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sustentabilidade

Notícias

Estudo da Rede AP aponta redução de custo na produção de algodão em sistema on farm no MT

por jornalismo-analytica 11 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Drones fizeram parte das ferramentas de agricultura de precisão utilizadas na pesquisa para avaliar a aplicação de taxas variadas de insumos na produção de algodão em Mato Grosso – Crédito: Ricardo Inamasu

Esta é a conclusão da primeira pesquisa realizada no sistema on farm em cultura de algodão no país. O estudo, conduzido pela Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, em parceria com o setor produtivo em fazendas do Centro-Oeste brasileiro, constatou que é possível reduzir custos em até 13% aplicando taxas variadas de insumos na produção da planta. Experimentos no sistema on farm ocorrem na área de produção, enquanto a cultura é desenvolvida, sem alterar a rotina da propriedade.

Os pesquisadores avaliaram a variabilidade espacial e temporal da área agrícola na safra 2019-2020 com o uso de técnicas da agricultura de precisão (AP) para encontrar a dosagem ideal de insumos que seria aplicada na cultura. O sistema de gerenciamento agrícola, conceito da AP, permite acompanhar, coletar e analisar informações por meio de tecnologias que facilitam a tomada de decisão por produtores e trabalhadores.

Com o uso de AP é possível utilizar os insumos de forma mais racional, no momento, local, aplicação de doses adequadas, com potencial de geração de benefícios econômicos e ambientais para o produtor. A geração desses benefícios, com impactos diretos no custo de produção, integra resultados de pesquisas propostas pela Rede AP, criada em 2009 com a participação de mais de 200 pesquisadores da Embrapa, universidades, instituições de ciência e tecnologia e empresas.

Em sua terceira e última fase, a ser finalizada até o final do ano, o projeto propõe, entre outras soluções, a entrega de tecnologias habilitadoras validadas e experiências geradas, como um modelo de aplicação para a implementação rápida e eficaz da agricultura de precisão no sistema produtivo do algodão em Mato grosso. A partir dos resultados com os experimentos on farm, os pesquisadores esperam consolidar práticas de AP com aplicabilidade em diferentes sistemas de produção em todo o Brasil.

Doses combinadas

De grande importância econômica para o Brasil, quinto maior produtor mundial, a cultura do algodão é também considerada muito exigente, por apresentar riscos e investimentos maiores. No entanto, o aumento nos investimentos na cultura não é proporcional ao aumento da produtividade esperada. Por isso, o Instituto Mato-Grossense do Algodão vem apostando no uso de ferramentas de agricultura de precisão, de forma mais intensa, para reduzir custos e aumentar a produtividade.

Para tentar equacionar o desequilíbrio entre os gastos e os rendimentos, um grupo de 16 profissionais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Embrapa Agricultura Digital (Campinas – SP), Embrapa Soja (Londrina – PR) e do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), uniram esforços e competências para que a pesquisa fosse viabilizada.

Os resultados dos experimentos on farm, com aplicação da taxa variada de insumos foram apresentados pelo pesquisador Júlio Franchini, da Embrapa Soja, no dia 23, na Famato Embrapa Show, realizada de 22 a 24, em Cuiabá (MT). Franchini, um dos membros da equipe, participou de todo o processo de concepção do estudo, avaliação e interpretação, entre outras fases do projeto.

De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Carlos Manoel Pedro Vaz, da Embrapa Instrumentação, a proposta do experimento on-farm consistiu em encontrar a combinação ideal de dosagens dos insumos avaliados, que propiciassem a maior produtividade. “Neste modelo, é possível gerar curvas de resposta para aplicação de insumos, importantes para apoiar a definição de estratégias, quando se trata de taxa variável”, afirma Vaz.

Além disso, a pesquisa também objetivou motivar os produtores a realizarem experimentos on-farm para avaliar a produtividade e os custos da lavoura, usando o potencial das máquinas disponíveis na propriedade, que já vêm com ferramentas de AP embarcadas. O primeiro passo consistiu na avaliação da variabilidade espacial de três talhões de duas fazendas no Mato Grosso quanto aos índices de vegetação da cultura, condutividade elétrica, altimetria-declividade e textura do solo. Todas as camadas de dados obtidas, então, foram correlacionadas com os mapas de produtividade dos respectivos talhões.

No estudo, os pesquisadores utilizaram métodos e ferramentas de AP já consolidados como o analisador granulométrico, desenvolvido por Vaz, empregado na obtenção dos dados das propriedades do solo dos talhões. A análise das propriedades é fundamental para o diagnóstico da sua fertilidade. Veículos aéreos não tripulados, conhecidos como vants ou drones, integraram o conjunto de ferramentas utilizadas para captação de imagens, além de satélites e dos recursos já embarcados nas próprias máquinas agrícolas.

Os dados foram processados e avaliados para a definição das parcelas virtuais georreferenciadas, representativas dos três talhões de cerca de 200 hectares, e a instalação dos experimentos on farm na fazenda Três Lagoas, do grupo Scheffer, e fazenda Tucunaré, do grupo Amaggi. As propriedades estão localizadas no município de Sapezal, no Chapadão do Parecis, a 480 quilômetros de Cuiabá, capital do estado mato-grossense.

Segundo Vaz, foram criadas, então, combinações aleatórias de populações de sementes, dose de regulador de crescimento e de nitrogênio, para aplicação à taxa variada, conforme as dimensões dos talhões virtuais gerados e embarcados nas máquinas agrícolas, para que elas executassem a tarefa. O pesquisador explicou que os talhões da fazenda Três Lagoas foram divididos em 144 parcelas virtuais, de 0,8 hectares cada, enquanto na fazenda Tucunaré a divisão foi por zona de manejo, com 192 parcelas virtuais, de 0,2 hectares. As divisões virtuais existem apenas na programação das máquinas que aplicam os insumos e nos mapas de produtividade gerados pelas colheitadeiras.

A aplicação dos insumos foi realizada de acordo com as informações obtidas das análises de condutividade elétrica, índice de vegetação, textura do solo, entre outras, e conforme a arquitetura das parcelas virtuais, cuja quantidade foi relativa ao número de combinações propostas. Ou seja, foram aplicadas 4 dosagens de nitrogênio, 3 populações de sementes e 3 dosagens do regulador de crescimento para os dois talhões da Fazenda Três Lagoas, com 4 repetições, resultando em 144 parcelas virtuais.

Já no talhão da fazenda Tucunaré, foram 4 dosagens de nitrogênio, 4 populações de sementes e uma dosagem de regulador crescimento específica para cada uma das 3 zonas de manejo definidas para o estudo.

Resultados expressivos

De acordo com o estudo, as combinações compostas para os dois talhões da fazenda Três Lagoas resultaram em ganho de 13% e 11% em relação à produtividade média das unidades de cultivo. “No caso do talhão, com ganho de 13% de produtividade, a combinação de insumos que proporcionará maior lucratividade resultará da aplicação de 13 sementes por metro, 564 mililitros (mL) de regulador de crescimento por e aplicação de 200 kg de nitrogênio por hectare, resultando em produtividade de 343,4 arrobas por hectare”, explicou Vaz. Uma arroba equivale a 15 kg.

A análise do talhão da fazenda Tucunaré, realizada por zona de manejo, apontou que a produtividade atingiu 320 arrobas por hectare, considerando que a média era de 285,3 arrobas/ha. Vaz calculou que o ganho foi de 12% com a aplicação de 8 sementes por metro, 200 kg de nitrogênio e 220 mL de regulador de crescimento por hectare.

Numa análise comparativa de gastos com insumos, o pesquisador disse que, nos dois talhões da fazenda Três Lagoas, o custo com a aplicação do regulador de crescimento, por exemplo, média de 600 mililitros por hectare, representou R$ 13.560. “Se consideramos que o litro do regulador na região de Mato Grosso é de cerca de R$ 113, uma economia desse insumo com aumento de produtividade se torna muito interessante para o produtor. Por exemplo, em um dos talhões o melhor desempenho foi obtido com 80% da dose de regulador de crescimento recomendada pela fazenda, portanto resultando em economia de 20% desse agroquímico”, calculou o físico Carlos Vaz.

