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brasil

Notícias

Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo

por jornalismo-analytica 4 de julho de 2024
escrito por jornalismo-analytica

Biocombustíveis (etanol e biodiesel) são combustíveis produzidos a partir de biomassa. Em 2022, foram produzidos 175 bilhões de litros, sendo 114,2 bilhões de etanol e 60,8 bilhões de biodiesel, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês)[1]. Os biocombustíveis evitaram o consumo de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2022, volume correspondente a 4% da demanda global de petróleo do setor de transportes.

Os EUA são o maior produtor de biocombustíveis do mundo, liderando a produção de etanol (a partir do milho) com 57,5 bilhões de litros, assim como de biodiesel, com 14,5 bilhões de litros. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol (a partir da cana-de-açúcar), com 35,6 bilhões de litros, e o terceiro maior de biodiesel, perdendo a medalha de prata para a Indonésia.

Enquanto o etanol é produzido basicamente a partir do milho ou cana-de-açúcar, cerca de 70% do biodiesel é baseado em óleos vegetais (14% óleo de colza, 23% óleo de soja e 29% óleo de palma) e 25%, em óleos de cozinha reciclados.

Mistura de etanol à gasolina
O Brasil é pioneiro global na produção e implantação de biocombustíveis, combinando com sucesso mandatos de biocombustíveis, incentivos financeiros e requisitos de sustentabilidade para expandir o fornecimento seguro e acessível desses produtos. Os mandatos de mistura de etanol à gasolina começaram para valer em 1975, com o programa Proálcool, e desde então a mistura aumentou progressivamente até o atual requisito de 27%.

Os automóveis flexfuel representam cerca de 90% da frota de veículos leves do Brasil, permitindo que os consumidores escolham misturas mais elevadas de etanol quando os preços do produto são vantajosos. Em 2022, a mistura total de etanol foi de 34% em termos energéticos. Com relação ao biodiesel, a mistura atual ao diesel é de 10%, com aumento planejado para 15% até 2026.

Já nos EUA, o grande boom dos biocombustíveis aconteceu neste século. Entre 2000 e 2012, a produção de biocombustíveis aumentou dez vezes. E, em um esforço para o aumento de participação (e mitigação de preços da gasolina), em 2022, foi aprovado o uso de misturas de 15% de etanol à gasolina. O impacto sobre a utilização do etanol, no entanto, foi limitado, porque apenas algumas bombas conseguiam lidar com a mistura de 15% de etanol.

Como resultado das políticas nesses dois países, os biocombustíveis forneceram 22% da energia de transporte do Brasil e 7% da energia de transporte dos Estados Unidos em 2022.

Os biocombustíveis desempenham um papel importante na redução das emissões de gases de efeito de estufa no setor dos transportes, juntamente com os veículos elétricos, motores mais eficientes, mudanças nos modos de transporte e outros combustíveis limpos, como o hidrogênio.

[1] https://www.iea.org/data-and-statistics/charts/biofuel-production-by-country-region-and-fuel-type-2016-2022

Matéria – Exame, Por Erik Rego

4 de julho de 2024 0 comentários
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Notícias

ONSHORE WEEK TEM ANÚNCIO DE NOVO MAPA DO POTENCIAL TERRESTRE DO PAÍS E EXPECTATIVAS DE CRESCIMENTO DO SETOR

por jornalismo-analytica 26 de abril de 2022
escrito por jornalismo-analytica

WhatsApp Image 2022-04-19 at 19.30.10A indústria brasileira de óleo e gás onshore dedicou uma boa parte desta semana para celebrar os feitos conquistados no setor até aqui, além de traçar os próximos desafios. Diversos representantes de petroleiras independentes que exploram campos terrestres e outros diversos agentes ligados ao segmento de óleo e gás participaram da Onshore Week 2022, que foi finalizada nesta quarta-feira (20), no SENAI CIMATEC, em Salvador (BA). Além de ter marcado o retorno aos grandes eventos presenciais da mercado do petróleo, a Onshore Week trouxe também uma série de perspectivas positivas para a indústria brasileira. No horizonte futuro, a meta desse setor é alcançar o tão sonhado patamar de 500 mil barris produzidos por dia a partir de campos terrestres até 2030. O encontro também trouxe novidades para o segmento, como o anúncio de um novo mapa do potencial onshore brasileiro. O documento está sendo produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e deverá ser lançado oficialmente em maio, conforme revelou durante o evento a diretora de estudos do petróleo, gás e biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges.

“O documento vai trazer um novo olhar sobre o onshore brasileiro. Trata-se de um exercício de revisitar os dados disponíveis, para reavaliar todo o potencial terrestre de óleo e gás do país”, detalhou Heloísa. “Reavaliamos algumas bacias sedimentares nacionais, com foco no onshore, buscando reinterpretar os dados e identificar de forma bem específica quais são os tipos de informações necessárias para termos clareza de todo o nosso potencial”, acrescentou.

A diretora da EPE frisou ainda que acredita que a multiplicidade de atores no setor onshore é um dos pontos que garante a retomada dos investimentos. Além disso, ela também destacou uma característica bem conhecida do segmento de campos terrestres – a capacidade de ser um motor de desenvolvimento regional. “Às vezes, não fica clara a importância do segmento onshore. No entanto, sabemos que esse setor tem um valor fundamental para o desenvolvimento regional e a geração de empregos. Os campos terrestres movimentam uma grande cadeia, composta por indústrias prestadoras de serviços, setor metalmecânico, construção civil, indústria hoteleira, alimentação, entre outros elos”, completou.

WhatsApp Image 2022-04-19 at 18.50.39Outra participante da Onshore Week foi a presidente da distribuidora Potigás, Larissa Dantas, que traçou um elo entre a abertura do mercado de gás natural no país com o desenvolvimento e reaquecimento da indústria onshore nacional. A executiva disse que a Potigás e o setor de distribuição de gás como um todo enxergam com muito entusiasmo o surgimento de uma pluralidade de fornecedores de gás natural no Brasil – muitos deles produtores em campos onshore. No caso específico da Potigás, a empresa celebrou no ano passado um contrato com a PetroReconcavo, conforme noticiamos.

Larissa ressaltou também que o despontar de novas empresas no cenário da indústria já traz consigo a possibilidade de redução de custos para os consumidores – um movimento que deve ser sentido continuamente daqui em diante, segundo a executiva. “Com relação às distribuidoras, a competitividade da tarifa já é relevante para o consumidor final e, daqui a um ano, acreditamos que vamos ter ainda mais competitividade nesse sentido”, previu.

