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Indústria Farmacêutica

Notícias

Setor dos antibióticos é ameaçado por crise de falência dos fabricantes

por jornalismo-analytica 7 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), divulgado em dezembro de 2019, revela que as infecções resistentes a antibióticos matam 35 mil pessoas por ano nos Estados Unidos, adoecendo cerca de 2,8 milhões. O fato tem causado o fechamento de diversas empresas, assim como de startups fabricantes antibióticos, como a Achaogen e a Aradigm, que faliram nos últimos meses. As informações são dos jornais Folha de S.Paulo e do The New York Times.

Grandes laboratórios como a Novartis e Allergan deixaram de fabricar antibióticos e muitas outras estão à beira da falência. Uma delas é a Melinta Therapeutics, que recentemente avisou aos órgãos reguladores que suas reservas de dinheiro estão se esgotando. Segundo analistas do mercado, a crise financeira que ameaça as poucas empresas que ainda realizam pesquisas para novos antibióticos está afastando os investidores, em função da pouca rentabilidade com a venda destes medicamentos.

Ocorre que, ao contrário dos remédios para doenças crônicas como diabetes ou artrite reumatoide, que apresentam grande potencial de  venda, a maioria dos antibióticos é prescrita por apenas alguns dias ou semanas, e muitos hospitais não se dispõem a pagar um preço alto pelos medicamentos novos. Sem eles, a ONU acredita  que os mortos em todo o mundo podem chegar a 10 milhões por ano até 2050.

Os antibióticos mais novos já se mostraram eficazes contra alguns dos micróbios mais letais e resistentes, incluindo o antraz, pneumonia bacteriana, E. coli  e infecções de pele multirresistentes. A Achaogen passou 15 anos e gastou US$1 bilhão para conseguir a aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) do Zemdri, para combater infecções do trato urinário. A Organização Mundial de Saúde (OMS) acrescentou o medicamento à sua lista de medicamentos novos essenciais, mas a empresa não conseguiu levantar recursos suficientes para levar o medicamento ao mercado, decretando falência em 2018.

Outro desafio enfrentado pela indústria está na relutância dos médicos em prescrever os medicamentos mais recentes, o que limita a capacidade dos fabricantes de recuperar os investimentos que fizeram na descoberta dos compostos e para conseguir sua aprovação regulatória. E, como parte de esforços para poupar dinheiro, muitas farmácias hospitalares oferecem remédios genéricos mais baratos aos pacientes, mesmo quando existe um produto mais novo e de qualidade muito superior.

Muitos dos medicamentos novos não são baratos, pelo menos não em comparação com os genéricos mais antigos, que podem custar alguns dólares por comprimido. Um tratamento normal com Xerava, antibiótico da Tetraphase recém-aprovado que combate infecções multirresistentes, pode sair por até US$ 2.000 (R$ 8.000). Recentemente a empresa fechou laboratórios e abandonou planos de desenvolver três outros antibióticos promissores.

Alguns dos maiores atores do setor se uniram para propor uma série de intervenções e incentivos que encarariam os antibióticos como um bem global. As medidas incluem a estender o prazo de exclusividade de antibióticos novos, para dar às empresas mais tempo para recuperar seus investimentos, e a criação de um programa para a formação de um estoque de antibióticos críticos, do mesmo modo como o governo federal americano armazena um estoque de medicamentos de emergência para enfrentar possíveis pandemias ou ameaças de bioterrorismo, como varíola ou antraz.

Com informações de Panorama Farmacêutico.

7 de janeiro de 2020 0 comentários
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Notícias

Medicamentos para doenças raras tem um crescimento de 90% em aprovações

por jornalismo-analytica 6 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A aprovação de medicamentos para doenças raras cresceu no Brasil. De acordo com dados da Anvisa, em 2019 houve o registro de 19 produtos farmacêuticos para essas doenças, o que representou um aumento de 90% em relação a 2018, quando 10 medicamentos foram aprovados.

Atualmente, existem milhares de doenças raras no mundo. Elas não têm cura e nem contam com um amplo leque de opções terapêuticas. Daí a importância de agilizar a análise de pedidos de registro de medicamentos. No Brasil, a estimativa é de que 13 milhões de pessoas sejam portadoras dessas enfermidades.

Melhoria regulatória

O crescimento significativo é atribuído à publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 205/2017, que estabeleceu procedimento especial para a aprovação de ensaios clínicos, boas práticas de fabricação e registro de medicamentos para doenças raras.

Embora não seja destinada exclusivamente às doenças raras, a RDC 204/2017 também ajudou a dar maior celeridade ao acesso a novos medicamentos e à realização de pesquisas clínicas, ao estabelecer critérios de priorização de pedidos.

Outros resultados de 2019

Outro resultado positivo alcançado em 2019 foi a redução de prazos para a aprovação de pesquisas clínicas no Brasil. Os dados colhidos até novembro de 2019 mostram uma mediana de 7,4 meses para análise do dossiê de desenvolvimento clínico de medicamentos (DDCM), sendo que em 2018 esse prazo teve mediana de 8,4 meses.

A redução do prazo também ocorreu para a análise do dossiê específico de ensaio clínico (DEEC). Neste caso, a mediana em 2019 foi de 3,2 meses, contra quatro meses em 2018.

