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Etanol

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Antimicrobiano natural, a quitosana tem potencial de substituir o ácido sulfúrico na produção de etanol

por jornalismo-analytica 10 de março de 2025
escrito por jornalismo-analytica

A quitosana é um polímero bioadesivo, biodegradável e potencialmente antimicrobiano, com diversas aplicações: na agricultura, é usado no controle de pragas e conservação de produtos agrícolas; na indústria, para a produção de revestimentos e embalagens biodegradáveis; no segmento farmacêutico, para a fabricação de curativos e o encapsulamento de fármacos.

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Araras, mostrou que a quitosana também pode ser empregada como antimicrobiano natural na produção de bioetanol, substituindo o ácido sulfúrico, atualmente usado para controlar contaminações bacterianas no processo industrial. E o mais interessante é que o processo desenvolvido utiliza o melaço de cana como matéria-prima para a bioextração da quitina, precursora da quitosana, a partir de resíduos de camarão. Isso oferece a possibilidade de que a quitosana seja produzida na própria usina, segundo o conceito de economia circular.

Os resultados foram publicados no Journal of Polymers and the Environment.

“A quitosana é derivada da quitina, um polissacarídeo encontrado na parede celular de fungos, em carapaças de crustáceos [como camarões e caranguejos] e em insetos. Para obter a quitosana, a quitina precisa passar por um processo chamado desacetilação, no qual os grupos acetila [-COCH3] são removidos da molécula. No método convencional, utilizado na produção industrial de quitosana, a extração da quitina é feita com o emprego de ácidos ou bases fortes. Uma grande novidade trazida por nosso estudo é que, em vez desse caminho químico, desenvolvemos um processo inteiramente biológico, extraindo a quitina da casca de camarão por meio da fermentação do melaço de cana pela bactéria Lactiplantibacillus plantarum, com a adição de uma fonte de nitrogênio”, conta à Agência FAPESP Sandra Regina Ceccato Antonini, professora do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural da UFSCar e coordenadora do estudo.

Metodologia

A pesquisadora detalha o passo a passo do processo. Na primeira etapa, que é a obtenção da quitina, o resíduo de camarão é posto no fermentador junto com o melaço de cana, a bactéria lática e a fonte de nitrogênio. O microrganismo fermenta o melaço, produzindo ácido lático e proteases. Essas substâncias liberam a quitina do resíduo. Depois de três dias, a quitina é obtida por filtração e secagem.

Na segunda etapa, a quitina passa pelo processo de desacetilação, dando origem à quitosana. Embora também existam opções biológicas para essa segunda etapa, elas não foram exploradas no estudo em pauta. A desacetilação continuou sendo realizada por meios químicos.

“O que nós fizemos, sim, foi manejar essa segunda etapa química de modo a produzir tanto uma quitosana de alto peso molecular quanto uma quitosana de baixo peso molecular. Por que isso? Porque cada uma se presta a uma finalidade diferente. As quitosanas de baixo peso molecular geralmente têm uma atividade antimicrobiana maior, enquanto as de alto peso molecular, isto é, com cadeias maiores, se prestam melhor à confecção de filmes poliméricos”, conta Antonini.

O estudo gerou protocolos para a produção de filmes de boa qualidade; para a produção de microesferas, que podem ser utilizadas como carregadores de fármacos; e, principalmente, para a produção de um antimicrobiano natural que pode substituir o ácido sulfúrico na indústria do etanol. Vale lembrar que o ácido sulfúrico é altamente corrosivo. A quitosana constitui uma opção ambientalmente mais amigável.

“Além disso, há questões de mercado. Na época da pandemia, o ácido sulfúrico ficou em falta e isso deu, por assim dizer, um desespero no pessoal do setor sucroalcooleiro, que me procurava, pedindo uma alternativa porque já não sabia o que fazer. Bem, a quitosana é essa alternativa. E o seu uso na indústria do etanol é a grande novidade que o nosso estudo aporta, pois apresentou atividade antimicrobiana comparável à do ácido sulfúrico”, sublinha a pesquisadora.

O cotejo entre o desempenho dos dois agentes é objeto de outro artigo, já submetido para publicação. Ressalte-se ainda que a quitosana utilizada em solução como antimicrobiano e para a produção de filmes e microesferas não foi purificada, o que leva a uma redução de custos na obtenção do polímero.

Além do potencial na indústria do bioetanol, a quitosana desenvolvida pela equipe da UFSCar-Araras demonstrou atividade antifúngica contra patógenos agrícolas, como Alternaria alternata (causador da mancha de alternaria), Fusarium sp. (fusariose ou podridão-seca) e Geotrichum citri-aurantii (podridão-azeda). Essa propriedade sugere seu uso como biopesticida natural na agricultura, reduzindo a necessidade de fungicidas sintéticos.

