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sustentabilidade

Notícias

Startup desenvolve espumante com base no mel de abelhas nativas brasileiras

por jornalismo-analytica 10 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Uma empresa paulista está desenvolvendo uma nova bebida espumante de alta qualidade com base no mel de abelhas nativas brasileiras sem ferrão. Além de introduzir no mercado um produto único e de alto valor agregado, o projeto visa estimular a conservação da fauna nacional e valorizar a cultura e o trabalho de comunidades produtoras locais.

O projeto é da Mirá, uma startup sediada em São Carlos, no interior paulista. A primeira fase das pesquisas já foi concluída, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP e o projeto agora entra em sua segunda fase, de desenvolvimento do produto final.

De acordo com a bióloga Juliana Massimino Feres, pesquisadora responsável pelo projeto, existem mais de 350 espécies de abelhas brasileiras sem ferrão, cujo mel tem propriedades de aroma e sabor muito especiais. Depois de trabalhar em diversos projetos científicos relacionados à cadeia de meliponicultura – como é chamada a criação de abelhas sem ferrão –, Feres percebeu que esse mel tinha potencial para o desenvolvimento de um produto de alto valor agregado.

“No convívio com a cadeia de meliponicultura, era evidente que havia um encantamento do público com o mel das nossas abelhas nativas e seus subprodutos, mas trata-se de um recurso limitado, de alto valor e não reconhecido pelo mercado. Percebemos que era possível usar esse recurso para um produto que fosse atrativo para quem trabalha com a produção. Por isso começamos a pensar na bebida espumante”, explica Feres.

Em parceria com seu sócio na Mirá, o também biólogo Túlio Marcos Nunes, a pesquisadora começou a estudar as alternativas para o processo fermentativo do mel de abelhas nativas, dando o pontapé inicial para o desenvolvimento da nova bebida.

Segundo ela, já existem no mercado algumas bebidas feitas a partir do mel de abelha comum, a Apis mellifera. Porém, as características do mel de abelhas sem ferrão eram de fato muito especiais e o sucesso da bebida foi grande já nos primeiros testes.

“Começamos a desenvolver o processo de fermentação e realizamos testes preliminares da bebida com amigos. A bebida mostrava potencial, mas com os testes identificamos os pontos cientificamente frágeis no processo. Foi aí que resolvemos pedir o apoio do PIPE-FAPESP para superarmos os problemas com a fermentação e começarmos a pesquisar o mercado para o produto”, diz Feres.

De acordo com Nunes, no PIPE 1, desenvolvido entre julho de 2020 e março de 2021, o objetivo era minimizar as incertezas em relação ao produto. O primeiro passo, após verificar se era viável fermentar o mel de abelhas nativas sem ferrão, foi avaliar se o processo resultaria em uma bebida agradável e palatável.

“Depois disso, fizemos uma vasta caracterização química do produto, para saber como os compostos presentes no mel se comportariam na bebida. Desenvolvemos inúmeras receitas e selecionamos duas que tiveram resultados surpreendentes em relação ao sabor e aroma. Confirmamos ainda que as substâncias presentes no mel se preservaram na receita final, mantendo as características da matéria-prima”, afirma Nunes.

Os dois pesquisadores já trabalhavam com abelhas nativas sem ferrão desde o início de suas carreiras e, há quatro anos, estão desenvolvendo a fermentação do mel dessas abelhas. “Eu também já tive uma cervejaria familiar e é daí que vem minha experiência com a fermentação”, conta Nunes.

“Vários estudos anteriores já demonstravam a riqueza química e biológica do mel de abelhas nativas, mas a pesquisa era incipiente e, então, tivemos de identificar e categorizar os compostos com os quais iríamos trabalhar”, explica Feres.

Segundo ela, seu sócio já dominava todo o aparato científico necessário para realizar a caracterização química e microbiológica dos compostos presentes no mel antes e depois da fermentação. Por meio de uma parceria com o professor Norberto Peporine Lopes, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Produtos Naturais e Sintéticos e da Central de Espectrometria de Massas de Micromoléculas Orgânicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), foi feita toda a pesquisa de base sobre essa rica matéria-prima.

“Constatamos que grande parte dos flavonoides e antioxidantes presentes no mel se manteve após a fermentação. E eles estão presentes no mel de abelhas nativas sem ferrão em quantidade muito maior que no mel da abelha Apis mellifera“, compara Nunes.

Também foram avaliadas quimicamente as substâncias voláteis presentes no mel, a fim de caracterizar quais delas tinham potencial para a obtenção de aromas e sabores de interesse. “Grande parte dessas moléculas era comum às do vinho branco, dando à bebida um aroma de abacaxi e flores, por exemplo”, diz Nunes.

Testes em campo e na mesa

Levando em conta a realidade da cadeia produtiva, os pesquisadores selecionaram as abelhas mais disponíveis e, dentro desse grupo, as que produziam um mel mais palatável. Foram escolhidas a mandaguari (Scaptotrigona postica), a jataí (Tetragonisca angustula) e a mandaçaia (Melipona quadrifasciata). Os testes com o público, então, foram intensificados.

“Para saber a reação do público, era preciso testar e chegar a vários consumidores finais, mas também ter acesso aos especialistas. Tivemos o apoio de Paola Carosella, empreendedora do ramo da alimentação, que colocou a sua equipe à disposição para testes”, conta Feres.

