“Série Energia”: Inteligência artificial “invade” setor elétrico com perspectivas de ganho financeiro e ambiental

Uso da IA em setores de produção energética pode movimentar US$ 5 trilhões até 2030 e reduzir em 4% os gases do efeito estufa

 

A inteligência artificial (IA) não é uma novidade desta década mas, com toda certeza, tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar dela no nosso dia a dia. A IA começou a ser utilizada nas universidades e centros de pesquisa para o estudo e análise de modelos matemáticos, mas hoje podemos dizer que ela saiu dos laboratórios dos “nerds” para as empresas, corporações, serviços de entrega e para a palma da nossa mão, nos smartphones. Na área de energia não é diferente.

O NCAR, um centro de pesquisas americano, desenvolveu uma IA que permite avaliar e prever a capacidade de geração de energia nos parques eólicos do Estado do Colorado, nos Estados Unidos. A partir dos dados históricos de geração de imagens meteorológicas de estações e satélites, é possível fazer uma previsão da geração de energia eólica com 36 horas de antecedência, o que permite à operadora de energia elétrica fazer um melhor gerenciamento dos seus contratos de compra e de venda de energia, melhorando a infraestrutura de backup e diminuindo os custos de operação.

Outra tecnologia com IA que tem melhorado a eficiência e confiabilidade de grandes empresas é a digital twin, em português “gêmeo digital”. Esta tecnologia combina inteligência artificial, realidade aumentada, big data e computação avançada, para gerar um gêmeo virtual de uma planta fabril real. Assim, a planta virtual é alimentada com informações em tempo real extraídas da planta real, possibilitando o monitoramento, a previsão de erros e melhoria dos processos industriais. No Brasil, esta tecnologia é utilizada pela Petrobras, que criou um gêmeo digital da plataforma P-50 e, assim, monitora a operação da plataforma a distância e virtualmente. A Vale também utiliza a tecnologia do gêmeo digital para realizar a prevenção e monitoramento da corrosão de suas plantas fabris.

A IA também tem desempenhado um papel muito importante para a sustentabilidade, e vai impactar fortemente as ações ambientais para os próximos anos. De acordo com um relatório chamado Como a IA pode possibilitar um futuro sustentável, encomendado pela Microsoft, essa tecnologia poderá contribuir com US$ 5,2 trilhões na economia mundial, reduzir gases de efeito estufa em até 4%, além de criar 38,2 milhões de novos empregos ao redor do mundo até 2030.

Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Danilo Pazian Paulo, professor do IFSP e doutorando em Engenharia Agrícola na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e a edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.

 

FONTE: JORNAL DA USP / RÁDIO USP – POR:

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