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pesquisa cientifica

Notícias

Cientistas desvendam estrutura de proteínas essenciais para a divisão celular

por jornalismo-analytica 12 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Agência FAPESP* – Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram desvendar a estrutura de um complexo de proteínas humanas conhecidas como septinas, que são essenciais para a divisão celular e atuam no estágio final desse processo.

Um dos objetivos da pesquisa é entender as consequências de algumas mutações observadas nessas moléculas, que têm sido associadas com doenças específicas, como a infertilidade masculina. Conhecer a estrutura tridimensional das septinas humanas também pode ajudar a entender anomalias relacionadas a enfermidades como Alzheimer, Parkinson e algumas formas de câncer. Pode ainda jogar luz sobre a relação entre o vírus zika e a microcefalia.

O estudo vem sendo conduzido pelo Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), que utilizou a técnica de criomicroscopia eletrônica em vez da tradicional difração de raios X, que requer a formação de um cristal da proteína para a realização do experimento que irá determinar sua estrutura.

A nova técnica apresenta algumas vantagens. Com ela é possível realizar o estudo da molécula em solução, congelando a amostra de forma rápida em uma fina camada de gelo e permitindo, dessa forma, que se observem as posições atômicas e todos os pormenores moleculares em alta resolução.

Coordenado pelo professor Richard Garratt, do IFSC-USP, o trabalho foi publicado no Journal of Molecular Biology. A investigação teve apoio da FAPESP por meio do Projeto Temático “Septinas: estudos comparativos visando correlacionar estrutura e função” e do projeto “EMU: aquisição de microscópio eletrônico de transmissão para criomicroscopia eletrônica de partículas isoladas – estabelecimento de uma instalação aberta de criomicroscopia eletrônica no CNPEM”.

A aluna de doutorado Deborah Cezar Mendonça, que é bolsista da FAPESP, foi a responsável pelo estudo.

Em entrevista à Assessoria de Imprensa do IFSC-USP, Mendonça disse que a técnica usada poderá ser útil para o desenvolvimento de novos fármacos. “As septinas participam de vários processos celulares e têm relação com algumas doenças, só que ainda é muito cedo para sabermos exatamente quais são os mecanismos envolvidos. Para entender a função dessas proteínas, é preciso entender sua estrutura. Dessa forma, podemos compreender como elas se polimerizam, conhecer os detalhes intermoleculares, para depois entender a função e, quem sabe, no futuro poder descobrir se existe alguma relação direta com as enfermidades e entrar em um caminho de aplicação.”

“Com este trabalho, vamos poder, em termos estruturais, entender melhor as anomalias e as engrenagens desse sistema”, acrescentou Garratt.

O artigo An atomic model for the human septin hexamer by cryo-EM pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S002228362100320X?dgcid=author.

* Com informações da Assessoria de Imprensa do IFSC-USP.

12 de agosto de 2021 0 comentários
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Notícias

Droga anticonvulsiva pode modificar o DNA e interagir com proteínas dos cromossomos

por jornalismo-analytica 21 de dezembro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Resultados recentes de estudos com o ácido valproico, medicamento usado há décadas para tratar convulsões, indicam que a droga pode interagir com a conformação do DNA, além de regular a expressão gênica.

Os achados são fruto de um projeto coordenado pela bióloga Maria Luiza Silveira Mello, com a colaboração de Benedicto de Campos Vidal, no Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O grupo estuda a função do ácido valproico, ou valproato de sódio (VPA), há pelo menos uma década e já demonstrou no passado a atuação do composto na expressão de genes ligados ao diabetes em modelos celulares (leia mais em: https://agencia.fapesp.br/23690/).

A interação com o DNA foi documentada em artigo publicado no International Journal of Biological Macromolecules e é parte de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP que estuda os mecanismos de ação do VPA. “Elucidar os mecanismos de ação da droga é importante, pois abre caminho para novas pesquisas farmacológicas”, comenta Mello.

Mudanças nas histonas e no DNA

Mello conta que a ação epigenética do VPA, ou seja, sua capacidade de influenciar na expressão dos genes sem alterar o DNA, já era amplamente conhecida. “Em 2017, pesquisadores iranianos aventaram a possibilidade de um mecanismo de ação que não fosse apenas epigenético, mas sim uma interação direta com a estrutura da histona H1”, conta a cientista referindo-se a uma das proteínas existentes no núcleo celular.