O pesquisador lembra que dados de 2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontaram o elevado custo de produção de algodão. Os agroquímicos, categoria que contempla o regulador de crescimento, somado aos fertilizantes e sementes representaram 87,1% dos custos. O regulador de crescimento é importante para monitorar a altura da planta que, sem o uso do insumo, pode chegar até dois metros, quando o ideal é ficar em torno de 1.30 m.

Para Ricardo Inamasu, líder da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, a pesquisa mostrou a importância do processo colaborativo junto aos produtores na construção de métodos, conhecimentos e de procedimentos. “A AP trouxe desafios para refinar recomendações adequadas ao uso local. A experimentação on farm viabiliza uma resposta rápida e uma recomendação apropriada ao processo de produção, utilizando máquinas e equipamentos disponíveis nas propriedades”, afirma o pesquisador da Embrapa Instrumentação.

O presidente do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), Álvaro Salles, diz que a realização de validação de técnicas de agricultura de precisão, como aplicação de taxa variável em função da necessidade da planta, além demonstrar o benefício direto de economia de recursos ao produtor, traz outro benefício essencial à sustentabilidade, uma vez que se aplicam apenas as dosagens necessárias em cada parte da lavoura.

“A Embrapa, em parceria com outras instituições, deverá levar ao campo de forma mais intensa as ferramentas de AP, para que o produtor possa avaliar e adotar essas tecnologias, que deverão estar cada vez mais presentes no cotidiano agrícola”, afirma Salles. O presidente do IMAmt acredita que as soluções adotadas atualmente por grandes produtores, logo serão adaptadas e permitirão que pequenos e médios produtores, de diferentes culturas, também as utilizem. “Isso certamente trará muito mais eficiência e produtividade para todos”, avalia.

Fonte: EMBRAPA

11 de julho de 2022 0 comentários
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Notícias

Novo sistema de tratamento de esgoto remove até 70% do nitrogênio que seria lançado na natureza

por jornalismo-analytica 8 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Um novo modelo de reator anaeróbico de baixo custo, que funciona com um biofilme bacteriano aderido a uma espuma de poliuretano, pode reduzir em até 70% a concentração de compostos nitrogenados do esgoto sanitário, aponta estudo divulgado na revista Environmental Technology. Os pesquisadores aperfeiçoaram um modelo matemático que permite entender e prever o mecanismo de remoção do nitrogênio no biofilme formado por bactérias que transformam os compostos nitrogenados em gás nitrogênio, que é inofensivo para o meio ambiente, colaborando para pesquisas futuras.

O trabalho foi realizado por Bruno Garcia Silva durante seu doutorado em engenharia hidráulica e saneamento pela Universidade de São Paulo (USP), sob a orientação do professor Eugenio Foresti, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), e com apoio de bolsa da FAPESP.

O artigo é um dos resultados do Projeto Temático “Aplicação do conceito de biorrefinaria a estações de tratamento biológico de águas residuárias: o controle da poluição ambiental aliado à recuperação de matéria e energia“, coordenado pelo professor Marcelo Zaiat. Envolve ainda equipes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Mauá de Tecnologia.

“A remoção do nitrogênio é alcançada ainda em poucas estações de tratamento de esgoto no Brasil, enquanto na Europa e nos Estados Unidos já acontece com maior facilidade. A ideia é trazer [a infraestrutura necessária] para a nossa realidade. Aqui geralmente se usa o reator anaeróbio, que gera um efluente com baixa carga orgânica, e isso dificulta o processo de remoção do nitrogênio”, explica Garcia à Agência FAPESP.

A retirada dos chamados compostos nitrogenados (entre eles nitrito, nitrato e amônia) tanto do esgoto doméstico quanto do industrial é essencial, pois eles podem contaminar corpos d’água superficiais (lagos, represas, córregos e igarapés) e subterrâneos (como grandes aquíferos), favorecendo o crescimento descontrolado de bactérias, algas e plantas – processo conhecido como eutrofização.

Além disso, o consumo de água contaminada por nitratos pode levar ao desenvolvimento de doenças como a metahemoglobinemia, conhecida como síndrome do bebê azul. Mais comum em crianças, pode causar dor de cabeça, tontura, fadiga, letargia ou até mesmo choque, depressão respiratória grave e alterações neurológicas, como convulsões e coma, nos casos graves.

“Quando acontece a proliferação de algas, uma das consequências que temos visto em represas como a Billings, por exemplo, é a morte de peixes por falta de oxigenação da água. Você perde uma área que poderia ser de abastecimento, de lazer ou ambos pelo excesso de algas, que são muito difíceis de serem removidas do meio líquido”, destaca Foresti, coordenador do grupo.

Diferenciais

Como explicam os pesquisadores, o principal diferencial do novo modelo de reator é o biofilme, que se forma após um processo biológico em que bactérias criam uma espécie de película sobre uma espuma, no caso, de poliuretano. Além disso, a configuração do equipamento possibilita o que os pesquisadores chamam de “contradifusão”, ou seja, o oxigênio é inserido no lado oposto ao dos contaminantes.

“O oxigênio será transportado para dentro da espuma porque, assim, permanece apenas onde é necessário para que a reação ocorra. Não queríamos esse gás em contato com a matéria orgânica o tempo todo, pois as bactérias consumiriam todo o oxigênio para degradá-la e não sobraria nada para consumir o nitrito e o nitrato. Por isso inserimos o oxigênio do outro lado do biofilme. A ideia é que a matéria orgânica que chega ao biofilme pelo lado oposto possa ser oxidada não apenas pelo oxigênio, mas também por nitrito e nitrato”, conta Garcia.

Quando não tem oxigênio entrando no reator, a amônia permanece inalterada. Mas quando chega à parte em que há entrada de oxigênio, começa a se transformar em nitrito e nitrato. “Como a única saída é pelo biofilme, os compostos atravessam essa barreira por difusão em direção contrária à da matéria orgânica. O encontro da matéria orgânica no contrafluxo cria condições ótimas para a remoção desse nitrito e desse nitrato, porque já não há oxigênio e há a matéria orgânica necessária para a desnitrificação”, acrescenta o pesquisador.

Foresti explica que, no Brasil, os reatores anaeróbios (no qual a matéria orgânica é degradada por bactérias que não precisam de oxigênio para viver) estão sendo cada vez mais utilizados pelos municípios por causa do nosso clima, mais quente que o do hemisfério Norte. As altas temperaturas permitem uma atividade maior das bactérias para decompor a matéria orgânica. Na Europa e nos Estados Unidos é o contrário, pois com temperaturas baixas o processo é diferente. A matéria orgânica presente na fase líquida, depois da remoção do lodo, é oxidada por processo aeróbio (que envolve o oxigênio).

Contudo, por causa dos custos, os compostos nitrogenados acabam não sendo totalmente retirados aqui no Brasil e acabam sendo liberados diretamente na natureza. Este novo modelo de reator é destinado a desenvolver uma segunda etapa para o tratamento das estações de esgoto, mais fácil e barata, visando tecnologias e parcerias futuras.

Parcerias

Garcia teve a colaboração de colegas do laboratório do professor Robert Nerenberg, da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, onde atuou como pesquisador visitante entre 2019 e 2020.

“A diferença do meu projeto para o deles é que, em vez de usar a espuma de poliuretano, por lá eles usam uma membrana semipermeável – semelhante a um canudinho cheio de ar dentro. Em contato com a água, esse canudinho permite a passagem do oxigênio, mas não da água, e o biofilme cresce aderido à essa superfície. Ou seja, através das paredes desse canudo é que se fornece oxigênio para as bactérias. Então, o oxigênio vem de dentro para fora e a água está fornecendo a amônia e a matéria orgânica. É o mesmo sistema de contradifusão. A diferença é que aqui nós utilizamos um material mais simples e barato”, pondera Garcia.

“No biofilme, a bactéria cresce aderida à superfície. Mas não seria um filtro propriamente dito, porque não oferece uma resistência mecânica à passagem de uma partícula. O que esse reator faz, na verdade, é servir de material de suporte para que a bactéria cresça e consuma a matéria orgânica solúvel e os compostos nitrogenados”, explica o cientista.

