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controle de qualidade industrial

Notícias

A nova dimensão digital na saúde e a promoção médica na indústria farmacêutica

por jornalismo-analytica 4 de outubro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Carlos Pappini – CEO Conecta Médico

A pandemia da Covid-19 alterou a jornada de negócios de praticamente todas as atividades econômicas e na saúde, em especial no canal farmacêutico. Se, por um lado, o distanciamento imposto como meio de desaceleração do contágio acelerou positivamente as vendas de medicamentos no e-commerce, por outro lado, a divulgação dos produtos aos profissionais médicos se tornou um desafio.

A indústria farmacêutica tem na figura do seu representante ou propagandista, nomes tradicionalmente dados aos profissionais que visitam os médicos para promover marcas e divulgar conceitos clínicos dos seus produtos, como a principal mídia de contato com os profissionais da saúde realizados por meio da visita pessoal nos consultórios, clínicas e hospitais.

Mas qual estratégia a ser adotada pela indústria farmacêutica em um momento em que o distanciamento se tornava imperativo e as demandas de compartilhamento de informações e atividades promocionais junto aos médicos continuavam como pilar estratégico aos negócios? Este foi o grande dilema encontrado pelo segmento farmacêutico durante praticamente todo o ano de 2020 e boa parte de 2021. Soluções de visita à distância foram improvisadas por meio de plataformas abertas de streaming para tentar mitigar as perdas do momento, mas com baixos e frágeis meios de controle da efetividade da ação.

Junta-se ao fato esporádico da pandemia, um fenômeno demonstrado no último CENSO 2020 do CFM – Conselho Federal de Medicina, a respeito do  novo perfil do médico no Brasil. Em suma, o profissional médico está mais jovem, mais generalista e mais feminino e possui em média acima de 3 a 4 vínculos empregatícios, que acarretam jornadas desgastantes de deslocamentos e a necessidade de adaptação às políticas operacionais e clínicas de diferentes instituições.

Dentro deste novo cenário e com uma nova dimensão do digital no mercado da saúde, a inovação na forma de promover suas marcas e produtos se torna imperativo à indústria farmacêutica.  Construir alianças em canais digitais onde os médicos transitam e trabalham como, por exemplo, plataformas de telemedicina e estruturar um novo ambiente onde o representante propagandista pode se encontrar à distância com os profissionais da saúde, indo além da simples disponibilidade de um streaming, é a próxima revolução da mídia dirigida  no segmento farmacêutico.

A telemedicina foi regulamentada e cresce mensalmente em volume e aculturamento dos médicos e pacientes. Por outro lado, ambientes digitais associados com ações off-line tornam muito mais baratos e efetivos levar a mensagem aos médicos e profissionais da saúde, sem limites geográficos e barreiras de horário.

Neste novo ambiente, o papel do representante propagandista se amplia. Do contato presencial de visitação aos médicos a entrega de conteúdos científicos e itens de serviços como amostra grátis, agrega-se o canal digital e todas as suas funcionalidades, entre elas o diferencial da velocidade e flexibilidade do digital possibilitando uma abordagem híbrida (on-line to off-line).

O representante propagandista se torna um Curador de Conteúdo Omnichannel, sendo responsável por liderar e gerenciar as atividades junto ao cadastro do seu território, identificando desde os melhores meios de contato e os respectivos horários com cada profissional, até estruturar um repertório de conteúdos aliados às necessidades do médico, adotando cada vez mais um atendimento de alto impacto. O digital neste caminho torna-se um aliado para melhorar os serviços e personalizar as demandas, mantendo uma escalabilidade que reduz o custo e aumenta a satisfação do cliente médico.

Bem-vindo a era do representante propagandista 4.0, o Curador de Conteúdo Omnichannel que vai dinamizar os setores farmacêuticos e da saúde.

4 de outubro de 2021 0 comentários
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Notícias

Descoberta facilita busca por fármaco capaz de sabotar a replicação do SARS-CoV-2

por jornalismo-analytica 19 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) desvendaram detalhes do processo de maturação da principal enzima envolvida na replicação do novo coronavírus, conhecida como 3CL. A descoberta, descrita no Journal of Molecular Biology, facilita a busca de medicamentos capazes de sabotar esse processo logo no início.

“Em um ano e meio de pandemia, já temos, no mínimo, meia dúzia de vacinas em uso clínico, mas nenhum fármaco com comprovada eficácia e segurança. Antiviral é mesmo mais difícil de desenvolver. Porém, ainda que tenhamos bons imunizantes, obter um medicamento para a COVID-19 segue sendo muito importante, caso o vírus escape da vacina”, afirma Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

No artigo, os cientistas descrevem o mecanismo molecular pelo qual a principal protease do SARS-CoV-2 – enzima responsável pela multiplicação do vírus – se autoprocessa, tornando-se ativa para replicar o material genético do patógeno (RNA) dentro da célula hospedeira.

“Quanto mais entendemos o metabolismo do vírus e suas etapas de replicação, mais facilmente conseguimos vislumbrar alvos nesse processo para, então, desenvolver moléculas capazes de travá-lo logo no começo”, diz Gabriela Noske, doutoranda do CIBFar e primeira autora do artigo.

Segundo Oliva, trata-se de um estudo de ciência básica, mas com aplicações imediatas. “Diferentemente do que observamos em outros vírus, como o zika, o dengue ou o da febre amarela, no novo coronavírus a protease não atua de forma monomérica [como uma molécula isolada]. Para que ela se ative e passe a multiplicar o RNA do SARS-CoV-2, ela precisa ser dimérica, ou seja, é necessário um par de cópias da protease para que ela possa cortar a si mesma e às outras proteínas responsáveis pelo metabolismo do vírus dentro da célula”, explica.

Oliva lidera um projeto multidisciplinar, apoiado pela FAPESP, que reúne pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na busca de antivirais para o tratamento de COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/33270/).

Múltiplas etapas

O RNA do SARS-CoV-2 é protegido por um “envelope” formado por lipídios e proteínas – entre elas a famosa spike, ou espícula, que compõe a estrutura de coroa que dá nome à família Coronaviridae. Quando o vírus invade a célula e é englobado por ela, o RNA é liberado da cápsula.

Dentro da célula, o objetivo principal do vírus é se multiplicar. Nessa fase, as proteínas estruturais deixam de ter função fundamental (transporte do RNA e evasão do sistema imune) e entram em cena as chamadas proteínas não estruturais, responsáveis pelo metabolismo viral dentro do hospedeiro.