As histonas são proteínas que compõem uma parte importante da cromatina, complexo de moléculas que carrega o DNA no núcleo das células – quando as células estão em fase de divisão, o complexo recebe o nome de cromossomo. “Tivemos então a ideia de estudar como as histonas e o próprio DNA reagiam ao VPA”, diz Mello.

Para isso, o grupo utilizou as moléculas isoladas de DNA, histonas H1 e H3, e VPA, criando misturas à base desses elementos. A interação entre eles foi analisada por meio da microscopia de polarização de alto desempenho e microespectroscopia no infravermelho, com equipamentos anteriormente outorgados pela FAPESP a Campos Vidal.

“Primeiro, no microscópio de polarização, foram analisados cristais de DNA e das histonas isoladas e com o VPA, depois submetemos os preparados à análise por infravermelho”, conta Mello. Esse tipo de medição, feita num espectroscópio associado a um microscópio especial, fornece uma assinatura espectral da estrutura das moléculas – uma espécie de registro gráfico de como elas estão organizadas.

A assinatura é visualizada por meio de um gráfico, com curvas e picos. “Dependendo da frequência na qual se localizam os picos, eles são relacionados com determinados grupamentos químicos”, explica Mello. O grupo então pôde comparar a organização das histonas e do DNA em presença ou ausência do VPA.

“Detectamos que o VPA pode provocar mudanças na conformação, que é o arranjo espacial, de duas dessas histonas, H1 e H3. Além disso, os achados indicaram mudanças na supraestrutura e na ordem molecular do DNA”, segue Mello. O próximo passo do trabalho é confirmar se o efeito ocorre também em células tratadas com o VPA in vitro.

Relação com expressão de genes tumorais

Além dessa descoberta, como parte do trabalho de mestrado de Marina Amorim Rocha, o grupo publicou em dezembro de 2019 no Scientific Reports, do grupo Nature, outro achado importante sobre a ação epigenética do VPA em culturas de células HeLa, que são células tumorais derivadas de tumor humano cervical. O foco da investigação foi um tipo específico de alteração epigenética, a metilação do DNA.

A metilação ocorre quando no carbono 5 da molécula da base nitrogenada citosina do DNA há adição de um grupo metil (CH3). “Quando isso acontece no promotor de um gene, o funcionamento do próprio gene é alterado”, explica Mello. Se houver metilação em larga escala no promotor de um gene supressor de tumor, por exemplo, ele pode se tornar inativo e deixar de fazer seu papel.

Esse processo pode ser manipulado de forma passiva, com a inibição de uma enzima envolvida na metilação, ou por uma via ativa, descoberta mais recentemente. “Nesse caso, um grupo de enzimas da família TET permite que essas citosinas metiladas se transformem em outras moléculas derivadas, até que se complete a demetilação”, detalha Mello.

No trabalho da Unicamp, se observou que, nas células HeLa, o mecanismo que o VPA induz é predominantemente ativo, mas não só. “Ele também atua na via passiva e esse achado pode melhor instrumentar o conhecimento daqueles que se dedicam à fabricação de drogas com potencial terapêutico”, pontua a bióloga. Ou seja, o fato de o composto reduzir a metilação nessa cultura celular em fase estacionária de seu ciclo sugere que, no futuro, ele possa ser testado como um candidato para reverter esse processo em células nas quais o processo de divisão se encontre parado.

O artigo Sodium valproate (VPA) interactions with DNA and histones pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0141813020337168.

Já o artigo Sodium valproate and 5-aza-2′-deoxycytidine diferentially modulate DNA demethylation in G1 phase-arrested and proliferative HeLa cells está disponível em www.nature.com/articles/s41598-019-54848-x.

