresas ao mercado internacional e têm como foco o desenvolvimento interno das chamadas tecnologias habilitadoras, vinculadas à indústria 4.0, à economia digital e à descarbonização, apontaram.

“Talvez a indústria do futuro não seja caracterizada pela criação de setores novos, como os que surgiram depois da segunda revolução industrial e da Segunda Guerra Mundial, mas integrará polos de tecnologias que vão ser pervasivas e presentes em áreas como inteligência artificial, data science e IoT [internet das coisas]”, disse Pacheco.

Para se adequar a essa nova realidade, será preciso construir uma política industrial acoplada à tecnológica e olhar para o que está ocorrendo no cenário internacional, caracterizado por uma rivalidade comercial crescente entre países como os Estados Unidos e a China e acirrada pelo contexto da guerra na Ucrânia, a fim de identificar oportunidades, avaliou.

Uma das oportunidades que o Brasil tem hoje é o chamado nearshoring – a terceirização de algumas funções de empresas para instalações em países próximos –, uma vez que os países centrais estão avaliando a possibilidade de instalar suas cadeias produtivas em nações próximas, além da Ásia, disse Ana Cristina Costa, coordenadora de estratégia industrial e desenvolvimento da área de indústria, serviços e comércio exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

“Mas isso tem que ser feito de modo inteligente, para que tenhamos ganhos relativos, como a atração de centros de P&D e a capacidade de desenvolvermos cadeias produtivas locais”, ponderou.

Agenda econômica

A agenda do aumento da competividade da indústria brasileira só poderá ser concretizada com a existência de políticas econômicas que estimulem as empresas e que cobrem delas um desempenho inovador melhor, ressaltou Pacheco.

“É preciso empurrar as empresas para que elas possam ser inovadoras, estimulando-as a competir no mercado internacional. Mas o desempenho delas nesse quesito dependerá da economia, porque a inovação é uma agenda essencialmente econômica”, afirmou.

Se não ocorrer uma recuperação do aumento da participação da indústria no PIB, o Brasil dificilmente atingirá os patamares de investimentos privados em P&D necessários para ser competitivo globalmente, avaliou Dan Ioschpe, presidente do conselho de administração da Iochpe-Maxion e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

“Além disso, corremos o risco de transferir o esforço de P&D para ser realizado por outros países, porque as tecnologias habilitadoras têm de estar próximas do processo industrial”, afirmou.

Na avaliação dele, não há fatores que impeçam o Brasil de avançar na agenda de retomada e fortalecimento do setor industrial, a exemplo do que vem sendo implementado em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

“Não nos falta potencial. Inclusive, em algumas áreas como a descarbonização e a segurança alimentar, não há lugar mais bem aquinhoado no mundo do que o Brasil. A única razão para o insucesso do país será a incapacidade de transformar potencialidades e recursos em resultados”, avaliou.

Fonte: Elton Alisson | Agência FAPESP

25 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

Torção de bicamada de grafeno gera um novo tipo de ligação molecular

por jornalismo-analytica 24 de maio de 2022
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A “twistrônica” é uma variante da eletrônica que descreve o que acontece quando duas folhas de grafeno, quase bidimensionais, são empilhadas e, mantido o empilhamento, uma delas é girada sobre a outra. Quando a torção (twist em inglês) entre as folhas atinge um ângulo específico, chamado de “ângulo mágico”, que vale cerca de 1,1 grau, a bicamada torcida de grafeno (TBG, do inglês twisted bilayer graphene) passa a apresentar uma competição de dois comportamentos antagônicos: isolante e supercondutor.

O fenômeno foi obtido experimentalmente por um grupo de pesquisadores liderado por Pablo Jarillo-Herrero no Departamento de Física do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Estados Unidos. E descrito em artigo https://www.nature.com/articles/nature26160 publicado na revista Nature em 2018.

Um novo estudo, desta vez teórico, obteve, no lugar dos estados isolante e supercondutor, um outro estado possível: o metálico. O trabalho foi realizado com apoio da FAPESP pela equipe coordenada pelo professor Antonio Seridonio no Departamento de Física e Química da Universidade Estadual Paulista (DFQ-Unesp), em Ilha Solteira. Os resultados foram recentemente publicados no periódico 2D Materials.

