Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
Tag:

controle de qualidade

Notícias

Pesquisadores obtêm cartas-patentes de substâncias que atuam na prevenção e tratamento de cáries, placa dental e gengivites

por jornalismo-analytica 14 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), em parceria com UNICAMP, USP, UFOP e Universidade de Rochester, teve suas duas primeiras cartas-patentes concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). As invenções patenteadas consistem em compostos antimicrobianos e anti-inflamatórios que podem ser adicionados a formulações de uso oral para prevenção e tratamento de cáries dentais, inibição da formação da placa dental e gengivites. Os estudos foram realizados por um grupo de docentes que há mais de 20 anos busca descobrir moléculas ativas em produtos naturais, dentre eles o bacupari e a própolis brasileira, que permitiram a identificação das substâncias.

A concessão da carta-patente é a etapa final do processo de proteção da invenção e significa o atendimento de todos os pré-requisitos de patenteabilidade. O trâmite, que no Brasil leva em torno de 10 anos, tem início com o depósito dos pedidos, sendo que o da 1ª patente, “Uso do composto isolado 7-epiclusianona para preparar formulação oral antimicrobiana e formulação oral obtida a partir do composto”, foi feito pela Agência Inova da UNICAMP em agosto de 2006 e a carta foi expedida pelo INPI em julho deste ano. Já o depósito da 2ª patente, “Composição contendo vestitol e neovestitol e seus usos”, foi realizado pela Agência de Inovação da USP, em dezembro de 2012 e a carta foi expedida em setembro de 2019.

O professor aposentado da UNICAMP e visitante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UNIFAL-MG, Pedro Luiz Rosalen, é um dos inventores e acredita que a patente só foi possível devido ao trabalho em conjunto com outras instituições. “O importante é destacar que a pesquisa tem que ser feita com integridade, ética e de forma multidisciplinar. A gente só conseguiu chegar a isso por que nós trabalhamos em no mínimo três instituições”, afirmou. Para ele, a conquista é mais uma satisfação de dever cumprido enquanto pesquisador e professor de uma universidade pública: “a nossa função é gerar conhecimento, nós trabalhamos na formação de recursos humanos de alta qualidade, geramos papers, publicações que representam a entrega da geração do nosso conhecimento à comunidade científica mundial e, reunir tudo isso em uma propriedade intelectual, a patente, que pode agregar valor econômico, além do social, como um fármaco ou medicamento que pode ser colocado no mercado, é fechar um ciclo com êxito, um ciclo que é público. É uma sequência de ganhos em que a Universidade mostra para a sociedade que ela é útil”.

Já o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF/UNIFAL-MG), Masaharu Ikegaki, um dos inventores da 2ª patente, que envolve a própolis vermelha, relembra que tudo começou com uma aluna de iniciação científica que obteve resultados interessantes e a partir daí o docente da USP, Severino Matias de Alencar, e o Prof. Pedro, também iniciaram estudos aprofundados. “Essa formação de recursos humanos talvez seja a mais satisfatória, pois ver onde esses alunos estão, onde eles chegaram, é gratificante. Esse trabalho da própolis vermelha, acho que de todos os trabalhos que eu tenho, é o mais citado. É um artigo muito importante. Fora os desdobramentos, pois há uma outra carta-patente em trâmite derivada desta”, disse.

De acordo com ele, a patente é a oportunidade de recuperar o investimento feito no estudo: “apenas na pesquisa que gerou a patente da própolis vermelha foram investidos mais de 1 milhão de reais e com a patente existe a possibilidade desse investimento voltar e talvez muito maior. Por isso, eu acho que a importância da patente é nesse sentido: de você ter esse produto e poder recuperar o investimento que o governo fez em cima daquela pesquisa”. O Prof. Masaharu explica ainda que com a propriedade intelectual dos compostos até 2032, indústrias farmacêuticas e químicas que possuírem interesse na comercialização das substâncias, terão que pagar royalties para as universidades envolvidas em partes iguais. Tais recursos financeiros poderão ser usados em novas pesquisas, assistência estudantil, bolsas de iniciação científica, entre outros amparos.

Abelhas coletando o exsudato da planta encontrada no mangue que dá origem à própolis vermelha (Crédito da imagem: Bruno Bueno)

 

As invenções

Segundo o Prof. Pedro, produtos naturais ainda são uma das maiores fontes para descobertas de novas drogas, fármacos e medicamentos. “Apenas 30% das descobertas são provenientes de síntese química pura em que pessoas capacitadas produzem uma molécula em um laboratório, testa e ela funciona. 70% vem de recursos naturais”, informou. Por isso, nos últimos 20 anos o grupo de pesquisadores responsáveis pelas primeiras patentes da UNIFAL-MG tem estudado a própolis brasileira, que tem uma diversidade muito grande. “A própolis é uma resina produzida por plantas e coletadas por abelhas e dependendo do lugar onde essa abelha está e visita, você tem a biodiversidade do ambiente, que influencia na composição dessa própolis. Nós passamos a pesquisar o que faz parte dessa resina e de dentro dela nós retiramos substâncias ativas”, explica o docente.

Com experiência em doenças da cavidade oral, a primeira patente se refere ao uso de um composto isolado da Rheedia brasiliensis, planta conhecida com o nome de Bacupari liso, Bacuri ou Bacuripari, como agente microbiano no tratamento e prevenção de doenças. Tal potencial antimicrobiano da 7-epiclusianona lhe confere poder quando utilizado na formulação de produtos para prevenção e tratamento de cáries dentais, inibição da formação da placa dental, gengivites, estomatites e ulcerações.

A segunda patente descreve uma composição de isoflavonas com atividade antimicrobiana e anti-inflamatória passível de ser adicionada a produtos de higiene, cosméticos ou medicamentos. “Nós conseguimos ver várias substâncias químicas ao estudar uma própolis nativa produzida apenas por vegetais do mangue. E o que chamou atenção foram duas moléculas, o vestitol e neovestitol, substâncias que nós vimos que inibem o microorganismo, um mecanismo diferente da primeira patente para higiene oral”, disseram os pesquisadores. De acordo com eles, além de capacidade anti-inflamatória, atuando também contra a gengivite, a composição pode ser adicionada a cremes dentais e enxaguatórios bucais, bem como anti-sépticos e loções hidratantes.