Olhando para os desafios do futuro, o presidente da PetroReconcavo, Marcelo Magalhães, vê uma necessidade de maior agilidade no endereçamento de questões regulatórias, a exemplo da extensão das licenças dos contratos atuais. “Notamos uma enorme boa vontade da ANP, sobretudo das áreas mais experientes, das diretorias e do seu diretor-geral. Também vemos um enorme apoio do Ministério de Minas e Energia. Acho que é preciso sensibilidade e, sobretudo, uma preocupação com que está acontecendo no mundo, de modo a acelerar muitos dos processos. Muito já foi conquistado, mas ainda temos muito a conquistar. E temos pressa”, afirmou.

WhatsApp Image 2022-04-19 at 16.05.48Apesar dos desafios pela frente, Magalhães reconhece que o setor onshore já evoluiu muito nos últimos cinco anos. “Hoje existem várias empresas operando campos relevantes, além de um crescimento relevante da produção nessas áreas. Além disso, também é possível ver empresas independentes, como a PetroReconcavo, fornecendo gás natural para distribuidoras regionais. Já conquistamos muito, mais até do que esperávamos há cinco anos”, completou.

Nessa mesma linha, o advogado Alexandre Calmon, do escritório Campos Melo, que atua há 20 anos dentro da indústria de óleo e gás, também está no time de profissionais que vê o ressurgimento da atividade onshore no país. Durante um painel sobre Integração Upstream e Downstream, ele destacou no entanto que ainda é necessário um avanço na abertura do setor de refino. “Para o desenvolvimento pleno do onshore, é importante que você tenha alternativas e um mercado competitivo de refino e distribuição. Com um mercado aberto, você vai gerar mais alternativas para que esses produtores possam vender seu óleo a preços melhores. Por isso que é tão relevante, para o desenvolvimento do onshore, que a abertura do mercado de refino aconteça de verdade, assim como aconteceu aqui na Bahia, com a venda da RLAM para a Acelen”, opinou.

AS OPORTUNIDADES DE EMPREGO NA INDÚSTRIA ONSHORE BRASILEIRA

Painel voltado para jovens profissionais

Painel voltado aos jovens profissionais do onshore

No encerramento da Onshore Week, foi realizado um painel especial voltado para jovens profissionais da indústria de óleo e gás, discutindo quais são as novas oportunidades que irão surgir a partir da maior atividade dos campos terrestres no país. A gerente de talentos da 3R Petroleum, Camila Prista, lembrou que muitas empresas – como a própria 3R – fizeram aquisições de ativos onshore que eram da Petrobrás. Agora, com essa mudança de titularidade, as novas petroleiras independentes estão em busca de profissionais para fazer a gestão desses campos.

“A 3R foi a empresa independente que mais adquiriu campos de petróleo desinvestidos pela Petrobrás. Por isso, estamos construindo um time para atender a nossa operação. Nosso foco está nas vagas de alta expertise, como engenheiros, geólogos e profissionais geralmente oriundos de óleo e gás. No médio prazo, vamos evoluir também na formação de um time de sucessores, fazendo assim a gestão do conhecimento”, explicou.

A executiva afirmou que as maiores demandas na indústria onshore serão por pessoas qualificadas em diferentes disciplinas de engenharia, geologia e geofísica. Camila avalia que a indústria espera e deseja os profissionais mais atualizados sobre as novas tecnologias e ferramentas. “Esses são os profissionais que estarão um passo à frente para crescer dentro das empresas”, disse.

WhatsApp Image 2022-04-19 at 16.05.48 (2)Em um balanço final da Onshore Week, a diretora-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Karine Fragoso, celebrou o sucesso do evento e diz que os organizadores já esperam realizar uma nova edição no próximo ano. “Estamos muito felizes com a realização da Onshore Week. Só conseguimos realizar esse evento entre dois feriados porque tivemos, de imediato, a aceitação das empresas. Já saímos da aqui pensando na próxima Onshore Week para 2023, ainda maior”, projetou. “Queremos marcar e celebrar as conquistas do onshore brasileiro, que tem esse poder de transformação e multiplicação de oportunidades”, adicionou.

Por fim, Karine lembrou ainda da meta estabelecida no REATE, de elevar a produção terrestre brasileira ao patamar de 500 mil barris por dia em 2030. “Temos esperança de que isso vai acontecer”, finalizou a diretora da ONIP. A Onshore Week foi uma realização do SENAI CIMATEC e da ONIP, com o apoio institucional da ABPIP, da EPE, do Sebrae e da ANP.

Veja abaixo uma pequena galeria com algumas fotos da Onshore Week:

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ONSHORE

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26 de abril de 2022 0 comentários
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Notícias

Brasil pode ser destaque como provedor de soluções de baixo carbono

por jornalismo-analytica 20 de dezembro de 2021
escrito por jornalismo-analytica

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram dia 15, o estudo do Programa de Transição Energética (PTE), que traz um diagnóstico do setor de energia brasileiro, elaborado a partir de debates organizados ao longo deste ano. Autoridades públicas e tomadores de decisão da iniciativa privada participaram dos debates.

Uma conclusão é a de que a transição energética (TE) pode ser um importante impulso para uma economia mais sustentável, com o Brasil tendo lugar de destaque no mundo como provedor de soluções de baixo carbono para outras regiões. “O país já apresenta um setor elétrico majoritariamente renovável que se expande com soluções renováveis extremamente competitivas em termos globais, podendo este ser o vetor para a produção em larga escala de hidrogênio verde”, indica o documento.

Além disso, o Brasil se apresenta como uma das lideranças globais em bioenergia, tendo importante participação de biocombustíveis nos transportes, com o etanol e o biodiesel; e na geração de eletricidade. Também tem capacidade de desenvolver competências em novas formas avançadas de biocombustíveis, entre eles o etanol celulósico, o diesel hidrogenado, o bioquerosene, e biogás/biometano.

A análise revelou que o setor de óleo e gás (O&G) brasileiro é considerado dinâmico e estruturado, com grande expertise técnica, capacidade de investimento e desenvolvimento tecnológico.

A análise do programa mostra tendências e incertezas para o setor, relacionadas ao contexto geopolítico da transição energética, e destaca os efeitos da pandemia de covid-19, que determinou as ações dos países ao redor do mundo.