“O microrganismo precisa fazer cópias de seu RNA. Como ele não tem todos os mecanismos para isso, precisa sequestrar algumas funções da célula invadida. Outras funções metabólicas, específicas do vírus, cabem às proteínas não estruturais, como a protease principal e outras 15 moléculas. Nosso estudo teve como enfoque a protease principal”, conta André Godoy, coautor do artigo e pesquisador do IFSC-USP.

Godoy explica que, enquanto as proteínas estruturais costumam servir de alvo para o desenvolvimento de vacinas, as não estruturais são usadas como referência para os medicamentos antivirais. É o caso dos coquetéis usados no tratamento da Aids, que têm como um dos alvos a protease do HIV.

A descoberta de que a protease principal do novo coronavírus passa por diferentes fases até se tornar madura e, então, favorecer a multiplicação do SARS-Cov-2 na célula infectada só foi possível graças a uma investigação realizada na mais complexa estrutura científica do país.

No ano passado, o experimento realizado por Godoy e a pesquisadora Aline Nakamura inaugurou a primeira estação de pesquisa do Sirius – o acelerador de partículas de última geração que está sendo finalizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (leia mais em: agencia.fapesp.br/34396/).

Em três dias, com auxílio de um potente feixe de luz síncrotron, foi possível determinar a estrutura de mais de 200 cristais de duas proteínas do novo coronavírus. Entre elas estava a protease principal, em várias formas e em complexos com vários ligantes.

“Junto com a spike, a protease principal é a proteína mais estudada no novo coronavírus. O que não se sabia até então era como o SARS-CoV-2 processa duas cópias dessa enzima para criar, na sua estrutura, a região chamada de ‘ciclo ativo’, onde consegue processar as outras proteínas sintetizadas a partir da informação contida no genoma viral. Existem outros tipos de vírus que também têm essa característica, a inovação neste estudo está em entender como isso tudo acontece”, informa Godoy.

Os pesquisadores explicam que, por ser um vírus de RNA, o SARS-CoV-2 já chega na célula pronto para ser transcrito pela organela chamada ribossomo e, desse modo, produzir proteínas não estruturais.

Porém, como ele tem uma única fita de RNA, antes é necessário decodificar todas as proteínas não estruturais (e estruturais) inúmeras vezes. Para isso, ele as produz como uma longa e única proteína (poliproteína), que depois precisa ser quebrada, formando as 16 moléculas responsáveis pelos mecanismos metabólicos.

“Por ser uma estrutura muito mais simples, o RNA do vírus codifica todas as proteínas juntas, coladinhas, como se fosse um longo colar de contas. São produzidas nos ribossomos da célula invadida na forma de uma longa poliproteína, que precisa ser cortada em pedaços. No entanto, existe um problema: quem corta as proteínas é a protease principal, que também está nesse ‘colar de contas’. Portanto, ela precisa dar um jeito de cortar a si própria e, a partir disso, ir clivando as outras”, explica Oliva.

As análises com o feixe de luz síncrotron – um tipo de radiação eletromagnética extremamente brilhante e muito usada em estudos de biologia estrutural – permitiram que os pesquisadores identificassem como a protease principal realiza esse processo. O trabalho revelou que, ao clivar suas duas pontas, a protease principal modifica sua estrutura.

“Além disso, demonstramos que, para o processamento de uma das pontas [denominada C-terminal], a enzima precisa de um parceiro dímero, ou seja, uma proteína igual que consiga clivar a parte da frente. Ela consegue clivar uma ponta sozinha, mas não a outra. Já o parceiro [a outra proteína madura] vai se ligar a essa porção para então clivar o que falta”, relata Godoy.

O processo de maturação da protease principal, explica o pesquisador, permite que ela saia de um estágio em que faz parte de uma longa cadeia de proteínas, consiga se autoclivar na parte N-terminal, encontrar com outra cadeia dentro da célula, formar um dímero e fazer o processamento da porção C-terminal, formando por fim sua estrutura madura e ativa.

Luz no fim do túnel

De acordo com o coordenador do CIBFar, a farmacêutica Pfizer está realizando ensaios clínicos com um medicamento que pode barrar a protease principal, mas em sua fase madura. A farmacêutica Merck também tem um estudo clínico com uma molécula que bloqueia outra proteína não estrutural, chamada polimerase – responsável por sintetizar cópias do RNA viral.

Oliva ressalta que todo fármaco antiviral atua se encaixando em um receptor. “O mundo inteiro está em busca de drogas candidatas que se encaixem na protease, porém, olhando a estrutura da enzima já pronta, madura. O que mostramos é que existem variações de estágios anteriores dessa protease que podem ser alvos mais interessantes para o desenvolvimento de fármacos. É como cortar a erva daninha antes que ela cresça”, conclui.

O artigo A Crystallographic Snapshot of SARS-CoV-2 Main Protease Maturation Process pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022283621003429.

 

FONTE: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

19 de agosto de 2021 0 comentários
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Notícias

Cientistas desvendam estrutura de proteínas essenciais para a divisão celular

por jornalismo-analytica 12 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Agência FAPESP* – Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram desvendar a estrutura de um complexo de proteínas humanas conhecidas como septinas, que são essenciais para a divisão celular e atuam no estágio final desse processo.

Um dos objetivos da pesquisa é entender as consequências de algumas mutações observadas nessas moléculas, que têm sido associadas com doenças específicas, como a infertilidade masculina. Conhecer a estrutura tridimensional das septinas humanas também pode ajudar a entender anomalias relacionadas a enfermidades como Alzheimer, Parkinson e algumas formas de câncer. Pode ainda jogar luz sobre a relação entre o vírus zika e a microcefalia.

O estudo vem sendo conduzido pelo Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), que utilizou a técnica de criomicroscopia eletrônica em vez da tradicional difração de raios X, que requer a formação de um cristal da proteína para a realização do experimento que irá determinar sua estrutura.

A nova técnica apresenta algumas vantagens. Com ela é possível realizar o estudo da molécula em solução, congelando a amostra de forma rápida em uma fina camada de gelo e permitindo, dessa forma, que se observem as posições atômicas e todos os pormenores moleculares em alta resolução.

Coordenado pelo professor Richard Garratt, do IFSC-USP, o trabalho foi publicado no Journal of Molecular Biology. A investigação teve apoio da FAPESP por meio do Projeto Temático “Septinas: estudos comparativos visando correlacionar estrutura e função” e do projeto “EMU: aquisição de microscópio eletrônico de transmissão para criomicroscopia eletrônica de partículas isoladas – estabelecimento de uma instalação aberta de criomicroscopia eletrônica no CNPEM”.