“No estado isolante, tecnicamente chamado de ‘estado isolante de Mott’, a interação elétron-elétron é repulsiva e dominante. A repulsão dificulta o transporte eletrônico pelo sistema e isso caracteriza a condição de isolamento elétrico. Já no estado supercondutor, ocorre um comportamento contraintuitivo, que é a atração entre os elétrons. Isso gera um novo portador de carga, o chamado ‘par de Cooper’, composto por dois elétrons que fluem juntos pelo material sem dissipação de energia, o que define a supercondutividade”, explica Seridonio.

E continua: “No estado metálico, considerado em nosso trabalho, o TBG não apresenta um gap entre a banda eletrônica de valência [aquela preenchida por elétrons] e a banda eletrônica de condução [aquela que apresenta espaços vazios]. Porém, como o material tem um número periódico de átomos, seus espectros discretos de energia se superpõem e dão origem a espectros contínuos, com energias infinitamente próximas umas das outras.”

Para melhor caracterizar esse estado metálico, o estudo considerou a adsorção de impurezas na super-rede de moiré gerada pelo movimento relativo das duas folhas. O termo “moiré”, de origem francesa, vem da tecelagem e designa um tipo de tecido de padrão ondulado. Em física, é usado para nomear os padrões de interferência que se formam quando duas redes são sobrepostas e rotacionam uma em relação a outra. A expressão “super-rede” é utilizada no caso porque esse padrão de interferência se apresenta em uma escala de tamanho muito maior do que a da rede de grafeno [figura A].

“O que encontramos foi um novo tipo de ligação molecular covalente. A ligação covalente usual é aquela em que átomos da molécula compartilham elétrons devido à superposição de seus orbitais atômicos. Porém, na ‘torção mágica’ da bicamada de grafeno, esse cenário se modifica drasticamente quando um campo elétrico é aplicado ao sistema. O campo quebra a simetria de inversão dos ‘cones de Dirac’ e possibilita a emergência de um estado molecular atomicamente frustrado. Neste, os átomos mostram-se localmente como se estivessem isolados uns dos outros, mas, por causa de correlações quânticas não locais mediadas pela super-rede de moiré, eles ainda apresentam um caráter molecular”, informa Seridonio.

Aqui, é preciso abrir um parêntese para explicar o significado dos “cones de Dirac”. Assim nomeados em referência ao físico britânico Paul Dirac (1902-1984), que deu contribuições fundamentais para o desenvolvimento da mecânica e da eletrodinâmica quânticas, essas superfícies cônicas, semelhantes a ampulhetas, descrevem as configurações eletrônicas de certos materiais, como o grafeno e outros, em níveis específicos de energia. As metades superior e inferior da ampulheta representam cones que correspondem às bandas de condução e de valência, respectivamente. Estas só se encontram nos pontos centrais, chamados de “pontos de Dirac”.

“Para entendermos melhor o papel dos cones de Dirac e do campo elétrico no aparecimento da ligação molecular que encontramos em nosso estudo é interessante fazer uso de uma analogia. Imaginemos os cones de Dirac como as duas metades de uma ampulheta com seus vértices unidos em um único ponto. Esse ponto é o marco zero de energia, onde só cabe um grão de areia, mas que se encontra vazio no início, devido à ausência de um campo elétrico externo. Chamamos esse ponto vazio, sem grão, de ‘pseudogap’ ou ponto de Dirac”, afirma Seridonio.

E prossegue: “O cone superior, de ponta-cabeça, faz o papel da banda de condução e está equilibrado pelo vértice do cone inferior, que emula a banda de valência. Esse último cone, por sua vez, encontra-se plenamente preenchido por areia até uma altura logo abaixo do ‘pseudogap’ e representa o número ideal de elétrons do sistema. Como temos duas folhas de grafeno formando o TBG, há duas ampulhetas nessa condição [figura B]. No ‘ângulo mágico’, é como se as ampulhetas ficassem perfeitamente achatadas, pois a inclinação dos cones torna-se zero. O campo elétrico fecha o ‘pseudogap’, preenchendo-o com areia, e o achatamento dos cones comprime todos os níveis de energia moleculares nesse ponto, onde só cabe um grão, que corresponde ao nível de energia zero [com o achatamento total dos cones, sua representação gráfica fica reduzida a uma linha horizontal; a figura C mostra uma situação de transição, em que os cones aparecem achatados, mas não completamente].”