Além disso, 60,3% dos estudos clínicos também tiveram um prazo médio de avaliação de 3,2 meses. De acordo com a Agência, a maioria dos estudos clínicos submetidos foi avaliada em prazo inferior a 90 dias, o que coloca o Brasil em posição competitiva em relação a outros países.

Aprimoramento interno

Em 2019, a Anvisa trabalhou em duas frentes de trabalho principais para otimizar a análise de pedidos de registro de medicamentos e anuência em pesquisa clínica: harmonização (padronização) de processos e racionalização.

Em relação à harmonização, o primeiro grande passo foi a reestruturação da área responsável pelas análises de registro de medicamentos e pesquisa clínica, que é a Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED). Os objetivos da mudança foram considerar os avanços ocorridos nos últimos anos em relação aos fluxos da GGMED, corrigir discrepâncias entre as áreas e permitir maior agilidade às atividades desempenhadas.

Além da reestruturação, foi aprimorada uma das medidas de maior impacto administrativo na produtividade dos servidores: o Programa de Gestão Orientada para Resultados (PGOR). Esse programa surgiu como uma proposta para aumentar a produtividade dos servidores por meio da flexibilização do registro de presença e a instituição do regime de teletrabalho.

Também foram revisados todos os procedimentos operacionais padrão (POPs) da GGMED, com o objetivo de padronizar tempos para execução de atividades comuns às diferentes áreas e, com isso, garantir maior efetividade.

Racionalização

Quanto à racionalização, o objetivo dessa frente de trabalho foi direcionar as análises realizadas pela GGMED na avaliação de requisitos técnicos realmente críticos, ou seja, que podem impactar na qualidade, segurança e eficácia de medicamentos ou na condução dos estudos clínicos.

Para isso, foram adotadas medidas de desburocratização dos processos de trabalho, o que permitiu análises mais racionais e ágeis, além de dar transparência sobre as expectativas da Agência na avaliação de um pedido de registro.

Com informações de Anvisa.

6 de janeiro de 2020 0 comentários
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A exigência do preparo da indústria no Projeto de Rastreabilidade de Medicamentos

por jornalismo-analytica 3 de janeiro de 2020
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De acordo com a Anvisa, a Lei 11.903 criou o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) com o objetivo de acompanhar os medicamentos em toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até o consumo pela população.

A rastreabilidade realizada pelo SNCM trará benefícios significativos, que vão desde uma maior segurança de pacientes e de profissionais em relação aos medicamentos utilizados, até um maior controle de produção e de logística, além de facilidades de fluxos e manutenção de padrões regulatórios de conformidade.

O projeto de rastreabilidade de medicamentos ainda está em fase piloto, porém para se adequar a esse novo processo é importante analisar os processos da empresa e ver os desafios que realmente existem em cada departamento, fazendo assim com que a implementação seja mais fácil. Também é de grande importância que a empresa estude sobre os novos processos previamente, evitando a perda de produtividade no momento que inserir essa nova etapa em sua produção.

“Todo o estudo que é feito, no entendimento da rastreabilidade como um todo, e vendo tudo que pode ser modificado para gerar melhorias dentro do processo, ajuda a diminuir essa perda de produtividade. Outra coisa muito importante é esclarecer os mitos e verdades que são ouvidas dentro do processo de rastreabilidade no mercado, entender o que realmente a Anvisa está esperando dos laboratórios e o que é realmente importante que os laboratórios analisem como crucial para a data zero, a data de hoje”, opina Fernando Ribeiro, gerente de contas na SeaVision-Lixis, empresa de rastreabilidade.

Com informações de TalkScience.

3 de janeiro de 2020 0 comentários
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Notícias

Alta umidade prejudica o armazenamento e estabilidade de medicamentos

por jornalismo-analytica 2 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

A farmácia de manipulação é a melhor forma de personalizar um medicamento. Diferentemente dos medicamentos de laboratório que são produzidos em escala, para uso de forma generalizada, os medicamentos manipulados atendem a necessidades específicas. Geralmente, trata-se de estabelecimentos menores e com uma particularidade. Na grande maioria dos casos, o proprietário do estabelecimento é também o seu responsável técnico, ou seja o farmacêutico oficial.

Dentre as exigências para um ambiente onde se manipulam medicamentos, destinados, obviamente, a recuperação e preservação da saúde, está a higiene, devido a necessidade de total assepsia.

Mas há também uma inimiga silenciosa que jamais deverá frequentar as farmácias de manipulação: a umidade em excesso. Neste caso, especificamente, a umidade pode colocar em risco o uso final do produto, que é justamente um medicamento. O controle absoluto sobre a umidade do ambiente evita, num primeiro momento a proliferação de microrganismos o que significa o não surgimento de fungos, responsáveis pela formação de bolor e mofo. Essa ocorrência seria um desastre absoluto dentro de um ambiente destinado à saúde.  Este é um dos motivos pelos quais o emprego do Desidrat em farmácias de manipulação é fundamental, mas não é o único. 