A aluna de doutorado Deborah Cezar Mendonça, que é bolsista da FAPESP, foi a responsável pelo estudo.

Em entrevista à Assessoria de Imprensa do IFSC-USP, Mendonça disse que a técnica usada poderá ser útil para o desenvolvimento de novos fármacos. “As septinas participam de vários processos celulares e têm relação com algumas doenças, só que ainda é muito cedo para sabermos exatamente quais são os mecanismos envolvidos. Para entender a função dessas proteínas, é preciso entender sua estrutura. Dessa forma, podemos compreender como elas se polimerizam, conhecer os detalhes intermoleculares, para depois entender a função e, quem sabe, no futuro poder descobrir se existe alguma relação direta com as enfermidades e entrar em um caminho de aplicação.”

“Com este trabalho, vamos poder, em termos estruturais, entender melhor as anomalias e as engrenagens desse sistema”, acrescentou Garratt.

O artigo An atomic model for the human septin hexamer by cryo-EM pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S002228362100320X?dgcid=author.

* Com informações da Assessoria de Imprensa do IFSC-USP.

12 de agosto de 2021 0 comentários
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Microbiologia

Condições para a Realização do Teste de Esterilidade de um Medicamento Injetável

por jornalismo-analytica 10 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

por Claudio Kiyoshi Hirai

O teste de esterilidade é o teste realizado para detectar microrganismos contaminantes em produtos de uso injetável ou estéril como os colírios, algumas formulações de cremes, pomadas ou loções, sendo que o objetivo deste artigo é enfatizar a importância da realização do teste de esterilidade em instalações apropriadas e desenhadas para este objetivo.

De acordo com as farmacopeias e outros compêndios, a condição de esterilidade de um produto somente deve ser considerada com base no fato que o mesmo tenha sido produzido em ambiente que minimizem a possibilidade da contaminação microbiana, em salas limpas, com ar filtrado com filtros de alta eficiência com porosidade que permitam a retenção dos microrganismos.

As Boas Práticas de Fabricação e Controle normatizam também as condições de realização do teste de esterilidade destes produtos. Obrigatoriamente o teste de esterilidade deve ser realizado sob as mesmas condições da área de produção.

O teste é um ensaio destrutivo, não é possível testar todas as unidades fabricadas, as farmacopeias indicam um critério amostral permitindo que o resultado de uma amostra representativa, submetida ao teste de esterilidade garanta a esterilidade absoluta de um produto.

Outro fator a considerar é que o teste busca proporcionar condições ideais ao desenvolvimento de bactérias, bolores e leveduras. A metodologia não abrange condições que permitam o crescimento de vírus; entretanto, quando da ausência de bactérias e fungos, extrapola-se o resultado negativo também a estes organismos.

O primeiro método oficializado do teste de esterilidade foi na Inglaterra, em 1932, e apresentado na farmacopeia, neste mesmo ano. Este exigia a execução do teste em produtos sob a forma líquida, mediante utilização de caldo peptonado com incubação a 37°C, durante 5 dias, visando à detecção de bactérias aeróbicas.

Em 1936 a USP adotou a mesma metodologia, a qual foi sofrendo inovações posteriores, de modo a aumentar a segurança dos resultados obtidos nesse teste.

Na edição seguinte, o teste foi modificado para permitir o desenvolvimento de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos, bem como microaerófilos.

Na USP XIII, a preocupação se estendeu para detecção de fungos, utilizando-se meio de cultura contendo mel, com incubação de 22 a 25°C, durante 15 dias.

Uma inovação marcante ocorreu no fim da década de 60, com a introdução do método de inoculação indireta da amostra.

Atualmente o método de inoculação pode ser direta ou indireta, e visa a recuperação de bactérias aeróbicas, microaerófilas e anaeróbicas, além de fungos, com incubação por um período de 14 dias.

Como pode ser observado pela evolução da metodologia, a preocupação inerente à melhoria do teste de esterilidade visa verificar com mais segurança a qualidade do processo esterilizante, empregado durante a fabricação de medicamentos estéreis, bem como manipulações assépticas, levando-se em consideração o aspecto probabilístico da esterilização e o risco da contaminação.

Para a realização do teste de esterilidade é importante que as pessoas sejam adequadamente treinadas e qualificadas.

A INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 35 (ANVISA, 2019), informa no Art. 9° que salas limpas e os equipamentos que fornecem ar limpo devem ser classificados de acordo com a versão vigente da norma ISO 14644-1.

Segundo a ABNT ISO 14644-1 salas limpas são ambientes em que a concentração de partículas em suspensão no ar é controlada e classificada, e a qual é projetada e utilizada de maneira a controlar a introdução, geração e retenção de partículas dentro da sala.

Vale ressaltar que o termo “sala limpa” utilizado pela ABNT ISO é equivalente ao termo “área limpa” utilizado pela resolução RDC 301/2019, bem como pela INSTRUÇÃO

NORMATIVA Nº 35 da ANVISA.

Ainda na norma ABNT ISO 14644-1, é definido que a instalação de salas limpas inclui todas as estruturas, sistemas de tratamento de ar, serviços e utilidades. Essas definições em conjunto com o Art. 4° da INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 35 (ANVISA, 2019), que informa que as áreas limpas devem ser mantidas em um apropriado padrão de limpeza e receber ar que tenha passado por filtros de eficiência apropriada.

As áreas limpas são classificadas como grau A, B, C ou D e a diferença entre elas está totalmente relacionada com a concentração de partículas de ar, sendo assim, INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 35 (ANVISA, 2019), recomenda que estes graus estejam relacionados ao tipo de exposição do produto, sendo:

 Grau A: indicado para operações de alto risco, como por exemplo, as áreas determinadas para o envase de medicamentos injetáveis e os testes de esterilidade.

 Grau B: ambientes que circundam as áreas Grau A, isto é, que antecedem as preparações e envase assépticos e a realização dos testes de esterilidade.

 Grau C e D: ambientes que são utilizados para as etapas menos críticas de fabricação de medicamentos injetáveis.

 

(CONTINUA…)

 

 

LEIA O ARTIGO NA ÍNTEGRA EM NOSSA REVISTA DIGITAL AQUI

 

 

 

 

 

 

 

AUTOR: Claudio Kiyoshi Hirai é farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American Society of Microbiology e membro do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.