O pesquisador acrescenta que, estando os cones achatados, a configuração eletrônica não sai do nível zero de energia. Todo o espectro molecular é reduzido a um único estado quântico de energia zero. E torna-se robusto nesse sentido. A molécula “tenta” dissociar-se em átomos independentes, mas “não consegue”, pois os níveis de energia encontram-se altamente “espremidos” pelo colapso dos cones de Dirac. Assim, a molécula se torna “atomicamente frustrada”.

“Esse tipo de configuração é chamado de ‘modo zero de energia’. E, se o aumento progressivo da magnitude do campo elétrico não for capaz de remover esse modo, que fica cravado no zero indefinidamente, ele se torna imune a perturbações externas e é considerado ‘robusto’. A robusteza é um dos principais requisitos para a realização de uma computação quântica topológica”, ressalta Seridonio.

O estudo em pauta, coordenado por Seridonio, faz parte da pesquisa de doutorado de William Nobuhiro Mizobata, autor principal do artigo e aluno da Pós-Graduação em Ciência dos Materiais do DFQ-Unesp. Contou com a participação dos doutorandos José Eduardo Cardoso Sanches e Willian Carvalho da Silva, além do mestre Mathaus Penha e do graduando Carlos Alberto Batista Carvalho. Colaboraram ainda os professores Valdeci Pereira Mariano de Souza (Unesp de Rio Claro) e Marcos Sérgio Figueira da Silva (Universidade Federal Fluminense – UFF).

Fonte: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP

24 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

Agrotóxico comum no Brasil pode colocar em risco espécies nativas de abelhas, aponta estudo

por jornalismo-analytica 23 de maio de 2022
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Um dos agrotóxicos mais comuns no Brasil, o neonicotinoide imidacloprido, pode estar colocando em risco as abelhas nativas, sugere estudo publicado recentemente na revista Environmental Research. Porém, por não contar com um protocolo de avaliação de risco específico para essas espécies, os cientistas brasileiros desconhecem as reais dimensões do problema.

O alerta vem de resultados preliminares de estudos que estão sendo conduzidos na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com o objetivo de entender qual é a sensibilidade específica das abelhas nativas sociais (Melipona scutellaris e Scaptotrigona postica) e solitárias (Tetrapedia diversipes e Centris analis) a esses compostos.

A investigação conta com apoio da FAPESP por meio de dois projetos (17/21097-3 e 19/27863-5).

Nos testes realizados em laboratório, as abelhas são expostas ao agrotóxico, usado em culturas de algodão, batata, cana-de-açúcar, feijão e tomate, entre outras. Diluído em concentração relevante ambientalmente, ou seja, semelhante à que seria encontrada na natureza, o químico é aplicado por via oral (simulando a coleta de recursos alimentares como pólen, néctar, óleos florais e resinas) e por contato (como acontece em nuvens de pulverização durante a aplicação do produto nas lavouras).

Em seguida, são avaliados fatores como o comportamento dos insetos (por exemplo, a capacidade de realizar caminhos habituais, resposta à luz e nível de desorientação), marcadores celulares e mortalidade.

No caso das abelhas solitárias, dizem os autores, os estudos são ainda mais incipientes e incluem o desafio extra da falta de conhecimento sobre a biologia do animal.

“Ainda sabemos pouco sobre seu ciclo de vida e seus hábitos e, por isso, é necessário primeiro criar as espécies em laboratório para depois propor um protocolo adequado”, explica Osmar Malaspina, professor do Instituto de Biociências da Unesp em Rio Claro.

Resultados preliminares dos estudos com abelhas solitárias vêm indicando que elas podem ser afetadas por agrotóxicos mesmo em baixas concentrações. “Já podemos observar efeitos preocupantes de envenenamento, como tremores e incapacidade de voo”, conta Rafaela Tadei, doutoranda em ciências biológicas na Unesp sob a orientação de Malaspina e coautora do artigo. “Se a abelha estivesse na natureza e não no laboratório, seria predada e morreria.”

Avaliações feitas no corpo gorduroso dessas abelhas solitárias, parte responsável pela desintoxicação e que também serve como reserva de nutrientes, indicam que essa estrutura está sendo afetada, o que pode comprometer funções fisiológicas.

