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sustentabilidade

Notícias

Sistema de Plantio Direto completa 50 anos no Brasil, garantindo maior produtividade e sustentabilidade para agro

por jornalismo-analytica 12 de dezembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Estima-se que cerca de 33 milhões de hectares em áreas de produção de cereais no país utilizem o SPD

BELO HORIZONTE (29/11/2022) Estamos em pleno ano de Copa do Mundo. A festa sempre nos leva a um caleidoscópio de lembranças. No mundial de 1970, por exemplo, a seleção brasileira conquistava seu tricampeonato. Também naquela década, o Brasil emplacava gols que nos conduziriam a vitória ainda mais relevante, estar entre os líderes mundiais na produção de alimentos. Se nos anos 70 éramos um país importador de comida, hoje produzimos o suficiente para alimentar mais 1,6 bilhão de pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Isso em cerca de 10% do território. Saímos de uma produção de aproximadamente 40 milhões de toneladas, em 1970, em uma área de 30 milhões de hectares, para cerca de 300 milhões de toneladas, em aproximadamente 75 milhões de hectares plantados atualmente.

Esse grande salto se deve, substancialmente, ao empenho dos produtores e a aplicação de tecnologia. Nesse contexto, se destaca o Sistema de Plantio Direto (SPD), que agora em 2022 completa 50 anos de implementação no Brasil. O pioneiro foi o agricultor Herbert Bartz, do Paraná. Visionário, implantou em sua fazenda, 1972, um sistema de plantio que subvertia completamente a lógica que os produtores brasileiros estavam acostumados, de sempre fazer a aração e gradagem do solo, antes de cada plantio. Ao contrário disso, apostou na cultura de forma direta, mantendo uma cobertura morta e sem esse revolvimento de terra.

“Obviamente, no início eles foram chamados de malucos ou loucos, porque não havia ainda pesquisa que validasse essa tecnologia. Mas eles persistiram e observaram as vantagens econômicas, ambientais e sociais. O plantio direto passou a ser, então, divulgado. Os agricultores passaram a trocar experiências entre si, formando os Clubes Amigos da Terra. Iniciou-se uma segunda fase, com a realização de pesquisas, através da Embrapa, dos institutos estaduais como o Iapar (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), além das empresas de assistência técnica e extensão rural, como as Emateres, que também se engajaram nesse processo. A partir daí a técnica passou a ser difundida”, recorda o engenheiro agrônomo, membro da Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto (Febrapdp),Ronaldo Trecenti.

Ele ainda conta que a partir de 1992 verificou-se o maior salto do plantio direto no Brasil, com a criação, inclusive, da Federação Brasileira do Plantio Direto na Palha e da Associação do Plantio Direto no Cerrado.

Adequação

Esse sistema de plantio é, antes de tudo, mais adequado à realidade do solo brasileiro. As técnicas preconizadas anteriormente eram inspiradas na prática de países de clima temperado, como os europeus, onde há meses de inverno rigoroso, que congela o solo, fazendo com que seja necessário revolvê-lo com arado e grade, expô-lo ao sol para aquecer e permitir a germinação e o estabelecimento das plantas.

“Nós estamos no mundo tropical, aqui é diferente. Nós temos temperatura elevada e chuva durante boa parte do ano. Aqui nosso solo precisa de proteção contra a incidência direta da gota de chuva, para evitar a erosão. Então, a palha funciona como um guarda-chuva e guarda-sol. Não há necessidade de revolver o solo aqui para fazer o cultivo, exceto nos anos iniciais, onde a gente faz a correção com uso de calcário, gesso e fertilizantes. Uma vez que se estabeleceu e fez essa correção, a partir daí não precisa mais revolver, se fizer um bom manejo. As plantas vão trabalhar para nós funcionando como um arado biológico”, explica Trecenti.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Emerson Borghi, ainda acrescenta que no sistema tradicional de produção, o revolvimento do solo e a ausência de cobertura fazem com que haja perda de água tanto através da erosão, quanto da evaporação. “Com isso, em período de restrição hídrica as plantas entram em estresse o que impacta negativamente a produtividade”, reforça. Outro ponto para o qual ele chama a atenção é o fato de no sistema tradicional haver maior incidência de plantas daninhas, o que acaba exigindo maior uso de produtos químicos para esse controle.

Revoluções

Ao longo dos últimos 50 anos, o agro brasileiro passou por quatro grandes revoluções: a abertura do Cerrado, que proporcionou ao país ampliar suas áreas agricultáveis; o plantio direto, responsável por maior produtividade com sustentabilidade; a introdução do milho safrinha, que ampliou a oportunidade de produção do Brasil e, mais recentemente, os Sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Na avaliação do coordenador técnico da Emater-MG, Rogério Jacinto Gomes, nesse cenário, o plantio direto ganha destaque porque é a técnica base quando se pensa em produção sustentável. “É a técnica onde conseguimos, por excelência, associar a boa produtividade com a conservação do solo e da água. No plantio direto estamos imitando a natureza e na natureza não há revolvimento de solo. Nesta técnica apenas riscamos o terreno onde será colocado o fertilizante e a semente e mantemos a cobertura com palha, com isso nós ativamos a atividade biológica no solo e melhoramos a infiltração de água. Além de evitar erosão, a conservação de água no solo permite melhor produtividade em anos de chuvas reduzidas. Quando temos uma técnica que conserva solo e água ela é a referência para produção tropical”, defende.