Telefone: 11 5539 6719 – ​E-mail: técnica@bcq.com.br

10 de agosto de 2021 0 comentários
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Artigo científico

Ponto de Fusão

por jornalismo-analytica 31 de março de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O ponto de fusão pode ser definido como a temperatura em que o primeiro cristal de uma determinada substância começa a se fundir até a temperatura em que o último cristal desaparece, portanto trata-se na verdade de uma faixa de temperatura. No caso de substâncias que fundem com decomposição, o ponto de fusão será a temperatura na qual se inicia a fusão.

 

Esta faixa de temperatura está relacionada ao calor latente de fusão do composto, que é a quantidade de calor absorvida necessária para fundir 1 g do material sólido. Logo, as substâncias com temperaturas altas de fusão têm alto calor de fusão e aquelas com baixas temperaturas de fusão têm um menor calor de fusão.

 

Essas diferenças entre os compostos ocorrem devido aos tipos de ligações presentes em sua estrutura. Por exemplo, o sal cloreto de sódio (material iônico) funde a 801 °C e tem calor de fusão de 124 cal/g. Já a parafina, que apresenta interações mais fracas entre as moléculas, funde a 52 °C e tem calor de fusão de 35,1 cal/g.

 

A propriedade física ponto de fusão é intrínseca ao composto quando ele é puro e por isso é muito utilizada na química orgânica como indicador de pureza e, junto a outras técnicas como Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), para confirmação da identidade e forma polimórfica da substância em estudo.

 

Quanto mais pura a amostra, mais estreito é seu intervalo de fusão (0,5-1,0 °C), com isso podendo ser realizado uma comparação com o resultado obtido experimentalmente contra um padrão de referência da substância em análise, verificação essa frequentemente aplicada na análise de fármacos.

 

No caso de substâncias com possíveis impurezas, o intervalo de fusão se torna maior que o esperado. A presença de impurezas altera as forças de interação entre as partículas da estrutura do material, adotando-se um intervalo com limite de 2 °C para amostras puras.

 

A pureza também pode ser avaliada pela mistura da amostra com a substância padrão, em quantidades iguais, se houver alterações significativas no intervalo de fusão, indica a presença de impurezas ou que os componentes da mistura não são o mesmo composto.

 

Para realização da medida, uma pequena quantidade do material sólido seco e cristalino é, normalmente, empacotado em um tubo fino de vidro (tubo capilar) com uma das extremidades fechadas. Estes capilares de acordo com as farmacopeias devem ter diâmetros externos que variam entre 1,3–1,8 mm e espessuras de parede de 0,1–0,2 mm.

 

Após, é levado ao aquecimento, em que deve haver uma distribuição homogênea do calor para ser observada corretamente a faixa de fusão e obter resultados reprodutíveis, aplicando uma taxa de aquecimento constante de 1 °C/min, salvo se indicado em contrário em alguma monografia em específico.

 

Na maioria das farmacopeias, a temperatura no final do processo de fusão é registrada no ponto C, quando não resta qualquer substância sólida (corresponde ao ponto claro), na Farmacopeia dos Estados Unidos (USP), exige a determinação da faixa de fusão, em que os pontos A (corresponde ao ponto de colapso) e C são usados para determinar a temperatura. A temperatura registrada representa a temperatura do suporte de aquecimento, que pode ser um banho de óleo ou um bloco de metal, no qual o termopar está posicionado.

 

No mercado temos instrumentos digitais automáticos de ponto de fusão onde se utiliza um forno e uma câmera de vídeo para medir a mudança na transmissão de luz em relação à temperatura medida no forno para detectar o ponto de fusão. Essa medição do ponto de fusão é feita digitalmente, reduzindo consideravelmente a influência do operador.

 

Durante o aquecimento, quando ocorre a fusão, a transmissão da luz através da amostra muda: quando o material é sólido e opaco, é transmitida menos luz através da substância. Quando um material é líquido e mais transparente, mais luz é transmitida. Esta alteração na transmissão de luz pode ser determinada facilmente com uma câmera de vídeo e, por conseguinte, é um modo confiável de detectar o ponto de fusão de uma substância.

 

Isto, em poucas palavras, é o que se precisa para determinar o ponto de fusão de modo totalmente automático, sendo que todos os resultados, dados de medição e arquivos de vídeo são armazenados no dispositivo de ponto de fusão e é possível gerar um relatório de laboratório de forma totalmente automática.

Um método alternativo e simples para determinação do ponto de fusão sem equipamentos eletrônicos é utilizando uma vidraria chama tubo de Thiele.

 

Nesta vidraria, um banho de óleo mineral ou de silicone é aquecido por um Bico de Bunsen, sendo utilizado para transferir calor para o tubo capitar onde está presente nossa amostra, o qual fica fixado junto a um termômetro na abertura do tubo.

 

O analista deve observar a mudança de fase da amostra e registrar as temperaturas indicadas no termômetro. Ressaltamos que a metodologia com a utilização de equipamento específicos citados anteriormente, obtemos resultados mais confiáveis, com melhor exatidão e precisão de valores de faixa de fusão.

Algumas fontes de dados como PubChem (base de dados online pública), fichas de informações de segurança de produtos químicos (disponível na internet) e livros como The Merck Index e Handbook of Chemistry and Physics podem ser usados para pesquisar a faixa de fusão do material em estudo e realizar comparações com os resultados obtidos experimentalmente.

 

Referências

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopeia Brasileira. 6. ed.  Brasília: Anvisa, 2019.

ALLEN Jr, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2013.

STRACKE, M. P.; NUNES, I. S. Experimentando a Química Orgânica. 1. ed. Curitiba: Appris, 2017.

ZUBRICK, J. W. Manual de Sobrevivência no Laboratório de Química Orgânica: guia de técnicas para o aluno. 9. ed.  Rio de Janeiro: LTC, 2016.

 

FONTE: CSA Eduacacional – https://csaeducacional.com.br/ 

31 de março de 2021 0 comentários
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Artigo científico

Edição 110 | Resíduos das indústrias de transformação

por jornalismo-analytica 29 de janeiro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O desenvolvimento da população mundial, somado ao aumento do poder aquisitivo da sociedade nos últimos anos tem contribuído para um consumo muito elevado dos produtos industrializados, gerando um volume muito grande de resíduos. Uma parte destes resíduos pode ser reciclada, todavia, é de conhecimento que o percentual de aproveitamento ainda é muito baixo. Observa-se uma grande quantidade de resíduos industriais que não são reciclados, sendo direcionados para aterros industriais causando prejuízos econômicos e impactos ambientais. O reaproveitamento de resíduos não-recicláveis vem crescendo muito nos últimos anos, muitas pesquisas tratam esse assunto que é de grande interesse da sociedade.