Falta de protocolo

Hoje, no mundo todo, a avaliação de risco de agrotóxicos para abelhas utiliza como referência uma das espécies mais comuns no mundo, a produtora de mel Apis mellifera. No Brasil, onde há cerca de 3 mil espécies nativas, para as quais inexistem modelos específicos, o padrão internacional é extrapolado com um fator de segurança de dez, que também é baseado em espécies não brasileiras. Porém, de acordo com os estudos da Unesp e da UFSCar, nem essa medida extra de cautela parece ser suficiente para garantir a proteção dos insetos, o que reforça a necessidade de protocolos específicos e melhorias na regulamentação.

“Quando utilizamos uma espécie-modelo menos sensível como padrão, supomos que as abelhas estão seguras quando, na verdade, elas podem não estar”, explica a pesquisadora. “E, embora ainda sejam necessários mais estudos para sabermos o quanto os agrotóxicos afetam a reprodução das abelhas brasileiras e o serviço de polinização realizado por elas, sabemos que a diminuição da população de polinizadores se refletirá na redução da diversidade de alimentos, afetando o sistema econômico e, consequentemente, a sociedade”, diz Tadei.

“Estudar os efeitos dos agrotóxicos nas abelhas nos permite buscar meios de preservar a nossa biodiversidade e identificar o que está acontecendo com essas populações para que não fique tarde demais para recuperá-las e passemos a depender da polinização manual ou de outros meios que vão encarecer muito nosso recurso alimentar.”

Segundo Tadei, o passo seguinte aos estudos será a inclusão de três esferas nesse debate: a sociedade civil, para que entenda a necessidade da pesquisa e da proteção ao meio ambiente; os órgãos governamentais, para que melhorem a regulamentação com base em dados cientificamente comprovados; e a comunidade científica, para que trabalhe em conjunto e obtenha as melhores respostas para o meio ambiente.

Fonte:  Julia Moióli | Agência FAPESP

23 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

UFSCar recebe inscrições para curso sobre princípios básicos em Fitoterapia e Farmacologia

por jornalismo-analytica 20 de maio de 2022
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Curso 100% online tem aulas teóricas e práticas

Estão abertas as inscrições para o curso “Princípios Básicos em Fitoterapia e Farmacologia”, ofertado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O curso, 100% online, aborda os princípios básicos das duas áreas, com aulas teóricas e práticas. Os encontros estão agendadas para os dias 27 e 29 de junho e 1º de julho, respectivamente, segunda, quarta e sexta, com duração de quatro horas cada, totalizando 12 horas.

A farmacologia, ou o estudo dos medicamentos, é a área que aborda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. Trata-se de uma importante ferramenta para o profissional da saúde, assim como a Fitoterapia. Os remédios fitoterápicos, aqueles produzidos a partir de plantas medicinais ou de seus derivados, têm ganhado cada vez mais espaço como uma alternativa, tanto na prevenção quanto no tratamento de problemas de saúde dos brasileiros. Hoje em dia, alguns medicamentos fitoterápicos – aqueles que constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), já estão disponíveis aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Tradicionais, seguros, com eficácia comprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os produtos à base de plantas medicinais, quanto utilizados de forma correta, ainda apresentam menor grau de efeitos adversos. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a utilização de fitoterápicos e plantas medicinais valoriza a cultura e os conhecimentos tradicional e o popular, e fortalece o desenvolvimento da cadeia produtiva.

O curso ofertado pela UFSCar fornece subsídios para a utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, em relação ao preparo, conservação, parâmetros de qualidade e emprego terapêutico, assim como contextualiza a fitoterapia em relação os princípios de farmacologia. Médicos, farmacêuticos, nutricionistas, dentistas e outros profissionais e estudantes da área da saúde e das ciências biológicas, podem participar.

Os interessados podem se inscrever até o dia 23 de junho, pela plataforma Box UFSCar, em https://bit.ly/fitoterapiaefarmacologia. A partir do dia 4 de junho, estarão abertas as inscrições para vagas gratuitas limitadas. Há formulários específicos para servidores da UFSCar, alunos de graduação e pós-graduação da Universidade e para a comunidade externa, todos disponíveis em www.ufscar.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail fitoterapia.ufscar@gmail.com.

