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Microplástico

DestaquesNotíciasQUÍMICA E MEIO AMBIENTERadar científicoTécnologias químicas

Microplásticos: o desafio invisível e como a química está reinventando a solução

por Equipe Analytica 13 de outubro de 2025
escrito por Equipe Analytica

Da poluição invisível à química regenerativa: como a ciência está transformando microplásticos em energia, inovação e novas oportunidades para o planeta.

Quando pensamos em poluição plástica, nossa mente costuma ir diretamente a garrafas, sacolas ou resíduos visíveis nas praias. Mas um problema mais sutil e pervasivo ronda águas, solos, cadeias alimentares e até mesmo nossos corpos: os microplásticos. Essas partículas minúsculas (médios entre 5 mm e menos de 1 µm) são formadas pela degradação física, química ou biológica de plásticos maiores e escapam facilmente dos sistemas convencionais de tratamento.

A presença de microplásticos levanta duas preocupações interligadas: (1) seus efeitos ambientais e biológicos; e (2) a complexidade técnica de detectá-los, separá-los e removê-los eficientemente em escala real. A química analítica e a ciência dos materiais desempenham hoje papéis centrais nessa fronteira, transformando fragmentos poluentes em alvos de tecnologias de remediação (ou até valorização).

Por que os microplásticos são um problema tão difícil?

  1. Tamanho e heterogeneidade
    Com diâmetros que variam de milímetros a nanômetros, os microplásticos cruzam fronteiras de escala e desafio: muitos já são invisíveis ao olho nu. Além disso, eles variam em composição (PE, PP, PET, PS, etc.), aditivos e contaminações secundárias (metais, substâncias orgânicas).
  2. Interação com outros poluentes
    Eles funcionam como microvetores: adsorvem compostos orgânicos tóxicos, metais pesados, microrganismos, ampliando riscos à saúde humana e aos ecossistemas.
  3. Baixa densidade e dispersão
    Muitos microplásticos flutuam ou permanecem suspensos na coluna de água, escapando de processos por sedimentação clássica. Isso exige tecnologias que operem em fase dispersa, com “caça” ativa dessas partículas.
  4. Escalabilidade e custo
    Métodos promissores em escala de laboratório muitas vezes não se traduzem facilmente em planta piloto ou sistema urbano. A eficiência decai, o custo de energia sobe e a regeneração de catalisadores/instrumentos torna-se crítica.

Métodos emergentes com potencial real

Embora ainda existam desafios, nos últimos anos vieram à tona abordagens inovadoras que visam “caçar” microplásticos com mais eficiência e inteligência. A seguir, alguns exemplos notáveis:

Métodos físico-químicos (catálise e foto-Fenton assistida por luz solar)

Uma linha promissora envolve o uso de radiação solar para ativar catalisadores que geram espécies reativas (radicais •OH, por exemplo) capazes de degradar ou fragmentar microplásticos em compostos menos perigosos. Alguns estudos exploram processos “photo-Fenton assistidos por luz” acoplados a regeneração de catalisadores.

Outro caso de destaque: pesquisadores do Instituto de Ciências Básicas da Coreia criaram um sistema flutuante que, usando luz solar e água, degrada resíduos de PET e PLA liberando hidrogênio limpo. Em ensaios outdoor por meses, o sistema permaneceu estável em ambientes diversos (água doce, água de torneira, mar).

Também foi relatado um catalisador à base de níquel que, de modo seletivo, quebra plásticos do tipo poliolefina (PE, PP), materiais particularmente abundantes e difíceis de reciclar, transformando-os em óleos, ceras e combustíveis. Essa abordagem também tolera plásticos misturados sem triagem intensa.

Nanotecnologia e materiais funcionais

Pesquisadores vêm desenvolvendo materiais com nanoestrutura (óxidos metálicos, MOFs, compósitos) capazes de adsorver microplásticos ou catalisar sua degradação. Por exemplo, composites que combinam BiOI com estruturas de MOFs têm sido testados para acelerar a degradação de microplásticos sob irradiação.

Membranas de nanofibras modificadas, como PVDF com óxidos metálicos e biossurfactantes, conseguiram taxas de rejeição de microplásticos de até 99,99 %.

