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Física

Notícias

Estudo propõe que proteínas possam se compartimentalizar e formar gotículas no interior das células

por jornalismo-analytica 7 de outubro de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Em física, um sistema composto por duas substâncias pode ser modelado por meio da teoria clássica de mistura, que considera a fração correspondente a cada constituinte e a interação entre eles. Exemplos são a coexistência de fases de alta e baixa densidades na água super-resfriada e a coexistência de poças metálicas em uma matriz isolante na chamada transição metal-isolante de Mott (veja representação gráfica e explicação detalhada na primeira figura abaixo).

Motivados por esse tipo de consideração, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro utilizaram conceitos de física da matéria condensada para descrever a compartimentalização de proteínas no interior de células e propuseram uma fase celular do tipo Griffiths em analogia com a canônica fase magnética de Griffiths. O estudo, coordenado pelo professor Mariano de Souza e que teve como primeiro autor o pós-doutorando Lucas Squillante, foi publicado na revista Heliyon.

“Na fase magnética de Griffiths, regiões magnetizadas ou não magnetizadas emergem, respectivamente, em matrizes paramagnéticas ou ferromagnéticas, dando origem a expressiva diminuição da dinâmica dos sistemas. Essas chamadas ‘regiões raras’ emergem de maneira randômica. Em trabalho anterior, exploramos a chamada fase eletrônica de Griffiths no limite da transição metal-isolante de Mott. No presente estudo, consideramos as gotículas de proteínas que se formam no interior das células como as ‘regiões raras’ em analogia direta com a fase magnética de Griffiths”, diz Souza (leia mais em: agencia.fapesp.br/34951).

O pesquisador informa que a produção de proteínas no interior de uma célula pode atingir uma concentração limiar que dá origem à separação de fases do tipo líquido-líquido, levando à compartimentalização de proteínas em forma de gotículas.

“Utilizando ferramentas da termodinâmica, como o parâmetro de Grüneisen, o modelo de Flory-Huggins e o modelo de Avramov-Casalini, demonstramos que, na vizinhança da linha binodal que determina a separação de fases, e também para uma concentração equivalente entre proteína e solvente, a dinâmica celular é dramaticamente reduzida, dando origem a uma fase celular do tipo Griffiths” (veja representação gráfica na segunda figura abaixo).

O estudo propõe ainda que a fase celular do tipo Griffiths esteja associada à origem da vida e dos organismos primordiais, conforme a hipótese clássica apresentada pelo biólogo e bioquímico russo Aleksandr Oparin (1894-1980) na década de 1930, já que apenas os coacervados (pequenas gotículas formadas por moléculas orgânicas aglomeradas em uma solução aquosa) com dinâmicas lentas conseguiram sobreviver e evoluir.

“Isso, por sua vez, pode estar relacionado ao papel fundamental desempenhado pela homoquiralidade no processo de evolução da vida”, argumenta Souza. Vale lembrar que quiralidade é a propriedade de um objeto ou molécula não ser superponível à sua imagem espelhada, como ocorre com as mãos humanas. E que homoquiralidade é a predominância de uma única quiralidade em moléculas de um sistema biológico.

A demonstração pelos pesquisadores do aumento do tempo de difusão da proteína, concomitantemente com a redução das flutuações estocásticas na célula, desempenha papel fundamental na otimização da expressão gênica. O estudo em pauta fornece uma abordagem alternativa para se investigar a dinâmica da compartimentalização de proteínas, que poderia ser aplicável também em outros sistemas biológicos.

“Tem sido amplamente discutido na literatura que a separação de fases líquido-líquido desempenha papel fundamental no desenvolvimento e tratamento de doenças, mais especificamente em relação à tumorigênese. A ideia é que proteínas codificadas por genes associados a tais doenças podem ser compartimentalizadas, afetando dessa forma seu papel nas mutações celulares”, afirma Marcos Minicucci, professor de Clínica Médica Geral da Unesp no campus de Botucatu e coautor do trabalho.