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“Série Energia”: Energia solar térmica chega à América Latina

por jornalismo-analytica 19 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A energia solar térmica, também chamada de termossolar ou fototérmica, é a forma de gerar energia térmica a partir da energia solar, ou seja, o calor do sol aquece um fluido, como, por exemplo, a água. Ela é comumente usada em residências para aquecer a água do banho e da piscina, mas também pode ser produzida em grande escala. Em março deste ano, entrou em funcionamento a primeira usina termossolar do Brasil, na cidade de Rosana, no Estado de São Paulo.

Essa usina é um projeto experimental com capacidade de 0,5 MW, capaz de atender 360 residências de consumo médio, cerca de 180 kWh/mês, e é operada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A primeira usina termossolar da América Latina opera desde junho de 2021 no Deserto do Atacama, no Chile.

Os benefícios de utilizar a energia solar térmica são inúmeros. A que mais chama atenção dos usuários certamente é a redução de custo em energia elétrica dos chuveiros, no caso das residências. Outros benefícios são para o meio ambiente, por ser uma forma de energia limpa e renovável e uma saída para a geração de eletricidade nos casos de crise hídrica.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Mariana Zanarotti Shimako, aluna de Engenharia de Biossistemas (FZEA). A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.

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Material biodegradável otimiza aplicação de fertilizantes em mudas

por jornalismo-analytica 18 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Criado por inventores da UFSCar e da USP a partir de bagaço de cana-de-açúcar, invento otimiza trabalho e tempo, além de gerar economia e menos resíduos na Natureza

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um material biodegradável que libera nutrientes, de forma lenta e prolongada, para produção e crescimento de plantas. A tecnologia otimiza trabalho e tempo, além de gerar economia e menos resíduos.

Feito a partir da fibra de celulose, extraída do bagaço da cana-de-açúcar, o invento tem a aparência de um papel e carrega três macronutrientes essenciais para o desenvolvimento de qualquer tipo de planta: nitrogênio, fósforo e potássio. É biodegradável por sofrer decomposição natural ao entrar em contato com o ambiente.

O método foi registrado como patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com o apoio da Agência de Inovação (AIn) da UFSCar, e é inédito para este tipo de uso.

O material deriva da tese de Lucas Luiz Messa, doutor em Engenharia e Ciência de Materiais pela USP, campus de Pirassununga, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sob orientação de Roselena Faez, docente no Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME-Ar) do Campus Araras da UFSCar.

A espessura do papel varia de 0,12 a 0,21 milímetros, sendo possível usá-lo como embalagem – na produção e no transporte de mudas, descartando o uso de plásticos ou potes – e, também, de forma fragmentada, em pequenos pedaços, para o crescimento e nutrição de plantas já em solo.

No mercado, já existem fertilizantes de liberação lenta e prolongada; também há materiais biodegradáveis para acomodar as plantas. “Mas essas duas características em um só produto é a novidade da tecnologia”, assegura Faez.

O método para obtenção é simples, pois o bagaço da cana – matéria-prima abundante e de baixo custo – tem de 40 a 44% de celulose para extração. Além disso, o processo de produção não usa solventes e não gera resíduos.

Após esta etapa, são incorporados os macronutrientes – a quantidade exata de cada um varia de acordo com a demanda da planta, sendo, portanto, um material modulável e que evita desperdícios.

O produto permite, também, a inserção de micronutrientes, como magnésio, cobre, ferro e zinco, importantes em menor quantidade e em outras etapas de crescimento, sendo necessários estudos prévios e detalhados de cada espécie.

E, por ser biodegradável, em cerca de 45 dias o material sofre decomposição natural, sem impacto ao ambiente ou prejuízos às plantas. “Geralmente, em um estágio de 40 dias, elas já criaram novas raízes e, assim, suporte para seguirem crescendo dali em diante”, relata a docente da UFSCar.

Atualmente, esse processo de nutrição é feito com fertilizantes inseridos de forma manual, no solo. “O agricultor já insere nutrientes em excesso, pois são sais solúveis e, com chuvas, podem ser levados para rios e lagos. Isso gera, além de desperdícios, perdas econômicas e ambientais”, analisa a docente.

Outra vantagem: o custo é baixo – cerca de R$ 0,27 por grama de embalagem -, algo interessante e viável para pequenos produtores de agricultura familiar.