Vantagens

Por preconizar também a rotação de culturas, o plantio direto ainda colabora para preservação das potencialidades do solo e no controle das pragas e doenças. O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Ramon Alvarenga, explica que as culturas têm demandas diferenciadas por nutrientes. “Se a gente usar uma cultura seguidamente numa área, ela tem preferência por alguns nutrientes em relação a outros, causando um desbalanceamento do solo e, por outro lado, vai exigir uma reposição muito maior desses nutrientes que ela demanda em maior quantidade”. Com a rotação, há também a redução de pragas naturais da cultura anterior, justamente pela ausência da planta alvo destes patógenos. “É um somatório de pequenos ganhos que fazem a diferença”, salienta.

Outra vantagem é a capacidade de se adaptar a propriedades de diferentes portes, com a disponibilidade no mercado desde grandes máquinas específicas para essa aplicação até plantadeiras de tração animal ou matracas manuais de plantio direto. “Temos uma tecnologia social, que se adapta do grande ao pequeno”, confirma o técnico da Emater, Rogério Jacinto.

O plantio direto representa ainda redução de custos de produção e da emissão de carbono. “Normalmente, no plantio convencional você faz uma aração e até duas gradagens, às vezes subsolagem. No plantio direto você faz essas operações apenas no início do sistema. Quando seu solo já estiver preparado você não precisa mais revolvê-lo e isso evita horas e horas de trator, consumo de combustível. Com isso, as emissões de carbono provocadas por essas operações são muito minimizadas. A gente economiza dinheiro e economiza a pegada de carbono também”, detalha o coordenador técnico da Emater-MG, Sérgio Brás Regina.

Evolução

Embora consolidado no país, o plantio direto ainda precisa avançar. Estima-se que a técnica é aplicada em cerca de 33 milhões de hectares, mas em apenas 20% ele é adotado respeitando todos os seus 3 pilares, que são: ausência de revolvimento do solo, rotação de culturas e cobertura permanente com palha. Para Sérgio Regina, um dos entraves diz respeito às condições climáticas, especialmente no semiárido, onde há dificuldade de se fazer palhada e ainda ausência de equipamentos, principalmente para os produtores que têm restrições ao uso de herbicidas, para dissecar a cultura e fazer a palhada. “Quando a indústria desenvolver equipamentos que façam a dissecação mecânica dessa palhada, ninguém segura mais o plantio direto em Minas Gerais”, afirma.

A Emater-MG incentiva a adoção do plantio direto em todo Estado, através da atuação dos técnicos nos escritórios locais, presentes em mais de 90% dos municípios mineiros. Por ocasião dos 50 anos do SPD, o diretor técnico Gelson Soares destaca que a empresa está realizando encontros em suas unidades regionais, como forma de ampliar os conhecimentos e promover a troca de experiências entre produtores, especialistas e outros atores do setor agropecuário. “O maior desafio da sociedade atualmente é conciliar a produção de alimentos com a preservação ambiental. A extensão rural mineira e brasileira têm uma grande missão, que é levar esta tecnologia para todos os pequenos e médios produtores. Nós temos feito um trabalho através de reuniões, visitas técnicas e seminários, para difundir esta tecnologia e tornar Minas Gerais cada vez mais um estado onde temos uma produção sustentável”, reforça.

Menos terra, mais produção

Segundo os especialistas, sem tecnologias como o plantio direto, seria necessário o dobro de áreas agricultáveis que o Brasil usa hoje, para produzir o volume de alimentos que alcançamos atualmente. “Temos um efeito poupa terra. Nossa produção e produtividade estão crescendo, na mesma área trabalhada. Isso graças a uma agricultura baseada em ciência, em que o plantio direto tem um papel muito relevante. O SPD associado a outras tecnologias, como a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, melhoramento das cultivares, variedades precoces de soja, manejo do milho com resistência a pragas e doenças, os ajustes da adubação, entre outros. É todo um pacote de conhecimento em que não é possível isolar um fator, mas certamente podemos destacar o plantio direto como um dos principais pelo aumento da produtividade e da capacidade de produção de alimentos pelo Brasil”, encerra Trecenti.

Geração de energia

Uma parceria entre a usina de Itaipu com a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp) tem incentivado a adoção do plantio direto de qualidade nas propriedades do entorno do lago de Itaipu e seus afluentes. A medida reduziu drasticamente, ao longo dos últimos 20 anos, o assoreamento do lago, o que impacta diretamente na vida útil da usina. Estudos geológicos indicam que Itaipu, em funcionamento desde 1982, teria cerca de 200 anos pela frente. Antes da expansão do plantio direto, havia previsões que apontavam para menos 50 anos de vida útil. A redução da erosão e do assoreamento teriam adiado por pelo menos 30 anos a necessidade de intervenções como dragagem.

12 de dezembro de 2022 0 comentários
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LOGÍSTICA FARMACÊUTICA INTERNACIONAL: 3 PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR

por jornalismo-analytica 9 de dezembro de 2022
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O transporte internacional para a área da saúde é rigoroso e precisa atender às rígidas regras mundiais de fabricação, armazenagem, transporte e distribuição. Será que o Brasil está preparado?

O Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, e se encontra em expansão desde antes da pandemia. Em 2018 alcançou 75 bilhões de euros em volume de mercado e segundo uma estimativa da consultoria Grand View Research, o mercado de logística farmacêutica registrará um crescimento global de 3,5% a cada ano até 2025.

E com uma demanda crescente, a melhor opção para gerenciar, é uma logística bem estruturada que atenda todas as necessidades do mercado. Além disso, é necessário assegurar os padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por fiscalizar  e regular todas as atividades da cadeia de logística farmacêutica.

Para Jackson Campos, Diretor de Mercado Farmacêutico, “se falarmos especificamente de logística nacional existem diversos complicadores como extensão geográfica brasileira, problemas de infraestrutura, ausência de ferrovias, áreas e difícil acesso. No caso da logística internacional a demanda é ainda mais complexa, uma vez que dependemos de insumos externos para a fabricação de diversos medicamentos, bem como para produzir embalagens, rótulos e disseminação dos produtos” – alerta.

