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sustentabilidade

Notícias

Brasil ganha a primeira norma da ABNT para Grafeno

por jornalismo-analytica 31 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica
Acaba de ser publicada, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a primeira norma brasileira sobre caracterização de grafeno (ABNT ISO/TS 21356-1), um dos materiais mais pesquisados do mundo e com impacto em diversos setores da indústria.
“A publicação da norma nacional representa um importante avanço, pois hoje existem barreiras à comercialização que impedem o avanço dos produtos que contêm o grafeno e que precisam ser superadas, por meio de protocolos de medição confiáveis. Normas como esta são imprescindíveis para que o grafeno possa ser utilizado como aditivo em produtos industriais como compósitos, materiais híbridos, estruturas da construção civil, tintas e revestimentos, entre outros”, comentou Erlon Ferreira, pesquisador da Divisão de Metrologia de Materiais, do Inmetro.
A norma brasileira é uma adoção idêntica da publicação  internacional, a qual foi elaborada com a colaboração de mais de 30 países, incluindo o Brasil, dentro do ISO/TC 229 – Nanotechnologies. O Inmetro participou ativamente deste processo, e publicou recentemente um artigo na Nature Review Physics, uma das publicações mais importantes da área científica, destacando a importância dessa norma ISO.

Inmetro é pioneiro em pesquisas no Brasil


Uma rápida busca pela palavra grafeno no Google não deixa dúvidas de que se trata do material que irá revolucionar a indústria nos próximos anos, afinal trata-se de um excepcional condutor elétrico, 200 vezes mais resistente do que o aço, muito mais fino do que uma folha de papel e com potencial para atuar em diversos segmentos industriais.

O Brasil dispõe de uma enorme reserva de matérias-primas e vem realizando pesquisas avançadas na área da medição das propriedades fundamentais do grafeno, como as que são realizadas no Inmetro, que abriga um dos mais modernos centros de caracterização de nanomateriais.

“A intenção é padronizar métodos e validar resultados, a fim de garantir que determinada aplicação está a usando o tipo certo de grafeno ou material derivado deste”, comentou Erlon. Segundo ele, o grafeno representa um avanço significativo para a indústria, devido às suas propriedades superlativas e aplicabilidade em inúmeros tipos de produtos tecnológicos trazendo benefícios aos materiais que hoje estão disponibilizados no mercado.

31 de janeiro de 2023 0 comentários
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Notícias

Robô ajuda a detectar contaminantes na água após tratamento de esgoto

por jornalismo-analytica 30 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um modelo robotizado para automatizar o processo de análise da água após o tratamento do esgoto sanitário, aumentando a precisão dos resultados e reduzindo o uso de solventes tóxicos e caros.

O trabalho foi conduzido no Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) durante o doutorado de Marcio David Bocelli, com apoio da FAPESP e orientação do professor Álvaro José Santos-Neto. Os resultados foram publicados na revista Electrophoresis.

O objetivo do grupo foi identificar nas amostras de água tratada a presença de parabenos – classe de conservantes amplamente usada em produtos alimentícios e de higiene pessoal. Além de causar alergias em algumas pessoas, há evidências de que os parabenos possam interagir com receptores de hormônios, causando desregulação endócrina tanto no organismo humano – supostamente contribuindo para o surgimento de câncer – quanto no de animais aquáticos.

“A água contaminada por esses compostos passa pela estação de tratamento de esgoto, mas, quando esse tratamento não remove os parabenos, eles podem contaminar os rios e mananciais. A técnica de análise da água em si já existe, mas é manual e depende muito da habilidade do analista. Alguns dos nossos alunos demoram quase um ano para dominá-la, por isso buscamos a automatização do processo”, explica Santos-Neto.

O grupo recorreu a uma técnica conhecida como “microextração em gota única”, que extrai poluentes das amostras por meio de seringas que, neste caso, são automatizadas. O robô e o dispositivo que permite a estabilização e a inserção dessas gotas na amostra estão em processo de patenteamento. A ferramenta possibilita realizar cada análise com apenas uma gota de solvente. Além de reduzir os custos, aumenta a segurança dos profissionais que atuam em laboratório.