“Em vez de reaplicar o fertilizante de duas até quatro vezes num determinado período (cerca de 45 dias), o produtor só usa o material uma vez, até a sua biodegradação natural. Sabe que a planta está recebendo os nutrientes necessários para se fortalecer sem desperdícios. Isso é vantajoso principalmente para o pequeno produtor, geralmente sozinho ou com equipe pequena, pois pode dedicar este tempo a outras atividades”, afirma a docente.

Por ser facilmente modulada, a tecnologia atende diversas áreas da agricultura – de horticultura e floricultura a culturas de ciclos mais longos, como, por exemplo, em restaurações florestais.

“É possível inseri-la em mudas de eucalipto, por exemplo, com os nutrientes necessários a elas. Este, inclusive, é um de nossos estudos em andamento, e as perspectivas são boas”, adianta Faez.

A tecnologia está disponível para comercialização de pequenos, médios e grandes produtores. Empresas e pessoas interessadas em adquirir o material podem entrar em contato com a Agência de Inovação da UFSCar, pelo e-mail inovacao@ufscar.br.

18 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

EB BOMBAS E EQUIPAMENTOS REALIZA PLANO DE INVESTIMENTOS PARA AMPLIAR PRESENÇA EM ENERGIA E ÓLEO & GÁS

por jornalismo-analytica 17 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Diretores01De olho em novas oportunidades de negócios nos setores de energia e óleo & gás, a brasileira EB Bombas e Equipamentos realizou nos últimos anos um grande plano de investimentos. O objetivo central era expandir o patamar de atuação da empresa, que atua há mais de 35 anos no mercado de bombas centrífugas e equipamentos rotativos em geral. Em entrevista ao Petronotícias, o sócio e diretor técnico/comercial da companhia, José Vilas, contou alguns dos investimentos realizados, que vão desde a aquisição de um centro de usinagem com operação de 5 eixos simultâneos até a contratação de novos profissionais. Falando especificamente de óleo e gás, o executivo está com boas expectativas de novos negócios. “A EB está com uma perspectiva de crescentes oportunidades de novos produtos para novas unidades ou substituição por obsolescência. Aliado a isso, podemos prestar total apoio na área de serviços offshore, in the company, ou em nossas instalações”, afirmou. O diretor ainda detalhou que a companhia possui todos os cadastros para atendimento na área de energia, inclusive atendendo também a Eletronuclear. “Atuamos também na área de energia junto a termoelétricas e hidrelétricas, do Oiapoque ao Chuí, buscando sempre apoiar nossos clientes na melhoria contínua, diminuição de custos de manutenção e redução do consumo de energia”, acrescentou.

Como tem sido a atuação da empresa no setor de óleo e gás, especialmente na área offshore?

FabrilO segmento de óleo e gás é, sem sombra de dúvidas, o setor de maior crescimento em nossos produtos e serviços. A experiência de nossos profissionais, aliado aos nossos produtos e serviços, criou uma ligação técnica e comercial com o segmento muito forte. Possuímos profissionais aptos e treinados para serviços offshore em escala mundial, aliado ao apoio técnico em melhoria de projetos e assessoria técnica com foco em melhorias mecânicas e hidráulicas. Possuímos hoje contratos vigentes e com atuação constante na área de manutenção e serviços, aliado a fornecimento de manutenção, spare parts, medições de performance, testes de bancada e reengenharia. A EB Bombas e Equipamentos dispõe ainda de um bom acervo técnico dos produtos e serviços executados, bem como equipe exclusiva para atendimento ao segmento óleo e gás.

Quais são as perspectivas de novos negócios dentro do segmento de petróleo?

IMG_0559Estamos muito animados e com excelente perspectiva de crescimento no setor. As grandes e conceituadas empresas que operam neste segmento possuem exigências e critérios diferenciados e muito produtivos. A EB está com uma perspectiva de crescentes oportunidades de novos produtos para novas unidades ou substituição por obsolescência. Aliado a isso, podemos prestar total apoio na área de serviços offshore, in the company, ou em nossas instalações. A EB se preparou e continua em constante melhoria para apoiar seus clientes em todos os aspectos. Um dos nossos carros-chefes é o total apoio para reengenharia e nacionalização de produtos que nossos clientes possuem sem ter como recorrer aos fabricantes dos mesmos, motivado por ausência [desses fabricantes] em território nacional ou pelo longo tempo de retorno de suas necessidades.