Próximos passos

Foresti adianta que a nova configuração do reator já está inspirando estudos mais recentes do grupo. Em um programa de cooperação entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a FAPESP, os pesquisadores pretendem testar o novo modelo com o esgoto real da cidade de São Carlos, que já passou por um reator anaeróbio na estação de tratamento operada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto São Carlos (SAAE). Pesquisadores da UFSCar e do Instituto Mauá também fazem parte desse programa de cooperação e desenvolverão outros sistemas a serem testados.

“A pesquisa do Bruno é a primeira que utiliza o processo de contradifusão dessa forma aqui no Brasil. Ele comprovou o conceito para uma água residuária sintética. A eficiência encontrada com essa configuração de reator foi bem maior do que a observada em pesquisas anteriores, mas ainda precisamos avaliar vários fatores”, destaca Foresti.

A nova configuração foi testada por enquanto em laboratório. Novos projetos ainda precisam validar a eficiência, pois não é possível prever como o equipamento vai se comportar com grandes quantidades de efluentes. Além disso, é necessário testar o sistema usando esgoto real, doméstico e industrial, já que, até então, as amostras foram de esgoto sintético, preparado pela própria equipe.

“Talvez seja preciso melhorar o desenho e a geometria. Como eu consigo otimizar esse desenho para ter maior área superficial por volume de reator para baratear? Esse trabalho dá as bases, os fundamentos para que se continue pensando nesse processo e, também, a ferramenta, que é o modelo matemático”, finaliza Garcia.

Fonte: Cristiane Paião | Agência FAPESP

8 de julho de 2022 0 comentários
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Notícias

O custo do conflito: Previsão econômica global para trigo e fertilizantes

por jornalismo-analytica 7 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Um relatório recente das Nações Unidas alerta que a guerra na Ucrânia desacelerará o crescimento econômico global em comparação com as previsões divulgadas no início de 2022, devido ao impacto nos setores globais de alimentos, energia e finanças.
De acordo com o documento, juntas, a Rússia e a Ucrânia fornecem cerca de 30% do total mundial de trigo e cevada, e os preços dos alimentos hoje são 34% mais altos do que no mesmo período do ano passado. Desde o início de 2022, os preços do trigo e do milho subiram cerca de 31% e 32%, respectivamente. A ONU alerta que os preços permanecerão voláteis no futuro próximo.
Especialistas da ONU alertaram ainda que os combates na Ucrânia podem causar interrupções de longo prazo na cadeia de fornecimento de alimentos. Mais de 35 países ao redor do mundo importam mais de 50% de seu trigo da Rússia e da Ucrânia.

Preços dos fertilizantes
Além disso, o relatório chama a atenção para a duplicação do preço dos fertilizantes agrícolas. De setembro de 2021 a abril de 2022, o preço do fosfato diamônico (DAP) aumentou 60%, e o potássio aumentou 301%. Por causa disso, muitos pequenos agricultores estão tendo problemas para comprar fertilizantes, e alguns analistas preveem uma forte redução na colheita deste ano, com a chance de que os efeitos da guerra continuem em 2023.
A Rússia é atualmente o maior produtor mundial de fertilizantes, fornecendo 15,4% do total de fertilizantes em todo o mundo, seguido de perto pela China (11,2%) e Canadá (8,8%). A Bielorrússia ocupa o quinto lugar, respondendo por 5% do fornecimento total de fertilizantes do mundo. Os maiores importadores de fertilizantes do mundo em 2020, segundo a Statista, foram o Brasil (US$ 8,03 bilhões), seguido de perto pela Índia (US$ 7,18 bilhões).
Mesmo antes da guerra, o mercado de fertilizantes estava em turbulência por causa da COVID-19, os altos preços dos combustíveis (a produção de fertilizantes depende muito do gás natural) e as sanções à Bielorrússia – que, como a Rússia, é um grande exportador de potássio, amônia, uréia e outros nutrientes do solo. Em março, a Rússia respondeu às sanções suspendendo as exportações de fertilizantes, e os suprimentos da Ucrânia, um importante fornecedor da Europa, pararam em grande parte.

Algumas boas notícias
Apesar da perspectiva de aumento contínuo dos preços, os especialistas não esperam que ocorra escassez de alimentos na União Europeia e nos Estados Unidos: “É importante perceber que os Estados Unidos não importam muito da Ucrânia”, explicou Joseph Glauber, pesquisador sênior do Instituto Internacional de Pesquisas em Políticas Alimentares.
Embora alguns dos fatos acima pareçam alarmantes, os preços das commodities estão subindo dramaticamente (especialmente o trigo), o que trará dinheiro extra para os produtores quando eles venderem seus produtos. Em fevereiro de 2021, o trigo alcançava US$ 6,51/alqueire; em fevereiro de 2022, estava sendo vendido por US$ 12,09/alqueire. Esse tipo de aumento pode desencadear seu investimento em tecnologia de irrigação e instalações de armazenamento mais modernas.
Os pivôs centrais Valley® são o melhor investimento de longo prazo para produtores que desejam aumentar seus rendimentos e ser mais eficientes com a aplicação de fertilizantes por meio do pivô, que permite a quantidade certa de fertilizante nos locais precisos de seus campos. Tecnologias de irrigação inteligentes, como Valley VRI, Valley Scheduling™ e Valley Insights®, com tecnologia Prospera, podem ajudar sua operação a planejar com antecedência e responder a desafios e oportunidades com rapidez e precisão. Dessa forma, a Valley contribui para um mundo mais sustentável e ajuda nos esforços globais para alimentar a população mundial enquanto conserva os recursos hídricos e energéticos.

Energia Solar para o Agronegócio
Além da queda nas exportações de grãos e do aumento nos preços dos fertilizantes, o relatório recente mostra que o preço do petróleo bruto é 41% maior do que em 1º de dezembro de 2021, enquanto os preços do gás natural aumentaram 49% no mesmo período. No entanto, as Nações Unidas acreditam que isso irá acelerar a transição dos países para a energia verde.
Os especialistas em energia solar da Valley podem ajudar os produtores a produzir sua própria energia renovável para uma maneira de baixo custo de alimentar seus pivôs centrais e outras tecnologias agrícolas, ajudando ainda a compensar os custos do aumento dos preços dos combustíveis e fertilizantes.

As coisas estão melhorando?
Atualmente, o Banco Mundial prevê que a economia global cresça 3,2% em 2022, menos do que a estimativa anterior de 4,1%, como anunciou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em abril.
Isso depende de alguns fatores: quanto tempo durará a guerra na Ucrânia e as condições climáticas nas maiores áreas produtoras de cereais do mundo. A China está antecipando sua pior safra de trigo da história, e o meio-oeste dos Estados Unidos está prevendo condições secas, embora a Austrália e a Índia estejam esperando altos rendimentos de trigo. Uma estação seca na Europa, Argentina ou Cazaquistão prejudicaria os mercados e aproximaria o mundo de uma grande crise alimentar.
Seu revendedor regional Valley pode ajudá-lo com soluções que podem economizar dinheiro e ajudá-lo a ser mais eficiente, incluindo a aplicação de fertilizantes por meio de seus pivôs, instalação de energia solar para seu agronegócio e tecnologia remota para ajudá-lo a economizar nos custos de mão de obra e combustível. Entre em contato com seu revendedor Valley hoje para começar a controlar o que você pode controlar.

7 de julho de 2022 0 comentários
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Eletrólitos alternativos melhoram o desempenho de supercapacitores

por jornalismo-analytica 6 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Entre os dispositivos usados para armazenar energia, os supercapacitores se destacam pela potência (a rapidez com que conseguem carregar e entregar energia) e vida útil (a quantidade de ciclos de carga e descarga que podem oferecer). Contudo, eles são limitados quanto à densidade energética, que é a quantidade de energia que um dispositivo é capaz de armazenar em determinado volume ou peso. Nesse quesito, as baterias são melhores, mas elas perdem em termos de potência. Dessa forma, baterias e supercapacitores podem se complementar em uma aplicação.