Vale mencionar que as pesquisas também receberam investimentos financeiros das agências de fomento FAPESP, CNPQ e CAPES.

Na UNIFAL-MG todo o trâmite exigido para o registro de propriedade intelectual desenvolvida por servidores docentes e técnico-administrativos e estudantes é acompanhado pela Agência de Inovação e Empreendedorismo (I9/UNIFAL-MG). No site da agência é possível encontrar as informações para realizar o registro de uma patente.

Com informações de Dicom – Unifal/MG.

14 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Instituto Nacional de Metrologia dos EUA premia pesquisador do Inmetro

por jornalismo-analytica 14 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

O pesquisador da Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia, Werickson Rocha, foi o vencedor do MML Accolade 2019, premiação oferecida pelo Laboratório de Medição de Materiais (MML) do Nist, órgão congênere ao Inmetro nos Estados Unidos, a pessoas e equipes que realizam trabalho exemplar em áreas de interesse estratégico da unidade. É a primeira vez que um pesquisador do Inmetro ganha o prêmio.

Rocha venceu a categoria Parcerias Estratégicas, por ter estabelecido uma equipe mutidisciplinar, formada por pessoas de cinco países, para realizar pesquisas de metrologia em diferentes áreas. O projeto envolveu representantes do Inmetro, do Nist e de várias universidades europeias, que além de receberem alunos, ministraram cursos em diversas instituições de ensino e pesquisa.

O programa proporcionou uma oportunidade para intercâmbio científico e colaboração futura entre todos os participantes e permitiu o aprimoramento das capacidades das instituições envolvidas nas principais áreas programáticas metrológicas e de análise de dados. “As ações permitiram que organizações dos diferentes países participantes trabalhassem juntas, desenvolvendo, compartilhando e transferindo as melhores práticas e abordagens inovadoras nos campos da metabolômica, petroleômica, metalômica clínica, metrologia para padrões de pH, alimentos e segurança e autenticação de produtos naturais”, explicou o pesquisador. As atividades realizadas estão alinhadas com as missões do Nist e do Inmetro na promoção da inovação e da competitividade industrial.

Equipe multidisciplinar envolvida no projeto premiado

Equipe multidisciplinar envolvida no projeto premiado

O trabalho resultou em avanços importantes em cinco projetos do Nist e do Inmetro: 1 – Alimentos e produtos agrícolas: caracterização e autenticação; 2 – Petroleômica: Avaliação da adequação de combustíveis alternativos; 3 – Avanços nas medições de pH para aplicações no mundo real; 4 – Metalômica Clínica e Especiação Química em Sistemas Biológicos; 5 – Ferramentas de qualidade de dados para diagnóstico metabólico e clínico.

Dessa forma, essas ferramentas e conhecimento gerados já estão sendo implantadas no Brasil por meio da atuação do Inmetro como suporte às atividades científicas e industriais. O conhecimento obtido no projeto denominado petroleômica poderá ser aplicado, por exemplo, na interpretação de big data para dar insights ao desenvolvimento da produção de óleo e gás no pré-sal.

“Ao descrever os desafios e as realizações da colaboração esperamos que o conhecimento e a experiência adquiridos beneficiem outros institutos e universidades envolvidos em projetos de transferência de tecnologia. Além disso, os estudantes e pesquisadores podem usar o conhecimento obtido nessa cooperação para aumentar a aplicação da metrologia em seus países”, avaliou Werickson.

14 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Métodos moleculares para rastrear contaminações microbiológicas em laticínios

por jornalismo-analytica 13 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Algumas espécies de microrganismos são persistentes no ambiente e sobrevivem a diversos produtos e procedimentos de limpeza.

Por esse motivo, adotar metodologias e abordagens para investigar a origem de uma contaminação pode ajudar na rápida identificação e resolução do problema.

Nesse cenário, novas tecnologias e técnicas moleculares são utilizadas na cadeia de laticínio para a rastreabilidade de fontes de contaminações, permitindo mais velocidade, assertividade e segurança na tomada de decisão, reduzindo custos e implementando processos industriais otimizados e eficientes.

Dado a criticidade do tema, seja para garantir a qualidade e segurança do produto final aos consumidores ou evitar custos desnecessários às empresas, o presente artigo discute as ferramentas que podem auxiliar na rastreabilidade de fontes de contaminações microbiológicas em indústrias de laticínios.

Os métodos moleculares são particulamente úteis no contexto de investigações comparativas e correlações entre estruturas de microrganismos, indicando as possíveis causas, locais de contaminação e métodos para um controle microbiológico eficiente e acessível.

 

TÉCNICAS MOLECULARES NA RASTREABILIDADE

As técnicas moleculares baseiam-se na identificação dos microrganismos a partir do seu DNA/RNA.

O DNA genômico é obtido a partir de uma matriz e existem diferentes técnicas moleculares que podem ser aplicadas. A seleção da técnica mais apropriada depende do que se deseja avaliar, do custo, do rendimento e da reprodutibilidade (LUIZ, 2012).

As técnicas moleculares podem ser utilizadas para o rastreamento epidemiológico de cepas envolvidas em surtos e casos de toxinfecções alimentares, uma vez que possibilitam um resultado em menor tempo e são mais precisas que as técnicas convencionais.

Os agentes patogênicos são isolados na amostra do alimento e os seus perfis genéticos são caracterizados para determinar uma possível associação e definir as causas e rotas de transmissão.

Essas técnicas também podem ser utilizadas em toda a cadeia de produção a fim de identificar a fonte inicial de contaminação e permitir a adoção de medidas de controles efetivas desde o início (DIAS, 2015). Abaixo, algumas técnicas moleculares mais aplicadas à indústria de alimentos:

 

SEQUENCIAMENTO COMPLETO DE GENOMA (WGS)

O sequenciamento de nova geração (NGS, do inglês Next Generation Sequencing) por meio da abordagem shotgun, permite examinar os genomas completos de isolados bacterianos.

