Quem serão os próximos candidatos a receber o caderno de propostas da ABDAN?
Diretoria da ABDAN esteve recentemente em Brasília para apresentar propostas do setor nuclear
O núcleo da campanha do PT marcou para o dia 6 de julho uma reunião na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, para receber o caderno de propostas da ABDAN. Além disso, o documento já foi entregue para a Elena Landau, que está coordenando o programa de governo da candidata Simone Tebet. Ela gostou bastante do conteúdo das propostas e disse que os temas serão discutidos internamente, antes de ser anunciada a proposta de programa de governo da candidata do MDB. No próximo dia 8, teremos um novo encontro com a campanha da Simone, desta vez para apresentar um documento com as propostas do Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE).
Como tem sido a receptividade dos candidatos que receberam as propostas até aqui?
A receptividade tem sido muito boa. Os membros das campanhas dos candidatos ficaram impressionados com o potencial do setor nuclear em termos de geração de empregos e negócios. Essa boa receptividade tem gerado uma certa expectativa positiva, no sentido de que as propostas da ABDAN sejam incorporadas nos programas de governo dos candidatos à Presidência.
Essa aproximação com os candidatos à Presidência ajuda, em algum grau, a melhorar a aceitação pública da fonte nuclear?
General Heleno recebeu propostas da ABDAN
Eu não tenho dúvidas disso. Precisamos fazer a discussão do tema nuclear com os representantes da classe política. Eles, por sua vez, vão falar sobre a fonte para as suas bases eleitorais. Assim, vamos desmistificando o uso dessa tecnologia. A fonte nuclear está presente no nosso dia a dia, seja na saúde, na energia e até mesmo nos alimentos. São muitas as aplicações.
Esse múltiplo uso da tecnologia nuclear é muito importante para a sociedade. Além disso, durante a COP-26, foi publicado um estudo que deixou muito claro o papel da energia nuclear para as metas climáticas dos países. Sem o uso da tecnologia nuclear, os objetivos de redução de emissões de CO2 não serão cumpridos. Ou a tecnologia nuclear entra e ajuda nessa jornada de transição energética ou vamos ter um planeta cada vez mais poluído.
Em nossa última entrevista, abordamos as sugestões da ABDAN relacionadas à geração de energia, medicina nuclear e irradiação de alimentos. Poderia detalhar desta vez algumas das propostas para algumas das etapas do ciclo do combustível nuclear (mineração, beneficiamento, conversão e enriquecimento de urânio)?
A flexibilização do marco regulatório e os investimentos para a parceria da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) vão ampliar a capacidade de conversão do urânio em hexafluoreto de urânio (UF6) no Brasil. Assim, entre 2027 e 2031, a exportação de serviços em reatores e serviços de engenharia para projeto de elemento combustível deverá atingir US$ 1,5 milhões ao ano. Por fim, a ampliação da nossa capacidade de enriquecimento poderá permitir o Brasil alcançar o patamar de US$ 2 milhões por ano em exportação de urânio enriquecido.
Qual o potencial do Brasil enquanto exportador de combustível nuclear?
O Brasil pode ocupar um papel importante como fornecedor de combustível, não só para as grandes usinas, mas principalmente para os pequenos reatores modulares, que são empreendimentos que vão fazer uma disruptura tecnológica no setor de produção de energia. O Brasil precisa deixar de ser apenas um exportador de commodities. É necessário gerar emprego e renda e isso só se faz com produção local, abrindo postos de trabalho.
Fonte: Petronotícias