Economia circular: transformação e valorização

Um movimento paralelo importante é abandonar a ideia de “remoção” pura e investir em transformação, ou upcycling. A visão: oxidar ou depolimerizar microplásticos em compostos úteis ou em energia limpa (hidrogênio, por exemplo).

Esse conceito tem sido explorado sob o rótulo solar reforming (reforma solar): uso de luz solar para converter resíduos plásticos em combustíveis, hidrogênio ou blocos químicos úteis.

Por exemplo, um estudo recente mostra que a forma “brookita” de TiO₂ é mais ativa que outras formas cristalinas (anatase, rutilo) no processo de photoreforming de PET, produzindo ácido acético e hidrogênio simultaneamente.

Um caminho para o Brasil?

No contexto brasileiro, onde muitos corpos hídricos enfrentam poluição plástica crescente e recursos para infraestrutura de tratamento são limitados, essas tecnologias emergentes podem ser transformadoras, se adaptadas e escaladas:

  • Pilotos regionais: implantar módulos solares compactos com catálise local para despoluição de rios ou reservatórios urbanos.
  • Integração com estações de tratamento de água (ETA): adicionar etapas de “captura ativa” de microplásticos antes da fase final de filtração.
  • Pesquisa colaborativa nacional: desenvolver catalisadores de baixo custo usando materiais abundantes localmente (óxidos de ferro, zeólitos, biocarvões) com equipes das universidades federais.
  • Avaliação de ciclo de vida (LCA): garantir que a energia incorporada nas novas tecnologias não supere os benefícios ambientais.
  • Normas e monitoramento: fortalecer redes de fiscalização de qualidade de água que incluam microplásticos como parâmetro de controle (muitas vezes ainda ausente).

Conclusão: química crítica no combate ao invisível

Os microplásticos representam uma fronteira incomum: invisíveis ao espectador comum, mas onipresentes no meio ambiente e na cadeia alimentar. A simples filtração tradicional já não é suficiente; precisamos de abordagens ativamente reativas e inteligentes.

A química analítica, os materiais funcionais, a catálise solar e o design de sistemas integrados emergem como protagonistas desse cenário. Há um potencial real de transformar o resíduo invisível em fonte de energia ou produtos úteis, desde que enfrentemos os desafios de escalabilidade, durabilidade e custo.

13 de outubro de 2025 0 comentários
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Notícias

Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez

por jornalismo-analytica 24 de setembro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Pela primeira vez, pesquisadores encontraram microplástico no cérebro humano. O estudo, feito na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com a Universidade Livre de Berlim e com o apoio do Laboratório Nacional de Luz Nacional de Luz Synchronton (LNLS), em Campinas, analisou o cérebro de 15 pessoas falecidas que moravam em São Paulo. Em oito deles foram encontrados resíduos como fibras e partículas de plástico. Estas pessoas não tinham contato com a indústria de produção do material, afirmam os pesquisadores, e o polipropileno foi o tipo mais comum encontrado. Ele é usado em roupas, embalagens de alimentos e garrafas e pneus, que liberam partículas que são inaladas ao respirarmos. 

Os resíduos consistem em minúsculos fragmentos de plástico menores que 5 milímetros provenientes da decomposição e outros processos que os transformam nesses micropedaços, e os encontrados no estudo são particulas entre 5.5 a 26.4 nanômetros.  Eles também já foram encontrados em órgãos como pulmões, no sistema reprodutivo e até na corrente sanguínea dos seres humanos. A presença no órgão do sistema nervoso chama atenção por ele ser “um dos mais protegidos do corpo humano devido à barreira hematoencefálica [estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sistema nervoso central e o sangue]”, explica a líder do trabalho e professora da FMUSP, Thais Mauad. O objetivo do estudo era justamente verificar se esse material conseguia chegar até o cérebro. 

O artigo publicado no Journal of the American Medical Association (Jama), uma das mais importantes revistas acadêmicas de saúde, indica a via olfativa como uma das prováveis rotas de entrada dos microplásticos no cérebro, uma vez que foram identificados fragmentos dessas partículas no bulbo olfatório, a área responsável por processar odores. Enquanto isso, a via sanguínea ainda deve ser estudada para analisar a capacidade desses materiais passarem a barreira hematoencefálica. 