E quanto ao segmento de energia? Quais são as últimas movimentações da EB nessa área ?

DSC06507Possuímos todos os cadastros para atendimento na área de energia. Inclusive, e com muito orgulho e honra, sendo a Eletronuclear nossa cliente. Fornecemos produtos e serviços de elevadíssima criticidade, aliado ao rigorosíssimo sistema de controle de qualidade da Eletronuclear. Possuímos cadastro Eletronuclear RCD4 e já em tramitação para evoluir para RCD3.

Adotamos a premissa de que “A EB existe para os clientes”. Por isso, gostamos muito de receber nossos clientes em nossas instalações, onde sempre trocamos cases de melhoria. Atuamos também na área de energia junto a termoelétricas e hidrelétricas, do Oiapoque ao Chuí, buscando sempre apoiar nossos clientes na melhoria contínua, diminuição de custos de manutenção e redução do consumo de energia. A EB Bombas oferta sempre produtos desenvolvidos para as reais necessidades de nossos clientes.

Poderia falar de novos investimentos previstos no parque fabril da empresa?

Diretores02

Renato Penati, um dos sócios da EB Bombas

Nós, sócios diretores da EB Bombas, criamos no final de 2018 um audacioso planejamento de crescimento e investimento, com recursos próprios, que mudou nosso patamar de atuação. Em resumo, adquirimos novas unidades de fabricação automatizadas (novo centro de usinagem). Além disso, fizemos a aquisição de centro de usinagem com operação de 5 eixos simultâneos, com elevadíssima velocidade e precisão, que diminui de forma significativa o tempo de fabricação dos produtos projetados.

Investimos, e já está em operação, em uma nova fábrica de selos mecânicos com capacidade, know how e acervo para atender a todos os planos de selagem e exigências da API. A EB Bombas também investiu em novos softwares de engenharia e hardware, possibilitando assim maior agilidade nos estudos e projetos especiais de todos os nossos clientes. A empresa também ampliou e modernizou seu departamento de manutenção, montagem e serviços.

A companhia expandiu a capacidade de bancada de teste de performance de bombas e equipamentos, possuindo agora a capacidade de até 2.500 cv e 6.600 volts. Essa é uma das maiores bancadas do país, de uma empresa 100% nacional. Fizemos a ampliação de nosso setor de qualidade com novos instrumentos e equipamentos que permitem detectar possíveis falhas de processo antes de sua execução. Adicionalmente, investimos no segmento de tratamento térmico (temperas/revenimento/solubilização/tratamentos especiais), e execução de soldas especiais. Outra novidade foi a atualização, upgrade e retomada do setor de fundição de aços e metais, criando assim maior agilidade e maior controle de todos nossos produtos, com capa

17 de maio de 2022 0 comentários
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Notícias

Antioxidante de acerola pode substituir aditivo sintético banido em vários países e ainda usado no Brasil

por jornalismo-analytica 16 de maio de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Antioxidantes são substâncias importantes para a indústria alimentícia e cosmética, pois retardam o processo de oxidação de produtos ricos em lipídios, como maionese, margarina, cremes hidratantes e afins. Boa parte dos antioxidantes usados atualmente é sintética e, no Brasil, produtos já banidos em outros países, como a TBHQ (terc-butil-hidroquinona), ainda estão em uso.

Na busca por alternativas naturais, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) vem estudando os compostos fenólicos da acerola e conseguiu extrair, do fruto verde, micropartículas antioxidantes tão eficazes quanto a TBHQ. O foco da pesquisa, que conta com apoio da FAPESP, é desenvolver um processo que possa ser adotado facilmente em escala industrial. Resultados recentes foram divulgados na revista Future Foods.

“Há várias pesquisas que comprovam a presença de compostos antioxidantes em diversas fontes. Mas como fazer para que as substâncias de interesse e com grande potencial de uso possam ser produzidas em escala industrial de forma técnica e economicamente factível? Muitos estudos na área de bioquímica são feitos em bancadas ou com amostras muito pequenas, sem condições de serem levados para a indústria. Nossa meta é trabalhar com processos para a obtenção de produtos, em geral ingredientes, com intenção de aplicação prática”, resume Thais Maria Ferreira de Souza Vieira, professora do Departamento de Agroindústria, Nutrição e Alimentos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).