Mudança climática

O documento reforça ainda a percepção da urgência de mudança climática, ampliando as necessidades por ações ambientais concretas. “A preocupação mundial com as mudanças climáticas se acentuou e as ações e políticas que estão sendo desenvolvidas irão se consolidar, produzindo, ao longo das próximas décadas, uma mudança estrutural na configuração da matriz energética mundial que, sozinha, corresponde por 3/4 das emissões globais.”

Conforme o documento, 72% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil são geradas pelo uso da terra e da agropecuária. Por isso, para os pesquisadores é evidente que o grande desafio para o país alcançar as metas climáticas passa pelo “desenvolvimento de um setor agropecuário de baixo carbono e o controle do desmatamento irregular. Nesse campo, a regulamentação dos créditos de carbono, junto com políticas públicas eficazes para ‘manter a floresta em pé’, pode ter uma contribuição importante”.

O estudo defende também uma forma de “conciliar a dinâmica da recuperação econômica global com a construção de um sistema energético mais limpo e sustentável em um prazo factível para as metas traçadas no Acordo de Paris.”

Demanda

Os desafios para melhorar o bem-estar das demandas dos grandes centros urbanos brasileiros, conforme sugere a análise, podem andar junto com os objetivos climáticos. Como exemplo, citou a eletrificação da frota de veículos pesados, principalmente os ônibus urbanos nos quais os motores elétricos são mais eficientes que os de combustão.

Regulação

Dois pontos foram considerados fundamentais para que as tecnologias disponíveis sejam escolhidas pelo valor que elas agregam à sociedade: o desenvolvimento regulatório e o planejamento. Além disso, é preciso promover a coordenação entre os setores público e privado, permitindo que o país se prepare para as oportunidades e também para as ameaças da transição energética.

“Não existe apenas uma única trajetória no processo de transição energética. Cada país terá que buscar o seu próprio caminho procurando capturar as oportunidades de congregar crescimento econômico e sustentabilidade, ao passo que consolida uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, o Brasil não terá uma agenda para a TE igual à da Europa ou dos EUA, uma vez que, considerando seu parque gerador elétrico renovável e o peso do setor de biocombustíveis, o Brasil já vem, há décadas, realizando a sua transição.”

Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

20 de dezembro de 2021 0 comentários
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Hidrogel, que estoca CO2 no solo, será desenvolvido e testado no Brasil

por jornalismo-analytica 9 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Financiado pela Shell Brasil, projeto envolve diversas instituições de pesquisa brasileiras, e promete ser uma saída para ajudar a mitigar os danos do efeito estufa.

O sequestro de dióxido de carbono (CO2), com soluções baseadas na natureza, é das alternativas mais instigantes entre os esforços para diminuir o efeito estufa na atmosfera. No geral, são tecnologias com grande potencial disruptivo e que poderão abrir frente para uma nova cadeia de valor na captura, uso e armazenamento de carbono. É o caso de um hidrogel, que está sendo desenvolvido no âmbito do Programa Hidrogel, financiado pela Shell Brasil, com recursos da Cláusula de Investimento em P&D dos Contratos de Concessão da ANP, e que envolve diversas instituições da Universidade de São Paulo (USP) sob a liderança do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), além da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Composto por material orgânico, o hidrogel será produzido com moléculas sintetizadas a partir de CO2. Uma vez usado no plantio, os grânulos do produto se degradariam e liberariam o carbono para estocá-lo no solo. Segundo Alexandre Breda, executivo da Shell e vice-diretor do RCGI, o produto será desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir de ácido oxálico e um bio-monômero. O ácido oxálico, por sua vez, será produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a partir do CO2.

Uma vez pronto, o hidrogel será testado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Em paralelo, o Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) irá propor os padrões normativos necessários para a entrada do produto no mercado. O IEE já desenvolve um trabalho focado na produção de documentos normativos para a aplicação global deste tipo de tecnologia, em conformidade com as normais internacionais. O trabalho abrange tanto soluções baseadas na natureza como aquelas que permitem transformar CO2 em produtos químicos de alto valor agregado.

Sumidouro de CO2 – Apontado como um dos principais gases causadores do efeito estufa e das mudanças climáticas, a quantidade de CO2 na atmosfera vem crescendo devido à queima de combustíveis fósseis, principalmente. Estocar o excedente desse carbono é uma ação urgente e recomendada para ajudar a mitigar o efeito estufa. E o solo, que já faz o processo de estocagem, mas de forma natural, tem potencial para ser um grande sumidouro de CO2. É aí que entra o papel da ESALQ nos testes com o hidrogel.

“Além de quantificar a estocagem de CO2, queremos saber quais são os possíveis benefícios do hidrogel para o solo e a planta em condições de clima tropical”, afirma o coordenador da pesquisa, Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, professor do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ. Segundo ele, quando um material orgânico se decompõe no solo, parte do dióxido de carbono gerado fica retido na terra e o restante retorna à atmosfera na forma de gás. “Em condições naturais, aproximadamente 1/3 do carbono fica retido no solo. O que buscamos saber é o quanto do carbono do hidrogel ficará estabilizado no solo em condições tropicais”, afirma.

Somada à estocagem do CO2 pelo solo, o ácido oxálico produzido pelo IPEN terá pegada negativa de carbono no processo de captura. Segundo Thiago Lopes, responsável por esta parte da pesquisa, o CO2 será transformado em ácido oxálico pela rota eletroquímica e/ou foto-eletroquímica. “Por esta rota, a pegada de carbono do ácido oxálico seria negativa. Ou seja, com o uso de eletricidade [ou fótons] de fontes renováveis poderíamos capturar perto de duas moléculas de CO2 para produzir o ácido oxálico.” “Somada à parte agrícola, criaríamos um círculo virtuoso de sorvedouro deste gás de efeito estufa, promovendo o pagamento da dívida histórica de emissões da nossa sociedade”, afirma Lopes.
Relação solo-planta – Outro desafio da pesquisa é avaliar o desempenho do hidrogel na relação solo-planta. A expectativa é que os grânulos do produto, uma vez umidificados, retenham a água e a liberem gradualmente para a planta, o que diminuiria a necessidade de irrigação, aumentaria a absorção de macro e micronutrientes pela planta, além de trazer benefícios para as propriedades do solo.

“O fato de o hidrogel ser biodegradável tem vantagens que vão além da questão ambiental. Uma delas é aumentar a taxa de absorção de micronutrientes, algo que só ocorre na solução do solo. Outra é propiciar condições favoráveis para a proliferação de micro-organismos benéficos no solo, o que potencialmente aumentaria a competição com patógenos causadores de doenças”, afirma Cerri.