“Hoje, quase a totalidade das análises é feita por métodos tradicionais, que gastam muitos litros de solventes tóxicos, dispendiosos. Para que o projeto se torne uma realidade, deve haver uma mudança de paradigma. E isso depende de como as instituições e a iniciativa privada vão enxergar isso. É preciso que entendam os benefícios associados à miniaturização e robotização, principalmente no que se refere à redução de custos e à preservação do meio ambiente”, ressalta Bocelli.

Processo de análise

A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Projeto Temático “Cromatografia líquida em uma gota e seu acoplamento com espectrometria de massas: estratégias instrumentais, desenvolvimento de materiais, automatização e aplicações analíticas”, coordenado pelo professor Fernando Mauro Lanças, também do IQSC-USP. Participaram Deyber Arley Vargas Medina, que também é financiado pela FAPESP, e Julie Paulin García Rodriguez – ambos da USP.

De acordo com Santos-Neto, um dos principais objetivos do grupo é a criação de novos equipamentos que auxiliem nas rotinas de análises químicas. Os parabenos foram um dos focos em razão dos possíveis riscos que representam à saúde humana e animal.

Santos-Neto ressalta que ainda é preciso avançar em diferentes áreas da ciência para demonstrar a relação dessas substâncias com o desenvolvimento de câncer, mas o fato é que os parabenos podem se comportar como poluentes e, portanto, é preciso encontrar alternativas para diminuir seu impacto na natureza.

“Existem casos em que os processos de tratamento removem os contaminantes de fato. A água sai descontaminada de uma série de micropoluentes. E há compostos que são parcialmente removidos. O quanto isso é impactante? É o que os estudos estão tentando descobrir. Há um processo de diluição muito grande quando a água tratada é devolvida aos rios. Mas a exposição de maneira crônica, mesmo em um nível muito baixo, também pode levar a problemas”, afirma Santos-Neto à Agência FAPESP.

Diferenciais do sistema robotizado

O equipamento foi criado para ajudar a monitorar a qualidade da água, determinando quanto ainda resta deste e de outros componentes no esgoto após o tratamento e ajudando a extraí-los das amostras que serão analisadas. Para isso, conta com um sistema automatizado desenvolvido a partir de um Arduino – plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre. Segundo Santos-Neto, essa mesma abordagem pode ser aplicada para analisar outros poluentes.

O protótipo do robô que extrai parabenos e outros componentes em escala de bancada está pronto, mas serão necessários novos investimentos após a aprovação das patentes para possibilitar o desenvolvimento comercial.

“Nós provamos o conceito, o robô funciona. Agora precisamos que as empresas se interessem”, destaca o orientador do trabalho.

30 de janeiro de 2023 0 comentários
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Notícias

Encerramento do Ano Internacional do Vidro na sede da ONU teve participação brasileira

por jornalismo-analytica 27 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Em 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou o Ano Internacional do Vidro, que contou com cerimônia de abertura em Genebra, Suíça. O evento de encerramento aconteceu em dezembro, na sede da ONU (Nova York, Estados Unidos), e contou com participação brasileira.

A comunidade científica do país foi representada pelo professor Edgar Dutra Zanotto, coordenador do Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (CeRTEV), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) .

Durante a celebração, Zanotto contribuiu com a sessão “Glasses for Healthcare”. “A ONU nos concedeu duas horas para resumir as principais atividades efetuadas mundialmente sobre o Ano Internacional do Vidro a inúmeras autoridades da própria organização, embaixadores etc., além de pesquisadores convidados”, comenta o professor para a Agência FAPESP.

Zanotto ainda enfatiza o papel do CEPID para as atividades promovidas em 2022: “Ministramos duas palestras a convite no evento de abertura e preparamos um vídeo sobre biovidros, que foi apresentado na cerimônia de encerramento. Finalmente, participamos ativamente durante todo o ano do comitê organizador do Ano Internacional do Vidro. Foram cerca de 20 reuniões”.

As atividades da comunidade vidreira do Brasil estão resumidas num curto vídeo disponível no canal do CeRTEV no YouTube.

