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sustentabilidade

Notícias

Evolução nos estudos do microbioma da soja mostra importância de técnicas moleculares

por jornalismo-analytica 8 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Um grupo de cientistas da Embrapa Meio Ambiente abordou, em capítulo de livro, o microbioma da soja, tecnologias moleculares avançadas para caracterizar a sua estrutura e funcionamento, além de descrever a ecologia dos microrganismos associados à cultura. O trabalho também mostra a evolução das técnicas moleculares relacionadas a cultura da soja e sugere as melhores abordagens a serem tomadas para análises de microbiomas.

Conforme o doutorando Helio Quevedo, o estudo abordou conceitos de microbioma, além de explicar como observar e analisar a estrutura e funcionalidade das comunidades microbianas que compõem o microbioma.

“A importância disso é que com o entendimento de como se configura a estrutura, função e interações dos microrganismos que habitam a rizosfera, por exemplo, podemos fazer manipulações no microbioma a fim de otimizar as funções benéficas à serviço da agricultura”, explica Quevedo.

“Exemplificando, este conhecimento permite analisar se a introdução de um inoculante pode afetar a diversidade de microrganismos daquele ambiente e quais as consequências dessa interferência. Ou ainda, qual a consequência para a qualidade do microbioma e biologia do solo dependente da escolha do tipo de manejo”, diz o doutorando.

Carolina Nishikawa, doutoranda, primeira autora do trabalho, explica que a inoculação de agentes biológicos não somente tem efeito no microbioma residente da rizosfera, como o oposto também ocorre. “Ou seja, a diversidade microbiológica presente naquele solo também influencia na eficácia desse organismo”, diz Nishikawa.

“Por isso, a importância dos estudos da evolução das técnicas moleculares porque, querendo ou não, quando trabalhamos com inóculos de microrganismos, eles precisam se estabelecer naquele sistema, com a influência da diversidade desse sistema sobre ele”, enfatiza a estudante.

 

Microbioma do solo e interações com a planta

 O adequado manejo do solo, seja por meio de práticas conservacionistas, pelo uso de bioinsumos ou pela exploração dos serviços ambientais oferecidos pelo microbioma do solo, favorece o equilíbrio biológico resultando em produtividade e resiliência do sistema de produção contra estresses abióticos e bióticos. O solo é um dos ecossistemas mais complexos do planeta e hospeda uma imensa diversidade de microrganismos, sendo um importante repositório genético que abrange diversas vias metabólicas.

Geralmente, explica Quevedo, a função está relacionada com o metabolismo do microrganismos. Um microrganismo solubilizador de fósforo tem a habilidade metabólica de transformar o fósforo em uma forma solúvel para as plantas – a função dele é nutrir as plantas. Existe uma diversidade genética de milhares de microrganismos no solo, por sua vez existe uma diversidade de vias metabólicas acontecendo. Esse potencial metabólico é de interesse biotecnológico e pode ser usado na agricultura. 

Apenas um grama de solo pode conter entre 100 milhões a 10 bilhões de células microbianas ativas. Grande parte destes microrganismos apresenta papel fundamental no desenvolvimento vegetal, promovendo a ciclagem e disponibilidade de nutrientes, contribuindo com a proteção da planta contra patógenos e pestes, além de mitigar efeitos de estresses abióticos. 

Os processos de interação com a planta ocorrem, principalmente, na região do solo próxima ao sistema radicular, isto é, rizosfera. A região rizosférica é considerada um hotspot devido ao alto teor de nutrientes exsudados pela planta, por apresentar alta atividade e diversidade microbiológica, incluindo bactérias, fungos, oomicetos e vírus. Membros da microbioma da rizosfera podem ser recuperados, por meio de isolamento em meio de cultivo, e então testados, na forma de inoculantes, quanto a seus efeitos benéficos no desenvolvimento da planta. Por exemplo, bactérias apresentando potencial para a promoção de crescimento da soja já foram isoladas e caracterizadas quanto a sua capacidade de produzir ácido indolacético, solubilizar fosfato mineral e fixar nitrogênio. 

A forma de preparo do solo pode interferir na atividade microbiana e, consequentemente, em sua qualidade. Por exemplo, o sistema de preparo mecanizado influencia diretamente as propriedades físicas e biológicas do solo por meio da inserção de nutrientes e do revolvimento do solo. Do mesmo modo, plantas de cobertura, serapilheira e produtos orgânicos também influenciam diretamente na relação carbono/nitrogênio da biomassa microbiana e na respiração basal do solo, mobilizando matéria orgânica e ciclando nutrientes.

Além de influenciar no rendimento e na qualidade biológica do solo, o tipo de manejo pode influenciar nas suas funções. Há indícios que a conversão do uso da terra alteram grupos microbianos funcionais. Por exemplo, em solos com plantio convencional foram observados aumento do número de táxons de amonificantes aeróbicos, desnitrificantes, celulóticos aeróbicos, actinomicetos e micromicetos, enquanto que em plantio direto (manejo conservacionista) há aumento de táxons celulolíticos anaeróbicos, fixadores de nitrogênio, diazotróficos aeróbicos e amilolíticos na comunidade microbiana do solo.

Em relação a abundância, foi observado que o maior número de cópias de genes de bactérias e fungos são encontrados em plantio direto e o maior número de cópias de arquéias são verificadas em solo em pousio de longo prazo. Por fim, os dados observados atestam diferentes direções e intensidades dos processos biológicos do solo dependentes das condições de manejo e do preparo que os solos são submetidos.

 

Simbiose

Visto que os microrganismos da rizosfera, em sua maior parte, provêm do microbioma do solo e que o principal fator modulador dessa montagem é o genótipo do hospedeiro, pode-se afirmar que plantas de soja possuem a plena capacidade genética para estimular os microrganismos responsáveis pelo aprimoramento da sua relação simbiótica com rizóbios.

Como exemplo, bactérias do gênero Bacillus, principalmente do grupo B. cereus, afetam a nodulação em soja promovendo o crescimento de Sinorhizobium e inibindo o crescimento de Bradyrhizobium, além de, possivelmente, afetar a distribuição destes rizóbios no solo. Além dos rizóbios residentes, a inoculação de fixadores de nitrogênio em soja também proporciona o aumento de comunidades microbianas benéficas na região rizosférica, a qual ocorre de forma indireta, resultante dos efeitos da inoculação.