Independente do modal, a logística para a área da saúde é rigorosa e precisa atender às rígidas regras mundiais de fabricação, armazenagem, transporte e distribuição. Ainda de acordo com Campos, para iniciar um processo de importação é preciso ter soluções completas e compreender cada uma destas etapas é o que garante o abastecimento mundial de remédios, medicamentos e vacinas. “As etapas são complexas, exigem conhecimento, dedicação e principalmente capacidade analítica de todos os departamentos” – reforça.

Pensando nisso, o presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT) em uma recente declaração disse que quer mais medicamentos nacionais e vai investir na reindustrialização desse setor, visando atrair empresas estrangeiras para investir no país. E embora este seja o cenário ideal, Jackson Campos alerta que para isso, é necessária uma reforma tributária completa para atrair mais investimentos. “Muitos produtos são importados, não só medicamentos. Então além de um forte incentivo tanto para empresas públicas quanto privadas no ramo farmacêutico, é necessário rever todos os processos antes de pensar em reduzir a dependência de medicamentos, mas sim estratégias que abranjam outras áreas, como máquinas, transportes e embalagens”.

Enquanto isso não acontece, o especialista em importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional destaca os principais desafios no setor, para 2023, veja:

Boas práticas no transporte de medicamentos: Os medicamentos precisam chegar aos pacientes em tempo hábil e em boas condições. Nesse cenário, o modal aeroviário é o mais apropriado por sua agilidade e segurança, e por apresentar poucas complicações logísticas em comparação ao transporte terrestre. O especialista ainda ressalta a importância do controle de temperatura e umidade de cada medicamento, independente do modal, isso porque qualquer procedimento inadequado nesta etapa pode comprometer a eficácia dos produtos fármacos e causar problemas de saúde aos consumidores, além de prejuízo na indústria. E para evitar que o transporte afete a integridade dos medicamentos, é preciso realizar um acompanhamento severo desde a saída até o seu destino final.

Equipe qualificada: A logística farmacêutica é um segmento muito específico e necessita da atenção e do empenho de todos os envolvidos. Os profissionais precisam estar aptos e capacitados para seguir todos os protocolos exigidos, desde o processo de armazenamento até a entrega.

Automatização nos processos: A busca por maior eficiência e competitividade tem levado a indústria farmacêutica a procurar cada vez mais a automação dos processos. Campos aponta que devem ser usados sistemas de alta tecnologia no segmento para acompanhar  o escoamento de medicamentos, principalmente em momentos de alta necessidade, como na pandemia.

Sobre o Jackson Campos: Diretor do Mercado Farmacêutico e de Relações Governamentais na AGL Cargo. autor do livro Venda por telefone sem precisar visitar: Um guia para serviços de comércio exterior, Campos atua com comércio exterior e relações governamentais há anos, o que que o coloca em posição de destaque para abordar quaisquer desdobramentos relacionados à importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional. O especialista que também é Fellow do CBEXs possui facilidade em explicar todos os processos e etapas que fazem parte do ciclo de vida de um determinado produto, desde a movimentação de seus insumos até a sua entrega no cliente, desvendando dados, estatísticas e revelando os percalços do comércio exterior. Saiba mais em: www.jacksoncampos.com.br

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Notícias

Tecnologia permite selecionar cultivares de soja com sementes de melhor qualidade

por jornalismo-analytica 7 de dezembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Com as mudanças climáticas globais os produtores de soja têm se deparado com novos problemas na lavoura, que têm resultado em grandes prejuízos econômicos. Um deles é a formação de sementes esverdeadas, em contraste com as de coloração amarela, próprias para a comercialização.

Esse fenômeno é causado pela retenção de clorofila na semente e no grão em função de variações climáticas nas lavouras, como a ocorrência de temperaturas extremas e a falta de chuva no período de desenvolvimento da semente de soja, além de fatores genéticos, explica Edvaldo Aparecido Amaral da Silva, professor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu.

“O problema da semente verde causa 10% de perda na produção de soja por ano. Isso representa 36 milhões de toneladas perdidas do grão e US$ 12 bilhões de prejuízo econômico anualmente”, disse Amaral da Silva durante um workshop promovido pela FAPESP e a Organização Neerlandesa para Pesquisa Científica (NWO), em 25 de novembro, com o objetivo de apresentar os resultados de projetos apoiados conjuntamente pelas duas instituições nos últimos anos.

Por meio de um projeto selecionado para uma das chamadas conjuntas lançadas em bioeconomia, o pesquisador estabeleceu uma colaboração com colegas da Wageningen University and Research, dos Países Baixos, e da Embrapa Soja, com o objetivo de avançar no entendimento dos mecanismos básicos associados à degradação da clorofila nas oleaginosas – um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento de soluções para o problema da semente verde.

O projeto resultou no desenvolvimento de marcadores moleculares (SNPs, na sigla em inglês) que possibilitam selecionar precocemente genótipos da oleaginosa com tolerância à formação de sementes verdes.

Para desenvolver a tecnologia, os pesquisadores analisaram os cerca de 60 mil genes da soja e encontraram dez genes candidatos. Um deles revelou-se o mais promissor para evitar o problema da semente verde.

“Nossa expectativa é reduzir de 13 para seis anos o tempo de espera para se obter uma nova cultivar de soja que não apresente o problema da semente verde”, afirmou Amaral da Silva.

Renovação da cooperação científica

A FAPESP e a NWO mantêm um acordo de cooperação científica desde 2012, que foi renovado no início de novembro por mais cinco anos.