Outros exemplos do papel desempenhado pela separação de fases incluem cataratas (com a separação de fases na retina podendo causar deficiência visual), doenças neurodegenerativas e até mesmo no SARS-CoV-2 (com a coacervação das proteínas SARS2-NP podendo suprimir a resposta imune antiviral inata). Recentemente, foi relatado que a separação de fases associada à proteína supressora de ferroptose-1 pode ser empregada como terapia anticâncer eficiente.

“A separação de fases líquido-líquido afeta cada doença de maneira diferente e a formação de gotículas de proteína pode ser benéfica ou não. A fase celular do tipo Griffiths que estamos propondo pode ter impacto relevante para gerenciar e até mesmo tratar doenças”, explica Minicucci. O estudo conduzido pelo grupo de Souza demonstra a importância do caráter interdisciplinar em estudos fundamentais.

Além de Squillante, Minicucci e Souza, participaram do estudo os pesquisadores Antonio Seridonio (Unesp de Ilha Solteira), Roberto Lagos-Monaco (Unesp de Rio Claro), Aniekan Magnus Ukpong (Universidade de KwaZulu-Natal Pietermaritzburg, África do Sul), Luciano Ricco (Universidade da Islândia) e a doutoranda Isys Mello, orientanda de Souza.

O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (11/22050-4 e 18/09413-0).

O artigo Cellular Griffiths-like phase pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2405844024106536.


Matéria – José Tadeu Arantes | Agência FAPESP 

7 de outubro de 2024 0 comentários
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Notícias

Novo método aprimora a produção de pontos quânticos luminescentes com tamanho controlado

por jornalismo-analytica 21 de junho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

A luminescência é um fenômeno observado em materiais que absorvem luz em uma determinada faixa de frequência e, posteriormente, a reemitem em frequências diferentes. Por meio da absorção, os elétrons no estado eletrônico fundamental do material são excitados a um estado de mais alta energia. Após um tempo, característico de cada estado excitado, decaem a estados de mais baixa energia, inclusive o estado fundamental, emitindo luz. Esse fenômeno possibilita uma gama de aplicações tecnológicas, mediante dispositivos emissores de alta eficiência e reprodutibilidade, que podem ser facilmente miniaturizados.

Entre os materiais que exibem a mais alta eficiência de luminescência, destacam-se os pontos quânticos (Quantum Dots, QDs), atualmente utilizados em telas luminescentes de alta resolução, LEDs, painéis solares e sensores de vários tipos, inclusive para exames médicos de grande precisão. A funcionalização da superfície dos QDs com diferentes tipos de moléculas permite a interação com estruturas celulares ou outras moléculas de interesse, viabilizando a investigação de processos biológicos em nível molecular.

Os pontos quânticos são nanopartículas semicondutoras cujas características emissivas estão diretamente ligadas ao tamanho dos pontos, devido ao fenômeno de confinamento quântico. Por essa razão, o monitoramento e o controle do crescimento cristalino, durante a síntese dos QDs em solução, oferecem a oportunidade de planejamento inteligente da luminescência desejada. Em trabalho publicado no periódico Scientific Reports, pesquisadores do grupo da professora Andrea de Camargo, no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), e colaboradores da Kiel University, na Alemanha, apresentaram uma nova abordagem para o monitoramento da formação de QDs.

“Utilizamos o telureto de cádmio [CdTe] como sistema-modelo e controlamos, por meio de análise de luminescência in situ, o processo de crescimento das nanopartículas em solução aquosa aquecida”, conta Pedro Felipe Garcia Martins da Costa, doutorando no IFSC-USP e primeiro autor do artigo.

Sem interferir na síntese dos QDs, a técnica permite monitorar em tempo real o que está acontecendo na solução, isto é, acompanhar o crescimento cristalino por meio da cor (frequência) de emissão detectada. “A síntese é realizada a partir de uma mistura de soluções precursoras de íons de cádmio (Cd2+) e telúrio (Te2-), na presença de um reagente para controle de tamanho. Com o aumento da temperatura, a reação química é iniciada, mediante a aproximação e agrupamento de íons de telureto e de cádmio. À medida que a reação prossegue, unidades adicionais de CdTe vão se agrupando esfericamente em um processo chamado de automontagem. Graças ao monitoramento rápido e preciso das frequências de emissão, pode-se estimar o tamanho das nanopartículas. QDs de telureto de cádmio com diâmetro em torno de 1 a 2 nanômetros (nm) emitem na região do azul e verde do espectro visível, enquanto QDs maiores, na faixa de 4 a 5 nm, emitem em frequências mais baixas, como amarelo e vermelho, respectivamente”, explica Leonnam Gotardo Merizio, pós-doutorando no IFSC-USP e coautor do artigo.