 

Bioinsumos na cultura da soja

Os cultivares selvagens de soja podem ter desenvolvido mecanismos de sinalização para recrutar rizóbios com melhor capacidade de fixação de nitrogênio, bem como maior aptidão dentro das comunidades microbianas naturais do local. Sendo assim, a escolha pelo microrganismo “perfeito” pode ocorrer de forma rígida, sendo a falha ou baixa eficiência dessa parceria resultante da incompatibilidade genética entre ambos os organismos.

As alterações genéticas causadas pelos frequentes processos de melhoramento vegetal, por exemplo, focam exclusivamente em produtividade e proteção contra agentes patogênicos, deixando de lado as relações simbióticas e mutualísticas entre a planta e o microbioma, as quais também são guiadas pelo genoma do hospedeiro.

Comunidades rizosféricas de fungos se diferenciaram entre os cultivares de sojas selvagens e modernos, onde uma maior diversidade fúngica com potencial funcional foi detectada nas plantas selvagens, como Gibberella,que produz giberelinas; Arthrobotrys, que auxilia no controle de nematoides; Cladorrhinum, que auxilia no controle de Rhizoctonia em algodão, e Rhizophagus, que é um fungo micorrízico arbuscular.

Por outro lado, nas plantas modernas, as principais comunidades de fungos encontradas eram relacionadas a absorção de nutrientes, como Humicola, Myrothecium e Trichoderma, os quais estão envolvidos principalmente na quebra de celulose e hemicelulose, bem como na decomposição de matéria orgânica.

As mudanças genéticas resultantes dos processos de melhoramento vegetal, além de atingirem os objetivos propostos, também podem originar alterações na arquitetura de raiz e na produção de metabólitos e outros compostos pela planta. Estes fatores, por sua vez, estão diretamente relacionados com a maneira em que o hospedeiro interage com o microbioma do solo, visto que as comunidades microbianas utilizam os exsudatos da região rizosférica como fonte nutricional.  

O trabalho completo de Caroline Sayuri Nishisaka, Helio Danilo Quevedo e Rodrigo Mendes, está no livro “Bioinsumos na cultura da soja“, editado por Maurício Conrado Meyer e Adeney de Freitas Bueno e apresentado durante o “IX Congresso Brasileiro da Soja”, entre os dias 16 a19 de maio de 2022, em Foz do Iguaçu. Esse livro compila conhecimentos técnicos sobre produtos, processos e tecnologias no contexto de produção sustentável na cultura da soja.

A publicação esta sendo comercializada pela Associação dos Empregados Embrapa Soja, de Londrina, PR, por R$ 70,00 + despesas com frete. Pedidos pelo e-mail para livraria.aeesoja@gmail.com, com endereço completo para cálculo das despesas com correio.

Fonte: Embrapa

8 de junho de 2022 0 comentários
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Notícias

Prêmio Mulheres Brasileiras na Química celebra a diversidade na ciência

por jornalismo-analytica 7 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadoras da USP, Universidade Federal de Goiás e da Lychnoflora recebem a premiação da Sociedade Americana de Química e da Sociedade Brasileira de Química

Pesquisadoras da USP, da Universidade Federal de Goiás e da Lychnoflora receberam quinta-feira (2/6) o 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química e Ciências Relacionadas, oferecido pela Sociedade Americana de Química (ACS, sigla em inglês), em parceria com a Sociedade Brasileira de Química (SBQ).

As ganhadoras foram Ohara Augusto, da Universidade de São Paulo (USP), Thais Guaratini, da empresa Lychnoflora, e Carolina Horta Andrade, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A premiação tem o apoio da C&EM (Chemical & Engineering News) e CAS (uma divisão da ACS), e foi entregue em Maceió, durante a 45ª Reunião Anual da SBQ.

O objetivo do prêmio é promover a igualdade de gênero em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil e de avançar na compreensão do impacto da diversidade na pesquisa científica e no campo da química.

“As três vencedoras fizeram trabalhos excepcionais, que mostram a grande qualidade de nossas pesquisadoras”, afirmou o presidente da SBQ, Romeu C. Rocha Filho. “Este prêmio ganha importância ano após ano, enaltecendo o impacto cada vez maior das cientistas brasileiras neste campo fundamental para o nosso desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.”

“Mais uma vez, temos a satisfação de homenagear as pesquisadoras do Brasil, um país com uma rica diversidade cultural e enorme talento científico”, disse Bibiana Campos Seijo, editora-chefe da C&EN e vice-presidente do C&EN Media Group. “Acreditamos que além do reconhecimento, este é um incentivo para aumentar o interesse e motivar a carreira de novas cientistas brasileiras.”

Para Denise Ferreira, gerente nacional da CAS para o Brasil, este prêmio reforça o momento de investir nas cientistas brasileiras e em seu potencial. “A cada ano, as pesquisadoras brasileiras ganham mais espaço e mostram o seu valor. Esse talento precisa ser reconhecido e incentivado”, afirmou.

Cada vencedora recebeu US$ 2 mil (cerca de R$ 11 mil) em dinheiro, um SciFinder ID válido por 1 ano, assinatura gratuita da ACS por 3 anos e um certificado de prêmio e troféu.

 

As vencedoras do 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química

Ohara Augusto – Universidade de São Paulo (USP)

Vencedora na categoria Líder Acadêmica. Este prêmio reconhece uma acadêmica que fez contribuição importante para o impacto global e social na pesquisa científica em química e áreas afins. Ela está sendo homenageada por suas importantes contribuições para a compreensão da formação e da atuação de radicais livres e oxidantes em sistemas biológicos. Seus trabalhos levaram à caracterização de oxidantes envolvidos em processos infecciosos e inflamatórios e de oxidantes derivados de dióxido de carbono (CO2 ) e à descoberta de uma modificação oxidativa que ocasiona agregação de proteínas. Ela foi ainda responsável, junto com a professora Shirley Schreier, pela criação do laboratório de espectroscopia paramagnética eletrônica (EPR) no Instituto de Química da USP, que serviu para atrair e incentivar um grande número de novos pesquisadores nesta área da química.