A umidade na farmácia de manipulação é também responsável pela perda de material (matéria-prima e mesmo medicamentos já acabados). Como ali se trabalha com comprimidos, drágeas e elementos em pó, estes estão sujeitos aos efeitos da umidade. Em geral, são higroscópicos. O material em pó, inclusive, sujeita-se ao empedramento. A questão da umidade na farmácia de manipulação foi objeto de uma resolução da Anvisa, a RDC nº:67 que dispõem sobre as boas práticas farmacêuticas.

Determinar qual a pior consequência causada pelo excesso de umidade não é tarefa fácil. Mais importante, entretanto, é livrar o ambiente de manipulação de medicamentos de qualquer tipo de contaminação. Nesta luta, o grande aliado é o desumidificador de ar que confere aos componentes e a todo ambiente uma umidade ideal que deve ser 40% e 60%, exceto para o armazenamento de determinados medicamentos, onde deve-se manter abaixo de 40%.

A farmacêutica Márcia Bedeschi, atesta a eficiência de um Desidrat: “O equipamento atua na sala de armazenagem dos medicamentos, pois ao finalizar o processo do produto final é necessário que o mesmo seja mantido corretamente, dentro das Boas Práticas de Manipulação. O Desidrat garante a qualidade e estabilidade do produto, mantendo a umidade relativa do ambiente no nível que é preciso.”

Quer saber mais sobre controle de umidade nas Farmácias de Manipulação?

Acesse: https://www.thermomatic.com.br/aplicacoes/conservacao-incorreta-de-medicamentos-pode-afetar-a-saude-de-pacientes.html

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Notícias

FCE Cosmetique e Beauty Fair se unem para oferecer experiências de networking às empresas da indústria cosmética

por jornalismo-analytica 20 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Com o objetivo de estreitar o relacionamento entre a indústria cosmética, a FCE Cosmetique em parceria com a Beauty Fair, realizou uma ação com empresas de matéria prima do setor para uma experiência de networking diferenciada. Cerca de 30 executivos se reuniram para um encontro muito diferente de um jantar de negócios, e sim uma dinâmica onde todos participaram de uma confraria gastronômica em São Paulo, contando com aulas práticas e até degustação.

 

De forma descontraída, expositores de ambas as feiras aproveitaram um formato de networking alternativo, em um ambiente fora da caixa e que proporciona relações colaborativas e continuadas fora das feiras de negócios.

 

“Queremos conectar as pontas da cadeia para gerar relacionamento e integração dentro e fora das feiras, em outros dias do ano. Tudo isso através de conteúdos relevantes num clima informal e aconchegante”, fala Nadja Bento, gerente das FCEs Cosmetique e Pharma.

 

Nessa primeira edição da confraria, expositores da FCE e Beauty Fair tiveram curso de Parrilla, jantar e até aprenderam a preparar seu próprio molho Chimichurri. Para Júlio Bombonati, gerente de marketing regional da Symrise Brasil, a ideia foi bem criativa.

 

“A noite foi espetacular! Eu pude conhecer pessoas da cadeia inteira de cosméticos, desde outros parceiros da área de supply até os heads das marcas das quais a gente trabalha todo ano. Foi uma experiência única porque envolveu amizade, divertimento e descontração, foi fantástico”.

 

Fabio Lemos, da Ideal Cosméticos, elogiou o estilo inovador de aproximação com os fabricantes.  “Sabemos que o consumidor dita tendências e fala o que ele quer em relação ao produto, então nada mais natural do que a cadeia produtiva dizer o que ela espera também. Aqui podemos dizer o que é interessante, o que funciona para a nossa cadeia, além de comentar sobre as nossas dores também. É uma forma descontraída de conhecer outras pessoas, da ampliar nosso círculo de contatos e até de amizades. Espero que continuem com essa proposta”.

 

Os convidados Emma Tovani e Moses Benzaquen, da Tovani Benzaquen, também elogiaram a proposta. “Eu gostaria de parabenizar a criatividade e agradecer o carinho e receptividade que vocês tiveram conosco. Somos novos nessa área de personal care, agora estamos juntos com a Chemspecs, e é uma área que está realmente impressionando todos os nossos sentidos. Temos muito o que aprender e juntamente com essas oportunidades vamos procurar ficar cada vez mais próximos de vocês”, ressaltou.

 

Após esse sucesso, no próximo ano outras edições serão organizadas em outros formatos e envolvendo diferentes setores da indústria cosmética, além do setor de matéria prima. Em 2020, a FCE Cosmetique completa 25 anos e marca o início de uma série de ações especiais.

20 de dezembro de 2019 0 comentários
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Notícias

Controle de qualidade do processo de segurança do medicamento: líquidos estéreis e não estéreis

por jornalismo-analytica 18 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Desde a facilidade de administração ao paciente até a eficiência de absorção no organismo, são muitas as vantagens da utilização de medicamentos líquidos estéreis e não estéreis. “O uso desse tipo de formulação, em comparação ao fármaco em comprimido ou cápsula, apresenta benefícios significativos”, assinala Erika Fonseca, professora de pós-graduação do ICTQ e diretora da EF Consultoria. “Entre eles – continua ela – está a facilidade de administração, sobretudo para idosos e crianças, flexibilidade de dosagem, pois permite ajuste da dose pelo volume a ser administrado (relação dose versus peso corporal) e absorção mais rápida e eficiente”. Além dessas utilidades, a especialista aponta como vantagens adicionais a homogeneidade na dosificação e a possibilidade de adição de cosolventes para princípios ativos pouco solúveis no veículo principal. “Vale ressaltar também o uso na forma de injeções intramusculares para liberação lenta e ação prolongada e a alternativa de adição de edulcorantes, flavorizantes e corantes que melhoram a palatabilidade do medicamento”, completa.