O WGS pode, teoricamente, distinguir as cepas que diferem apenas de um único nucleotídeo (SALIPANTE et al., 2015).

No WGS são geradas sequências curtas a partir do sequenciamento de fragmentos aleatórios, as quais são montadas (por análise de bioinformática) formando o genoma inteiro.

O método tem se tornado cada vez mais acessível, em termos de custo; permitido diminuir o tempo de duração do sequenciamento do genoma; e fornecido dados mais detalhados e precisos, quando comparados ao PFGE, o que possibilita rastrear surtos de doenças de origem alimentar em tempo real (SALIPANTE et al., 2015; ALMEIDA, 2016; CDC, 2016).

 

SEQUENCIAMENTO DE AMPLICONS POR NGS

A NGS corresponde a um conjunto de diferentes métodos cujo principal avanço foi a capacidade de produzir milhões de pares de bases em uma única corrida e, também, a redução no tempo de análise e na taxa de erros (CHANG; LI, 2013; SEIFI et al., 2017).

Apesar de cada tecnologia de sequenciamento possuir estratégias diferentes, o NGS pode ser descrito em quatro passos básicos: preparo da amostra, amplificação da biblioteca, sequenciamento e análise dos dados (VARUZZA, 2013).

A preparação de bibliotecas baseadas em amplicons permite que sejam sequenciadas somente as regiões de interesse. Dessa forma, os primers podem ser projetados para evitar ou minimizar a amplificação de pseudogenes (CHANG; LI, 2013).

Os estudos baseados em amplicons geralmente centram-se em marcadores taxonômicos universais, como 16S rRNA (para bactérias), 18S rRNA (para eucariotos unicelulares) ou espaçadores internos transcritos (para fungos), com o intuito de pesquisar a diversidade microbiana e a estrutura da comunidade.

As bibliotecas de amplicons são particularmente úteis no contexto das investigações comparativas, e as correlações entre a estrutura da comunidade e os metadados podem fornecer informações sobre a dinâmica da comunidade e a adaptação dos microrganismos (VINCENT et al., 2017).

 

Com informações de Neoprospecta Microbiome Technologies.

 

13 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Dióxido de cloro ganha destaque em estações de tratamento de água no Brasil

por jornalismo-analytica 12 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A aplicação de dióxido de cloro em estações de tratamentos de água foi relatada pela primeira vez em 1944, na cidade de Niágara, EUA. No mundo, já existem mais de mil estações de tratamento de água que recorrem ao componente químico. Por aqui, no Brasil, passou a ser usado no final da década de 90, certamente em virtude das amplas vantagens que o produto oferece.

O dióxido de cloro apresenta elevado potencial oxidante e desinfetante, além de não formar trihalometanos e ácidos haloacéticos. Pode ainda ser utilizado na oxidação de ferro e manganês e é bastante efetivo no controle de compostos fenólicos causadores de gosto e odor da água. Por ser um produto instável, não pode ser armazenado e deve ser produzido in loco.

No comparativo com o gás cloro, o dióxido de cloro ganha destaque por não se hidrolisar com facilidade – permanecendo na água na forma de gás dissolvido – e assim manter a forma molecular em faixas de pH usualmente encontradas em águas naturais. Trata-se de um gás sintético de cor amarelo-esverdeado, com odor semelhante ao do gás cloro à temperatura ambiente, porém, em baixas temperaturas, pode condensar e ganhar uma cor alaranjada.

Agora vamos à parte prática da aplicação do produto. No primeiro semestre de 2017, a Sabará Químicos e Ingredientes, pertencente ao Grupo Sabará, empresa que oferece ao mercado soluções integradas para o tratamento de águas industriais e saneamento básico, disponibilizou para testes da Estação de Tratamento de Água Rio Descoberto dois geradores de dióxido de cloro.

Tal sistema de tratamento é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 61,5% da população do Distrito Federal, cerca de 2,3 milhões de habitantes. Em seu processo de captação de água bruta do Lago do Rio Descoberto, há sete elevatórias de água tratada, catorze reservatórios apoiados, seis reservatórios elevados e um reservatório de equalização.

Na estação, os equipamentos utilizaram como insumos básicos a mistura de ácido clorídrico e clorito de sódio. A análise dos resultados da aplicação de dióxido de cloro no local foi realizada academicamente pelo engenheiro José Ricardo Pereira Ramos, que atua na Caesb – Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, companhia de tratamento, distribuição de água e saneamento brasileira do Distrito Federal. 

A Caesb realiza desde 1976 diversos programas de amostragem no Lago Descoberto, que destacam a abordagem limnológica na estação, incluindo coletas na superfície e nos pontos de captação, em diferentes profundidades. Esses dados de qualidade da água são complementados por medições de vazão dos principais cursos d’água afluentes.

Durante as décadas de 1980, 1990 e 2000, a abundância total do fitoplâncton, nas proximidades do ponto de captação na barragem, se manteve sempre baixa, refletindo-se em uma biomassa algal total a 1 metro de profundidade, abaixo de 10 μg/L, com média de longo prazo (de 1977 a 2010) igual a 2 μg/L. Porém, a partir do início desta década ficou evidenciado um aumento substancial de algas cianobactérias picoplanctônicas, principalmente nos meses de setembro e outubro, no final da estação seca entrando na transição para a chuvosa. Dessa forma, tornou-se importante a avaliação de alternativas que possam promover inclusive o aumento da carreira de filtração, redução dos níveis de turbidez da água filtrada, otimização da coagulação e floculação pela redução de carga orgânica na água bruta, entre outros.

Foi então que a Superintendência de Operação e Produção de Água (PPA) e a Gerência de Produção Sul (PPAS) fecharam uma parceria com a empresa Sabará Químicos e Ingredientes, com o fim de desenvolver um projeto para utilização do dióxido de cloro como pré-oxidante na estação, visto que esse produto químico gera baixo índice de subprodutos de desinfecção comparado com o gás cloro, além de ser mais efetivo nos processos de oxidação em curto período de contato.