Um fato que não corrobora para a implantação de um sistema otimizado de direcionamento dos resíduos é a logística de remoção e transporte, no que tange os custos envolvidos e os interesses econômicos. Uma solução muito viável seria a instalação das indústrias que utilizariam esses resíduos, nas vizinhanças das geradoras de resíduos.

Nos anos de 2010 a 2014 desenvolvi minha tese de doutorado utilizando resíduo sólido de couro para produzir um novo compósito.

A fabricação do couro que ocorre através da transformação das peles de animais em material imputrescível, implica em uma série de etapas denominadas de processos (mudanças ocorridas mediante reações químicas) e operações (etapas mecânicas)[[i]].

Dados estatísticos de uma produção de 3000 couros por dia estão apresentados na Figura 1, números revelam uma quantidade imensa de resíduo sólido gerado nas operações mecânicas.

 

Figura 1: Quantidades de resíduos sólidos gerados em uma planta de Curtimento de Couro.

 

Para esta produção é gerado 4,73 toneladas de resíduos sólidos, considerando a densidade do couro wet blue que é aproximadamente 0,25 g/cm3, obtemos um volume igual a 18,93 m3 de resíduos sólidos, por dia, que até hoje é direcionado para aterros industriais regulamentados e apropriados para receber esse tipo de resíduo.

Este resíduo segundo a ABNT/NBR-10.004 é classificado como classe I perigoso, possui pH ácido e presença de cromo trivalente (Cr+3) em média 3,5%, e de acordo com condições como exposição à acidez excessiva, temperatura e agentes químicos oxidantes pode resultar na produção de cromo hexavalente (Cr+6) que possui elevado potencial de contaminação cutânea e também pode promover alterações celulares causando diversos tipos de cânceres[[i]]. Entretanto, nos aterros regulamentados esse risco é inexistente.

A solução proposta foi utilizar este resíduo juntamente com a borracha natural e negro de carbono para produzir um compósito denominado BN/NF/Couro, com aplicação em pisos e revestimento antiestático (Patente INPI BR102015001534 8). O material foi desenvolvido e caracterizado em variados ensaios físico-químicos, principalmente de lixiviação e solubilização para garantir que o metal cromo ficaria inerte no compósito. O potencial de condutividade apresentado pelo compósito é equivalente a materiais semicondutores, com importante aplicação na dissipação de carga estática [[ii]].

 

A Tabela 1 e a Figura 2 apresenta os resultados de lixiviação e propriedade elétrica do compósito.

Tabela 1: Concentração de metais no lixiviado das amostras

BN/NF/Couro 60 phr.

 

 

Figura 2: Corrente elétrica versus curvas tensão obtida a 273 K e normalizada pelo fator geométrico para os compósitos BN/NF/Couro.

 

Como exemplo do citado anteriormente, a implantação da indústria de produção do revestimento antiestático próximo a regiões de alta concentração de curtumes contribuirá para redução do passivo ambiental, e implementará o setor econômico, destinando este resíduo sem ônus e com perspectiva de valorização, fechando o círculo da cadeia produtiva do couro.

Fonte: https://auin.unesp.br/tecnologias/68/composito antiestatico-produzido-  com-resíduo-industrial-de-couro-

para-aplicação-como-piso-e-revestimento/eng.

[[1]]  ABQTIC. Fazendo das Tripas Couro. Estância Velha: ABQTIC, 1996.

[[1]] MIRANDA FILHO, A. L.; MOTA, A. K. M.; CRUZ, C. C.; MATIAS, C. A. R; FERREIRA, A. P. Cromo hexavalente em peixes oriundos da Baía de Sepetiba no Rio de Janeiro, Brasil: uma avaliação de risco à saúde humana. Ambi-Agua, Taubaté, v. 6, n. 3, p. 200-209, 2011.

[[1]] Ruiz, M. R., Budemberg, E. R., da Cunha, G. P., Bellucci, F. S., da Cunha, H. N. and Job, A. E. (2015), An innovative material based on natural rubber and leather tannery waste to be applied as antistatic flooring. J. Appl. Polym. Sci., 132, 41297, doi: 10.1002/app.41297.

 

Autor:

 

Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz

Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.

 

 

 

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29 de janeiro de 2021 0 comentários
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Notícias

A inativação de vírus similar ao Covid-19 com o uso de películas à base de detergente

por jornalismo-analytica 28 de agosto de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Pesquisadores brasileiros de quatro instituições encontraram uma aplicação inédita para um velho conhecido de uso doméstico, o detergente. Experimentos realizados com substâncias à base desse produtos se mostraram bastante promissores na formação de uma película antiviral para as mãos e superfícies inanimadas, capaz de inativar em poucos minutos um corona vírus semelhante ao da Covid-19, por períodos mais longos do que os sanitizantes, como o álcool, que evapora mais rápido.

A formulação é simples, de baixo custo e fácil de preparar. Os testes foram realizados misturando-se ao detergente um pouco de óleo vegetal, no caso da película para a mão, a fim de tornar o filme mais flexível e diminuir a desidratação da pele. Para superfícies inanimadas, o detergente foi diluído em água. Nos dois casos, o vírus foi inativado em milhares de vezes em até dez minutos.

Como modelo biológico, o estudo usou o coronavírus aviário ACoV, uma vez que pode ser cultivado em laboratório com nível de biossegurança mais baixo do que o exigido para trabalhar com o novo coronavírus, não causa doença em humano e é quimicamente e morfologicamente semelhante ao SARS-CoV-2, causador da Covid-19.

Ambos os filmes foram eficazes contra o coronavírus ACoV, se confirmando como possível alternativa de prevenção à doença, principalmente para a população menos favorecida de países subdesenvolvidos, que não têm acesso a nenhum tipo de sanitizante comercial. Os resultados do estudo também abrem caminho para uma série de possibilidades e aplicações visando mitigar a contaminação por outros microrganismos patogênicos.

A pesquisa envolveu três centros da Embrapa, Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste, localizados em São Carlos (SP), e Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia (SC). O estudo também contou com o apoio do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, do Instituto de Zootecnia (IZ), em Nova Odessa (SP), e de uma aluna de doutorado do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IQSC-USP).

“Acreditamos que a atividade antiviral do filme pode ser atribuída, em grande parte, à ação biocida dos surfactantes – que são os principais constituintes de formulações de produtos de limpeza e higiene pessoal – presentes no detergente”, diz o pesquisador da Embrapa Luiz Alberto Colnago, coordenador do estudo com a pesquisadora Lucimara Aparecida Forato e orientador da doutoranda Cirlei Igreja do Nascimento Mitre.