O objetivo da parceria é estimular a colaboração em pesquisa de longo prazo entre o Brasil e os Países Baixos por meio do financiamento de pesquisas conjuntas com o intuito de fortalecer a posição internacional em ciência dos países e o impacto global dos resultados.

O financiamento é concedido para consórcios interdisciplinares e transdisciplinares de São Paulo e grupos de pesquisa dos Países Baixos. Os projetos apoiados devem estar alinhados com agendas de pesquisa nacionais, bem como iniciativas internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

“A colaboração da FAPESP com a NWO é uma de nossas parcerias internacionais mais estratégicas e a renovação do acordo pela segunda vez é reflexo do sucesso dessa colaboração. Temos lançado chamadas quase anualmente e os projetos apoiados são acompanhados de perto pelas duas agências, com a organização de encontros que facilitam o aprendizado e a troca de experiências. Além das chamadas bilaterais, atuamos em colaboração no âmbito do Global Research Council [GRC, entidade que congrega agências de fomento à pesquisa de diversos países], sendo coanfitriões da Reunião Anual do GRC que será realizada em Haia em 2023″, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.

Em agosto, as duas agências lançaram uma chamada de propostas conjunta com o tema “Biomateriais projetados: materiais avançados para a saúde”. A chamada foi a nona lançada conjuntamente pelas duas instituições.

“Já havíamos lançado anteriormente três chamadas na área de bioeconomia, com uma abordagem transdisciplinar bastante explícita, o que significa que gostaríamos que as equipes de pesquisadores com projetos apoiados trabalhassem em conjunto com o governo, organizações não governamentais e outros tipos de parceiros industriais e sociais para que os resultados das pesquisas tenham impacto”, disse Anita Hardon, membro do comitê executivo da NWO, na abertura do workshop.

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Notícias

Anti-inflamatórios de uso comum na infância podem causar alterações no esmalte dentário, revela estudo

por jornalismo-analytica 6 de dezembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Estudo feito na Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na revista Scientific Reports revela que medicamentos anti-inflamatórios de uso comum na infância podem estar ligados a defeitos de desenvolvimento do esmalte dentário, que hoje ocorrem em aproximadamente uma em cada cinco crianças no mundo.

Os autores, ligados às faculdades de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP) e de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), investigaram os efeitos de drogas como o celecoxibe e indometacina, que pertencem à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e representam – ao lado do paracetamol – o primeiro degrau da escada analgésica da dor da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nos últimos anos, os dentistas da Clínica do Esmalte Dentário da FORP-USP, que pesquisam e lidam diariamente com o problema, vêm observando um aumento considerável no número de crianças atendidas com dor, manchas brancas ou amarelas e sensibilidade e fragilidade dos dentes, que inclusive acabam fraturados pela força da mastigação – todos sintomas clássicos dos defeitos de desenvolvimento do esmalte dentário do tipo hipomineralização, cuja causa central ainda é desconhecida. Como consequência, lesões de cáries aparecem mais rapidamente e com maior frequência nesses pacientes e suas restaurações apresentam menor adesão e mais falhas. E estudos indicam que essas pessoas chegam a trocar dez vezes mais as restaurações ao longo da vida.

Uma coincidência despertou a curiosidade dos pesquisadores para se aprofundar no tema: a idade dos pacientes. Os primeiros anos de vida, quando os defeitos no esmalte se formam, coincidem com a época em que doenças são mais frequentes, muitas vezes com febres altas.

“Essas doenças geralmente são tratadas com anti-inflamatórios não esteroidais, que atuam inibindo a atividade das enzimas cicloxigenases (COXs) e a produção da enzima prostaglandina, cujos níveis se apresentam aumentados”, diz Francisco de Paula-Silva, professor do Departamento de Clínica Infantil da FORP-USP e orientador do estudo. “Entretanto, sabemos que as cicloxigenases e a prostaglandina são fisiológicas para o esmalte dentário, o que nos levou a questionar se esses medicamentos não estariam interferindo no curso da formação normal dessa estrutura.”

O estudo, que contou com apoio da FAPESP (projetos 10/17611-4, 14/07125-6 e 21/09272-0), utilizou ratos para estudar o problema, já que os animais possuem incisivos com crescimento contínuo, o que facilita a análise. Durante 28 dias, eles foram tratados com celecoxibe e indometacina.

Após esse período, praticamente não foram observadas diferenças visíveis a olho nu nos dentes dos animais. No entanto, quando os pesquisadores iniciam as extrações, chamou atenção o fato de que os dentes quebravam com maior facilidade. Análises por método de imagem e de composição química indicaram impacto na mineralização dos dentes, que continham menos cálcio e fosfato, importantes para a formação do esmalte dentário, e sua densidade mineral era menor.

O passo seguinte foi investigar os motivos para isso. Os cientistas constataram que proteínas importantes para mineralização e sinalização para diferenciação celular se apresentavam alteradas, indicando que o tratamento com os medicamentos impactava, de alguma forma, a composição do esmalte dentário.

Próximos passos

“Neste momento, o estudo nos oferece um norte para entender um novo ator que pode estar envolvido nos defeitos de desenvolvimento do esmalte dentário, já que até então caminhávamos às cegas”, diz Paula-Silva. “Só conseguimos chegar a esses importantes achados graças aos esforços da Clínica do Esmalte Dentário da FORP-USP e de uma colaboração com a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto Lúcia Helena Faccioli, fundamental para a compreensão do papel dos mediadores lipídicos relacionados a doenças inflamatórias que afetam os dentes.”