Entre os tipos de medicamentos que demandam líquidos estéreis estão as formulações de via de administração parenteral (IV, IM, SC, entre outras). “São as que apresentam maior rigor na sua produção, preparações para irrigação (utilizadas em meio hospitalar, destinadas a serem usadas em cirurgias), as preparações citotóxicas, formas farmacêuticas de aplicação auricular e oftálmica, medicamentos acondicionados e esterilizados”, afirma Erika Fonseca. Já os medicamentos que serão esterilizados posteriormente – formas líquidas de administração via oral (soluções, emulsões e suspensões) e as de administração percutânia e mucosa (soluções) – não têm mesma exigência de demanda dos líquidos estéreis.

Mas os medicamentos na forma líquida não apresentam apenas pontos positivos. De acordo com Erika Fonseca, o paciente não tem acesso a um sistema de medida de volume preciso e uniforme, o que pode levar à variação de uma dose para outra. “Além disso, devido à presença de açúcar na composição de alguns medicamentos, pessoas com diabetes precisam evitar seu consumo. Sem contar que a solubilização do produto costuma realçar o sabor do fármaco, principalmente no caso dos princípios ativos com paladar desagradável”, adverte a professora. “Dependendo da quantidade ou da oxidação do edulcorante, o medicamento pode ficar com sabor ‘metálico’ ou ‘rançoso’”, acrescenta Anderson Carniel, professor de pós-graduação do ICTQ. O acondicionamento também é outro ponto sensível nos medicamentos líquidos. De acordo com a professora Erika, eles são mais difíceis de serem transportados pelo paciente do que as formas sólidas. “Não por acaso, a embalagem desses medicamentos são caras, pois precisam estar hermeticamente fechadas, garantindo não apenas que o produto não vaze, mas sobretudo que ele não seja contaminado durante seu ciclo de vida”, diz Carniel.

Há problemas também quanto ao sabor, aparência e viscosidade do medicamento em alguns casos. Para isso, a indústria lança mão de algumas estratégias. Os excipientes têm a função de aumentar o volume do medicamento, melhorar sua aparência (corantes, revestimentos), aprimorar seu sabor (edulcorantes) e conservar os medicamentos (conservantes). Uma das formas mais empregadas para mascarar sabores desagradáveis do medicamento líquido é o xarope, que possui como característica principal ser constituído por uma concentração elevada de sacarose, o que proporciona à formulação viscosidade e dulçor. Quando é desejável ou necessário que a formulação líquida seja isenta de açúcar, a sacarose pode ser substituída por substâncias não glicogênicas doadoras de viscosidade (gomas, derivados celulósicos) ou sintéticos (derivados carboxivinílicos). Para melhorar as propriedades organolépticas, pode-se adicionar edulcorantes artificiais e agentes flavorizantes e aromatizantes, como o aspartame, o ciclamato de sódio, ou naturais como steviosídeos, que podem substituir a sacarina, entretanto, o poder edulcorante é menor. “Normalmente é aconselhável uma combinação de aromatizantes para mascarar sensações do sabor. Alguns são utilizados como dessensibilizadores, como é o caso do mentol, que emana um aroma e cheiro próprio”, observa Erika.

Tecnologia de produção

Se para o paciente o uso do medicamento na forma líquida apresenta vantagens importantes e algumas desvantagens, no que tange à tecnologia de produção, as formulações de líquidos estéreis e não estéreis exigem desafios significativos para serem produzidos. Determinados fármacos são instáveis e alguns são pouco solúveis, sendo necessárias técnicas especiais para solubilização. “O sistema é instável, as partículas sofrem sedimentação exigindo agitação para a uniformização das partículas antes do uso”, observa Erika Fonseca. A professora acrescenta que os medicamentos líquidos apresentam menor estabilidade físico-química e microbiológica do que as formas sólidas. “Há, ainda, maior possibilidade de alterações físico-químicas e de contaminação desses compostos”, frisa.

Para o formulador, a estabilidade do fármaco no produto final é de importância fundamental. Em geral, os fármacos são menos estáveis em meio aquoso do que em formas farmacêuticas sólidas. “A estabilidade de produtos farmacêuticos é afetada por fatores extrínsecos ou ambientais, como temperatura, umidade e luz, e intrínsecos ou relacionados ao produto, como propriedades físico-químicas dos constituintes, concentração dos reagentes, pH, radiação, presença de catalizadores, forma farmacêutica, processo de fabricação e materiais de embalagem”, revela a professora Erika. Antes de comercializar um novo fármaco a indústria deve realizar uma série de ensaios para avaliar sua conformidade com as especificações físico-químicas e microbiológicas sob condições compatíveis com a zona climática da região geográfica onde o produto será distribuído. “Por isso são realizados estudos em câmaras climáticas qualificadas de acordo com normas internacionais, que proporcionam o controle da luz, temperatura e umidade em seu interior”, destaca a especialista. São estudos de estabilidade acelerada, de estabilidade de longa duração e de estabilidade de acompanhamento. O procedimento inclui também a realização de testes sob condições de estresse especificadas pela Anvisa, “cujo objetivo não é degradar totalmente o composto, mas promover uma degradação de pequena extensão (10-30%), evitando a formação de compostos secundários”, acrescenta Erika.