Além do CeRTEV, as empresas brasileiras produtoras de vidro estiveram representadas na abertura e no encerramento por Lucien Belmonte, superintendente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro.

27 de janeiro de 2023 0 comentários
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Notícias

Material nanoestruturado melhora o desempenho de células a combustível

por jornalismo-analytica 26 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e colaboradores de instituições da Europa desenvolveram uma nova estratégia para aprimorar as células a combustível de óxidos sólidos. Esses dispositivos, conhecidos pela sigla em inglês “SOFC”, de solid oxide fuel cell, são capazes de gerar eletricidade a partir de hidrogênio ou de outros combustíveis com nula ou baixa emissão de carbono.

“Esta pesquisa dá mais um passo na direção da comercialização das SOFCs”, diz Fabio Fonseca, pesquisador do Ipen e um dos autores principais do trabalho. “Nossa contribuição colabora no sentido de aumentar a durabilidade e o desempenho da célula a combustível.”

O estudo foi feito no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Segundo os autores, as SOFCs podem se tornar cada vez mais relevantes no contexto da transição energética. A tecnologia já é usada, por exemplo, no carro elétrico a etanol, cujo protótipo foi lançado pela Nissan em 2016, e pode se tornar cada vez mais solicitada pela necessidade de reduzir as emissões de carbono – o principal agente das mudanças climáticas.

Essas células a combustível são formadas por camadas sólidas de vários materiais, geralmente por óxidos. Cada camada cumpre uma função específica dentro do objetivo final de promover as reações eletroquímicas que produzem a desejada corrente elétrica. Em grandes linhas, o cátodo gera íons de oxigênio, que viajam pelo eletrólito, normalmente formado por material cerâmico, até o ânodo, onde reagem com hidrogênio gerando eletricidade. As células podem ser abastecidas diretamente com hidrogênio ou com moléculas que contêm hidrogênio na composição do etanol.

Apesar de sua alta eficiência na conversão da energia química do hidrogênio em energia elétrica, as SOFCs ainda apresentam algumas limitações, principalmente em relação à estabilidade, que depende em grande parte de fenômenos que ocorrem nas interfaces entre as camadas. Particularmente, na interface entre o cátodo e o eletrólito, a troca de determinados íons promove a formação de compostos químicos indesejados que promovem o envelhecimento das SOFCs, afetando o desempenho ao longo do tempo e reduzindo a vida útil.

Para resolver o problema, os autores do trabalho, reportado no Journal of Materials Chemistry A, desenvolveram cuidadosamente uma nova camada capaz de gerar no cátodo as reações eletroquímicas necessárias e, ao mesmo tempo, impedir trocas indesejadas com o eletrólito.

Formada por dois filmes de materiais óxidos, de 200 nanômetros de espessura cada, a camada foi adicionada durante a montagem da célula a combustível usando a técnica de laser pulsado. “Essa técnica avançada é possivelmente a que permite um controle mais eficaz da construção de camadas de óxidos complexos”, diz Fonseca. “Com ela fizemos uma obra de engenharia de materiais, na qual conseguimos controlar com precisão o arranjo dos átomos nos filmes”, completa.

A introdução da nova camada na SOFC resultou em um aumento da densidade de potência de 35% com relação às células desse tipo encontradas na literatura científica. “O aumento de potência faz com que possamos atingir um determinado desempenho para a mesma área da célula. Portanto, conseguimos diminuir as dimensões da célula a combustível e diminuir o consumo de combustível, o hidrogênio, obtendo a mesma corrente elétrica”, explica o pesquisador.

O artigo Functional thin films as cathode/electrolyte interlayers: a strategy to enhance the performance and durability of solid oxide fuel cells pode ser lido em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2022/TA/D2TA03641J.