 

Thais Guaratini – Lychnoflora

Vencedora na categoria Líder na Indústria. Este prêmio reconhece a profissional que trabalha na indústria química cujas pesquisas e inovações criativas levaram a descobertas que contribuíram para o sucesso comercial e para o bem da comunidade e da sociedade. Guaratini é fundadora da Lychnoflora, uma spin-off da Universidade de São Paulo que oferece serviços para organizações de setores farmacêutico e alimentício, entre outros. Durante a pandemia esteve envolvida em pesquisas sobre reposicionamento de fármacos e a empresa atuou dando suporte para o acondicionamento da vacina contra a Covid-19. Além disso, ela participa do quadro societário da empresa Heborá, colaborando com o desenvolvimento de produtos para a saúde utilizando matérias-primas de abelhas nativas. Nesse ponto, a pesquisa está associada a um programa social de transferência de renda a mulheres do campo, através da atuação em assentamentos rurais.

 

Carolina Horta Andrade – Universidade Federal de Goiás (UFG)

Vencedora na categoria Líder Emergente. Este prêmio reconhece as realizações de uma jovem cientista química. Ela se destaca por seu trabalho no campo da Química Medicinal Computacional e utilização de inteligência artificial para a descoberta de novos medicamentos para doenças negligenciadas e vírus emergentes, como leishmaniose, esquistossomose, tuberculose, malária e Zika. Ela ainda coordena projeto em parceria com países do BRICS (que reúne Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul), na busca de fármacos contra a Covid-19. Carolina Andrade ainda está engajada na causa da igualdade de gêneros na ciência e se empenha em incentivar e ajudar jovens e mulheres que buscam carreiras científicas. A cada ano, ela ensina aproximadamente 40 estudantes de graduação femininas.

 

Sobre a ACS e seus parceiros

A American Chemical Society (ACS) é uma organização sem fins lucrativos, licenciada pelo Congresso dos EUA. A missão da ACS é promover o empreendimento químico mais amplo e seus profissionais para o benefício do planeta e de sua população. A Sociedade é líder global no fornecimento de acesso a informações e pesquisas relacionadas à química por meio de várias soluções de pesquisa, periódicos revisados por parceiros, conferências científicas, e-books e periódicos semanais de notícias sobre Química e Engenharia. Os periódicos da ACS estão entre os mais citados, mais confiáveis e mais lidos na literatura científica. Entretanto, a própria ACS não realiza pesquisas químicas. Como especialista em soluções de informação científica (incluindo SciFinder® e STN®), sua divisão CAS capacita pesquisa, descoberta e inovação global. Os escritórios principais da ACS estão em Washington, D.C. e Columbus, Ohio.

 

Fotos: Rodrigo Barbosa/ACS/Divulgação

As pesquisadoras (a partir da esq.) Thais Guaratini (Lychnoflora), Ohara Augusto (USP) e Carolina Horta Andrade (UFG) recebem em Maceió o 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química

 

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7 de junho de 2022 0 comentários
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Notícias

Como meio ambiente e produção de tabaco andam lado a lado

por jornalismo-analytica 6 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Setor possui um dos maiores índices de cobertura florestal e autossuficiência energética do agronegócio brasileiro 

 

O início de junho é marcado, em todo o mundo, com as comemorações voltadas ao meio ambiente. Em 2022, a data é ainda mais especial: marca também os 50 anos desde a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano – a Conferência de Estocolmo de 1972, que designou o 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, a celebração terá o tema “Uma Só Terra”, com foco na vida sustentável em harmonia com a natureza. “Uma Só Terra” foi o lema da Conferência de Estocolmo de 1972, e 50 anos depois, se mantém coerente e atualizado. 

A produção de tabaco no Brasil se concentra na Região Sul e, em muitos municípios produtores – são ao todo 508 –, chega a representar mais da metade da arrecadação. Infelizmente, não é incomum vermos dados, normalmente sem fonte que relacionam o setor do tabaco com prejuízos ao meio ambiente.  

“Aproveitamos a data para comunicar as ações que vêm sendo mantidas há décadas na Região Sul, onde a produção de tabaco é muito relevante para centenas de municípios, com o objetivo de preservar aquilo que é mais importante não só para o produtor, mas para todos nós: a nossa casa, a nossa terra”, comenta o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, Iro Schünke. 

 

25% verde 

Atualmente, em média, 25% da área das propriedades produtoras de tabaco é coberta por florestas, sendo 15% mata nativa e 10% reflorestamento. Mas e os outros 75% da propriedade? São só tabaco? Segundo levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o tabaco ocupa, em média, 23% da propriedade, mas representa quase a metade da renda bruta do produtor. As demais áreas são destinadas a pastagens (22,5%) e outras culturas como milho, soja, feijão, arroz, batata, cebola, mandioca, hortifrutis, etc. 

 

Propriedade diversificada, sinônimo de solo protegido 

A diversificação das propriedades é um ponto importante para o meio ambiente, em especial, o solo. O Programa Milho, Feijão e Pastagens, por exemplo, além de ter um contexto social importante de segunda renda, tem em seu escopo o modelo da conservação da terra: por meio da rotação de culturas, o solo fica livre de pragas e doenças, além de protegido da erosão. Além disso, o centenário Sistema Integrado de Produção de Tabaco garante a orientação técnica adequada e avaliação constante do solo dos produtores integrados.  

 

Preservação e autossuficiência energética 

A cura do tabaco é realizada em grande parte em estufas à lenha e, desde 1978, o setor promove a autossuficiência energética, incentivando o reflorestamento. Atualmente, uma série de vídeos complementam esse esforço, parte do projeto Ações pela Sustentabilidade Florestal na Cultura do Tabaco, mantido pelo SindiTabaco em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Assista aos vídeos no canal do SindiTabaco no Youtube. 

 

Para conjugar o verbo conservar 

Além do incentivo ao reflorestamento, o setor tratou a conservação da Mata Atlântica de forma inovadora, por meio de um inédito acordo junto ao Ibama, em 2011, que previa o monitoramento por satélite de áreas produtoras de tabaco e o reforço da orientação sobre o uso exclusivo de lenha de origem legal e sustentável pelos produtores integrados. 

 

Rios e nascentes protegidos 

A proteção de nascentes e rios é outro tema que ganha atenção do setor há muitos anos. Iniciativas individuais de empresas associadas se atentam especialmente a este ponto e o SindiTabaco manteve, entre 2005 e 2019, o Programa Microbacias, que permitiu, com a análise de dados obtidos por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, levar ainda mais informações aos produtores sobre as diversas técnicas de preservação das nascentes e dos recursos hídricos. Ao utilizá-las, evita-se a erosão do solo e o transporte de sedimentos para os rios próximos às lavouras, diminuindo a poluição nos cursos de água. As orientações foram difundidas por meio de seminários e dias de campo e, atualmente, da orientação técnica. 