Dois trabalhos recentes conduzidos por pesquisadores ligados ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) avançam a compreensão de tecnologias emergentes que podem viabilizar supercapacitores com maior densidade de energia e menor impacto ambiental. Em ambas as pesquisas, os autores estudaram supercapacitores com eletrólitos não convencionais, os de líquidos iônicos e os de água em sal.

O eletrólito é o componente do supercapacitor, geralmente líquido, que fica confinado entre os eletrodos. Quando uma tensão elétrica é aplicada no dispositivo (ou seja, quando o supercapacitor é ligado na tomada), os eletrodos polarizam, adquirindo carga positiva e negativa, respectivamente. Nesse momento, uma camada de íons de carga oposta passa a aderir à superfície de cada eletrodo e, na interação entre os íons do eletrólito e a superfície do eletrodo, armazena-se a energia desejada.

Aplicar tensões mais altas permite armazenar mais energia nos supercapacitores, desde que seus componentes não se degradem frente a essa situação. Por isso, eletrólitos mais estáveis, como os investigados nos trabalhos do CINE, ajudam a aumentar a densidade de energia dos dispositivos.

No primeiro estudo, publicado na revista científica Electrochimica Acta, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ligados ao Programa de Ciência Computacional de Materiais e Química do CINE estudaram o desempenho de supercapacitores com eletrólitos de líquidos iônicos (sais que são líquidos em temperatura ambiente). A pesquisa foi realizada durante o mestrado de Pedro Henrique de Lima Ferreira e o doutorado de Abner Massari Sampaio, ambos sob orientação do professor Leonardo Siqueira.

No trabalho, os autores usaram simulações de dinâmica molecular para avaliar a potência e a densidade energética de supercapacitores formados por eletrólitos de líquidos iônicos e eletrodos porosos, que oferecem maior capacidade de armazenar cargas graças à sua grande área superficial. Eles exploraram as possibilidades com dois líquidos iônicos diferentes, tanto puros quanto misturados em diferentes proporções, e com eletrodos porosos e não porosos.

“Mostramos que supercapacitores contendo líquidos iônicos e eletrodos porosos com poros uniformes de 1 nanômetro poderiam armazenar quase a mesma quantidade de energia que uma bateria de íon lítio, como aquelas que estão em nossos notebooks e celulares”, diz o professor Siqueira.

Água e sal

A segunda pesquisa, realizada no âmbito do Programa Armazenamento Avançado de Energia do CINE, investigou supercapacitores com eletrólitos formados por água extremamente salgada, conhecidos como eletrólitos de água em sal.

Eletrólitos baseados em água despertam grande interesse porque são mais baratos e seguros para as pessoas e para o meio ambiente do que os baseados em solventes orgânicos, que são compostos potencialmente inflamáveis e tóxicos. Entretanto, a aplicação de altas tensões em soluções aquosas gera a quebra da molécula de água.

“Nos eletrólitos de água em sal, o sal em demasia bloqueia essa quebra. Assim consegue-se trabalhar com tensões mais altas e ampliar a energia que fica armazenada no dispositivo”, explica o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Hudson Zanin, um dos autores principais da pesquisa, realizada durante o mestrado de João Pedro Aguiar dos Santos, com a participação do doutorando Manuel Jonathan Pinzón Cárdenas. O trabalho foi reportado no Journal of Energy Chemistry.

O artigo apresenta o primeiro estudo abrangente de supercapacitores de água em sal em temperaturas menores que 0 °C. Usando técnicas in situ (aquelas que utilizam o próprio supercapacitor como amostra) e in operando (as que analisam o dispositivo enquanto está funcionando), os autores investigaram os efeitos da diminuição de temperatura nas propriedades do eletrólito e concluíram que, a -10 °C, a energia do supercapacitor aumenta significativamente.

Dessa forma, o supercapacitor de água em sal atingiu uma densidade energética semelhante à das baterias, com a vantagem de ter alta potência. “Tudo que a gente quer hoje é um dispositivo que carregue muito rápido e armazene muita energia”, comenta Zanin, que é pesquisador no CINE – um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell.

Os trabalhos do centro sobre supercapacitores abrem possibilidades dentro do desafio de desenvolver dispositivos que atendam a demanda crescente de armazenar eletricidade proveniente de fontes renováveis como a luz do sol e o vento, que são intermitentes, utilizando materiais que sejam ambientalmente amigáveis e que estejam na cadeia de produção da indústria brasileira.

O artigo Energy and power performances of binary mixtures of ionic liquids in planar and porous electrodes by molecular dynamics simulations pode ser lido em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0013468622001542?via%3Dihub.

E o estudo Boosting energy-storage capability in carbon-based supercapacitors using low-temperature water-in-salt electrolytes pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2095495622001243?via%3Dihub.

Fonte: Agência FAPESP

6 de julho de 2022 0 comentários
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Notícias

Estudo quantifica impacto humano sobre a capacidade de retenção de carbono da Mata Atlântica

por jornalismo-analytica 5 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Entre os inúmeros benefícios das florestas nativas está o grande potencial de estocar carbono na biomassa de suas árvores, o que pode contrabalancear as emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Estudo publicado na revista Science Advances traz novos subsídios para compreender o conceito de “sequestro de carbono”, um aspecto estratégico no debate sobre mudanças climáticas globais.

“Ainda sabemos pouco sobre quais são os fatores que podem levar florestas a estocar mais ou menos carbono”, diz Renato Augusto Ferreira de Lima, pesquisador do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), atualmente no Centre for the Synthesis and Analysis of Biodiversity (Cesab, com sede em Montpellier, França), e um dos dez cientistas que assinam o artigo. “Neste trabalho nós usamos uma grande base de dados de inventários florestais para avaliar quais são os fatores que têm maior peso para explicar os estoques de carbono atuais na Mata Atlântica. Encontramos que os fatores ligados aos diferentes tipos de impactos humanos sobre a floresta têm o maior peso, sendo este duas a seis vezes maior que fatores como clima, solo e características das espécies de árvores que compõem a floresta”, explica.

Portanto, reverter os efeitos dos impactos humanos nos remanescentes de Mata Atlântica seria a melhor estratégia para aumentar os estoques de carbono florestais. Atualmente, cerca de 50% da população brasileira reside em áreas originalmente ocupadas pelo bioma.

Segundo Marcela Venelli Pyles, doutoranda em ecologia aplicada do Departamento de Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que lidera o estudo, a conservação dos estoques de carbono da Mata Atlântica é altamente dependente da degradação florestal, que pode levar a perdas de carbono pelo menos 30% maiores do que qualquer futura mudança climática. Além disso, as emissões da degradação florestal podem comprometer os esforços de conservação de acordos de mitigação das mudanças climáticas, por exemplo, metas de REDD+ (instrumento desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados relacionados à recuperação e conservação de suas florestas) e Aichi (20 proposições voltadas à redução da perda da biodiversidade aprovadas na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica).

Por exemplo, a intensificação de distúrbios dentro de um fragmento de Mata Atlântica pode levar a perdas de carbono de até 10,50 toneladas por hectare, correspondente a emitir 15,24% do carbono estocado em 1 hectare, enquanto a proteção pode alcançar ganhos de carbono no montante de 12,02 toneladas por hectare (+17,44% de estocagem).

Clima mais quente

Além da degradação pela ação humana, a pesquisa apurou o quanto os estoques de carbono da Mata Atlântica são ameaçados pelas mudanças climáticas, mais especificamente aumento de temperatura e estresse hídrico. Se o aquecimento global for restringido a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, como sugerido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, 3,53 toneladas por hectare (+5,12%) de carbono seriam liberadas apenas da Mata Atlântica. “Mas se o aquecimento global continuar em sua taxa atual, as emissões de carbono podem exceder 9,03 toneladas por hectare [+13,11% em emissões de carbono]”, complementa Pyles.