Outros desafios estão relacionados à conservação dos líquidos. Há algumas reações químicas que podem envolver interação entre seus componentes gerando uma formulação inadequada ou uma interação entre o produto e o recipiente, alterando o pH da formulação. Assim, os componentes sensíveis ao pH formam precipitados ou uma reação direta com a água – a hidrólise. Para contornar potenciais interferentes, podem ser adotadas estratégias, como formulações extemporâneas, uso de excipientes funcionais e condições de armazenamento e acondicionamento diferenciadas. “O pH que satisfaz o requisito de solubilidade não deve se sobrepor aos requisitos do produto, como a estabilidade e a compatibilidade fisiológica. Se o pH é um fator crítico para manter a solubilidade do fármaco, o sistema deve ser devidamente tamponado. O tampão precisa ter uma capacidade adequada na gama de pH necessária, ser biologicamente seguro para o uso pretendido, permitir um sabor e uma coloração aceitáveis do produto e não deve ter um efeito nefasto sobre a estabilidade do produto final”, afirma Erika Fonseca.

Preparações farmacêuticas sujeitas à hidrólise devem ter a água reduzida ou eliminada do sistema, sugere a professora. “Em formulações líquidas a água pode ser substituída por outros solventes, o fármaco hidrolisável poderá ser suspenso em veículo não-aquoso ou utilizado extemporaneamente.” A refrigeração e a manutenção do pH dentro de uma faixa ótima geralmente garantem uma melhor estabilidade do produto. Por fim, o processo oxidativo pode ser evitado por meio do uso de antioxidantes, os quais fornecerão elétrons ou prótons lábeis captados por radicais livres promotores de instabilidade. Para tanto, é preciso que o adjuvante seja mais prontamente oxidado que o fármaco.

Também o ambiente onde são produzidos líquidos tem que ser controlado dentro dos limites especificados, que preveem controle de particulados, da temperatura e da umidade. “Uma das estratégias para proporcionar a estabilização de fármacos contra oxidação pode envolver desde o acondicionamento em ambientes anaeróbios até o uso de antioxidantes, quelantes e procedimentos como remoção de metais e estocagem em ambientes escuros”, diz Érika, lembrando que a umidade influencia bastante na estabilidade de um fármaco. De acordo com as Boas Práticas de Fabricação, a disposição das instalações exige pavimentos com cimento de densidade elevada, parede de tijolo com acabamento em epóxi, mezanino com revestimento em epóxi e drenos; paredes lisas, revestidas em epóxi, laváveis e mosaico vidrado; tetos suspensos e acústicos; iluminação com lâmpadas de 75 e embutidas; e opcionalmente ar condicionado para controle de conforto.

Qualidade é fundamental

Embora a responsabilidade por assegurar a qualidade do produto na indústria farmacêutica pertença ao departamento de garantia de qualidade, a tarefa envolve muitos outros setores. “O departamento industrial é o maior responsável por manter a qualidade do produto durante a sua fabricação. Mas a fabricação de um produto de qualidade é resultado de um esforço contínuo e dedicado do pessoal da garantia de qualidade, da produção e do controle de qualidade, que dentro da fábrica desenvolvem, executam e confirmam a eficácia dos procedimentos operacionais, controlam a qualidade do produto durante todo o processo produtivo e também após a produção”, afirma Erika Fonseca. “Tudo tem que funcionar em conformidade, inclusive os equipamentos. Qualquer alteração na velocidade do tanque reator, no sistema de armazenamento, de aquecimento ou de bombeamento do líquido, que leva de uma máquina a outra, pode prejudicar o produto final”, previne Anderson Carniel.

Na produção das formas farmacêuticas estéreis, há controle não só do processo de fabricação e do produto final, como também de todo o ambiente e intervenientes que envolvem a produção. “Começa na investigação e desenvolvimento do produto, incluindo a pré-formulação e os aspectos físicos, químicos, terapêuticos e toxicológicos. Levam-se em consideração os materiais, o controle do processo e o produto final, incluindo as especificações e os testes para a substância ativa, para os excipientes e para o próprio produto, bem como os testes de estabilidade especifica, a isenção de contaminação microbiológica e a armazenagem adequada do medicamento. Também os recipientes, a embalagem e a rotulagem são considerados, para se assegurar que os sistemas de fechamento do recipiente proporcionem uma proteção do produto contra fatores como a umidade, oxigênio, luz, volatilidade e interação medicamento e embalagem.