Os resultados com a aplicação de dióxido de cloro como pré-oxidante indicaram que esse produto químico é uma alternativa bastante viável para aumentar as carreiras de filtração da ETA Rio Descoberto, podendo também contribuir, consequentemente, em outros aspectos operacionais importantes, como a redução da frequência e consumo de água e energia elétrica no processo de lavagem de filtros, com possibilidade de melhoria da qualidade da água produzida pela otimização dos processos de coagulação e floculação.

Por fim, cabe ressaltar que o dióxido de cloro é um componente químico que deve alcançar ainda mais notoriedade no mercado, pois é também um poderoso agente oxidante com ampla utilização industrial, largamente utilizado como alvejante na indústria de celulose e papel, farinha e para curtimento final de couro. Com isso, é utilizado para clareamento de tecidos e produtos de palha, na produção de verniz e esmalte, participando ainda da produção de corantes, tinturas, fósforo, explosivos, herbicidas e desfolhantes.

* Lucas Donato é Supervisor Comercial da unidade de negócio Sabará Químicos e Ingredientes, pertencente ao Grupo Sabará, empresa que oferece ao mercado soluções integradas para o tratamento de águas industriais e saneamento básico, garantindo há mais de 60 anos o fornecimento de produtos, equipamentos e serviços.

12 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Desafios sanitários da micotoxina na produção animal

por jornalismo-analytica 11 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A qualidade sanitária das dietas é um ponto determinante e que vem sendo verificado com maior escala e frequência. Ter o controle das matérias primas que serão destinadas para a produção animal é determinante para o desenvolvimento zootécnico e sanitário da produção. Neste sentido, a atenção recai sobre a qualidade do processo, a parte nutricional dos fabricantes, aos cuidados no armazenamento e na produção. Dentre os diversos problemas que desqualificam as matérias primas fornecidas para animais de produção destacamos as micotoxinas.

Micotoxinas são compostos secundários, altamente tóxicos, produzidos por certos fungos ou leveduras, organismos aeróbios, que se desenvolvem em lugares que apresentam baixa disponibilidade de água, em condições de campo, durante o transporte ou durante o período de armazenamento dos alimentos, quando as condições são favoráveis para o seu crescimento.

Cereais colhidos com alto teor de umidade, por exemplo, podem apresentar alto risco de crescimento de fungos na armazenagem. Pelo lado geográfico, regiões em que a umidade é alta e as secagens no campo são precárias ou inexistentes os riscos de contaminação por fungos se tornam bastante significativos.

Há também problemas dentro das propriedades quando a compactação das silagens ou fenos são ruins e consequentemente, aliado à presença de oxigênio, o desenvolvimento destes microrganismos.

Na literatura são descritos mais de 400 tipos de micotoxinas. A maioria produzida por 3 cepas de fungos: Aspergillus spp, Fusarium spp e Penicillium spp, sendo que cada um pode produzir vários tipos de micotoxinas, sendo as mais comuns: Aflatoxinas, Ocratoxina, Zearalenona, Fumonisina e Deoxinevalenol.

As Aflatoxinas, produzidas pelo Aspergillus, encontradas em milho, amendoim, farelo de algodão e sorgo, podem causar danos no fígado, diminuir o desempenho reprodutivo, reduzir a produção de leite, saúde embrionária, defeitos de origem, tumores e diminuir as funções imunológicas, afeta todas as espécies, incluindo o homem, sendo que algumas aflatoxinas podem ser transferidas para o leite e, devido a sua natureza carcinogênica, trazer sérios problemas.

Já a Ocratoxina, produzida por Aspergillus e Penicillium, encontrada em milho, cereais e arroz, pode causar disfunções renais, é imunossupressora e carcinogênica, afeta principalmente aves e suínos. Importante ressaltar que segundo pesquisas, vacas leiteiras contaminadas por Ocratoxina, podem apresentar decréscimo no desempenho, redução na produção de leite, problemas nos rins e levar a óbito.

A Zearalenona, Fumonisina e Deoxinevalenol são produzidas pelo Fusarium sendo que a Zearalenona, com presença comum em milho, trigo, feno e gramíneas, principalmente em temperaturas amenas e de alta umidade, causa problemas no sistema reprodutivo, sendo os principais destaques a baixa fertilidade, retorno ao cio, útero danificado, retenção de placenta, vulva inchada, inflamação de glândulas mamárias e anestro. A Deoxinevalenol (DON), encontrada em cereais e milho, pode inibir a síntese protéica celular, causando baixo desempenho produtivo e pode aumentar a mastite. A Fumonisina pode estar presente em milho e outros grãos, numa época do ano de temperatura mais elevada e quando a atividade de água do alimento é elevada, afeta principalmente equinos, suínos e aves, causando danos ao sistema imunológico, lesões em fígado e rins, edemas pulmonares e pode levar o animal a óbito.

Recentemente pesquisas demonstraram que não só para monogástricos, mas também para ruminantes, as micotoxinas tem um efeito nocivo, impactam a saúde do rúmen, causando perdas produtivas ou mesmo o óbito dos animais. Os danos econômicos da atividade vão desde a perda de matérias primas, diminuição do desempenho do rebanho ou perda do animal, contaminação dos produtos gerados pela produção, contaminação ao homem, até a perda do mercado consumidor e mercado exportador, ou seja, atingem o setor como um todo.

Além da prevenção da contaminação e de crescimento fúngico, em práticas agrícolas e no armazenamento, a detoxicação dos compostos tóxicos produzidos pelos fungos nas matérias primas contaminadas pode ser de diversas formas, como por exemplo tratamento térmico, irradiação, ozonização, extração por solvente, inativação química, acidificação ou pelo uso de produtos naturais como extratos herbais. É importante destacar que o uso de adsorventes de micotoxinas seria quando não houvesse mais possibilidade de detoxificar, soluções utilizadas na dieta ou ração. Isso porque estas soluções aderem à micotoxina e impedem sua absorção no trato digestório, tornando-as inerte e não tóxicas para os animais. Há adsorventes inorgânicos e orgânicos, sendo os principais: silicatos, carvão ativado, produtos de clorofila e derivados de parede celular de levedura. Atualmente no mercado há inúmeras soluções à disposição, desde único componente até misturas, que variam suas inclusões e amplitude de ação. Ideal é que seja utilizado um adsorvente de amplo espectro, o qual irá ter efeito em diversas micotoxinas e eliminar os danos causados por elas.