 

Logística reversa pioneira 

Criado nos anos 2000 com o objetivo de preservar o meio ambiente e a saúde e segurança do produtor, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos pode ser considerado um modelo a outros setores e, desde 2002, passou a atender também a legislação sobre correta destinação dos recipientes. Em duas décadas, já foram quase 18 milhões de embalagens recolhidas. Atualmente, atende cerca de 113 mil produtores gaúchos e catarinenses e percorre 1,8 mil pontos de coleta em 395 municípios. No Paraná, empresas associadas apoiam iniciativas semelhantes realizadas pelas centrais locais de recebimento de embalagens.

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Notícias

NÚMERO DE CAMPOS DECLARADOS COMERCIAIS NO BRASIL CRESCE E ATINGE MAIOR PATAMAR DESDE 2016, DIZ ANP

por jornalismo-analytica 3 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Screenshot 2022-03-31 at 16-22-59 (121) Reunião de Diretoria Colegiada nº 1084 - 31 de março de 2022 - YouTubeA atividade exploratória no Brasil tem vivido tempos de reaquecimento, mesmo em meio aos efeitos da pandemia e do cenário econômico desafiador. Um índice em especial ajuda a comprovar esse movimento: o número de declarações de comercialidade de campos de óleo e gás no país. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) levantados pelo Petronotícias, o Brasil terminou 2021 com 12 declarações. Esse número é o maior visto no setor de óleo e gás nacional desde 2016. O resultado do ano passado se iguala ao de 2015, quando outras 12 declarações foram apresentadas pelas petroleiras que operam no país.

“No período compreendido entre 2016 e 2021 foi apresentado um total de 36 Declarações de Comercialidade, sendo que um terço dessas apenas no ano de 2021. Considerando a série histórica 2016 a 2021, caso excluíssemos o ano de 2021, o ano de 2018 teria sido aquele com o maior número de declarações, com oito Declarações de Comercialidade”, disse a ANP, em resposta aos questionamentos do Petronotícias.

Os principais destaques das declarações apresentadas em 2021 estão na promissora Bacia de Sergipe-Alagoas. A Petrobrás declarou a comercialidade dos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Cavala e Palombeta. “Essas Declarações de Comercialidade originaram-se de blocos exploratórios localizados em águas profundas e demarcam de forma exitosa uma nova fronteira de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural no país”, ressaltou a agência.

FPSOA Petrobrás planeja desenvolver a produção dos sete campos em dois módulos, denominados de Sergipe Águas Profundas (SEAP) I e II, que preveem a instalação de dois navios-plataformas. A primeira unidade será a P-81, que tem início de produção previsto para 2026. O FPSO terá capacidade de produzir 120 mil barris de óleo/condensado e escoar 8 milhões de m³ de gás por dia. A ANP lembra ainda que no contexto da viabilização econômica, a perspectiva é que o desenvolvimento e produção de tais campos seja realizado de forma conjunta, em cluster.

“Importa destacar que estas descobertas se encontravam em postergação de declaração de comercialidade, em função dos ricos teores de gás, e da necessidade de desenvolvimento de infraestrutura para este produto. Acreditamos que a promulgação da Nova Lei do gás e suas flexibilizações influenciaram positivamente no adiantamento do desenvolvimento de projetos para efetivar a comercialidade destas áreas”, afirmou a agência.

fpsoAlém da comercialidade anunciada em sete áreas de Sergipe-Alagoas, outras cinco declarações foram apresentadas no último ano, sendo uma na Bacia de Campos (Wahoo, operado pela PetroRio); uma na Bacia do Parnaíba (Gavião Belo, operado pela Eneva); e três na Bacia do Recôncavo (campos de Murucututu e Murucututu Sul, da Alvopetro, e campo de Tiriba, da Slim Drilling).

“A apresentação de uma declaração de comercialidade é o ápice da fase de exploração, sinalizando que os contratados avaliaram como técnica e economicamente viável a produção de uma acumulação ou mais acumulações, com a consequente criação de uma área de desenvolvimento de petróleo ou gás natural e respectiva passagem para a fase de produção”, finalizou a ANP.

west-saturnComo já noticiamos, a área de exploração deve receber R$ 2,8 bilhões em investimentos somente em 2022. A grande expectativa do mercado está no desdobramento das perfurações que estão sendo realizadas no pré-sal brasileiro. A Petrobrás, por exemplo, já anunciou a descoberta de indícios de petróleo e gás nos blocos de Alto de Cabo Frio Central e Três Marias. A francesa Total também notificou uma descoberta de óleo no bloco C-M-541. Já a americana ExxonMobil não teve os mesmos resultados: o poço pioneiro que a empresa perfurou em Sergipe-Alagoas se revelou seco.

Embora não tenha sido constatada a ocorrência de hidrocarbonetos nesse poço, o consórcio liderado pela empresa americana realizará estudos complementares, integrando os dados amostrados à sua interpretação geológica regional, de forma a atualizar sua visão quanto ao potencial ex

Fonte: Petronotícia

3 de junho de 2022 0 comentários
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Notícias

PARCERIA ENTRE NUCLEAR E SOLAR TRARÁ MAIS SEGURANÇA PARA O SISTEMA ELÉTRICO, AVALIAM MEMBROS DO SETOR DE ENERGIA

por jornalismo-analytica 2 de junho de 2022
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materia

Reive Barros e Rodrigo Sauaia falaram ao Petronotícias sobre a complementariedade entre usinas solares e nucleares

O Petronotícias abre o noticiário desta sexta-feira (20) trazendo um debate sobre o futuro do setor elétrico brasileiro. Na segunda reportagem da série especial Nuclear & Renováveis, convidamos o diretor de Engenharia da Chesf, Reive Barros, e o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, para discutirem sobre como as duas fontes podem desempenhar um papel complementar na matriz elétrica brasileira. De um lado, Sauaia destaca que as plantas nucleares operam com alto fator de capacidade, favorecendo o planejamento da operação do setor de energia. Ele vê uma possibilidade de parceria entre usinas solares e nucleares, no sentido que esses dois tipos de empreendimento podem trabalhar de mãos dadas, cada um cumprindo seu papel. O presidente da Absolar, no entanto, cita alguns desafios ambientais e de aceitação pública, que podem despontar como obstáculos para a construção de novas plantas nucleares. Enquanto isso, Barros lembra da fartura de fontes no Brasil e que esse mix diversificado deve ser aproveitado em sua plenitude pelo planejamento energético. Especificamente sobre a nuclear, além de não gerar emissões de CO2, o diretor da Chesf aponta outras vantagens intrínsecas da fonte.