Além disso, é necessário todo lote do produto seja identificado, desde as matérias-primas usadas na sua produção até o destino final. “Os sólidos que serão adicionados à formação líquida devem ser preparados antecipadamente, com análises precisas quanto à sua diluição. A formulação precisa é o que vai atestar a eficácia do produto final”, acentua Anderson Carniel. Uma vez finalizado o processo de produção, realiza-se a comprovação da qualidade do produto por meio de diversificados testes, de acordo com cada tipo de formulação. “A fabricação de líquidos estéreis deve ser feita em áreas limpas, com entradas de pessoal e material realizada por meio de antecâmaras (antessalas) e as operações para o preparo de materiais – recipientes e tampa, envase e esterilização – devem ser realizadas em áreas separadas dentro da área limpa”, sublinha Erika Fonseca. O manuseio e o envase de produtos devem ser preparados assepticamente, com equipamentos previamente esterilizados em ambiente grau A, circundado por um ambiente grau B. A transferência de recipientes deve ser feita com eles parcialmente fechados, como os utilizados em liofilização em ambiente grau A circundado por ambiente grau B antes de completamente fechados. Ou transferir em bandejas fechadas e em ambiente grau B. Devem-se redigir especificações adequadas também sobre as matérias-primas, de forma precisa e completa, bem como detalhes específicos dos métodos de ensaio, tipo de instrumentos a utilizar e dos métodos de amostragem.

Apesar do rigoroso controle do processo que é exigido, alguns equívocos podem ocorrer na produção. Entre eles, erros de formulação, separação de emulsão, sedimento compactado em suspensão, fusão de supositórios fora da faixa ideal, sistema conservante ineficaz, dissolução insuficiente do fármaco, aparecimento de cristais em soluções, formação de sedimento compactado, alteração do tamanho de partícula, polimorfismo do fármaco, alterações de aspecto (cor), oxidação e hidrólise. Incorreções como essas podem comprometer o medicamento e levar riscos ao paciente. “Formas farmacêuticas liquidas exigem muita atenção quanto à sua estabilidade. Dados clínicos revelam contaminação microbiana de produtos de administração oral e tópico”, adverte Erika Fonseca. “Além de apresentar problemas de saúde para o paciente, o medicamento pode provocar agravamento do seu quadro de saúde para o qual o medicamento foi prescrito.”

De acordo com a professora do ICTQ, algumas medidas adotadas durante o processo de produção de medicamentos líquidos reduzem potenciais riscos. “As matérias-primas devem estar de acordo com as especificações, assegurando sua identidade, pureza, uniformidade e carga microbiológica. A água utilizada deve ser purificada por destilação ou por tratamento com resinas troca iônicas e todo equipamento utilizado deve ser limpo e higienizado (esterilizado se possível). Solutos devem ser usados em pequenas concentrações, bem dissolvidos previamente a fim de assegurar a completa dissolução da substância. Deve-se realizar uma contagem microbiológica em todos os materiais de embalagem que ficam em contato com o produto”, afirma a professora do ICTQ.

No caso das farmácias magistrais, o controle de qualidade de líquidos também exige atenção ao processo de produção. Desde 2006, essas empresas devem obedecer às regras para garantir maior segurança, qualidade e eficácia das fórmulas manipuladas. A RDC 214 da Anvisa traz exigências para armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das formulações e atenção farmacêutica aos usuários. As farmácias de manipulação, segundo a RDC no 67/2007, devem dispor de laboratório de controle de qualidade capacitado para realizar os testes de controle do processo e da preparação manipulada, verificando as características organolépticas, o pH, peso médio, friabilidade, grau ou teor alcoólico, densidade, volume, viscosidade, teor de princípio ativo e pureza microbiológica, sendo que os últimos podem ser terceirizados.  A RDC 67 prevê ainda que a farmácia deve possuir procedimentos operacionais escritos e estar devidamente equipada para realizar análise de lote a lote dos produtos de estoque mínimo, mantendo os registros dos resultados – caracteres organolépticos, pH, peso médio, viscosidade, grau ou teor alcoólico, densidade, volume, teor do princípio ativo, dissolução e pureza microbiológica.

 

POR MARCELO DE VALÉCIO.

Com informações de ICTQ.

18 de dezembro de 2019 0 comentários
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Notícias

2020 vem aí com a edição histórica de 25 anos da FCE Pharma

por jornalismo-analytica 18 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

2020 terá a edição especial e histórica de 25 anos da FCE Pharma.

Há 25 anos, a FCE Pharma trabalha incessantemente para estimular novos negócios e inovação na indústria cosmética. 

 

No decorrer deste caminho, foram cerca de 400.000 visitantes e mais de 3.000 marcas que apresentaram produtos e serviços ao setor.

O que comprova o quanto o evento impulsiona o mercado, contribui para a concretização de negócios, mas com um pensamento a frente que valoriza as inovações, tendências e a criatividade. Uma visão de presente e futuro andando juntos em prol da indústria cosmética.

Participe da edição histórica de 25 anos da FCE Pharma, para compor resultados positivos e celebrar mais uma trajetória de sucesso.

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18 de dezembro de 2019 0 comentários
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Drágea que libera simultaneamente dois medicamentos diferentes é testada por brasileiros

por jornalismo-analytica 16 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Um material polimérico e com características de hidrogel desenvolvido por pesquisadores brasileiros pode ajudar a responder a um dos desafios atuais da indústria farmacêutica: criar um sistema que permita a liberação controlada no organismo de moléculas com diferentes atividades farmacológicas contidas em uma única drágea.