Embora a viabilidade econômica da substituição do ácido sulfúrico ainda precise ser analisada, a pesquisa abre caminho para uma abordagem mais sustentável na produção de etanol. “Se pensarmos em um modelo de biorrefinaria, existe a perspectiva de produzir quitosana dentro da própria usina sucroalcooleira, aproveitando o melaço e resíduos de levedura, em um processo de economia circular”, sugere Antonini.

A pesquisa é fruto da tese de doutorado de Isabella Carvalho Tanganini, defendida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) em junho de 2024. Primeira autora do artigo, Tanganini foi orientada por Antonini. E parte de sua tese foi desenvolvida em parceria com a professora Andréia Fonseca de Faria, pesquisadora da University of Florida, nos Estados Unidos, coautora do artigo.

O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (18/19139-2 e 22/03293-8).

O artigo Chitin and Chitosan Production from Shrimp Wastes by a Two-Step Process Consisting of Molasses-Based Lactic Fermentation and Chemical Deacetylation: Insights into the Antimicrobial, Microsphere and Film-Forming Properties of Chitosan pode ser acessado em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10924-024-03365-8.

Matéria – José Tadeu Arantes | Agência FAPESP
Imagem – À esquerda, fermentação do melaço e resíduos de camarão pela bactéria lática; à direita, quitosana em pó resultante do processo desenvolvido na UFSCar (fotos: acervo dos pesquisadores)

 

10 de março de 2025 0 comentários
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Notícias

Levedura geneticamente modificada permite converter agave em etanol

por jornalismo-analytica 18 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma cepa geneticamente modificada da levedura Saccharomyces cerevisiae capaz de digerir o principal carboidrato presente no agave – um tipo de suculenta muito comum no México e no Nordeste brasileiro.

Com essa inovação, a planta ganha potencial para se tornar uma das mais importantes matérias-primas para a produção de etanol em ambientes semiáridos, biocombustível de papel fundamental no contexto das mudanças climáticas. O pedido de patente já foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR 10 2024 009105 1.

O agave é conhecido por ser a planta a partir da qual a bebida alcoólica destilada tequila é produzida e, mais recentemente, vem ganhando fama como opção saudável de adoçante. No Brasil, sua produção se destina apenas à produção de fibra de sisal e grande parte de sua biomassa é descartada.

Segundo os pesquisadores, essa biomassa ainda não é utilizada para produção de etanol biocombustível principalmente pela necessidade de maior eficiência na conversão dos açúcares da planta – seu principal açúcar é um polímero de frutose chamado inulina, cuja digestão requer uma enzima que não está naturalmente presente na Saccharomyces cerevisiae, a levedura utilizada pela indústria para produzir etanol.

Para a fermentação da tequila, por exemplo, é necessário realizar inicialmente um processo de hidrólise, que quebra esse carboidrato em açúcares menores – esses, sim, digeríveis pela levedura. A alternativa é trabalhar com outros fungos naturais, que consumam naturalmente a inulina – mas ainda não foram encontradas opções com a eficiência exigida em processos industriais.

Para viabilizar o agave como matéria-prima para o etanol, pesquisadores do Laboratório de Genômica e Bioenergia do Instituto de Biologia (LGE-IB) da Unicamp lançaram mão de estratégias de engenharia genética e criaram uma nova cepa de S. cerevisiae.

“Há um fungo patógeno do agave que se alimenta dele por meio de uma enzima específica”, explica Ana Clara Penteado David, pesquisadora do LGE e autora do projeto de mestrado que deu origem à levedura geneticamente modificada. “O que fizemos foi adicionar essa enzima à S. cerevisiae, o que, de acordo com testes de laboratório, deu a ela a capacidade de transformar o açúcar do agave em etanol.”

“Com isso, o agave ganha potencial para aumentar o uso do etanol em automóveis normais, abastecer veículos híbridos com baterias movidas a esse combustível e também compor os sustainable aviation fuels, que são os combustíveis sustentáveis dedicados à aviação, com etanol como matéria-prima principal”, afirma Fellipe da Silveira Bezerra de Mello, pesquisador e professor do LGE-IB-Unicamp e um dos orientadores do trabalho. “Isso também graças à vantajosa posição de liderança mundial do Brasil no setor, com história e tradição.”

Além da aplicação na indústria de biocombustível, a ideia dos pesquisadores é que a patente possa ser útil também no setor alimentício, que utiliza inulina na produção de frutose e xaropes.

Programa Brave

O desenvolvimento da nova cepa de S. cerevisiae é parte do programa Brazilian Agave Development (Brave) ou, em português, Desenvolvimento do Agave Brasileiro, uma parceria que envolve, além da Unicamp, a multinacional petrolífera Shell e instituições de ensino e pesquisa como Senai Cimatec, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com Gonçalo Pereira, professor do IB-Unicamp e orientador do trabalho, o Brave tem como objetivo transformar o agave na “cana-de-açúcar do sertão” em termos de produtividade.