Com base nos resultados observados no modelo animal, os pesquisadores pretendem dar início a um novo estudo para confirmar os achados na clínica. “Vamos resgatar a história das crianças com defeitos e seu uso dos medicamentos e correlacionar, em um estudo clínico, esses dois dados para verificarmos se isso também ocorre em humanos. Assim, poderemos estabelecer o que deve ou não ser consumido e criar, no futuro, um protocolo de tratamento adequado”, explica Paula-Silva, que compara a situação com o caso do antibiótico tetraciclina, não recomendado a crianças por causar manchas e escurecimento dos dentes.

De acordo com o professor, outro ponto importante a ser tratado é o acesso e o uso indiscriminado de medicamentos de venda livre, que parece ter se tornado cada vez mais comum como decorrência do aumento do cuidado pediátrico, embora ainda não haja dados concretos sobre o tema.

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Notícias

Grupo investiga impacto social de tecnologias que buscam promover a transição energética

por jornalismo-analytica 5 de dezembro de 2022
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Com o objetivo de analisar novas tecnologias que buscam promover a transição energética sob o ponto de vista das ciências sociais, e não apenas da engenharia e de outras áreas das ciências exatas, um grupo do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) está desenvolvendo desde 2021 o projeto “Percepção Social e Diplomacia Científica nas Transições Tecnológicas para uma Sociedade de Baixo Carbono”.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído com apoio da FAPESP e da Shell e sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

“Toda tecnologia provoca um impacto social. É fundamental que cientistas e a sociedade de forma geral reflitam sobre esse processo”, defende Sigmar Malvezzi, coordenador do projeto e professor do Instituto de Psicologia da USP. “No Brasil presta-se pouca atenção em como a sociedade vai reagir a essas tecnologias propostas. É preciso pensar sobre isso na fase de planejamento do projeto e o Brasil está atrasado nesse processo”, disse a psicóloga Karen Mascarenhas, vice-coordenadora do projeto e diretora de Recursos Humanos e Gestão de Lideranças do RCGI.

O estudo foca nas tecnologias que estão em desenvolvimento em outros projetos do RCGI, como captura e armazenamento de carbono (CCS), captura e uso de carbono (CCU), bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS). “Além disso, pretendemos abordar outras tecnologias associadas a recursos considerados importantes na transição energética global, como gás natural, hidrogênio, energia eólica e solar”, acrescenta Mascarenhas.

O projeto atua em cinco frentes. “Todas estão interligadas. Trata-se de um projeto transdisciplinar que envolve, além da psicologia, filosofia e antropologia, áreas como geografia, história, física e relações internacionais”, informa Malvezzi.

Uma das frentes está relacionada à percepção social relativa à transição energética e tecnológica. “Ainda que fontes de energia renovável de forma geral gozem de alto nível de aceitação por parte do público, ao olharmos mais profundamente, detectamos resistências locais contra essas tecnologias. Há inclusive um fenômeno conhecido por NIMBY, que significa not in my back yard ou ‘não no meu quintal’, que denota uma possível aceitação da tecnologia por parte da população em geral, mas uma rejeição no assentamento de tal projeto em uma comunidade pelos mais variados motivos, como poluição sonora e visual, odores ou risco de vazamento, por exemplo”, disse Mascarenhas.

A equipe fez uma revisão bibliográfica de 535 artigos publicados em revistas acadêmicas internacionais. “Muito se fala de ‘percepção pública’, mas a partir dessa análise confirmamos nosso entendimento de que esse termo é relativo ao público leigo. Ele aparece assim em mais de 80% dos artigos revisados. Entretanto, no caso do nosso projeto, o termo correto é ‘percepção social’, porque queremos abranger um público mais amplo, que inclui, por exemplo, governo, mídia, meio acadêmico, organizações não governamentais, executivos da indústria e investidores”, explica Mascarenhas.

O próximo passo será realizar pesquisas para entender, a partir de técnicas projetivas e métodos de análise multifatorial, como esses agentes se comportam em relação às novas tecnologias e às mudanças climáticas, por exemplo. Esse trabalho vai contar com dados sóciogeográficos, que estão sendo levantados pela segunda frente do projeto. “A ideia é elaborar um atlas com informações geográficas, sociais e históricas que vai sugerir locais onde poderemos realizar nossos estudos de campo e apontar os lugares mais apropriados para futuras instalações de novas tecnologias de baixo carbono”, explica Mascarenhas.

Outra frente do projeto está focada na chamada diplomacia científica, cujo objetivo é rastrear a contribuição de cientistas e instituições de pesquisa acadêmica como o RCGI a dois movimentos globais originados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um deles é a Agenda 2030 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o outro, o Acordo de Paris, com a adesão de 193 países, que estabeleceu Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) por meio de metas assumidas para redução das emissões de gases de efeito estufa.

A equipe de pesquisadores também pretende desenvolver estratégias de comunicação voltadas para a comunidade científica. “Durante a pandemia de COVID-19 percebemos como as reações das pessoas podem ser diferentes a partir de um mesmo estímulo. Foi o caso da vacina. Houve quem se posicionasse contra, por questões ideológicas ou religiosas. É preciso saber apresentar essas novas tecnologias e dialogar a respeito delas com a sociedade”, constata Malvezzi.

A quarta frente do projeto vai investigar o impacto das redes sociais na divulgação, experimentação e construção da ciência. Outro foco dos pesquisadores será desenvolver metodologia para investigar o comportamento social por meio da sociofísica. O trabalho, nesse caso, será feito no Digital Lab, espaço criativo para colaborações científicas e artísticas por meio de tecnologias digitais e design de interação que está em fase de implantação no Instituto de Física da USP. “A ciência lida com questões abstratas. A ideia aqui é aproximar o público dessa temática por meio da arte-ciência ou então criações como o Moleculário, que será um espaço de experiência imersiva de realidade virtual e aumentada”, explica Mascarenhas.