Com amostras representativas (5 a 10 quilos de frutas) e usando apenas água ou etanol como solvente – os derivados de petróleo foram evitados por conta da toxicidade –, o estudo buscou a otimização de processos para aumentar a produtividade, ou seja, recuperar da matéria-prima o máximo de compostos de interesse e, ao mesmo tempo, reduzir o gasto de energia e os custos dos insumos.

“Colegas de grupo já estavam trabalhando com a acerola e, em estudos anteriores, compararam frutos verdes e maduros, demonstrando que a acerola verde tem mais compostos antioxidantes que a madura. O que acontece é que, na mesma árvore, há frutos maduros e verdes, que são colhidos juntos. Os frutos verdes acabam deixando a polpa não tão atrativa do ponto de vista visual. Assim, entendemos que usar esses frutos verdes para produzir um antioxidante natural é uma boa estratégia”, conta Bianca Ferraz Teixeira, primeira autora do artigo e bolsista de iniciação científica da FAPESP.

Processo e testes

Amostras obtidas de um grande produtor de Junqueirópolis (SP) foram lavadas e liofilizadas (submetidas a um processo que extrai a água do alimento) para caracterização e homogeneização. Um extrato foi obtido por meio de adição de água às amostras liofilizadas e, em seguida, o material passou por centrifugação e filtragem.

“Esse extrato foi atomizado no spraydryer [equipamento que promove a secagem do alimento por pulverização e é usada, por exemplo, na produção de leite em pó] e, assim, obtivemos a micropartícula. Optamos pelo spraydryer por ser um método já largamente utilizado na indústria. Ele permite transformar o extrato da acerola em um antioxidante em pó, que pode ser armazenado, comercializado e utilizado de forma simples, sem sofrer oxidação. Eventualmente, pode vir a substituir a TBHQ, que também é usada na forma de pó, não estraga com facilidade e mistura-se bem ao produto, sem causar alteração de cor, sabor e aroma”, explica Teixeira.

Para testar a eficácia das micropartículas, as pesquisadoras fizeram uma emulsão à base de óleo, emulsificante e água – semelhante à encontrada em diversos produtos, incluindo maionese, molhos de salada e cosméticos – e separaram as amostras em três grupos: o primeiro foi aditivado com TBHQ, o segundo recebeu as micropartículas de acerola e, o terceiro (grupo-controle) permaneceu sem nenhum aditivo.

“Adicionamos a concentração permitida pelas normas vigentes do antioxidante sintético e diversas concentrações do pó de acerola microencapsulada. E vimos que este último foi tão efetivo quanto a TBHQ na mesma concentração”, diz Teixeira.

Vieira explica que o ensaio no sistema modelo (água em óleo) é ideal para explorar possibilidades de aplicação do produto e para descobrir em que concentração o pó de acerola é efetivo. “Já existem antioxidantes naturais produzidos comercialmente. Mas não adianta ter um produto de origem natural encapsulado que requer a aplicação de uma grande quantidade para ter eficácia, pois muitas vezes o custo é impeditivo. O antioxidante também não pode mudar a aparência, a cor ou o aroma do produto final. Neste trabalho, foi feita a análise de aroma com provadores e não houve diferença entre as amostras com antioxidante sintético e com o produto à base de acerola do ponto de vista sensorial.”

Compostos

Teixeira lembra que a acerola tem grande concentração de ácido ascórbico (vitamina C) – que não é considerado um composto fenólico, mas apresenta atividade antioxidante considerada alta. “A fruta também contém ácido ferúlico, ácido clorogênico e ácido cumárico. Mas os testes realizados indicam que, no caso da acerola verde, o que mais está presente é o ácido ascórbico”, relata.

A pesquisadora reitera que a eficácia da acerola é similar à dos antioxidantes sintéticos. “Foi o primeiro produto, de todos os que testamos em laboratório, que teve o mesmo desempenho. Usamos a TBHQ como baliza por ser uma substância muito eficiente. Mas na França, no Japão e nos Estados Unidos esse antioxidante sintético já praticamente não é usado. Assim, encontrar uma alternativa natural tão eficaz e tão fácil de aplicar é um feito e tanto.”

Fonte: FAPESP

16 de maio de 2022 0 comentários
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