“O mundo conta com mais áreas de semiárido do que de floresta, mas, curiosamente, nunca realmente desenvolvemos tecnologias específicas para esse tipo de vegetação”, diz Pereira. “Agora queremos reverter esse quadro e viabilizar o sertão brasileiro, que tem 105 milhões de hectares [de um total de 850 milhões de hectares do país], para a produção do agave. Com 10 milhões de hectares já conseguimos produzir mais do que o dobro do etanol produzido atualmente.”

“É importante lembrar que a planta se adapta perfeitamente a esse ambiente, especialmente graças a estruturas chamadas estômatos, que permitem que, para a fotossíntese, ela capture o gás carbônico no período da noite, mais fresco, e o converta em um ácido; já durante o dia, essas estruturas se mantêm fechadas para não perder água”, explica Pereira.

Embora o primeiro passo fundamental nesse sentido tenha sido dado, ainda há obstáculos a serem superados, como eliminar substâncias tóxicas para a levedura do caldo do agave.

Matéria – Julia Moióli | Agência FAPESP
Imagem – O agave é um tipo de suculenta muito comum no México e no Nordeste brasileiro (foto: Marc Ryckaert/Wikimedia Commons)

18 de julho de 2024 0 comentários
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Cepa de levedura criada na USP produz etanol de segunda geração a partir de açúcares complexos

por jornalismo-analytica 8 de março de 2024
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Uma nova cepa geneticamente modificada da levedura Saccharomyces cerevisiae demonstrou, em condições semelhantes às industriais, potencial para otimizar em até 60% a produção de etanol de segunda geração (2G) no país sem a necessidade de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar. Segundo resultados divulgados na revista Scientific Reports, a inovação poderá também reduzir parte dos custos da indústria.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores, com apoio da FAPESP (projetos 15/50590-4, 15/50612-8, 17/15477-8, 18/17172-2, 18/01759-4, 19/18075-3, 20/05784-3, 21/04254-3, 22/05731-2 e 22/08958-8).

A plantação de cana-de-açúcar e seu processamento agroindustrial geram todos os anos milhões de toneladas de biomassa lignocelulósica, resíduo de matéria orgânica composto de lignina, celulose e hemicelulose. Atualmente destinada apenas à queima para a geração de energia elétrica, essa biomassa também pode servir de matéria-prima para a fabricação do etanol 2G, considerado um dos combustíveis com menor pegada de carbono do mundo justamente por utilizar resíduos do processo de fabricação do etanol comum e do açúcar.

Há, no entanto, um obstáculo para o uso da biomassa lignocelulósica: por se tratar de um açúcar complexo, ela não é metabolizada naturalmente pelo microrganismo utilizado na produção tradicional de etanol, a levedura Saccharomyces cerevisiae. Durante a fabricação do combustível 2G, é necessário realizar uma etapa extra de pré-tratamento, com altas temperaturas e altas pressões, e uma etapa de hidrólise, com enzimas que quebram os açúcares e os tornam disponíveis para a fermentação. Somente então é possível a conversão em etanol.

No estudo recenetemente publicado, os pesquisadores lançaram mão de sequências gênicas de enzimas encontradas em outros fungos para construir uma nova versão da levedura, capaz de transportar e degradar internamente componentes da hemicelulose (oligossacarídeos) que compõem a biomassa lignocelulósica. Os genes foram, então, inseridos em S. cerevisiae, dando origem a uma nova cepa.

Desenvolvida em parceria com pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de Illinois (Estados Unidos) e de Bath (Reino Unido) e testada em um meio próximo ao real (industrial), a nova levedura carrega ainda outras modificações importantes. Por meio da substituição de determinados genes, pode metabolizar ácido acético, produto da digestão da hemicelulose normalmente não consumido pelas leveduras, tóxico e que compromete o processo de fermentação.

“Atuamos com engenharia metabólica para dar à levedura a capacidade de ser autossuficiente em processos que ela não seria naturalmente”, explica Dielle Pierotti Procópio, pesquisadora do Instituto de Química (IQ) da USP e primeira autora do estudo.

A cepa mutante produziu 60% mais etanol e 12% menos xilitol (gerado a partir da xilose) do que a cepa controle.

Econômica e ambientalmente correta

O destaque da nova levedura é sua capacidade de aumentar a produção do etanol de segunda geração sem demandar a ampliação da área plantada de cana-de-açúcar. Além disso, pelo fato de ser capaz de metabolizar açúcares complexos, a biomassa não precisa passar por tratamentos químicos severos – esse tipo de processo costuma demandar condições específicas de temperatura e pressão, consumindo mais energia e gerando uma quantidade considerável de resíduos agressivos ao meio ambiente.

Outra vantagem é a redução de custos para a indústria. “Normalmente, os fabricantes precisam comprar enzimas que digerem açúcares complexos, o que encarece consideravelmente o processo – é um custo extra que não existe na produção do combustível tradicional”, explica Thiago Olitta Basso, professor do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (Poli) da USP e coordenador do estudo.