“Nossa metodologia incluía o desenvolvimento do produto junto com o cliente final. Tudo que é testado tem um retorno do público, que é incorporado e essa informação é levada de volta ao processo de aperfeiçoamento do produto, em sucessivos ciclos de aprendizado”, diz Nunes. “Queremos testar essas bebidas em associação ao chamado turismo de experiência”, afirma.

Trabalhando com um produto que traz uma nova experiência ao público, os pesquisadores precisavam de um espaço de testes que envolvesse o contato presencial com o local de produção, em conexão com a terra e a biodiversidade. O local escolhido foi um espaço rural em uma região de Cerrado no município de São Carlos, que também abriga a fábrica para fermentação e produção de mel.

“Ali o consumidor pode provar o produto em seu contexto. Trabalhamos com pessoas de um assentamento local que tem desenvolvido a matéria-prima conosco, além de outras comunidades, como quilombolas”, afirma Feres.

Segundo Nunes, o produto não deverá ter uma escala industrial muito grande, mas terá grande potencial para fomentar projetos sociais. “Do ponto de vista da conservação, a atividade de criação de abelhas é regenerativa – e a floresta em pé é uma necessidade para que o produto seja capaz de agregar valor”, explica.

Produto da sociobiodiversidade

De acordo com Feres, a opção por uma bebida espumante – como são conhecidos os vinhos com presença de dióxido de carbono obtido por uma segunda fermentação – foi feita porque o bouquet do mel de abelhas nativas possui um gosto residual bastante complexo. “Mas quando associamos com as bolhas, a riqueza de sensações muda bastante e é possível explorar toda a sutileza desse tipo de produto. O mel de abelhas nativas traz muito de uma sensação floral”, explica a bióloga.

Por sua própria formação, os sócios da Mirá tinham interesse em desenvolver um produto condizente com a conservação da biodiversidade brasileira. Feres tem mestrado e doutorado na área de genética, é especializada em gerenciamento ambiental e trabalha com conservação de recursos genéticos florestais, genética de populações, ecologia, biologia reprodutiva e meliponicultura. Além da Mirá, ela é sócia-fundadora da empresa Heborá, que também atua com produtos de abelhas sem ferrão.

Já Nunes, que tem mestrado e doutorado em entomologia, atua na área de comportamento animal, bioquímica e desenvolvimento de produtos de controle biológico. Além de sócio da Mirá é sócio-fundador da Decoy Smart Control, uma startup de biotecnologia que desenvolve biodefensivos para a saúde animal.

“Temos um olhar voltado para o desenvolvimento de produtos economicamente importantes da biodiversidade brasileira. A meliponicultura é uma atividade que cai como uma luva para essa finalidade. É uma atividade que precisa, necessariamente, de florestas preservadas e um meio ambiente saudável para que as abelhas produzam”, diz Feres.

Segundo ela, a produção de mel de abelhas nativas também gera desenvolvimento social. “Muitas das pessoas que desenvolvem a atividade em seus quintais são mulheres e isso é um fator importante de inclusão. Assim, contribuímos com as comunidades. Quando há subprodutos que elas podem desenvolver, acabamos envolvendo todos os pontos focais da cadeia da meliponicultura”, explica a pesquisadora.

Próximos passos

De acordo com Feres, o próximo passo, na fase seguinte do Programa PIPE-FAPESP, é refinar a ciência da fermentação e escalonar o produto. “Esse escalonamento será condizente com a realidade do projeto, em volumes como 200 ou 400 litros. Isso será necessário para podermos estudar como o produto se comportará na prateleira, se haverá maturação ou outros processos”, afirma.

Um dos desafios para os pesquisadores consiste em estabelecer um critério científico rigoroso na produção, a fim de evitar problemas como contaminantes ou off-flavours – como são chamados os perfis sensoriais indesejáveis na bebida.

“A fermentação do mel gera off-flavours, que são substâncias não palatáveis e a correção precisa ser minuciosa. Estamos desenvolvendo alternativas naturais, pois não faria sentido passar por todo o processo de produção de uma bebida inteiramente natural e ter no fim um produto com correções químicas” diz Feres.

Outro desafio envolve a padronização do produto, já que o mel não é uma matéria-prima uniforme, ao contrário, varia de acordo com a região onde foi colhido, o bioma em que a abelha está inserida e a estação do ano em que foi produzido. Mas os pesquisadores acreditam que poderão tirar vantagem dessa característica.

“Nossa proposta é incorporar essa variação em termos de safra, o que tornará o produto ainda mais exclusivo. A ideia é ter pequenos lotes, cada um com uma variedade de características bastante peculiares”, afirma Nunes.

Em termos de mercado, a Mirá pretende dissociar o conceito de seus espumantes do hidromel – uma bebida fermentada que também tem base no mel. Segundo os pesquisadores, quase toda a produção brasileira de hidromel é feita com o mel da Apis mellifera. “As poucas pessoas que conhecem o hidromel dificilmente tiveram boas experiências, por isso precisamos desvincular do nosso produto, que é totalmente diferente”, compara Feres.

“A partir da mesma matéria-prima podemos fazer diversas bebidas diferentes. Já fizemos alguns testes que resultaram em um vinho branco seco. É possível também fazer um vinho bastante seco, com bastante álcool e gaseificado, que fica muito próximo ao Brut, ou Demi-sec. Podemos fazer também com baixa graduação alcoólica e bastante doce. Nossa escolha pela bebida espumante é um diferencial e, ao mesmo tempo, temos uma ampla gama de possibilidades de novos produtos”, avalia Nunes.