“A nuclear tem um fator de capacidade elevado, na faixa de 95%. Então, é uma fonte que pode ser instalada próxima do centro de carga. Isso reduz custos de transmissão e dá mais segurança elétrica à região onde a planta está instalada. A nuclear permite desenvolver toda a vantajosidade que o Brasil tem, isto é, o recurso abundante de combustível. Nós temos a tecnologia do processamento do combustível e uma competência já consagrada nas usinas de Angra, com o conhecimento de operação e manutenção dessas instalações com segurança”, afirmou.

angraA questão dos custos de implantação é um ponto sempre levantado quando o tema geração nuclear é posto sobre a mesa. O diretor de engenharia da Chesf sustenta que para aumentar a competitividade da fonte, é preciso trazer escala – ou seja, construir uma série de novas plantas. Barros afirma que para um programa nuclear ser bem-sucedido, é preciso que haja um intervalo de pelo menos dois anos entre o término de uma usina e outra. “A sinalização que o Brasil deu no Plano Nacional de Energia 2050, indicando 10 GW de geração nuclear nos próximos 30 anos, é fundamental. Isso cria um ambiente de atratividade e, consequentemente, traz um aumento de competitividade. Os principais players mundiais têm interesse de investir no Brasil. Essa competição é importante e vai ter um reflexo, com a redução no preço”, previu.

Reive Barros ressalta a importância das fontes renováveis  do ponto de vista de geração de energia, mas lembra que usinas desse tipo apresentam variabilidade ao longo do dia, a depender do clima. Portanto, é preciso ter usinas hidrelétricas ou térmicas na retaguarda do sistema, pois são fontes despacháveis que podem estabilizar o sistema. Paralelamente, no futuro, novas tecnologias permitirão maior flexibilidade à geração nuclear. “As usinas nucleares atuais estão mais vocacionadas para atuarem na geração na base. Mas, como se sabe, estão sendo desenvolvidos os pequenos reatores modulares (SMRs), tecnologia que deve ser usada nos próximos projetos. Os SMRs poderão ser despacháveis, fazendo assim uma complementação com as renováveis”, lembrou.

No Brasil, o tema de SMRs está em suas discussões iniciais. Uma das entidades que têm trazido o assunto à tona é a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). A principal iniciativa nesse sentido foi o lançamento do Fórum sobre SMRs, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A ABDAN também contratou o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL/UFRJ) para realizar estudos sobre essa tecnologia.

NUCLEAR E SOLAR: DOBRADINHA POSSÍVEL, MAS AINDA COM DESAFIOS

portal solarA crise hídrica vivida pelo Brasil no último ano acendeu o alerta no setor elétrico do país. Para o presidente da Absolar, é preciso reduzir a dependência hídrica do setor, para trazer mais segurança de suprimento no sistema elétrico. Nesse sentido, avalia Sauaia, fontes como a eólica, a biomassa, o biogás e, claro, a solar ajudarão o Brasil a ter um menor risco de falta de suprimento. Sobre a opção nuclear, o dirigente da associação também destacou o fato de a fonte ter um alto fator de capacidade. Ele vê uma porta aberta para que usinas nucleares e solares trabalhem em harmonia.

“Nesse sentido, existe sim uma possibilidade de complementariedade e parceria entre as usinas solares fotovoltaicas e as nucleares. As usinas solares têm a característica de serem limpas, renováveis, sustentáveis, além de terem uma rápida implementação e baixo custo operacional. Trata-se de um recurso muito bem disponível e distribuído ao redor do Brasil. As usinas nucleares, por sua vez, têm a característica de produzir uma energia estável e contínua ao longo dos meses do ano. Portanto, as duas podem trabalhar de uma forma complementar”, opinou. Sauaia defende ainda que as usinas termelétricas, como um todo, possam competir entre si, de modo que as plantas mais competitivas se coloquem no mercado com melhores preços para os consumidores.

radiacao-na-medicina-tipos-exames-medicina-nuclearContudo, o presidente da Absolar avalia que existem desafios para a expansão do parque de geração nuclear no país. Além das questões ambientais e de segurança, Sauaia vê dificuldades de aceitação social da fonte no Brasil. “Sabemos que uma parcela importante da sociedade Brasileira tem resistência ao usinas nucleares. Essa situação aconteceu em outros países também, em especial na Europa. Alguns deles chegaram, inclusive, ao extremo de banir o uso de usinas nucleares da sua matriz elétrica. Uma decisão, talvez, um pouco rígida. Mas esses países seguiram esse caminho por pressão popular”, ponderou. Para vencer essa barreira, o presidente da associação acredita que ações educativas podem ajudar a melhorar o entendimento da população sobre as qualidades, os benefícios e mesmo as limitações da tecnologia nuclear.

Por fim, Sauaia  avalia que a fonte nuclear pode ter um papel mais segmentado, não apenas voltado à geração de energia elétrica, mas também em outras aplicações da vida cotidiana. “Seja na saúde, em fármacos ou na alimentação. Existe uma série de outras funções importantes que a tecnologia nuclear como um todo pode desempenhar. Esses atributos muitas vezes são desconhecidos pela sociedade”, concluiu.

Fonte: Petronoticia

2 de junho de 2022 0 comentários
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Notícias

Redução unilateral na TEC vai acelerar mais ainda a desindustrialização do Brasil

por jornalismo-analytica 1 de junho de 2022
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A ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química alerta sobre os riscos ao Brasil da anunciada redução de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, depois da reunião de ontem do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior – GECEX/CAMEX. Tal medida, tomada sem nenhum diálogo prévio com os setores produtivos ou apontamento dos impactos dessa deliberação, incide sobre quase todas as importações brasileiras, e é devastadora para a renda, o emprego e a indústria do País.

É fundamental a imediata suspensão de todo e qualquer processo decisório pelo GECEX/CAMEX relativo a eventual novo corte tarifário generalizado, seja no montante de 10% ou outro valor, até que se realize amplo processo de consulta pública sobre a metodologia, base legal e impactos econômicos dessa medida.

Isso posto, a ABIQUIM reitera seu compromisso setorial em apoiar o Governo na elaboração de políticas públicas que façam frente aos desafios estruturais da competitividade, com foco na melhoria do ambiente de negócios e no comércio justo e leal, possíveis somente com um sistema de defesa comercial fortalecido, técnico, pragmático, coeso e isento.