De acordo com eles, vários agentes biocidas são capazes de inativar o coronavírus de superfícies inanimadas em minutos. No entanto, esses produtos evaporam rapidamente, são inflamáveis, tóxicos ou se tornam ineficientes em curto período e, consequentemente, as superfícies higienizadas podem se tornar uma nova fonte de transmissão, após outra contaminação.

A proposta dos filmes à base de detergente é que eles possam ser aplicados em superfícies inanimadas, como maçanetas, corrimões, lixeiras, portas de vidro, espelhos, entre outras, e nas mãos, como uma eficiente alternativa para impedir a propagação do SARS-CoV-2, especialmente em locais em que são escassas as formas já conhecidas de profilaxia.

Para o virologista José Paulo Gagliardi Leite, diretor da Fiocruz, os resultados dos ensaios são promissores e abrem perspectivas socioeconômicas interessantes e importantes, devido ao baixo custo da solução e a possibilidade de uso para inativar vírus associados a outras doenças. “O filme de detergente pode ser uma alternativa mais barata para a desinfecção de superfícies e higienização das mãos, o que é muito importante para as populações carentes da América Latina e da África”, destaca o diretor que também é pesquisador do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental da Fiocruz.

O biólogo Rodrigo Giglioti, do Instituto de Zootecnia, avaliou a confiabilidade dos dados obtidos nos testes realizados com o filme antiviral e com o controle por meio de um modelo estatístico. Segundo ele, o modelo utilizado (não paramétrico) permitiu fazer a comparação entre as análises feitas e confirmou que os resultados dessas análises são robustos para esse tipo de dados.

A fórmula que funcionou para o vírus aviário

A aplicação do detergente, acrescido de óleo de cozinha ou de água, dependendo do uso, funcionou eficazmente para inativar o coronavírus aviário CoV. Mas embora seja da mesma família do causador da Covid-19, ainda será testado pela Fiocruz contra o SARS-CoV-2.

Em experimento em laboratório, os pesquisadores trabalharam com uma fórmula para aplicação nas mãos usando 20 colheres de detergente para uma colher de óleo, que foi adicionado como plastificante, a fim de melhorar a flexibilidade e reduzir a secagem da pele.

O filme para superfícies inanimadas foi preparado utilizando-se uma xícara de detergente diluído em meia xícara de água.

Em ambos os casos, os ingredientes devem ser misturados para a solução ficar homogênea antes da aplicação. A película protetora para as mãos foi emulsionada até formar uma solução branca a ser aplicada como uma loção e reaplicada conforme necessidade.

O filme para superfície foi aplicado com o auxílio de um pano de limpeza ou esponja de cozinha.

A próxima fase da pesquisa será realizada na Fiocruz, em laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB-3) – ambientes destinados à manipulação de agentes muito patogênicos. “Considerei a originalidade da ideia do pesquisador Colnago muito importante, em especial, pelas características do filme de não ser inflamável e não apresentar riscos para as pessoas. Vamos testá-lo em relação ao novo coronavírus, o SARS-CoV-2 – embora já se possa pensar em resultados promissores”, afirma.

O virologista conta que a equipe da Fiocruz está estabelecendo os protocolos para a realização dos testes no laboratório NB3 e acredita que a nova etapa deva começar em breve. Ele destaca, ainda, a importância da parceria entre as instituições envolvidas no estudo. “A colaboração entre os diversos grupos científicos do País demonstra o intenso esforço nacional para levar à sociedade uma rápida resposta a esse grave problema de saúde pública”, ressalta.

Permanece estável por dias

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem apontado como meios de contaminação mais comuns do vírus o contato pessoa a pessoa e com superfícies, permanecendo de horas a vários dias nessas regiões. Entre as orientações das autoridades de saúde estão a lavagem das mãos com sabonete e a higienização com álcool para impedir a transmissão por contato.

Mesmo assim, essas medidas não são suficientes. Colnago explica que estudos revisados recentemente mostram que o coronavírus permanece infeccioso por até vários dias em superfícies inanimadas à base de plásticos, como PVC, além de outros materiais: teflon, borracha de silicone, látex, avental descartável, aço, alumínio, madeira, papel, vidro, cerâmica.

De acordo com o cientista da Embrapa, o filme seco pode efetivamente manter a capacidade de inativação do vírus de horas a dias, e contribuir para a redução de uso de produtos químicos perigosos e a necessidade de procedimentos frequentes de higienização com os compostos, normalmente dissolvidos na água, gerando grande quantidade de resíduos tóxicos que podem contaminar os ecossistemas.

Já os detergentes, segundo a especialista em imunologia e virologia de aves da Embrapa Cíntia Hiromi Okino, têm altas concentrações de surfactantes, com a capacidade de remover gordura em água, e são capazes de modificar a estrutura das proteínas dos vírus.

“Se os surfactantes modificam as estruturas das proteínas dos vírus que se ligam às células humanas, eles reduzem a capacidade de infecção. Como o coronavírus possui envelope, as substâncias presentes no detergente também podem atuar na camada lipídica, inativando o vírus”, explica a especialista.

Os surfactantes do detergente usado no experimento são o dodecilsulfato de sódio (SDS), também chamado delauril éter sulfato de sódio (SLES) ou laurilsulfato (SLS), que é um conhecido agente desnaturante – que altera a estrutura de uma substância ou de um produto – de proteínas, e alquilbenzeno linear sulfonato (LAS).

Segundo Colnago, os resultados da avaliação da estabilidade química das películas testadas, por espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) de alta resolução, mostraram que os compostos SDS e LAS são altamente estáveis em filme seco depositado em superfície plástica por, pelo menos, sete dias.

“A estabilidade química das películas indica que as propriedades dos compostos, incluindo a atividade antiviral, serão preservadas pelo mesmo período, podendo manter um efeito protetor residual, a ser testado ainda”, afirma.

Coronavírus aviário é modelo para a pesquisa

A pesquisa teve como objetivo investigar a estabilidade química e a capacidade de inativar o coronavírus aviário ACoV, quando exposto a duas películas à base de detergente, em até milhões de vezes e em dez minutos. O estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Embrapa começou em fevereiro, quando a Covid-19 estava se espalhando pelo mundo e já tinha chegado à Europa.

Entre as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde para minimizar a propagação do vírus estavam o uso de sanitização das mãos com álcool (ou álcool gel a 70%) e lavagens frequentes das mãos com sabão. Mas a eficiência desses procedimentos só foi confirmada e publicada no fim de março de 2020.