 

Com informações de Chloé Pinheiro  |  Agência FAPESP

21 de dezembro de 2020 0 comentários
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Notícias

Confira os Artigos Científicos da Edição 107 da Revista Analytica

por jornalismo-analytica 12 de agosto de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A Edição 107 da Revista Analytica conta com dois artigos científicos enviados pelos leitores:

Artigo 1: Determinação e Quantificação dos Metais Pesados Chumbo e Cobre em Sombras em Pó de Maquiagem por Espectrometria de Absorção Atômica com Chama

Artigo 2: Produção e Análise da Geléia Mãe em Vinagres Industriais

Todos os artigos se encontram disponíveis para leitura na íntegra na versão digital da Revista Analytica, livre acesso no site

Para enviar seus artigos para a revista Analytica, leia a seção “Publique Na Analytica” na página 6 da edição 160 e envie um e-mail para editoria@revistaanalytica.com.br

12 de agosto de 2020 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores da USP descobrem nova família de toxina bacteriana

por jornalismo-analytica 8 de julho de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP foi responsável pela descoberta de uma nova família de toxina bacteriana utilizada para atacar espécies competidoras. O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica Cell Reports, sob responsabilidade da bióloga Ethel Bayer Santos, Jovem Pesquisadora do Departamento de Microbiologia do ICB. O artigo teve coautoria de duas estudantes de iniciação científica: Stephanie Sibinelli-Sousa e Julia Takuno Hespanhol.

O membro fundador dessa nova família de toxinas é a proteína Tlde1 (type VI L,D-transpeptidase effector 1), produzida pela Salmonella – bactéria que causa infecção gastrointestinal. Essa proteína é utilizada pela Salmonella para atacar a parede celular de bactérias competidoras, induzindo sua morte. “Essa toxina contribui para eliminar as bactérias competidoras presentes na microbiota intestinal, facilitando que a Salmonella tenha acesso às células do epitélio intestinal para invadir”, explica Ethel.

Na pesquisa, o grupo também descobriu o mecanismo que possibilita à proteína Tlde1 degradar a parede celular das bactérias-alvo. “Constatamos que ela ataca um dos precursores da parede celular, o que impede a competidora de sintetizar mais parede durante a divisão celular e o crescimento. Como a bactéria-alvo continua crescendo, mas agora sem uma parede celular adequadamente estruturada, a membrana celular acaba rompendo com a pressão osmótica, o que leva à morte da bactéria”, explica.

Segundo a autora, as toxinas com atividade antibacteriana têm potencial antimicrobiano, ou seja, poderão ser exploradas biotecnologicamente no futuro. “São toxinas que vêm sendo selecionadas pelas bactérias há milhares de anos com esse propósito; e nós podemos tirar vantagem disso”, afirma. No entanto, ainda existe um longo caminho pela frente até que isso ocorra. “Ao que tudo indica, a Tlde1 é uma toxina que evoluiu de uma proteína que fazia parte da ‘maquinaria’ da síntese da parede celular, mas que acabou se modificando”, conta. Por isso, o próximo passo da pesquisa é tentar descobrir por que Tlde1 deixou de ser uma enzima que constrói parede celular para se tornar uma toxina que inibe sua síntese.

Etapas da Pesquisa

Todo o trabalho da pesquisa foi realizado in vitro. “Nós identificamos o gene fazendo a análise do genoma, depois expressamos a proteína recombinante, purificamos e foram feitos ensaios enzimáticos. Em resumo: induzimos a expressão dessa proteína na bactéria-alvo e verificamos que ela adquiria outra morfologia e morria”, conta. Para comprovar a ação dessa proteína em um contexto fisiológico, o grupo promoveu uma competição entre uma bactéria selvagem e outra mutante. Ao colocá-las juntas, constataram que a mutante morria ao ser intoxicada por não ter a proteína de imunidade contra Tlde1. O que não ocorreu com a selvagem. “Isso, porque toda bactéria que apresenta toxina antibacteriana tem que expressar também o que chamamos de proteína de imunidade para se proteger contra autointoxicação.”

A pesquisa teve a colaboração de outros pesquisadores. Bioinformatas do próprio ICB realizaram análises filogenéticas e um pesquisador do Instituto de Química (IQ) da USP ajudou a purificar a proteína recombinante. Da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, veio a ajuda para realizar o ensaio enzimático que revelou a atividade bioquímica da toxina. “Nós já temos a proteína recombinante e vamos tentar resolver a sua estrutura tridimensional em colaboração com um especialista em biologia estrutural da Universidade de Birmingham, também do Reino Unido.”