A ABIQUIM congrega cerca de 160 indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, fabricantes de produtos químicos e prestadores de serviços ao setor, geradoras de 2 milhões de empregos, US$ 142,8 bilhões de contribuição ao PIB brasileiro – representando o 11% do PIB industrial, 6ª maior indústria química do mundo.

Em matéria de integração internacional, o setor químico brasileiro conta com atual e expressivo patamar de exposição setorial ao mercado global: 40% de presença dos importados no consumo nacional de produtos químicos, representando praticamente 25% das aquisições brasileiras de mercadorias do exterior (as importações de US$ 33,8 bilhões em 2010 saltaram para US$ 41,4 bilhões em 2020 e US$ 60,8 bilhões em 2021), a um nível médio tarifário de 7% (média simples) e com alíquota efetiva de aproximadamente 3,5% (estimativas com uso de regimes aduaneiros especiais e preferências comerciais), nível totalmente em linha com o praticado pelos países membros da OCDE.

Vale refletir aqui que uma profunda insegurança jurídica, aliada ao elevado custo Brasil, em especial por conta de matérias-primas com preço mais elevado (especialmente o gás, 4 vezes mais caro) e baixa oferta e tributação mais elevada, somada a essa rebaixa de imposto de importação, tendem a agravar o quadro de redução de investimentos em ampliação de capacidade produtiva na indústria em geral e na química em especial. No setor químico, os investimentos, em razão desses fatos, caíram de uma média de US$ 2 bilhões por ano para menos de US$ 500 milhões anuais.

O turbulento atual cenário econômico global, particularmente agravado pela prolongação dos danosos efeitos da pandemia de COVID-19 e da guerra da Rússia contra a Ucrânia, exige especial responsabilidade e sensibilidade, sendo imprescindível concentrar esforços e recursos na busca de soluções equilibradas para os desafios de reativação econômica sustentável e a atração de investimentos produtivos, o que somente será possível se forem priorizadas as medidas adequadas, a partir de um consenso entre as autoridades e a sociedade.

Nesse contexto, a inserção internacional tem que exercer sua centralidade como uma Política de Estado, de longo prazo, de competitividade da indústria, e deve estar alicerçada em: ampla interlocução com os setores produtivos e avaliação dos impactos econômicos, respeitando as particularidades de cada setor; previsibilidade e segurança jurídica; reciprocidade e respeito às regras fundamentais do Mercosul e da OMC.

Fonte: ABIQUIM

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Retomada de importações de produtos para o agronegócio leva déficit ao valor de US$ 17,3 bi até abril

por jornalismo-analytica 31 de maio de 2022
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Nos quatro primeiros meses do ano, as importações de produtos químicos movimentaram 17,1 milhões de toneladas, volume praticamente estável (pequeno recuo de 0,5%) na comparação com iguais meses de 2021 (quando foi apurado o resultado recorde em toda a série histórica da balança comercial de produtos químicos), apesar dos graves impactos econômicos globais da guerra na Ucrânia – especialmente relacionados às dificuldades de oferta, que levaram países até mesmo a restringir suas exportações, e com inéditos patamares de preços internacionais para várias commodities – e dos crescente percalços logísticos com o recente agravamento da questão sanitária da pandemia, especialmente na China, que tem levado à interrupções temporárias da movimentação portuária em polos críticos na movimentação mundial de contêineres e de navios de longo curso.

Fertilizantes e seus intermediários (US$ 6,7 bi) e defensivos agrícolas (US$ 9,2 bi) representam, até abril, 40,2% do valor da pauta de importação, no contexto dos aumentos de preços de respectivamente 133,8% (de US$ 243/t para US$ 568/t) e de 25,3% (de US$ 7.200/t para US$ 9.023/t), fazendo essa retomada de importações de produtos para o agronegócio impulsionar o déficit comercial para o inédito valor de US$ 17,3 bilhões, até abril, um aumento de 53,5% na comparação com o resultado de igual período em 2021.

Nas exportações, de janeiro a abril, verificou-se retração de 4,9% nas quantidades vendidas aos parceiros comerciais brasileiros (de 5,4 milhões de toneladas para 5 milhões de toneladas), resultado que não foi pior devido aos aumentos nas remessas físicas de produtos orgânicos (7,2%) e de resinas e elastômeros (25,5%).

De janeiro a abril de 2021, foram importados praticamente US$ 22,8 bilhões e exportados mais de US$ 5,5 bilhões em produtos químicos, aumentos expressivos de 48,7% e de 35,6%. No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2021 a abril de 2022), o déficit é de US$ 52 bilhões, maior valor em bases anualizadas em todo o histórico da balança comercial de produtos químicos e que, até o final do ano, poderá superar US$ 55 bilhões.

Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, somente por meio de uma Política de Estado, de longo prazo, que faça frente aos desafios estruturais da competitividade, com foco na melhoria do ambiente de negócios, no comércio justo e leal, possível somente com um sistema de defesa comercial fortalecido, técnico, pragmático, coeso e isento, é que o País viabilizará sua reativação econômica sustentável e a atração de investimentos produtivos. “Previsibilidade e segurança jurídica são valores inegociáveis, bem como reciprocidade e respeito às regras fundamentais do Mercosul e da OMC. Em um cenário econômico global turbulento e disruptivo, particularmente agravado pela prolongação dos danosos efeitos da pandemia da COVID-19 e da guerra da Rússia contra a Ucrânia, qualquer processo unilateral de revisão da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), sem nenhum diálogo prévio com os setores produtivos ou apontamento dos impactos econômicos e regulatórios dessa deliberação, seria devastador para a renda, o emprego e a indústria”, alerta Ciro Marino.

Fonte: ABIQUIM

31 de maio de 2022 0 comentários
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Resíduo do cacau é transformado em matéria-prima de cosméticos

por jornalismo-analytica 30 de maio de 2022
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Durante sua pesquisa de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em que caracterizou os principais microrganismos causadores de doenças no cacau (Theobroma cacao L) no Brasil, o químico Fábio Neves dos Santos observou em visitas a fazendas na região de Ilhéus, na Bahia, que durante a extração da amêndoa, usada como matéria-prima do chocolate, é obtido um líquido na prensagem manual da polpa do fruto cuja maior parte é descartada como resíduo agrícola.