Fonte: FAPESP

10 de novembro de 2022 0 comentários
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Do guarda-roupa ao meio ambiente: qual o impacto ambiental do jeans?

por jornalismo-analytica 9 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A calça jeans é uma das peças mais versáteis e está presente no guarda-roupa de grande parte das pessoas. Apesar da sua popularidade, o jeans, da confecção ao descarte, muitas vezes inadequado, apresenta diversos impactos para o meio ambiente. Em relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2020, consta a informação de que a produção de uma calça jeans consome 3.789 litros de água, sem contar o tingimento com produtos químicos poluentes.

Grande parte desse problema surge no Brasil, que é um dos maiores fabricantes de jeans no mundo. A professora Júlia Baruque Ramos, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, pesquisadora na área de reciclagem têxtil, comenta sobre a importância da produção do jeans na economia brasileira. “O Brasil é o quinto maior produtor de têxtil do planeta e o quarto maior produtor de artigos confeccionados. O Brasil tem todas as etapas da cadeia têxtil”.

O jeans no Brasil e os fatores ambientais

Atualmente no Brasil são fabricados, principalmente, dois tipos de jeans. O primeiro é o jeans premium, feito 100% de algodão e com tingimentos, acabamentos e modelagens, mas com o preço mais elevado. O segundo é o jeans misto, geralmente usado no dia a dia, que é composto de algodão com poliéster, e às vezes pode ter poliuretano, conhecido popularmente como lycra, para dar uma maior flexibilidade. Esses dois tipos de jeans são tingidos com corantes sintéticos, que contêm poluentes, ou não são tingidos, que é o jeans branco.

Júlia Baruque Ramos – Foto: Researchgate

O segundo tipo, o jeans misto, é o mais produzido no Brasil, por ser mais barato e mais resistente, devido à mistura de materiais. No entanto, apesar desses benefícios, a especialista conta que a decomposição desse material tem duas principais problemáticas. “A primeira é a presença do poliéster e poliuretano que dificulta qualquer possibilidade de reciclagem e de transformar o tecido do jeans em fibra de novo e reincorporar. E a segunda é a decomposição, o algodão em mais ou menos três anos se decompõe, mas o poliéster e o poliuretano levam mais de 400 anos.”

Para além dos problemas já citados, Júlia menciona a poluição das águas em razão do tingimento dos tecidos, tanto o misto como o 100% algodão, e das lavagens em casa, que acabam contaminando a água com microplásticos oriundos das fibras sintéticas.

Economia circular

Atualmente, na tentativa de diminuir esses impactos ambientais, o conceito de economia circular está sendo colocado em prática. A ideia é não encerrar o ciclo de vida de determinado produto, neste caso as roupas de jeans, e sim integrá-lo para que seja reciclado e reutilizado para produzir outros itens.

Nos casos das empresas que trabalham com o tecido 100% algodão, elas estão recolhendo as aparas, que são as sobras dos cortes feitos para a produção de uma peça de jeans, e as desfibrando e reincorporando ao algodão virgem para fazer um novo tecido de jeans. Com os tecidos mistos isso não é possível, por sua composição, mas usar suas aparas para preencher almofadas e bichos de pelúcia é uma boa opção para dar continuidade ao seu ciclo de vida.

Palloma Renny – Foto: Researchgate

Pensando no conceito de Economia Circular, a mestranda da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, Palloma Reny, em sua tese de mestrado, investigou a logística dos resíduos de jeans 100% algodão, em Toritama, Pernambuco, onde existe um dos maiores polos produtores de jeans do País, e desenvolveu, a partir dela, um composto com possível aplicação para o desenvolvimento de componentes de calçados.

Segundo dados da pesquisa, a indústria de jeans em Toritama gera por mês 800 kg de resíduos. O jeans 100% algodão representa 30% do total. A análise desses resíduos mostrou grande viabilidade para o emprego deles em grande escala e resultou em dois tipos de materiais. “Um com espessura mais grossa e outro mais fino, que demonstraram uma grande aderência para o desenvolvimento de componentes de calçados, como palmilha e contraforte – elemento estrutural do calçado, localizado na parte do calcanhar”, esclarece Palloma.

“Essa pesquisa colabora com a busca pela diminuição dos impactos dos resíduos de jeans. E estimula a remanufatura desses resíduos para um novo ciclo de vida dentro da própria indústria da moda, o que direciona a um percurso para a economia circular”, afirma a pesquisadora.

Vale ressaltar que, por ser um dos maiores produtores têxteis do mundo, o setor emprega milhões de trabalhadores brasileiros. Segundo dados do relatório anual da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção (Abit), em parceria com o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), o setor têxtil empregava, em 2021, de forma direta, mais de um 1,3 milhão de trabalhadores, e oito milhões se contar os empregos indiretos.

9 de novembro de 2022 0 comentários
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Notícias

Revisão de mais de mil artigos busca compreender como nanomateriais afetam as plantas

por jornalismo-analytica 8 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP) revisaram 1.154 artigos científicos originais, publicados entre 2009 e 2022, que tratam do efeito de nanomateriais sobre 1.374 plantas de 253 espécies. O objetivo foi capturar (de forma quantitativa) e organizar os parâmetros experimentais empregados pela comunidade científica, além dos resultados obtidos ao longo da última década.

Com os metadados – dados gerados a partir de outros já publicados na literatura – o grupo de autores sistematizou quais são os nanomateriais mais utilizados, em que tipo de ambiente as plantas são expostas, quais órgãos vegetais são mais expostos aos tratamentos e quanto tempo duram os estudos. Além disso, mostraram os percentuais de tratamentos à base de nanomateriais que causaram efeitos positivos, negativos ou ambos – além daqueles que não afetaram as plantas.