Nova Geração

A pesquisa teve fomento do Programa Jovem Pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Por meio dele, foram contratadas as duas alunas de iniciação científica, que acabaram tendo um papel relevante no trabalho e por isso mereceram a coautoria no artigo. “Elas foram as primeiras alunas que recrutei e foram minhas únicas orientandas por um período, elas tiveram minha atenção exclusiva e oportunidade de realizar várias atividades no laboratório”, conta Ethel.

Na época em que a pesquisa foi iniciada, em 2018, Stephanie e Julia tinham, respectivamente, 21 e 19 anos. Ambas cursavam graduação em biologia no Instituto de Biociências (IB) da USP. Stephanie já tinha feito estágio em um laboratório, mas para Julia era a primeira experiência. “Na graduação, nós aprendemos a teoria; no laboratório, você coloca em prática. Tem que planejar experimentos, fazer pesquisa bibliográfica, integrar todas essas habilidades e informações e produzir algo novo. Eu aprendi a fazer tudo isso lá”, relata Julia.

“Eu gostei muito de fazer a minha iniciação científica com uma pesquisadora jovem, que ainda não tem muitos orientandos e pode dar mais atenção aos seus alunos. Fez uma diferença enorme. A Ethel conseguiu acompanhar todos os meus passos no laboratório, isso deu confiança para que eu construísse mais independência”, acrescenta Stephanie.

Atualmente, Stephanie está fazendo mestrado tendo Ethel como orientadora. Enquanto Julia teve sua iniciação científica prorrogada.

Com informações de Acadêmica Agência de Comunicação – Jornal da USP.

8 de julho de 2020 0 comentários
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Espectrometria de massas

A cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas em Tandem HPLC-MS/MS

por jornalismo-analytica 11 de junho de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Por Oscar Vega Bustillos*

 

A cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas é, atualmente, a técnica que possibilita a análises de diversas substâncias com ampla caracterização de polaridade e massa molecular.  Na cromatografia é feita a separação dos componentes de uma mistura entre duas fases: uma fixa e de grande área superficial denominada fase estacionária, e um fluido que interage com a fase fixa, chamado fase móvel.  As partes principais de um cromatógrafo são bomba, o injetor, a coluna e o detector (Figura 1).

A espectrometria de massas é uma técnica para análise à nível traços, especialmente os compostos orgânicos. Entretanto, os analitos devem ser previamente ionizados. Portanto, este analisador possui, basicamente, uma fonte de ionização, analisador, detector e sistema de dados.  Quando possuem dois analisadores, com uma célula de colisão entre eles, são chamados de Tandem, onde o primeiro analisador identifica o íon precursor e no segundo analisador, os íons produtos (Figura 2).

O acoplamento da cromatografia líquida LC à espectrometria de massas MS foi um processo muito complexo porque, a LC é utilizada para compostos não voláteis, sendo a fase móvel um líquido e neste estado da matéria era impossível introduzir os compostos num analisador MS que funciona à base de íons na fase gasosa.  O acoplamento era mais complexo pela necessidade de eliminar o solvente líquido da eluição da coluna cromatográfica, além da LC funcionar a pressões positivas e a MS num sistema de vácuo.  Muitas adaptações tecnológicas tiveram que ser desenvolvidas.

No desenvolvimento da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE em português e “High Performance Liquid Chromatography HPLC” em inglês, foram projetadas bombas de maior pressão da fase móvel, de 50 a 350 bar, além da utilização de menores colunas cromatográficas, com diâmetros internos de 2 a 5 mm e comprimentos de 30 a 250 mm, dimensões diferentes comparadas à cromatografia líquida tradicional.  Estas modificações foram necessárias para separar pequenas quantidades de amostras.

A técnica HPLC-MS abre novos caminhos para elucidar a estrutura da matéria biológica.  A maior parte dos sistemas biológicos são aquoso e formados por composta não voláteis, polar e frequentemente de alta massa molecular, onde essas características impedem sua análise via GC/MS.  Já a análise de tais compostos é possível via HPLC-MS.  A polaridade dos compostos biológicos foi um desafio que levou ao desenvolvimento de HPLC de fase reversa.  A premissa deste tipo de separação é de que os compostos orgânicos em uma fase móvel aquosa são adsorvidos preferencialmente em um material orgânico estacionário, revestida num suporte sólido.  Os compostos são, então, eluídos sucessivamente, usando uma transição progressiva denominado gradiente, na composição da fase móvel, a partir da água ao orgânico, por exemplo, da água ao acetonitrilo.  A ordem de eluição dos componentes da amostra é uma função das mudanças de solvente durante o gradiente.  Os compostos eluem em ordem de polaridade, onde os compostos mais hidrofílicos são os primeiros.  A fase estacionária é não polar em contraste com a fase polar usada na cromatografia tradicional.  É por isso que o método é conhecido como de fase reversa.