“Uma fração muito pequena desse líquido, que tem sabor bastante adocicado e, por isso, é chamado de mel de cacau, é consumida como bebida em regiões como o sul da Bahia, maior produtora do fruto no país. Mas grande parte não é aproveitada”, constatou Santos.

Ao analisar o líquido, que é pouco viscoso, com grande quantidade de açúcares, como frutose e sacarose, o pesquisador avaliou que o produto possui atividade antioxidante devido a compostos orgânicos bioativos, além de fibras alimentares, altos teores de vitamina C e minerais essenciais, como potássio, sódio, cálcio, ferro, manganês e zinco. Por isso, teria potencial para ser utilizado como ingrediente em produtos alimentícios e cosméticos.

Com base nessa constatação, Santos fundou a startup Cacaus Biocosmetics com o objetivo de desenvolver uma nova geração de cosméticos com propriedades antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória associadas ao mel de cacau.

Por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, a startup já elaborou um creme facial e uma loção corporal hidratante à base do insumo.

“Os resultados dos testes in vitro, feitos em modelo celular, indicaram que tanto o mel de cacau como os cosméticos contendo essa matéria-prima não causaram irritação cutânea. Além disso, promoveram a regeneração celular”, diz Santos.

O pesquisador pretende agora angariar mais recursos para iniciar os testes clínicos dos produtos com o objetivo de comprovar as propriedades antioxidante e regenerativas do ingrediente na pele e, com isso, obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso das alegações de que os produtos à base dele retardam o envelhecimento cutâneo, por exemplo.

Antes disso, porém, a startup já deve iniciar a produção e a comercialização dos produtos como de grau 1, como são classificados pela Anvisa cosméticos que possuem propriedades básicas que não precisam ser comprovadas inicialmente e não requerem informações detalhadas quanto ao modo e restrições de uso, como perfumes, loções e cremes sem ação fotoprotetora.

“Já comprovamos que os produtos são seguros e por isso podem ser comercializados como de grau 1. Também já entramos com o pedido de patente das formulações e, para lançá-las no mercado e iniciar as vendas mais rapidamente, iremos terceirizar a produção e comercializá-las por meio de e-commerce”, afirma Santos.

Treinamento no Reino Unido

O empreendedor foi um dos cinco selecionados para a edição de 2022 do programa de treinamento Leaders in Innovation Fellowships Programme (LIF) e venceu o Simulation Game no In Country Event do LIF no Brasil. O Simulation Game é uma competição de simulação de operação de negócio por meio de um software, chamado SimVenture Evolution, que mimetiza todos os parâmetros do desenvolvimento de uma tecnologia no mundo real, como pesquisa e desenvolvimento (P&D), produção, vendas, marketing e financiamento, entre outros.

Oferecido pela Royal Academy of Engineering (RAE), com apoio do Fundo Newton, o LIF tem o objetivo de capacitar líderes emergentes que estão desenvolvendo inovações baseadas em engenharia com potencial de contribuir para o desenvolvimento econômico e social de seus respectivos países.

A iniciativa é destinada a pesquisadores de países parceiros da RAE que estão em processo de desenvolvimento de um plano de comercialização para sua inovação.

Os empreendedores selecionados participam de um período de treinamento imersivo no Reino Unido, em que têm acesso a mentores especializados e oportunidades de networking internacional.

A curto prazo, eles desenvolvem, com o apoio do programa, um plano de comercialização para sua inovação. A longo prazo, têm acesso a uma rede internacional de inovadores e mentores para levar adiante seu plano de negócios.

“A participação no LIF será muito importante e providencial na atual etapa do nosso projeto, de levar o produto para o mercado. Por meio do programa, estou tendo acesso a uma rede de mentores que têm possibilitado avançarmos no plano de comercialização”, diz Santos.

Um grupo de 70 pesquisadores, de dez países, foi selecionado para a edição deste ano do programa. No Brasil, a FAPESP é a responsável pela seleção dos participantes.

“O principal critério de seleção para participação no programa é a qualidade das aplicações. As vagas dos países não são preenchidas por sistema de quotas. Entre todas as aplicações de cada país participante selecionamos cinco”, explica Gaelle Elisha, gerente do programa de empreendedorismo para o desenvolvimento na Royal Academy of Engineering.

Os outros quatro representantes brasileiros selecionados para a atual edição do programa foram Marina Trevelin Souza, que está desenvolvendo um novo vidro bioativo que pode acelerar a proliferação celular, levando um tecido danificado a cicatrizar mais rapidamente; Thomaz Augusto Guisard Restivo, que está empregando diamantes metálicos e produtos derivados para criar materiais de construção com melhor desempenho, custos razoáveis e menor impacto ambiental; Gustavo de Souza, que está produzindo uma embalagem biodegradável inovadora que elimina a necessidade de materiais plásticos multicamadas, sem comprometer a vida útil de alimentos; e Marzieh Kadirav, que está criando materiais de alto desempenho feitos de bambu natural, usando um processo de desperdício zero para atender às preocupações ambientais relacionadas à construção.

Fonte: Elton Alisson | Agência FAPESP

30 de maio de 2022 0 comentários
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Tecnologia otimiza geração de energia renovável a partir de bagaço de malte pela indústria cervejeira

por jornalismo-analytica 27 de maio de 2022
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Um trabalho de quatro cientistas do Brasil e dois dos Estados Unidos demonstrou detalhadamente o ganho em energia elétrica e térmica obtido quando bagaço de malte, resíduo abundante na indústria cervejeira, é tratado com ultrassom antes de passar por digestão anaeróbia – processo microbiológico que envolve consumo de matéria orgânica e produção de metano.

O pré-tratamento gerou biogás com 56% de metano, 27% mais do que o obtido sem a aplicação do ultrassom. Após ser purificado em metano, o biogás pode ser usado como biocombustível veicular com pegada de carbono muito baixa quando comparada à de fontes fósseis convencionais. Além disso, com a queima do metano em cogeradores é possível produzir eletricidade e calor para a utilização pela própria indústria cervejeira. Já o resíduo final do processo resulta em biofertilizantes, que podem ser aplicados para substituir os fertilizantes minerais. Os detalhes da metodologia foram descritos no Journal of Cleaner Production.

O processo inovador foi desenvolvido no Laboratório de Bioengenharia e Tratamento de Águas e Resíduos (Biotar) da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp). A líder do grupo de pesquisa, Tânia Forster-Carneiro, coordena um projeto apoiado pela FAPESP.