Fonte: Agência FAPESP

26 de janeiro de 2023 0 comentários
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Técnica permite obter insumo fundamental para a indústria química sem emitir CO2

por jornalismo-analytica 24 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Estudo publicado na revista ACS Applied Materials & Interfaces, da American Chemical Society, apresentou um novo sistema de produção de peróxido de hidrogênio (H2O2) sem emissão de dióxido de carbono (CO2), importante gás de efeito estufa. O peróxido de hidrogênio é um dos insumos químicos mais produzidos no mundo e é usado tanto para clarear tecidos e pasta de papel – além de clareamento dental –, quanto como combustível para ajuste da trajetória de satélites no espaço. É empregado também na área médica como desinfetante ou agente esterilizante. Anualmente, são produzidos cerca de 2 milhões de toneladas de H2O2.

“Para entender o impacto do nosso trabalho, primeiro é preciso considerar essa importância do H2O2 na indústria química, mas também como é produzido hoje”, diz o químico Ivo Freitas Teixeira, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “Todo esse peróxido é produzido por um processo que envolve antraquinona [composto derivado da hidrólise do antraceno]. Nesse processo, a antraquinona é reduzida e, em seguida, oxidada para gerar H2O2. As desvantagens do método estão não só no custo da antraquinona, um composto químico caro, mas na etapa de redução, que utiliza metais nobres, como Pd [paládio], e H2 [hidrogênio] como agente redutor. A utilização do hidrogênio não é desejada, porque provém da reforma do metano, processo que ocorre sob altas temperaturas e libera CO2 como subproduto, contribuindo para o aquecimento global”, explica o cientista, que realizou seu pós-doutorado em química inorgânica na Universidade de São Paulo (USP).

Neste trabalho, os autores conseguiram produzir peróxido a partir do oxigênio (O2) utilizando fotocatálise para guiar o processo. Na fotocatálise, os catalisadores (materiais usados para acelerar uma reação química) são ativados utilizando luz visível em vez de altas temperaturas ou pressões. Outra grande vantagem do trabalho é o uso do nitreto de carbono como fotocatalisador, material constituído somente de carbono e nitrogênio, elementos bastante abundantes na crosta terrestre. Além disso, os nitretos de carbono podem ser ativados na região visível, que corresponde a cerca de 45% do espectro solar. Dessa forma, é provável que a iluminação artificial possa ser substituída por luz solar, tornando o processo ainda mais atraente economicamente.

Após testar diferentes condições reacionais, o grupo de pesquisa encontrou um sistema com excelente taxa de produção de H2O2. “Realizamos a redução do O2 usando uma rota fotocatalítica, na qual a fonte de hidrogênio acaba sendo a própria água do meio reacional ou o reagente de sacrifício, geralmente glicerol, que é um subproduto da produção do biodiesel”, detalha Teixeira, que entre 2019 e 2021 foi fellow da Humboldt Foundation no Instituto Max Planck em Potsdam (Alemanha).

Nesse sistema, o nitreto de carbono é empregado como um semicondutor que quando irradiado por luz separa cargas, promovendo reações de redução e oxidação. Nesse caso, o O2 é reduzido em H2O2 e o reagente de sacrifício (glicerol) é oxidado. Como resultado é obtido H2O2 sem a necessidade de usar H2 e, consequentemente, sem a emissão de CO2.

“Até chegarmos ao trabalho publicado foi um longo caminho de investigação, uma vez que nós descobrimos que, ao mesmo tempo que o H2O2 era produzido na superfície do fotocatalisador, ele podia também ser degradado”, diz Teixeira. “Tivemos de fazer uma série de testes e modificações no fotocatalisador, visando promover a formação do H2O2 e evitar sua decomposição. O entendimento do mecanismo pelo qual o H2O2 se decompõe na superfície dos nitretos de carbono foi extremamente importante para nos permitir desenvolver o fotocatalisador ideal para essa reação.”

Teixeira lidera na UFSCar um grupo de pesquisa apoiado pela FAPESP. Além dele, assinam o artigo Andrea Rogolino (Universidade de Pádua, Itália); Ingrid Silva, Nadezda Tarakina e Markus Antonietti (Max Planck Institute of Colloids and Interfaces, Alemanha); e Marcos da Silva e Guilherme Rocha (UFSCar).