Um dos aspectos mais interessantes dessa pesquisa é referente à troca de cátions no solo. Segundo Cerri, boa parte dos elementos que a planta absorve tem carga positiva, ou seja, cátions. No entanto, o solo brasileiro tem pouca carga negativa, o que significa que muitos dos nutrientes com carga positiva acabam não se fixando e se perdendo por lixiviação. “A proposta é usar o hidrogel com argilas para aumentar a carga negativa no solo e assim otimizar a capacidade de troca de cátions”, afirma.

Caberá ao Instituto de Química da UFRGS produzir um hidrogel com essa capacidade. O trabalho está sendo liderado pelo professor Douglas Gamba, do Departamento de Química Orgânica, e prevê o uso do ácido oxálico produzido pelo IPEN, com seus derivados ésteres etílicos, além de produtos de fontes renováveis, como glicerol e/ou poliglicerol e diferentes hidróxi-ácidos carboxílicos naturais. Tal composição resultará em um hidrogel com alta capacidade de absorção e retenção de cátions no solo.

Outra aplicação promissora, que poderá ser estudada mais à frente, é fazer do hidrogel um meio de entrega de xenobióticos nas culturas. Em vez de pulverizar grandes quantidades de pesticidas, por exemplo, os produtos químicos seriam disponibilizados pelo hidrogel, de forma mais efetiva e controlada.

Inicialmente, os testes na Esalq serão feitos em sistemas fechados que propiciam melhor controle dos experimentos. Depois é que se partirá para avaliação em campo. Estão previstos testes com cinco culturas, de ciclos diversos: gramíneas, soja, milho, eucalipto, cana-de-açúcar, por exemplo. Os primeiros resultados deverão sair em menos de dois anos. “Após quatro anos, esperamos ter dados robustos para subsidiar a tomada de decisão sobre o potencial do uso desse hidrogel nos agrossistemas do Brasil.”

 

 

Sobre o RCGI: O FAPESP SHELL Research Centre for Gas Innovation (RCGI) é um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Shell. Conta com cerca de 400 pesquisadores que atuam em 46 projetos de pesquisa, divididos em cinco programas: Engenharia; Físico/Química; Políticas de Energia e Economia; Abatimento de CO2; e Geofísica. O centro desenvolve estudos avançados no uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogénio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2. Saiba mais em: https://www.rcgi.poli.usp.br/pt-br/

 

 

 

9 de agosto de 2021 0 comentários
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ABDAN e Parceiros Lançaram Programa para o Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores do Setor Nuclear de Brasil

por jornalismo-analytica 2 de agosto de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Karla-LepetitgalandO caminho para um maior desenvolvimento do setor nuclear brasileiro é longo e exige múltiplas frentes de batalha. Um fator apontado como vital para o crescimento desse nicho no país é o fortalecimento da cadeia local de fornecedores do segmento. Hoje, a indústria nuclear brasileira ainda é bem dependente de produtos e serviços importados, o que provoca um aumento nos custos de manutenção e operação e elevação dos riscos operacionais, prejudicando a competitividade do setor. Por isso, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) uniu forças com empresas âncoras e entidades ligadas ao segmento de fomento para criar o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Nuclear no Brasil. A iniciativa visa reduzir os custos de aquisição do setor; simplificar processos de fornecimento; e desenvolver condições favoráveis para a indústria alcançar os 8 GW-10 GW propostos pelo governo no Plano Nacional de Energia (PNE 2050).

O programa foi apresentado nessa semana durante a Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E) pela coordenadora do comitê da ABDAN para o desenvolvimento da cadeia produtiva nuclear, Karla Lepetitgaland. A especialista também é coordenadora de P&D e inovação da Eletronuclear. Alguns dos principais pontos do programa serão facilitar a qualificação do fornecedor brasileiro; e treinar pequenas empresas, ajudando a desenvolver uma rede de fornecedores e promovendo sinergias com outros setores. Alguns dos demais pilares do programa serão a promoção à inovação, o suporte à nacionalização de componentes e a expansão do intercâmbio entre os mercados interno e externo, preparando nossas empresas para exportar produtos.

angra 2O programa da ABDAN será dividido em duas fases. A primeira delas acontecerá entre os anos de 2021 e 2022, com foco na realização de estudos sobre o mercado e ações piloto. “Estamos fazendo estudos, levantamentos e diagnósticos para ver como desenvolver esse cluster nuclear. Queremos promover inovação e atrair novos fornecedores de outros setores”, detalhou Karla. A primeira fase do programa já tem dois projetos estabelecidos. Um deles já foi detalhado pelo Petronotícias nesta reportagem – a Arena Tecnológica de Desafios Sebrae e Abdan. Trata-se de um edital com desafios para pequenas empresas que foram propostas por companhias âncoras do setor, como a Eletronuclear, INB e Atech.

O segundo projeto é baseado uma metodologia aplicada pelo Sebrae em outros setores, em parceria com a ABDAN, para identificar assimetrias do mercado e desenvolver a cadeia de fornecedores. “A ideia é começar com um projeto piloto para alavancar a cadeia produtiva nuclear do Brasil, começando pelo fornecimento local no Rio de Janeiro e regiões do entorno, incluindo pequenas empresas. A ABDAN e o Sebrae pretendem fazer mais convergência com outros setores e promover a inovação. Esse projeto piloto vai começar pelo Rio de Janeiro, mas pode ser expandido para outros lugares a depender dos resultados”, detalhou Karla.

angraEsse projeto será dividido em duas fases e terá duração de 24 meses, entre avaliação, planejamento e execução. As pequenas companhias aceitas na iniciativa terão acesso a palestras, oficinas, cursos, visitas técnicas, encontros de negócios e mais de 1.500 horas de consultorias.

“Inicialmente, já levantamos cerca de R$ 500 mil para esse projeto,  Ele abrangerá 200 pequenas empresas da cadeia de suprimentos. Cerca de 80 dessas empresas já fornecem ou pretendem fornecer para o setor, identificadas por companhias âncoras do setor nuclear. Mas ainda temos espaço para mais 120 empresas que poderão ser integradas durante o caminho”, explicou Karla. “Ao final do projeto, esperamos ter resultados perenes, como uma rede de pequenos fornecedores formada, um portal com diversos recursos e treinamentos on-line para fornecedores, e um ambiental virtual para conectá-los com as oportunidades do setor”, acrescentou.