O trabalho recebeu financiamento da FAPESP por meio de oito projetos (20/07721-9, 20/11178-9, 20/11546-8, 17/16375-4, 15/05942-0, 16/50014-6, 22/03399-0 e 17/21004-5). As conclusões foram publicadas na revista Environmental Science: Nano, da Royal Society of Chemistry.

“Se queremos de fato explorar as propriedades de nanomateriais para aumentar a produtividade das culturas, ou acessar o potencial de risco que podem oferecer ao ambiente, nós precisamos planejar e executar adequadamente os estudos”, explica Hudson Wallace Pereira de Carvalho, principal autor do trabalho. “Os resultados obtidos em um dado experimento dependem de como ele foi conduzido”, complementa Carvalho, que se doutorou em química pela USP e pela Universidade Paris XI.

A pesquisa verificou, por exemplo, que 71% dos estudos não utilizaram controles positivos. Mas ao avaliar o efeito de uma dada nanopartícula também se deveria tentar incluir partículas micrométricas ou compostos solúveis com composição química análoga. “O desacoplamento de efeitos oriundos de propriedades nanométricas daqueles causados por íons ou micropartículas poderia ser facilitado por essa estratégia”, explica Carvalho.

Outra questão abordada foi a concentração de nanomateriais a que as plantas são expostas. “Notamos que para um dado elemento químico as concentrações são, em geral, maiores do que aquelas às quais as plantas estão expostas naturalmente no ambiente ou aquelas às quais são expostas em ambientes de produção agrícola”, diz o pesquisador. Isso leva a outra questão: os efeitos obtidos, especialmente os negativos, derivam das concentrações elevadas ou realmente de propriedades do mundo nanométrico?

Além disso, constatou-se que os estudos são curtos quando se comparam sua duração e o ciclo de vida das culturas. A mediana da duração da maioria dos experimentos foi de 49 dias para plantas cultivadas em solo, o que é bem pouco em comparação aos ciclos anuais dos cultivos, de 90 a 120 dias. Ou seja, a minoria dos estudos avalia o impacto dos tratamentos à base de nanomateriais sobre a produtividade e a qualidade da produção. E poucos experimentos (6%) foram realizados em condições de campo (que requerem grande esforço). Em um experimento de campo, as variáveis de clima, patógenos e solo se alteram de um local para o outro. Logo, para ter validade, deve ser instalado em locais diferentes e mesmo por mais de uma safra, aponta o artigo. Por outro lado, antes da aplicação de nanopartículas na lavoura é preciso muito cuidado com experimentos bem estabelecidos em casas de vegetação, para não espalhar substâncias potencialmente tóxicas no ambiente.

Impactos

O grupo também verificou que apenas 19% dos estudos em que nanopartículas foram aplicadas no solo avaliaram se elas causam algum impacto sobre microrganismos. “Estes últimos são componentes essenciais para a manutenção da fertilidade do solo”, adverte Carvalho.

“É difícil tirar conclusões das razões pelas quais os experimentos foram conduzidos dessa forma. Por outro lado, nossa metanálise aponta oportunidades e direções que podem ser interessantes de se seguir”, diz o pesquisador. “Claramente, trata-se de uma área de conhecimento multidisciplinar relativamente recente e ainda há muito a ser estudado.”

Por exemplo, é conhecido que algumas propriedades são mais pronunciadas em partículas menores do que 29 nanômetros. O estudo revela que cerca de metade dos tratamentos estava acima dessa fronteira. “Isso pode sinalizar que ainda estamos tentando entender como o tamanho das partículas afeta as plantas.”

As observações apontam para a intrincada relação entre a capacidade de inferir conclusões e o desenho experimental empregado, conclui o estudo.

A visão abrangente e atualizada dos efeitos dos nanomateriais nos sistemas vegetais levanta a questão de se estes levarão a ganhos incrementais de rendimento ao substituir insumos atuais por outros baseados em nanotecnologia, como a liberação controlada de fertilizantes e pesticidas, ou se poderão revolucionar a agricultura atacando problemas até agora não abordados na prática, como “driblar” os estresses e os mecanismos de defesa das plantas, ou modular seu metabolismo.

8 de novembro de 2022 0 comentários
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Notícias

Inteligência Artificial no agronegócio: como a tecnologia tem beneficiado o setor

por jornalismo-analytica 1 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

*Marcio Aguiar

A Inteligência Artificial (IA) já está presente em inúmeras aplicações e soluções em todo o mundo, que vão desde pesquisas científicas até tecnologias médicas. No entanto, muitas vezes não imaginamos o quanto a IA também pode ajudar em setores como o agronegócio e meio ambiente.

De acordo com projeções da Markets & Markets, o investimento no setor deve saltar para US$ 4 bilhões em 2026, e considerando que a população mundial vai crescer em 2 bilhões de pessoas até 2050, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), tal aspecto irá gerar uma necessidade de aumento em 60% na produção de alimentos. Por isso, a IA é uma tecnologia importante para se investir e conhecer no mundo do agronegócio.

Muitas startups já utilizam o poder das GPUs da NVIDIA para trabalhar com IA em prol da humanidade, com foco desde salvar a população de abelhas em torno do mundo até a agricultura, no cultivo de citros.