“Além disso, condições mais amenas de pré-tratamento levam à diminuição da produção de certos compostos tóxicos, o que permite uma fermentação melhor do etanol de segunda geração e contribui ainda mais para o rendimento”, completa Basso.

De acordo com os pesquisadores, trabalhos futuros podem explorar ainda o potencial dessa nova levedura para controlar bactérias contaminantes, geralmente bactérias láticas, que comprometem o rendimento, pois esses açúcares complexos não são metabolizados por tais contaminantes. Isso reduziria o peso ambiental do uso de antibiótico na indústria.

O artigo Metabolic engineering of Saccharomyces cerevisiae for second-generation ethanol production from xylo-oligosaccharides and acetate pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-023-46293-8.

Matéria – Julia Moióli | Agência FAPESP

Imagem – Por dispensar o uso de enzimas para pré-tratar a biomassa, levedura modificada poderá reduzir o custo de produção do etanol 2G (foto: Freepik*)

8 de março de 2024 0 comentários
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Produtores de cana chegam a prejuízos de R$ 1 bilhão e questionam faturamento das usinas

por jornalismo-analytica 27 de outubro de 2023
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Para que a cana-de-açúcar se transforme em açúcar ou etanol, há sempre um produtor e uma usina por trás. No entanto, a realidade entre os custos de produção para ambos está desleal, segundo a Organização das Associações de Produtores de Cana-de-Açúcar do Brasil (ORPLANA). De acordo com a entidade, os produtores chegam a prejuízos de mais de R$ 1 bilhão considerando a colheita de 2023 e os custos de produção agora para próxima colheita.

 

A entidade alega que as unidades sucroenergéticas possuem uma receita média em torno de R$ 390 por tonelada moída, e um EBITDA — o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — próximo a R$ 190 por tonelada de moagem efetiva, representando ganhos financeiros às usinas. Na outra ponta, os produtores têm prejuízo de R$ 17,03 por tonelada.

 

“O modelo de pagamento aos produtores está defasado há cerca de 10 anos e não houve atualização do estatuto em 2023, como era esperado. Então, é um preço e formato que precisa ser revisto, principalmente para observar as divergências dos custos de produção de produtores e da indústria”, afirma José Guilherme Nogueira, CEO da Organização.

Desde a desregulamentação do setor, em 1998, as normas e regras dos preços para quem planta e industrializa são pautadas pelo Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana), composto pela Orplana e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

Custos desiguais

Índice de fermentação, perdas industriais, bagaço excedente, entre outros fatores, não têm sido revistos na hora de considerar custos e preço pago, explica José Guilherme Nogueira. Em relação à safra 2023/2024, ele diz que os modelos de comercialização não estão remunerando corretamente, pois nenhum deles está cobrindo as despesas de quem produz.

 

Dado da ORPLANA aponta que 40% de toda a cana no Brasil é plantada por agricultores, enquanto os outros 60% dizem respeito à produção das usinas. “Em várias regiões do Centro-Sul, quando juntamos custos de produção dos produtores, você tem arrendamento de terra, custo operacional, financeiro, administrativo. Ao se calcular, não está sendo um negócio rentável”, diz.

 

 

Além da desigualdade no custo de produção, o CEO da entidade afirma que o estatuto do Consecana está desatualizado em relação ao momento do setor sucroenergético. Por exemplo, segundo ele, as usinas têm recebido 100% dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) e repassado somente 50% aos produtores.

 

“Como nós somos produtores de cana, teríamos direito aos CBIOs ou a alguns auxílios que acontecem entre estados que vão para usinas, mas não chegam aos produtores. O Consecana hoje não reflete a realidade. Não é normal um setor estar em seu melhor momento e outro elo da cadeia com custos altos e rentabilidade baixa”, afirma Nogueira. Caso não haja a revisão do Consecana, ele considera acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 

Do lado das usinas

Na perspectiva da Unica, “os números apresentados pela ORPLANA não representam a realidade do mercado de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo”. “A afirmação de que a maior parte dos produtores não recebe nenhum tipo de prêmio ou bonificação adicional ao valor de referência publicado pelo CONSECANA-SP”, diz em comunicado.

 

Em nota, a entidade representante das usinas diz ser favorável à revisão dos aspectos técnicos e econômicos, bem como sugeriu a contratação de empresa externa para elaborar um novo estudo que avalie a atual situação do mercado de cana-de-açúcar no estado de São Paulo.

 

Matéria – EXAME, por Mariana Grilli

27 de outubro de 2023 0 comentários
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Etanol de milho ganha força

por jornalismo-analytica 11 de outubro de 2023
escrito por jornalismo-analytica

O setor de bioenergia tem se estabelecido como uma alternativa promissora para atender à crescente demanda global por energia, enquanto reduzimos a dependência dos combustíveis fósseis e enfrentamos desafios ambientais. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo de 2023/2024 da produção de cana-de-açúcar deve crescer 4,4% em relação à safra passada. A produção de etanol correspondente deverá ser de 33,17 bilhões de litros, um aumento de 5,9% em relação a 2022/2023.