Por fim, a coordenadora do comitê da ABDAN afirmou ainda que alguns dos próximos temas de projetos dentro do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Nuclear no Brasil devem envolver a “abertura de mercado externo para empresas brasileiras” e “qualificação de fornecedores”.

Fonte: Petronotícia

2 de agosto de 2021 0 comentários
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Brasil Amplia Pesquisas no Leito Marinho em Busca de Minerais Preciosos e Terras Raras

por jornalismo-analytica 29 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

yyyyNão é só o petróleo e o gás que interessam ao Brasil no Mar. O país  está ampliando suas pesquisas no leito marinho de olhos bem abertos nos recursos minerais, nas terras raras Os estudos mostram que há muito mais do que petróleo e gás para explorar no fundo do oceano. Esta é a base também de um amplo movimento do governo e da Marinha  e de algumas indústrias mineradoras, que tem como alvo  um enorme e ainda pouco conhecido reduto: o fundo do mar. As primeiras expedições foram dedicadas a explorar as profundezas oceânicas ocorreram nas décadas de 1960 e 1970. No Brasil estas pesquisas feitas pela CPRM vieram bem depois, também com a ajuda da Marinha brasileira.

As expedições internacionais começaram no no Pacífico Norte e encontraram  nódulos de manganês ricos em cobalto, cobre e níquel. A descoberta, porém, ficou apenas no nível científico em virtude de dois fatores básicos, um político e um tecnológico. De início, não havia um acordo sobre qual área da plataforma continental pertencia aCCC determinado país e, em consequência, onde começavam as águas internacionais. As respostas a essas questões só avançaram com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, que estabeleceu os princípios gerais da exploração dos recursos submarinos. Havia também as dificuldades  em relação aos altos custos gerados por equipamentos especiais que ainda eram precários  e precisavam ser modernizados. A evolução tecnológica e a procura crescente por esses recursos foram  tornando a relação custo-benefício mais favorável.

Os equipamentos evoluíram para um Robô submarino usado para prospecção de minérios no fundo do mar. Atualmente,  praticamente todos os minerais e pedras preciosas são explorados no oceano. Nove entre dez diamantes extraídos atualmente vêm do mar que banha o litoral da Namíbia e da África do Sul. No início deste século foram encontrados nas

A segurança é fundamental para garantir as riquezas em solo submarino brasileiro

A segurança é fundamental para garantir as riquezas em solo submarino brasileiro

profundezas grandes depósitos de sulfetos polimetálicos, cuja composição inclui ouro, prata, cobre, ferro e zinco. O potencial brasileiro é imenso. Um litoral de cerca de 7.400 quilômetros, nós temos  um vasto patrimônio submarino a explorar. Hoje, o país ganhou uma ferramenta preciosa: os estudos geológicos feitos pela Petrobrás nos últimos 20 anos na Bacia de Santos.

Esses dados foram reunidos pela empresa, mas  só recentemente passaram a ser divididos com outras instituições brasileiras. O governo federal demonstra interesse na pesquisa mineral marinha, destinando-lhe recursos pelo Programa de Aceleração do Crescimento e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O Brasil já levou  às autoridades Internacionais, que cuidam  do controle da exploração no leito dos mares, os seus primeiros pedidos para desenvolver pesquisas de mineração oceânica. O primeiro deles a ser desenvolvido fica na Elevação do Rio Grande, área de cerca de 3.000 km2 no Atlântico Sul  e deverá envolver um investimento superior a US$ 10 milhões nos primeiros cinco anos. O trabalho no setor ainda depende de ajustes  e   de muito do apoio da Petrobrás e da nossa Marinha. Assim como a estatal esteve envolvida nos últimos 20 anos com as pesquisas sobre a Bacia de Santos, a Marinha dedicou-se nesse período a um programa de investigação da plataforma continental, o Leplac, a fim de pleitear junto à ONU a soberania brasileira sobre a área da plataforma oceânica situada fora da zona econômica exclusiva (a reivindicação foi atendida em 81%). Sófrrf quando todas essas prioridades foram equacionadas é que os cientistas começaram a embarcar para fazer pesquisas geológicas no mar.

A geologia marinha brasileira é bem melhor que no passado. Os equipamentos estão mais compactos e mais acessíveis financeiramente, permitindo que mais universidades possam adquiri-los.  Tanto o Leplac como o pré-sal  foram muito importantes para se chegar ao conhecimento atual. Ele é um dos responsáveis por um programa governamental, o Remplac, criado em 1997, feito para mapear os nossos recursos minerais marinhos nos 4,5 milhões de quilômetros quadrados da plataforma continental brasileira. A iniciativa, coordenada pelo Ministério das Minas e Energia no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, envolve a Casa Civil, 13 ministérios, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais  e o CNPq, além da Marinha,  quinze universidades e de outras instituições federais. Além do Proarea, o Remplac responde pelos grandes projetos de pesquisa de mineração marinha desenvolvidos no Brasil. Dois deles dedicam-se à busca de pedras preciosas: ouro na região da foz do Rio Gurupi, entre o Pará e o Maranhão, e diamantes na costa baiana, na área da foz do Rio Jequitinhonha.

hhhSulfetos polimetálicos depositados a profundidades entre mil e 4 mil metros estão sendo Sulfetos polimetálicos depositados a profundidades entre mil e 4 mil metros estão sendo pesquisados nas águas em torno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, a cerca de 1.000 km de Natal. Ótima fonte de fósforo,  minério já raro em terra e muito usado nas indústrias de fertilizantes e de ração animal, a fosforita, que  é objeto de estudos no litoral da Região Sul. Por ser encontrado em águas rasas, o calcário marinho, pesquisado nos litorais do Nordeste e do Sudeste, já é explorado comercialmente, no Maranhão e no Espírito Santo. Além do Brasil, outros países esperam o sinal verde para ampliar suas explorações, como Alemanha, França, Rússia, Japão, Coreia do Sul, China e Índia, além de um consórcio que reúne Cuba e países do Leste Europeu, que também  aguardam o parecer da ONU quanto às suas solicitações.