Uma folga para as abelhas, e adeus para ervas daninhas

Uma startup de Israel, chamada Arugga, criou robôs para realizar o trabalho das abelhas: polinizar plantações. Com o uso do módulo NVIDIA Jetson Xavier NX, é possível aumentar em até 20% os rendimentos e colheitas de plantações usando a tecnologia. Além disso, com ajuda da análise de vídeo inteligente NVIDIA Metropolis, é possível também coletar dados e detectar, por exemplo, qual o momento certo para iniciar o processo de polinização.

Outro uso inteligente para o setor está no exemplo da startup Greeneye, de Tel Aviv, que desenvolveu pulverizadores inteligentes acionados por IA, que eliminam com precisão (e na dose certa) as ervas daninhas de plantações. Isso pode gerar uma redução de até 90% no uso de produtos químicos e herbicidas, assim como evitar a contaminação da água e do solo.

Todas estas aplicações surgiram por meio do programa global NVIDIA Inception, que é destinado a impulsionar startups, com a ideia de revolucionar e aprimorar indústrias com avanços em IA e ciência de dados. O programa oferece capacitação e todas as ferramentas que desenvolvedores e engenheiros precisam para criar as mais diversas soluções de IA as quais oferecem inúmeros benefícios, neste caso, para produtores, plantios e colheitas.

O uso da IA em plantações de citros

Com o uso da IA, é possível capturar imagens, com visão frontal e lateral, gerar diversos tipos de dados como avaliação dos frutos das árvores, um a um, realizar estimativas de safra, detecção de doenças e até mesmo realizar o cálculo da volumetria de copa. Tudo isso de forma automática. A novidade já está em testes e em uso por 14 propriedades de produtores de citros ao redor do mundo.

Os dados fornecidos pela ferramenta, que normalmente são coletados e usados a cada ano pelos produtores, podem ser utilizados em tempo real, e ajudam a evitar falhas e realizar de forma mais eficiente o replantio, por exemplo.

Além de fornecer informações precisas sobre produção, a tecnologia também permite contabilizar as perdas. É uma solução que não só facilita a vida do agricultor, mas também economiza tempo nas operações.

Um dos usos está em usar os sensores de IA para ter benefícios na programação e direcionamento, para aproveitar as quadras que tem um calibre maior de fruto. Ou seja, isso resulta em mais rendimento pós-colheita.

Há muitos benefícios, por exemplo, se comparados a soluções tradicionais, como a análise realizada por imagens aéreas. É possível aproximar a imagem de cada árvore e analisar uma por uma. Com essas informações em mãos, o produtor pode tomar decisões mais assertivas e evitar futuros problemas, que anteriormente ou sem o uso da IA, não seria possível. Isso gera economia e uma produção maior e mais eficaz.

Assim como em outros mercados os quais a NVIDIA tem uma participação ativa e disruptiva, há muito o que agregar no campo do agronegócio com as soluções. Especialmente quando trabalhamos em parceria com cientistas, pesquisadores, empresas e startups que oferecem seu poder criativo para desenvolver inovações que irão melhorar a qualidade de vida das pessoas.

 

*Marcio Aguiar é diretor da divisão Enterprise da NVIDIA na América Latina

 

Sobre a NVIDIA

Desde sua fundação em 1993, a NVIDIA (NASDAQ: NVDA) tem sido pioneira em computação acelerada. A invenção da GPU pela empresa em 1999 estimulou o crescimento do mercado de games para PC, redefiniu a computação gráfica, iniciou a era da IA moderna e tem alimentado a criação do metaverso. A NVIDIA agora é uma empresa de computação full-stack com ofertas em escala de data center que estão reformulando o setor. Mais informações em: https://nvidianews.nvidia.com/.

Acesse também:

Site oficial da NVIDIA no Brasil: https://www.nvidia.com/pt-br/

Facebook: @NVIDIABrasil

Twitter: @NVIDIABrasil

YouTube: NVIDIA Latinoamérica

1 de novembro de 2022 0 comentários
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FONTE NUCLEAR ESTARÁ NO CENTRO DOS PRINCIPAIS FÓRUNS GLOBAIS DE ENERGIA ATÉ O FINAL DESTE ANO

por jornalismo-analytica 31 de outubro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

ne-neac-Korsnick-072018A fonte nuclear ganhará holofotes em alguns dos principais fóruns de discussões do setor global de energia até o final deste ano. A avaliação é da presidente do Nuclear Energy Institute (NEI), Maria Korsnick. A especialista aponta que a fonte tem ganhado função de destaque no planejamento energético dos Estados Unidos, assumindo um papel crucial nos planos de descarbonização da matriz elétrica do país. Ao mesmo tempo, durante a COP 27, que será realizada em novembro no Egito, a expectativa é que a nuclear também ganhe destaque mais uma vez nas conversações, assim como aconteceu na COP 26, em Glasgow, no ano passado. “A evidência é clara – o momento da nuclear certamente chegou”, disse Maria.

A presidente da NEI destacou que o governo dos Estados Unidos voltou a “nivelar o campo de jogo”, garantindo o papel crucial da energia nuclear na descarbonização, ao lado de fontes renováveis como eólica e solar. O programa de crédito nuclear civil autorizado no pacote de infraestrutura bipartidário no ano passado deu às usinas um caminho para permanecerem abertas e continuarem servindo suas comunidades com energia limpa e acessível.

nuclear“A energia nuclear também esteve no centro do pacote climático mais abrangente aprovado em nossa história, a Lei de Redução da Inflação. As disposições fiscais da lei valorizam as usinas nucleares de hoje e incentivam novas tecnologias de energia limpa, como a próxima geração de reatores nucleares”, afirmou.