Outro desenvolvimento foi a criação de uma interfase entre o HPLC e MS, cuja função é converter o eluente da coluna, que possui os analitos, de líquido para íons na fase gasosa à pressão atmosférica, além de eliminar o solvente.  Este desenvolvimento concedeu o Prêmio Nobel para John Fenn que descobriu a fonte de íons “Elestrospray Ionization ESI” (ver ANALYTICA 98).  As outras interfases mais utilizadas no HPLC-MS são a Ionização Química a Pressão Atmosférica ou “Atmospheric Pressure Chemical Ionization – APCI” (ver ANALYTICA 97) e Foto Ionização a Pressão Atmosferica ou “Atmospheric Pressure Photo Ionization – APPI”.  As três interfases, ESI, APCI e APPI do HPLC-MS conseguem transferir os analitos da coluna cromatográfica liquida para o interior do MS na forma de íons gasosos.  Isto foi um salto enorme no desenvolvimento analítico.  Na Figura 3 apresenta a capacidade analítica destas interfases em função da polaridade dos analitos e da massa molecular em Da, analisadas.  Nesta figura é comparada também a capacidade analítica do GC/MS que é versátil para analitos apolares e massas menores que 1.000 Da.

No sistema HPLC-MS/MS, a amostra é introduzida pelo injetor na fase móvel e segue para a coluna contendo a fase estacionária.  Na coluna, estes compostos são separados e eluídos com determinados tempos de retenção (TR) dependendo da interação entre coluna e fase móvel.  Após a eluição, estes compostos são introduzidos no espectrômetro de massas na fonte de ionização, ocorrendo a ionização e evaporação do solvente.  Formados os íons, estes seguem para o primeiro analisador quadrupolo, em que os íons precursores, [M+H]+ ou [M-H]–, são determinados segundo a razão massa / carga (m/z).  Após a determinação m/z dos íons precursores, estes são encaminhados para uma célula de colisão, segundo quadrupolo, colidindo com o gás nitrogênio, formando fragmentos que são determinados no segundo analisador, terceiro quadrupolo.  Este processo é chamado de “Multiple Reaction Monitoring MRM”, que permite o monitoramento entre os íons precursores e íons produtos selecionados, aumentando a sensibilidade nas análises.

As vantagens analíticas do desenvolvimento do HPLC-MS/MS são as seguintes:

  • Aumento da gama de analitos a serem estudados desde medicamentos e metabólicos de massas em torno de 1.000 Da até biopolímeros de alta massa molecular, maiores que 100.000 Da (Figura 4).
  • O MS em Tandem é o melhor detector do HPLC que permite determinar a massa molecular, além de informar a estrutura molecular, fornecendo a identificação inequívoca do analito em estudo.
  • A alta seletividade do MS permite o uso de analitos marcados isotopicamente como padrões que juntamente com a alta sensibilidade, permite uma precisão e exatidão quantitativa do analito.
  • O HPLC-MS/MS tornou-se uma das técnicas analíticas mais amplamente utilizadas nas ciências da vida. Análises de diferentes classes de biomoléculas: peptídeos, proteínas, ácidos nucleicos, oligossacarídeos e lipídios, estão sendo estudadas.

Fonte: Malviya, R. et al.
Figura 1: Esquema de um HPLC. a) Reservatório de fase móvel; b) Desgaseificador; c) Bomba; d) Injetor de amostra; e) Compartimento de coluna; f) Coluna; g) Detector; h) Processador de dados.

 

Fonte: Hoffmann, E., et al.
Figura 2. Esquema de um espectrômetro de massas em tandem.

 

Fonte: Ardrey, R.E.
Figura 3: Alternativas de ionização do HPLC-MS utilizando as interfases ESI e APCI em função da polaridade do analito e da massa molecular (Da). Comparação com o analisador GC/MS.

