Publicação analisa o impacto das emergências climáticas na saúde
As mudanças climáticas não são mais um assunto para o amanhã. Os eventos climáticos extremos estão presentes em várias partes do mundo e de forma cada vez mais frequente. No Brasil, especificamente, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul e as queimadas em diversas regiões do país, por exemplo, mostram o despreparo das instituições e órgãos públicos para lidar com este tipo de catástrofe, afetando diretamente milhares de pessoas.
Além dos danos estruturais, estes eventos também provocam uma série de consequências para a saúde humana, trazendo desafios para o sistema de saúde como um todo. Atento a este cenário, o setor vem buscando alternativas para amenizar os males atuais e buscar contribuir para melhorias a longo prazo. Por isso, a 3ª edição da publicação ESG nos Hospitais Anahp aborda “O impacto das emergências climáticas na saúde“, e traz um panorama do cenário e apresenta 53 projetos dos hospitais associados que visam mitigar o problema, divididos nas categorias: parcerias e colaborações; educação e conscientização; inovação e tecnologia; práticas sustentáveis; e governança.
Além das iniciativas já implementadas pelos hospitais, a publicação conta com a visão de dois nomes importantes relacionados ao tema: Carlos Nobre, cientista, professor e climatologista; e Shweta Narayan, líder de campanha na Global Climate and Health Alliance.
“O setor de saúde faz a diferença na vida das pessoas de maneira muito palpável. Isso se dá não apenas ao tratar doenças, mas também na promoção saúde. Incentivar ações que busquem reduzir o impacto no meio ambiente é também um destes caminhos. Por isso, apresentamos alguns exemplos concretos para mostrar o quanto é possível fazer a diferença para termos ambientes saudáveis para essa geração e para as que estão por vir”, afirma Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Anahp.
Um exemplo que está bastante relacionado ao setor se refere ao uso do óxido nitroso (N2O), um gás anestésico com alto potencial de impulsionar o aquecimento global e que, apesar de já estar presente na atmosfera a partir de fontes naturais (cerca de 60%), aproximadamente 40% de sua origem é resultado de ações realizadas pelo homem. O impacto deste gás na atmosfera é bem intenso, com um potencial de aquecimento global (GWP) cerca de 298 vezes maior do que o CO2 em um período de 114 anos. Isso significa que, tonelada por tonelada, o N2O aquece a Terra quase 300 vezes mais do que o CO2. Na saúde, a utilização mais relevante ocorre na anestesia em procedimentos cirúrgicos e nos sistemas de ventilação.
Algumas das instituições apresentam neste material ações que comprovam que é possível reduzir a emissão do uso do óxido nitroso (N2O) no dia a dia hospitalar. Além desta mudança, os hospitais também descrevem na publicação uma série de outros exemplos que envolvem práticas sustentáveis para contribuir com a mitigação dos impactos relacionados às mudanças climáticas. Alguns deles são a alternativa no fornecimento de energia elétrica, optando por fontes naturais renováveis; reuso da água utilizada em procedimentos após tratamento específico; redução do uso de outros materiais e utilização de determinados resíduos para diminuir o descarte, como o caso de peças de upcycling; além da adesão ao Pacto Global da ONU, visando ratificar o engajamento em promover um desenvolvimento sustentável e que gere resultados ambientais, econômicos e sociais positivos; entre outros.
“Esperamos que este material com as melhores práticas ESG seja inspirador e contribua para a disseminação, promoção e aprimoramento da gestão da sustentabilidade no setor da saúde. Essa publicação reflete o grau de amadurecimento de muitas instituições de saúde em todo o país ao evidenciar suas práticas ESG para todos os seus públicos de relacionamento”, comenta Ingrid Cicca, coordenadora do Grupo de Trabalho ESG da Anahp e gerente corporativa de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Rede D’Or.
Matéria – Medicina S/A
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