Por fim, os pesquisadores que trabalham na quinta frente pretendem fomentar parcerias entre universidade e empresas. “A ideia é promover ainda mais novas tecnologias desenvolvidas no RCGI para a iniciativa privada”, diz Mascarenhas.

O projeto já resultou no livro Transição Energética, Percepção Social e Governança, que reúne os principais resultados da revisão da literatura realizada pela equipe de pesquisadores e deve ser lançado em breve. Além disso, o projeto participa atualmente do estudo “Comparando Intervenções visando a Ação Coletiva contra as Mudanças Climáticas”, coordenado pelo Laboratório de Identidade Social e Moralidade do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York, que está em curso em 75 países. “Nossa missão é levantar e interpretar dados sobre a população brasileira em relação ao tema”, explica Mascarenhas.

5 de dezembro de 2022 0 comentários
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NOVO PLANO NACIONAL DE MINERAÇÃO APONTA PROPOSTAS PARA AMPLIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE URÂNIO NO PAÍS

por jornalismo-analytica 2 de dezembro de 2022
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INIB-1 (1)O novo Plano Nacional de Mineração (PNM 2050), colocado recentemente em consulta pública pelo governo, traz uma atenção especial para a pesquisa e produção de minérios nucleares no Brasil. Hoje, o país possui uma das maiores reservas de minérios nucleares do mundo. No entanto, o Brasil ainda apresenta, atualmente, dependência externa desses insumos. Por isso, o PNM 2050 indica que um dos desafios atuais no segmento de mineração é justamente ampliar a produção de urânio e outros minérios nucleares.

“Nesse sentido, é fundamental uma ação de governo que possibilite e estimule a ampliação da pesquisa e da produção de minérios nucleares, tanto para o atendimento das necessidades domésticas, no contexto do Programa Nuclear Brasileiro, como para o aproveitamento de oportunidades no cenário global da transição energética”, detalha o PNM 2050.

uranioO documento aponta que para superar esse desafio de ampliação de produção do minério, necessariamente, será preciso promover a atualização do arcabouço legal do segmento, de modo a permitir a atuação da iniciativa privada na cadeia produtiva desses insumos, no formato de parcerias com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ou de flexibilização do monopólio estatal no que se refere a pesquisa e lavra de minérios nucleares, estabelecido no art. 21 da Constituição Federal.

O plano lembra que a INB, empresa que exerce o monopólio estatal da produção de comercialização dos minérios nucleares e seus derivados, não consegue sozinha atender as necessidades de produção de combustível nuclear, sob o risco de também comprometer toda a cadeia posterior à etapa de mineração e, por conseguinte, o Programa Nuclear Brasileiro.

Yellowcake-concentrado-de-Uranio.-Fonte-INB.“Outro aspecto a ser observado é que a demanda mundial por urânio, nas suas diversas aplicações, encontra-se em forte ascensão, especialmente como resultado do recente conflito no Leste Europeu, que provocou uma revisão da dependência energética das potências europeias em 68 relação à Rússia”, detalhou o PNM 2050. “Se por um lado há uma crescente demanda pela descarbonização das matrizes energéticas desses países, por outro, a maioria dessas nações encontra limitações quanto à disponibilidade de fontes limpas de geração. Assim, existe uma expectativa que a geração termonuclear cresça e promova o aumento da demanda por insumos para a fabricação do combustível nuclear”, acrescentou o plano.

Hoje, dentro da legislação atual, a mineração de urânio no Brasil é feita exclusivamente pela INB em sua Unidade de Concentração de Urânio, implantada no município de Caetité (BA). As atividades englobam as operações de mina e beneficiamento mineral. Em paralelo, a INB firmou uma parceria com a empresa privada Galvani para o desenvolvimento do projeto Santa Quitéria, no Ceará. O empreendimento produzirá anualmente 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico para atendimento da agropecuária das regiões Norte e Nordeste, e 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, que será utilizado como matéria-prima para fabricação de combustível para geração de energia termonuclear.

2 de dezembro de 2022 0 comentários
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Notícias

Produto inédito no Brasil, pastilha probiótica criada na USP ajuda a tratar doenças bucais

por jornalismo-analytica 30 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

A gengivite e a periodontite são inflamações bucais que, se não tratadas adequadamente, podem destruir os tecidos periodontais que protegem os dentes, como a gengiva e os ossos que os sustentam. Para auxiliar no tratamento convencional dessas doenças, um grupo de pesquisadores da USP desenvolveu uma nova tecnologia, uma pastilha probiótica que promove uma mudança nos microrganismos presentes na região bucal e aumenta a resistência das mucosas orais.

O produto já está com pedido de patente em andamento pela Agência USP de Inovação (Auspin) e promete ser um adjuvante no tratamento convencional dessas inflamações (a raspagem dos dentes), proporcionando melhores resultados para a saúde bucal. Flávia Furlaneto, professora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP e uma das pesquisadoras do grupo, adianta que a pastilha não substitui o tratamento padrão. “Criamos um produto para oferecer melhoras mais significativas ao tratamento.”

Também participaram do desenvolvimento do produto os professores Michel Reis Messora, da Forp, e Sergio Luiz Salvador, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, e também a farmacêutica Rita Paula Ignácio, graduada na mesma instituição.

Flávia Furlaneto – Foto: Reprodução/Fapesp

Como funciona a pastilha probiótica

A pastilha foi desenvolvida a partir de probióticos, microrganismos vivos, geralmente bactérias, que quando consumidos em uma quantidade adequada trazem benefícios à saúde. A quantidade desses microrganismos vivos existentes na pastilha precisa ser “suficiente para levar um benefício à saúde do hospedeiro”, esclarece Flávia.