 

Fonte: Ardrey, R.E.
Figura 4: Espectro de massas da mioglobina do coração do cavalo via HPLC-MS/MS com fonte Electrospray.

 

 

Referências bibliográficas

  • Hoffmann, E. and Stroobant, V. “Mass spectrometry. Principles and applications.” Ed. John Wiley. England. 2007.
  • Ardrey, R.E. “Liquid chromatography – Mass spectrometry: An introduction.” Ed. John Wiley. England. 2003.
  • Malviya, R.; Bansal, V.; Pal, O. P.; Sharma, P. K. (2010). “High performance liquid chromatography: a short review”. Journal of Global Pharma Technology. 2: 2226. 2010.

*Oscar Vega Bustillos

Pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente CQMA do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP

55 11 3133 9343

ovega@ipen.br

www.vegascience.blogspot.com.br

 

[[Artigo disponível na íntegra na Revista Analytica Ed 106]]

11 de junho de 2020 0 comentários
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Em foco

COVID-19: Linha BioScience para pesquisas e diagnóstico

por jornalismo-analytica 26 de maio de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A Greiner Bio-One criou uma área exclusiva no site com as soluções da linha BioScience para atuação em pesquisas e diagnóstico de COVID-19 nos laboratórios. https://lnkd.in/eJYRBJE

26 de maio de 2020 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores brasileiros estudam desenvolvimento de nanocorpos contra a COVID-19

por jornalismo-analytica 29 de abril de 2020
escrito por jornalismo-analytica

O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp (Cevap), localizado no câmpus de Botucatu, uniu-se ao Instituto Biológico de São Paulo, à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ao Instituto Vital Brazil, à Fundação Ezequiel Dias e a empresas farmacêuticas brasileiras e americanas para desenvolver tratamento inovador baseado em nanocorpos para o combate à Covid-19 em pacientes infectados.

Nanocorpos são seres vivos microscópicos do tamanho de um nanômetro, o equivalente à bilionésima parte de um metro.

“A realização deste projeto translacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação permitirá a produção de anticorpos candidatos para a imediata realização de ensaios clínicos durante a pandemia de Covid-19, tanto para tratamento quanto para profilaxia. Além disso, o domínio e a geração desta tecnologia permitirão a implantação de uma plataforma de produção de anticorpos recombinantes em dois grandes laboratórios públicos brasileiros que produzem medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Rui Seabra Ferreira Junior, coordenador da equipe e professor/pesquisador do Cevap-Unesp.

“(O projeto) Contribuirá também para o estabelecimento de uma nova linha de pesquisa e desenvolvimento na Unesp, alinhada aos objetivos da futura Fábrica de Amostras de Medicamentos Biológicos para Pesquisa Clínica da Unesp, em início de construção em Botucatu”, afirma o pesquisador.

Os nanocorpos serão produzidos em camelídeos (camelos, lhamas, alpacas, vicunhas e guanacos) que, ao serem desafiados pelo novo coronavirus, fabricam anticorpos de baixa massa molecular, mas com elevada capacidade neutralizante. Estas características permitem que a porção de interesse seja copiada para produção escalonável em laboratório.

imagem: unesp/notícias.

Segundo o coordenador da equipe, os ensaios pré-clínicos visando à preparação de protótipos candidatos serão realizados já no primeiro ano do projeto e os ensaios clínicos de segurança e de ajuste de dose ocorrerão no segundo ano da pesquisa.

“Ao usar a estratégia de cooperação multidisciplinar e multi-institucional, que mescla capacidades acadêmicas e técnicas de produção industrial, acrescidas da terceirização de algumas etapas do projeto, diminuiremos custos, aumentaremos a reprodutibilidade e a qualidade e ainda conseguiremos desenvolver um protótipo candidato em menos tempo, que atenda às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início dos ensaios clínicos”
Rui Seabra Ferreira Junior, pesquisador Cevap-Unesp

Com informações de UNESP Notícias, texto de Jorge Marinho e Rui Seabra Ferreira Junior.