Fonte: Ricardo Muniz | Agência FAPESP

24 de janeiro de 2023 0 comentários
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Notícias

Estudo mostra que pele artificial bioimpressa pode ser usada em testes de cosméticos e medicamentos

por jornalismo-analytica 23 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

A pele artificial produzida por bioengenharia tem se tornado uma plataforma cada vez mais relevante e confiável para avaliar a segurança e a eficácia de medicamentos e cosméticos, uma vez que, além de substituir o uso de animais, pode ser obtida em larga escala. Entre as tecnologias mais promissoras para a produção de modelos in vitro está a bioimpressão 3D. Por ser muito recente, no entanto, faltavam testes para comparar seu desempenho com o do modelo tradicional, produzido manualmente.

Esse foi o principal objetivo de um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). Os resultados, divulgados na revista Bioprinting, confirmam a similaridade de desempenho.

No trabalho apoiado pela FAPESP, os pesquisadores compararam o modelo mimético criado com a metodologia tradicional por pipetagem (feita com pipeta) com aquele produzido em bioimpressoras pelo mecanismo de extrusão, que é o mais utilizado e permite uma reconstrução mais representativa da pele humana.

“O fato de chamarmos o modelo de ‘pele artificial’ pode dar a ideia de que seja algo sintético, quando na verdade é um tecido humano, extremamente semelhante à pele natural. Por isso se presta tão bem a testes de segurança e eficácia de compostos bioativos”, explica Silvya Stuchi Maria-Engler, professora titular do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da FCF-USP.

Padrões de controle de qualidade e desempenho estabelecidos por instituições internacionais, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foram utilizados como critérios de validação.

“O primeiro foi a morfologia tecidual, que deve ser representativa à da pele humana in vivo, ou seja, deve conter, na epiderme, toda a estrutura estratificada em quatro camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea”, explica Denisse Esther Mallaupoma Camarena, primeira autora do artigo e pós-doutoranda na USP.

“Isso indica que a pele reconstruída in vitro apresentará as mesmas funções da nossa, que conta com uma barreira seletiva contra o meio externo, protegendo de estressores químicos [poluição, produtos tópicos aplicados] e físicos [radiação solar], exercendo também a sua função de retenção hídrica.”

O passo seguinte foi avaliar como a pele bioimpressa desempenhava a função de barreira. Assim como a pele humana, a artificial deve ter a capacidade de suportar a permeação de detergentes que causam irritação. Para isso, expuseram os modelos ao detergente irritante dodecil sulfato de sódio (SDS) em diferentes concentrações por 18 horas.

O último teste de validação foi, então, aplicar topicamente substâncias químicas de referência classificadas como irritantes (ácidos, por exemplo) ou não irritantes (soluções fisiológicas).

Os resultados mostraram que ambos os modelos de pele reconstruída em laboratório exibiram histologia e citoarquitetura consistentes com os modelos epidérmicos validados, sendo que o bioimpresso demonstrou tão boa qualidade quanto o manual. Além disso, suportaram igualmente a permeação de detergentes irritantes e foram capazes de distinguir essas substâncias das não irritantes.

“Essa conclusão permite substituir os testes de Draize empregados antigamente, que usavam pele de coelhos raspadas para tal classificação”, diz Julia de Toledo Bagatin, primeira autora do estudo e doutoranda na USP. “Também proporciona menor erro humano e menor variabilidade na resposta obtida na indústria cosmética.”

“A disseminação de parte dos métodos desenvolvidos favorece no setor de cosméticos o uso de testes alternativos, que não envolvam animais, o que amplia ainda mais o nosso compromisso com a causa”, pontua Juliana Lago, gerente científica da Natura, que apoiou o estudo. A empresa idealizou o uso da bioimpressora para fabricação de pele e financiou parte de seu desenvolvimento.

“A academia traz o conhecimento de ciência básica, que é investido para adquirir conhecimento científico, e nossa parceria fomenta a possibilidade de acelerar a aplicação desse conhecimento em uma pesquisa mais aplicada para a empresa, no caso o conhecimento em reconstrução tecidual e adaptação para ferramentas de automação, como a bioimpressão.”