Ainda segundo a pesquisadora, foi utilizada uma cepa probiótica específica, a Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019, para o desenvolvimento da pastilha. Os estudos com os probióticos no grupo de pesquisa da Forp tiveram início em 2010 sob coordenação do professor Michel, e a partir de 2015, após os resultados favoráveis nos testes em animais, o probiótico escolhido foi colocado dentro de uma pastilha e tiveram início os estudos clínicos controlados em pacientes com periodontite e gengivite generalizadas. “A pastilha é como um drops, uma pastilha mesmo, o paciente coloca na região sublingual e ela vai lentamente sendo dissolvida e deglutida”, diz Flávia.

A pesquisadora informa que o produto apresenta uma ação local na cavidade bucal e também uma ação sistêmica ao chegar ao sistema gastrointestinal.

De acordo com Michel, o produto foi inicialmente testado no tratamento de pacientes com periodontite. Os resultados obtidos demonstraram que a pastilha foi capaz de reduzir a necessidade de cirurgias periodontais para completar o tratamento desses pacientes. “Essa forma de encarar o tratamento das doenças periodontais se alinha aos conceitos atuais referentes à etiopatogenia da doença. Para um bom controle da doença há necessidade de medidas locais e sistêmicas, algo que poderia ser chamado de higiene bucal e intestinal. E probióticos podem atuar dessa forma”, esclarece o professor.

Mais defesas imunológicas

Michel Reis Messora – Foto: Reprodução/Fapesp

A partir da análise com tecnologias de última geração, inclusive com sequenciamento de DNA, os resultados mostraram que os pacientes que usaram a pastilha probiótica, junto com o tratamento convencional de gengivite e periodontite, apresentaram benefícios adicionais. “No caso da gengivite, ao final do estudo, os participantes apresentaram menos inflamação, mudanças em alguns mediadores inflamatórios e na composição do biofilme, nome dado à comunidade de bactérias que colonizam o elemento dental”, ressalta Flávia.

Nos casos de periodontite, Michel conta que foi possível observar o aumento em alguns marcadores ligados à imunidade inata e adaptativa do paciente. “É como se a gengiva ficasse mais imunocompetente, mais resistente a futuras infecções e inflamações”, esclarece.

Também nos casos de periodontite, afirma o professor, foi verificada uma ação imunomoduladora. Segundo Flávia, os microrganismos probióticos presentes na pastilha atuaram na resposta imunoinflamatória do paciente, diminuindo a quantidade de mediadores que favorecem a inflamação.

Flávia enfatiza que, até o presente momento, ainda não existe no mercado brasileiro nenhuma pastilha probiótica para o tratamento de doenças periodontais, diferente de alguns países da Europa e Estados Unidos, onde já existem produtos comerciais com cepas probióticas. “A cepa utilizada pelos pesquisadores da USP nunca foi incluída em um produto para a saúde oral e no exterior foram utilizadas outras cepas probióticas, diferentes da que utilizamos”, completa Flávia.

30 de novembro de 2022 0 comentários
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Notícias

ABDAN HOMENAGEIA PERSONALIDADES DO MERCADO QUE SE DESTACARAM NO SETOR NUCLEAR EM 2022

por jornalismo-analytica 29 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

4343423Celebrar os feitos do passado, mas sempre de olho nos desafios que ainda estão por vir. Esse foi o tom que ditou a cerimônia de premiação do Nuclear Legacy, evento realizado nesta semana pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O encontro aconteceu no Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio de Janeiro (RJ) e marcou a premiação de personalidades e membros do mercado que se destacaram por suas contribuições ao setor nuclear: a Dra. Annelise Fischer Thom, o embaixador Carlos Duarte, o diretor da Eletronuclear Ricardo Luis Pereira dos Santos, o diretor da INB Marcio Adriano Coelho da Silva e o Vice-Almirante Guilherme Dionizio Alves. O editor-chefe do Petronotícias, Paulo da Luz, também recebeu o prêmio, na inédita categoria de Comunicação.

Imagem do WhatsApp de 2022-11-18 à(s) 10.45.21Na abertura da cerimônia, o presidente da ABDAN, Celso Cunha, destacou os recentes avanços conquistados pelo setor nuclear. No entanto, ele apontou uma série de desafios que ainda precisam ser superados. Um deles é a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), projeto que visa garantir a autossuficiência brasileira na produção de radiofármacos. O empreendimento já está com o projeto detalhado concluído. No entanto, faltam verbas para começar a construção. O RMB é orçado atualmente em cerca de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões), verba que seria usada ao longo de cinco anos. Para Cunha, esse valor poderia ser completamente repassado pelo poder público dentro de cinco anos, tendo em vista o tamanho do orçamento disponível para o SUS.

Celso Cunha defendeu também que é preciso vontade política para destravar o RMB e outros importantes projetos do setor nuclear brasileiro. Aproveitando a presença do deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), o presidente da ABDAN defendeu a criação de uma bancada parlamentar da indústria nuclear brasileira. Prestes a assumir um novo mandato em 2023, o deputado federal se comprometeu a trabalhar em Brasília para a criação da bancada. Também estiveram presentes na cerimônia o presidente da INB, Carlos Freire, o Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, o ex-ministro de Minas e Energia, Almirante de Esquadra Bento Albuquerque, e a Chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Rio de Janeiro, Marcia Maro.