Fonte: Petronotícias

29 de julho de 2021 0 comentários
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Minas e Energia Detalha como Será a Chamada de P&D Para Hidrogênio e Vê o Brasil como Grande Exportador da Fonte

por jornalismo-analytica 13 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

Agnes-CostaMMEO Brasil almeja alcançar o papel de protagonista mundial no segmento de hidrogênio. Para tanto, há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas os primeiros passos dessa jornada já foram dados. Como o Petronotícias já antecipou, o Ministério de Minas e Energia (MME) vai lançar um programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltado para essa fonte. Hoje (12), nós detalharemos um pouco como surgiu essa ideia, os prazos e o cronograma dessa chamada e perspectivas do MME com a iniciativa. A entrevistada desta segunda-feira será a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Regulatórios da pasta, Agnes da Costa, que vê o Brasil com um “mega potencial” na área de hidrogênio. “Do lado da demanda, temos uma oportunidade que não podemos desperdiçar. O Brasil tem a sexta maior população e a 12ª maior economia do mundo. Nosso mercado tem escala”, afirmou. “Além disso, o país tem o potencial de ser um grande exportador de hidrogênio. Infraestrutura e logística para exportar já temos”, completou. Para que essa oportunidade se torne em realidade, um dos primeiros passos do país será orientar o uso dos recursos estratégicos de P&D para o desenvolvimento de tecnologias em hidrogênio. “Teremos o ano de 2022 para estruturar essa chamada estratégica [de P&D]. Esperamos receber as primeiras candidaturas de projetos a partir de 2023”, detalhou Agnes. Ela ressalta que o Brasil tem uma grande diversidade energética, abrindo assim muitas possibilidades de produzir hidrogênio a partir de várias fontes. “Esperamos que o setor privado possa trazer sua inventividade para pensar em soluções de negócios ou, talvez, questões muito específicas que ainda faltam para que o hidrogênio seja algo promissor na transição energética”, concluiu.

Antes de falar sobre o programa de P&D em hidrogênio, seria interessante voltar um pouco no tempo e contar-nos um pouco como surgiu o interesse do Brasil nessa fonte.

hidrogenio-verdeComo um dos líderes no tema de transição energética no Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas sobre Energia, o Brasil apresentou dois pactos energéticos, que são compromissos voluntários relativos a esse tema. O primeiro deles foi o Renovabio, que é um compromisso do país já firmado em termos nacionais e que agora ganha uma face mais internacional. O segundo compromisso foi o de hidrogênio, que foi chamado de “Brazilian Hydrogen Energy Compact”.

Nós escolhemos o hidrogênio porque o tema de transição energética para o Brasil é muito importante. O nosso país se posiciona nessa discussão defendendo que a transição energética não é a mesma para todos. Todos os países devem mirar a descarbonização até 2050, mas cada um deve adotar sua própria trajetória, partindo de pontos diferentes. Cada país tem matriz, tecnologias e vantagens competitivas diferentes. Então, a palavra que usamos muito para definir nossa narrativa de transição energética é flexibilidade.

Deparamo-nos com a discussão sobre hidrogênio ganhando força no mundo. Para sair da pandemia, a Europa começou a falar sobre o “European Green Deal”, que é a retomada das atividades econômicas com foco em descarbonização. Com essa discussão, os países europeus começaram a falar de forma mais categórica sobre o hidrogênio. Foi aí que o Brasil apareceu como um forte candidato a ser um grande exportador de hidrogênio verde para a Europa. Começamos a ser muito procurados por esses países, que questionavam se o Brasil tinha interesse em projetos de hidrogênio verde. E, óbvio, temos esse interesse.

Qual será o melhor caminho ou rota tecnológica para o Brasil posicionar-se como um grande produtor de hidrogênio?

BRASÍLIA-DF. 23/10/2017 Fachada do Ministério de Minas e Energia (MME) Foto: Saulo Cruz/MMEO hidrogênio pode ser produzido de diversas fontes energéticas e por diversas rotas. Naturalmente, o ideal é começar pelas rotas mais competitivas para  o país ganhar escala. Essa escolha também pode gerar muita coisa que falta no Brasil – infraestrutura, logística, especificações técnicas, regulações, etc. Quando uma tecnologia ou rota do hidrogênio verde ou de outras cores forem mais competitivas, o mercado já estará criado.

Com base nesse olhar de que devemos fazer o dever de casa para viabilizar o mercado de hidrogênio no Brasil, enxergamos que não discriminaremos nenhum tipo de tecnologia. Temos que usar justamente as que estão mais à mão. Além de também observar qual o interesse dos agentes que já estão no Brasil e querem investir no país.

O governo pode falar qual é sua narrativa e seu olhar no tema de transição energética, mas, no fundo, quem faz essa transição são as empresas e a sociedade. Então, temos que ouvir nossos agentes, porque são eles que estão fazendo seus próprios trabalhos de transição energética.

Com base nisso, temos muitas empresas de óleo e gás no Brasil que já estão reposicionando-se, em nível mundial, como empresas de energia. Elas também vão partir do gás para, eventualmente, chegar a um hidrogênio vindo só de fonte renováveis. No Brasil, já existem consumo e produção de hidrogênio para usos industriais. Então, não partiremos do zero.

E como surgiu a ideia de preparar essa chamada estratégica para projetos de P&D em hidrogênio?

FACHADA-DA-ANEELQuando pensamos naquilo que apresentaríamos no Compact sobre hidrogênio, vimos que o primeiro passo seria consolidar todo o nosso conhecimento sobre hidrogênio. Além disso, devemos proporcionar a contínua criação de conhecimento sobre essa fonte. O mundo ainda está na etapa de desenvolver tecnologias para tornar o uso do hidrogênio renovável mais factível e competitivo. Com base nisso, desenvolvemos nosso pacto energético em alguns pilares.

O primeiro seria contribuir para orientar o uso dos recursos estratégicos de P&D, que já existem nos setores elétrico e de óleo e gás, também para o desenvolvimento de tecnologias em hidrogênio. Na resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de fevereiro, foi a primeira vez que nos posicionamos para orientar as agências reguladoras para temas que consideramos estratégicos para a política energética [o Petronotícias publicou sobre essa resolução, como você pode ler aqui].

Com base nesse Compact, estamos conversando com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para que elas, juntas, criem uma chamada estratégica para projetos em hidrogênio. Não será, necessariamente, a mesma chamada estratégica, porque essas agências têm estruturas de governança distintas. Mas, de qualquer forma, essa chamada estratégica sairá [do papel] ao mesmo tempo.

Poderia detalhar um pouco mais sobre a parte de financiamento e o calendário dessa chamada?

hidrogenioEstamos sendo procurados por organismos multilaterais, órgãos de fomento de outros países, que dizem que querem muito ajudar o Brasil com hidrogênio verde ou de outras cores. Uma das nossas ideias, que já estamos discutindo com as agências, é que nessa chamada estratégica nós tenhamos uma parte do funding para os projetos vindo desses organismos que tem recursos a fundo perdido para projetos de demonstração.