“Com isso, no Brasil e em todo o mundo começou uma grande procura por álcool 70%, principalmente álcool em gel, que é menos inflamável que o álcool líquido, e esse produto teve demanda repentina muito alta e praticamente desapareceu do mercado e os preços dispararam”, relembra.

O pesquisador relata que foi nesse momento que surgiu a ideia de um agente antiviral que pudesse ser aplicado nas mãos, de fácil acesso, barato e que pudesse manter atividade antiviral, evitando a contaminação por maior tempo. “A primeira ideia que surgiu foi a de mudar o procedimento de lavar as mãos com sabão. Em vez de lavar e enxaguar pensei apenas em passar o sabão nas mãos e não enxaguar, pois aí ficaria uma camada de sabão na pele, o que poderia continuar inativando o vírus por longo tempo”, conta.

Colnago e Forato observaram que a literatura trazia apenas patente com aplicação de loção à base de produtos químicos como filme antiviral, com testes realizados com vírus de gripe e resfriado.

“O que já era bem conhecido é que os componentes ativos (denominados de surfactantes) nos sabões, detergentes e outros produtos de limpeza e higienização são substâncias que têm propriedades antivirais, eficientes contra vários vírus humanos e de animais”, explica Colnago. Então, optaram pelo detergente doméstico, um dos produtos com alta concentração de surfactante, mas que ainda precisava ter a eficiência demonstrada experimentalmente para que pudesse ser divulgado.

O cientista conta que a Fiocruz já tinha manifestado interesse em testar o filme. No entanto, a instituição ainda estava efetuando os procedimentos para cultivar o novo coronavírus em laboratório. Por isso, os pesquisadores usaram um vírus similar ao da Covid-19. Então, Okino sugeriu a utilização do coronavírus aviário como modelo para os testes.

“Propus que o coronavírus aviário fosse usado com o método de isolamento viral em ovos embrionados e de RT-PCR em tempo real, que também é o principal método de diagnóstico da Covid-19. Depois disso, a equipe da Embrapa Suínos e Aves aprimorou, otimizou e conduziu os protocolos experimentais”, conta a especialista.

Colnago esclarece que o uso de microrganismo similar ao alvo do trabalho é comum na ciência. “O uso de um modelo é um procedimento usado na pesquisa quando o vírus que se quer estudar é muito perigoso e não tem laboratório de biossegurança compatível com a sua periculosidade, ou ainda quando não se sabe como cultivá-lo em laboratório. Em inglês, esse tipo de vírus se chama ‘surrogate vírus’”, detalha.

De acordo com Okino, os dois filmes protetores foram aplicados em superfícies plásticas até a secagem completa. Em seguida, adicionou-se o coronavírus aviário em três doses diferentes (alta, média e baixa) por dez minutos. O vírus foi recuperado e inoculado em ovos embrionados de galinha, que serve como um meio de cultura e propicia a multiplicação do microrganismo.

Durante sete dias, os ovos foram avaliados diariamente, verificando-se a mortalidade ou lesões características nos embriões induzidas pelo vírus, ou seja, em busca de indicativos da presença do vírus ativo. Além disso, estimou-se a carga viral no material biológico dos embriões.

“O coronavírus aviário pertence à mesma família do SARS-CoV-2, que é a Coronaviridae. Ambos possuem composição estrutural e química semelhantes. Ainda foi observada resistência parecida entre esses dois vírus. Sob temperatura de 56 graus, o SARS-CoV-2 permanece viável por dez minutos e foi inativado após 30 minutos, enquanto nove estirpes de coronavírus aviários foram inativadas após 15 minutos. Além disso, ambos são estáveis em uma ampla variação de pH (3-10) sob temperatura ambiente”, compara.

Na Embrapa Suínos e Aves, uma cepa vacinal de coronavírus aviário ACoV – popularmente conhecido como vírus da bronquite infecciosa das aves -, mantida na Coleção de Microrganismos de Interesse para Avicultura e Suinocultura (CMISEA), foi exposta a uma superfície previamente revestida com o filme caseiro, em condições anteriormente avaliadas e definidas.

O trabalho intenso de laboratório envolveu, além da pesquisadora Iara Maria Trevisol, a assistente Tânia Alvina Potter Klein e a analista Daiane VossRech, com o apoio a distância de Cíntia Okino. Trevisol atua na área de virologia clássica para aves, com experiência em testes semelhantes para insumos veterinários.

“A capacidade de neutralização da atividade viral foi avaliada inoculando o material em substrato apropriado, complementada pela técnica molecular da quantificação viral por PCR em tempo real. Esse método é amplamente conhecido e utilizado em pesquisas com vírus, animais ou humanos. Por meio desse procedimento, podemos verificar a eficiência do produto, fazendo a avaliação de alterações no substrato, comparando com alterações causadas somente pelo vírus (controle positivo do desafio) ou na sua ausência (controle negativo)”, explica Trevisol.

A fase de testes com o coronavírus aviário foi concluída em julho, mas o grupo continua trabalhando nesse projeto, em testes com outros vírus. Análises adicionais serão realizadas para determinar a vida útil dos filmes propostos em diferentes materiais inanimados, aplicação manual e com diferentes modelos de vírus de desafio.

“Vimos nessa proposta do pesquisador Luiz Colnago a possibilidade de a Unidade colaborar ainda mais para o enfrentamento da pandemia do SARS-CoV-2. Apesar de nossas atividades no laboratório de virologia de aves estarem concentradas em pesquisas com vírus que causam doenças em galinhas, é esperado que os resultados com o coronavírus aviário possam servir de modelo ao coronavírus humano, pois pertencem à mesma família”, declara a pesquisadora.

O estudo está disponibilizado na plataforma multidisciplinar Preprints, dedicada a tornar as primeiras versões de resultados de pesquisa permanentemente disponíveis e citáveis. A plataforma publica artigos originais de pesquisa e análises abrangentes. https://www.preprints.org/manuscript/202008.0410/v1

O uso de vírus similar

A principal vantagem do uso do modelo de desafio ACoV é a natureza não zoonótica desse vírus, ou seja, não infecta humanos, somente galinhas, e pode ser cultivado em laboratório com níveis mais baixos de biossegurança em comparação ao exigido para o novo coronavirus.

Outra vantagem é que o novo filme de detergente pode ser aplicado nas superfícies inanimadas sem remover os anteriores, reduzindo a necessidade de água e dificultando a contaminação do ambiente.