Em um estudo apoiado pela FAPESP e divulgado na revista Applied Bio Materials, da American Chemical Society, cientistas das universidades de Franca (Unifran) e do Estado de Minas Gerais (UEMG) testaram o uso de uma classe de material conhecida como siloxano-poliéter – ou “ureasil” – para liberar no organismo de forma simultânea um anticancerígeno e um anti-inflamatório. Além de ações terapêuticas distintas, os fármacos usados na pesquisa também apresentam diferentes graus de afinidade por água.

“Conseguimos desenvolver um sistema para liberação simultânea de dois fármacos incorporados a uma mesma matriz polimérica [plástica]”, disse Eduardo Ferreira Molina, professor da Unifran e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

Flexível e transparente, a matriz polimérica é composta de segmentos em escala nanométrica (bilionésima parte do metro) de siloxano e de um poliéter (PEO). Com características de hidrogel (gel formado por uma rede rígida tridimensional de polímeros), o material é capaz de absorver volumes elevados de água em seus interstícios sem se dissolver e, por isso, é considerado ideal para liberação controlada de fármacos.

Por meio de um processo denominado sol-gel – no qual ocorre a transformação de um líquido com partículas em suspensão (“sol”) em um gel –, os pesquisadores conseguiram incorporar à matriz o anti-inflamatório naproxeno e o anticancerígeno 5-fluorouracil simultaneamente.

“A ideia foi incorporar dois agentes terapêuticos sem alterar as propriedades físico-químicas da matriz polimérica ou dos fármacos”, explicou Molina.

O anti-inflamatório naproxeno tem caráter hidrofóbico, ou seja, não absorve água. Já o 5-fluorouracil é hidrofílico e, portanto, tem maior afinidade com o líquido. A incorporação de ambos à matriz de poliéter foi possível devido aos grupos funcionais presentes no material.

“Isso possibilitou a ‘solubilização’ do naproxeno e do 5-fluorouracil”, explicou Molina.

 

Teste de liberação

A fim de testar e medir a liberação dos medicamentos foram feitos ensaios in vitro em que o material foi imerso em água com temperatura e nível de acidez (pH) similares aos encontrados no intestino humano.

A quantidade de medicamentos liberada na solução foi medida por espectroscopia no ultravioleta visível. Os resultados mostraram que o material foi capaz de liberar os medicamentos em quantidades iguais e manter a liberação ao longo do tempo.

“Esses resultados são inéditos. Até então, não havia nenhum relato na literatura científica da aplicação dessa classe de materiais para liberar de forma controlada dois agentes terapêuticos simultaneamente, na mesma quantidade, e manter isso ao longo do tempo”, disse Molina.

 

Efeito sinérgico contra o câncer

De acordo com o pesquisador, a ideia é que o material seja usado como drágea para encapsular e liberar controladamente uma série de agentes terapêuticos, entre eles quimioterápicos usados no combate ao câncer.

Uma das limitações dos quimioterápicos usados hoje é a quimiorresistência – a resistência de determinadas células cancerosas à ação do composto ativo. Sistemas de entrega de fármacos como esse descrito no artigo podem retardar o desenvolvimento da quimiorresistência, além de melhorar a eficácia terapêutica e diminuir os efeitos colaterais. Isso porque a combinação de diferentes agentes terapêuticos em um mesmo fármaco tende a promover um efeito sinérgico ou combinado, apontou Molina.

“Além de combater o câncer, um medicamento com esse sistema de liberação contendo um quimioterápico e outro agente terapêutico poderia diminuir os efeitos colaterais do tratamento”, disse. O trabalho também recebeu financiamento da FAPESP por meio de uma bolsa de mestrado.

O artigo “Ureasil organic−inorganic hybrid as a potential carrier for combined delivery of anti-inflammatory and anticancer drugs” (DOI: 10.1021/acsabm.8b00798), de Beatriz B. Caravieri, Natana A. M. de Jesus, Lilian K. de Oliveira, Marina D. Araujo, Gabriele P. Andrade e Eduardo F. Molina, pode ser lido por assinantes da revista Applied Bio Materials em https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acsabm.8b00798.

 

Com informações de Agência FAPESP.

16 de dezembro de 2019 0 comentários
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Notícias

Os indicadores da produção industrial farmacêutica

por jornalismo-analytica 11 de dezembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Os indicadores de produção industrial no setor farmacêutico são fundamentais para o bom andamento das atividades desse segmento e muito relevantes também para a tomada de decisão da gestão da empresa.

Os indicadores têm especial destaque para a área produtiva, pois são usados para controlar os rigorosos processos e as rotinas de trabalho desse setor, com o objetivo de torná-los ainda mais eficientes.

Qual a importância da definição de indicadores de produção na indústria farmacêutica?

Os indicadores de produção industrial são ferramentas essenciais para mensurar a qualidade dos processos e produtos, medindo o tempo de fabricação e preparação, a produção geral e a satisfação de clientes e colaboradores, entre outros fatores que veremos a seguir.

Os indicadores são usados para nortear os fluxos de trabalho, à medida que contribuem para o alinhamento de processos às especificidades da indústria farmacêutica, com o objetivo de gerar melhores resultados.