Impressoras mais confiáveis

Embora os principais resultados do estudo mostrem que as peles bioimpressas podem ser utilizadas como plataforma para o teste de irritação in vitro, os pesquisadores destacam que é preciso ter cautela na utilização das bioimpressoras.

“As máquinas produzem os tecidos miméticos por dispersão celular, com o uso de agulhas ou ponteiras cônicas, e, dependendo do sistema escolhido, pode haver alteração da resposta celular frente ao teste de irritação in vitro”, explica a professora Maria-Engler.

“Como a tecnologia de bioimpressão está sendo amplamente utilizada em diversas áreas, é de extrema importância reconhecer que o sistema de dispersão escolhido pode prejudicar a confiabilidade desses testes ao gerar respostas alteradas, como maior inflamação.”

A expectativa agora é que a bioimpressão seja utilizada para confeccionar modelos mais complexos, inclusive com as três camadas (epiderme, derme e hipoderme) e células representativas da pele humana. Isso aproximaria ainda mais o modelo da realidade e traria respostas biológicas mais relevantes em testes de segurança e eficácia de produtos de uso tópico.

Fonte: Julia Moióli | Agência FAPESP

23 de janeiro de 2023 0 comentários
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USP busca mulheres com endometriose para estudo de tratamento da dor com canabidiol

por jornalismo-analytica 19 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

O objetivo do estudo é avaliar se o medicamento auxilia na redução da dor em mulheres que não melhoraram com o tratamento hormonal ou com a cirurgia

A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP busca mulheres com endometriose que não melhoraram com o tratamento hormonal ou com a cirurgia para serem voluntárias em pesquisa que vai avaliar o efeito do canabidiol, medicamento derivado da planta Cannabis sativa, na diminuição da intensidade da dor.

Para participar da pesquisa, denominada Dreamland, é necessário ter 18 anos ou mais, diagnóstico de endometriose e ter dor significativa após uso de contraceptivos hormonais e já ter feito cirurgia como tratamento para a doença. Além disso, as voluntárias precisam ter disponibilidade de participar de algumas consultas presenciais e coletas de sangue em intervalos de uma a quatro semanas em Ribeirão Preto.

Além das consultas e dos exames, as participantes serão acompanhadas por telefone ou e-mail e vão responder questionários on-line sobre a intensidade de dor e a presença de eventuais efeitos colaterais.

O estudo será duplo-cego, ou seja, metade das voluntárias recebe o medicamento canabidiol e a outra metade recebe o placebo. “O placebo é fisicamente idêntico ao medicamento, mas não tem seu princípio ativo. Uma observação importante é que, finalizadas as primeiras nove semanas do estudo, os dados serão rapidamente analisados e, caso o uso do medicamento mostre resultados satisfatórios superiores ao placebo e boa tolerância, as participantes do grupo placebo serão convidadas a receber o medicamento ativo no mesmo esquema que o outro grupo recebeu, se assim o desejarem”, explica o professor Omero Benedicto Poli Neto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e coordenador da pesquisa.

 

19 de janeiro de 2023 0 comentários
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Inmetro tem duas patentes concedidas e deposita outras duas tecnologias de interesse da indústria de biotecnologia

por jornalismo-analytica 18 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

O Inmetro acaba de ter duas patentes concedidas e depositou outros dois pedidos de patentes, tecnologias de interesse da indústria de biotecnologia, para detecção e estudo do vírus SARS-CoV-2.

Uma das patentes recém depositadas foi desenvolvida pela startup Gcell Cultivo 3D e consiste em uma plataforma automatizada para fabricar biotecidos 3D, a partir de células pulmonares humanas, que propicia o estudo da interação do novo coronavírus com os pulmões.

“A tecnologia foi desenvolvida para funcionar como modelo experimental para estudo do vírus da Covid, mas pode também ser utilizada para estudo de outras doenças e microrganismos que afetam o tecido respiratório. O modelo é útil para laboratórios de pesquisa e indústrias farmacêuticas que pesquisam novos medicamentos para esse tipo de tecido”, comenta a pesquisadora e biomédica Leandra Baptista.