Com isso, com esse recurso a fundo perdido, talvez podemos atrair o setor privado para apresentar mais projetos. Então, além de obrigações contratuais [com P&D] que as empresas já possuem, poderemos ver outras companhias apresentando projetos por meio de suas interações com as agências reguladoras.

Teremos o ano de 2022 para estruturar essa chamada estratégica. Conversamos bastante sobre isso com a Aneel, que tem bastante experiência na estruturação de chamadas estratégicas. Então, demora um tempo até decidir qual será o melhor formato dessa chamada e o que será ofertado. Esperamos receber as primeiras candidaturas de projetos a partir de 2023.

O que eu posso dizer é que esperamos que o setor privado possa trazer sua inventividade para pensar em soluções de negócios ou, talvez, questões muito específicas que ainda faltam para que o hidrogênio seja algo promissor na transição energética.

Gostaria de ouvir os motivos que despertaram o interesse do MME em priorizar investimentos de P&D na área de hidrogênio.

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Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque

No ano passado, com a Covid-19, tivemos que fazer duas medidas provisórias (950 e 998) pensando em trazer alívio tarifário para os consumidores. Naquela ocasião, vimos que havia bastante recurso de P&D subutilizado. Ou seja, as empresas têm obrigação de aplicar esses recursos, mas não estavam conseguindo executar tudo. Então, daí veio a preocupação do ministro [Bento Albuquerque, de Minas e Energia] de orientar melhor o uso desses recursos. Sabemos do aprendizado dos últimos 20 anos para os programas regulatórios de P&D das agências regulatórias. Ainda assim, o ministro orientou que deveríamos pensar na priorização desses recursos.

Reunimos estudos feitos no âmbito do projeto Energy Big Push, que possuem algum mapeamento de onde estão os investimentos em inovação em P&D no setor de energia. Além disso, olhamos o Plano Nacional de Energia 2050, que cita tecnologias disruptivas e transição energética.

Com base nessas informações, que ainda não são completas mas já são um indicativo, conseguimos ver que transição energética é uma discussão que veio para ficar. Este é um movimento que temos que fazer no Brasil também, embora nossas matrizes sejam super limpas comparadas com o resto do mundo. Nesse sentido, vale a pena orientar a aplicação de recursos em algumas fontes energéticas que temos no Brasil. Foi assim que apareceu também o tema do hidrogênio.

Por fim, seria interessante ouvir sua avaliação do potencial do Brasil na área de hidrogênio.

hidrogenio-verde-750x375-1-550x275O Brasil tem uma mega potencial. Nós temos os recursos energéticos para produzir hidrogênio. Temos dois potenciais muito interessantes. Pelo lado da oferta, o nosso potencial é muito grande. Não devemos restringir-nos a nada. Graças a Deus, somos um país bastante abençoado em termos de diversidade energética.

Do lado da demanda, temos outra oportunidade que não podemos desperdiçar. O Brasil tem a sexta maior população e a 12ª maior economia do mundo. Nosso mercado tem escala. Temos indústria de fertilizantes, petroquímica, entre outras. O Brasil tem tudo para poder construir [o setor de hidrogênio]. Temos a demanda local, que pode ser grande. Além disso, o país tem o potencial de ser um grande exportador de hidrogênio. Infraestrutura e logística para exportar já temos.

Então, eu vejo com muito bons olhos o potencial do Brasil em hidrogênio. Por isso que é legal pensarmos, desde o começo do nascimento dessa indústria do hidrogênio energético, em como permitir o pleno desenvolvimento desse potencial.

Fonte: Petronotícia

13 de julho de 2021 0 comentários
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Estudo Avança no Entendimento da Vassoura-de-Bruxa, Doença que Derrubou a Produção de Cacau no Brasil

por jornalismo-analytica 13 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

A doença conhecida como vassoura-de-bruxa foi o motivo da maior crise já ocorrida na cacauicultura brasileira. Causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, essa enfermidade provoca deformação, apodrecimento e morte nas partes afetadas dos cacaueiros, que adquirem a aparência de vassouras velhas – daí o nome que lhe foi dado. Endêmica na região amazônica, a vassoura-de-bruxa propagou-se pelo sul da Bahia em 1989. Como decorrência, o Brasil, que chegou a ser o segundo maior produtor mundial, com safras de mais de 400 mil toneladas de cacau em meados da década de 1980, teve sua produção reduzida para cerca de 100 mil toneladas na década de 2000.

Os impactos foram desastrosos – tanto no âmbito econômico, com a queda de receita e o endividamento dos fazendeiros; quanto na escala social, com o desemprego massivo dos trabalhadores antes ocupados nas fazendas; e na esfera ambiental, pois o cacau, por ser cultivado à sombra de remanescentes da floresta Atlântica, era um importante fator para a preservação desse bioma.

Várias iniciativas foram adotadas desde então. Mas o problema não está resolvido. Plantas sadias coexistem, lado a lado, com plantas doentes. A Bahia perdeu a primazia, sendo superada pelo Pará como principal Estado produtor do país. E o Brasil fechou o ano de 2020 com uma produção total de 250 mil toneladas, ficando em sétimo lugar no ranking mundial.

Um estudo realizado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP) e na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), com parcerias no país e no exterior, traz agora novas e importantes informações sobre o processo de infecção pelo M. perniciosa. Os resultados foram divulgados no periódico New Phytologist.

“Demonstramos, pela primeira vez, que o fungo sintetiza o hormônio citocinina. E esse hormônio, direta ou indiretamente, altera o equilíbrio hormonal da planta, levando ao crescimento excessivo dos tecidos infectados. Ocorre nesses tecidos algo semelhante a um câncer, que modifica o metabolismo e drena a energia da planta, competindo com a produção dos frutos e o crescimento das raízes. Por essa razão, a vassoura-de-bruxa debilita e leva à queda na produtividade dos cacaueiros”, diz o engenheiro agrônomo Antônio Figueira, professor titular do Cena-USP e coordenador da pesquisa.

“Até agora, as perdas na produção de cacau eram atribuídas, principalmente, à podridão dos frutos. O hormônio citocinina é reconhecido por induzir a formação de drenos metabólicos em plantas e esta parece ser a estratégia do patógeno, que, possivelmente, usa a citocinina para promover o aumento de biomassa no tecido onde ele reside. Depois, ao ocorrer a morte desse tecido infectado, o fungo oportunisticamente se utiliza da matéria seca vegetal para crescer e se reproduzir”, acrescenta o pesquisador.