Costa ressalta a vantagem do novo método em relação à estratégia convencional de síntese. “Na técnica convencional, é preciso retirar pequenas alíquotas de amostra da solução, para medir o tamanho dos pontos quânticos. Na técnica in situ, as medidas são feitas enquanto o processo ocorre, sem a necessidade de interferir no meio reacional retirando amostras. Isso possibilita obter maior número de espectros por unidade de tempo, além de não alterar o volume reacional e evitar descartes desnecessários. Desse modo, a técnica permite controlar, de forma bem mais precisa, a cor de emissão dos QDs de interesse. O mesmo equipamento que entrega a luz de excitação, através de uma fibra óptica, no comprimento de onda apropriado, é também responsável pela coleta da luz emitida e determinação de sua frequência característica, no sistema de cores RGB [do inglês, red, green and blue]. Vale ressaltar que o controle do sistema RGB é relevante para a formação das imagens em diversos dispositivos luminescentes, como monitores e telas de celulares”, afirma.

O pesquisador acrescenta que os QDs assim sintetizados foram adicionalmente caracterizados por análises de difração de raios X, microscopia eletrônica de transmissão, espectroscopia de absorção UV-Vis e espectroscopia vibracional no infravermelho.

A existência dos pontos quânticos foi prevista teoricamente em 1937 pelo físico alemão, naturalizado britânico, Herbert Fröhlich (1905-1991). Na década de 1980, Alexey Ekimov (nascido em 1945), na antiga União Soviética, e Louis Brus (nascido em 1943), nos Estados Unidos, observaram o fenômeno de confinamento quântico em nanopartículas semicondutoras pela primeira vez. Na década de 1990, o francês de origem tunisiana Moungi Bawendi (nascido em 1961) também contribuiu com estudos de aperfeiçoamento da síntese das nanopartículas por diferentes técnicas. Em 2023, os três, Ekimov, Brus e Bawendi, foram premiados com o Nobel de Química por suas contribuições no desenvolvimento desse material.

“O efeito de confinamento quântico confere aos QDs a capacidade de confinar elétrons em três dimensões reduzidas, tornando os fenômenos quânticos mais evidentes e caracterizando-os como materiais intermediários entre átomos, moléculas e aglomerados cristalinos maiores”, comenta Costa.

“Embora existam muitas publicações relatando a síntese de QDs de CdTe, a maior contribuição do trabalho em pauta está no desenvolvimento e aplicação do sistema de medidas de luminescência in situ, extremamente versátil. Além de permitir a inferência dos tamanhos das nanopartículas cristalinas, como neste caso-modelo, a metodologia também possibilita caracterizar a formação de compostos intermediários em reações químicas, por associação in situ de outras técnicas que permitam análise química e/ou estrutural [FT-IR, Raman, DRX etc.]. De modo geral, essa aproximação possibilita avaliar a evolução de processos de síntese resultando na otimização do rendimento químico e economizando energia”, diz Camargo.

O estudo foi apoiado pela FAPESP por meio de quatro projetos (13/07793-6, 20/05627-5, 21/01170-3 e 22/07667-0).

O artigo Real‐time monitoring of CdTe quantum dots growth in aqueous solution pode ser acessado na íntegra em: www.nature.com/articles/s41598-024-57810-8.

Matéria – José Tadeu Arantes | Agência FAPESP
Imagem – Figura com QDs de CdTe de diferentes tamanhos, luminescendo pela excitação de um laser UV (imagem: Pedro Felipe Garcia Martins da Costa)

21 de junho de 2024 0 comentários
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Notícias

Estudo abre caminho para o desenvolvimento de redes quânticas avançadas

por jornalismo-analytica 6 de dezembro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

Transmitir informações de forma coerente, na banda do espectro eletromagnético compreendido entre micro-ondas e luz infravermelha, é fundamental para o desenvolvimento de redes quânticas avançadas empregadas em computação e comunicação. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em colaboração com colegas da ETH Zürich, na Suíça, e da TU Delft, nos Países Baixos, enfocou o uso de cavidades optomecânicas nanométricas com essa finalidade. Esses ressonadores na escala do nanômetro promovem a interação de vibrações mecânicas de alta frequência com luz infravermelha, em comprimentos de onda utilizados pela indústria de telecomunicações.