Além disso, a presidente do NEI destacou ainda que legislaturas estaduais de todo o país estão procurando uma solução acessível, confiável e limpa – e estão descobrindo que a energia nuclear se encaixa nesse projeto. Em estados como West Virginia, Montana e Connecticut, vimos ações reais em apoio à energia nuclear, pois esses estados revogaram moratórias antiquadas para permitir a consideração de novas construções nucleares.

“Juntas, essas políticas impactantes ajudaram a colocar a energia nuclear no centro do palco em uma série de eventos climáticos e energéticos importantes que acontecem neste outono. A energia nuclear não é mais deixada de lado, mas uma parte central das conversas sobre clima e segurança energética que acontecem em reuniões internacionais críticas, como o Fórum Global de Ação de Energia Limpa da Clean Energy Ministerial, em Pittsburgh”, apontou.

nuclearMaria Korsnick também destacou a forma como a fonte nuclear será debatida em fóruns de discussões em alto nível nos próximos meses. A partir da próxima quarta-feira (26), em Washington, começa a Conferência Ministerial Internacional sobre Energia Nuclear no Século 21, organizada pela Agência Internacional de Energia Atômica. Será a primeira vez que o evento será realizado nos Estados Unidos.  E em novembro, Korsnick  estará no Egito para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP27, onde a energia nuclear deverá ter destaque nas conversas sobre segurança energética e descarbonização.

“Com investimento em inovação e políticas eficazes que valorizam a energia nuclear como a potência livre de carbono que é, estamos prontos para avançar na mitigação climática global e além. Além disso, é a fonte de energia mais bem posicionada para também impulsionar economicamente as comunidades vizinhas, fornecendo milhares de empregos de qualidade e de longo prazo e milhões de dólares em receitas fiscais”, disse. “A crise climática é uma questão global e requer uma solução global. Assim, enquanto os líderes mundiais e formuladores de políticas se reúnem em grandes eventos mundiais neste outono, peço-lhes que assumam a liderança dos Estados Unidos e dobrem seu compromisso com a energia nuclear, que é a solução essencial para alcançar uma transição de energia limpa e acessível. É hora de seguir adiante”, concluiu.

31 de outubro de 2022 0 comentários
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ECONOMIA DO RIO CRESCEU ACIMA DA MÉDIA DO PAÍS E O SETOR DE PETRÓLEO DEVE ACELERAR ESSA ALTA ATÉ O FINAL DO ANO

por jornalismo-analytica 28 de outubro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Firjan, Luiz Césio CaetanoEnfim, novos ares. Um novo balanço da atividade econômica do Rio de Janeiro no primeiro semestre do ano indica bons resultados. A economia fluminense cresceu 2,8% durante o período em comparação com segundo semestre do ano passado. O resultado superou até mesmo os números nacionais – uma vez que o avanço da economia brasileira chegou a 2,5% durante o intervalo estudado. O dado faz parte de um novo levantamento produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Ainda de acordo com a entidade, para o segundo semestre, apesar de um ambiente externo ainda mais desafiador, no contexto nacional, há alívio de curto prazo que garante perspectivas mais positivas para o ano.

A expectativa é de crescimento de 2,5% para economia fluminense em 2022, acima da projeção de 2,0% do relatório anterior. De acordo com a Firjan, a indústria deve crescer 2,7%, puxada principalmente pelos segmentos extrativista e de construção civil. “Dentre os segmentos, destaca-se a produção de derivados de petróleo, que deve manter sua trajetória de crescimento no segundo semestre de 2022”, frisou a federação.

“A alta se deve ao otimismo com relação à economia brasileira diante da aprovação de medidas para a redução do nível de preços e do aumento da transferência de renda para a população”, declarou o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.

nova_plataformaJá o segmento de serviços deve experimentar um avanço de 2,4% no segundo semestre. Para a Firjan, espera-se avanço do setor de serviços fluminense diante do menor nível de preços e a perspectiva de redução da taxa de desemprego ao longo do ano. Cabe destacar que ainda há espaço para um crescimento mais robusto do setor, uma vez que sua recuperação ocorreu mais tardiamente frente aos demais. No entanto, a alta taxa de juros ainda representará em entrave para crescimento robusto do setor. Por ser o segmento de maior peso na economia fluminense, o consumo de serviços exercerá a maior influência positiva para o crescimento do PIB do Rio de Janeiro no ano.

Olhando para o segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio de Janeiro teve um crescimento de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2021. O resultado teve influência do setor de Serviços, que avançou 2,2% devido, principalmente, ao aumento do serviço de transportes – confirmando quadro de maior dinamismo da atividade econômica fluminense. Mesmo com o resultado no azul, o desempenho do segmento ainda está em patamar 5,9% abaixo do melhor nível registrado na série histórica do estudo, no primeiro trimestre de 2014.

industria-maquinas-e-equipos_aac42779O setor industrial, por sua vez, terminou o segundo trimestre com crescimento de 2% na comparação ao mesmo período de 2021. O resultado foi positivamente influenciado pelo aumento da produção nas indústrias de transformação (5,5%), que teve desempenho superior ao nacional (0,5%), e pela alta da construção civil (6,2%).

Já de olho no futuro, a Firjan também fez estimativas sobre a economia do estado em 2023. “Para o Rio de Janeiro, os investimentos em construção civil continuarão a influenciar positivamente a economia do estado. Ainda cabe acrescentar que o quadro de contas públicas do Rio de Janeiro conta com um cenário favorável de alta arrecadação de royalties e redução de despesas com encargos da dívida, devido ao Regime de Recuperação Fiscal. Esses elementos proporcionam espaço para continuidade de projetos de investimentos no ano que vem. Além disso, as perspectivas para a indústria extrativa seguem positivas diante da estimativa de altos volumes de investimentos no setor”, destacou a federação.