Ela explica que, atualmente, as indústrias de alimentos possuem estação de tratamento de águas residuárias, algo determinado por lei. Porém, nem sempre existe o tratamento de resíduos sólidos orgânicos que, geralmente, são enviados para aterros controlados/sanitários ou, alternativamente, destinados à ração animal. “As pesquisas que visam a valorização de resíduos sólidos orgânicos são valiosas para a indústria e também para a sociedade. Nesse artigo, especificamente, aplicamos um pré-tratamento de ultrassom – uma tecnologia ainda incipiente, usualmente aplicada em escala laboratorial – e com isso obtivemos maior produção de metano. Os resultados foram muito bons”, comemora a pesquisadora.

A pós-doutoranda Luz Selene Buller e o doutorando William Sganzerla, ambos bolsistas da FAPESP, participam do grupo de pesquisa.

Sganzerla explica que os resíduos da indústria cervejeira são lignocelulósicos (compostos por lignina, celulose e hemicelulose) e, portanto, a parede celular é de difícil acessibilidade para os microrganismos que participam da digestão anaeróbia. “Ao alimentar um reator de digestão anaeróbia com matéria-prima lignocelulósica, o rendimento da produção de metano será baixo, visto que os microrganismos não irão consumir essa biomassa. Por isso é necessário aplicar um pré-tratamento para melhorar a degradação da biomassa.”

O trabalho também avaliou as rotas de recuperação de energia em todo o processo, concluindo que a eletricidade produzida pelo biogás compensou 80% da necessária para o pré-tratamento com ultrassom e para a digestão anaeróbia; gerando ainda um excedente 50% superior em energia térmica em comparação com o excedente de calor que seria obtido no processo sem aplicação do ultrassom.

“A barreira tecnológica é aplicar um pré-tratamento sustentável que consuma pouca energia. Um pré-tratamento com alto consumo energético não é viável para aplicações em escala industrial. Assim, a eletricidade gerada pela combustão do biogás será utilizada para o ultrassom. Já o calor produzido pode ser utilizado na indústria para os diversos processos que necessitam de energia térmica. Tudo isso segue os princípios de economia circular para a produção de alimentos com baixa emissão de carbono”, detalha Sganzerla.

Buller ressalta que a reciclagem de nutrientes e a geração local de energia de fontes renováveis são relevantes estratégias para o desenvolvimento sustentável e a descarbonização da produção de alimentos.

Cálculos detalhados

Segundo Forster-Carneiro, um fator determinante para que o artigo chamasse a atenção da comunidade acadêmica foi o nível de detalhamento nas medições do trabalho. “Nós fizemos todos os cálculos do balanço de massa e energia de todos os fluxos de entrada e saída. Mostramos, em detalhes, que para cada tonelada de bagaço de malte é possível produzir 0,23 megawatt-hora em energia elétrica.”

O estudo também apresenta o potencial de mitigação de gases de efeito estufa a partir da geração de energia renovável. A cientista conta que, há mais de cinco anos, tem trabalhado em colaboração com Michael Timko, docente do Worcester Polytechnic Institute (Massachusetts, Estados Unidos), também especialista em valorização de resíduos e coautor do artigo. “O trabalho ficou ótimo, pois poucas são as pesquisas que detalham os cálculos de produção de energia a partir do metano.”

Este experimento, entre outros, surgiu da boa relação da FEA-Unicamp com a indústria cervejeira, refletida em visitas técnicas e doação dos resíduos sólidos. Essa unidade cervejeira produz de 120 a 250 toneladas de bagaço de malte por semana. “Atualmente a fábrica não faz revalorização desse resíduo, simplesmente fazem a doação para alimentação animal. Entretanto, eles poderiam tratar o bagaço ao mesmo tempo em que produzem energia”, diz Forster-Carneiro.

Nesse contexto, Sganzerla ressalta os efeitos iminentes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010). “Vai chegar o momento em que todas as indústrias deverão, obrigatoriamente, tratar os resíduos que geram. E vão precisar lançar mão das tecnologias disponíveis. Tecnicamente já é possível fazer. Em nosso estudo, apontamos diversas possibilidades. Hoje não há indústrias que façam esse tipo de tratamento em larga escala porque, por mais que a tecnologia de digestão anaeróbia exista e seja viável para resíduos líquidos e sólidos, para resíduos sólidos e lignocelulósicos estudos mais aprofundados ainda são requeridos.”

Rico em nutrientes

O Brasil está entre os cinco maiores produtores de cerveja do mundo. Em 2019 foram fabricados 14 bilhões de litros da bebida, aponta o artigo. A produção de 100 litros de cerveja gera aproximadamente 20 quilos de bagaço de malte. Assim, cerca de 2,8 milhões de toneladas de bagaço de malte são gerados anualmente no Brasil. A equipe de Forster-Carneiro já obteve em 2020 uma patente da aplicação desse resíduo orgânico em reatores anaeróbios aplicável à própria estação de tratamento de águas residuárias da indústria cervejeira.

Em artigo anteriormente publicado no Journal of Cleaner Production, em março de 2021, Forster-Carneiro, Sganzerla, Buller e Solange Mussatto, do Departamento de Biotecnologia e Biomedicina da Universidade Técnica da Dinamarca, fazem uma detalhada avaliação das vantagens econômicas da valorização de resíduos, incluindo a geração de fertilizantes.

“O processo de digestão anaeróbia trata resíduo com alta carga orgânica, consequentemente gera nutrientes e, dentro do reator, sobra um biodigerido – fração sólida basicamente composta por material lignocelulósico tratado e rico em nitrogênio, fósforo, potássio e outros minerais. No caso do bagaço de malte, existe muito nitrogênio e a quantidade de proteína vai ser alta, viabilizando o uso desse resíduo como biofertilizante, podendo substituir o uso de NPK [fertilizante composto por nitrogênio, fósforo e potássio] mineral”, explica Sganzerla.

A equipe de Forster-Carneiro também vem pesquisando o pré-tratamento hidrotérmico do bagaço de malte. “Colocamos o resíduo em um reator que, em certas condições de temperatura e pressão, hidrolisa a biomassa [promove a quebra das moléculas] produzindo um hidrolisado [líquido] com nutrientes solúveis, o que é muito benéfico para os processos fermentativos, mas esse processo ainda requer estudos mais aprofundados para proporcionarmos uma solução eficiente e sustentável para o tratamento de resíduos lignocelulósicos”, diz Sganzerla.

 

Fonte: Ricardo Muniz | Agência FAPESP

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