O artigo ainda indica que as iniciativas com o objetivo de mitigar as mudanças climáticas por meio da restauração de florestas poderiam se beneficiar da inclusão de espécies com maior densidade de madeira, sementes mais pesadas e folhas maiores. O grupo de pesquisadores alerta que as políticas de conservação de carbono devem levar em conta aspectos metodológicos usados para a quantificação dos estoques de carbono. “As diferenças entre metodologias utilizadas em campo podem levar a erros na estimativa de carbono e, consequentemente, à má interpretação e ineficiência de ações de mitigação do clima”, explica Pyles.

O estudo também aponta que a relação entre a biodiversidade e os estoques de carbono é fraca na Mata Atlântica. Isso revela que as políticas de conservação focadas apenas no carbono podem falhar na proteção da biodiversidade e destaca a importância de implementação de mecanismos de incentivos complementares e separados que visem alcançar também a preservação de espécies.

Segundo Lima, os resultados encontrados para a Mata Atlântica podem servir de lição para outras florestas do mundo – diante das crescentes intervenções humanas nas florestas tropicais ao redor do planeta, oferecendo soluções baseadas na natureza no combate às mudanças climáticas.

O artigo é assinado também por Luiz Fernando Silva Magnago (Universidade Federal do Sul da Bahia), Bruno X. Pinho (Universidade Federal de Pernambuco), Gregory Pitta (USP), André L. De Gasper e Alexander C. Vibrans (Universidade Regional de Blumenau), Vinícius Andrade Maia, Rubens Manoel dos Santos e Eduardo van den Berg (UFLA). A pesquisa recebeu apoio da FAPESP, que financiou os estudos de pós-doutorado de Lima.

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Como funciona a Agricultura de Precisão?

por jornalismo-analytica 4 de julho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A agricultura de precisão economiza dinheiro, tempo e recursos para agrônomos e agricultores. O uso de planos de tratamento localizados, em vez de espalhar um produto com cobertura, provou ser mais eficaz para aumentar os rendimentos, reduzindo custos e protegendo o meio ambiente local. Em alguns casos, reduziu os custos do agente de amadurecimento em 20% e forneceu uma taxa de precisão de 93% na previsão do rendimento das culturas.

A ABZ Drone, com sede na Hungria, vem trabalhando com drones na agricultura para trazer técnicas eficazes para fluxos de trabalho agrícolas. Recentemente, eles mostraram como usar drones para fazer um plano de tratamento de culturas para os agricultores locais. Eles usaram um drone para capturar imagens aéreas de um campo de girassol, que foram processadas no PIX4Dfields para analisar a saúde e a condição das plantas, bem como identificar possíveis danos aos animais, o que é uma grande preocupação para as reivindicações de seguro de colheita.

Campo mostrado na interface PIX4Dfields

A ABZ Drone queria identificar problemas em campo e mostrar como o drone e o software especializado de fotogrametria PIX4Dfields poderiam ajudar a atender às suas necessidades individuais. Eles trouxeram câmeras multiespectrais e RGB para o campo para coletar e analisar imagens. Eles então queriam importar o mapa de prescrição para o sistema de piloto automático Trimble do trator John Deere para provar como todo o fluxo de trabalho pode ser conectado perfeitamente. Ter maquinário especializado já faz parte do processo de uso da agricultura de precisão, portanto, adicionar drones aumenta as capacidades e a economia da fazenda.

Detalhes do Projeto

  • Usuário ABZ Drone
  • Localização Hungria
  • Software PIX4Dfields
  • Área coberta 4 ha
  • Imagens 115
  • Saídas Ortomosaico, índice VARI, mapa de zoneamento
  • Tempo de processamento 20 minutos

Como você pode usar drones na agricultura?

A ABZ Drone estava tentando responder à pergunta de por que você usaria drones na agricultura. Que valor trazem? Existe um claro retorno sobre o investimento (ROI)? Vimos um ROI para o uso de drones para tratamento com fungicidas, mas como os agricultores da Hungria poderiam aplicar essa tecnologia em seus próprios campos? Como revendedora oficial da Pix4D, a ABZ Drones conhece todas as ferramentas especializadas necessárias para obter o máximo do PIX4Dfields, projetado para fornecer informações aos produtores e agrônomos sobre seu campo para ajudar a resolver problemas e planejar tratamentos com a máxima eficiência. Eles são uma fonte ideal de conhecimento para aconselhar os agricultores a trazer a agricultura de precisão para seus campos pela primeira vez.

O foco para esta demonstração foi o uso de imagens multiespectrais, que requerem um tipo específico de câmera. Observar a maneira como uma planta reflete a luz com uma dessas câmeras fornece informações sobre a saúde de uma planta ou cultura, seja ela afetada por doenças, sob estresse hídrico ou crescendo lentamente. Analisar o status de um campo inteiro com esses filtros especiais, ou índices, é o primeiro passo para criar um plano de tratamento. O plano de tratamento pode ser importado para o hardware de aplicação – como o sistema de navegação de um trator. O trator pode então aplicar o tratamento onde for mais necessário em quantidades especificadas. O mapa que ele usa para fazer isso é chamado de mapa de Zonação.

Os campos PIX4D podem gerar vários índices, incluindo o índice VARI

A ABZ Drone trabalha com drones capazes de transportar cargas úteis especializadas para indústrias que vão da agricultura à construção e telecomunicações. Isso inclui o uso de pulverização local para tratar plantas nos campos. Como revendedora Pix4D, eles têm acesso a amplo suporte e pesquisa sobre como tirar o melhor proveito do software agrícola de mapeamento de drones.

Provando o valor dos drones

Uma vez que os dados foram coletados, a equipe os importou para o PIX4Dfields. Por ser um software baseado em desktop, não houve necessidade de conexão com a internet e, como resultado, a equipe da ABZ Drone pôde processar as imagens em campo. O tempo de processamento foi de apenas 20 minutos, após o qual a equipe pôde analisar e explicar as descobertas – o ortomosaico 2D e o mapa de imagens multiespectral.

A ABZ Drones mostrou aos agricultores as diferentes saídas que eles poderiam obter dos PIX4Dfields para obter informações sobre as culturas

Em seguida, eles integraram as descobertas com software de terceiros para calcular um plano de prescrição. Graças à precisão do mapa no PIX4Dfields, ele forneceu dados geolocalizados e, portanto, podem ser importados para o software de planejamento. Com o Mapa de Zonação, a equipe enviou os resultados para o sistema de navegação de um trator John Deere. O uso dessa tecnologia georreferenciada em equipamentos agrícolas já é uma prática comum, pois garante que o campo seja utilizado com a máxima eficiência, evitando que o trator se desvie de uma pista planejada.

Espalhando a Agricultura de Precisão

O aumento da aceitação de técnicas de agricultura de precisão é um desenvolvimento empolgante na agricultura. Não só é mais barato para os produtores, como também permite práticas agrícolas mais amigas do ambiente. Reduzir a quantidade de produtos químicos aplicados a uma cultura evita que eles sejam levados para os ecossistemas locais e causem poluição química, incentivando a agricultura ecologicamente correta.

“O PIX4Dfields, com sua facilidade de uso e velocidade, permite que os agricultores processem imagens tiradas com um drone mesmo no campo e as importem para equipamentos agrícolas tradicionais”

Barna Becze, ABZ Drone

Uma demonstração ao vivo como esta da ABZ Drone prova aos produtores e agricultores como a tecnologia pode ser usada, com uma abordagem prática que mescla efetivamente teoria e conhecimento com experiência em campo.

A ABZ Drone também realizou um webinar baseado neste projeto que teve muitos participantes, como agricultores que aprenderam com demonstrações ao vivo e ficaram mais confiantes em usar os produtos depois de vê-los trabalhando e entender o fluxo de trabalho. Demonstrações ou workshops presenciais realizados pela equipe de treinamento da Pix4D e revendedores autorizados oferecem aos usuários uma chance interativa de aprender como obter o melhor de seus campos.

No geral, o projeto da ABZ Drones foi uma demonstração prática bem-sucedida da tecnologia de drones de impacto para ajudar os agricultores a melhorar sua produtividade e diminuir seu impacto no solo, o que, por sua vez, incentivou produtores e agrônomos locais a integrar drones e fotogrametria em seu fluxo de trabalho para colher os benefícios em suas colheitas.