29 de abril de 2020 0 comentários
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Notícias

Moléculas com potencial de interromper ciclo do novo coronavírus são testadas pela USP

por jornalismo-analytica 27 de abril de 2020
escrito por jornalismo-analytica
Cerca de 500 moléculas desenvolvidas no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP serão testadas contra o novo coronavírus a partir deste mês, em São Paulo, no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade, onde o SARS-CoV-2 está cultivado em laboratório. A hipótese que será colocada à prova pelos cientistas do IQSC é a de que essas moléculas são capazes de interromper o ciclo biológico do novo coronavírus inibindo uma de suas enzimas: a Mpro. Se isso ocorrer, será possível evitar que o vírus complete a formação de RNA, processo fundamental para sua multiplicação pelo organismo.

As moléculas enviadas à capital paulista são estudadas há anos pelo Grupo de Química Medicinal e Biológica (Nequimed) do instituto, mas para o combate de outra enfermidade, a doença de Chagas. Neste caso, as substâncias utilizadas pelos pesquisadores têm apresentado resultados promissores para inibir a bioatividade da cruzaína, enzima responsável por manter ativo no corpo humano o Trypanosoma cruzi, parasito causador da doença. A cruzaína, segundo os cientistas, possui semelhanças estruturais com a Mpro.

A proposta de testar moléculas criadas no IQSC contra o novo coronavírus gerou um projeto de pesquisa que acaba de ser contemplado com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio do edital “Suplementos de Rápida Implementação contra covid-19”. No trabalho, os cientistas também vão se dedicar ao aprimoramento e síntese de moléculas com potencial para anular a ação de enzimas essenciais para o ciclo biológico do novo coronavírus. Utilizando técnicas de inteligência artificial e aprendizado de máquinas, os pesquisadores pretendem ainda estudar medicamentos já conhecidos ou que estejam em fase experimental a fim de identificar os mais interessantes de serem testados contra o SARS-CoV-2.

Testagem em massa

No último dia 30 de março, uma força-tarefa coordenada pelo ICB começou a realizar testes in vitro com milhares de fármacos e substâncias contra o novo coronavírus que está cultivado em laboratório. Nesse tipo de teste, células infectadas pelo SARS-CoV-2 são colocadas em placas de ensaio e cada uma delas recebe a ação de diferentes compostos.

As análises são feitas de modo automatizado com o uso da tecnologia de triagem de alto conteúdo, que permite analisar, simultaneamente, dezenas de milhares de fármacos todas as semanas. Estima-se que em cinco semanas os cientistas já terão os resultados dos testes realizados com 2.500 compostos, e a partir desse momento será possível testar até 4 mil substâncias semanalmente.

A iniciativa se destaca pela participação de diversos especialistas em diferentes áreas de conhecimento que estão trabalhando juntos para a descoberta de antivirais para a covid-19. Além de cientistas do IQSC e do ICB, o trabalho conta com a atuação de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pela iniciativa privada, a Eurofarma também colabora com os estudos e cedeu ao ICB sua biblioteca com cerca de 1.500 fármacos.

Da Assessoria do IQSC, com informações de Jornal da USP e da Agência Fapesp
27 de abril de 2020 0 comentários
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Notícias

Thermo Fisher Scientific anuncia que comprará a empresa Qiagen

por jornalismo-analytica 3 de março de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A empresa Thermo Fisher Scientific anunciou nesta terça-feira (03/03) que irá adquirir a Qiagen por 11,5 bilhões de dólares.

“Essa aquisição nos conduz à oportunidade de aumentar nossa capacidade como líderes na indústria e nossa expertise em pesquisa e desenvolvimento para acelerar a inovação e visar as necessidades dos cuidados em saúde emergentes.” Disse o presidente e CEO da Thermo Fisher, Marc Casper.

Rumores de que a empresa vem prospectando o potencial da aquisição da Qiagen desde o fim do ano passado com a saída de Peer Schatz como CEO da empresa.

Em novembro, a Bloomberg noticiou que a Qiagen poderia ser um alvo de aquisição pela Thermo Fisher, enquanto a Qiagen reportou que teria recebido interesse de diversas companhias como possíveis parceiros de aquisição.

O contrato está previsto para ser fechado na primeira metade de 2021. Espera-se que as sinergias das empresas gere uma possibilidade de 200 milhões de rendimento após o fechamento de contrato.

 

Com informações de 360dx, tradução livre por João Gabriel de Almeida.

3 de março de 2020 0 comentários
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