Artigo a respeito foi publicado pelo grupo na revista Nature Communications.

“Os ressoadores nanomecânicos atuam como pontes entre circuitos supercondutores e fibras ópticas. Os circuitos supercondutores são, hoje, uma das tecnologias mais promissoras para a computação quântica, enquanto as fibras ópticas já estão consagradas como transmissoras de informação por longas distâncias, com pouco ruído e sem perda de sinal”, diz Thiago Alegre, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW-Unicamp) e coordenador do estudo.

O pesquisador informa que uma das inovações centrais do estudo é a introdução da optomecânica dissipativa. Os dispositivos optomecânicos tradicionais dependem de interações puramente dispersivas. Nestas, apenas os fótons confinados na cavidade são eficientemente dispersos. Já na abordagem dissipativa, os fótons podem ser espalhados diretamente da guia de onda para o ressoador. “Isso possibilita maior controle da interação optoacústica”, explica Alegre.

Até o presente estudo, a interação optomecânica dissipativa só havia sido demonstrada em baixas frequências mecânicas, impedindo aplicações importantes como a transferência de estado quântico entre domínios fotônicos (ópticos) e fonônicos (mecânicos). O estudo mostrou o primeiro sistema optomecânico dissipativo operando em um regime no qual a frequência mecânica supera a taxa de dissipação óptica. “Conseguimos elevar em duas ordens de magnitude a frequência mecânica e aumentar em dez vezes a taxa de acoplamento optomecânico. Isso oferece perspectivas muito promissoras para o desenvolvimento de dispositivos ainda mais eficazes”, sublinha o pesquisador.

Redes quânticas

Os dispositivos, fabricados em colaboração com a TU Delft, empregam tecnologias bem estabelecidas na indústria de semicondutores em seu design. Vigas nanométricas de silício suspensas e livres para vibrarem permitem o confinamento da luz infravermelha e de vibrações mecânicas simultaneamente. Ao lado, um guia de onda, posicionado para permitir o acoplamento da fibra óptica à cavidade, dá origem ao acoplamento dissipativo, ingrediente fundamental para os resultados apresentados pelos pesquisadores.

O estudo oferece novas possibilidades para a construção de redes quânticas. E, além desse horizonte imediato de aplicação, estabelece também uma base para futuras pesquisas fundamentais. “Nossa expectativa é conseguir manipular individualmente os modos mecânicos e mitigar não linearidades ópticas em dispositivos optomecânicos”, conclui o professor da Unicamp.

Além de Alegre, o estudo teve a participação de André Garcia Primo, Pedro Vinícius Pinho e Gustavo Silva Wiederhecker, da Unicamp; de Rodrigo da Silva Benevides, da ETH Zürich; e Simon Gröblacher, da TU Delft. O trabalho recebeu financiamento da FAPESP por meio de sete projetos (19/09738-9, 20/15786-3, 19/01402-1, 18/15577-5, 18/15580-6, 18/25339-4 e 22/07719-0).

O artigo Dissipative Optomechanics in High-Frequency Nanomechanical Resonators pode ser acessado na íntegra em: www.nature.com/articles/s41467-023-41127-7.

Matéria – José Tadeu Arantes | Agência FAPESP

Imagem – Ilustração do processo de espalhamento da luz interna à cavidade diretamente ao guia de onda, por meio da interação entre os domínios ópticos e mecânicos (imagem: André Garcia Primo/Unicamp)

6 de dezembro de 2023 0 comentários
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Notícias

Pesquisadores lançam sensor que usa molécula de ferrão de abelha para detectar bactéria em alimentos

por jornalismo-analytica 27 de junho de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Reprodução: Elton Alisson, de São Carlos  |  Agência FAPESP

(Shutterstock)

Uma molécula obtida do ferrão de abelhas deu origem a um biossensor que promete detectar bactérias em alimentos e bebidas de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais.