E pensando nas diferentes biomassas para geração de energia, a que tem ganhado maior proporção no cenário nacional é o etanol de milho. O Ministério da Agricultura e Pecuária e a União Nacional do Etanol de milho (Unem) projetam que o ciclo de 2023/24 resulte em uma produção de 6 milhões de litros de etanol de milho, volume correspondente a 19% de todo o etanol consumido no país. Complementando a fotografia do segmento, hoje o Brasil tem 18 usinas de etanol de milho em operação, também segundo a Unem.

Mas, para alcançar todo o seu potencial, o setor precisa enxergar a digitalização como peça fundamental desse processo, investindo e incorporando tecnologias para obter avanços significativos de eficiência e produtividade. Hoje o mercado já disponibiliza uma série de ferramentas tecnológicas especializadas e maquinários que são capazes de analisar e entender o desenho e as características do terreno, a fim de indicar quais são as culturas e momentos para o plantio, além de sistemas que fazem o monitoramento de toda a plantação, com indicadores de gestão de recursos e insumos, assim como todo o controle fitossanitário necessário para manter a plantação saudável.

Especificamente para bioenergia, existem sistemas que fazem o acompanhamento, controle e gestão de todo o ciclo de produção – do plantio à colheita, da logística ao processo industrial do milho e da cana-de-açúcar. A geração de bioenergia conta com um processo de fermentação muito técnico e rigoroso, fazendo com que o monitoramento eficiente desse processo seja essencial.

E diferente da cana-de-açúcar, no processo produtivo do etanol de milho é possível aproveitar o produto em diferentes níveis durante a produção. Por exemplo, o subproduto da fermentação do milho pode ser usado como matéria-prima para a produção de ração animal, o que também promove a diversificação da atividade e eleva os ganhos do negócio. Além disso, a aplicação de técnicas de otimização e automação em processos de produção pode reduzir desperdícios e melhorar a utilização dos recursos.

O investimento tecnológico no setor de bioenergia não apenas impulsiona a sustentabilidade ambiental, mas também pode ter um impacto positivo nas comunidades locais. A geração de empregos em áreas rurais, o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis e o estímulo à economia local são outros dos benefícios sociais dessa abordagem.

O setor da aviação, por exemplo, já tem promovido uma grande movimentação atrás de biocombustíveis. Uma nova regulamentação prevê que em 2027 os aviões não poderão levantar voo se não compensarem as emissões de gases do efeito estufa, seja por meio da compra de créditos de carbono ou com a utilização de combustíveis sustentáveis de aviação (chamado de SAF, sigla em inglês), como é o caso do etanol de milho.

Através de avanços na eficiência, diversificação de fontes de biomassa, aprimoramento na conversão de biomassa em biocombustíveis e integração com outras fontes de energia renovável, a bioenergia pode desempenhar um papel essencial não apenas para a redução das emissões de carbono e na mitigação das mudanças climáticas, mas também abrir uma nova avenida de ganhos para a economia nacional. E nesse contexto, o investimento tecnológico é fundamental para impulsionar um futuro rentável, sustentável e renovável.

Por Fabrício Orrigo, diretor de produtos de Agro da TOTVS*

Matéria – Por: AGROLINK & ASSESSORIA

11 de outubro de 2023 0 comentários
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Enzima de Fungo Amazônico Pode Aumentar a Eficiência na Produção de Etanol de Segunda Geração

por jornalismo-analytica 8 de junho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram no fungo amazônico Trichoderma harzianum uma enzima capaz de degradar biomassa. Além de caracterizar a molécula, os pesquisadores usaram técnicas de engenharia genética para produzi-la em larga escala, reduzindo custos e viabilizando sua utilização industrial.

A descoberta, publicada na revista Scientific Reports, abre caminho para o maior aproveitamento dos resíduos da cana-de-açúcar na fabricação de biocombustíveis, uma vez que o desenvolvimento de um coquetel de enzimas de baixo custo representa um dos principais desafios para a produção de etanol de segunda geração (derivado do bagaço e da palha da cana-de-açúcar).

“A enzima quebra diferentes açúcares presentes em várias fontes de biomassa vegetal, o que a torna muito versátil e interessante não só para a produção de etanol de segunda geração como também para uso na indústria alimentícia e cosmética, por exemplo”, revela Maria Lorenza Leal Motta, pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG-Unicamp) e primeira autora do artigo.

O trabalho, conduzido durante o mestrado de Motta, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), contou com apoio da FAPESP para a prospecção de fungos que realizam a degradação de substratos celulósicos e promovem a geração de açúcares livres, que possam ser explorados para a produção de biocombustível.