 

Com informações de Portal DBO.

Autores:

*Jane Gonçalves é Zootecnista e Dra. em Nutrição Animal e gerente técnica da VLN Feed

** Ricardo Fasanaro é Consultor em aditivos nutricionais especializado na área de ruminantes

 

11 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Colaboração entre pesquisadores da USP e Harvard desenvolve bateria feita de gelatina para uso na área médica

por jornalismo-analytica 8 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Uma microbateria inédita desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP e da Universidade Harvard promete levar mais segurança a uma série de dispositivos médicos. Produzida a partir de gelatina vegetal, a tecnologia é menos tóxica que as baterias tradicionalmente utilizadas na área da saúde, feitas de prata ou lítio. O novo dispositivo pode ainda ser ingerido sem riscos ao paciente, em caso de exames e implantes, ou até mesmo descartado em lixos orgânicos e no meio ambiente.

Por serem fabricadas com materiais nocivos aos seres humanos, as baterias convencionais estão entre as principais preocupações dos implantes médicos. “Caso elas vazem dentro do paciente, sérios danos podem ser causados, como a perfuração do esôfago e intestino, além de graves queimaduras. A ideia foi desenvolver uma bateria mais segura e composta por elementos abundantes no meio ambiente”, explica Graziela Sedenho, doutoranda do IQSC e uma das autoras do trabalho.

Revestida de silicone – material totalmente biocompatível, a nova bateria é feita a base de agarose, um biopolímero constituído de açúcar, que pode ser extraído de algas marinhas. Vendido comercialmente como gelatina vegetal, o produto é responsável por manter a estrutura da bateria e foi escolhido por ser amplamente disponível, mecanicamente versátil, seguro para consumo humano, estável à temperatura corporal e de baixo custo. Com cerca de R$ 4, é possível comprar agarose para produzir até 700 microbaterias.

Mais segura e sustentável, a nova tecnologia poderá ser utilizada, por exemplo, para alimentar pílulas ingeríveis em exames de endoscopia, além de biossensores e microchips implantáveis, capazes de avaliar as condições da flora intestinal, detectar bactérias e monitorar os níveis de glicose no sangue. Esses produtos fazem parte de uma nova linha de dispositivos em desenvolvimento que deve ganhar cada vez mais espaço na medicina, uma vez que são menos invasivos e mais precisos que os exames já conhecidos. No futuro, a ideia é que a bateria possa ser aplicada em equipamentos cada vez maiores, como marca-passos e aparelhos eletrônicos em geral.

Como funciona? – Para viabilizar a produção de energia, os cientistas investigaram o desempenho de duas moléculas eletroquimicamente ativas compostas por, principalmente, três elementos abundantes na natureza: carbono, nitrogênio e hidrogênio. Essas moléculas foram sintetizadas em parceria com os pesquisadores norte-americanos e inseridas na gelatina, onde passaram a reagir e gerar eletricidade. “O maior desafio foi identificar compostos seguros para serem utilizados nas baterias e, que ao mesmo tempo, apresentassem propriedades específicas, as quais chamamos de redox. Felizmente, a natureza nos fornece alguns desses compostos. Muitos deles, inclusive, são encontrados nas próprias células dos seres humanos e vêm sendo estudados pelo nosso grupo de pesquisa há mais de 10 anos”, conta Frank Crespilho, professor do IQSC e coordenador do estudo.

Para esse tipo de aplicação, as moléculas devem seguir alguns critérios, entre eles, ser solúvel em água, quimicamente estável, garantindo sua estabilidade, além de apresentar reação química reversível, o que significa que elas devem favorecer o carregamento e o descarregamento da bateria. Embora existam algumas moléculas que atendam a esses requisitos, o estudo precisou superar outro desafio: “Nós conseguimos desenvolver essa bateria com compostos químicos similares aos encontrados no corpo humano”, afirma Sedenho, que passou um ano em Harvard colaborando com os pesquisadores norte-americanos e teve sua pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Os sistemas microeletrônicos utilizados na área médica são projetados para serem alimentados por microbaterias, como é o caso da nova tecnologia feita a base de gelatina, capaz de gerar em torno de 0,75 volts. Essa bateria é pioneira na literatura científica em termos de utilização sustentável de energia para alimentar, de forma segura, dispositivos biomédicos. Os pesquisadores dizem que sua voltagem e corrente elétrica podem ser facilmente ajustadas de acordo com a aplicação pretendida. Com apenas uma carga, a nova bateria é capaz de fornecer eletricidade para um biossensor ingerível por, aproximadamente, 100 horas. “Precisamos aliar eficiência com sustentabilidade”, reitera Crespilho, que também é vice coordenador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) – Polo de São Carlos.

Reconhecimento no exterior – Os resultados obtidos com o novo dispositivo geraram o artigo científico Non-corrosive, low-toxicity gel-based microbattery from organic and organometallic molecules, publicado na Journal of Materials Chemistry A, revista britânica da área de energia. Considerada uma “green battery” (bateria verde) devido a seu caráter sustentável, a tecnologia se encaixa no conceito conhecido como economia circular, processo em que devolvemos um produto utilizado para a sua origem. No caso da bateria desenvolvida pelos pesquisadores da USP e Harvard, ela seria enviada de volta à natureza, local onde os compostos que lhe dão “vida” estão presentes.