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Brasil terá o primeiro açúcar mascavo rastreado com tecnologia blockchain

por jornalismo-analytica 30 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A demanda pelo açúcar mascavo cresceu nos últimos anos na esteira do segmento de produtos naturais e a rastreabilidade, com base em blockchain, contribui para o acesso a mercados cada vez mais exigentes. Foto: Magda Cruciol
Cada lote levará informações como: data de produção, variedade de cana utilizada e a identificação e geolocalização da propriedade rural que forneceu a matéria-prima, além da análise microbiológica e parâmetros físicos e químicos daquele açúcar, como teor de sacarose, umidade e cor.
O lote recebe uma assinatura digital única que ajudará a combater casos de adulteração.
Produto utiliza o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital e primeiro do gênero no Brasil.
Conhecida em operações financeiras, tecnologia blockchain é inviolável e garante a segurança das informações.

A safra 2022 inicia trazendo uma novidade para o setor canavieiro e para o consumidor. A partir de julho começa a chegar às prateleiras das lojas e supermercados o primeiro açúcar mascavo dotado de um sistema de rastreabilidade baseado em blockchain, tecnologia de ponta capaz de atestar a transparência e a integridade das informações do produto. Por meio de um QR Code estampado na embalagem, qualquer pessoa poderá verificar as informações sobre a origem e o processo de fabricação do açúcar. O tipo mascavo é valorizado no segmento de produtos naturais e saudáveis, mas ainda sofre com casos de adulteração.

Ao longo de três anos, uma equipe de especialistas da Embrapa Agricultura Digital (SP) trabalhou no desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar). A tecnologia foi customizada para o açúcar mascavo e validada na planta agroindustrial da Usina Granelli, parceira no projeto-piloto. Agora, a empresa será a primeira licenciada a comercializar o produto rastreado, que vai levar o selo Tecnologia Embrapa.

O sistema foi introduzido no processo de produção neste mês de junho, dando início aos primeiros lotes com rastreabilidade via blockchain. Pelo contrato de licenciamento, uma porcentagem das vendas será revertida para a Embrapa na forma de royalties. O desenvolvimento do projeto também contou com o apoio da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana).

Lançamento
Um evento no dia 21 de junho na sede da Usina Granelli, em Charqueada (SP), marca o lançamento oficial da tecnologia de rastreio do açúcar mascavo por blockchain.

A tecnologia Sibraar possibilita que os dados de fabricação do produto sejam armazenados em blocos digitais, usando a blockchain para construir uma sequência temporal e imutável dos registros e garantindo, assim, a integridade das informações geradas ao longo do processo de produção.

Para cada lote do açúcar mascavo da Granelli, serão disponibilizadas a data de produção, a variedade de cana utilizada e a identificação e geolocalização da propriedade rural que forneceu a matéria-prima para aquele lote, conforme as regras previstas na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Também serão fornecidas informações sobre a análise microbiológica do produto e sobre os parâmetros físicos e químicos daquele açúcar, como teor de sacarose, umidade e cor.

O sistema da Embrapa foi concebido inicialmente para o setor sucroenergético, mas pode ser customizado também para a agroindústria vinculada a outras cadeias agrícolas, como a de grãos. Para o pesquisador Alexandre de Castro, líder do projeto, tem crescido a exigência de mercados consumidores internos e externos por alimentos mais seguros e sustentáveis.

A rastreabilidade é fundamental para levar ao consumidor final maior conhecimento sobre a procedência e o processo de produção e para garantir a competitividade do produto brasileiro. “A adoção de ferramentas com tecnologias do tipo blockchain embarcadas surge como alternativa importante para atender esse mercado uma vez que possibilitam que cada lote fabricado receba uma assinatura digital única para criar uma trilha segura de auditabilidade dos dados”, destaca.

Oportunidade de licenciamento e novas parcerias

A Embrapa Agricultura Digital está apta a receber demandas de indústrias e empresas que atuam no setor sucroenergético que tenham interesse em licenciar a tecnologia de rastreabilidade blockchain Sibraar para utilização em seus produtos comerciais. Para mais informações, entre em contato pelo email cnptia.negocios@embrapa.br

Blockchain

O Sibraar é o primeiro software para rastreabilidade registrado no mercado nacional, voltado para a agroindústria da cana-de-açúcar, desenvolvido com tecnologia blockchain e que oferece ao consumidor informações por lote de fabricação diretamente disponibilizadas em QR Code nas embalagens.

Toda a arquitetura do sistema de agrorrastreabilidade foi desenvolvida pela equipe da Embrapa e o armazenamento e processamento dos dados, bem como a disponibilização da informação final na internet, ocorre nos servidores da Empresa seguindo protocolos de segurança. Por meio de ferramentas criptográficas, cada lote de fabricação do açúcar tem suas informações gravadas em bloco e recebe uma assinatura digital gerada no data center da Embrapa. Ali, o software produz o encadeamento automático desses blocos, como uma corrente, criando um histórico dos dados de fabricação ao longo do tempo. Essa sequência é então associada a um código QR que vai permitir o acesso às informações pelo consumidor, bastando para isso apenas de um smartphone.

“Com a blockchain, a assinatura digital de cada novo lote do produto inclui as informações codificadas de todos os lotes anteriores, formando uma sequência imutável. Se houver qualquer alteração no banco de dados, o código QR etiquetado nas embalagens do produto é automaticamente inativado. Esse é o diferencial quando se utilizada códigos de barras bidimensionais associados à tecnologia blockchain”, explica Castro. A etapa de verificação, que atesta a integridade da informação rastreada, é distribuída, ou seja, está nas mãos do próprio consumidor. “Qualquer pessoa poderá checar se o histórico daquele registro foi manipulado. Se algum dado foi alterado, o QR Code não trará as informações. É como a nossa história de vida, se fosse possível alterar qualquer fato do passado, seu presente, como é, seria apagado”, compara.

Diferencial competitivo

Questões relacionadas à originação e rastreabilidade dos produtos já estavam no radar da Usina Granelli. Segundo a diretora de projetos, Mariana Granelli, a possibilidade de incorporar uma tecnologia como blockchain foi a oportunidade de dar completa transparência e ser reconhecido pelas melhores práticas adotadas na produção. “O mercado está cada vez mais exigente, quanto mais formos transparentes nessa relação, acreditamos que melhor será a nossa reputação junto ao consumidor”, ressalta. Ela projeta para este ano um piloto de produção de quatro toneladas de mascavo com rastreabilidade. A Usina também já estuda estender o uso da tecnologia para outros produtos, como o açúcar tipo demerara e destilados alcoólicos.

Fundada há 35 anos, na região do vale do rio Piracicaba, a Usina Granelli nasceu como engenho para produção industrial de cachaça, revendendo para grandes engarrafadoras do País. Nos anos 2000, a empresa passou a produzir também etanol e xarope de cana. A fabricação de açúcar é mais recente, produzindo os tipos VHP (Very High Polarization), açúcar bruto voltado para a exportação, e o demerara e mascavo. O açúcar mascavo com a rastreabilidade via blockchain é a aposta da empresa para entrada na venda direta ao consumidor, por meio de supermercados, lojas especializadas e plataformas de comércio eletrônico.

“Há cinco anos, a Usina vem aprimorando o processo de fabricação, buscando parâmetros ideais para aceitação no mercado. O objetivo é atender um segmento de consumidores preocupado com a saudabilidade dos alimentos e disposto a remunerar um açúcar com maior valor agregado. A rastreabilidade chega neste mesmo contexto, de oferecer um alimento seguro e de qualidade”, afirma Granelli.

Um dos principais produtos derivados da cana até o século XIX, sendo substituído com o tempo pelo açúcar branco e refinado, a demanda pelo tipo mascavo cresceu nos últimos anos na esteira do segmento de produtos naturais. Identificado pelo modo de produção mais artesanal, por tratar-se de um açúcar bruto, com o mínimo de processamento na sua fabricação e sem uso de aditivos químicos para clareamento e refino, o mascavo preserva alguns nutrientes em concentração muito superior ao açúcar branco, como cálcio, magnésio, fósforo e potássio. Seu preço na prateleira do mercado é, em média, até cinco vezes superior ao do açúcar cristal, por exemplo.

