Quando se fala em inteligência artificial, logo pensamos no humanoide C-3PO da saga Star Wars ou no exterminador do futuro, RoboCop, entre outros personagens de sucesso. E não é por acaso, já que durante os anos 90 e início do terceiro milênio vários destes personagens fizeram com que o imaginário popular passasse a associar a IA com robôs humanoides. Mas, na realidade, a inteligência artificial vai muito além dos simpáticos robôs e está presente hoje no nosso cotidiano de forma muito mais frequente do que imaginamos.
Quando ligamos para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) de alguma empresa e ouvimos mensagens em menus, pressionamos teclas para escolher qual serviço ou tipo de atendimento queremos, já estamos “conversando” com uma IA. Mas é nas pesquisas científicas que a inteligência artificial tem sido mais intensamente usada até mesmo por ter uma infinidade de capacidade de processamento e poder fazer essa tarefa de forma mais dinâmica, rápida e precisa que a mente humana. O emprego da IA para solucionar problemas na área de energia ilustram essa realidade. A seguir, dois exemplos mostram esse potencial.
No Texas, nos Estados Unidos, o sistema de energia elétrica aproveita consideravelmente as fontes de energias renováveis abundantes na região, como a energia solar e a eólica. Entretanto, a energia proveniente dessas fontes é de difícil armazenamento. Pesquisadores desenvolveram, então, uma IA que prevê, com antecedência, o que eles chamaram de “seca energética”, ou seja, uma condição de falta de energia eólica e solar, que pode levar o sistema ao colapso. Da mesma forma, a IA pode prever também uma “enchente energética”, que é o oposto da seca, ou seja, um período de abundância de energia solar e eólica que pode ser aproveitada para armazenar e ser utilizada no momento oportuno.
Um pesquisador de Joanesburgo, na África do Sul, foi capaz de projetar um novo modelo de construção para motores de indução do tipo “gaiola de esquilo”. Estes motores são muito utilizados nas indústrias e em equipamentos domésticos, devido à sua diversidade de potência e versatilidade. O problema, no entanto, é o seu baixo fator de potência que interfere nas redes das concessionárias elétricas, então as indústrias acabam sendo obrigadas a gastar altos valores com bancos de capacitores para compensar o uso destes motores. A IA desenvolvida projetou um novo modelo de construção do rotor deste motor, de forma a prover um fator de potência dentro do padrão aceitável pelas concessionárias de energia mesmo quando o motor está com carga acima de 60%.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Danilo Pazian Paulo, professor do IFSP e doutorando em Engenharia Agrícola na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.
Fonte: JORNAL DA USP


Com o aumento das emissões ameaçando levar o mundo a mudanças climáticas catastróficas, o cientista Richard Betts, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), juntou-se aos defensores da energia limpa na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), no Egito, para pedir uma divulgação mais criativa e baseada em evidências em todo o mundo para impulsionar o apoio a soluções de energia líquida zero, incluindo a geração nuclear. Betts é um dos principais autores dos 4º, 5º e 6º Relatórios de Avaliação do IPCC.
A energia nuclear, que fornece um quarto de toda a eletricidade de baixo carbono, tem sido um elemento essencial na descarbonização do setor de energia na França, na província canadense de Ontário, na Suécia e na Suíça. No entanto, mesmo em meio ao crescente interesse na tecnologia para atender às necessidades de segurança climática e energética, Betts e outros palestrantes presentes no evento disseram que muito mais divulgação e engajamento são necessários para aumentar a conscientização sobre o caso científico da energia nuclear e estimular as pessoas e os formuladores de políticas a agir.
Kirsty Gogan, fundadora e sócio-gerente da TerraPraxis, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para soluções de energia para alcançar tanto a descarbonização quanto a prosperidade, também esteve na COP-27. Ela destacou os principais atributos da fonte: eletricidade limpa, calor térmico que pode ser usado para descarbonizar a indústria e produzir hidrogênio para uma variedade de usos, incluindo combustíveis sintéticos que podem substituir o petróleo; um fator de alta capacidade, o que significa que funciona quase 24 horas por dia, 7 dias por semana, independentemente do clima ou da luz solar; e uma pequena pegada ambiental devido à sua extrema densidade de energia.
A holandesa SBM Offshore revelou alguns avanços na construção dos três novos FPSOs da companhia que vão operar para a Petrobrás no pré-sal da Bacia de Santos. Atualmente, a empresa está trabalhando nas obras das seguintes unidades: FPSO Sepetiba, FPSO Almirante Tamandaré e FPSO Alexandre de Gusmão. Os navios serão afretados pela companhia holandesa para a petroleira e irão operar nos campos de Mero e Búzios. Apesar dos avanços, a companhia destacou que as atividades de construção continuaram a sofrer impactos dos efeitos combinados da pandemia de covid-19 e efeitos indiretos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A SBM também apresentou uma perspectiva de retomada da operação do FPSO Cidade de Anchieta, que atua na produção na área conhecida como Parque das Baleias. Em janeiro deste ano, a unidade teve sua produção paralisada após a descoberta de presença de óleo próximo à plataforma. Atualmente, os trabalhos de inspeção e reparo dos tanques estão em andamento.
FPSO Prosperity – Em agosto, um trecho do cais do estaleiro ao lado da embarcação cedeu e um empreiteiro foi fatalmente ferido. A Empresa lamenta este trágico incidente e continua a trabalhar em conjunto com o estaleiro para garantir a segurança do pessoal. As atividades de integração e comissionamento foram reiniciadas em um local alternativo. A avaliação de danos do incidente foi concluída e o efeito no cronograma é limitado. O primeiro petróleo ainda deve ocorrer antes do final de 2023.