Segundo Crespilho, a bateria já está pronta para ser fabricada, partindo do protótipo em funcionamento. Agora, a ideia dos pesquisadores é explorar a utilização de novos compostos cada vez mais baratos e abundantes, além de trabalhar no design e miniaturização da bateria. “Esperamos transferir essa tecnologia para a sociedade o mais breve possível. Já estamos recebendo contatos de algumas empresas visando sua comercialização, ou seja, ela está muito próxima da aplicação no dia-a-dia”, finaliza o professor.

Com informações de Assessoria de Comunicação do IQSC/USP.

8 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

O processamento seguro de leite humano

por jornalismo-analytica 7 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Por ser destinado a um público-alvo dos mais vulneráveis – bebês prematuros hospitalizados –  as medidas de controle e de gestão necessárias são rigorosas. Protocolos integram práticas da área de saúde (como a destinada a pacientes hospitalares) com farmacêuticas, além dos processos tradicionais de tecnologia de alimentos.

O tamanho do “mercado” pode surpreender. Em 2018, foram coletados 213.233,9 litros de leite, vindos de 181.407 doadoras, que foram destinados a 184.207 receptores. Como em todo processo, há perdas e descartes por falhas na qualidade e 159.681 litros foram distribuídos para consumo efetivamente. Quem faz a gestão destes dados e normatização desta cadeia no Brazil é a Fiocruz, dentro da Rede Global de Bancos de Leite Humano. Para obter mais estatísticas sobre os dados de coleta e distribuição veja o relatório da RBBLH.

É importante lembrar que um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um (1) mL já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.

Organizei o raciocínio da gestão desta cadeia com base nas cartilhas e materiais da Fiocruz, para que fique alinhada com a linguagem da indústria:

 

1. A cadeia de fornecimento de leite humano

O fornecimento de leite materno é necessariamente por doação, já que é vedada a comercialização de leite humano.  São lactantes, normalmente de parto recente, com produção excedente, que além de nutrir os próprios bebês, suprem os prematuros hospitalizados. Para se tornar uma doadora de leite materno é preciso realizar um cadastro no banco de leite em uma espécie de homologação, seguida de treinamento.

1.1 Pré-requisitos para as fornecedoras e avaliação continuada

Em analogia aos controles que estabelecemos para a cadeia de leite bovino/bubalino/caprino, são estabelecidos requisitos. No caso, temos a RDC 171/2016 da Anvisa estabelecendo que devem ser consideradas aptas para doação as nutrizes que atendem aos seguintes requisitos:

Estar amamentando ou ordenhando leite para o próprio filho.

• Ser saudável.

• Apresentar exames pré ou pós-natal compatíveis com a doação de leite ordenhado.

• Não fumar mais que 10 cigarros por dia.

• Não usar medicamentos incompatíveis com a amamentação.

• Não usar álcool ou drogas ilícitas.

• Realizar exames (hemograma completo, VDRL, anti-HIV e demais sorologias usualmente realizadas durante o pré-natal) quando o cartão de pré-natal não estiver disponível ou quando a nutriz não tiver feito o pré-natal.

• Outros exames podem ser realizados conforme perfil epidemiológico local ou necessidade individual da doadora, como como HTLV 1 e 2.

Uma vez homologadas, pode haver um descredenciamento, que é resultado dos seguintes requisitos:

Condição de saúde a cada doação.

• Condição do ambiente de coleta do leite.

• Surgimento de patologias ou da utilização de medicamentos incompatíveis com a amamentação.

Ou seja, além da homologação há um “acompanhamento de performance” das doadoras.

1.2 Treinamento das fornecedoras de leite humano

As doadoras passam por um treinamento de boas práticas, que inclui higiene das mãos e mamas, manipulação e esterilização dos frascos e utensílios, bom como identificação. Eu passei por ele e recebi um folheto impresso, juntamente com um “Kit de EPI”, constituído de máscara e touca descartável, além dos frascos esterilizados com etiquetas que irão conter a matéria-prima.

Conforme o caso, principalmente para as nutrizes de primeira viagem, é realizado treinamento sobre técnica de ordenha manual e higiene das bombas extratoras, conforme o caso.

A orientação é que se proceda ao congelamento do leite no freezer doméstico e entre em contato com o banco de leite para que em menos de 15 dias seja coletado. Como o lote mínimo é da ordem de 200 ml e nem sempre é possível fazer todo este volume de extração, as doadoras podem ir “sobrepondo” as camadas no freezer.

Atualmente, 30% do leite humano são perdidos no processo de doação, entre a coleta e o recebimento pelo recém-nascido.

 

2. Captação e transporte do leite humano

Como é difícil conseguir fornecedores em número que supra a demanda, é preciso facilitar e ir até elas. A maioria dos bancos de leite faz coleta domiciliar onde aproveita-se, para, informalmente, fazer uma “auditoria às instalações” da doadora.

Os rótulos das embalagens destinadas à coleta domiciliar devem conter no mínimo as seguintes informações: identificação da doadora, data e hora da primeira coleta.

Os frascos com leite cru que foram congelados no freezer doméstico devem ser transportados de forma que a temperatura máxima não ultrapasse 5ºC (cinco graus Celsius) para os produtos refrigerados e -1ºC (um grau Celsius negativo) para os produtos congelados. O tempo de transporte não deve ultrapassar 6 horas.

Todo transporte é realizado em caixas isotérmicas e com gelo reciclável e controle de temperatura, mantendo assim a qualidade do seu leite. Aliás, uma curiosidade sobre os frascos: por uma questão de custos, usam-se frascos de alimentos de mercado como maionese e café solúvel, que sejam de vidro com tampa rosqueada, pois os frascos hospitalares são muito caros. Essa demanda mobiliza algumas campanhas de mídia, como pode ser visto aqui e aqui. O vidro é um material bastante inerte e esterilizável. As tampas de plástico são preferíveis às de metal, que podem proporcionar migração de metais e vernizes.

 

3. Seleção e classificação no recebimento

O leite doado passará por um processo de seleção e classificação, sendo pasteurizado e, por fim, liberado se atender a todos os requisitos.

3.1 Degelo Para que possa ser amostrado e processado, o produto é descongelado em banho-maria, ou eventualmente, em micro-ondas. A  temperatura final do produto submetido a degelo não deve exceder 5°C (cinco graus Celsius).