O dispositivo foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

“O biossensor é capaz de detectar bactérias em uma amostra muito pequena de alimento ou bebida, com alta sensibilidade e tempo que varia entre 10 e 25 minutos”, disse Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coordenador do projeto.

Pelos métodos tradicionais é preciso analisar todo o volume ou massa, acompanhar o crescimento das bactérias e proceder à contagem das unidades que formam a colônia. “Esse processo pode levar entre 24 e 72 horas”, disse.

Resultado do projeto de pós-doutorado de Deivy Wilson Masso no IFSC-USP, com Bolsa da FAPESP, o aparelho foi descrito em um artigo publicado na revista Talanta.

O dispositivo consiste em um filme com eletrodos de prata – um material condutor de eletricidade – e partículas magnéticas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro), recobertas com melitina. Esse peptídeo, extraído do ferrão de abelhas, interage especificamente com bactérias.

Ao ser introduzido em uma amostra de água, por exemplo, as nanopartículas magnéticas recobertas com a melitina atraem e capturam as bactérias. Ao empregar um ímã os microrganismos ficam concentrados nas nanopartículas, que são depois depositadas nos eletrodos de prata.

Desenvolvido por pesquisadores da USP em São Carlos, dispositivo identifica a presença de diferentes patógenos de forma mais rápida e com menor custo do que os métodos tradicionais (fotos: divulgação e Myriams-Fotos-Pixabay)

 

A interação entre as bactérias e as nanopartículas magnéticas recobertas com melitina depositadas nos eletrodos gera um sinal elétrico. A intensidade do sinal permite quantificar a colônia e identificar que tipos de microrganismos estão presentes na amostra analisada.

No caso de alimentos sólidos, basta uma pequena amostra triturada, homogeneizada e filtrada para realizar o procedimento, explicou Oliveira Junior. “O dispositivo é capaz de detectar uma quantidade muito pequena de bactérias na amostra, de uma unidade formadora de colônia por mililitro”, disse o pesquisador durante o Simpósio de Pesquisa e Inovação em Materiais Funcionais. O evento, promovido pelo Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), foi realizado nos dias 23 e 24 de maio na UFSCar.

Essa alta sensibilidade do biossensor permite detectar uma colônia de bactérias espalhada em um alimento ou bebida em um volume menor de amostra para análise.

Uso em hospitais

Os pesquisadores avaliaram o desempenho do biossensor para detectar as bactérias Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus (S. aureus) e Salmonella typhimurium (S. typhi) em amostras de água potável e de suco de maçã.

Os resultados dos testes indicaram que o dispositivo foi capaz de detectar a concentração de E. coli em 1 unidade formadora de colônia (UFC/ml) na água potável e em 3,5 UFC/ml no suco de maçã em apenas 25 minutos.

“O biossensor pode permitir fazer uma triagem rápida e de baixo custo para controlar a qualidade de alimentos e bebidas em supermercados, restaurantes ou nas indústrias”, disse Oliveira Junior.

De acordo com o pesquisador, a tecnologia do biossensor está em fase de patenteamento e os materiais são de baixo custo. “Não precisaremos importar nenhum dos itens do biossensor, cujo custo final será de apenas cerca de R$ 0,30”, disse.

A ideia dos pesquisadores é que, por meio de algumas adaptações, o dispositivo também possa ser usado para detectar contaminações em ambientes hospitalares, como enfermarias e salas de cirurgia, e em instrumentos e equipamentos usados nesses locais.

O artigo Electrical detection of pathogenic bacteria in food samples using information visualization methods with a sensor based on magnetic nanoparticles functionalized with antimicrobial peptides (DOI: 10.1016/j.talanta.2018.10.089), de Deivy Wilson, Elsa M. Materón, Gisela Ibáñez-Redín, Ronaldo C. Faria, Daniel S. Correa e Osvaldo N. Oliveira Jr., pode ser lido por assinantes da revista Talanta em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039914018311342?via%3Dihub.

27 de junho de 2019 0 comentários
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