Por fim, a entidade lembrou ainda que é preciso destacar que os contextos externo e interno ainda são de grande incerteza e instabilidade, o que pode afetar setores fundamentais para a economia fluminense, como a indústria de transformação e o setor de serviços. “Considerando esses fatores, projeta-se crescimento de 0,6% do PIB do Rio de Janeiro em 2023”, finalizou.

28 de outubro de 2022 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores avaliam produção conjunta de biocombustíveis para preservar áreas de cultivo

por jornalismo-analytica 27 de outubro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

BRASÍLIA — Pesquisadores da Coppe/UFRJ estudam uma alternativa para produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar que poderia aumentar em mais de 40% (cerca de 100 TWh) a geração de renováveis, sem a necessidade de cultivar mais terras.

Usando o CO₂ e o hidrogênio liberados durante a produção de etanol, o estudo propõe aproveitar a produção de etanol para gerar metanol — um tipo de álcool utilizado na indústria química e também no setor de transportes, como combustível marítimo.

Gabriel Castro, um dos autores do artigo, explica que os excedentes de dióxido de carbono (CO₂), produzidos durante a fermentação e combinados com hidrogênio (H₂), podem sintetizar o metanol renovável, que ainda precisa ganhar escala para substituir o de origem fóssil.

A produção mundial de metanol vem crescendo e quase dobrou nos últimos dez anos. Apesar disso, menos de 0,2 milhão de toneladas de metanol renovável é gerado por ano.

 


De acordo com a pesquisa, a produção conjunta dos combustíveis renováveis se mostra positiva, já que os biocombustíveis possuem desvantagem de expansão devido às exigências para o uso de terras.

“A nossa análise mostra que o uso da bioenergia clássica em combinação com tecnologias modernas de hidrogênio tem um grande potencial para economizar terra. Desta forma, a biodiversidade e o uso tradicional da terra podem ser preservados e a competição com a produção de alimentos, reduzida”, comenta Johannes Schmidt, orientador da pesquisa.

“No entanto, isso exige políticas que ativamente protejam e promovam usos alternativos da terra. Caso contrário, os combustíveis sintéticos também podem ter consequências negativas”, completa.

No Brasil, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) exige que as áreas de cultivo de cana-de-açúcar, soja e milho, para a produção de renováveis, não tenham sido desmatadas após novembro de 2018.

A iniciativa garante certificados de descarbonização (CBIO) aos produtores que reduzem as emissões de gases poluentes do efeito estufa (GEE) na geração de biocombustíveis.

 


Desafio financeiro

Ainda segundo o estudo, a conta para que essa alternativa ganhe o mercado ainda não fecha, mas os aumentos nos custos dos derivados de petróleo e as quedas nos preços da renováveis podem ajudar na competitividade no longo prazo.

Para implantação da tecnologia, será necessária a construção de usinas de energia renovável, além de eletrolisadores e instalações de armazenamento de CO₂ e hidrogênio.

Em 2021, para evitar 1 tonelada de dióxido de carbono, eram gastos cerca de € 200. O valor representa mais que o dobro do preço de atacado das emissões de CO₂ na Europa.

Gabriel explica que os aumentos nos preços dos combustíveis fósseis fez com que o preço do metanol também subisse. Sendo assim, o valor de atacado europeu seria suficiente para financiar o mecanismo tecnológico.

“Supondo que o custo das células solares e eletrolíticas continue caindo, os custos desta produção combinada de etanol e hidrogênio também poderiam cair 40% ao longo da próxima década”, calcula.

27 de outubro de 2022 0 comentários
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Notícias

IMPORTAÇÃO DE MEDICAMENTOS: O QUE NÃO APRENDEMOS COM A PANDEMIA

por jornalismo-analytica 26 de outubro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Por Jackson Campos, Diretor de Mercado Farmacêutico  e Relações Governamentais na AGL Cargo

 

A Logística Farmacêutica nunca esteve no centro das atenções como no início do ano de 2020. O setor que já se encontrava em expansão desde 2018, teve uma crescente demanda nos últimos dois anos, seja em função da procura por remédios, produtos de higiene ou então pela tão esperada vacina.

E muito além da corrida em descobrir a vacina da Covid-19 cientificamente, também houve um enorme desafio a ser encarado pela logística farmacêutica: a disponibilidade e distribuição efetiva desses materiais dentro de um tempo calculado – e num colapso sanitário hospitalar nunca vivido antes.

Todos os processos foram realizados corretamente, e cada ponto crítico da etapa de importação foi analisado para evitar interrupção em um momento de necessidade. A convite do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo – SindusFarma, me reuni com diversos órgãos governamentais numa campanha no instituto Aliança Pró Modernização Logística de Comércio Exterior – Procomex ,  onde produzimos uma cartilha de orientações para processo de importação da vacina da Covid-19.

Dada a largada, tivemos dois meses intensos de trabalho para que a vacina ficasse, no tempo máximo 15 minutos, ou menos do que 15 minutos no aeroporto,  e assim enviada, sem entraves, para o importador.

Com o objetivo de que esses gargalos fossem encontrados, alguns grupos foram divididos, e eu fiquei responsável por dois, o grupo de importação e o de retorno e embalagem vazia. Enquanto outros intervenientes do processo de importação trabalhavam para que tudo acontecesse muito rápido, e a carga já chegasse liberada na alfândega.