Porém, ainda existem casos de adulteração do produto, em que o açúcar cristal e outras substâncias são misturados ao mascavo durante uma das etapas da fabricação. Como resultado, tem-se um açúcar com características físicas semelhantes ao produto original, mas com propriedades químicas bem diferentes. Um dos parâmetros laboratoriais que ajudam a identificar a pureza do mascavo é o grau de polarização, que define a porcentagem de sacarose do produto.

Esse dado está rastreado pela tecnologia da Embrapa e pode auxiliar o consumidor a atestar os padrões de qualidade e a idoneidade do produto que está adquirindo. A vantagem da tecnologia blockchain, que já é muito aplicada em operações financeiras, é que as informações são praticamente invioláveis, garantindo além da procedência a transparência das informações de industrialização do açúcar.

Inovação aberta

“O Sibraar é um exemplo de tecnologia pioneira na cadeia sucroenergética, resultado de uma iniciativa da Embrapa para inovação aberta com o setor produtivo”, ressalta o chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, Stanley Oliveira. Essa modalidade de projeto é focada em uma conexão maior da pesquisa com as demandas da agropecuária, que conta com parceiros comprometidos com a adoção da solução gerada. “A partir dessa experiência, a Embrapa tem um arcabouço de conhecimento que vai reduzir o tempo para desenvolvimento e customização da tecnologia para outras aplicações e culturas”, enfatiza.

O projeto teve origem a partir da cooperação técnica estabelecida em 2019 entre a Embrapa Agricultura Digital e a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), à qual a Usina Granelli é associada, que prevê ainda a geração de outros ativos e soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial e sensoriamento remoto.

Há mais de três anos, a Coplacana vem buscando acelerar e dar mais foco à pauta de inovação, promovendo a aproximação do setor produtivo com startups e instituições de pesquisa, como a Embrapa. O desenvolvimento do sistema de rastreabilidade com blockchain, construído em parceria com a Usina Granelli, é considerado um caso de sucesso, de acordo com o diretor de negócios da cooperativa, Roberto Rossi. “Conseguimos trazer a Embrapa, com a sua expertise, e o nosso cooperado, que tem essa visão de acesso a novos nichos de mercado, e juntos estamos viabilizando um açúcar mascavo rastreado com blockchain que é inovador no Brasil”, afirma.

Rossi acredita que as novas tecnologias vão contribuir para que o Brasil, país líder mundial na produção de açúcar, consiga acessar mercados cada vez mais exigentes, como o europeu, o norte-americano e o canadense, e vê com grande entusiasmo o avanço da agricultura digital, no setor sucroenergético, trazendo uma maior credibilidade e segurança do alimento. “Com essas ferramentas, é possível satisfazer todos os tipos de consumidores. Tecnologia, produtividade, aumento de renda, acesso a novos mercados são marcos importantes e é esse futuro que se acelera, no qual a informação sobre o alimento será cada vez mais fundamental na tomada de decisão do consumidor”, completa.

Fonte: EMBRAPA

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PETROLEIRAS INDEPENDENTES PEDEM QUE CADE IMPEÇA A VENDA DA GASPETRO PARA A COMPASS

por jornalismo-analytica 29 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Foto-Anabal-Santos-Jr.O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) pautou na quarta-feira (22) o julgamento sobre a venda do controle da Gaspetro da Petrobrás para Compass. A operação, avaliada em R$ 2 bilhões, tem sido muito contestada por associações da indústria e até mesmo por órgãos reguladores, sob a alegação de que trará prejuízo à concorrência no elo da cadeia de comercialização de gás natural. Nesse sentido, a Associação de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) também passou a fazer coro a essas contestações. A entidade protocolou no CADE uma manifestação contra venda da Gaspetro à Compass e disse que a transação pode prejudicar as petroleiras independentes. “Na medida em que a possível venda da Gaspetro para a Compass vai inibir a atuação da venda do gás do operador independente, naturalmente haverá uma retração nos investimentos em novos blocos de exploração e produção”, avaliou o secretário-executivo da ABPIP, Anabal Santos Jr. O entrevistado acredita que o melhor caminho seria reiniciar o processo de venda da empresa, para garantir maior concorrência no mercado de gás natural. Para a ABPIP, se a Compass (do grupo Cosan) assumir a Gaspetro, passará a controlar 70% da demanda de produção de gás no país. “Eu acho que o ponto central desse debate é que é preciso ter coerência com o Novo Mercado de Gás, respeitar à lei e, principalmente, defender o consumidor final que arcará com as consequências se essa venda for adiante”, finalizou.

Por que a ABPIP decidiu protocolar essa manifestação contrária à venda da Gaspetro?

cadeEsse assunto está pautado em função do julgamento que vai acontecer hoje. A ABPIP decidiu protocolar também uma manifestação contrária à operação, fazendo coro a manifestações realizadas anteriormente por outras entidades. Nossa alegação é que é preciso ter coerência com o modelo de mercado idealizado no Novo Mercado de Gás Natural.

A situação referente à venda da participação da Gaspetro causa estranheza. Se a própria Petrobrás não poderia ter uma condição que a Compass pretende ter, então não faz muito sentido o que está estabelecido nessa tentativa de venda. Essa é a visão da ABPIP, que é corroborada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pelo Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural (CMGN).

De que forma a operação pode ser prejudicial para as petroleiras independentes?

Para a associação, o efeito será prejudicial aos produtores independentes e seus investimentos para o ingresso no mercado de comercialização de gás. A ABPIP se preocupa com a possibilidade da conduta denominada como ‘self-dealing’, ou seja, o direcionamento da demanda das distribuidoras de gás para sua vertente de comercialização, fechando importante parcela desse mercado aos produtores.

Quais são os outros riscos inerentes?

COSANO Brasil já deixou de gerar riquezas a partir dos recursos do gás natural por falta de atratividade. Na medida em que a possível venda da Gaspetro para a Compass vai inibir a atuação da venda do gás do operador independente, naturalmente haverá uma retração nos investimentos em novos blocos de exploração e produção.

Uma vez que venham surgir os fatos concretos que estamos demonstrando na manifestação ao CADE, será natural que os operadores independentes pensem duas vezes antes de aplicar novos recursos em blocos de exploração e produção. Assim, corremos o risco de revisitar aquele modelo onde o gás não era priorizado no portfólio dos operadores.

Quais são os principais pontos apresentados na manifestação?

A questão é que você não pode vender um ativo como a Gaspetro para qualquer grupo. A compradora precisa preencher alguns pré-requisitos. E um deles é não ser membro de outro elo da cadeia de óleo e gás. Então, nesse sentido, a nossa posição concreta é que essa venda não deve ser autorizada, porque fere os princípios da Lei do Gás e as diretrizes do Novo Mercado de Gás.

Nós temos visto algumas especulações na imprensa que, eventualmente, poderá haver um membro do CADE que vote a favor da venda, mas impondo medidas restritivas. Eu, sinceramente, não consigo enxergar quais medidas poderiam mitigar os riscos. Portanto, o que eu acho é que o país deveria fazer aquilo que está escrito na lei: a Petrobrás pode vender a Gaspetro para quem quiser, desde que o comprador atenda aos princípios legais.

Como o senhor mencionou, a ANP também se mostrou contrária à transação, inclusive sugerindo o reinício do processo de venda. A ABPIP compartilha dessa visão?

GASPerfeitamente. Acho, inclusive, que essa é a única alternativa para que a sociedade brasileira faça valer a lei. Usando um jargão do ramo, podemos dizer que esse processo tem um vício e, para superá-lo, é preciso reabrir o processo para receber outras propostas de outras empresas que não tenham esse impedimento.

Quais são as expectativas da ABPIP em relação ao julgamento de hoje no CADE?