 


O bulbo olfativo, conjunto de células nervosas na região nasal, é indicado como provável via de entrada dos microplásticos – Imagem: IB-UNESP adaptada do National Institute of Environmental Health Sciences
 

 

Possíveis riscos à saúde 

 

Apesar de pesquisas já apontarem efeitos prejudiciais à saúde da presença desses resíduos em outros sistemas, a exemplo de um importante estudo que identificou um risco quatro vezes maior de problemas cardíacos graves e morte em pessoas com o coração contaminado, ainda faltam mais evidências para determinar os efeitos do microplástico no sistema nervoso.  

Além dos danos cardíacos, a exposição contínua aos microplásticos e seus aditivos químicos está associada a uma série de outras consequências graves para a saúde humana, como distúrbios endócrinos e redução da fertilidade. 

Ainda assim, pesquisas iniciais em animais como camundongos sugerem que o microplástico é neurotóxico, levando a alterações no comportamento, lesão celular e até modificações de enzimas que são importantes para os neurotransmissores (moléculas responsáveis pela comunicação entre neurônios). Essas consequências são preocupantes porque  “provavelmente, as partículas se acumulam no nosso corpo, já que são materiais não degradáveis pelas nossas enzimas, o que pode levar ao acúmulo ao longo do tempo”, como explica Thais Mauad, o que agrava os possíveis riscos. 

As partículas podem assim ser internalizadas pelas células e interferir em seu metabolismo, o que eleva os riscos à saúde, principalmente em crianças com o cérebro em desenvolvimento – o que pode causar alterações irreversíveis na fase adulta. Com isso, a pesquisadora faz um alerta para proteger o desenvolvimento infantil: 

“ É importante evitar o contato de crianças com brinquedos de plástico, especialmente aquelas que colocam os objetos na boca. Não sabemos exatamente o que, além do plástico, pode estar presente, como os aditivos que dão características secundárias ao material.”

Thais Mauad 

 

Proteger a saúde e o meio ambiente 

 

Esses resultados chamam atenção às consequências do uso do plástico na nossa sociedade. Mais de 500 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente, e mais de 4 mil produtos químicos utilizados na fabricação de plásticos são considerados perigosos para a saúde e o meio ambiente, de acordo com o GreenPeace, indicando a necessidade de diminuição do consumo deste produto. 

O estudo, apoiado pela Plastic Soup Foundation, uma organização ambiental dedicada ao combate à poluição plástica, reforça a necessidade de medidas globais urgentes. Com as negociações finais do Tratado Global de Plásticos da ONU marcadas para novembro, na Coreia do Sul, a comunidade científica pede que os formuladores de políticas ouçam a ciência e ajam para proteger a saúde humana e o meio ambiente. 

O papel das instituições de pesquisa deve se dar também pelo exemplo, diz a médica, ao mencionar eventos na Universidade em que as bebidas são servidas em copos de plástico. “Acho que, primeiro, é necessário conscientizar a sociedade, incluindo a própria Universidade, que ainda tem práticas frágeis nesse sentido”, alerta ela.  

Conscientizar a sociedade a começar a se preocupar mais com o assunto é relevante principalmente para pressionar a indústria, especialmente a do plástico. “A indústria plástica costuma jogar a culpa no consumidor, dizendo que ele é responsável por reciclar. Mas sabemos que grande parte dos plásticos não é reciclável. Toda a cadeia do plástico não é sustentável nem circular”, conclui.  

O artigo científico publicado em 16 setembro na revista Jama tem Luis Fernando Amato-Lourenço, da Universidade Livre de Berlim, como primeiro autor, e pode ser acessado neste link. 

Mais informações: e-mail imprensa@fm.usp.br 

*Estagiário com orientação de Luiza Caires 
**Estagiários sob supervisão de Moisés Dorado 

 

Matéria – Jornal USP, Texto: Jean Silva* 
Arte: Diego Facundini & Joyce Tenório** 

24 de setembro de 2024 0 comentários
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