O ACoV foi o primeiro coronavírus a ser identificado. Em 1937, foi encontrado em galinhas com doença respiratória. É um dos vírus mais estudados das últimas décadas, devido ao enorme impacto econômico que causa.

Desafio

Cada teste demora cerca de dez dias entre a preparação, execução dos experimentos e análise dos dados. O primeiro teste mostrou que o filme estava funcionando, mas que também estava sendo tóxico para o embrião, o que dificultava a conclusão dos experimentos.

Colnago relata que somente no sétimo experimento, cerca de 70 dias depois do início, é que se conseguiu as condições em que o filme não era tóxico para os embriões e que ele era efetivo para inativar o ACoV, mesmo em altas doses.

“Além disso, também se avaliou o uso de filme de detergente sem óleo, que poderia ser aplicado em superfície inanimadas de plástico, metais, vidro, maçanetas, corrimões, lixeiras, portas de vidro e espelhos para reduzir o tempo de permanência do vírus de até alguns dias para alguns minutos”, finaliza.

 

Com informações de Embrapa Notícias.

 

28 de agosto de 2020 0 comentários
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Em foco

Seu equipamento nas melhores mãos: calibração de instrumentos na Sartorius

por jornalismo-analytica 26 de agosto de 2020
escrito por jornalismo-analytica

Para garantir a precisão, qualidade e longa vida útil de seus instrumentos é necessário que seu equipamento seja calibrado em intervalos regulares. A expertise da Sartorius em fabricação de equipamentos de precisão não é uma novidade, e quando falamos em calibração não é diferente. Nossos serviços de calibração é internacionalmente reconhecidos e nosso escopo de trabalho se expande além da nossa linha própria de equipamentos, já que nós atendemos todas as necessidades de calibração, incluindo o equipamentos de outros fabricantes.

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26 de agosto de 2020 0 comentários
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Notícias

Nanometrologia: potencial das pesquisas é evidenciado pelo Inmetro

por jornalismo-analytica 25 de agosto de 2020
escrito por jornalismo-analytica
De forma inovadora, pesquisadores do Inmetro gravaram em grafeno, recentemente, a menor marca do Instituto já registrada. A logo foi desenhada em nanoescala, por meio da técnica de feixe de íons de Hélio, no microscópio Orion, instalado na Divisão de Metrologia de Materiais, e único do tipo na América Latina, e visualizada pela técnica de Nanoespectroscopia Raman (TERS, na sigla em inglês). O experimento reflete o nível do desenvolvimento em nanotecnologia alcançado no Inmetro, não só pela capacidade de se escrever dentro da escala nanométrica, mas também pela possibilidade de realizar imagens usando luz visível com resolução de aproximadamente 20 nanometros. Para se ter uma ideia, 20 nm é o mesmo que a unha humana cresce em 20 segundos, ou o equivalente à espessura de um fio de cabelo dividido por 5.000 vezes.
“Para gravar a imagem, nós utilizamos a técnica de microscopia de feixe de íons de Hélio de alta energia, que geram leves defeitos, ou padrões, na estrutura da folha de grafeno. Já a TERS, técnica usada na visualização, foi recentemente desenvolvida e permite a caracterização óptica com alta resolução espacial pela análise de espalhamento Raman. Isso possibilitou revelar os menores detalhes da marca do Inmetro, invisíveis mesmo quando se usavam os melhores microscópios ópticos”, explica o pesquisador Thiago Vasconcelos, um dos envolvidos no projeto.
A marca do Inmetro gravada no grafeno apresenta letras com tamanho da ordem de 200 nm.  Para dar ideia desta dimensão, seria possível escrever um livro de romance inteiro (aproximadamente 15 mil palavras) dentro de uma única letra deste texto ou deste quadrado: □.   O grafeno, usado como “papel” no experimento, é uma folha de 1 átomo de carbono de espessura. Nanomaterial com propriedades que lhe dão superpoderes, como alta condutividade elétrica e térmica, alta resistência mecânica, além de ser muito leve e com uma das maiores áreas superficiais especificas conhecidas, o grafeno pode ser usado na fabricação de baterias mais eficientes para celulares e dispositivos eletrônicos de alta velocidade, por exemplo.
Nanoantenas para a visualização: inovação desenvolvida no Inmetro
Os “defeitos” gerados pelos íons de Hélio de alta energia na estrutura da folha de carbono podem ser vistos pela técnica de espectroscopia Raman. No entanto, mesmo utilizando a mais alta tecnologia em lentes, um sistema óptico apresenta resolução limitada por natureza a aproximadamente 300 nm. Uma forma de burlar este limite é pela utilização de nanoantenas ópticas, que funcionam como pequenas fontes de luz, do tamanho de poucos nanometros. Ao iluminar a amostra ponto a ponto, e muito próximo dela (poucos nanômetros), espera-se que a resolução da imagem gerada seja do tamanho da própria fonte de luz. Esta técnica é chamada de Nanoespectroscopia Raman (TERS, na sigla em inglês).
As nanoantenas ópticas usadas neste experimento foram também desenvolvidas no Inmetro e em cooperação com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e têm propriedade intelectual patenteada no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na China.
Experimento foi tema de artigo publicado em periódico internacional
O vídeo apresenta a comparação entre imagens feitas dentro do limite óptico e pela técnica TERS, ambas adquiridas no Inmetro e recentemente publicadas em um artigo na revista IEEE-JSTQE de autoria dos servidores Thiago Vasconcelos, Bráulio Archanjo e Carlos Achete, e dos bolsistas Bruno Oliveira e William Silva, dentre outros autores (DOI: 10.1109/JSTQE.2020.3008526).
O artigo é uma revisão do desenvolvimento de nanoantenas ópticas realizado no Inmetro desde 2013, o qual contempla quatro pedidos de patentes (dois deles já em abrangência internacional), nove artigos científicos de alto impacto, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado.
Impacto para a sociedade
O Inmetro tem atuado fortemente para dar mais confiabilidade à caracterização do grafeno e de outros nanomateriais, o que é essencial para que o fabricante, por exemplo, determine o nível de defeitos estruturais dos nanoprodutos, aprimorando sua qualidade.
Com o know-how e a respeitabilidade internacional adquiridos, bem como a alta reprodutibilidade na resposta óptica das nanoantenas fabricadas, o Instituto desenvolve uma frente pioneira na metrologia e posiciona o Brasil na dianteira das discussões sobre parâmetros de qualidade de sistemas TERS para a indústria da nanotecnologia nacional.
Com informações de Inmetro Notícias.
25 de agosto de 2020 0 comentários
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