Para que essa cartilha fosse concluída com êxito, também participaram da iniciativa, a Receita Federal; Secretaria de Comércio Exterior -Secex; Confederação Nacional do Transporte- CNT; Anvisa; Agência Nacional de Aviação Civil – Anac; Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro – Sefaz RJ; Governo do Estado de São Paulo; Ministério da Infraestrutura; Associação Brasileira de empresas de Transportes Internacional Expressos de Cargas – Abraec; Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para saúde- Abimed; Associação Nacional das Empresas administradoras de Aeroportos – Aneea; Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo – Sindasp, Sindusfarma e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil -Jurcaib.

É notório que a pandemia foi um catalisador de mudança na logística farmacêutica e que o setor ganhou destaque no mercado, tornando-se um coeficiente fundamental no combate à pandemia, logo, ao retorno à normalidade da vida.

E eu sempre me pergunto: se deu tão certo com a vacina, por que não replicar para toda cadeia de medicamentos? Por que não contar com uma infraestrutura adequada para que esses medicamentos cheguem aos consumidores de maneira mais rápida e com custos menores?

Ressalto a importância de uma logística inteligente nos próximos anos – com menos chance de falhas, sem burocracias, com mais processos e estratégias eficientes, a fim de manter o objetivo que nos uniu na pandemia:  oferecer insumos acessíveis para todos num curto espaço de tempo.

 

Sobre o autor: Jackson Campos, Diretor do Mercado Farmacêutico e de Relações Governamentais na AGL Cargo. autor do livro Venda por telefone sem precisar visitar: Um guia para serviços de comércio exterior, Campos atua com comércio exterior e relações governamentais há anos, o que que o coloca em posição de destaque para abordar quaisquer desdobramentos relacionados à importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional. O especialista que também é Fellow do CBEXs possui facilidade em explicar todos os processos e etapas que fazem parte do ciclo de vida de um determinado produto, desde a movimentação de seus insumos até a sua entrega no cliente, desvendando dados, estatísticas e revelando os percalços do comércio exterior.

Saiba mais em: www.jacksoncampos.com.br

 

 

26 de outubro de 2022 0 comentários
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Notícias

Novos rótulos de alimentos podem contribuir para redução de doenças cardiovasculares no longo prazo

por jornalismo-analytica 25 de outubro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Especialista do Instituto Nacional de Cardiologia elogia as regras que entraram em vigor essa semana, mas cobra outras medidas de prevenção

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2022 – O novo modelo brasileiro de rotulagem de alimentos industrializados, que entrou em vigor nessa semana, pode contribuir a longo prazo para a redução da incidência de doenças cardiovasculares no país, mas é necessário adotar outras medidas de prevenção. A avaliação é da Dra. Elisa Maia dos Santos, pesquisadora do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), que é nutricionista e doutora em Ciências Cardiovasculares.

O INC é referência do Ministério da Saúde no tratamento de alta complexidade em doenças cardiovasculares e atua na pesquisa e prevenção dessas doenças, que são a principal causa de morte no Brasil.

Elisa Maia ressalta que o novo modelo de rotulagem, que entrou em vigor em 9 de outubro, tem como objetivo padronizar e expor as informações nutricionais de forma mais clara, para que a população possa realizar escolhas alimentares mais seguras do ponto de vista nutricional.

O novo modelo deixa mais claro quando um alimento tem doses altas de gordura saturada, sódio e açúcar, por meio de selos presentes de maneira destacada nas embalagens. A novidade representa um avanço em comparação às tabelas nutricionais anteriores, de difícil entendimento e muitas vezes escritas em letras muito pequenas.

A obesidade e diversas doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e doenças cardiovasculares, têm relação direta com o padrão alimentar e estão associadas a uma alimentação desequilibrada, rica em sódio, gorduras saturadas e açúcar.

A nova rotulagem pode ajudar a longo prazo, mas precisa ser acompanhada por outras medidas, pondera Elisa Maia: “A alteração na forma de exibição dos rótulos deve vir acompanhada de políticas públicas que estimulem alimentação saudável e redução do consumo de alimentos industrializados, além do estímulo a um estilo de vida saudável”.

 

Sobre o INC

Referência do Ministério da Saúde no tratamento de alta complexidade em doenças cardíacas, o INC atua há mais de 40 anos com destaque em procedimentos hemodinâmicos e cirurgias cardíacas de alta complexidade, incluindo as neonatais.

Trata-se de um dos três institutos do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Os demais são o Inca e Into.

O INC é atualmente o único hospital público que realiza transplantes cardíacos em adultos e crianças no Estado do Rio de Janeiro e é o segundo centro que mais realiza cirurgias de cardiopatias congênitas no Brasil. Desde 2021, tornou-se o único hospital fluminense a realizar transplantes de pulmão.

Formador de profissionais para a rede de saúde, o INC possui Programas de Residência Médica, Enfermagem e Farmácia de excelência, além de cursos de pós-graduação que abrangem diversas áreas de atuação cardiovascular, como Hemodinâmica, Ecocardiografia e Perfusão em Cirurgia Cardíaca. Conta ainda com mestrado multiprofissional em Ciências Cardiovasculares e Avaliação de Tecnologia em Saúde.

No campo da pesquisa, foi escolhido pelo Ministério da Saúde como coordenador do maior estudo multicêntrico já realizado no país na área de terapias celulares em cardiopatas e desenvolve pesquisas clínicas em diversas áreas de diagnóstico e tratamento em cardiologia.

25 de outubro de 2022 0 comentários
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