Nova estratégia de prospecção

Além da descoberta de uma nova enzima para a produção de etanol de segunda geração, o grupo também inova na forma de buscar soluções para a degradação de celulose. “Estamos há alguns anos desenvolvendo uma metodologia de prospecção desses fungos a partir de uma abordagem que envolve evolução, expressão gênica e genoma. Isso é interessante, pois torna nosso trabalho mais assertivo. Com o tempo, estamos criando uma espécie de baú com informações relevantes sobre enzimas com potencial uso para a indústria”, afirma Anete Pereira de Souza, professora do Instituto de Biologia da Unicamp e orientadora de Motta.

A metodologia de prospecção envolve estudos de evolução das linhagens de fungos associados a diferentes ferramentas de análises de variações genéticas, genes, proteínas e metabólitos. “É uma abordagem diferente, que nos permite utilizar vários filtros até chegar a um candidato interessante para ser estudado”, conta.

Com isso, os pesquisadores têm mostrado que os fungos do gênero Trichoderma apresentam grande potencial para a produção de enzimas ativas por carboidratos (CAZYmes), incluindo membros de famílias de glicosídeo hidrolases (GH).

Souza ressalta que quase todas as enzimas utilizadas no Brasil para a degradação de biomassa são importadas e desenvolvidas para o uso de países do Norte global. “A prospecção de enzimas da biodiversidade nacional traz inúmeras vantagens, não só pela redução dos custos como também em ganhos de eficiência na produção de etanol. É mais provável que um fungo da Amazônia esteja mais adaptado para degradar celulose de biomassa em um contexto como o nosso”, explica Souza à Agência FAPESP.

Produção em série

Para descobrir a nova enzima, os pesquisadores utilizaram diferentes linhagens do fungo, sequenciaram seu transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um tecido) e realizaram anotações funcionais. Com a sequência e técnicas de biotecnologia foi possível produzir as enzimas a partir de bactérias Escherichia coli.

Motta explica que as enzimas pertencentes à família GH54 foram pouco estudadas e exploradas. “O trabalho de caracterização dessa enzima revelou uma série de qualidades físico-químicas interessantes para a indústria que não eram conhecidas até então para essa família de enzimas. Isso sugere que as demais moléculas dessa família ainda pouco conhecidas também possam apresentar características semelhantes às que encontramos”, diz Motta.

Entre as características encontradas está a capacidade de quebrar açúcares presentes nas cadeias laterais da hemicelulose, polissacarídeo complexo formado por vários açúcares e outros componentes que estão presentes no bagaço e na palha da cana-de-açúcar. “Essa enzima produzida de maneira mais rápida e barata em laboratório, por meio da E. coli, apresentou atividade em diferentes tipos de açúcares [galactopironosídeo, arabinopironosídeo e fucopironosídeo] que estão presentes nas cadeias laterais envolvendo a parte central da hemicelulose. Isso mostra que um coquetel enzimático composto por diferentes tipos de enzimas, principalmente as que atuam na remoção dessas cadeias laterais, poderia melhorar a eficiência da conversão da hemicelulose e, consequentemente, dos resíduos de cana-de-açúcar em etanol de segunda geração”, diz Motta.

Isso porque, como ressalta a pesquisadora, as enzimas que atuam na cadeia principal da hemicelulose, como as beta-xilanases e as endo-beta-xilanases, só conseguem ter acesso a ela se as cadeias laterais já tiverem sido removidas. “No caso da produção de etanol, essa nova enzima poderá auxiliar na melhor conversão da hemicelulose em glicose disponível para a fermentação, o que a torna muito interessante comercialmente”, pontua.

Além de apresentar atividade em diferentes substratos, a nova enzima tem uma série de qualidades bioquímicas que a tornam conveniente para o uso em processos industriais. “Ela atua em uma ampla faixa de pH [de 5 a 9] e de temperatura [40°C a 65°C] e, mesmo assim, a atividade relativa permanece acima dos 50%. Isso é interessante porque diversos processos industriais como a fermentação usada para a produção de etanol, por exemplo, ocorrem sob variação de pH e temperatura”, conta.

Outra característica interessante é a necessidade de a enzima ter uma molécula de íons metálicos para que a atividade catalítica seja mantida (metaldependência). “Verificamos que os íons de magnésio foram os que mais influenciaram na atividade da enzima e uma hipótese para isso é que eles ajudam a manter estável a conformação do sítio catalítico da enzima”, explica Motta

Fonte: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

8 de junho de 2021 0 comentários
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Estudo permite aperfeiçoar dispositivos que geram eletricidade a partir de etanol

por jornalismo-analytica 16 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisa conduzida no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e publicada no International Journal of Hydrogen Energy contribui para melhorar a estabilidade de células de combustível a etanol. Esses dispositivos viabilizam um tipo de carro elétrico que não tem tanque de hidrogênio, não precisa de tomada para carregar a bateria e pode ser abastecido em qualquer posto do Brasil.

O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

Segundo produtor mundial de etanol – e o primeiro em se tratando do etanol de cana-de açúcar –, o Brasil tem sabido aproveitar esse combustível renovável, vendido em todos os postos de gasolina do país. A novidade é que, além de encher os tanques dos carros que têm motor de combustão interna, essa rede de abastecimento pode servir para movimentar carros elétricos.