É importante que a sociedade brasileira esteja atenta ao julgamento de hoje no plenário do CADE. O conselho poderá adotar uma medida que nós julgamos adequada: a reabertura do processo de venda da empresa. No entanto, o CADE também pode permitir a venda e assumir as consequências de autorizar um descumprimento legal. Ou, eventualmente, o conselho pode trazer alguma solução que tente compatibilizar todas as preocupações relacionadas ao processo, algo que eu acho bem difícil. A partir da decisão que for tomada, existirão alguns desdobramentos. Imagino que esse processo será um pouco conturbado.

Eu acho que o ponto central desse debate é que é preciso ter coerência com o Novo Mercado de Gás, respeitar à lei e, principalmente, defender o consumidor final que arcará com as consequências se essa venda for adiante.

Fonte: Petronotícia

29 de junho de 2022 0 comentários
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Biogás: chegou a hora de investir

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2022
escrito por jornalismo-analytica

O setor de biogás no Brasil segue crescendo em ritmo acelerado. A publicação Panorama do Biogás no Brasil – 2021, elaborada pelo CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás) indica que em 2017 havia em operação no Brasil 271 plantas de biogás, sendo que, deste total, 51 plantas eram novas. Em 2021, por sua vez, o número total de plantas de biogás em operação saltou para 755 — sendo que, deste total, 102 plantas eram novas.

Neste mesmo período, a produção de biogás no Brasil saltou de 1,12 bilhão para 2,35 bilhões de metros cúbicos. No entanto, por ser uma fonte de energia extremamente atrativa do ponto de vista ambiental, foram anunciados recentemente diversas iniciativas e medidas para conferir a segurança necessária e fomentar um desenvolvimento ainda maior do setor.

Iniciativas regulatórias recentes de fomento

O ambiente de negócios para investimentos no setor de biogás vem se tornando cada vez mais favorável. A Lei nº 14.134/2021 (Nova Lei do Gás) e o seu regulamento, Decreto nº 10.712/2021, estabelecem que qualquer gás que não se enquadrar na definição de gás natural estabelecida na lei tenha tratamento equivalente, desde que
aderente às especificações estabelecidas pela ANP — o que é o caso do biometano — criando assim segurança jurídica para os negócios que podem se utilizar da base legal e regulatória do gás natural.

Em março, a Presidência da República publicou o Decreto nº 11.003/2022, que institui a Estratégia Federal de Incentivo ao Uso Sustentável de Biogás e Biometano. A Estratégia tem os seguintes objetivos: incentivar programas e ações para reduzir as emissões de metano; fomentar o uso de biogás e biometano como fontes renováveis de energia e combustível; e contribuir para o cumprimento dos compromissos assumidos pelo país em convenções internacionais afetas ao tema.

Em atendimento ao referido decreto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou em 22/03/2022 a Portaria MMA nº 71, que institui o Programa Nacional de Redução de Metano, apelidado de Programa Metano Zero.

Dentre as medidas a serem desenvolvidas pelo programa, se destacam: linhas de crédito e financiamento específicas para, entre outras ações:

  • implantação de biodigestores;
  • implantação de sistema de purificação de biogás, produção e compressão de biometano;
  • criação de pontos e corredores verdes para abastecimento de veículos pesados movidos a
    biometano, tais como ônibus, caminhões e máquinas agrícolas;
  • alavancagem da utilização ou desenvolvimento da tecnologia veicular;
  • desoneração tributária para infraestruturas relacionadas com projetos de biogás e biometano.

Terá grande relevância no programa a criação do mercado de créditos de carbono gerados pela redução das emissões de metano oriundas dos resíduos orgânicos, bem como pela emissão evitada de carbono com a substituição de combustíveis fósseis.

Na esfera estadual, é importante mencionar que diversos estados possuem leis que estabelecem políticas públicas para o biogás e biometano. Alguns estados estabeleceram a obrigação de que parte do suprimento de gás das concessionárias deve ser atendida por biometano.



Além dos programas publicados, está tramitando na Câmara de Deputados o Projeto de Lei nº 3.865/2021, que institui o Programa de Incentivo à Produção e ao Aproveitamento de Biogás, de Biometano e de Coprodutos Associados (PIBB). No Senado Federal, por sua vez, tramita o Projeto de Lei nº 302/2018, que cria incentivos
às empresas que produzem biogás, metano e energia elétrica a partir de resíduos sólidos em aterros sanitários.

Na perspectiva ambiental, ressaltamos que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabelece diretrizes, metas e estratégias para a produção de biogás e biometano, uma vez que tal produção além dos benefícios energéticos, ainda oferece tratamento adequado para resíduos sólidos urbanos e rurais, favorecendo ainda mais a necessidade destes empreendimentos.

Assim, tais empreendimentos trazem um benefício duplo para a sociedade, posto que geram energia e ainda solução para o tratamento dos resíduos gerados pelas populações urbanas e rurais.

É sempre oportuno lembrar que os empreendimentos para a produção de biogás e biometano tem papel importantíssimo na descarbonização de emissões, uma vez que a sua pegada de carbono é significativamente menor que as fontes de energia conhecidas, o que inclui os combustíveis fósseis e outras fontes renováveis.

Outras medidas de incentivo

Além do fomento trazido pela legislação, é importante observar diversas outras características que favorecem os investimentos no setor de biogás e biometano. Destacamos:

  • demanda crescente de biogás e biometano;
  • incentivos específicos nos leilões de energia promovidos pela Aneel;
  • viabilidade técnica e econômica para projetos de pequena, média ou grande capacidade;
  • geração de eficiência energética para empreendimentos associados a outros tipos de produção;
  • possibilidade de captação de receitas de longo prazo por meio de contratos longa duração, cujo formato dependerá das características do empreendimento;
  • receitas oriundas da venda de créditos de metano, cujo mercado será regulado em breve;
  • receitas com a venda de CBIOs para a produção de biometano que seja destinado à distribuição de combustíveis; receitas com venda de biofertilizantes.

Financiamento

Se não bastasse, existem diversos incentivos para financiamento de plantas de biogás e biometano que podem ser realizados com recursos públicos, sendo o principal deles o Fundo Clima, que oferece recursos reembolsáveis ou não reembolsáveis, conforme as características do empreendimento. O financiamento de recursos reembolsáveis é oferecido com termos bastante competitivos.

Além disso, para facilitar o oferecimento de garantias para o financiamento pelo Fundo Clima, está sendo criado o Fundo Garantidor do Biogás que reduz o risco de crédito e, por conseguinte, a taxa de juros do financiamento.

Possíveis estruturas

Outro importante aspecto a ser considerado nos investimentos em plantas de biogás ou biometano é a flexibilidade nos modelos de negócios que estruturam os empreendimentos. Há possibilidade de se estruturar projetos que se inserem na cadeia de valor do próprio empreendedor ou de projetos em parceria com terceiros,
com diversos formatos contratuais. Os modelos podem combinar a participação de vários agentes, de modo a distribuir a participação de capital próprio e diluir os riscos.

Os modelos de negócio podem contemplar empreendedores rurais e empresas do setor de energia bem como indústrias e agentes financeiros que tenham interesse em tornar mais “verde” seu portfólio de ativos ou operações.

Por todos esses motivos, segundo a publicação Panorama do Biogás no Brasil – 2021, citada anteriormente, o potencial teórico da produção de biogás é de 84,6 bilhões de metros cúbicos por ano — quantidade esta que seria suficiente para suprir 40% da demanda interna de energia elétrica e 70% do consumo de diesel. Há
portanto, um vasto potencial a ser explorado.

A produção em larga escala de biogás e biometano é uma realidade em diversas partes do mundo. Segundo a publicação Biogas: Pathways to 2030 feita pela World Biogas Association em março de 2021, em 2018 a produção na Europa foi de 209 TWh, na China de 84 TWh e nos Estados Unidos foi de 42 TWh.

No Brasil, entretanto, a produção foi de somente 0,42TWh. Tais dados evidenciam o potencial de
crescimento para investimentos em biogás.

Em resumo, os investimentos em biogás e biometano têm vasta demanda, um ambiente seguro e amigável para desenvolvimento e flexibilidade comercial e financeira para sua estruturação, razão pela qual podemos dizer: Chegou a hora de investir.

27 de junho de 2022 0 comentários
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