3.2 Testes no recebimento

A seleção compreende a verificação de:

a) condições da embalagem;

b) presença de sujidades;

c) cor;

d) off-flavor

e) acidez Dornic.

A classificação compreende a verificação de:

a)período de lactação;

b)acidez Dornic;

c) conteúdo energético (crematócrito).

Os rótulos das embalagens de  leite humano ordenhado cru (LHOC) e do leite humano ordenhado pasteurizado (LHOP) estocado devem conter no mínimo as seguintes informações: identificação da doadora, conteúdo energético e validade.

 

4. Processamento e Pontos Críticos de Controle

A  amamentação de um bebê por outra mãe foi uma prática bastante disseminada pelas amas-de-leite no passado, mas não é recomendada pelas mesmas razões que não é indicado o consumo de leite cru. Contraindicada formalmente pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação cruzada, como é conhecida a prática, traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças infectocontagiosas, sendo a mais grave o HIV/Aids.

A única situação onde está previsto o  o uso de leite cru, é no caso de mãe para o próprio filho, se feito em condições controladas conforme a Norma Técnica  NT 47-18.

É requisito legal que o LHOC coletado e aprovado pelo BLH deve ser pasteurizado a 62,5ºC (sessenta e dois e meio graus Celsius) por 30 (trinta) minutos após o tempo de pré-aquecimento.

Caso o banho-maria não disponha de agitador automático, o funcionário responsável pela pasteurização deverá agitar manualmente cada frasco, sem retirá-lo do banho-maria, de 5 em 5 minutos.

Transcorridos os 30 minutos relativos à letalidade térmica, promover o resfriamento dos frascos até que o leite humano atinja uma temperatura igual ou inferior a 5ºC. O resfriamento dos frascos pode ser obtido através de banho de gelo.

A pasteurização do leite humano deverá ser monitorizada a cada 5 minutos, com registro da temperatura no momento da averiguação. Não se permite oscilação da temperatura superior a 0,5ºC.

A temperatura de pasteurização do leite humano deve ser registrada em planilha específica.

Como os volumes são pequenos, o processo tem características manuais. Não se misturam leites de diferentes nutrizes. Cada frasco tem origem única.  O aquecimento é feito em banho-maria e após atingido o binônimo tempo-temperatura, o leite é colocado em banho de gelo. Menos comum são os banhos automáticos com resfriamento com água gelada, sendo de custo muito elevado.

5. Testes de liberação e estocagem

Basicamente é realizada análise microbiológica de coliformes totais no produto já pasteurizado.

O LHOP deve ser estocado sob congelamento a uma temperatura máxima de – 3ºC (três grau Celsius negativo), por até 06 (seis) meses.

O LHOP liofilizado e embalado a vácuo pode ser estocado em temperatura ambiente pelo período de 1 (um) ano.

 

6. Distribuição e público consumidor

A cadeia de distribuição pode ser bastante curta (bancos de leite geralmente são localizados em maternidades, próximas das unidades neonatais) ou o transporte isotérmico acontecer entre o banco e outro hospital, ou eventualmente, residência.

Há critérios para priorização dos consumidores deste produto tão caro e escasso como por exemplo:

Recém-nato prematuro e/ ou de baixo peso que não estão com reflexo de sucção satisfatório;

Recém-nato com algum tipo de doença infecciosa, preferencialmente êntero-infecções;

Lactentes portadoras de deficiências imunológicas;

Lactentes portadoras de patologias do trato gastrintestinal;

Recém-nascido portador de alergia a proteínas heterólogas;

7. Certificações

Como já citado, quem regulamenta tecnicamente os bancos de leite humano é a ANVISA, através da RDC 171/06. Além de regras de Boas Práticas que são familiares à quem trabalha na indústria, há especificação de metragem mínima dos ambientes e especificações técnicas para toda a cadeia que devem ser seguidas como pré-requisitos. O Programa Fiocruz de Certificação de Qualidade em Bancos de Leite Humano (PFCQ-BLH-SUS) inclui requisitos de qualificação recursos humanos (testes de proficiência), avaliação de equipamentos e instalações, controle de qualidade e processos. Nenhuma legislação para a indústria de alimentos possui uma referência de metragem e construção como a do item 5.3.1.2 da RDC 171. Os bancos certificados devem seguir os requisitos legais e normativos.

Mais referências:

Manual Bancos de leite humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos.

As Normas Técnicas seguem o modelo adotado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)  e estão disponíveis online.

Com informações de Food Safety Brazil.

 

7 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Colaboração entre USP e Unicamp, pesquisa resulta em produto inovador para tratamento odontológico

por jornalismo-analytica 6 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

Próteses dentárias, por fatores individuais, sistêmicos ou tempo de uso, exigem a reconstrução de sua base com materiais chamados reembasadores. Reembasadores poliméricos (resinas + plastificantes ou elastômeros de silicone) têm a função de refazer a superfície da prótese em contato com a gengiva, reduzir forças transmitidas ao osso e são indicados para próteses totais, em paciente com grande reabsorção óssea, ou no processo de cicatrização de implante sem próteses provisórias.

Entretanto, porosidades derivadas de sua formação estrutural e composição facilitam a ocorrência de contaminação microbiana, podendo levar a graves problemas locais como perda, infecções ou atraso na cicatrização dos implantes; dor; desconforto; e doenças graves como endocardite bacteriana, doenças do trato respiratório; infecções orofaríngeas, no esôfago, interferindo no sucesso do tratamento reabilitador, na saúde e na qualidade de vida dos pacientes.

Adicionar potencial antimicrobiano a estes materiais reembasadores traria muitas vantagens para a população, reduzindo risco de doenças oportunistas e o risco de complicações em muitas pessoas, especialmente as imunocomprometidas.

Muitas modificações foram propostas para estes materiais com a incorporação de antimicrobianos culminando no insucesso devido à alterações nas propriedades físico-químicas e mecânicas, que acabaram por inviabilizar o seu uso.