Isso porque o etanol pode ser usado para gerar hidrogênio e, a partir dele, produzir eletricidade. O processo, neutro em emissões de carbono, é integralmente realizado em um único dispositivo: uma célula a combustível de óxido sólido (SOFC, na sigla em inglês), assim chamada porque seu eletrólito é composto por um material sólido, geralmente um óxido.

No carro elétrico a etanol, cujo primeiro protótipo foi lançado pela Nissan em 2016, não há tanques de hidrogênio e as baterias dispensam tomadas para recarregá-las. Em vez disso, há uma célula a combustível a etanol.

Agora, uma pesquisa liderada por Fábio Fonseca, do CINE, deu um passo importante no sentido de melhorar o desempenho dessas células a combustível. “O trabalho aprofunda uma sequência de estudos em que tentamos avançar o uso de etanol em células a combustível de óxidos sólidos”, diz Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

“O impacto que essa tecnologia pode ter no país é gigantesco”, informa o pesquisador à Assessoria de Comunicação do CINE. “Podemos pensar em automóveis que dispensam tanques complexos de hidrogênio e capazes de abastecer em qualquer posto, com carregamento tão rápido quanto encher o tanque de etanol. Podemos ir além e levar eletricidade a comunidades distantes do grid, bastando abastecê-las com o etanol – um carregador denso de energia líquido, renovável e disponível”, completa.

As SOFCs estudadas por Fonseca e colaboradores são formadas por camadas de materiais diferentes que cumprem funções complementares. Duas camadas compõem o ânodo. Na catalisadora, o etanol é transformado em hidrogênio e compostos baseados em carbono. Na eletroquímica, a energia química do hidrogênio é convertida em energia elétrica por meio de reações redox. O processo, contudo, ainda apresenta limitações, principalmente, a formação de depósitos de carbono na célula a combustível, que prejudicam o seu desempenho ao longo do tempo.

Pensando em resolver esse problema, o grupo desenvolveu variantes do material que compõe a camada catalisadora do ânodo, normalmente constituída por um compósito de níquel (Ni) e óxido de cério (CeO2). Os pesquisadores introduziram pequenas proporções de outros elementos (todos metais não preciosos) no óxido de cério e avaliaram o desempenho de cada nova variante como catalisadora da conversão do etanol na SOFC. “Estudamos sistematicamente o uso de elementos dopantes visando melhorar o desempenho e minimizar a dependência de metais preciosos na conversão interna e direta de etanol em eletricidade”, conta Fonseca. “A ideia final é ter estabilidade e evitar a degradação do dispositivo”, completa.

O estudo mostrou que o óxido de cério dopado com zircônio ou nióbio evita os depósitos de carbono sem prejudicar a decomposição do etanol em hidrogênio e mantendo estável o funcionamento da SOFC por, pelo menos, cem horas. Em outras palavras, o material mostrou-se eficiente para transformar etanol em hidrogênio sem gerar efeitos não desejados em células a combustível de óxido sólido.

A pesquisa contou com a colaboração de pesquisadores do Ipen, da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e da Université Grenoble Alpes (França).

 

Fonte: Agência FAPESP

16 de março de 2021 0 comentários
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SP divulga ranking das cidades que mais consumiram etanol, eletricidade, gás natural e derivados de petróleo

por jornalismo-analytica 17 de dezembro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Levantamento, feito com base em dados da ANEEL e a da ANP,  indicou que houve aumento de 17,2% no consumo de etanol hidratado

O Anuário de Energéticos por Municípios do Estado de São Paulo 2020, divulgado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado, mostrou que os derivados de petróleo representaram 48% do total de insumos consumidos pelos municípios paulistas em 2019. Já o consumo de eletricidade, etanol e de gás natural ficou em 26%, 14% e em 12% respectivamente. A Capital paulista ficou em primeiro lugar em termos de consumo.

O levantamento, feito com base em dados disponibilizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), indicou ainda que houve aumento de 17,2% no consumo de etanol hidratado em comparação a 2018, passando de mais de 9,9 bilhões de litros para mais de 11,6 bilhões de litros em 2019. Apenas na cidade de São Paulo o consumo saltou de mais de 2,2 bilhões para mais de 2,6 bilhões litros.

Na sequência, os maiores consumidores de etanol hidratado no estado foram Campinas (378,2 milhões de litros), Ribeirão Preto (308,3 milhões de litros), Guarulhos (270,3 milhões de litros) e Sorocaba (252,1 milhões de litros).

Em termos de energia elétrica, houve pouca variação de um ano para outro: saltando de 132,115 bilhões de kwh, em 2018, para 132,117 bilhões de kwh, em 2019, variação de 0,0013%. O setor industrial foi responsável pelo consumo de 47,1 bilhões de kwh, seguido pelo residencial com 40,5 bilhões de kWh, comercial com 29,4 bilhões de kWh e demais (rural, iluminação pública, poder público, serviço público e consumo próprio) com 15 bilhões de kWh.