Esses novos conhecimentos têm impacto direto nas estratégias de manejo da doença, nas quais o papel da inibição provocada pelo fungo no crescimento das raízes vinha sendo ignorado. Por outro lado, a recomendação de remover os ramos infectados, denominada poda fitossanitária, deve ser mantida e ampliada de forma a minimizar a ocorrência de drenos metabólicos.

Modelo de estudo

Como explica Figueira, o cacaueiro é uma árvore perene, que inicia seu florescimento e frutificação somente dois anos após o cultivo. Isso dificulta muito as análises genéticas. Além disso, devido ao seu porte, as investigações sobre a fisiologia vegetal tornam-se bastante limitadas. Esses são os motivos pelos quais poucos avanços foram alcançados empregando diretamente o cacaueiro em estudos mais controlados sobre a infecção e o desenvolvimento da enfermidade.

“Para contornar essas dificuldades, no trabalho agora publicado, utilizamos uma espécie vegetal de pequeno porte e rápido crescimento também suscetível à infecção pelo mesmo fungo, o tomateiro micro-tom”, relata.

O micro-tom desempenha nas pesquisas botânicas um papel análogo ao dos camundongos em estudos de biologia humana ou medicina. É um modelo vegetal com somente 15 centímetros de altura e um ciclo de vida, de semente a semente, de apenas 90 dias. “O professor Lázaro Peres, da Esalq-USP, coautor do artigo, tem-se dedicado ao uso do micro-tom em vários estudos. E possui uma coleção de linhagens contendo diversos genes mutantes e transgênicos, inclusive uma série de mutantes com alterações para síntese ou percepção de hormônios vegetais”, conta Figueira.

“Como o fungo da vassoura-de-bruxa infecta o tomateiro, e se suspeitava que, ao infectar, provocasse um desequilíbrio hormonal, investigamos uma série de mutantes, com genes de síntese ou percepção de hormônios, para saber quais não apresentariam sintomas ou seriam mais suscetíveis ao fungo. Assim, detectamos que o mutante deficiente para a citocinina não apresentava sintomas, o que indicava o envolvimento desse hormônio no aparecimento de sintoma”, explica o pesquisador.

E detalha. “Confirmamos esse envolvimento por meio de diversas abordagens: quantificando as citocininas nos tecidos infectados e no micélio do fungo; aplicando hormônios sintéticos para simular os sintomas da doença; empregando inibidores sintéticos de percepção do hormônio para reverter os sintomas da doença; e usando uma linhagem transgênica que expressa um gene-repórter dirigido por um promotor induzido por citocinina. Também analisamos, por sequenciamento, a expressão de genes marcadores de sinalização por citocinina. Todos os ensaios confirmaram o papel do hormônio na patogênese da vassoura-de-bruxa.”

Fonte: FAPESP

13 de julho de 2021 0 comentários
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Cogen diz que Usinas de Biomassa Podem Adicionar 1,8 MIil GWh de Energia no Brasil Ainda Este Ano

por jornalismo-analytica 5 de julho de 2021
escrito por jornalismo-analytica

newton-duarteDiante do cenário de crise hídrica e baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste do país, as usinas de cogeração a biomassa podem ser uma alternativa para o fornecimento de energia no Brasil. De acordo com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), o setor pode adicionar até 1,8 mil GWh de energia ainda em 2021, a partir de julho. A entidade afirma também que esse volume pode chegar a 3,5 mil GWh em 2022 e que essa quantidade adicional vai além dos contratos vigentes nos mercados regulado e livre. Os dados fazem parte de um novo estudo feito pela Cogen em parceria com a União da Indústria da Cana de Açúcar (UNICA).

“Só em 2022, poderíamos gerar o equivalente e a um hidrelétrica de 800 MW em capacidade instalada”, disse o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte. “A complementariedade às hidrelétricas é justamente uma das características da cogeração movida a bagaço da cana. A produção das usinas ocorre justamente no chamado período seco das hidrelétricas, entre abril e novembro”, acrescentou. Duarte explicou que é justamente nesses meses, quando as hidrelétricas não conseguem armazenar água, que as usinas a biomassa atingem seu pico de produção.

cogeracao-energia-696x355O estudo da Cogen em parceria com a UNICA afirma que o setor de biomassa poderia contribuir para elevar a oferta energética e mitigar as dificuldades causadas pela escassez de chuvas no Brasil, que derrubaram os níveis de reservatórios das hidrelétricas do subsistema Centro-Oeste/Sudeste (responsável por 70% da energia armazenada no país). Durante a produção da pesquisa, foram realizadas sondagens com algumas das principais usinas de cana-de-açúcar, que responderam se teriam condições de ampliar a oferta no atual cenário de escassez de energia hídrica.

“É válido lembrar que a cogeração a biomassa de cana-de-açúcar tem contribuído para uma economia de 15 pontos percentuais no nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que representa o principal mercado consumidor do país”, complementou o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho.

canaAtualmente, a cogeração no Brasil contabiliza 627 usinas, que somam 19,01 GW de capacidade instalada. O volume equivale a cerca de 11% da matriz elétrica brasileira (175,7 GW) e ultrapassaria em 35,7% a capacidade instalada da hidrelétrica de  Itaipu (14 GW). A maior parte da cogeração brasileira vem a partir do bagaço da cana-de-açúcar (62,4%). Enquanto isso, o gás natural responde por uma fatia de 16,6%. Em terceiro, com 14%, está o licor negro (subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose). Outras fontes completam o ranking.

Ainda de acordo com a Cogen, a cogeração em operação comercial no Brasil teve um incremento de 115,3 MW de fevereiro maio desse ano, entre novas usinas e ampliações de capacidade instaladas. No ranking por estados, São Paulo lidera a lista com 249 usinas e 6.940 MW instalados, perfazendo 36% do total nacional. Em segundo está o Mato Grosso do Sul, com 28 usinas e 1.891 MW instalados, correspondendo a 9,4% do total.

Os cinco setores industriais que mais usam a cogeração são o Sucroenergético (11.893 MW), Papel e Celulose (2.515 MW), Petroquímico (2.275 MW), Madeireiro (766 MW) e Alimentos e Bebidas (624 MW).

5 de julho de 2021 0 comentários
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