HOMENAGENS AOS PERSONAGENS DE DESTAQUE DO SETOR NUCLEAR

Durante o evento, foram homenageadas personalidades do setor em 6 categorias com a Medalha Honra ao Mérito Nuclear: a Dra. Annelise Fischer Thom é assessora técnica científica do departamento de Imagem do Hospital Albert Einstein e ganhou o prêmio na categoria Medicina Nuclear. O embaixador Carlos Duarte, chefe da missão diplomática brasileira na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), conquistou a medalha de Relações Institucionais. Já o diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear, Ricardo Luis Pereira dos Santos, recebeu a medalha por Desenvolvimento do Setor Nuclear. Marcio Adriano Coelho da Silva, diretor de Produção do Combustível Nuclear da INB, ganhou pela Pesquisa e Inovação. O Vice-Almirante Guilherme Dionizio Alves, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, conquistou o prêmio na categoria Tecnologia e Defesa.

Imagem do WhatsApp de 2022-11-17 à(s) 18.24.35Por fim, o jornalista Paulo da Luz, editor-chefe do veículo PetroNotícias, ganhou a medalha pela categoria Comunicação. “O Petronotícias tem 11 anos de vida e desde sempre dedica uma parte importante do seu noticiário ao setor nuclear. Trata-se de um segmento que tem importância vital não apenas para geração de energia, mas também para outros setores, a exemplo da agricultura, e da medicina nuclear”, declarou Paulo da Luz.

“Sabendo da nossa função como veículo de imprensa, temos um papel importante para ajudar a desmistificar a energia nuclear, noticiando para a sociedade brasileira quais são as vantagens e benefícios que o nosso país alcança por meio dos projetos do setor nuclear”, completou. O editor-chefe do Petronotícias foi representado no evento pelo repórter Davi de Souza.

Veja abaixo uma galeria de fotos com alguns dos principais momentos da cerimônia:

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29 de novembro de 2022 0 comentários
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Notícias

Laboratórios da USP estudam revestimentos inteligentes com poder de autorreparação

por jornalismo-analytica 28 de novembro de 2022
escrito por jornalismo-analytica

Tecnologias permitem consertos de danos em estruturas metálicas pintadas de forma autônoma, sem interferência externa; testes avançam também na odontologia

A corrosão é um fenômeno de deterioração de materiais metálicos que acontece de forma espontânea, por meio de reações químicas e eletrônicas com o meio ambiente. Estima-se que 30% da produção mundial de ferro e aço é perdida com a corrosão. No Brasil, o gasto de manutenção contra este fenômeno foi equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2019, o que corresponde a R$ 290 bilhões. Os dados são de um estudo da mineradora multinacional Nexa Resources que atua no País.

Idalina Vieira Aoki – Foto: SITES/USP

Inspirada na área médica, uma nova tecnologia de revestimentos inteligentes com propriedades de autorreparação é estudada na USP para mitigar a corrosão em superfícies metálicas. A tecnologia utiliza microcápsulas com um agente reparador que age na área danificada localmente, de forma autônoma, impedindo o avanço da corrosão do substrato metálico pintado. Esses revestimentos inteligentes são estudados pela professora e pesquisadora Idalina Vieira Aoki, do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (Poli) da USP. É a pesquisadora que afirma que o encapsulamento de inibidores de corrosão foi inspirado na área médica, mais precisamente nos “fármacos que podem provocar reações ou efeitos colaterais indesejados, que são encapsulados e funcionalizados para irem direto ao órgão doente”.

Para que o processo de autorreparação seja possível, as microcápsulas são, geralmente, esferas de paredes poliméricas com um agente de reparação encapsulado presentes na primeira camada de pintura do substrato metálico, o chamado primer. Quando a superfície metálica sofre um dano mecânico, como riscos ou impactos, as microcápsulas são rompidas e liberam o agente de reparo no local danificado, cobrindo o metal exposto com a formação de um filme polimérico, diminuindo ou cessando o processo corrosivo.

O uso desse tipo de revestimento com propriedades de autocura traz vantagens de ordem prática e econômica, diminuindo a frequência de manutenção das estruturas pintadas e economizando esforços, tempo e recursos. Idalina comenta que “esses aditivos não são caros, o que torna seu emprego bastante atrativo”.

Estudos na saúde bucal

Recentemente, em parceria com a professora Taís Scaramucci Forlin e o pós-doutorando Sávio José Cardoso Bezerra, ambos da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, íons fluoretos e sais de estanho, encapsulados em sílica mesoporosa e aditivados em um tipo de verniz à base de polissilanos, vêm sendo estudados para prevenir a cárie, a erosão dental e a hipersensibilidade dentinária.

Taís Scaramucci Forlin – Foto: Reprodução/Fapesp

A erosão dental, explica a professora Taís, é uma enfermidade crônica definida como a perda do tecido dental duro proveniente de um processo químico sem ação de bactérias, causada por ácidos de origem do próprio organismo ou de fontes externas. “As consequências desse desgaste podem ser a perda da morfologia dental, dentes mais curtos e mais amarelados, além de dor, proveniente da hipersensibilidade dentinária.”

Os revestimentos inteligentes, segundo a professora, possibilitam tratamentos específicos pois aderem à estrutura dental formando uma camada protetora fina e transparente. Existe, também, a possibilidade de aditivar esses revestimentos com agentes reconhecidamente benéficos à saúde bucal. Taís conta que esses agentes encapsulados permitem “a liberação controlada, sob demanda, no momento em que o dente é desafiado”.

Proteção das armaduras de aço na construção civil

O emprego das microcápsulas com inibidores de corrosão e propriedades de autorreparação na construção civil é estudado como aditivo do concreto para diminuir o número de microfissuras, que podem permitir a entrada de agentes agressivos que causam a corrosão das armaduras de aço presentes no concreto armado.

Desenvolvidos basicamente para estruturas metálicas, esses revestimentos inteligentes não possuem o poder de reparar rachaduras em paredes de alvenaria, pois segundo Idalina, não há material suficiente nas microcápsulas para preencher vazios tão grandes.

Fonte: JORNAL DA USP

28 de novembro de 2022 0 comentários
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