O subsecretário de Infraestrutura, Glaucio Attorre, enfatiza que o levantamento anual é uma ferramenta que pode ser usada por gestores municipais com a finalidade de fomentar a elaboração de políticas públicas em parceria com o Estado. “Esse material, ao mesmo tempo identifica os desafios tanto na oferta quanto na demanda de insumos necessários ao desenvolvimento regional”.

Ainda segundo técnicos da Coordenadoria de Energias Elétrica e Renováveis da SIMA, os anos de 2018 e de 2019 apresentaram situações similares em termos energéticos devido entre outras razões, a pequena variação do Produto Interno Bruto (PIB), da inflação e da capacidade produtiva do Estado, culminando nos números apresentados acima.

MUNICÍPIOS PAULISTAS

Entre as cidades que mais consumiram eletricidade destacam-se São Paulo com 20,8% do total (27,5 bilhões de kWh), seguida por Alumínio com 2,8% (3,7 bilhões de kWh), Guarulhos (3,36 bilhões de kWh) e Campinas (3,31 bilhões de kWh) com 2,5% cada, e Santo André com 2,1% (2,8 bilhões de kWh).

Quanto ao Gás Natural, houve uma redução no consumo de 1,3% em relação ao ano anterior, apresentando um consumo em 2019 de 5,5 bilhões de m³. O setor industrial consumiu 4,1 bilhões de m³ (75,1%), o comercial 170 milhões de m³ (3,1%), o residencial 288 milhões de m³ (5,2%) e os demais (automotivo, cogeração e termogeração), 909 milhões de m³ (16,5%).

As cidades que mais consumiram o gás, segundo este último levantamento, foram São Paulo (17,3%), Cubatão (5,8%), Jacareí (5,5%), Santa Gertrudes (5,29%) e Santo André (5,21%).

O documento também apresenta dados de consumo por derivados de petróleo, além das emissões de dióxido de carbono (CO2). Confira o levantamento completo: anuarioenergeticos2019

 

Com informações de Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de SP   <imprensasima@ssrh.sp.gov.br>

Governo do Estado de São Paulo

 

 

 

17 de dezembro de 2020 0 comentários
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Notícias

Etanol se mostra eficiente como solvente no processo de extraição de óleos essenciais

por jornalismo-analytica 22 de janeiro de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Se você nunca ouviu falar de óleos essenciais, certamente já sentiu o cheiro de alguns deles: no perfume que está usando, no aroma daquela comidinha e até no produto de limpeza que deixa a casa cheirosa. Estes óleos são substâncias extremamente concentradas e com capacidade de se evaporar em temperatura ambiente. São extraídos a partir de flores, frutos, sementes, folhas, raízes e outras partes das plantas por diferentes métodos. Mas as técnicas para extração desses óleos essenciais, apesar de já dominadas há mais de 5 mil anos, não são tão simples.

Segundo a pesquisadora Cristina Chiyoda Koshima, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, “industrialmente, os óleos essenciais podem ser purificados por extração com fluídos supercríticos ou por destilação. Na primeira utilização são usadas altas pressões, superiores à atmosférica, o que tem um gasto energético maior. Já por destilação, utiliza-se temperaturas superiores à ambiente. Nesse caso, o óleo essencial pode sofrer algum tipo de degradação ocasionado pela temperatura, gerando um odor desagradável que o descaracteriza”.

Além dessas técnicas, existe outra, a líquido-líquido, que usa solventes, como benzeno, tolueno, entre outros, para extração do óleo. Entretanto, os produtos finais nem sempre podem ser utilizados na indústria alimentícia, por exemplo.

Na sua pesquisa de doutorado, Cristina buscou uma alternativa para essa extração, com o uso do etanol como solvente. Ela testou na extração óleos de eucalipto, cravo e pimenta-da-jamaica, além de bergamota e lavandin.

A pesquisadora conta que as vantagens desse processo e do uso do etanol como solvente são várias. “Nos óleos essenciais analisados a vantagem da extração líquido/líquido é poder fazer na temperatura ambiente de 25 ºC (graus Celsius) a 30 ºC, o que é muito importante para que o produto não sofra nenhum tipo de modificação por conta do calor.” Já a vantagem do etanol como solvente é que, além dos aromas ficarem mais pronunciados, “o óleo essencial purificado com etanol pode ser incorporado em alimentos e bebidas, além dele ser produzido em grande escala no País”.

Cristina afirma que, dentre os óleos estudados, os de cravo e de pimenta-da-jamaica, que contêm uma substância chamada eugenol, foram aqueles que apresentaram os melhores resultados e que esse processo pode ser usado em escala industrial. A eficiência dessa purificação depende de cada óleo.

Com informações de Jornal da USP.

22 de janeiro de 2020 0 comentários
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