“Há uma tendência crescente em utilizar modelos experimentais 3D, uma vez que é uma prática alinhada à demanda mundial de substituição de modelos animais e também à necessidade de prover métodos de ensaios de testes de drogas mais rápidos, como vimos na busca de drogas durante a pandemia”, explica Ana Paula Azevedo, da Ditec.

O objetivo é que a plataforma atenda a diversos cientistas nos estudos voltados para o mecanismo de entrada do Sars-CoV-2 no organismo, e à indústria farmacêutica na realização de testes de novas substâncias, candidatas a novos medicamentos. A pesquisa utilizou a infraestrutura do Laboratório de Bioengenharia Tecidual (Labio).

Desenvolvido por pesquisadores da Divisão de Metrologia de Materiais (Dimci/Dimat) em parceria com Universidade Federal Fluminense (UFF), e outras instituições, o biosensor contribuirá para uma avaliação rápida e precisa na detecção do coronavírus. O estudo, no Inmetro, foi liderado por Braulio Arcanjo.

As duas outras patentes, concedidas no final de novembro e em dezembro deste ano, foram desenvolvidas no Labus (laboratório de Ultrassom do Inmetro), sob coordenação do pesquisador Rodrigo Félix.

Uma delas refere-se a um método para avaliação de aquecimento de Transdutores de Ultrassom utilizados em aparelhos de fisioterapia. A tecnologia está transferida para a empresa Gomes Moraes Serviços em Metrologia desde 2019.  A outra trata de um sistema e um método capaz de determinar com precisão o ponto final da reação de produção de biodiesel a partir de óleos vegetais e se encontra disponível para licenciamento.

Importante ressaltar que o Inmetro termina o ano com um total de 13 patentes concedidas no Brasil, além de mais seis aguardando publicação ou exame. O instituto também possui outras 5 patentes concedidas no exterior, com mais 4 aguardando exame, além de 9 registros de software.

18 de janeiro de 2023 0 comentários
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EMPRESA JAPONESA QUER LANÇAR EMBARCAÇÃO PRODUTORA DE HIDROGÊNIO ATÉ 2024

por jornalismo-analytica 16 de janeiro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

molA transportadora japonesa Mitsui O.S.K. Lines (MOL) planeja lançar a construção do Wind Hunter, uma embarcação produtora de hidrogênio equipada com várias velas rígidas, em 2024. A construção faz parte do projeto Wind Hunter, que busca novas aplicações para o combustível hidrogênio e a energia eólica.

O projeto pretende usar a tecnologia de vela rígida e dobrável da MOL desenvolvida no projeto Wind Challenger em embarcações capazes de capturar essa energia durante períodos de vento forte para gerar hidrogênio para uso durante as seções de vento mais baixo da viagem.

Ou seja, o cargueiro marítimo de emissão zero, com um comprimento total de 60 a 70 metros, não precisaria reabastecer, pois usaria a propulsão assistida pelo vento quando houver ventos fortes em combinação com o hidrogênio produzido a bordo para navegar.

Turbinas subaquáticas girando na água gerariam eletricidade que seria usada para eletrolisar a água pura feita a partir da água do mar e gerar hidrogênio. O hidrogênio seria então armazenado em um tanque na forma de metilciclohexano líquido (MCH), que pode ser armazenado e transportado com segurança e economia.

Quando o vento está fraco, o navio usaria o hidrogênio armazenado para alimentar uma célula de combustível que fornece eletricidade, que então alimentaria as hélices elétricas que impulsionam o navio para a frente. O navio está pensado para poder navegar de forma autónoma, sem tripulação a bordo, com a mais recente tecnologia digital que permite a sua monitorização e operação à distância. A embarcação também seria equipada com tecnologia de navegação de rota para poder encontrar as melhores condições de vento e otimizar o curso do navio.

“Até 2030, esperamos construir um grande navio cargueiro produtor de hidrogênio com emissão zero. Ainda há muitos desafios a serem resolvidos, mas assumir desafios é o que fazemos na Mitsui O.S.K. Lines, e esta é uma jornada que traçará uma rota direta para o futuro”, disse a MOL.

16 de janeiro de 2023 0 comentários
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