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    Silenciamento gênico tem sua primeira aprovação para um produto medicinal

    Os órgãos reguladores americanos aprovaram a primeira terapia baseada em interferência por RNA (RNAi), uma técnica que pode ser usada para silenciamento de genes específicos ligados a doenças. A droga tem como alvo uma doença rara que pode prejudicar funções cardíacas e nervosas. A aprovação anunciada recentemente pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos é um marco para a técnica de silenciamento gênico. Pesquisadores descobriram RNAi pela primeira vez há quase 20 anos e, desde então, havia esperanças de que a técnica pudesse ser aplicada à medicina.

    O medicamento funciona silenciando o gene relacionado a uma doença chamada amiloidose transtirretina hereditária (amiloidose ATTRh). Nessa doença, as formas mutantes da proteína transtirretina se acumulam no corpo, às vezes prejudicando a função cardíaca e nervosa.

    A amiloidose ATTRh é provocada por uma mutação no gene da transtirretina (TTR) que resulta em acumulação de proteínas da TTR anormais, como fibras amiloides, em vários locais, incluindo nervos, coração e trato gastrointestinal. A proteína de TTR é principalmente produzida no fígado e é normalmente transportadora da proteína de ligação ao retinyol – um dos veículos usados para transportar vitamina A no corpo. A amiloidose ATTRh envolve muitos sistemas no corpo e pode resultar numa grande diversidade de sintomas, inclusive sintomas sensoriais e motores, autonômicos (por exemplo, diarreia, hipotensão, disfunção erétil) e cardíacos.

    Pesquisadores afirmam que a aprovação do medicamento indica que pode haver mais medicamentos desse tipo nos próximos anos, e que isso representa a inauguração de um novo grupo farmacológico.

    O desenvolvimento do produto

    A empresa que desenvolveu a droga, está localizada em Cambridge, Massachusetts e foi fundada em 2002. Desde sua fundação, a companhia investe na obtenção de uma nova classe de medicamentos baseados em RNAi. A técnica tem potencial para transformar a vida de pacientes que têm poucas opções de tratamento ou são portadores de doenças genéticas raras.

    Para transformar o RNAi em medicamento, os desenvolvedores passaram por uma longa jornada. Foram necessários vários anos de estudos e investimentos durante todo o processo de desenvolvimento. Em um ensaio clínico com 225 pessoas com amiloidose transtirretina hereditária, que apresentaram sinais de dano neural, a velocidade média de caminhada melhorou significativamente naqueles que receberam o tratamento. Já no grupo que não recebeu o tratamento, observou-se diminuição na velocidade de caminhada.

    Silenciamento gênico: um futuro promissor

    Segundo os pesquisadores, no futuro, a tecnologia de silenciamento gênico será capaz de tratar doenças que afetam outras partes do corpo. Estão sendo testadas terapias de RNAi que têm como alvo proteínas presentes nos rins e nos olhos, outros estudos que envolvem o cérebro e a medula espinhal, além de pesquisas que envolvem tratamento com RNAi para a doença fibrose cística.

    Avanços na pesquisa com RNA também podem beneficiar pesquisadores que estão desenvolvendo terapias de edição genética baseadas na popular técnica CRISPR – Cas9. Esse sistema usa uma proteína de corte de DNA chamada Cas9, que é guiada para o local desejado no genoma por uma molécula de RNA.

    Silenciamento gênico: o mecanismo

    O silenciamento gênico, também conhecido como interferência por RNA (RNAi), é um mecanismo celular que pode ocorrer durante a produção de proteínas, inibindo esse processo.

    As funções vitais de qualquer organismo dependem da expressão de seus genes, isto é, a partir do DNA os genes são primeiro transcritos para o RNA (molécula-irmã do DNA) e depois traduzidos deste para as proteínas, as moléculas que realmente fazem as coisas acontecerem no organismo.

    Quando ocorre o silenciamento gênico, o RNAi atua sobre o RNA mensageiro (mRNA). No foco deste mecanismo está uma molécula de fita dupla de RNA que, ao ser incorporada no processo, se liga ao RNA mensageiro-alvo, ocasionando assim o silenciamento, por inibição da tradução e/ou degradação do mesmo. Desse modo diz-se que o gene foi “desligado”.

    A ocorrência desse mecanismo foi identificada nos mais diversos organismos, como insetos, fungos, nematoides e plantas. A interferência por RNA ocorre naturalmente nesses organismos, funcionando como uma forma de regulação na produção de proteínas, defesa contra vírus invasores, entre outras funções.

    Silenciamento gênico: linha do tempo

    • 1990 – Primeiro relato de silenciamento de gênico. RNAi é descrito pela primeira vez em plantas (petúnias transgênicas, para produção de pigmentos, apresentavam flores brancas devido à inibição do pigmento por silenciamento dos genes responsáveis).
    • 1998 –O silenciamento gênico é observado em diversos organismos e o mecanismo é desvendado por dois pesquisadores norte-americanos, Andrew Z. Fire e Craig C. Mello.
    • 2006 –Os pesquisadores norte-americanos, Andrew Z. Fire e Craig C. Mello são contemplados com o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por seus estudos sobre silenciamento gênico por RNAi.
    • 2006 – Moléculas capazes de silenciar especificamente genes da lagarta da raiz do milho (Diabrotica virgifera) são introduzidas nas plantas. Ao se alimentarem dessas plantas as lagartas tiveram seus genes silenciados e morreram.
    • 2016 – Liberação de milho transgênico desenvolvido por RNAi no Canadá. A planta geneticamente modificada controlava a praga Diabrotica virgifera.
    • 2017 –  Um ano depois, foi a vez dos EUA aprovarem o milho transgênico desenvolvido por RNAi A liberação foi um marco na utilização da tecnologia RNAi na agricultura.
    • 2018 – Primeiro produto medicinal a base de silenciamento gênico. O medicamento funciona silenciando o gene subjacente a uma doença chamada amiloidose transtirretina hereditária (amiloidose ATTRh), mal raro que pode prejudicar a função cardíaca e nervosa.

    Fonte: CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia)

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