Dessa forma, a importância da definição de indicadores de produção na indústria farmacêutica está ligada à melhoria contínua do desempenho da indústria, ajudando-a a alcançar elevados patamares de produtividade e qualidade, a destacar:

  • manter uma estratégia correta e alinhada com os objetivos do negócio;
  • assegurar a qualidade do que está sendo entregue ao cliente;
  • verificar a capacidade de performance de recursos adotados;
  • definir com clareza a relação de custo-benefício.

Além disso, os indicadores de produção industrial colaboram para a mensuração do desempenho da empresa e para a eficiência e eficácia das operações fabris. Isso acontece porque dados estratégicos são gerados a partir desses indicadores.

Essas métricas também englobam a mensuração do tempo de processos, recurso fundamental para o bom funcionamento de uma indústria farmacêutica.

 

Quais são os principais indicadores de produção industrial no setor farmacêutico?
Horas trabalhadas na produção

Esse é um indicador que evidencia a quantidade de horas que são necessárias para realizar determinadas tarefas na produção dentro de um determinado de tempo (dias, semanas, meses, anos).

O resultado desse indicador torna possível descobrir se o investimento de horas está além do programado. Caso isso ocorra, é possível indicar pontos de melhoria para essas ineficiências.

Nível de utilização da capacidade instalada

Essa métrica avalia se a capacidade produtiva da instalação está sendo aproveitada em sua totalidade. Para tanto, é importante identificar se as instalações da fábrica — e isso inclui o maquinário — estão sendo utilizadas em sua totalidade.

Por exemplo, se a fábrica foi projetada para fabricar 30 milhões de produtos/mês e está entregando apenas 25 milhões, isso quer dizer que há capacidade ociosa. Os motivos para que isso ocorra podem ser uma queda na demanda ou o mal aproveitamento da capacidade produtiva do espaço, o que gera prejuízos.

É dever do gestor da área produtiva tomar as devidas providências para evitar esses desperdícios de recursos e criar ações para a fábrica operar em sua capacidade plena.

Número de lotes rejeitados

Na indústria farmacêutica pode acontecer de lotes inteiros de medicamentos serem descartados. Isso acontece porque eles não foram aprovados na inspeção de qualidade.

Caso isso ocorra com frequência, é válido fazer uma análise mais detalhada do espaço de produção em busca das causas que originam essas não conformidades. Falhas humanas também devem ser consideradas e avaliadas com critério. Caso contrário, a empresa perderá dinheiro.

Tempo de inatividade

Esse indicador evidencia o tempo pelo qual os equipamentos ficam parados, ou seja, sem produzir. Na indústria farmacêutica é comum as máquinas pararem entre um lote e outro para a limpeza completa dos equipamentos.

Contudo, esse indicador deve ser utilizado principalmente para evidenciar se a organização está perdendo capital por causa de paradas que poderiam ser evitadas.

O resultado dessa verificação pode ser usado como base para tomada de decisões em relação à compra de novos equipamentos, ou mesmo para verificar se o maquinário precisa de manutenção, ou ser substituído.

Mean Time To Repair (MTTR)

Esse indicador, traduzido como Tempo Médio Para Reparo, evidencia a média de tempo empregado para a realização de um reparo depois de uma falha ser identificada. De forma básica, ele calcula o tempo empregado em uma intervenção. Geralmente, essa métrica está relacionada ao setor de manutenção dos equipamentos.

OTIF (On Time In Full)

OTIF é um indicador mais completo e seu acompanhamento destacará as deficiências no processo de pedido completo, desde a criação da solicitação de compra até a entrega. Basicamente, ele avalia um processo com base em duas possíveis respostas: “Atendeu/Não Atendeu”.

Esse é um indicador usado com o objetivo de otimizar a entrega dos pedidos e serviços, além de fazer um rigoroso controle dos processos para assegurar a satisfação dos clientes.

A definição do termo e como é feito seu cálculo:

  • On Time: honrar o compromisso com o cliente em qualquer dia e horário;
  • In Full: verificar se a entrega foi completa, se os medicamentos foram entregues conforme as especificações de compra. Caso contrário, a empresa não entregou “na íntegra”.
  • O cálculo é: OTIF = % On Time x % In Full = (resultado)

O percentual alcançado de 100% significa que todas as solicitações de compras foram atendidas dentro do tempo determinado e na quantidade/especificação corretas.

Como vimos ao longo deste post, os indicadores de produção industrial no setor farmacêutico ajudam, especialmente, o processo de gerenciamento de rotinas produtivas. Isso acontece porque eles são responsáveis por entregar importantes dados acerca dos resultados de processos, envolvendo colaboradores e parceiros da indústria.

Dessa forma, é possível identificar máquinas que necessitam de ajustes ou precisam ser trocadas, quais processos precisam ser melhorados, quais são os profissionais mais competentes em atuação, entre outras questões.

Logo, indicadores de produção industrial no setor farmacêutico envolvem a melhoria contínua das atividades. Diante dessa realidade, é indispensável alinhar os objetivos do negócio aos indicadores adotados, para que sejam de fato úteis e favoráveis ao desenvolvimento do negócio.

Com informações de TalkScience / Feira Analitica. 

11 de dezembro de 2019 0 comentários
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