Em artigo de titulo Influence of AgVO3 incorporation on antimicrobial properties, hardness, roughness and adhesion of a soft denture liner,  publicado no prestigioso periódico Scientific Reports-Nature, pesquisadores do  Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia da USP-Ribeirão Preto e do Laboratório de Química do Estado Sólido do IQ-Unicamp, propuseram o uso do nanomaterial vanadato de prata decorado com nanopartículas de prata (AgVO3),  incorporado a um material reembassador.

O material reembasador modificado foi eficiente antimicrobiano nas concentrações de 1% e 2,5% de (AgVO3) apenas para o microrganismo E. Faecalis, e 5% e10% foram efetivos para os microrganismos E. faecalis, P. aeruginosa e C. albicans. (Fig.1)

As vantagens apresentadas pelo AgVO3,  tais como, a não formação de aglomerados, capacidade antimicrobiana, baixo índice de toxicidade e baixa interferência nas propriedades mecânicas, viabilizou seu uso em diferentes concentrações associado a um reembasador resinoso conferindo-lhe ação antimicrobiana, propriedades de adesão, dureza e rugosidade satisfatórias e/ou melhoradas.

Fig.1. Atividade antimicrobiana do AgVO3 decorado com nanopartículas de prata em diferentes concentrações contra diferentes microrganismos. A, E. faecalis; B, C. albicans; C, S. aureus; D, P. aeruginosa. As amostras no topo de cada placa é o controle (0% AgVO3) e no sentido anti-horário temos as concentrações 1; 2,5; 5 e 10%. (Imagem Scientific Report-Nature).

Foi possível demonstrar através deste estudo  que, ao contrário dos vários aditivos que promovem uma alteração negativa nas propriedades dos materiais reembasadores, a incorporação de AgVO3 a um reembasador resinoso, além de melhorar ou inalterar suas propriedades físico químicas ou mecânicas, conferiu-lhe um efetivo potencial antimicrobiano, transformando esta formulação  em um produto inovador para tratamento odontológico promovendo saúde e qualidade de vida aos pacientes. O próximo passo , já em andamento, é o pedido de patente junto as agências de ambas  universidades envolvidas neste programa de pesquisa.

O artigo de autoria de Simone Kreve, Viviane C. Oliveira, Luciano Bachmann, Oswaldo L. Alves [vice-presidente da Regional São Paulo da Academia Brasileira de Ciências] e Andréa C. Dos Reis que deu origem a esta matéria, pode ser lido em https://www.nature.com/articles/s41598-019-48228-8.

As pesquisas colaborativas entre os dois laboratórios, coordenadas na USP-Ribeirão Preto por Andréa Cândido dos Reis e na Unicamp por  Oswaldo Luiz Alves,  foram iniciadas em 2013 e continuam em grande atividade tendo já produzido um relevante conjunto publicações e produtos com elevado potencial de aplicabilidade. Os trabalhos podem ser acessados clicando aqui.

Com informações de LQES NEWS -Ano XVIII – no. 431, 01 de novembro de 2019 (ACR/OLA).

6 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Notícias

Soluções sustentáveis para a agricultura são tema de livro

por jornalismo-analytica 6 de novembro de 2019
escrito por jornalismo-analytica

A agroquímica sustentável e as principais abordagens científicas e tecnológicas que podem ser aplicadas à agricultura atual são destacadas no livro Sustainable Agrochemistry – A Compendium of Technologies (Springer Nature, 2019).

A obra foi editada por Sílvio Vaz Júnior, pesquisador da unidade Agroenergia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, e conta com a participação de especialistas de várias instituições científicas do Brasil e do exterior.

Composto por 12 capítulos, o livro apresenta uma ampla relação de tecnologias para a agroquímica sustentável; por exemplo: semioquímicos para o manejo integrado de pragas, nanotecnologia para liberação lenta de agroquímicos ambientalmente amigáveis e princípios de química verde para a agricultura.

O livro teve a participação de pesquisadores que receberam apoio da FAPESP em seus projetos de pesquisa. Um deles foi Paulo Marcos Donate, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, com o projeto “Síntese e modificações estruturais de derivados de butirolactonas para a obtenção de novos compostos de interesse biológico”. A pesquisa auxiliou no aporte de resultados sobre a síntese “verde” de novas moléculas biologicamente ativas que possam ser aplicadas no combate a pragas agrícolas.

A publicação também apresenta resultados dos projetos “Avaliação do efeito do campo magnético do espectrômetro de RMN em reações químicas monitoradas in situ” e “Desenvolvimento de instrumentação e métodos de RMN no domínio do tempo para análise química, em campo”, ambos coordenados pelo pesquisador Luiz Alberto Colnago, da Embrapa Instrumentação, de São Carlos.

As pesquisas de Colnago subsidiaram a publicação com dados sobre o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias avançadas de análise química de produtos agrícolas, como a ressonância magnética nuclear portátil para o controle de qualidade de oleaginosas, como o grão de soja.

O livro pode ser comprado pelo site da Amazon ou diretamente pelo site da editora Springer Nature.

6 de novembro de 2019 0 comentários
0 FacebookTwitterPinterestEmail
Novos Posts
Posts Antigos

Leia a última edição

permution
Ohaus

Últimas notícias

  • Revista Analytica Ed. 138
  • Revista Analytica Ed. 125
  • Revista Analytica Ed. 124
  • Revista Analytica Ed. 123
  • Revista Analytica Ed. 122
  • Revista Analytica Ed. 121

Inscreva-se na Newsletter

Assine nossa newsletter para receber novas publicações, dicas e muito mais.

Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário.
Carregando
Revista Analytica

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Categorias em destaque

  • Notícias
  • Em foco
  • Eventos
  • Artigo científico
  • Informe de mercado

Redes Sociais

Facebook Twitter Instagram Linkedin
  • Politica de privacidade
    • LGPD
    • COOKIES
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
Revista Analytica
  • Artigo científico
  • Em foco
  • Eventos
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Assine a Revista Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
©2022 All Right Reserved. Designed and Developed by FCDesign